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CONTOS E LYGIA FAGUNDES TELLES Com esse post damos início à uma série que pretende indicar e falar brevemente sobre obras de terror na literatura. Quando a assinatura for minha (@literaturainfluxo) estaremos falando sobre grandes contos de terror nacionais e internacionais. Bom, antes de mais nada, um conto é uma narrativa em que o autor cria todo o universo e suas disposições. Cria os seres, reinventa as funções das coisas, adapta os acontecimentos sem compromisso com a realidade que conhecemos, tudo isso num curto espaço de texto, centrado num único clímax. Apesar dos clichês das histórias de terror, para que um autor possa fazer com que sua obra seja aclamada e vista como ícone do seguimento, é necessário um empenho muito além dos sustos cinematográficos. Uma vez que o livro não vai exprimir sons por si só, o escritor precisa entrar na mente do leitor de forma que este cogite ter ouvido um barulho ao seu lado enquanto fazia a leitura distraído. Quando a leitura se torna horripilante, quando damos preferência a fazê-la durante o dia e chegamos em pontos em que se faz necessário fechar o livro para respirar, ao meu ver, é o momento de consagração de um grande escritor de terror. No mesmo cenário, os aspectos psicológicos, duvidosos, enevoados, são capazes de criar toda a aura necessária para que diversos tipos de histórias se desdobrem. O conto escolhido hoje é um dos meus tipos favoritos, por isso foi o selecionado para estreia. Em WM, Lygia Fagundes Telles, autora brasileira, nos prende numa teia de paranoia que, apesar dos pesares, tem seu fundo de certeza. Nós acreditamos saber o que está se passando, ainda que no cenário caótico criado por ela. Até que se chega ao fim, à última linha. O desfecho nos deixa com a dúvida do que pode ou não ser real. Quem são os delirantes? Quem são os loucos? Quem são os sãos? Em qual personagem você decidiu acreditar? E nunca saberemos quais eram mesmo os fatos por trás da narrativa. Esse texto e outros contos com diferentes temáticas podem ser encontrados na coletânea completa com todos os contos da autora (“Lygia”, pela Companhia das Letras), ou em sua coletânea de publicação original (“Seminário dos Ratos”, pela mesma editora). *Se você gostou dessa publicação e curte pautas literárias, me siga em @literaturainfluxo
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