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Teoria da Constituição

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Direito Constitucional 
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EFICÁCIA DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS ___________________________________ 1 
NORMAS INFRACONSTITUCIONAIS ___________________________________________ 2 
MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL ________________________________________________ 2 
CLASSIFICAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA ______________________________ 3 
 
 
Eficácia das normas constitucionais 
Plena 
São aquelas que, com a entrada em vigor da Constituição, passam a 
produzir todos os seus efeitos imediatamente. Tais normas só podem deixar de 
serem aplicadas caso sejam modificadas ou revogadas. 
 
Contida 
Possuem aplicabilidade direta, imediata e não integral. Logo, não 
precisam que uma norma seja criada para regular seus efeitos, produzem 
efeitos a partir da promulgação da Constituição, mas estão sujeitas às restrições 
ou limitações. 
 
Limitada 
São aquelas que dependem de uma regulamentação futura para que 
possam produzir todos os efeitos que pretendem, ou seja, como toda norma 
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constitucional, elas possuem eficácia, mas não aptidão para produção geral 
de seus efeitos. 
Normas infraconstitucionais 
Recepção 
As normas infraconstitucionais anteriores à nova Constituição e 
materialmente compatíveis com ela são recepcionadas pelo Poder 
Constituinte, que as engloba do mesmo modo que eram: normas 
infraconstitucionais. 
 
Não recepção 
As normas que não foram abrangidas pela nova Constituição não são 
recepcionadas, ou seja, perdem a sua eficácia. 
 
Mutação constitucional 
É a atribuição de uma nova 
interpretação sem alteração do texto 
constitucional, modificando-se o 
entendimento acerca do tema que a 
norma antes explicitava. 
Elas somente serão tidas como legítimas quando forem introduzidas de 
modo a desenvolver, atualizar ou complementar as normas constitucionais 
escritas, mas não poderão contrariá-las, sob pena de ser tidas como mutações 
inconstitucionais. 
 
 
 
É tradicionalmente chamado de 
alteração informal da Constituição, 
pois não utiliza o Poder Legislativo 
através de emendas constitucionais. 
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Classificação da Constituição Brasileira
Quanto à origem 
OUTORGADA: são as constituições impostas de maneira unilateral pelo 
agente revolucionário. 
PROMULGADA: são fruto de uma Assembleia Nacional Constituinte, eleita 
diretamente pelo povo. 
CESARISTA: é formada por um plebiscito popular (ou referendo) sobre um 
projeto elaborado por um Imperador ou Ditador. A participação popular visa 
apenas ratificar a vontade daquele no poder. 
PACTUADAS: decorre de um acordo entre dois grupos sociais, havendo 
mais de um titular do poder constituinte. 
 
Quanto à forma 
ESCRITA: é a Constituição formada por um conjunto de regras 
sistematizadas e organizadas em um único documento. 
COSTUMEIRA: é a Constituição formada por “textos” esparsos, 
reconhecidos pela sociedade como fundamentais, e baseia-se nos usos, 
costumes, jurisprudência, convenções. 
 
Quanto à extensão 
SINTÉTICAS: são aquelas enxutas, possuindo apenas os princípios 
fundamentais e estruturais do Estado. 
ANALÍTICAS: são aquelas que abordam todos os assuntos que os 
representantes do povo entenderem fundamentais. 
 
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Quanto ao modo de elaboração 
DOGMÁTICAS: sempre escritas, 
consubstanciam os dogmas estruturais e 
fundamentais da sociedade. 
HISTÓRICAS: são constituídas através de um lento e contínuo processo de 
formação, reunindo história e as tradições de um povo. 
 
Quanto à alterabilidade 
RÍGIDAS: são as que exigem um processo legislativo mais árduo, solene e 
dificultoso. 
FLEXÍVEIS: são as que não possuem um processo legislativo de alteração 
mais dificultoso do que o processo legislativo de alteração das normas 
infraconstitucionais. 
SEMIFLEXÍVEIS/SEMIRÍGIDAS: são aqueles tanto rígidas quanto flexíveis, 
pois possuem partes em que o processo de alteração é flexível e partes em que 
ele é rígido. 
FIXAS: só podem ser alteradas por um poder hierárquico igual ao daquele 
que as criou. 
IMUTÁVEIS: são aquelas inalteráveis. 
 
Quanto à sistemática 
REDUZIDAS: são aquelas que se materializam em um só código básico e 
sistemático. 
VARIADAS: são aquelas que se distribuem em vários textos e documentos 
esparsos, sendo formadas de distintas leis constitucionais. 
 
Dogma: qualquer doutrina 
(filosófica, política etc.) de 
caráter indiscutível. 
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Quanto à dogmática 
ORTODOXA: é aquela formada por uma só ideologia. 
ECLÉTICA: é aquela formada por ideologias conciliatórias. 
 
Quanto à correspondência com a realidade (critério ontológico – 
essência) 
NORMATIVAS: são aquelas em que o processo de poder está de tal forma 
disciplinado que as relações políticas e os agentes do poder subordinam-se às 
determinações de seu conteúdo e do seu controle procedimental. 
NOMINALISTAS: contêm disposições de limitações e controle de 
dominação política, sem ressonância na sistemática de processo real de poder, 
e com insuficiente concretização constitucional. 
 
Quanto ao sistema 
PRINCIPIOLÓGICAS: nelas o que predomina são os princípios. 
PRECEITUAIS: nelas o que se predomina são as regras. 
 
Quanto à função 
PROVISÓRIA: é o conjunto de normas com a dupla finalidade de 
definição do regime de elaboração e aprovação da Constituição formal e de 
estruturação do poder político no interregno constitucional, a que se 
acrescenta a função de eliminação ou erradicação de resquícios do antigo 
regime. 
DEFINITIVA: é a Constituição produto final do processo constituinte. 
 
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Quanto à origem de sua decretação 
HETEROCONSTITUIÇÃO: são as que foram decretadas de fora do Estado 
por outro(s) Estado(s) ou por organizações internacionais. 
AUTOCONSTITUIÇÕES: são as elaboradas e decretadas dentro do próprio 
Estado que irão reger. 
 
Constituições garantia, balanço e dirigente (Manoel Gonçalves 
Ferreira Filho) 
GARANTIA: busca garantir a liberdade, limitando o poder. 
BALANÇO: reflete um degrau de evolução socialista. 
DIRIGENTE: estabelece um projeto de Estado. 
 
Constituições liberais (negativas) e sociais (dirigentes) – 
conteúdo ideológico das Constituições 
LIBERAIS: surgem com o trunfo da ideologia burguesa, com os ideais do 
liberalismo. 
SOCIAIS: refletem um momento posterior, de necessidade da atuação 
estatal, consagrando a igualdade substancial, bem como os direitos sociais. 
 
Classificação da Constituição Federal de 1988 
Ela é: 
• Promulgada; 
• Escrita; 
• Analítica; 
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• Formal; 
• Dogmática; 
• Rígida; 
• Reduzida; 
• Eclética; 
• Normativa; 
• Principiológica; 
• Definitiva; 
• Autoconsituição; 
• Garantia; 
• Dirigente; 
• Social; e 
• Expansiva.

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