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Apostila_Prática Jurídica II_criminal_2021.05.18

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ALANA GUIMARÃES MENDES 
Mestra em Direito nas Relações Econômicas e Sociais pela Faculdades Milton Campos, 
Especialista em Ciências Criminas e Filosofia e Teoria do Direito pela PUC Minas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PRÁTICA JURÍDICA CRIMINAL PARA 2ª ETAPA – PROVA DA OAB 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2021 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 5 
2. MAPEAMENTO DA PROVA DA OAB SEGUNDA ETAPA – DIREITO PENAL .......... 7 
2.1 Histórico das peças prático-profissionais OAB – exame unificado ................................ 7 
2.2 Fundamento legal das peças ............................................................................................... 9 
3 PEÇAS PRÁTICO-PROFISSIONAIS ................................................................................... 10 
3.1 Inquérito Policial ............................................................................................................... 10 
3.1.1 Relaxamento da prisão ............................................................................................... 24 
3.1.2 Liberdade provisória .................................................................................................. 29 
3.2 Ação Penal .......................................................................................................................... 41 
3.2.1 Queixa-Crime ............................................................................................................. 42 
3.2.2 Procuração com poderes especiais ............................................................................ 49 
3.2.3 Resposta Escrita à Acusação ..................................................................................... 52 
3.2.4 Memoriais (Alegações Finais) ................................................................................... 60 
3.3 Recursos ............................................................................................................................. 65 
3.3.1 Recurso em Sentido Estrito ....................................................................................... 71 
3.3.3 Recurso Ordinário Constitucional ............................................................................ 89 
3.3.4 Agravo em Execução .................................................................................................. 90 
3.3.4 Recurso Especial ......................................................................................................... 96 
3.4 Meios autônomos de impugnação .................................................................................... 99 
3.4.1 Revisão Criminal ........................................................................................................ 99 
3.4.2 Habeas Corpus .......................................................................................................... 100 
3.4.3 Mandado de Segurança ........................................................................................... 104 
4. TABELA DE FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO ......................................... 105 
5. SÚMULAS IMPORTANTES EM MATÉRIA PENAL E PROCESSUAL PENAL ...... 106 
5.1 Tema 01: prisões .............................................................................................................. 106 
5.1.1 Súmulas do Superior Tribunal de Justiça sobre prisões ...................................... 106 
5.1.2 Súmulas do Supremo Tribunal Federal Justiça sobre prisões ............................. 106 
5.1.3 Súmulas Vinculantes sobre prisões ......................................................................... 107 
5.2 Tema 02: liberdade .......................................................................................................... 107 
5.2.1 Súmulas do Superior Tribunal de Justiça sobre liberdade .................................. 108 
5.3 Tema 03: competência .................................................................................................... 108 
5.3.1 Súmulas do Superior Tribunal de Justiça sobre competência ............................. 108 
5.3.3 Súmulas Vinculantes sobre competência ............................................................... 111 
5.4 Tema 04: procedimentos ................................................................................................. 112 
5.4.1 Súmulas do Superior Tribunal de Justiça sobre procedimentos ......................... 112 
5.4.2 Súmulas do Supremo Tribunal Federal sobre procedimentos ............................. 115 
5.4.2 Súmulas Vinculantes sobre procedimento ............................................................. 116 
5.5 Tema 05: Execução Penal ............................................................................................... 116 
5.5.1 Súmulas do Superior Tribunal de Justiça sobre execução penal ......................... 116 
5.6 Tema 06: Extinção Punibilidade .................................................................................... 117 
5.6.1 Súmulas do Superior Tribunal de Justiça sobre extinção de punibilidade ........ 117 
5.7 Tema 07: Pena ................................................................................................................. 117 
5.7.1 Súmulas do Superior Tribunal de Justiça sobre pena .......................................... 117 
5.8 Tema 08: Prescrição ........................................................................................................ 118 
5.8.1 Súmulas do Superior Tribunal de Justiça sobre prescrição ................................ 118 
5.9 Tema 09: Tipificação ....................................................................................................... 118 
5.9.1 Súmulas do Superior Tribunal de Justiça sobre tipificação ................................ 118 
5.10 Tema 10: Ação Penal ..................................................................................................... 119 
5.10.1 Súmulas do Supremo Tribunal Federal sobre ação penal .................................. 119 
5.11 Tema 11: Denúncia ........................................................................................................ 119 
5.11.1 Súmulas do Supremo Tribunal Federal sobre denúncia .................................... 119 
5.12 Tema 12: Habeas Corpus ............................................................................................. 119 
5.12.1 Súmulas do Supremo Tribunal Federal sobre Habeas Corpus ......................... 119 
5.14 Tema 14: Nulidades Processuais .................................................................................. 120 
5.14.1 Súmulas do Supremo Tribunal Federal sobre nulidades processuais ............... 120 
5.15 Tema 15: Prazos ............................................................................................................ 121 
5.15.2 Súmulas do Supremo Tribunal Federal sobre prazos ........................................ 121 
5.16 Tema 12: Recursos ........................................................................................................ 121 
5.16.1 Súmulas do Superior Tribunal de Justiça sobre Recursos ................................. 121 
5.16.2 Súmulas do Supremo Tribunal Federal sobre recursos ..................................... 122 
5.17 Tema 17: Revisão Criminal .......................................................................................... 122 
5.17.2 Súmulas do Supremo Tribunal Federal sobre Revisão Criminal ...................... 122 
5.18 Tema 18: Suspensão Condicional do Processo e Transação Penal ........................... 122 
5.18.1 Súmulas do Superior Tribunal de Justiça sobre Suspensão Condicional do 
Processo e Transação Penal .............................................................................................. 122 
5.18.2 Súmulas do Supremo Tribunal Federal sobre Suspensão Condicionaldo 
Processo e Transação Penal .............................................................................................. 122 
5.18.3 Súmulas Vinculantes sobre Suspensão Condicional do Processo e Transação 
Penal ................................................................................................................................... 123 
5.19 Tema 19: Tribunal do Júri ........................................................................................... 123 
5.19.1 Súmulas do Supremo Tribunal Federal sobre Tribunal do Júri ....................... 123 
5.19.2 Súmulas Vinculantes sobre Tribunal do Júri ...................................................... 123 
5.20 Tema 20: Alegação de constrangimento ilegal ........................................................... 123 
5.20.1 Súmulas do Superior Tribunal de Justiça sobre alegação de constrangimento 
ilegal .................................................................................................................................... 123 
5.21 Tema 21: Fiança ............................................................................................................ 124 
5.21.1 Súmulas do Superior Tribunal de Justiça sobre fiança ...................................... 124 
5.22 Tema 22: Intimação ...................................................................................................... 124 
5.22.1 Súmulas do Superior Tribunal de Justiça sobre intimação ............................... 124 
5.23 Tema 23: Investigação Criminal .................................................................................. 124 
5.23.1 Súmulas do Superior Tribunal de Justiça sobre Investigação Criminal .......... 124 
5.24 Tema 24: Provas ............................................................................................................ 124 
5.24.1 Súmulas do Superior Tribunal de Justiça sobre provas ..................................... 124 
5.25 Tema 25: Resposta Preliminar ..................................................................................... 124 
5.24.1 Súmulas do Superior Tribunal de Justiça sobre resposta preliminar ............... 124 
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................ 126 
 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Em que pese a multifacetada característica do curso de direito, é indubitável que o Exame 
da OAB representa significativa preocupação do estudante, já que desde as primeiras aulas na 
faculdade, professores, colegas e até egressos tem suas próprias experiência, o que em alguns casos 
culmina em ansiedade exacerbada por parte do discente. 
 
Soma-se a isso as notícias envolvendo o grau de complexidade das provas e o número de 
reprovações que ajudam a transformar a vivência do curso de direito bastante peculiar e, em alguns 
casos até tormentosa. 
 
Conforme extrai-se da própria Fundação Getúlio Vargas (FGV), banca responsável pela 
elaboração e aplicação das provas a partir de 2010 (Exame Unificado), mais de três milhões de 
alunos já se inscreveram na prova. Desse total, aproximadamente um milhão e setecentos mil 
participantes únicos foram aprovados, isso significa que um candidato realiza, em média, o exame 
três vezes1. 
 
Nos últimos quatro anos2, 08 (oito) em cada 10 (dez) estudantes foram reprovados na 
prova da OAB, isso representa um total de 82,5%. Existem inúmeras variáveis que determinam 
essa taxa de reprovação, mas um deles certamente se refere ao déficit de formação, haja vista que 
o Exame requer conhecimento acumulado ao longo do curso. 
 
Segundo apurado pela banca examinadora as disciplinas com maior número de acertos 
são Ética, Direito do Consumidor e Estatuto da Criança e do Adolescente3. As de maior dificuldade 
são Filosofia do Direito, Direito Empresarial e Direito Internacional, conforme discriminado no 
Gráfico 01 abaixo: 
 
 
1 Disponível em: <https://folhadirigida.com.br/oab/noticias/estatisticas-oab/por-que-a-oab-reprova-tanto>. Acesso 
em: 19 abr. 2021. 
2 Pesquisa divulgada em 2014. Disponível em: <https://www.editoraforum.com.br/noticias/de-cada-10-candidatos-8-
sao-reprovados-no-exame-de-ordem/>. Acesso em: 19 abr. 2021. 
3 Disponível em: <https://folhadirigida.com.br/oab/noticias/estatisticas-oab/por-que-a-oab-reprova-tanto>. Acesso 
em: 19 abr. 2021. 
 
Fonte: elaborado pela autora. 
 
Considerando as informações acima, a presente apostila se presta a auxiliar no estudo da 
prática jurídica criminal para a segunda etapa do exame. 
 
Para tanto apresenta-se o mapeamento da prova desde sua unificação, seguido de 
explicações sobre cada uma das peça-prático profissionais, utilizando-se em alguns casos de 
recursos mnemônicos, tabelas e gráficos, assim como a estrutura básica de cada uma das peças. 
 
Espera-se que após a leitura atenta desse material o estudante consiga sentir-se mais 
preparado para enfrentar o exame da OAB e consequentemente lograr êxito, deixando para trás o 
incomodo que o acompanha durante o curso de direito. 
 
 
32,70% 31,70%
35,70%
58,20% 57% 56%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
Direito
Empresarial
Filosofia do
Direito
Direito
Internacional
Ética Direito do
Consumidor
ECA
G R Á F I C O 0 1 - I N D I C E D E R E N D I M E N T O P R O V A D A 
O A B ( 2 0 2 0 )
Indice de Rendimento Prova da OAB (2020)
2. MAPEAMENTO DA PROVA DA OAB SEGUNDA ETAPA – DIREITO PENAL 
2.1 Histórico das peças prático-profissionais OAB – exame unificado 
 
EXAME UNIFICADO PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL 
2 Resposta escrita à acusação 
3 Recurso em Sentido Estrito (RESE) 
IV Apelação 
V Apelação 
VI Relaxamento de prisão 
VII Apelação como assistente de acusação 
VIII Resposta escrita à acusação 
IX Memoriais 
X Revisão Criminal e Justificação 
XI Recurso em Sentido Estrito (RESE) 
XII Apelação 
XIII Apelação 
XIV Memoriais 
XV Queixa-crime 
XVI Agravo em Execução 
XVII Memoriais 
XVIII Apelação 
XIX Contrarrazões de Apelação 
XX Memoriais 
XXI Resposta escrita à acusação/Defesa Preliminar 
XXII Apelação 
XXIII Memoriais 
XXIV Agravo em Execução 
XXV Resposta escrita à acusação 
XXV Apelação (reaplicação em Porto Velho/RO) 
XXVI Memoriais 
XXVII Contrarrazões de Apelação 
XXVIII Recurso em Sentido Estrito (RESE) 
XXIX Agravo em Execução 
XXX Apelação 
 
 
 
Fonte: elaborado pela autora. 
 
31%
10%
4%21%
4%
3%
10%
14%
3%
GRÁFICO 02 - PERCENTUAL DE COBRANÇA DE 
PEÇAS PRÁTICO-PROFISSIONAIS
Apelação Agravo em Execução Contrarrazões Apelação
Memoriais Queixa-Crime Relaxamento de prisão
RESE Resposta Escrita à Acusação Revisão Criminal
2.2 Fundamento legal das peças 
 
PEÇA FUNDAMENTO LEGAL 
Relaxamento de prisão em flagrante Artigo 5º, LXV CF c/c artigo 310, I do CPP. 
Liberdade provisória Artigo 5º, LXVI CF c/c artigo 310, III do CPP. 
Habeas Corpus Artigo 5º, LXVIII CF; artigo 647 e seguintes do 
CPP. 
Queixa-crime 
 
Artigo 30 CPP e artigo 100, §2º CP (ação privada). 
Artigo 5º, LIX CF (ação privada subsidiária da 
pública); artigo 29 CPP e artigo 100, §3o CP 
Resposta escrita à acusação Artigo 396 e 396-A do CPP 
Resposta à acusação (Júri) Artigo 406 CPP 
Memoriais (em regra) Artigo 403, §3º, artigo 404, parágrafo único CPP 
Apelação (interposição) – em regra. Artigo 593 e seguintes CPP – verificar o inciso. 
RESE – em regra Artigo 581 e seguintes CPP – verificar o inciso 
Embargos infringentes e de nulidade Artigo 609, parágrafo único CPP. 
Embargos de declaração Artigo 382 CPP (Sentença). 
Artigo 619 CPP (Tribunal). 
Artigo 83 da Lei n. 9.099/1995 (JECrim). 
Carta testemunhal Artigo 639 CPP. 
Agravo em execução Artigo 197 da LEP c/c Súmula 700 do STF. 
Recurso Ordinário Constitucional Artigo 621 e seguintes do CPP. 
Recurso Extraordinário Artigo 102, inciso III da CF c/c artigo 1.035 CPC 
c/c artigo 321 e seguintes do Regimento Interno do 
STF. 
Recurso Especial Artigo105, inciso III da CF c/c artigo 1.029 CPC 
c/c artigo 255 e seguintes do Regimento Interno do 
STJ. 
Revisão Criminal 
 
Artigo 102, II ou artigo 105, II da CF c/c artigo 30 
da Lei 8.038/1990 
Levantamento de sequestro 
 
Artigo 131 CPP. 
Correição parcial Artigo 6º, inciso I da Lei 5.010/1966. 
 
3 PEÇAS PRÁTICO-PROFISSIONAIS 
3.1 Inquérito Policial 
 
O Inquérito Policial, tem natureza jurídica de procedimento administrativo pré-
processual, e se constitui de uma das formas de investigação preliminar, que conjuntamente com 
as Comissões Parlamentares de Inquérito, Sindicância, Procedimentos Investigativo Criminal 
entre outros, que se pretendem buscar elementos de materialidade e indícios suficientes de autoria 
para subsidiar uma possível ação penal4. 
 
No Código de Processo Penal, o Inquérito Policial se apresenta a partir do artigo 4º, 
definindo que a polícia judiciária é exercida pelas polícias judiciárias com o objetivo de verificar 
a ocorrência de infrações penais e sua autoria. 
 
Em razão disso o IPL tem características específicas, vamos a elas: 
 
1. Escrito: deve ser reduzido a termo (artigos 9º e 450 do CPP). 
2. Inquisitório: conforme já indicado acima, o IPL tem natureza jurídica de procedimento 
administrativo pré-processual. 
3. Dispensável: as investigações podem ser realizadas por outros meios (CPI, PIC), conforme 
artigo 12 do CPP. Mas vale alertar, que uma quantidade considerável de denúncias está 
embasada por inquéritos policiais. 
4. Oficial: realizado por órgãos oficiais do Estado com competência para tal, observem o 
artigo 144 da Constituição Federal. 
5. Sigiloso: por guardar relação com a investigação de uma infração e sua autoria, as 
investigações são sigilosas, podemos extrair essa característica do inciso LX, do artigo 5º 
CF. Mas devemos consignar que o artigo 7º, inciso XIV do Estatuto da OAB e a Súmula 
Vinculante n. 14, trazem a possibilidade de acessar o teor do Inquérito dos elementos já 
formalizados. 
6. Discricionário: o juízo quanto ao deferimento dos atos realizados é de responsabilidade da 
Autoridade Policial, inclusive quanto aos pedido realizados pelo investigado, vamos 
observar nesse caso os artigos 6º, 7º e 14 do CPP. 
 
4 LOPES JR., Aury. Direito Processual Penal. 20 ed. São Paulo: Saraiva, 2020, p. 138-139. 
 
7. Oficioso: tal característica já mencionada acima diz respeito à ação penal. Nos crimes de 
Ação Penal Pública Incondicionada o IPL é iniciado de ofício pela Autoridade Policial. 
8. Temporário: o Inquérito não pode durar ad eternum, por isso a legislação penal determina 
prazo para sua realização (observe o mnemônico abaixo). 
9. Indisponível: iniciado o Inquérito Policial a Autoridade Policial não poderá determinar o 
arquivamento da peça investigativa. 
 
No que tange à ação penal, diz-se o CPP, em casos de ações penais públicas 
incondicionadas o Inquérito é iniciado de ofício, e por representação do ofendido ou seu 
representante legal ou requisição do Ministro da Justiça nos casos indicados pela lei. Tal 
representação ou requisição é considerado condição sine qua non para o início da investigação. 
 
Existem algumas questões importantes que devem ser colocadas ao estudar o Inquérito, 
essas questões estão dispostas nos mnemônicos abaixo. Em seguida faremos breves explanações 
sobre as prisões e então estudaremos as duas primeiras peças processuais: o relaxamento de prisão 
e a liberdade provisória. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PRISÃO 
 
Sem dúvida a liberdade é um dos direitos mais importantes para o ser humano, depois, 
claro, do direito à vida. Portanto, utilizando uma conceito bastante simples, mas que serve para o 
propósito desse estudo, podemos dizer que a prisão é o cerceamento de liberdade de ir e vir do 
indivíduo. 
 
No ordenamento brasileiro podemos indicar a existência de três formas de prisão: penal, 
civil e administrativa. Vamos analisar de forma decrescente. A prisão administrativa, em âmbito 
militar, a partir do advento da Lei n. 13.964/2019 está vedada. A prisão civil só se perfaz no caso 
do devedor de alimentos, portanto, a norma constitucional no inciso LXVII que se refere ao infiel 
depositário, deve ser desconsiderada pela introdução do Pacto de São José da Costa Rica, que veda 
tal modalidade. 
 
Por fim vamos falar sobre a prisão penal, que se desdobra na prisão pena, que pressupõe 
uma sentença condenatória transitada em julgado e é regulada pela Lei de Execução Penal e prisão 
cautelar, que tem como objetivo a proteção do processo por algum motivo disciplinado em lei. 
 
Vamos inicialmente falar sobre a chamada prisão pré-cautelar, a prisão em flagrante. 
Logo após vamos entender a prisão preventiva e a prisão temporária. 
 
 
 
 
PRISÃO EM FLAGRANTE 
 
A prisão em flagrante, inserida na Constituição Federal no inciso LXI do artigo 5º e ocorre 
quando um crime está ocorrendo ou acabou de ocorrer, para sua operacionalização é necessário a 
certeza visual da prática do delito. 
 
Devemos entender que a prisão em flagrante é a única modalidade possível de ser feita 
por civis, que tem a faculdade de fazê-lo, e, claro é obrigatória para os agentes de segurança 
pública, artigo 301 do CPP. Por isso, podemos afirmar que o flagrante possui duas modalidades: 
flagrante facultativo e flagrante obrigatório. 
 
Vamos destacar que o artigo 283 do CPP, traz importantes apontamentos sobre a prisão 
em flagrante e teve sua redação alterada pelo Pacote Anticrime (Lei n. 13.964/2019), vamos 
verificar as duas redações. 
 
Com redação dada pela Lei n. 13.964/2019 Antes da Lei n. 13.964/2019 
Ninguém poderá ser preso senão em flagrante 
delito ou por ordem escrita e fundamentada da 
autoridade judiciária competente, em 
decorrência de prisão cautelar ou em virtude de 
condenação criminal transitada em julgado. 
Ninguém poderá ser preso senão em flagrante 
delito ou por ordem escrita e fundamentada da 
autoridade judiciária competente, em 
decorrência de sentença condenatória 
transitada em julgado ou, no curso da 
investigação ou do processo, em virtude de 
prisão temporária ou prisão preventiva. 
 
O flagrante possui algumas espécies, vamos a elas: 
 
1. Flagrante Impróprio/Imperfeito – observe o artigo 290, §1º, “a” e “b” CPP. 
2. Flagrante Presumido/Ficto – expressão “logo após” – medida em minutos. 
 
Um adendo importante no crime de lesão corporal praticado em veículo automotor que 
resulte vítima, o agente não será preso em flagrante no caso e nem se exigirá fiança, se o sujeito 
prestar auxílio à vítima, de acordo com artigo 301 da Lei n. 9503/1997 (Código de Trânsito 
Brasileiro). 
 
3. Flagrante Provocado - Nova redação conferida pelo Pacote Anticrime (Lei n. 13.964/2019). 
4. Flagrante forjado – ilegal, deve ser RELAXADA. 
5. Flagrante e crimes permanentes – artigo 303 do CPP: “Nas infrações permanentes, 
entende-se o agente em flagrante delito enquanto não cessar a permanência”. 
 
Somente à título de aprofundamento na AP 863, o Supremo Tribunal Federal considera 
que os crime de lavagem de capitais (artigo 1º da Lei n. 9.613/1998), na modalidade ocultar é 
considerado crime permanente, o que implica que o flagrante deverá obedecer ao artigo 303 do 
CPP. 
 
Flagrante Diferido/Postergado/Ação Controlada – Diferença entre a Lei n. 11.343/2006 e 
Lei n. 12.850/2013. 
 
Ação Controlada - Lei n. 11.343/2006 Ação Controlada - Lei n. 12.850/2013 
Artigo 53, caput, inciso II e parágrafo único. Artigo 8º, caput, §§1º - 3º e Artigo 9º 
Possibilidade de realização ação controlada. Possibilidade de realização ação controlada. 
Representação pela autoridade policial. 
 
Realizada quando a vigilância for mantida sob 
observação e acompanhamento. 
Necessário autorização judicial e oitiva do 
Ministério Público. 
Necessário a determinação da autoridade 
policial. 
Conhecimento do itinerário provável e a 
identificação dos criminosos. 
Prévia comunicaçãoao juiz competente que 
pode estabelecer limites e comunicar ao MP 
 
Outras questões importantes sobre prisão em flagrante que são menos recorrentes mas 
devem ser apresentadas: 
 
• Flagrante e CRIME HABITUAL – crime habitual é àquele que para sua consumação exige 
uma pluralidade da conduta ex. Exercício ilegal da medicina (artigo 282 do CP). 
Divergência na doutrina pela conceituação do próprio tipo penal. 
 
• CRIME FORMAIS – somente no momento em que a conduta está sendo praticada e não 
quando ocorre o exaurimento do delito. 
 
• CRIME CONTINUADO – artigo 71 do CP. Nesse caso a doutrina chama de flagrante 
fracionado, em relação a cada ação independente 
 
 
 
 
 
 
 
Abaixo vamos entender o procedimento da prisão em flagrante: 
 
 
 
 
 
PRISÃO PREVENTIVA 
 
A prisão preventiva é uma das espécies de prisão de natureza cautelar. É correto 
afirmar que essa é a ultima ratio do sistema processual penal, significa dizer, o magistrado 
diante do caso de um delito, deverá analisar se não há outras medidas que possam ser 
submetido o agente que não a prisão, inexistindo esses meios e não sendo eles eficientes deverá 
então determinar a prisão, se presentes as condições determinadas na lei. 
 
Assim falemos sobre os princípios aplicáveis à prisão preventiva (também se aplicam 
às demais medidas cautelares): 
 
1. Presunção de inocência: princípio básico do direito processual, presente no artigo 5º, 
inciso LVII da CF, esse princípio indica que o sujeito é considerado inocente até o 
trânsito em julgado da sentença condenatória. 
2. Jurisdicionalidade e motivação: a decretação da prisão é de competência do juiz 
natural, que deverá ser motivada sob pena de nulidade, consoante disposto no artigo 
93, inciso IX da CF. 
3. Contraditório: a regra é que o juiz deverá submeter o pedido à defesa para se 
manifestar, seja de forma prévia ou posterior. 
4. Provisionalidade: para a decretação da prisão preventiva é necessário que a situação se 
amolde nos requisitos legais. 
5. Provisoriedade: a prisão preventiva não tem o condão de ser eterno. 
6. Excepcionalidade: é o mesmo que ultima ratio, no caso da prisão deverá ser esgotadas 
outras medidas cautelares. 
7. Proporcionalidade: conforme artigo 282 do CPP, o juiz deverá se analisar a 
necessidade e adequação para a aplicação das medidas. 
 
O artigo 311 do CPP – alterada pela Lei n. 13.964/2019 - representa o espírito 
acusatório, na medida em que proíbe a decretação da prisão preventiva de ofício pelo Juiz, 
antes a prisão ex oficio só poderia ser decretada no curso da ação penal, no Inquérito a prisão 
só poderia ser decreta como medida excepcional. 
 
Com redação dada pela Lei n. 13.964/2019 Antes da Lei n. 13.964/2019 
Em qualquer fase da investigação policial 
ou do processo penal, caberá a prisão 
preventiva decretada pelo juiz, a 
requerimento do Ministério Público, do 
querelante ou do assistente, ou por 
representação da autoridade policial. 
Art. 311. Em qualquer fase da investigação 
policial ou do processo penal, caberá a prisão 
preventiva decretada pelo juiz, de ofício, se no 
curso da ação penal, ou a requerimento do 
Ministério Público, do querelante ou do 
assistente, ou por representação da autoridade 
policial. 
 
 
Também vamos às observações sobre a alteração do §6º, artigo 282 do CPP - redação 
modificada pela Lei n. 13.964/2019. 
 
Com redação dada pela Lei n. 13.964/2019 Antes da Lei n. 13.964/2019 
§ 6º. A prisão preventiva somente será 
determinada quando não for cabível a sua 
substituição por outra medida cautelar, 
observado o art. 319 deste Código, e o medida 
cautelar, observado o art. 319 deste Código, e 
o não cabimento da substituição por outra 
medida cautelar deverá ser justificado de 
forma fundamentada nos elementos 
presentes do caso concreto, de forma 
individualizada. 
§ 6º. A prisão preventiva será determinada 
quando não for cabível a sua substituição por 
outra medida cautelar (art. 319). 
 
 
 
O juiz só pode voltar a decretar a prisão quando provocado, da mesma forma que o 
artigo 316 do CPP. No artigo 310, §2º do CPP – o STF já decidiu que a prisão ex lege não é 
aceita no ordenamento brasileiro. Vide ADI n. 3.112 e RE 1.038.925. 
 
O Artigo 313, §2º do CPP, determina a necessidade de fundamentação das medidas 
cautelares (reflexo do artigo 93, inciso IX da CF). 
 
Por fim, antes de trazer os requisitos da prisão preventiva vamos trazer dois aspectos 
importantes sobre a prisão preventiva. O primeiro refere-se ao respeito à integridade física do 
preso (artigo 5º, XLIX), a justificação para a utilização de algemas, conforme indicado na 
Súmula Vinculante n. 11 e artigo 474, §3º CPP. 
 
REQUISITOS DA PRISÃO PREVENTIVA 
 
Os requisitos para a prisão preventiva devem partir do já mencionado artigo 282 do 
CPP: adequação (inciso I) e necessidade (inciso II) do emprego da medida cautelar. 
 
Em seguida analisar-se-á os Requisito Cumulativos – prova da existência do crime 
(fumus comissi delicti), indícios suficientes de autoria e perigo gerado pelo estado de liberdade 
do imputado. 
 
E por fim os Requisitos Alternativos – periculum libertatis - garantia da ordem 
pública, garantia da ordem econômica, conveniência da instrução criminal e para assegurar a 
aplicação da lei penal, artigo 312 do CPP, tais requisitos estão detalhados abaixo. 
 
Vamos então estudar as duas principais peças que se adequam nesse caso. Devemos 
alertar, porém, que sua incidência sempre foi baixa, no entanto após a instituição das audiências 
de custódia, que inclusive foi alterada pelo Pacote Anticrime, sua utilização tem ficado cada vez 
mais rara, principalmente o relaxamento de prisão. 
 
3.1.1 Relaxamento da prisão 
 
O artigo 5º, inciso LXV da CF, indica que “a prisão ilegal será imediatamente relaxada 
pela autoridade judiciária;”, por é correto dizer que o relaxamento da prisão se presta a corrigir 
uma prisão ilegal. 
 
Mas o que torna uma prisão ilegal? A prisão pode ser ilegal seja porque não é um caso de 
prisão em flagrante, seja porque o procedimento da prisão em flagrante foi realizado de forma 
incorreta. 
 
Vamos trazer alguns exemplos: 
 
1. Apresentação espontânea do agente: artigo 302 CPP, artigo 5º, inciso LXI da CF. 
 
“LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de 
autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente 
militar, definidos em lei;” 
 
2. Uso indevido do algemas, Súmula Vinculante n. 11. 
 
“Só é lícito o uso de algemas em caso de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à 
integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a 
excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar civil e penal do agente ou 
da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da 
responsabilidade civil do Estado”. 
 
3. Flagrante preparado nos casos da Súmula 145 do STF. Vamos alertar que com a 
promulgação da Lei n. 13.964/2019, é possível responsabilização criminal do agente que 
vende armas, acessória e munição (artigo 17, §2º da Lei n. 10.826/2003) ou drogas para 
agente policial disfarçado (artigo 33, §1º, inciso IV da Lei n. 11.343/2006). 
 
“§2º. Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma de fogo, acessório ou munição, sem 
autorização ou em desacordo com a determinação legal ou regulamentar, a agente policial 
disfarçado, quando presentes elementos probatórios razoáveis de conduta criminal 
preexistente.”. 
 
“IV - vende ou entrega drogas ou matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à 
preparação de drogas, sem autorização ou em desacordo com a determinação legal ou 
regulamentar, a agente policial disfarçado, quando presentes elementos probatórios razoáveis de 
conduta criminal preexistente.” 
 
4. Flagrante forjado. 
 
Exemplo:“H” inimigo de “I” planta drogas em seu carro e chama a polícia. A Autoridade Policial 
verifica por meio de câmeras a atitude de “H”. 
 
5. Flagrante em crime impossível: artigo 17 do CP. 
 
Exemplo: “X” é preso em flagrante por atirar em “Y”. Levado para o IMPL o Laudo Necroscópico 
atesta que a morte de “Y” ocorreu horas antes em por ingestão de veneno. 
 
6. Flagrante baseado em provas ilícitas: artigo 5º, inciso LVI CF. 
 
“LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;” 
Exemplo: “B” Delegado de Polícia obtém, através de autorização judicial, a realização de escutas 
telefônicas nas linhas de “C” por 20 dias. Sem renovar o pedido, no 21º dia ele obtém a confissão 
de “C”. 
 
7. Ausência entrega de Nota de Culpa ao preso: artigo 5º, inciso LXIV CF. 
 
“LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu 
interrogatório policial;”. 
 
8. Não encaminhamento do APFD para o juiz: artigo 310 do CPP. 
9. Direito ao silencio do preso: artigo 5º, inciso LXIII CF. 
 
“LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-
lhe assegurada a assistência da família e de advogado;”. 
 
10. Comunicação imediata da prisão: artigo 5º, inciso LXII CF. 
 
“LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente 
ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;” 
 
11. Incomunicabilidade do preso: artigo 5º, inciso LXII e artigo 136, §3º da CF. 
12. Lavratura de Auto de Prisão em Flagrante nos crimes de Ação Penal Privada 
 
 
Estrutura básica do Relaxamento de Prisão 
 
1. ENDEREÇAMENTO: 
 
Possibilidade 01: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO ... VARA DA 
COMARCA DE ... 
 
Possibilidade 02: EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL (artigo 109 CF) 
DA SEÇÃO JUDICIARIA DE MINAS GERAIS. 
 
Possibilidade 03: EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL (artigo 109 CF) 
SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE SETE LAGOAS/MG 
 
2. PREÂMBULO: 
 
NOME DO ACUSADO, já qualificado nos Autos em epígrafe, por meio 
de seu advogado (instrumento de mandato em anexo), apresentar 
RELAXAMENTO DE PRISÃO, com fundamentos nos artigos 5º, inciso 
LXV da Constituição Federal e artigos 310, inciso I do Código de Processo 
Penal, pelas razões a seguir expostas: 
 
 
3. NARRATIVA DOS FATOS: 
I – DOS FATOS: 
 
Narrar os fundamentos de acordo com aquilo que foi colocado no problema, sem acrescentar 
nenhum elemento. 
 
4. FUNDAMENTAÇÃO: 
II – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS: 
 
Artigo 5º, inciso LXV da CF - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade 
judiciária; 
 
Demonstrar a ilegalidade da prisão, alguns exemplos foram colocados acima. 
 
5. PEDIDOS: 
III – DOS PEDIDOS: 
Diante do exposto requer a Vossa Excelência: 
 
a) a concessão do relaxamento da prisão, com a expedição do respectivo alvará́ de soltura. 
 
6. FECHAMENTO: 
N. Termos, 
P. Deferimento. 
 
Local e data 
 
ADVOGADO 
OAB/UF 
 
 
 
3.1.2 Liberdade provisória 
 
 
A liberdade provisória é a medida utilizada nos casos em que o sujeito preso seja colocado 
em liberdade, tanto é assim que o inciso LXVI do artigo 5º da CF preconiza que “LXVI - ninguém 
será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem 
fiança;”. 
 
Portanto, diferentemente do relaxamento de prisão, na liberdade provisória a prisão é 
legal (sem vícios), mas é possível descontinuá-la por ausência dos pressupostos legais. 
 
Conforme indicado acima, a prisão pode ser em flagrante, preventiva ou temporária. 
Indicamos abaixo de forma detalhada os requisitos alternativos da prisão preventiva: 
 
Garantia da ordem pública – conceito vago, utilizado como “clamor público” ou abalo 
social. 
Não é possível ser trabalhado sob o enfoque de gravidade abstrata do delito. Outra 
justificativa é a “credibilidade das instituições”. 
 
Prova de reiteração delitiva, gravidade concreto do delito. 
 
2. Em vista da natureza excepcional da prisão preventiva, somente se verifica a 
possibilidade da sua imposição quando evidenciado, de forma fundamentada e com base em dados 
concretos, o preenchimento dos pressupostos e requisitos previstos no art. 312 do Código de 
Processo Penal – CPP. Deve, ainda, ser mantida a prisão antecipada apenas quando não for 
possível a aplicação de medida cautelar diversa, nos termos previstos no art. 319 do CPP. 3. No 
caso em apreço, conforme se tem da leitura do decreto preventivo e do acórdão impugnado, 
verifica-se que a custódia cautelar foi adequadamente motivada pelas instâncias ordinárias, tendo 
sido demonstradas, com base em elementos concretos, a periculosidade da recorrente e a 
gravidade dos delitos, consubstanciadas nos fortes indícios de que integraria organização 
criminosa altamente articulada e voltada para prática de lavagem de dinheiro e tráfico de drogas, 
sendo apreendidos, inclusive, veículos, elevadas quantias em espécie e grande quantidade de 
cocaína, avaliada em mais de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais); o que demonstra concreto 
risco ao meio social. Nesse contexto, forçoso concluir que a prisão processual está devidamente 
fundamentada na garantia da ordem pública, não havendo falar, portanto, em existência de 
evidente flagrante ilegalidade capaz de justificar a sua revogação. (RHC 116.383/MG, j. 
05/09/2019). 
 
Necessidade de fatos contemporâneos: 
 
A prisão preventiva possui natureza excepcional, sempre sujeita a reavaliação, de modo que a 
decisão judicial que a impõe ou a mantém, para compatibilizar-se com a presunção de não 
culpabilidade e com o Estado Democrático de Direito – o qual se ocupa de proteger tanto a 
liberdade individual quanto a segurança e a paz públicas –, deve ser suficientemente motivada, 
com indicação concreta das razões fáticas e jurídicas que justificam a cautela, nos termos dos 
arts. 312, 313 e 282, I e II, do Código de Processo Penal. 2. A jurisprudência desta Corte Superior 
é firme em assinalar que a urgência intrínseca às cautelares exige a contemporaneidade dos fatos 
justificadores dos riscos que se pretende evitar com a segregação processual. 3. O Juiz 
sentenciante, mais de dois anos após os delitos, decretou a custódia provisória do réu, sem indicar 
fatos novos para evidenciar que ele, durante o longo período em que permaneceu solto, colocou 
em risco a ordem pública ou a instrução criminal. 4. A prevalecer a argumentação da decisão, 
todos os crimes de natureza grave ensejariam o aprisionamento cautelar de seus respectivos 
autores em qualquer tempo, o que não se coaduna com a excepcionalidade da prisão preventiva, 
princípio que há de ser observado para a convivência harmônica da cautela pessoal extrema com 
a presunção de não culpabilidade. 5. Ordem concedida para, confirmada a liminar anteriormente 
deferida, cassar a decisão que decretou a prisão preventiva, ressalvada a possibilidade de nova 
decretação da custódia cautelar caso efetivamente demonstrada a sua necessidade, sem prejuízo 
de fixação de medida alternativa, nos termos do art. 319 do CPP. Extensão dos efeitos aos corréus 
presos pela mesma decisão. (HC 509.878/SP, j. 05/09/2019). 
 
Prisão preventiva baseada na gravidade do delito: 
 
2. As prisões cautelares materializam-se como exceção às regras constitucionais e, como tal, sua 
incidência em cada caso concreto deve vir fulcrada em elementos que demonstrem a sua efetiva 
necessidade no contexto fático-probatório apreciado, sendo inadmissível sem a existência de 
razão sólida e individualizada a motivá-la, especialmente com a edição e entrada em vigor da Lei 
n. 12.403⁄2011. 4. No caso, da leitura das decisões que ordenaram e mantiveram a segregação 
cautelar do paciente, constata-se que não foi apresentado qualquer fundamento idôneo para 
tanto, limitando-se o Juiz singular a fazer referência à gravidade em abstrato do delito quelhe 
foi imputado, ao clamor público e à credibilidade da justiça, o que, por si só, não justifica a 
segregação antecipada. (HC 497.006/MS, j. 07/05/2019). 
 
Prisão preventiva baseado clamor público. 
 
A privação antecipada da liberdade do cidadão acusado de crime reveste-se de caráter 
excepcional em nosso ordenamento jurídico (art. 5º, LXI, LXV e LXVI, da CF). Assim, a medida, 
embora possível, deve estar embasada em decisão judicial fundamentada (art. 93, IX, da CF), que 
demonstre a existência da prova da materialidade do crime e a presença de indícios suficientes 
da autoria, bem como a ocorrência de um ou mais pressupostos do artigo 312 do Código de 
Processo Penal. Exige-se, ainda, na linha perfilhada pela jurisprudência dominante deste 
Superior Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal Federal, que a decisão esteja pautada em 
motivação concreta, sendo vedadas considerações abstratas sobre a gravidade do crime. 4. No 
caso, destacou-se a repercussão social e a maneira pela qual foi realizado o crime, uma vez que 
ao paciente é imputada conduta de exacerbada culpabilidade, a indicar sua periculosidade e 
justificar a prisão como forma de garantia da ordem pública. De fato, ao examinar a conduta 
apontada como fundamento para indeferir-se o direito de recorrer em liberdade, o magistrado 
singular destacou que “há, pois, elevado grau de culpabilidade, em razão da quantidade de droga 
transportada pelo acusado, eis que fora apreendido 20kg (vinte) quilos de substância 
entorpecente – crack – separadas em tabletes de 01 kg (um) quilo cada”. Ressalte-se que, em 
razão da natureza altamente destrutiva e extremamente concentrada da droga, a quantidade, por 
si só expressiva, revela-se enorme, evidenciando a necessidade da prisão. (AgRg no HC 
507.725/TO, j. 04/06/2019). 
 
Garantia da ordem econômica – inserido pela Lei n. 8.884/1994, também é um 
conceito vago. Observe o artigo 30 da Lei n. 7.492/1986. 
Conveniência da instrução criminal – quando o sujeito, por exemplo, está 
destruindo provas ou coagindo testemunhas 
Para assegurar a aplicação da lei penal – quando há prova concreta de risco de 
fuga, o que tornaria a sentença penal inócua. 
 
No que tange à fiança verifica-se que se trata de uma forma pecuniária de garantir a 
liberdade, bem como o êxito do processo, em outras palavras: 
 
“[...] a fiança é uma contracautela, uma garantia patrimonial, caução real, prestada 
pelo imputado e que se destina, inicialmente, ao pagamento das despesas processuais, multa e 
indenização, em caso de condenação, mas também como fato inibidor da fuga.”5. 
 
No Código de Processo Penal, a fiança está prevista nos artigo 322 e seguintes. Observa-
se pela leitura do artigo 322 do CPP, a Autoridade Policial pode, nos crimes com pena de até 04 
anos, estabelecer a fiança, significa que os demais casos são estabelecidos pelo Juiz. 
 
No artigo 323 do CPP, vamos encontrar os crimes inafiançáveis: o crime de racismo, de 
tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, terrorismo e nos definidos como crimes 
hediondos e os crimes cometidos por grupos armados, civis ou militares, contra a ordem 
constitucional e o Estado Democrático. 
 
Já o artigo 324 apresenta dos casos em que não se concede a fiança, veja-se que tais 
hipóteses não tem relação com a natureza do crime como na hipótese anterior, mas sim com 
condutas do afiançado ou com a natureza da prisão: 
 
 Art. 324. Não será, igualmente, concedida fiança: 
I - aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado fiança anteriormente concedida ou 
infringido, sem motivo justo, qualquer das obrigações a que se referem os arts. 327 e 328 deste 
Código; 
II - em caso de prisão civil ou militar; 
IV - quando presentes os motivos que autorizam a decretação da prisão preventiva. 
 
A fiança pode ser em dinheiro ou coisas que tenham valor monetário, conforme 
estabelecido pelo artigo 330 do CPP: “A fiança, que será sempre definitiva, consistirá em depósito 
de dinheiro, pedras, objetos ou metais preciosos, títulos da dívida pública, federal, estadual ou 
municipal, ou em hipoteca inscrita em primeiro lugar.”. 
 
Ao prestar fiança o sujeito pode ser compelido a cumprir algumas determinações e caso 
desobedecer: “Art. 327. A fiança tomada por termo obrigará o afiançado a comparecer perante 
 
5 LOPES JR., Aury. Direito Processual Penal. 20 ed. São Paulo: Saraiva, 2020, p. 747. 
a autoridade, todas as vezes que for intimado para atos do inquérito e da instrução criminal e 
para o julgamento. Quando o réu não comparecer, a fiança será havida como quebrada.”. 
 
Vale consignar para finalizar nossa análise que, tanto no relaxamento de prisão quanto na 
liberdade provisória não estamos voltados à discutir o mérito da questão, mas sim liberar o sujeito 
indevidamente preso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Estrutura básica da Liberdade Provisória com ou sem Fiança: 
 
1. ENDEREÇAMENTO: 
 
Possibilidade 01: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO ... VARA DA 
COMARCA DE ... 
 
Possibilidade 02: EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL (artigo 109 CF) 
DA SEÇÃO JUDICIARIA DE MINAS GERAIS. 
 
Possibilidade 03: EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL (artigo 109 CF) 
SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE SETE LAGOAS/MG 
 
2. PREÂMBULO: 
 
NOME DO ACUSADO, já qualificado nos Autos em epígrafe, por meio 
de seu advogado (instrumento de mandato em anexo), apresentar 
LIBERDADE PROVISÓRIA COM OU SEM FIANÇA, com 
fundamentos nos artigos 5º, inciso LXVI da Constituição Federal e artigos 
310, inciso III e 321, ambos do Código de Processo Penal, pelas razões a 
seguir expostas: 
 
 
3. NARRATIVA DOS FATOS: 
I – DOS FATOS: 
 
Narrar os fundamentos de acordo com aquilo que foi colocado no problema, sem acrescentar 
nenhum elemento. 
 
4. FUNDAMENTAÇÃO: 
II – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS: 
 
Combater o fumus comissi delicti, o periculum libertatis + artigo 312, caput, primeira 
parte do CPP (ordem pública, ordem econômica, conveniência da instrução criminal e assegurar a 
aplicação da lei penal). 
 
Recorde sobre os requisitos da prisão preventiva descritos nas páginas anteriores, esses 
requisitos podem também ser levantadas numa possível impetração de HC. 
 
5. PEDIDOS: 
III – DOS PEDIDOS: 
Diante do exposto requer a Vossa Excelência: 
 
a) a concessão da liberdade provisória com ou sem fiança, com a expedição do respectivo 
alvará́ de soltura. 
 
6. FECHAMENTO: 
N. Termos, 
P. Deferimento. 
 
Local e data 
 
ADVOGADO 
OAB/UF 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.2 Ação Penal 
 
Observe o mnemônico abaixo sobre a ação penal: 
 
 
 
3.2.1 Queixa-Crime 
 
Ao analisar o quadro acima verifica-se que a Ação Penal pode ser pública 
(incondicionada ou condicionada à representação ou requisição do Ministro da Justiça). No caso 
dos crimes de ação penal privada está poderá ser propriamente dita ou subsidiária da pública. 
 
No primeiro caso a regra é que os crimes sejam processados mediante denúncia, 
consubstanciada na peça inicial de lavra do Ministério Público. Já no segundo caso temos a 
forma como a vítima ou seu representante legal podem acionar a jurisdição penal para buscar 
possível responsabilização 
 
A regra é que as ações sejam públicas incondicionadas, conforme artigo 100 do CP, 
caso seja diversa, a ação será indica no próprio Código Penal, como nos casos do crime de 
ameaça (artigo 147 do CP – representação) ou no caso dos crimes contra a honra com exceção 
de injúria racional ou praticado contra o Presidente da República, são processados mediante 
queixa, observe o quadro abaixo: 
 
CRIME FUNDAMENTO TIPO DE AÇÃO PENAL 
CALÚNIA (artigo 138 CP) Artigo 145 CP A. P. Privada propriamente dita. 
INJÚRIA (artigo 140 CP) Artigo 145 CP A. P. Privada propriamente dita. 
Injúria Real (artigo 140, §2º 
CP) 
Artigo 145 CP A. P. Pública condicionada à representação. 
Injúria Racial (artigo 140,§3º CP) 
Artigo 145, p. u. CP A. P. Pública condicionada à representação. 
DIFAMAÇÃO (artigo 139 
CP) 
Artigo 145 CP A. P. Privada propriamente dita. 
CRIME C/ HONRA P.R. 
(artigo 141, I CP) 
Artigo 145, p. u. CP A. P. Pública condicionada à requisição do 
Ministro da Justiça. 
CRIME C/ HONRA S.P. 
(artigo 141, II CP) 
Artigo 145, p. u. CP A. P. Pública condicionada à representação. 
 
 
Vamos no mnemônico abaixo analisar a forma como poderemos identificar a 
queixa-crime em nosso exame da Ordem: 
 
 
 
Estrutura básica da Queixa-Crime: 
 
1. ENDEREÇAMENTO: 
 
Possibilidade 01: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO ... VARA 
DA COMARCA DE ... 
 
Possibilidade 02: EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... 
JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL DA COMARCA DE ... 
 
 
Autos n. ... 
 
2. PREÂMBULO: 
 
Possibilidade 01: 
NOME COMPLETO, qualificação exauriente, por seu meio de seu 
advogado que esta subscreve (Procuração com Poderes Especiais), 
vem, respeitosamente perante Vossa Excelência, oferecer QUEIXA-
CRIME, fundamento legal no artigo 30 e 41 do Código de Processo 
Penal e artigo 100, §2º do Código Penal, em face de NOME 
COMPLETO, qualificação exauriente, pelos motivos a seguir: 
 
Possibilidade 02: 
 
 
NOME COMPLETO, qualificação exauriente, por seu meio de seu 
advogado que esta subscreve (Procuração com Poderes Especiais), 
vem, respeitosamente perante Vossa Excelência, oferecer QUEIXA-
CRIME SUBSIDIÁRIA, fundamento legal no artigo 5º, inciso LIX da 
Constituição, 29 do Código de Processo Penal e artigo 100, §2º do 
Código Penal, em face de NOME COMPLETO, qualificação 
exauriente, pelos motivos a seguir: 
 
 
3. NARRATIVA DOS FATOS: 
I – DOS FATOS: 
 
Narrar os fundamentos de acordo com aquilo que foi colocado no problema, sem acrescentar 
nenhum elemento. 
 
4. FUNDAMENTAÇÃO: 
II – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS: 
 
Demonstrar o fundamento de sua pretensão, de forma a convencer o julgar a condenar 
o querelado pela conduta perpetrada. 
 
Deve-se lembrar que sua posição é de acusador. 
 
Importante ler a redação do artigo 41 do Código de Processo Penal - Necessidade de 
apontar os crimes de forma precisa. 
 
“É inepta a queixa-crime que não descreve a conduta que se considera delitiva nem 
se pormenoriza no que constituem os crimes contra a honra imputados aos ofendidos.” 
(RJDTACRIM 26/174). 
 
“É inepta a Queixa-Crime, que, embora narre longamente os fatos, não indica, 
precisamente, os termos proferidos pelo acusado caracterizariam algum delito contra a 
honra do querelado.” (RJDTACRIM 40/353). 
 
Ex.: No caso de queixa-crime versando sobre delitos contra a honra. 
 
 FUNDAMENTO CONDUTA HONRA OFENDIDA 
CALÚNIA Artigo 138 CP. Imputar determinado fato 
previsto como crime 
sabidamente falso. 
Honra objetiva 
(reputação). 
DIFAMAÇÃO Artigo 139 CP. Imputar determinado fato 
não criminoso, porém 
Honra objetiva 
(reputação). 
desonroso, não 
importando se verdadeiro 
ou falso. 
INJÚRIA Artigo 140 CP. Atribuir qualidade 
negativa a alguém. 
Honra subjetiva 
(dignidade/decoro, 
autoestima). 
 
 
O querelado cometeu crime de calúnia (artigo 138 do Código Penal), na medida em 
que atribuiu a Querelante o cometimento do crime de ... 
 
No mesmo contexto, também se fala em crime de difamação, esculpido no artigo 140 
do Código Penal, já feriu a honra objetiva e colocou a Querelante em uma difícil situação 
perante a sociedade. 
 
Possibilidade 01: In casu, observa-se a necessidade de aplicação do concurso material de 
crimes, nos moldes do artigo 69 do Código Penal. 
 
Possibilidade 02: In casu, observa-se a necessidade de aplicação do concurso formal de crimes, 
nos moldes do artigo 70 do Código Penal. 
 
5. PEDIDOS: 
III – DOS PEDIDOS: 
 
Ante o exposto, requer à Vossa Excelência, após a manifestação do Ministério Público: 
a) O recebimento da Queixa-Crime; 
b) Citação do querelado, para apresentar Resposta Escrita à Acusação; 
c) Condenação do querelado no crime por ele cometido – Ex.: nos crimes de calúnia 
(artigo 139 do CP) e difamação (artigo 140) nos moldes do artigo 70 CP (concurso de crimes). 
d) Fixação do valor à título de indenização, artigo 387, inciso IV do CPP. 
 
6. TESTEMUNHAS: 
Requer a intimação das testemunhas arroladas (procedimento ordinário até 08 
testemunhas) abaixo: 
1. NOME COMPLETO, endereço. 
2. NOME COMPLETO, endereço. 
 
7. FECHAMENTO DA PEÇA: 
Nestes Termos, 
Pede Deferimento. 
 
Possibilidade 01: Local e Data. 
 
FIQUE ATENTO!!! as provas geralmente indicam a data em que o sujeito foi citado para que 
o aluno faça a contagem de prazo – Possibilidade 02: Local, data – ou se o exercício indicar 
marcar 06 meses decadenciais do conhecimento do fato. 
 
ADVOGADO 
OAB/UF 
 
 
 
3.2.2 Procuração com poderes especiais 
 
• Procuração para queixa-crime não é uma simples procuração ad judicia. 
• Necessário que, além dos requisitos normalmente trabalhados num instrumento de 
mandato comum, é preciso conter um breve resumo dos fatos; o que inclusive serve 
como salvaguarda do próprio advogado. 
• Se presta como salvaguarda do próprio advogado. 
• Observe o disposto no artigo 44 do CPP. 
 
Artigo 44. A queixa poderá ser dada por procurador com poderes especiais, devendo 
constar do instrumento do mandato o nome do querelante e a menção do fato criminoso, 
salvo quando tais esclarecimentos dependerem de diligências que devem ser previamente 
requeridas no juízo criminal. 
 
• Importante também que contenha a assinatura do querelante. 
 
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. CALÚNIA. QUEIXA-CRIME. NULIDADE 
DA PROCURAÇÃO OFERTADA PELA QUERELANTE. AUSÊNCIA DE DESCRIÇÃO DOS 
FATOS CRIMINOSOS E DE OUTORGA DE PODERES ESPECIAIS. INSTRUMENTO DE 
MANDATO EM DESCONFORMIDADE COM O ARTIGO 44 DA LEI PENAL ADJETIVA. 
ASSINATURA DA QUERELANTE NA QUEIXA-CRIME. DEFEITO SUPERADO. 
DESPROVIMENTO DO RECLAMO. 1. Não se desconhece a existência de precedentes desta 
Corte Superior de Justiça no sentido de que a exigência contida no artigo 44 do Código de 
Processo Penal, consistente na menção do fato criminoso no aludido documento, é cumprida 
com a indicação do dispositivo de lei no qual o querelado é dado como incurso. 2. No entanto, 
para que reste atendido o comando contido no referido dispositivo processual penal, é 
indispensável que a procuração contenha uma descrição, ainda que sucinta, dos fatos a serem 
abordados na queixa-crime. Doutrina. Precedentes do STJ e do STF. 3. No caso dos autos, a 
procuração ofertada pela querelante confere poderes gerais ao causídico nela mencionado, o 
que inviabilizaria o prosseguimento da ação penal em tela, já que não é possível aferir quais 
fatos deveriam ser objeto da inicial. 4. Contudo, o defeito em questão não tem o condão de 
obstaculizar o andamento do processo em exame, uma vez que a autora do feito assinou o 
pedido de explicações que foi acolhido como queixa-crime juntamente com o profissional da 
advocacia que a assiste, circunstância que revela que consentiu com os seus termos, 
viabilizando a responsabilidade por eventual denunciação caluniosa. Precedente. 5. Recurso 
desprovido (STJ – RHC n. 82.732/RS, Rel. Min. Jorge Mussi, DJe 24/05/2017). 
 
REQUISITOS INFORMAÇÕES NECESSÁRIAS 
NOME COMPLETO DO 
QUERELANTE 
Com qualificação exauriente. 
NOME COMPLETO DO ADVOGADO Com qualificação exauriente 
PODERES DA PROCURAÇÃO Poderes existentes em procurações “ad 
judicia”. 
ESPECIFICAR O QUE SE 
PRETENDE 
Ingresso com Queixa-crime, com fulcro no 
artigo 44 do CPP. 
DADOS DO QUERELADO Indicar a qualificação que o querelante 
possui. 
BREVE RESUMO DOS FATOS Síntese da situação ensejadora do ingresso 
com a Queixa-Crime. 
INDICAÇÃO DO DISPOSITIVO 
LEGAL 
Necessário observar se o delito é de Ação 
Penal Privada. 
 
 
 
 
 
Estrutura básica da Procuração com poderes especiais: 
 
 
PROCURAÇÃO 
 
 
NOME DO OUTORGANTE(QUERELANTE), nacionalidade, estado civil, 
profissão, inscrita no CPF sob o nº , RG nº SSP/MG, residente e domiciliado na Rua/Avenida, 
n., Bairro, CEP.:, Cidade/UF, nomeia e constitui como seus procuradores os advogados Dr. 
NOME DO ADVOGADO, nacionalidade, estado civil, advogado, inscrito na OAB/UF n., com 
endereço profissional na Rua/Avenida, n., CEP.:, Cidade/UF, a quem concede, com fulcro do 
art. 44 do Código de Processo Penal, PODERES ESPECIAIS PARA INGRESSAR EM 
JUÍZO COM QUEIXA-CRIME, contra QUERELADO, porque há menos de seis meses, 
precisamente no dia DD/MM/AAAA, a autora elaborou e encaminhou via aplicativo Whats 
App/Facebook/Instagram vídeo/foto/frase com o seguinte conteúdo “” tendo, assim, diante da 
prática de crime contra a honra, motivado a presente Ação Penal Privada. 
 
LOCAL/UF, DD de mês de ano. 
 
 
NOME DO OUTORGANTE 
CPF n.
3.2.3 Resposta Escrita à Acusação 
 
• Peça desenvolvida após a citação do acusado. Significa que a denúncia ou queixa foi 
recebida. 
• OUTRAS NOMENCLATURAS: Defesa preliminar (artigo 514 CPP – crimes 
afiançáveis de Funcionário Público) e Defesa prévia (artigo 55 da Lei de Drogas). 
• Podem ser utilizados como denominação do postulante: ACUSADO, RÉU ou 
IMPUTADO. 
• Fundamento da peça: artigo 396 e 396-A do CPP ou artigo 406 do CPP (Procedimento 
do Júri). 
• Sua realização é obrigatória, isso porque caso o acusado seja citado, e não apresente 
defesa, é necessário que o juiz nomeie um advogado para fazê-lo (artigo 396-A, §2º do 
CPP). 
• Prazo para apresentação de defesa são 10 dias, contados a partir da citação do 
acusado. 
 
COMO CONTAR O PRAZO? 
 
Seguindo o disposto no artigo 798 do CPP e da Súmula 710 do STF. 
 
Art. 798. Todos os prazos correrão em cartório e serão contínuos e peremptórios, não 
se interrompendo por férias, domingo ou dia feriado. 
§1º. Não se computará no prazo o dia do começo, incluindo-se, porém, o do 
vencimento. 
 
 
Sumula 710 STF. No processo penal, contam-se os prazos da data da intimação, e 
não da juntada aos autos do mandado ou da carta precatória ou de ordem. 
 
• Observe que não houve alteração na contagem do prazo processual penal após a 
vigência do Novo Código de Processo Penal. 
• CUIDADO: a Súmula 710 do STF fala em intimação, mas deve-se observar a questão 
relativa à citação do acusado. 
 
EXEMPLO. A denúncia foi recebida no dia 20.02.2020, o acusado foi citado no dia 
17.03.2020 (terça-feira) para apresentar resposta escrita à acusação. Sabemos que o prazo dessa 
defesa são 10 dias. 
Vamos contar: 
 
17.03.2020 (terça-feira) 22.03.2020 (domingo) 
18.03.2020 (quarta-feira) 23.03.2020 (segunda-feira) 
19.03.2020 (quinta-feira) 24.03.2020 (terça-feira) 
20.03.2020 (sexta-feira) 25.03.2020 (quarta-feira) 
21.03.2020 (sábado) 26.03.2020 (quinta-feira) 
27.03.2020 (sexta-feira) – PRAZO FINAL 
 
Lembrando que, se o acusado for citado por edital, a contagem se inicia quando esse 
comparece ao processo. 
 
Conteúdo (teses) conforme disposto no artigo 396-A do CPP é possível levantar todos 
os argumentos defensivos: 
 
Preliminares: processuais (artigo 564 do CPP) e mérito (artigo 107 do CP): são 
matérias com capacidade de encerrar o processo, mas que não se debruçam sobre o mérito. 
 
Mérito: conforme artigo 397 do CP. 
 
 
 
 
 
 
 
 
E/ou artigo 395, que tratam das causas de rejeição da denúncia (inépcia, ausência 
de pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal e ausência de justa 
causa para o exercício da ação penal). 
Negativa de autoria. 
Inexistência do fato. 
Excludente de tipicidade. 
Excludente de ilicitude. 
Excludente de culpabilidade. 
Importante trazer o chamado Princípio da Eventualidade: necessário levantar-se 
na resposta escrita à acusação questões relativas à eventual condenação por um delito menos 
gravoso. 
 
Vamos exemplificar utilizando uma peça prático-profissional da XXI Exame 
Unificado da OAB6: 
 
Gabriela, nascida em 28/04/1990, terminou relacionamento amoroso com Patrick, 
não mais suportando as agressões físicas sofridas, sendo expulsa do imóvel em que residia 
com o companheiro em comunidade carente na cidade de Fortaleza, Ceará, juntamente com 
o filho do casal de apenas 02 anos. Sem ter familiares no Estado e nem outros conhecidos, 
passou a pernoitar com o filho em igrejas e outros locais de acesso público, alimentando-se 
a partir de ajudas recebidas de desconhecidos. Nessa época, Gabriela fez amizade com Maria, 
outra mulher em situação de rua que frequentava os mesmos espaços que ela. 
No dia 24 de dezembro de 2010, não mais aguentando a situação e vendo o filho 
chorar e ficar doente em razão da ausência de alimentação, após não conseguir emprego ou 
ajuda, Gabriela decidiu ingressar em um grande supermercado da região, onde escondeu na 
roupa dois pacotes de macarrão, cujo valor totalizava R$18,00 (dezoito reais). Ocorre que a 
conduta de Gabriela foi percebida pelo fiscal de segurança, que a abordou no momento em 
que ela deixava o estabelecimento comercial sem pagar pelos bens, e apreendeu os dois 
produtos escondidos. 
Em sede policial, Gabriela confirmou os fatos, reiterando a ausência de recursos 
financeiros e a situação de fome e risco físico de seu filho. Juntado à Folha de Antecedentes 
Criminais sem outras anotações, o laudo de avaliação dos bens subtraídos confirmando o 
valor, e ouvidos os envolvidos, inclusive o fiscal de segurança e o gerente do supermercado, 
o auto de prisão em flagrante e o inquérito policial foram encaminhados ao Ministério 
Público, que ofereceu denúncia em face de Gabriela pela prática do crime do Art. 155, caput, 
c/c Art. 14, inciso II, ambos do Código Penal, além de ter opinado pela liberdade da acusada. 
O magistrado em atuação perante o juízo competente, no dia 18 de janeiro de 2011, 
recebeu a denúncia oferecida pelo Ministério Público, concedeu liberdade provisória à 
acusada, deixando de converter o flagrante em preventiva, e determinou que fosse realizada 
a citação da denunciada. Contudo, foi concedida a liberdade para Gabriela antes de sua 
citação e, como ela não tinha endereço fixo, não foi localizada para ser citada. 
No ano de 2015, Gabriela consegue um emprego e fica em melhores condições. Em 
 
6 Edital 2016.3, prova aplicada em 22/01/2017. 
razão disso, procura um advogado, esclarecendo que nada sabe sobre o prosseguimento da 
ação penal a que respondia. Disse, ainda, que Maria, hoje residente na rua X, na época dos 
fatos também era moradora de rua e tinha conhecimento de suas dificuldades. Diante disso, 
em 16 de março de 2015, segunda-feira, sendo terça-feira dia útil em todo o país, Gabriela e 
o advogado compareceram ao cartório, onde são informados que o processo estava em seu 
regular prosseguimento desde 2011, sem qualquer suspensão, esperando a localização de 
Gabriela para citação. Naquele mesmo momento, Gabriela foi citada, assim como intimada, 
junto ao seu advogado, para apresentação da medida cabível. Cabe destacar que a ré, 
acompanhada de seu patrono, já manifestou desinteresse em aceitar a proposta de suspensão 
condicional do processo oferecida pelo Ministério Público. 
 
Considerando a situação narrada, apresente, na qualidade de advogado(a) de 
Gabriela, a peça jurídica cabível, diferente do habeas corpus, apresentando todas as teses 
jurídicas de direito material e processual pertinentes. A peça deverá ser datada no último dia 
do prazo. (Valor: 5,00) 
 
Nesse exercício, o examinador requer a construção de uma Resposta Escrita à 
Acusação, segundo o artigo 396 e 396-A do CPP. No quadro abaixo, vamos detalhar melhor 
todos os tópicos exigidos pelo examinador. 
 
Mas vamos utilizar esse espaço para aplicar o princípio da eventualidade. Observe 
que a conduta de Gabriela, foi o furto de dois pacotes de macarrão de um grande hipermercado 
no valor de R$18,00 (dezoito reais). 
 
Como nosso objetivo é a absolviçãoa primeira tese seria a aplicação do princípio 
da insignificância, visto que ausente a ofensa ao bem jurídico, constituindo causa de exclusão 
da tipicidade. 
 
A segunda tese seria a buscar outra hipótese de absolvição, na medida em que a 
conduta de gravidade se amolda ao Estado de Necessidade, segundo o artigo 24 do CP. 
 
Aplicando o princípio da eventualidade, o examinando deveria, diante do contexto, 
requerer caso as duas hipóteses acima fossem rechaçadas, deveria ser aplicada o §2º do artigo 
155 do CP, porque trata-se de coisa de pequeno valor, podendo o juiz poderia substituir a pena 
de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de 
multa. 
Observe agora o espelho de correção apresentado pela banca examinadora: 
 
ITEM PONTUAÇÃO 
RESPOSTA À ACUSAÇÃO 
1. Endereçamento: Vara Criminal da Comarca de Fortaleza, 
Ceará (0,10) 
0,00/0,10 
2. Fundamento legal: Art. 396-A OU Art. 396, ambos do 
Código de Processo Penal 
(0,10) 
0,00/0,10 
Teses jurídicas de direito processual e material: 
3. Reconhecimento da causa de extinção da 
punibilidade (0,25), em razão da ocorrência de prescrição da 
pretensão punitiva estatal (0,30). Citação do art. 107, IV, do 
CP (0,10) 
0,00/0,25/0,30/ 
0,35/0,40/0,55/0,65 
3.1. Prescrição em razão de entre a data do recebimento da 
denúncia e a manifestação do advogado ter sido ultrapassado 
o prazo prescricional de 04 anos (0,20), já que Gabriela era 
menor de 21 anos na data dos fatos, devendo o prazo ser 
computado pela metade (0,15). Citação do art. 109, IV E do 
art. 115 do CP (0,10) 
0,00/0,15/0,20/0,25/ 
0,30/0,35/0,45 
4. Arguição de que a conduta narrada evidentemente não 
constituir crime em razão da atipicidade (0,40), diante da 
aplicaçãodo princípio da bagatela/insignificância 
(0,80) 
0,00/0,40/0,80/1,20 
5. Arguição da existência de manifesta causa de exclusão da 
ilicitude (0,40), poisGabriela agiu em estado de necessidade 
diante da situação de fome e risco para a saúde de seu 
filho (0,70), nos termos do Art. 24 do Código Penal (0,10). 
0,00/0,40/0,50/0,70/ 
0,80/1,10/1,20 
Pedidos: 
6. Absolvição Sumária (0,50), com fundamento no Art. 397, 
inciso I, (0,10), no Art. 
397, inciso III, (0,10) e no Art. 397, inciso IV, todos do 
CPP (0,10). 
0,00/0,50/0,60/ 0,70/0,80 
7. Rol de testemunhas (0,30) 0,00/0,30 
Fechamento 
8. Prazo: 26 de março de 2015 (0,10) 
0,00/0,10 
9. Local, data, advogado(a) e OAB (0,10) 0,00/0,10 
 
 
Os pedidos devem refletir a fundamentação jurídica. Ademais é necessário que sejam 
feitos em ordem lógica, ou seja, primeiro as preliminares (processuais e de mérito) e depois o 
mérito propriamente dito. 
 
Por fim, na Resposta Escrita à Acusação é necessário à indicação do Rol de 
testemunhas, que no caso do rito comum ordinário podem ser arroladas até oito testemunhas.
 
Estrutura básica da Resposta Escrita à Acusação: 
 
1. ENDEREÇAMENTO: 
Possibilidade 01: EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 
... VARA CRIMINAL DA COMARCA DE CURITIBA/PR. 
 
Possibilidade 02: EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL (artigo 109 CF) 
DA SEÇÃO JUDICIARIA DE MINAS GERAIS. 
 
Possibilidade 03: EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL (artigo 109 CF) 
SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE SETE LAGOAS/MG 
 
Autos n. ... 
 
2. PREÂMBULO: 
 
NOME DO ACUSADO, já qualificado nos Autos em epígrafe, por 
meio de seu advogado, oferecer RESPOSTA ESCRITA À 
ACUSACAO (DEFESA PRÉVIA ou DEFESA 
PRELIMINAR), com fundamentos nos artigos 396 e 396-A do Código 
de Processo Penal, pelas razões a seguir expostas: 
 
3. NARRATIVA DOS FATOS: 
I – DOS FATOS: 
 
Narrar os fundamentos de acordo com aquilo que foi colocado no problema, sem acrescentar 
nenhum elemento. 
 
4. FUNDAMENTAÇÃO: 
II – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS: 
a) Das preliminares: 
 
• Incompetência. 
• Nulidades – artigo 564 do CPP. 
• Extinção da Punibilidade – artigo 107 do CP. 
• Prova ilícita – artigo 
• Rejeição da denúncia – artigo 41 do CPP. 
 
b) Do mérito: 
 
• Negativa de autoria. 
• Inexistência do fato. 
• Excludente de tipicidade. 
• Excludente de ilicitude. 
• Excludente de culpabilidade. 
 
Tese subsidiário de forma ao princípio da eventualidade. 
 
5. PEDIDOS: 
III – DOS PEDIDOS: 
a) Possibilidade 01: Nulidade dos atos processuais. 
a) Possibilidade 02: Diante do exposto requer a absolvição sumária do acusado, com 
fundamento no artigo 397, inciso I, II, III ou IV do Código de Processo Penal. 
b) Observe se existem outros pedidos seguindo a lógica do princípio da eventualidade 
 
6. TESTEMUNHAS: 
Requer a intimação das testemunhas arroladas (procedimento ordinário até 08 testemunhas) 
abaixo: 
1. NOME COMPLETO, endereço. 
2. NOME COMPLETO, endereço. 
 
7. FECHAMENTO DA PEÇA: 
Nestes Termos, 
Pede Deferimento. 
 
Possibilidade 01: Local e Data. 
 
FIQUE ATENTO!!! as provas geralmente indicam a data em que o sujeito foi citado para que 
o aluno faça a contagem de prazo – Possibilidade 02: Local, 08 de março de 2021. 
 
ADVOGADO 
OAB/UF 
3.2.4 Memoriais (Alegações Finais) 
 
 
 
 
 
 
 
Estrutura básica dos Memoriais: 
 
1. ENDEREÇAMENTO: 
Possibilidade 01: EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 
... VARA CRIMINAL DA COMARCA DE CURITIBA/PR. 
 
Possibilidade 02: EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL (artigo 109 
CF) DA SEÇÃO JUDICIARIA DE MINAS GERAIS. 
 
Possibilidade 03: EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL (artigo 109 
CF) SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE SETE LAGOAS/MG 
 
Autos n. ... 
 
2. PREÂMBULO: 
 
Possibilidade 01: 
NOME DO ACUSADO, já qualificado nos Autos em epígrafe, por 
meio de seu advogado, oferecer MEMORIAIS (ALEGACOES 
FINAIS SOB FORMA DE MEMORIAL ESCRRITOS), com 
fundamentos nos artigos 403, §3º, 404, parágrafo único Código de 
Processo Penal, pelas razões a seguir expostas: 
 
Possibilidade 02 – no caso de Rito do Tribunal do Júri: 
 
NOME DO ACUSADO, já qualificado nos Autos em epígrafe, por 
meio de seu advogado, oferecer MEMORIAIS (ALEGACOES 
FINAIS SOB FORMA DE MEMORIAL ESCRITOS), com 
fundamentos nos artigo 411, do Código de Processo Penal, pelas 
razões a seguir expostas: 
 
 
3. NARRATIVA DOS FATOS: 
I – DOS FATOS: 
 
Narrar os fundamentos de acordo com aquilo que foi colocado no problema, sem acrescentar 
nenhum elemento. 
 
4. FUNDAMENTAÇÃO: 
II – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS: 
a) Das preliminares: 
 
• Incompetência. 
• Nulidades – artigo 564 do CPP. 
• Extinção da Punibilidade – artigo 107 do CP. 
• Prova ilícita – artigo 
• Rejeição da denúncia – artigo 41 do CPP. 
 
b) Do mérito: 
 
• Negativa de autoria. 
• Inexistência do fato. 
• Excludente de tipicidade. 
• Excludente de ilicitude. 
• Excludente de culpabilidade. 
 
Tese subsidiário de forma ao princípio da eventualidade. 
 
5. PEDIDOS: 
III – DOS PEDIDOS: 
Possibilidade 01: 
a) Nulidade dos atos processuais. 
b) a) Diante do exposto requer a absolvição do acusado, com fundamento no artigo 386, inciso 
I, II, III, IV, V, VI ou VII do Código de Processo Penal. 
c) Observe se existem outros pedidos seguindo a lógica do princípio da eventualidade. 
 
Possibilidade 02: 
a) Diante do exposto requer a absolvição do acusado, com fundamento no artigo 386, inciso 
I, II, III, IV, V, VI ou VII do Código de Processo Penal. 
b) Observe se existem outros pedidos seguindo a lógica do princípio da eventualidade. 
Possibilidade 03: 
a) Diante do exposto requer a absolvição sumária do acusado, com fundamento no artigo 415 
do Código de Processo Penal. 
 
Possibilidade 04: 
a) Diante do exposto requer a o reconhecimento da impronúncia, nos termos no artigo 414 do 
Código de Processo Penal. 
b) Desclassificação do crime doloso contra a vida por outro de menor gravidade e com bem 
jurídico diverso. 
 
6. FECHAMENTO DA PEÇA: 
Nestes Termos, 
Pede Deferimento. 
 
Possibilidade 01: Local e Data. 
 
FIQUE ATENTO!!! as provas geralmenteindicam a data em que o sujeito foi citado para 
que o aluno faça a contagem de prazo – Possibilidade 02: Local, 07 de maio de 2021. 
 
ADVOGADO 
OAB/UF 
3.3 Recursos 
 
 
 
O recurso é, em termos simples, uma manifestação de inconformidade com uma 
decisão ou sentença jurisdicional. Dizendo de forma informal: caso esteja insatisfeito, 
recorra!!! 
 
De uma forma mais técnica podemos conceituar o recurso como um instrumento 
processual manejado em um único processo e utilizado pela parte prejudicada (afinal, não é 
lógico que o sujeito que seja favorecido pelo provimento, recorra) com objetivo de reformar 
total ou parcialmente uma decisão ou sentença. 
 
A sistemática processual penal brasileira apresenta determinadas características, 
vamos estudá-las: 
 
a) Recursos ordinários: a maioria dos recursos do CPP, prestam-se questionar sentenças 
ou decisão. 
Recursos extraordinários: recursos manejados em Tribunais Superiores e com 
fundamentação constitucional. Exemplo: Recurso Especial e Recurso Extraordinário. 
b) Recursos com fundamentação livre: a parte pode alegar qualquer matéria de fato e 
de direito. 
Recursos com fundamentação vinculada: a lei limita a argumentação do recurso. 
Exemplo: Tanto no Recurso Especial e Recurso Extraordinário a fundamentação é vinculada, 
porque suas hipóteses se encontram respectivamente nos artigos 105, inciso III e 102, inciso 
III, ambos da Constituição Federal. 
c) Recursos parciais: parte da matéria é impugnada. 
Recursos totais: toda a matéria é impugnada. 
d) Recursos horizontais: recursos endereçados ao mesmo órgão emissor da decisão. 
Exemplo: Embargos de Declaração. 
Recursos verticais: regra dos recursos, porque são endereçados a órgão 
hierarquicamente superior ao que exarou a decisão. 
e) Recursos voluntários: regra dos recursos, a parte que se sentir prejudicada deve 
interpor o recurso. 
Recursos obrigatórios: a lei determina que algumas decisões devem ser revistas pelo 
órgão hierarquicamente superior ao que exarou a decisão, o CPP no artigo 574, traz as 
hipóteses de recursos de ofício: da sentença que conceder habeas corpus e da que absolver 
desde logo o réu com fundamento na existência de circunstância que exclua o crime ou isente 
o réu de pena, nos termos do art. 411. 
 
Vamos partir para o estudo dos recursos em espécie seguindo a mesma sistema já 
adotada nessa apostila. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.3.1 Recurso em Sentido Estrito 
 
O Recurso em Sentido Estrito, presente nos artigos 581 e seguintes do CPP e se presta 
a questionar decisão ou despacho. Tal recurso é apresentado em duas petições: a petição de 
interposição, dirigida ao juiz emissor da decisão com pedido de reconsideração (artigo 589 do 
CPP) e a petição de razões recursais, endereçada ao Tribunal. Ao primeiro denominamos juízo 
a quo e ao segundo denominamos juízo ad quem. 
 
Vamos alertar uma situação importante: com o advento da Lei n. 7.210/1984 (Lei de 
Execução Penal) as hipóteses referentes à execução passam a ser questionadas pelo Agravo 
em Execução, artigo 197 da LEP, que possui o mesmo processamento e efeitos do RESE, 
essas hipóteses estão discriminadas no mnemônico abaixo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Estrutura básica do Recurso em Sentido Estrito: 
I – PETIÇÃO DE INTERPOSIÇÃO: 
 
1. ENDEREÇAMENTO: 
Possibilidade 01: EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 
... VARA CRIMINAL DA COMARCA DE CURITIBA/PR. 
 
Possibilidade 02: EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL (artigo 109 
CF) DA SEÇÃO JUDICIARIA DE MINAS GERAIS. 
 
Possibilidade 03: EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL (artigo 109 
CF) SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE SETE LAGOAS/MG 
 
Autos n. ... 
 
2. PREÂMBULO: 
 
Possibilidade 01: 
NOME DO ACUSADO, já qualificado nos Autos em epígrafe, por 
meio de seu advogado, oferecer RECURSO EM SENTIDO 
ESTRITO, com fundamentos no artigo 581 (Observar o inciso 
adequado) do Código de Processo Penal. 
 
Requer o recebimento e o processamento, do presente recurso e no caso de não ser o 
caso de retratação (artigo 589 do CPP) sejam os autos encaminhados ao egrégio Tribunal de 
Justiça de ESTADO. 
 
3. FECHAMENTO DA PEÇA: 
Nestes Termos, 
Pede Deferimento. 
 
Possibilidade 01: Local e Data. 
 
FIQUE ATENTO!!! as provas geralmente indicam a data em que o sujeito foi citado para 
que o aluno faça a contagem de prazo – Possibilidade 02: Local, 07 de maio de 2021. 
 
ADVOGADO 
OAB/UF 
 
 
II – PETIÇÃO DE RAZÕES RECURSAIS: 
 
1. ENDEREÇAMENTO: 
 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE [NOME DO ESTADO]. 
Colenda Câmara 
Ínclitos Desembargadores 
Douta Procuradoria de Justiça 
Razões de Recurso em Sentido Estrito 
 
Recorrente: 
Recorrido: 
 
Autos n. ... 
 
2. PREÂMBULO: 
 
Possibilidade 01: 
 
Em que pese a r. decisão do MM. Juiz de Direito [Juiz Federal] a quo, não merece 
prosperar pelas razões a seguir expostas: 
 
3. NARRATIVA DOS FATOS: 
I – DOS FATOS: 
 
Narrar os fundamentos de acordo com aquilo que foi colocado no problema, sem acrescentar 
nenhum elemento. 
 
4. FUNDAMENTAÇÃO: 
II – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS: 
a) Das preliminares: 
 
• Incompetência. 
• Nulidades – artigo 564 do CPP. 
• Extinção da Punibilidade – artigo 107 do CP. 
• Prova ilícita – artigo 
 
b) Do mérito: 
 
• Negativa de autoria. 
• Inexistência do fato. 
• Excludente de tipicidade. 
• Excludente de ilicitude. 
• Excludente de culpabilidade. 
 
Tese subsidiário de forma ao princípio da eventualidade. 
 
5. PEDIDOS: 
III – DOS PEDIDOS: 
 
Diante do exposto, requer após o conhecimento e provimento do presente Recurso 
em Sentido Estrito para: 
 
Pedidos possíveis: 
 
a) reconhecimento da incompetência do juízo com a consequente remessa dos 
Autos ao juiz competente na forma do artigo 567 do CPP. 
b) reconhecimento da nulidades nos termos do artigo 564 [indicar o inciso] do CPP. 
c) declaração da extinção da punibilidade nos termos do artigo 107 [indicar o inciso] 
do CP. 
d) declaração da ilicitude da prova e consequente desentranhamento da prova ilícita, 
nos termos do artigo 5º, inciso LVI da CF c/c artigo 157 do CPP. 
e) reforma da decisão recorrida para [DESCREVER O QUE SE PRETENDE 
REFORMAR]. 
 
6. FECHAMENTO DA PEÇA: 
Nestes Termos, 
Pede Deferimento. 
 
Possibilidade 01: Local e Data. 
 
FIQUE ATENTO!!! as provas geralmente indicam a data em que o sujeito foi citado para 
que o aluno faça a contagem de prazo – Possibilidade 02: Local, 07 de maio de 2021. 
 
ADVOGADO 
OAB/UF
3.3.2 Apelação 
 
A Apelação é um dos “queridinhos” da FGV já foi objeto de questão oito vezes 
(Exames IV, V, VII, XII, XIII, XVIII, XXX), em um desses exames a Apelação deveria ser 
interposta na qualidade de assistente de acusação (Exame VII), por isso seu estudo deve ser 
realizado com bastante cuidado. 
 
A Apelação é um recurso que se presta a questionar, no prazo de cinco dias os 
seguintes provimentos: 
 
I - das sentenças definitivas de condenação ou absolvição proferidas por juiz 
singular; 
II - das decisões definitivas, ou com força de definitivas, proferidas por juiz singular 
nos casos não previstos no Capítulo anterior; 
III - das decisões do Tribunal do Júri, quando: 
a) ocorrer nulidade posterior à pronúncia; 
b) for a sentença do juiz-presidente contrária à lei expressa ou à decisão dos 
jurados; 
c) houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de 
segurança; 
d) for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos. 
 
Diferente do RESE, a Apelação não possui efeito regressivo, ou seja, não é possível 
requerer a reconsideração da decisão, em regra só possui efeito devolutivo, as exceções são 
explicadas no artigo 597. 
 
Ademais é um recurso que pode abranger a matéria impugnada no todo ou em parte, 
com fundamentação livre. 
 
Sua confecção é também realizada em duas petições: a petição de interposição,

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