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1 CARDIOLOGIA RAUL BICALHO – MEDUFES 103 Insuficiência Coronária ANATOMIA Temos que saber a anatomia das coronárias, porque assim no eletrocardiograma já teremos noção de qual artéria está sendo acometida. E, a partir da artéria acometida, já imaginamos quais são as complicações que isso pode ter e em cima disso já apresentamos um tratamento adequado. Além da anatomia normal veremos também a anatomia angiográfica, que é vista no cateterismo cardíaco. • Artéria coronária direita: o Supre parede inferior do VE, parede anterior do VD, átrio direito, parede posterior do septo IV e nós sinusal e atrioventricular o É conhecida como artéria elétrica do coração, não pega tanto de área miocárdica ▪ Um infarto da coronária direita pode ter grandes complicações elétricas (Ex.: BAVT – Bloqueio atrioventricular total) → Pacientes que podem precisar de marca-passo provisório • Artéria coronária esquerda: o Inicia com um tronco que bifurca em 2 artérias grandes (Ramo descendente anterior e Ramo circunflexo) o O Ramo descendente anterior supre os 2/3 anteriores do VE, a porção anterior do VD, o ápex e a metade do septo IV, incluindo o feixe de Hiss ▪ Irriga um grande tamanho de área miocárdica (Artéria da vida) → Se no eletrocardiograma a área afetada é da descendente anterior, o atendimento é acelerado, porque a área miocárdica em risco é grande o O ramo circunflexo supre a parede lateral e posterior do VE (também é uma área grande, mas não tanto quanto), o átrio esquerdo e pode pegar o nó sinusal (dependendo da dominância do ramo circunflexo) • Imagem angiográfica: o Dividimos as imagens angiográficas das artérias em porções para podermos localizar os acometimentos o Na imagem angiográfica da artéria coronária direita em incidência oblíqua anterior esquerda, vemos um C ▪ 1 → Terço inicial da CD ▪ 2 → Terço médio da CD ▪ 3 → Terço distal da CD ▪ 4 → Ramo descendente posterior ▪ 5 → Ramo retroventricular ▪ 6 → Ramo do cone (pega o nó sinusal também) ▪ 7 → Artéria do nó sinusal ▪ 8 → Artéria ventricular direita ▪ 9 → Ramo marginal direito (marginal agudo) ▪ 10 → Artéria do nó AV ▪ 11 → Artéria diafragmática PROFA. RENATA PRETTI 2 CARDIOLOGIA RAUL BICALHO – MEDUFES 103 o Na imagem angiográfica da artéria coronária direita em incidência oblíqua anterior direita, ela embola um pouco na parte inicial e distal, mas conseguimos ver o terço proximal/médio com mais características ▪ Devemos estudar a ACD sempre em 2 projeções para saber o que tratar o Na imagem angiográfica da artéria coronária esquerda em AP (PA do RX de tórax), vemos as seguintes porções: ▪ 1 → Tronco da artéria coronária esquerda ▪ 2 → Terço inicial do ramo descendente anterior ▪ 3 → Terço médio do RDA ▪ 4 → Terço distal do RDA ▪ 5 → Artéria circunflexa proximal ▪ 6 → Artéria circunflexa distal ▪ 7 → Ramo marginal obtuso Artéria coronária direita em incidência oblíqua anterior esquerda 55° Artéria coronária direita em incidência oblíqua anterior direita 45° (mesma numeração da OAE 55°) 3 CARDIOLOGIA RAUL BICALHO – MEDUFES 103 ▪ 8 → Primeiro ramo diagonal ▪ 9 → Primeiro ramo perfurante septal ▪ 10 → Ramos septais ▪ 11 → Ramo auricular da artéria circunflexa ▪ 12 → Segundo ramo marginal o Os ramos do ramo circunflexo são os marginais e os ramos da descendente anterior são os diagonais e septais/perfurantes septais o Na imagem angiográfica da artéria coronária esquerda em incidência oblíqua anterior esquerda, conseguimos abrir e ver melhor a bifurcação NÚMEROS • Números da insuficiência coronária: o 5 milhões de pacientes ao ano (idade > 25 anos) vão ao pronto socorro com queixa de dor torácica ▪ Desses, 75% são de etiologia não cardíaca (mas entram no protocolo de dor torácica) o 5% de todos os atendimentos de pronto socorro são por dor torácica, esse número sobe para 8,2% quando colocamos apenas pacientes > 55 anos o 18% permanecem internados em enfermaria e 5% em unidade intensiva Artéria coronária esquerda em incidência oblíqua anterior direita 30° - Mesma numeração da incidência AP, só mudando 9 (Segundo ramo diagonal), 10 (Primeiro ramo perfurante septal), 11 (Ramos septais) e 12 (Ramo auricular da artéria circunflexa) Artéria coronária esquerda em incidência oblíqua anterior esquerda 55° - Mesma numeração da incidência OAD 30°, só mudando 11/12 (Ramos septais) 4 CARDIOLOGIA RAUL BICALHO – MEDUFES 103 ELETROCARDIOGRAMA • Eletrocardiograma: o Posicionamos as derivações e falamos em DI, DII, DIII, aVL, aVR e aVF rem relação ao que eles enxergam no triângulo de Einthoven o As precordiais são vistas como V1, V2, V3, V4, V5, V6 (conformação para acompanhar as paredes) o As complementares são vistas como V3R, V4R, V5R e V6R (enxergam ventrículo direito) o Para o lado esquerdo são feitas V7, V8 e V9 (para ver parede posterior) • Resultado do eletrocardiograma: o DII, DIII e aVF mostram a parede inferior (que é nutrida pela ACD) → Acometimentos nessa região podem ser infarto de coronária direita ou de circunflexa (se for dominante) o DI, aVL, V5 E v6 mostram parede lateral o V1 e V2 mostram parede septal o V3 e V4 mostram parede anterior ▪ Infarto anterior extenso pega tanto septo quanto parede anterior, podendo alterar até aVR (Então, quando isso acontece, estamos pensando no tronco coronário esquerdo) • Derivações: 5 CARDIOLOGIA RAUL BICALHO – MEDUFES 103 • Análise topográfica: • Associação derivação x parede x artéria: