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CIRURGIAS 
ABDOMINAIS COM O 
EQÜINO EM POSIÇÃO 
QUADRUPEDAL 1 
 
 
Prof. Humberto Pereira Oliveira 2 
 
INTRODUÇÃO 
 
O advento de novas técnicas anestésicas e o desenvolvimento de técnicas cirúrgicas 
possibilitaram a execução de cirurgias abdominais em eqüinos, com ampla margem de 
segurança. Por outro lado, nos casos caracterizados por alterações gastrintestinais 
graves, o sucesso da cirurgia abdominal depende, basicamente, do tempo decorrido até a 
cirurgia, da condição clínica do paciente, da reposta orgânica durante o pós-operatório 
imediato e das medidas terapêuticas adotadas. 
 
Para o acesso cirúrgico à cavidade abdominal, em princípio, deve-se levar em 
consideração o diagnóstico e o tipo de cirurgia proposto para a resolução do problema, 
disponibilidade de equipamentos, inclusive anestésicos, de pessoal de apoio e de 
ambiente cirúrgico. Em centros hospitalares, os pré-requisitos para a condução de 
cirurgias abdominais em eqüinos, em geral, estão presentes e não constituem limitações 
para a execução do procedimento cirúrgico. O mesmo não se pode afirmar quando o 
veterinário faz um atendimento em localidades afastadas de tais centros e que exige a 
execução de uma cirurgia abdominal de emergência. As condições relativas ao ambiente 
cirúrgico podem ser adaptadas ou melhoradas, quando o acesso abdominal não requer o 
decúbito dorsal ou lateral, mas são quase sempre inadequadas nos casos em que a 
cirurgia exige anestesia geral para a exposição e manipulação das alças intestinais, sob 
estrita assepsia e anti-sepsia. Mesmo nesses casos, a não disponibilidade de pessoal 
auxiliar ou de um cirurgião assistente limitam ou impossibilitam a execução da técnica 
requerida para o sucesso da cirurgia. 
 
As principais indicações da laparotomia com o animal em posição quadrupedal incluem: 
exploração da cavidade abdominal, permitindo a palpação de ceco, válvula íleocecal e 
cólon dentre outras vísceras; realização de orquiectomia abdominal, ovariectomia; 
exposição de segmentos do jejuno e do íleo, flexura pelvina e grande parte do cólon 
menor; remoção de corpos estranhos ou de fecaloma, em especial no cólon menor. As 
incisões no baixo flanco geralmente estão indicadas nos casos cecotomia, cesarianas, 
criptorquidectomias, alguns casos de hérnias inguinais não encarceradas ou 
 
1 Resumo da palestra proferida no IV Congresso Brasileiro de Cirurgia e Anestesiologia Veterinária, Goiânia, GO – 01 a 06/10/00 
2 Professor Adjunto IV, MMV, Doutor – DCCV, Escola de Veterinária da UFMG, Belo Horizonte, MG. 
 E-mail: humberto@vet.ufmg.br / humberto@dedalus.lcc.ufmg.br 
 2 
IV CBCAV – 6IV CBCAV – 6
Laparotomia em Posição QuadrupedalLaparotomia em Posição Quadrupedal
! Qualidades da Laparotomia 
! Sedação, analgesia, anestesia local drogas 
espasmolíticas 
! Não modifica a topografia 
dos órgãos pelo decúbito
! Acesso às vísceras do lado do abdome 
onde é executada 
! Permite a manipulação parcial
" Intestino delgado
" cólon menor
" cólons dorsal e ventral esquerdos 
" algumas vísceras situadas no lado 
oposto, quando o ceco está vazio
! Qualidades da Laparotomia 
! Sedação, analgesia, anestesia local drogas 
espasmolíticas 
! Não modifica a topografia 
dos órgãos pelo decúbito
! Acesso às vísceras do lado do abdome 
onde é executada 
! Permite a manipulação parcial
" Intestino delgado
" cólon menor
" cólons dorsal e ventral esquerdos 
" algumas vísceras situadas no lado 
oposto, quando o ceco está vazio
IV CBCAV – 7IV CBCAV – 7
Laparotomia em Posição QuadrupedalLaparotomia em Posição Quadrupedal
! Limitações das Laparotomias
! Diagnóstico e o tipo de cirurgia
! Equipamentos
! Anestésicos
! Pessoal de apoio
! Ambiente cirúrgico
" Não hospitalar
" Centros hospitalares
! Limitações das Laparotomias
! Diagnóstico e o tipo de cirurgia
! Equipamentos
! Anestésicos
! Pessoal de apoio
! Ambiente cirúrgico
" Não hospitalar
" Centros hospitalares
IV CBCAV – 11IV CBCAV – 11
Laparotomia em Posição QuadrupedalLaparotomia em Posição Quadrupedal
! Laparotomia Exploratória
! Palpação de ceco 
! Válvula íleocecal
! Segmentos dos cólons
! Segmentos do jejuno e do íleo
! Outras estruturas, como:
" Útero, Ovários, bexiga, 
" Anel inguinal, glândulas anexas
" Baço, rim, espaço nefroesplênico
" Parede do estômago, etc
! Laparotomia Exploratória
! Palpação de ceco 
! Válvula íleocecal
! Segmentos dos cólons
! Segmentos do jejuno e do íleo
! Outras estruturas, como:
" Útero, Ovários, bexiga, 
" Anel inguinal, glândulas anexas
" Baço, rim, espaço nefroesplênico
" Parede do estômago, etc
IV CBCAV – 12IV CBCAV – 12
Laparotomia em Posição QuadrupedalLaparotomia em Posição Quadrupedal
! Incisões no Baixo Flanco
! Criptorquidectomias
! Cesarianas
! Cecotomia
! Alguns casos de hérnias inguinais 
não encarceradas ou estranguladas 
! Incisões no Baixo Flanco
! Criptorquidectomias
! Cesarianas
! Cecotomia
! Alguns casos de hérnias inguinais 
não encarceradas ou estranguladas 
IV CBCAV – 9IV CBCAV – 9
Laparotomia em Posição QuadrupedalLaparotomia em Posição Quadrupedal
! Principais Indicações
! Cirurgias 
"Orquiectomia abdominal
"Ovariectomia
"Flexura pelvina
"Cólon menor
"Descompressões gasosas
"Corpos estranhos e fecaloma
"Hérnias inguinais iniciais
"Tomotocias
"Reposicionamento intestinais simples
! Principais Indicações
! Cirurgias 
"Orquiectomia abdominal
"Ovariectomia
"Flexura pelvina
"Cólon menor
"Descompressões gasosas
"Corpos estranhos e fecaloma
"Hérnias inguinais iniciais
"Tomotocias
"Reposicionamento intestinais simples
IV CBCAV – 8IV CBCAV – 8
Laparotomia em Posição QuadrupedalLaparotomia em Posição Quadrupedal
! Limitações das Laparotomias
! Não permitem manobras cirúrgicas 
que dependem de maior manipulação 
visceral
! Os órgãos situados caudalmente no 
abdome não são suficientemente 
acessíveis
! Pode ocorrer o decúbito do eqüino
! Limitações das Laparotomias
! Não permitem manobras cirúrgicas 
que dependem de maior manipulação 
visceral
! Os órgãos situados caudalmente no 
abdome não são suficientemente 
acessíveis
! Pode ocorrer o decúbito do eqüino
estranguladas e até mesmo em casos simples de deslocamento de cólon para o espaço 
nefroesplênico ou lienorrenal. 
 
(Slides selecionados) 
 
As cirurgias eletivas, por não caracterizarem emergências cirúrgicas, a exemplo da 
exploração abdominal para fins de diagnóstico, criptorquidectomia abdominal e 
ovariectomia constituem a melhor indicação para as laparotomias e podem ser 
executadas inclusive fora de ambiente hospitalar, quando obedecidos os requisitos da 
técnica cirúrgica. 
 
 3 
IV CBCAV – 17IV CBCAV – 17 IV CBCAV – 27IV CBCAV – 27
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As cirurgias emergenciais melhor seriam praticadas sob anestesia geral, em centros 
cirúrgicos equipados e com pessoal técnico qualificado, de modo que o acesso 
abdominal ventral fosse realizado com vistas ao pleno sucesso da intervenção cirúrgica. 
Contudo, uma vez firmado o diagnóstico e considerada a viabilidade, algumas cirurgias, 
como as do cólon menor e as insinuações parciais de alças no anel inguinal interno e 
sem aparentes comprometimentos irreversíveis, podem ser realizadas com o animal em 
estação.Bem assim, quando as condições definitivamente não indiquem o decúbito e o 
comportamento e estado do animal favoreçam a cirurgia em posição quadrupedal, o 
acesso cirúrgico no flanco ou no baixo flanco sugerem ser a conduta a ser adotada 
inicialmente. 
 
 
 
 
 
ACESSO CIRÚRGICO 
 
Em geral, os cirurgiões de eqüinos estão mais familiarizados com as celiotomias, na 
linha média, uma vez que isso proporciona melhor condição para procedimentos que 
exigem manipulação. Entretanto, a laparotomia em posição quadrupedal, em eqüinos 
dóceis ou domados, possibilita o acesso para a exploração abdominal e procedimentos 
limitados de manipulação. Deve ser considerado em eqüinos das raças de grande porte 
que são difíceis de anestesiar e posicionar e que são predispostos ao desenvolvimento de 
miosite e outras complicações pós-anestésicas. Entretanto, independente das técnicas e 
drogas anestésicas atualmente disponíveis, as mesas cirúrgicas devidamente 
dimensionadas e acolchoadas podem minimizar tais inconvenientes, mormente se o 
tempo de cirurgia não for excessivamente longo. 
 
As cirurgias abdominais executadas em eqüinos em posição quadrupedal exigem, pela 
própria condição, a utilização de um tronco de contenção, que limite a movimentação 
do animal e, ao mesmo tempo, que possibilite o acesso a um dos flancos ou melhor, 
ainda, à parede lateral do abdome. 
 
 4 
IV CBCAVIV CBCAV
! Premedicação Anestésica
! Acepromazina: 0,5 - 0,1 mg/kg, IV
! + Buprenorfina: 0,005 mg/kg, IV (Temgesic)
! Outros:
" Butorfanol: 0,01 - 0,02 mg/kg, IV, IM
" Xilazina: 0,4 – 1,0 mg/kg, IV, IM
" Detomidina: 10 - 20 mcg/kg, IV
" Romifidina: 30 – 60 mcg/kg, IV
As drogas dependem do estado clínico do 
animal e da medicação administrada antes
! Premedicação Anestésica
! Acepromazina: 0,5 - 0,1 mg/kg, IV
! + Buprenorfina: 0,005 mg/kg, IV (Temgesic)
! Outros:
" Butorfanol: 0,01 - 0,02 mg/kg, IV, IM
" Xilazina: 0,4 – 1,0 mg/kg, IV, IM
" Detomidina: 10 - 20 mcg/kg, IV
" Romifidina: 30 – 60 mcg/kg, IV
As drogas dependem do estado clínico do 
animal e da medicação administrada antes
O tronco de contenção, em princípio, deve 
ser facilmente desmontável, para facilitar 
a remoção e subseqüente imobilização em 
decúbito lateral, no caso de o animal 
admitir essa posição por ocasião da 
cirurgia. 
 
A sedação do animal deverá adequada ao 
seu manejo e integração com o ambiente, 
não respondendo adversamente a 
estímulos externos, inclusive auditivos. A 
analgesia deverá suprimir os as reações 
dolorosas desencadeadas pelas incisões na 
parede abdominal, no que se inclui a 
utilização de anestésicos locais. A 
manipulação visceral, mormente das alças 
do intestino delgado, requer o uso de 
analgésicos de ação central. Quando 
indicadas, as drogas espasmolíticas 
podem ser utilizadas, com vistas a 
promover o silêncio e relaxamento das 
alças intestinais. 
 
As incisões no flanco são geralmente usadas nas exposições cirúrgicas mínimas, com o 
animal em posição quadrupedal. Além de dispensar a anestesia geral, a posição 
quadrupedal tem a vantagem de não modificar a topografia dos órgãos abdominais. 
Contudo, os pacientes com crise abdominal aguda não favorecem a execução da técnica 
cirúrgica preconizada e não permitem determinadas manobras cirúrgicas que dependem 
de maior manipulação visceral. 
 
Do ponto de vista de técnica cirúrgica, as incisões medianas são as mais recomendadas 
para a maioria das cirurgias abdominais, uma vez que têm a vantagem de evitarem 
vasos sangüíneos, nervos e músculos, não se aplicam necessariamente todos os 
procedimentos cirúrgicos da cavidade abdominal. Permitem boa visualização, exposição 
e manipulação das vísceras. No macho, pode ser estendida circundando o prepúcio. O 
principal inconveniente relaciona-se com a possibilidade de ocorrer deiscência e 
evisceração, o que pode ser prevenido pelo uso de suturas e fios adequados. 
 
As incisões no baixo flanco, de modo geral, possibilitam melhor acesso às vísceras do 
lado do abdome onde são executadas. São usadas nas compactações do ceco e, 
inclusive, nas cesarianas e nos casos de criptorquidectomias abdominais. Os órgãos 
situados caudalmente no abdome não são acessíveis o suficiente para a execução de 
intervenções cirúrgicas por esse tipo de incisão, não se obtendo resultados que 
justifiquem a sua prática, mesmo em casos emergenciais. 
 
 5 
IV CBCAV – 35IV CBCAV – 35IV CBCAV – 28IV CBCAV – 28 IV CBCAV – 36IV CBCAV – 36
Se o exame retal, associado a dados clínicos obtidos por meio de outros exames, 
inclusive laboratoriais, não for suficiente para precisar a causa da crise abdominal, o 
lado esquerdo do abdome é a opção mais lógica para a prática da laparotomia. Permite a 
manipulação de partes do intestino delgado, cólon menor, cólons dorsal e ventral 
esquerdos e, quando o ceco está vazio, algumas vísceras situadas no lado oposto. 
 
O acesso cirúrgico pelo flanco esquerdo é feito sob 
anestesia local, paralela e cranial à incisão a ser feita ou, 
ainda, em “L” invertido. A lidocaína a 2% é a droga de 
eleição, na dose media de 40 ml, distribuída de modo a 
insensibilizar a pele e a musculatura envolvida. Uma 
incisão de pele, de 18-20 cm, é feita na fossa paralombar, 
a cerca de 10 cm dos processos transversos das vértebras 
lombares, no ponto médio entre a última costela e o 
ângulo externo do íleo, no sentido dorsoventral. Quando a 
abordagem requer maior exposição das vísceras a serem 
manipuladas, Os músculos oblíquos externo e interno do 
abdome são seccionados, acompanhando o sentido da 
incisão de pele, enquanto que o músculo transverso deve 
ser afastado no sentido de suas fibras. 
 
 
A não ser por esse fato, toda a musculatura envolvida pode ser aberta no sentido de suas 
fibras, de modo que, uma vez realizada a exploração da cavidade ou executada a 
cirurgia, as bordas dos músculos se contatam entre si, obedecendo aos planos 
anatômicos e facilitando a sutura. Uma outra vantagem é a de que as alças do intestino 
delgado não se insinuam facilmente por entre as bordas da ferida operatória. 
 
 
 
 
 
 
 
 IV CBCAV – 39IV CBCAV – 39 IV CBCAV – 40IV CBCAV – 40
 6 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
A laparotomia em eqüinos é o último recurso a ser adotado na terapêutica das crises 
abdominais, mas é o primeiro a ser indicado, quando o diagnóstico definitivo presume a 
correção cirúrgica. A palpação retal é de suma importância, tanto para o diagnóstico 
como para orientar ao cirurgião no acesso cirúrgico. 
 
Apesar da incisão ventral mediana constituir a melhor via de acesso às vísceras, em 
muitos casos tem-se dado preferência às incisões na fossa paralombar e no baixo flanco, 
quando possível, com o animal em estação. No caso de haver muita distensão 
abdominal, o decúbito lateral provoca compressão interna adicional e aumenta a tensão 
da parede abdominal oposta. 
 
As incisões no flanco geralmente são feitas com o animal sedado, quando os animais 
não são indicativos de pré-choque, e sob anestesia local. O músculo externo do abdome 
é diretamente seccionado, enquanto que o interno do abdome e o transverso são 
afastados no sentido de suas fibras. Deste modo, a síntese cirúrgica é’facilitada e 
previne eventrações pós-cirúrgicas. 
 
Vários procedimentos relacionados com a manipulação das vísceras abdominais são 
citados na literatura. A experiência clínica acumulada pelo cirurgião é importante, pela 
necessidade de se modificar a tática e a técnica, de acordo com o caso operado. 
Algumas manobras cirúrgicas são executadas inicialmente em outros órgãos, visando-se 
o acesso à víscera comprometida. Assim, por exemplo, a retirada de gases, de líquidos 
do cólon maior ou de alças do intestino delgado, que se insinuam nas bordas da ferida 
operatória, pode ser necessária à exposição do cólon menor obstruído. A retirada parcial 
dos gases pode ser feita pela introdução de uma pequena sonda metálica ou mesmo de 
uma agulha hipodérmica de grosso calibre, acopladas a um tubo de polietileno, ou por 
meio de uma pequena incisão naborda antimesentérica da víscera exposta, o que facilita 
a remoção inclusive de material semiliquido. 
 
O ponto de obstrução do cólon menor 
pode ser manipulado sem abrir, fazendo-
se a desagregação da digesta, ao mesmo 
tempo em que um volume adequado de 
soro fisiológico aquecido é introduzido no 
lúmen da víscera, com o auxilio de uma 
agulha hipodérmica acoplada a um equipo 
para soro. É evidente que, em alguns 
casos, o fecaloma constitui um corpo 
estranho compacto e a sua remoção 
depende de enterotomia, geralmente 
praticada ao longo da borda 
antimesentérica ao órgão. 
 
 7 
Os corpos estranhos compactos, de 
formatos irregulares, cortantes ou 
pontiagudos ou, ainda, constituídos de rde 
sacos plástico ou de material similar, são 
comumente encontrados no cólon menor 
de animais de carroceiros, mantidos em 
terrenos baldios e em precárias condições 
de alimentação. 
 
Em algumas situações, a cirurgia pode ser 
auxiliada pela concomitante palpação 
retal, realizada por um auxiliar, a fim de 
progredir o órgão a ser operado na direção 
das bordas da incisão, exemplo de 
ovariectomia, no que se inclui o tumor da 
granulosa. Esse procedimento pode tornar 
o procedimento menos invasivo e 
minimizar a extensão da ferida cirúrgica. 
 
À medida que se faz a miorrafia, a 
irrigação dos planos anatômicos com uma 
solução fisiológica constitui um recurso 
eficiente para remover coágulos, tecido 
desvitalizado, etc. Quando julgado 
conveniente, a adição de antibiótico ao soro, a exemplo da garamicina e rifocina, pode 
evitar ou minimizar o desenvolvimento bacteriano local, na suspeita de contaminação, 
neste caso, fazendo-se uso de um dreno, pelo menos nas primeiras 48 horas. O tecido 
adiposo, por ser praticamente ametabólico, deve ser removido das bordas da incisão, 
uma vez que retarda o processo cicatricial e tende a manter por mais tempo a infecção, 
com conseqüente fistulação. 
 
Nas enterectomias, todos os cuidados serão tomados no sentido de se fazer a síntese 
adequada do mesentério e das bordas seccionadas do intestino, a fim de se evitar a 
insinuação de alças nos espaços deixados. A irrigação periódica com soro fisiológico, 
em temperatura adequada, auxilia na prevenção dos transtornos circulatórios causados 
pela exposição demorada e conseqüente resfriamento e edemaciação das alças. Em 
todos os casos, a manipulação intestinal deve ser a mínima possível, prevenindo-se o 
exacerbação da sensibilidade, edemaciação e sufusão das alças e do mesentério, além do 
desencadeamento de ileo paralítico e do choque. No pré, trans e pós-operatórios, deve-
se cuidar da hidratação e do equilíbrio ácido-base. A fluidoterapia é essencial para a 
recuperação do animal. O uso de antibióticos de amplo espectro é quase que obrigatório, 
após a laparotomia, durante 8-10 dias, bem como o uso de antiinflamatórios não 
esteróides, durante 3-4 dias. 
 
 
 
 8 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
FUBINI, S.L. Abdominal approaches and complications of celiotomy. IN: WHITE, 
N.A., MOORE, J.N. (ed). Current practice of equine surgery. Philadelphia: J.B. 
Lippincott Company, 1990.p. 297-302. 
 
LIVESEY, M.A. Small colon obstruction.. IN WHITE, N.A., MOORE, J.N. (ed). 
Current practice of equine surgery. Philadelphia: J.B. Lippincott Company, 1990.p. 
351-357. 
 
OLIVEIRA, H.P., BIONDINI, J., BERNIS, W.O. Tratamento cirúrgico da cólica 
obstrutiva em eqüinos jovens. Arq. Esc. Vet. UFMG, v.24, n.2, p.249-253, 1982. 
 
ROADS, W.S. Small colon impactions in adult horses. Comp. Cont Educ. Pract. Vet., 
v.21, p.770-775, 1999. 
 
ROSS, M.W., HANSON Jr, R.R.. Large intestine. IN: AUER, J.A. (ed). Equine 
surgery. Philadelphia: W.B. Saunders Company, 1992.p. 379-407, 1992. 
 
 
 
 
Ainda não disponível: filme digitalizado e apresentado pelo autor, no formato AVI.

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