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( Técnica cirúrgica ) ( Introdução ) · A Técnica Cirúrgica, em seu conceito mais restrito e tradicional, significa a codificação de regras que presidem a realização de intervenções cirúrgicas. · Itens indispensáveis para uma cirurgia: · Rigoroso método nas manobras fundamentais, sem improvisações; · Obediência nas normas de sequência planejada; · Movimentos precisos e resolutos, nunca bruscos ou grosseiros; · O Tempo não pode ser desperdiçado, mas a pressa não se ajusta às operações eletivas; · Alterar o mínimo possível a Homeostase Biológica do organismo; · Os avanços da Anestesiologia e da Hemoterapia deram margem à elaboração de novos e complexos procedimentos cirúrgicos. Entre eles: · Criação da circulação extracorpórea · Ventilação mecânica · Cirurgia laparoscópica · Antibióticos modernos e o uso profilático · Assepsia e antissepsia. · ( Nomenclatura em cirurgia )Cirurgia experimental: “Fundamenta-se como toda pesquisa científica, em proposição de objetivos, planejamento de trabalho, sistematização na colheita de dados, análise crítica de resultados e judiciosa cautela na extrapolação de conclusões”. Adestramento manual para formação cirúrgica: Modelo com animais (vivi dissecção) e cadáveres — novo modelo · A uniformização da nomenclatura em todos os ramos do conhecimento humano é de suma importância. · Facilita a comunicação dos médicos entre si e dos médicos com os demais profissionais não-médicos que auxiliam direta ou indiretamente no cuidado do paciente. · É dividido, didaticamente, em 3 sessões: Termos gerais, termos anatômicos e Abreviações e siglas · Ablação: Remoção cirúrgica de uma estrutura orgânica, principalmente por secção dela. · Analgesia: Perda de sensibilidade a dor, sem que haja perda de consciência. · Apendicectomia: Extirpação do apêndice cecal. · Coledocolitíase: Presença de cálculo no ducto colédoco. · Abreviaturas admitidas pela SBA: · Terminologia Anatômica (TA): · A. = Artéria · Aa. = Artérias · V. = Veia · Vv. = Veias · N. = Nervo · M. = Músculo · ( O centro cirúrgico )Abreviaturas amplamente utilizadas pelos médicos, consagradas pelo uso: EV: Endovenoso. PVC: Pressão Venosa Central. CTVA: Cirurgia Torácica Videoassistida. SF 0,9%: Soro Fisiológico a 0,9%. · Ambiente cirúrgico: é a unidade hospitalar onde se realiza intervenções cirúrgicas. · Sala Cirúrgica: é um dos componentes do ambiente cirúrgico e onde se efetivamente se consuma o ato operatório. · Constituído de uma área onde estão concentrados recursos representados por equipamentos e materiais que possam ser utilizados com eficiência e segurança pela equipe cirúrgica bem como pelo pessoal responsável pelos serviços auxiliares, em benefício do paciente que está sendo operado. · A equipe cirúrgica: Cirurgião, Auxiliar Médico, Anestesiologista, Enfermeiro, Instrumentador, Circulante · No centro cirúrgico - Atividades básicas para realização de procedimentos cirúrgicos e endoscópicos contemplando as atividades de: · Recepcionar e transferir pacientes; · Assegurar a execução de procedimentos pré-anestésicos e executar procedimentos anestésicos nos pacientes; · Realizar a correta escovação das mãos; executar cirurgias e endoscopias em regime de rotina ou em situações de urgência; · Proporcionar cuidados pós-anestésicos; · Planejamento físico: Localização: Fácil acesso para pacientes críticos (emergência, UTI, internação); Próximo às áreas de suporte (farmácia, almoxarifado, lavanderia banco de sangue, laboratório, Rx, CME...) · Dimensionamento · Pequena: 20m² - dimensão mínima 3,45m · Média: 25m² - dimensão mínima 4,65m · Grande: 36m² - dimensão mínima 5,00m · Sala de recuperação anestésica: É a área destinada à permanência do paciente logo após o termino do ato anestésico cirúrgico até a recuperação da consciência, eliminação de anestésicos e estabilização dos sinais vitais; deve estar instalada dentro do CC ou nas suas proximidades, favorecendo o transporte rápido do paciente anestesiado para este local; · Ar condicionado · Função de exaustão · Remoção de odores, calor e gases anestésicos voláteis; · Controle bacteriológico · Filtragem do ar · Retirar e impedir entrada de partículas contaminantes · Conforto térmico, · Controle da temperatura e umidade; · Iluminação: Prevenção da fadiga visual; “A má iluminação pode provocar acarretar graves prejuízos ao profissional e ao paciente.” ( Técnica asséptica ) · TODO ato cirúrgico é uma agressão ao organismo de intensidade variável, de acordo com a extensão e gravidade da intervenção. · Os perigos variam com uma série interminável de circunstâncias ligadas a gravidade da operação em si. · Ao operando, com suas lesões e consequências diversas; · Ao médico, com seu preparo técnico, sua responsabilidade e experiência; · Ao próprio ambiente ou meio cirúrgico, com suas facilidades e deficiências de instalações e de equipamentos hospitalares. · CONTAMINAÇÃO POR VIA DIRETA: Contato direto com o receptor, transmitindo microrganismo a partir da face, da pele, vias respiratórias, intestinais, genitais, ou através de qualquer outra lesão em atividade, como um furúnculo ou ferida contaminada. · ( Assepsia )CONTAMINAÇÃO POR VIA INDIRETA Implica trajeto tríplice: parte do portador ou da lesão ativa, e através de um terceiro elemento (ar, poeira, roupas, utensílio, insetos), transmite-se ao receptor. · ( Antissepsia )Conjunto de medidas que utilizamos para impedir a penetração de microorganismos num ambiente que logicamente não os tem, logo um ambiente asséptico é aquele que está livre de infecção. · ( Cuidados com o doente )Conjunto de medidas propostas para inibir o crescimento de microorganismos ou removê-los de um determinado ambiente, podendo ou não destruí-los e para tal fim utilizamos antissépticos ou desinfetantes. · Muitos são os fatores ligados ao doente que influem na maior ou menor possibilidade de contaminação: · A idade tem sido considerada predisponente; · Alterações metabólicas ou de nutrição; · Tratamentos prolongados com esteróides; · A duração da hospitalização; · O tempo de cirurgia; · Contaminação ambiental; · Uso de drenos ou sondas; · Tamanho da incisão, · ( Cuidados pré-operatórios )Etc. · Banho geral, lavagem de cabeça, axilas e genitais (véspera). · Trocar a roupa pessoal e de cama. · Tricotomia (no dia do ato cirúrgico e no próprio centro cirúrgico). · Cuidado especial deve ser dado à limpeza e esterilização do aparelho de tricotomia (navalhas, giletes). · ( Cuidados no campo operatório )Introduzir o doente na sala de cirurgia sem os lençóis e cobertores com que saiu da enfermaria ou do quarto. · Lavar cuidadosamente (10 minutos) o local a ser operado com sabão detergente antisséptico com formulações a base de hexaclorofeno. · Segue-se a antissepsia com álcool, merthiolate ou similar. · ( Cuidados com a equipe cirúrgica )Bom antisséptico é a solução de álcool iodado, porém com possibilidade de desencadear processos alérgicos na pele. · Precisa se adaptar a regime de absoluta assepsia (representa papel ímpar na gênese das infecções adquiridas). · Relação direta entre pessoal e infecção tem sido relatada. · O controle deve sempre ser feito principalmente com referência a trato respiratório, pele e períneo. · Deve sempre ser vedada a entrada de pessoas (médicos, enfermeiros, estudantes, etc.) com lesões abertas no centro cirúrgico. · Roupas: As roupas rotineiras devem ser trocadas antes de adentrar o centro cirúrgico, por calça e blusa esterilizadas. · Gorros e toucas: Devem cobrir todo o cabelo, ser de tecido compacto e tamanho suficiente para cobrir totalmente a área pilosa da cabeça. · Máscaras: · Seu uso generalizou-se logo após sua instituição por Von Mikulicz-Radecki (1986). · Deve abranger boca e nariz. · Máscaras impermeáveis são desaconselhadas. · Máscaras com dupla gaze de algodão com 12 tramas por cm² têm-se demonstrado satisfatórias. · 1. Trocar repetidamente durante as operações duradouras (a eficiência decresce após ser usada por alguns minutos). · 2. Colocarjunto a face, de modo a melhor filtrar o ar eliminado; · 3. Evitar a expiração forçada – tosse, espirro, assim como a fala. · 4. Nunca sair da sala de operação com máscara. · Mãos · Antes de iniciar a lavagem, cortar, se necessário, as unhas e limpá-las. · Escovar rigorosamente, por pelo menos 7 minutos, com anti-séptico e água corrente (todas as partes das mãos e antebraços devem ser escovadas). · Retirar a espuma várias vezes. · Enxugá-las com toalha esterilizada, para remover a água e vestígios de sabão residual, sob pena de enfraquecer a solução anti-séptica. · Imergir as mãos e antebraços em recipiente com álcool a 95% para completar a remoção de água da pele. · Imergir as mãos e antebraços em álcool 70% durante 3 minutos. · Enxugar com toalha esterilizada, colocar avental e luvas. · Aventais: Têm sido utilizados aventais de algodão com tramas densas e fibras longas, algumas impermeáveis à água, mas não ao vapor. São recomendáveis os aventais que têm possibilidade de oclusão nos punhos, tornozelos e golas, possuam malhas densas, com poros de 10 micra e sejam hidrófilos para reduzir a disseminação, sem serem impermeáveis ao vapor. · Luvas: Embora a proteção conferida pelas luvas seja realmente importante, muitas infecções são causadas por furos eventualmente não percebidos, como facilmente ocorrem em operações torácicas, ortopédicas ou neurológicas ( Antissépticos líquidos ) · Sabões · Sais de sódio ou de potássio de ácidos graxos de cadeia longa. · Atividade bactericida e bacteriostática especialmente contra bactérias gram-positivas e bacilos álcool-ácidos resistentes. · Atividade virucida é mínima. · Ação irritante para a pele é mínima, sendo por isto empregados para a escovagem de mãos e preparo da pele na área cirúrgica. · Álcool Etílico · O álcool etílico (70 a 90%) é o mais eficaz dos anti-sépticos. · Barato, não irritante para a pele e completamente inócuo para o organismo. · Ação anti-séptica se deve à atividade que exerce sobre as proteínas desnaturando-as. · Agentes oxidantes · Peróxido de hidrogênio, água oxigenada, a 10 ou 20 vol. · Não deve ser indicado ou recomendado como anti-séptico por ser ineficaz. · O permanganato de potássio, fraco agente bactericida, é usado na diluição de 1:1.000 e 1:10.000 para irrigações vesicais ou para embeber compressa em úlceras crônicas da pele. · Compostos halogenados · A. Tintura de Iodo: · Tintura de iodo (1% a 2% de iodo e iodeto de potássio em álcool a 70%). · Um dos mais potentes e rápidos bactericidas. · Apesar de irritante é o melhor anti-séptico para a pele íntegra. · Germicida de largo espectro, eficaz mesmo contra germes anaeróbios esporulados e fungos. · Deve-se ter cuidado ao aplicá-lo a áreas extensas da pele, assim como em alérgicos. · Soluções mais concentradas podem até produzir sérias queimaduras. · Cloro: · Se combina com a água para formar ácido hipocloroso (HOCL), sendo forte agente oxidante e bactericida de ação rápida. · Um seu derivado, o hipoclorito de sódio a 0,5% em solução aquosa (liquido de Dakin), foi e e amplamente usado como anti-séptico em curativos e mesmo em extensos ferimentos. É necessário, para maior atividade, que a solução seja recentemente preparada e trocada a cada 2 horas ou então ministrada por irrigação contínua. · Hexaclorofeno · Composto bifenólico clorado com forte ação bacteriostática. · Eficaz contra Gram-positivas, especialmente estafilococos. · Seu resíduo é resistente à remoção durante vários dias. · Cloro de benzalcônio · Composto orgânico amoniacal quaternário ativo contra bactérias Gram-positivas e Gram-negativas, alguns fungos e certos protozoários. · Gluconato de cloro-hexidina · Com pH entre 5 e 8 é muito ativo contra germes Gram-positivos, negativos e fungos. · Função esporicida apenas a elevadas temperaturas. · Ions metálicos · Cloreto de mercúrio e nitrato de prata estão abandonados porque irritam a pele e não são eficazes desinfetantes. · Os mercuriais orgânicos são menos populares hoje. · Atividade resulta da afinidade que certas proteínas têm por estes íons, o que faz com que bactérias captem grande quantidade de íon a partir de soluções muito diluídas. · Formaldeído · Em solução aquosa a 37% é pouco usada em cirurgia a não ser para a anti-sepsia do ar ambiental. · ( Antissépticos voláteis )Na forma sólida em pastilhas é muito usado para a esterilização de aparelhos com motor elétrico. · Óxido de etileno · Substância altamente explosiva. · Só deve ser manuseada com equipamento próprio e com pessoal treinado. · Geralmente é utilizado na forma de misturas. · Mistura de oxido de etileno a 11% em Freon é preferível por ser mais facilmente manuseável. · Óxido de propileno · Menos eficiente que o óxido de etileno · Menos explosivo que o óxido de etileno. · Tem sido empregado na esterilização de material cirúrgico de pequeno porte. · O aparelho para seu emprego é simples. ( Esterilização do Instrumental Cirúrgico ) · Feita por métodos que empregam calor e radiações. · Antes da esterilização propriamente dita três princípios gerais são de observação obrigatória: · 1. O instrumental, ao iniciar o ciclo de esterilização, deve possuir o menor número possível de microrganismos. · 2. Todas as suas partes componentes precisam estar dispostas de forma a serem facilmente acessíveis ao agente esterilizante. · 3. O empacotamento deve ser realizado de tal maneira que a esterilização seja mantida ate o uso dos instrumentos. · São dois os processos utilizados na limpeza do instrumental: manual e por ultra-som. · No processo manual, os instrumentos são lavados em água fria, detergente, escovando-se cada instrumento com escova rígida sob água corrente. · No ultra-som, utilizado desde 1956, a limpeza decorre do efeito produzido pela passagem de alta frequência na água. · A operação de limpeza e feita em três fases: · 1. Imersão dos instrumentos no tanque com água e detergente, este último atuando como umidificante; · 2. Ação de alta freqüência, de 18 a 20 mil ciclos por segundo; · 3. Remoção de detritos pela água. · Processo de esterilização depende de duas características essenciais: poder esterilizante e tempo de ação. ✓ Quanto maior o poder, menor o tempo e vice-versa. ✓ O tempo de ação é determinado por três fases ou tempos parciais: · 1. tempo de penetração, que e o período exigido para que todo material atinja a temperatura adequada para a esterilização; · 2. tempo de manutenção, período em que a temperatura é mantida para que se consiga completa esterilização; · 3. tempo de segurança, que é acrescido aos anteriores para completar o processo. · A esterilização pode ser feita utilizando-se calor seco (fornos, estufas, infravermelho e flambagem) ou calor úmido (fervura e vapor sob pressão). · O calor seco é um processo eficiente e sua aplicação é regida pelo calor que pode causar ao material e ao tempo gasto para esterilização. · A flambagem não deve ser empregada pelos danos que causa ao instrumental e por não conferir completa segurança. · O calor úmido age coagulando as proteínas celulares. · A fervura, apesar de amplamente utilizada, não é recomendável, uma vez que apresenta resultado incerto, mesmo após longo período de fervura. · O vapor sob pressão é o procedimento mais difundido e aceito para que se obtenha boa esterilização. · O emprego do vapor é realizado em autoclaves horizontais que facilitam o arranjo de pacotes e materiais no seu interior. · Inicia-se o processo com o aparelho frio, sendo introduzida água no tambor, fecha-se hermeticamente a porta, iniciando-se o aquecimento que devera atingir a temperatura de 121ºC, compressão de 1,5 a 2,0 g/cm². · O tempo de penetração dura cerca de 60 minutos. · Atingida a temperatura de esterilização, marca-se o tempo de manutenção (15 a 30 minutos). · Após este prazo, automaticamente vai sendo eliminado o vapor, a temperatura cai, e processa-se a secagem do material (aproximadamente 30 minutos). ( Tempos operatórios fundamentais ) ( Diérese ) · Constitui manobra cirúrgicadestinada a criar uma via de acesso, através dos tecidos. · 1.Incisão · Feita com instrumento de corte, isto é, que secciona os tecidos moles por meio de uma lâmina produzindo ferimento inciso. · A cicatrização dos tecidos se faz apenas com leve reação inflamatória quando a incisão é feita com bisturi ou com laser-dióxido de carbono, enquanto que ocorrem amplas áreas desvitalizadas quando é usada a dietermia. · 2.Secção · Ato de cortar com tesoura, serra, lâmina afiada, bisturi elétrico, laser, ultra-som ou micro-ondas. · 3.Divulsão · Obtida através da separação dos tecidos com pinça, tesoura, tentacânula, afastadores, etc. · 4.Punção · Realizada por meio de um instrumento perfurante. · Tem várias finalidades: drenagem de coleção líquida das cavidades ou do interior de órgãos, coleta de fragmento de tecido e de líquidos orgânicos para exame diagnóstico, injeção de contraste e de medicamentos. · 5.Dilatação · Usada para aumentar o diâmetro dos canais e orifícios naturais, ou de trajetos fistulosos. · É obtida pela rotura de fibras musculares ou de tecido fibroso. · 6.Serração · Realizada por meio de serra, especialmente em cirurgia óssea. · Instrumentos de Corte · Bisturi, serra, tesoura, rugina, cisalha, faca, costótomo, bisturi elétrico, osteótomo, goiva · Instrumentos de Divulsão · Pinça hemostática, tesoura, afastador, tentacânula · Instrumentos de Punção · Trocarter, agulha de Veres, agulhas simples · Instrumentos de Dilatação · Velas de Hegar, benique · Instrumentos Auxiliares · Pinças de dissecção, pinças de tração ou de preensão e afastadores (estáticos ou dinâmicos) · Instrumentos de Preensão · Kocher, Allis · Indicação e técnicas da via de acesso · A via de acesso é fundamental para o ato cirúrgico e necessita de material adequado e treino do cirurgião. · São requisitos fundamentais: · Ter extensão suficiente para boa visibilidade do campo operatório. · Ter bordas nítidas, favorecendo cicatrização estética e firme. · Atravessar os tecidos, respeitando a anatomia regional, e um plano de cada vez. · Não comprometer grandes vasos e nervos da região. · Acompanhar de preferência as linhas de força da pele (paralelas às linhas de Kraissl) · Seccionar as aponeuroses na direção de suas fibras, para que ocorra boa cicatrização. · Instrumentos auxiliares · Em cirurgia, utiliza-se uma série de instrumentos que auxiliam na execução das operações fundamentais: pinças de dissecção, pinças de tração ou de preensão, afastadores dinâmicos e estáticos. · Dentre os instrumentos de diérese destacam-se atualmente aqueles utilizados em cirurgia videoscópica, especialmente na laparoscopia. · Permitem ao cirurgião efetuar cirurgias sobre as vísceras abdominais com mínima lesão sobre a parede abdominal. · Para que as punções com trocarteres sejam realizados com maior segurança, evitando-se lesão em vísceras abdominais, recomenda-se a insuflação de gás no interior da cavidade abdominal, usualmente gás carbônico, que eleva a parede anterior do abdome, permitindo punções mais seguras. · A punção para insuflação de gás é realizada com agulha de Veres, dotada de mecanismo de segurança retrátil que expõe a superfície cortante da agulha quando da perfuração da parede abdominal, envolvendo-a na ocasião em que o peritônio é perfurado, penetrando-se na cavidade peritoneal. Este mecanismo evita lesões de vísceras abdominais. ( Hemostasia ) · Tem por objetivo impedir ou coibir a hemorragia. · O alcance da hemostasia eficiente ultrapassa a própria duração do ato cirúrgico. · Evita a perda excessiva de sangue, propicia melhores condições técnicas e aumenta o rendimento do trabalho (durante cirurgia). · Após a operação, favorece a evolução normal da ferida operatória, evita a infecção e a deiscência, afastando a necessidade de reoperação para drenagem de hematomas e abscessos. · Hemostasia temporária: executada no campo operatório ou a distância do mesmo · 1. Pinçamento: · E um método cruento. · A hemostasia poderá se transformar posteriormente em definitiva por ligadura, cauterização; · Em cirurgia vascular restauradora pratica-se rotineiramente a hemostasia preventiva temporária, usando pinças hemostáticas atraumáticas. O arsenal de instrumentos cirúrgicos da especialidade conta com grande número de modelos com diversas facilidades. · Preventiva: quando se faz antecipadamente o pinçamento, a montante e a jusante, da secção vascular. · Corretiva: quando o pinçamento é realizado após a lesão vascular, quando já se instalou o sangramento. · Instrumentos de hemostasia temporária · Existe grande quantidade de pinças hemostáticas traumáticas usadas correntemente em cirurgia. Poucas têm a preferência da maioria dos cirurgiões. · Todas, quando aplicadas, são logo substituídas por ligadura ou por eletrocoagulação · 2. Compressão: · Pode ser cruenta ou incruenta (feita sem prévia diérese, ou a distância do campo operatório). · Executa-se, geralmente pressionando com o polegar, o trajeto vascular contra uma superfície óssea. · No campo cirúrgico a compressão pode ser efetuada pelo pinçamento digital com o polegar e o indicador. · 3. Garroteamento: · Geralmente um método incruento. · Existem maneiras para seu emprego (faixa de Esmarch, manguito pneumático). · É um método cruento quando se usam fios ou cadarços diretamente no vaso. · Há níveis de eleição para realizar o garroteamento dos membros (via de regra esses níveis situam-se na raiz dos membros ou nas diáfises ósseas onde não existam grandes massas musculares). · Sempre que possível é preferível usar o manguito de aparelho de pressão em lugar do garrote. · O manguito exerce pressão mais distribuída do que o garrote, permitindo graduá-la em nível pouco acima do que o da pressão arterial. Além disso, nas operações demoradas, pode-se interromper temporariamente a hemostasia esvaziando o manguito pneumático. · A faixa de Smarch é uma fita elástica de borracha com 0,1 a 0,2 cm de espessura e com largura variável. Para os membros usam-se faixas de 6 a 8 cm de largura. · A aplicação da faixa se faz estando o membro elevado para que se esvazie o sangue venoso de estase. · A faixa, previamente enrolada como serpentina, é passada de modo espiral sob moderada tensão, desde a extremidade até a raiz do membro · 4. Ação farmacológica: · É conseguida por via sistêmica ou local. · O exemplo típico da hemostasia por ação farmacológica sistêmica é a hipotensão controlada. · Os hemostáticos, ou qualquer outra droga ministrada no paciente para corrigir distúrbios de coagulação, não deixam de ser métodos de hemostasia, por ação farmacológica sistêmica. · Se obtém por injeção de substância que diminui o sangramento por vasoconstrição na sede da cirurgia, ou fazendo-se aplicação tópica. · Pode se transformar em definitiva por ação do mecanismo natural do indivíduo ou por intervenção do cirurgião (ligadura). Quando isto não se dá e ocorre vasodilatação secundária, há serio risco de hemorragia tardia. · 5. Parada Circulatória com Hipotermia: · Poder ser usada na intervenção sobre fístulas arteriovenosas de difícil acesso e grande débito, após instalação de circulação extracorpórea, com a finalidade de evitar sangramento. · Para que essa parada seja suportada por mais tempo, sem danos, associa-se a hipotermia. · Método sofisticado de hemostasia temporária, de aplicação limitada, porém, de indubitável valor. · 6. Oclusão Endovascular: · Conduta que está sendo utilizada na cirurgia vascular e que consiste na interrupção do fluxo sanguíneo por meio de balão introduzido na luz da artéria. · Utilizado principalmente nas reintervencões sobre artérias, para evitar pinçamentos externos em condições adversas. · Hemostasia definitiva · Quase sempre cruenta; · Interrompe para sempre a circulação do vaso sobre o qual é aplicada. · 1. Ligadura: · É a amarração dos vasos com fios cirúrgicos. Geralmente segue-se à hemostasia temporária, mais frequentemente ao pinçamento, mas pode ser primária, quando é executada previamente · 2. Cauterização: ·Parada do sangramento de um vaso, provocada pela formação de um coágulo na extremidade sangrante, devido a aplicação de agentes físicos como calor, eletricidade ou substâncias químicas. · Em cirurgia usa-se mais frequentemente o eletrocautério. · O termocautério e o quimiocautério são mais usados para tratar pequenas hemorragias. · O desenvolvimento de eletrocautérios de corrente elétrica de alta frequência, que desvitalizam de forma muito menos acentuada a região ao redor do vaso a ser hemostasiado, devido a formação de uma onda de necrose de menor amplitude, propiciou que sua utilização fosse muito difundida. · Não é recomendado seu uso indiscriminado, em substituição ao pinçamento e ligadura, especialmente em locais ricos de estruturas vitais. · O emprego de ultra-som e de microondas, através de ponteiros ou canetas, produz a coagulação de tecidos, servindo para a diérese e hemostasia de vísceras parenquimatosas. · 3. Fotocoagulação: · O uso de raio laser (Light Amplification By Stimulated Emission of Radiation) em cirurgia é uma aquisição recente. · Tem sido empregado sob várias formas e com diferentes finalidades, em especial para a realização da hemostasia. · A luz é monocromática, o que permite a seletividade de seu uso de acordo com a absorção ideal do tecido que se quer atingir, lesando-se minimamente o tecido ao redor. · 3.1 – Laser de argônio: · Resulta da emissão monocromática da banda azul esverdeada entre 488 e 514 nm. · Esta energia – e cor – é melhor absorvida pelas células vermelhas, ricas em hemoglobina, que a transformam em calor. · O laser de argônio é usado em oftalmologia no tratamento e prevenção de hemorragias oculares. · 3.2 – Nd – Yag Laser (Neodymium ytrium aluminium garnet): · Resulta da emissão de banda de 1.060 nm e promove efetiva fotocoagulação, podendo levar a destruição tecidual. · Pode ser transmitido através de fibra de quartzo, possibilitando seu uso em endoscópios flexíveis. · 4. Sutura: · Certas suturas são feitas englobando vasos, com finalidade hemostática. · Constituem exemplos as suturas totais de anastomoses gastrintestinais e as suturas de lesões de grandes vasos. · 5. Grampeamento: · Pode-se proceder à hemostasia definitiva através do uso de grampos metálicos – aço inoxidável ou titânico – ou mesmo confeccionados de material absorvível, utilizando-se grampo adequado. · Facilita a hemostasia em territórios de espaço exíguo ou quando se deseja rapidez no procedimento e mínima lesão tecidual. · É muito utilizado hoje em dia em cirurgias videoscópicas, introduzindo-se o grampeador pelo canal de trabalho de 10 mm. · 6. Obturação: · Trata-se da aplicação de substância exógena, para ocluir a luz do vaso sangrante. · Nos sangramentos ósseos, como os vasos não podem se contrair devido a inelasticidade do tecido, procura-se estancar o sangramento com a aplicação de ceras, obturando-se os espaços de tecido ósseo esponjoso. · As esponjas de gelatina, celulose oxidada e congêneres, baseiam-se no mesmo princípio. · Usadas para combater hemorragia difusa e agem aderindo-se firmemente ao local, provocando obturação mecânica. · Podem ser embebidas em substâncias hemostáticas e são absorvidas posteriormente. · 7. Tamponamento: · Realiza-se pela compressão da área sangrante com compressa ou gaze. · É medida excepcional a ser adotada em hemorragias venosas ou capilares de superfície, quando outros recursos foram infrutíferos ( Síntese ) · Operação fundamental que consiste na aproximação das bordas dos tecidos seccionados ou ressecados · Visa facilitar as fases inicias do processo de cicatrização, a fim de que a continuidade tecidual possa ser restabelecida · Operação obrigatória na maioria dos procedimentos cirúrgicos · A aproximação das bordas dos tecidos ressecados ou seccionados deve ser mantida a custa de materiais que resistam as trações e tensões que se irão exercer sobre a ferida nas fases iniciais da formação da cicatriz · O material de síntese, representado geralmente pelos fios de sutura, a medida que a cicatrização se processa, tem sua função substituída pela própria cicatriz · Síntese e cicatrização se imbricam em seus respectivos papéis e a missão da primeira não deve terminar antes que a segunda já esteja em pleno curso · Sutura também pode ser feita com grampos metálicos · SUTURA MANUAL, quando bem feita, embora mais demorada, obtém resultados dificilmente superáveis · A SUTURA MECÂNICA com grampeadores automáticos tem sido adotada em centros desenvolvidos para variados fins como a cirurgia pulmonar, vascular e gastrintestinal, além de servir, também, para a síntese cutânea · Agulhas · Utilizadas na reconstrução, com a finalidade de transfixar os tecidos, servindo de guia aos fios de sutura · Existem diversos tipos, usados para suturas diferentes · Deve favorecer a penetração adequada no tecido, com o mínimo de traumatismo · As pontas devem ser cilíndricas ou cortantes · Agulhas retas: · Podem ser cilíndricas ou cortantes · Utilizadas principalmente na reconstrução de vísceras ocas, tendões, nervos e suturas intra-dérmicas · As que já trazem fio montado são, por isso, denominadas agulhas atraumáticas, proporcionando orifícios de entrada e de saída uniformes quando se realizam as suturas · Agulhas curvas: · Podem ser cilíndricas ou cortantes · Seu raio de curvatura é variável, adaptando-se a cada tipo de síntese, em tamanho adequado · As atraumáticas, isto é, aquelas que já trazem o fio montado, asseguram fácil penetração nos tecidos, sem deixar lacerações · A seleção da agulha é determinada por fatores: · Acessibilidade do tecido a ser suturado · Tipo deste tecido, levando-se em consideração sua constituição histológica, que lhe confere maior facilidade em sua transecção ou maior dificuldade no afastamento dos tecidos, necessário ao ponto · Diâmetro do fio da sutura · A agulha é constituída por 3 partes: a ponta, o corpo e o olho, onde é colocado o material de síntese · O corte transversal do corpo da agulha apresenta perfil cilíndrico, plano ou triangular. Este perfil, associado ao tipo da ponta da agulha, que pode ser cortante, romba ou plana, confere a agulha sua capacidade de ultrapassar os tecidos, causando uma mínima lesão tecidual. · Para tecidos densos como a pele, devem ser utilizadas agulhas triangulares com ponta cortante. Estruturas mais delicadas, como a parede de uma artéria, necessitam da escolha de agulhas cilíndricas com ponta romba. A sutura da córnea ocular requer uma agulha plana com ponta também plana. · PORTA-AGULHA · Necessário na reconstrução · Principalmente em cavidades, oferece conforto ao cirurgião e melhor condução da agulha curva · A agulha deve ser mantida firme, realizando uma passagem única pelos tecidos · São de uso corrente os porta-agulhas de cabo tipo pinça – Mayo e Hegar e os que se fixam em cremalheiras colocadas nos extremos dos ramos longos · Fios · Usados para ligaduras vasculares que garantem uma hemostasia perfeita e para aproximação dos tecidos · São empregados isoladamente ou montados em agulhas · Fatores diversos devem ser considerados na escolha do fio ideal: baixo custo, adequada resistência tênsil, facilidade de esterilização, maleabilidade e mínima reação tecidual · As características do fio ideal são: · a. Manter a força tênsil por tempo suficiente, até que a cicatriz adquira sua própria resistência frente aos estímulos mecânicos habituais · b. Portar-se com material inerte, provocando o mínimo de reação tecidual · Deve levar em consideração suas características de comportamento físico e biológico em relação ao processo de cicatrização do tecido a ser suturado · Inabsorvível > força tênsil / absorvível < força tensil · Orgânicos: muita reação / sintéticos: pouca reação · Monofilamentares: / Multifilamentares · Calibre: quanto maior o número de zeros, menor o diâmetro. Quanto maior o diâmetro maior o aumento da força tênsil · Fios absorvíveis · Categute: · Conforme o tempo de absorção, os categutes podem ser simples (absorçãomais rápida – 8 dias) ou cromados (absorção mais lenta – 20 dias) · A espessura dos categutes é dada por seu diâmetro externo, em décimos de milímetros, podendo as agulhas ser retas ou curvas · Fácil manipulação · Não devem ser empregados na suturas superficiais, em vista de sua grande permeabilidade · Comportam-se biologicamente como um corpo estranho, desencadeando uma reação inflamatória intensa ao seu redor, mais evidente no categute simples · Muito utilizados em suturas gastrintestinais, amarraduras de vasos na tela subcutânea, cirurgias ginecológicas e urológicas · Ácido Poliglicólico: · Fio sintético, obtido pela polimerização do ácido glicólico (Dexon) · Possui uma resistência tênsil maior que a do categute · A reabsorção ocorre por hidrólise entre 60 e 90 dias após sua utilização. Entretanto, a resistência tênsil efetiva de seus nós é perdida muito antes, em torno da terceira semana · Muito usado na sutura de músculos, fáscias, tecido celular subcutâneo, ocasiona pouca reação inflamatória · É multifilamentado, podendo, como qualquer fio com esta característica, albergar em seu interior bactérias que escapam da fagocitose · Ácido Poligaláctico: VICRYL · Fio sintético (Vicryl), semelhante em seu comportamento ao ácido poliglicólico · Hidrolisa-se e é completamente absorvido em torno de 60 dias · Comumente encontrado na cor violeta, pode também ser branco, o que evita a formação de indesejáveis tatuagens de subcutâneo, ocorrência rara · É utilizado em cirurgias ortopédicas, gastrintestinais, urológicas, ginecológicas, oftalmológicas e na aproximação do tecido celular subcutâneo · Polidioxanona: · Fio sintético, polímero de poliparadioxanona (PDS, Maxon) · É um fio que tem a vantagem de ser monofilamentado e possuir uma absorção lenta com manutenção da resistência tênsil por longo período · Utilizado na sutura de tendões, cápsulas articulares e fechamento da parede abdominal · Fios Inabsorvíveis · Seda: · Suas fibras são retorcidas ou trançadas, tratadas com polibutilato · Fácil de ser manuseado, produz nós firmes · Apesar de classificado como não absorvível, é degradado ao longo dos anos, perdendo sua resistência tênsil · Algodão: · Processado a partir das fibras do algodão · É multifilamentar, proporcionando um fio maleável e agradável ao tato, o que propicia um nó forte · Devido ao fato de ser multifilamentado pode perpetuar um processo infeccioso caso utilizado em território contaminado · É semelhante a seda em termos de reação tecidual, o que ocorre com a formação de granuloma de corpo estranho · Poliéster: · Sintético, multifilamentado, e fabricado a partir de fibras de poliéster · São fios resistentes e de grande durabilidade · Excelentes para suturas de aponeuroses, tendões e vasos · Podem apresentar-se sem cobertura (Mersilene, Surgilene) · Os fios de poliéster requerem um mínimo de cinco nós para uma fixação segura · Os fios de poliéster causam pouca reação tecidual, com pouca resposta inflamatória · Devem ser evitados quando houver infecção no local da sutura devido ao fato de serem multifilamentados · Nylon: · Derivado das poliamidas, tem sido empregado desde 1938 e, mais amplamente, depois dos trabalhos experimentais de Nichols e col. (1940) · Caracteriza-se pela elasticidade e resistência a água · Pode ser mono ou multifilamentar · Fio de pouca reação, mas de difícil manipulação, duro e corrediço, não produz nó firme · Perde resistência tênsil ao longo do tempo, podendo ser degradado e absorvido ao longo de dois anos, apesar de ser considerado inabsorvível · Os fios monofilamentados, negros ou incolores, são os preferidos para as suturas de pele · Causam pouca reação tecidual · Polipropileno: · Sintético e monofilamentado (Prolene) produz pouca reação tecidual · Incolor ou azul, mantém sua resistência tênsil vários anos após sua utilização · Muito usado em sutura vascular · Facilmente removível e ideal para sutura intradérmica · Tipos de sutura · 1. Sutura em pontos separados: · Apresenta vantagens, como: o afrouxamento de um nó, ou a queda do mesmo, não interfere no restante da sutura; há menor quantidade de corpo estranho no interior do ferimento cirúrgico; os pontos são menos isquemiantes do que na sutura contínua · Apresenta como desvantagem relativa o fato de ser mais trabalhosa e mais demorada · Os tipos de sutura em pontos separados são: ponto simples; ponto simples com nó para o interior da ferida; ponto em “U” horizontal; ponto em “U’ vertical; ponto em “X” horizontal; ponto em “X” horizontal com nó para o interior da ferida; ponto recorrente; ponto helicoidal duplo · Simples – maioria das suturas, mais prático, quase sem contra indicações · X - ponto hemostático, área sangrante ativamente · U ponto de fixação · Donnatti área de tensão aproximação de bordas · 2. Sutura contínua: · Deve-se considerar o nó inicial, a sutura propriamente dita, e o nó terminal · Tipos: chuleio simples; chuleio ancorado; sutura em barra grega; sutura intratecidual, sutura em pontos recorrentes · 3.Suturas da pele: · As suturas de feridas do tegumento cutâneo e de incisões operatórias constituem a apresentação do cirurgião · Devem ser utilizados fios inabsorvíveis, tipo nylon ou poliéster que, por promoverem menor reação tecidual, propiciam cicatrizes estéticas · 4. Sutura da tela subcutânea: · A tela subcutânea deve ser aproximada em uma ferida para evitar a formação de espaço morto e de consequentes coleções serosas e hemáticas, que favorecem a infecção · Deve ser suturada com pontos separados com fio absorvível tipo categute ou poliglicólico · 6. Sutura muscular: · Em geral, quando a aponeurose que recebe o músculo é delicada, utilizam-se, conjuntamente, as miorrafias, feitas mais frequentemente com fios absorvíveis, evitando pontos isquemiantes · 7. Sutura de vasos e nervos: · Utilizam-se suturas separadas ou contínuas, mas sempre com fios inabsorvíveis, como prolene · Na neurorrafia emprega-se fio inabsorvível de nylon ou prolene · 8. Sutura de tubo digestivo: · A partir da publicação de Gambee e col. (1951) apresentando bons resultados com anastomoses gastrintestinais em dois planos, uma série crescente de publicações com estudos clínicos e experimentais vêm confirmando o comportamento satisfatório deste tipo de anastomose (Gambee, 1965; Getzen, 1966; Hamilton, 1967) · 9.Sutura através de grampeadores: · Propicia a aproximação dos tecidos através de mecanismos que, pelo uso de grampos metálicos e diferentes formatos de grampeamento, promove uma síntese adequada, rápida, segura e com pequena reação tecidual · Atualmente, o cirurgião dispõe de uma grande variedade de grampeadores · Nós manuais · O nó cirúrgico deve ser de fácil execução e tem por finalidade evitar que o fio entrelaçado se solte · O principal é que não se afrouxe, permitindo perfeito ajuste das bordas a serem afrontadas · Para que isso ocorra devem ser levados em consideração o tipo de nó, o treino do cirurgião, o grau de tensão dos tecidos a serem suturados e a natureza do fio · Os fios sintéticos monofilamentares, como o Nylon e o poliéster, tendem a se afrouxar · O nó cirúrgico, em geral, consta de uma primeira laçada, que aperta, e uma segunda fixadora, que impede o afrouxamento da primeira · Quando há necessidade de maior segurança acrescenta-se um terceiro nó, também utilizado quando existe tendência de os anteriores afrouxarem-se · ( Anestesiologia )Cada laçada deve ser feita no sentido oposto ao do anterior; caso contrário, o nó tende a se afrouxar · É considerada tradicionalmente um procedimento empregado para supressão de três funções orgânicas: · A consciência · A dor · O movimento · No entanto, como advento dos procedimentos regionais, como bloqueios do neuro-eixo e bloqueios de nervos periféricos, muitas cirurgias são realizadas com total inibição da dor e do movimento do segmento operado, estando o indivíduo consciente ou apenas sedado durante todo o procedimento. ( Anestesia geral ) · Hipnose e Amnésia: inconsciênciatotal do ato operatório · Analgesia: bloqueio total de percepção da dor e atenuação da resposta autonômica ao estímulo álgico · Relaxamento Muscular: movimentos de todos os segmentos corporais inibidos e não somente o local a ser operado · Anestésico Inalatório (Volátil) · Mais potentes: · Halotana · Enflurano · Isoflurano · Desflurano · Sevoflurano · Fraco: · Óxido nitroso · Óxido nitroso: · Fornece apenas anestesia parcial, não tendo influencia nas condições hemodinâmicas e respiratórias do paciente. · É administrado combinado com outros anestésicos voláteis potentes, o que permite uma redução da dose destes últimos, medida que diminui a probabilidade de efeitos colaterais indesejáveis. · Halotano: · Maior potência · Droga antiga · Possui alguns efeitos cardiovasculares graves como depressão da função miocárdica e sensibilização do miocárdio as catecolaminas (predispondo a arritmias) · Há descrição de uma forma grave e rara de hepatite aguda pós-operatória causada por metabólitos da droga (1 a cada 35.000 pacientes) · Isoflorano: · Um dos mais utilizados · Vantagens: metabolismo mínimo no organismo, menor redução do débito cardíaco e menor sensibilização do miocárdio as catecolaminas (embora possa causar taquicardia) · Mais barato em relação ao sevoflurano · Desvantagem: odor · Sevoflurano: · Induz rapidamente a anestesia · Menor duração e menor incidência de sonolência e náuseas · Usado em pacientes asmáticos ou com DPOC · Anestésico Venoso · Estão relacionados à um menor desconforto durante a indução anestésica · Tiopental, Midazolam, Opióides, Propofol, Etomidato e Ketamina · Essas drogas quando combinadas aos anestésicos voláteis oferecem uma anestesia geral de risco mais baixo (doses menores) · Tiopental · Um dos agentes mais antigos empregados na indução anestésica · Classe dos barbitúricos, possuindo potente efeito hipnótico e também sedativo · Efeitos indesejáveis incluem depressão da função miocárdica, depressão da ventilação e vasodilatação intensa, levando a hipotensão · Midazolam · Pertence a classe dos benzodiazepínicos · Pode ser empregada tanto como medicação pré-anestésica (em doses baixas) como indutora da anestesia (em muitas cirurgias cardíacas) · Possui ação rápida · Depósito em tecido adiposo · Etomidato · Altera minimamente a hemodinâmica · Não provoca depressão respiratória · Principais efeitos colaterais: sensação local de queimação no momento da infusão, mioclonia e insuficiência suprarrenal quando administrado em infusão contínua nos pacientes em Terapia Intensiva · Propofol · Ideal em asmáticos e em pacientes com DPOC, pois induz bronco dilatação · Reduz a resistência da via aérea em fumantes · Os efeitos colaterais mais importantes incluem depressão da função miocárdica, hipotensão arterial por vasoplegia e hipertrigliceridemia · Opióides · Fentanil, Sufentanil, Alfentanil, Remifentanil, Morfina e Meperidina · O fentanil é um opioide sintético (100 a 150 vezes mais potente do que a morfina) de ação rápida empregado comumente na manutenção da anestesia · Bloqueadores Neuromusculares (Curares) · Fundamentais, pois levam ao relaxamento muscular profundo · Garantem a flacidez e imobilidade para que o procedimento cirúrgico possa ser realizado · Relaxamento da musculatura da laringe permite que o paciente seja intubado com probabilidade menor de complicações · Agentes Despolarizantes · Succinilcolina · Droga muito popular entre os anestesistas · Empregada antes da intubação endotraqueal · Início e término de ação muito rápidos (a duração de seu efeito e em torno de 5 minutos) · Agentes não despolarizantes · Pancurônico, atracúrio, mivacúrio e rocurônio · Ação mais prolongada · Anestesia Geral · A anestesia geral tem como característica a perda de consciência, sendo o paciente ventilado mecanicamente com ventiladores anestésicos durante toda a cirurgia. · O procedimento é dividido em 3 fases: · (1) Indução · (2) Manutenção · (3) Recuperação · Indução: A fase de indução e precedida pelo emprego de medicação pré-anestésica, usualmente um benzodiazepínico de ação rápida como o midazolam, propofol ou etomidado (sedação venosa inicial), e pré-oxigenação com oxigênio a 100% sob máscara facial · Manutenção: Quando o plano anestésico-cirúrgico é alcançado, cabe ao anestesista apenas manter o paciente neste estágio durante toda a operação; para isso, são administrados anestésicos inalatórios e novas doses de agentes intravenosos e bloqueadores neuromusculares · Recuperação: O paciente se recupera da anestesia e é extubado · Anestesia Local · Infiltração local de anestésicos locais em regiões a serem manipuladas pelo médico · São substâncias que, em contato com a fibra nervosa, interrompem transitoriamente o desenvolvimento e progressão do impulso nervoso · Tipos de ALs · Efeitos Colaterais · Quando utilizar? · Infiltrações locais para a realização de um procedimento pequeno (sutura) · Em bloqueios de nervos periféricos ou plexos nervosos (muito comum em ortopedia) · Em soluções para serem injetadas em espaços na coluna vertebral (peridural e raquianestesia) · Mecanismo de Ação · Tem como base a inativação dos canais de sódio da membrana neuronal; · A despolarização toma-se mais lenta, fenômeno que inibe a propagação do potencial de ação e, portanto, o reconhecimento do estimulo álgico; · Os principais “alvos” incluem os nervos periféricos e as raízes nervosas que deixam a medula espinhal. · BLOQUEIO DOS DEDOS DA MÃO e PÉ · São facilmente anestesiados com pequeno volume de anestésicos · Grandes volumes podem ocasionar lesões isquêmicas devido à compressão dos vasos sanguíneos · Nunca se usam soluções anestésicas com adrenalina! · A técnica é simples e consiste de injeção de 2 a 3 ml do anestésico em ambos os lados da base do dedo · Usualmente são suficientes de 5 a 10 ml de lidocaína a 2,0% · ANESTESIA RAQUIDIANA E PERIDURAL · QUAL FAZER? · Tempo de duração da cirurgia · A extensão necessária do bloqueio · A massa de anestésico permitida · A necessidade de analgesia pós-operatória · Preferência do anestesiologista · Para a realização dos bloqueios: · O tipo e a dose de anestésico a ser utilizado · A natureza da cirurgia · A inervação da área a ser operada · A relação risco/benefício para o paciente · Contra-indicações absolutas: recusa do paciente, infecção no local da punção, instabilidade hemodinâmica e coagulopatia · Contra-indicações relativas: impossibilidade de o paciente permanecer imóvel e tranquilo durante o procedimento, inexperiência do anestesiologista, relato de doença neurológica preexistente, presença de infecção que possa acometer o SNC, como a toxoplasmose e a causada pelo HIV · Raquianestesia · Bloqueio de raízes nervosas e seus gânglios, dentro do espaço subaracnóideo · O anestésico local também penetra na medula e, aí, interrompe o influxo nervoso · Fácil execução e necessita de doses pequenas · Lidocaína: · Concentração de 2% associada a glicose a 7,5% · Início do bloqueio motor e sensitivo é rápido e intenso, com duração de 90 minutos, em média · Bupivacaína: · Concentração de 0,5% em soluções hiperbáricas ou isobáricas · Bloqueio motor e sensitivo intenso, mas com início de ação mais rápido que a lidocaína · A solução hiperbárica tem glicose a 8% (muito usada em cirurgias abdominais, ortopédicas e ginecológicas) · RAQUIANESTESIA - ADITIVOS · Adrenalina: associada a anestésicos locais prolonga a ação deles, provavelmente por vasoconstrição ao nível da dura-máter e da medula espinal, resultando na diminuição da absorção vascular do anestésico injetado, criando, assim, um bloqueio nervoso mais intenso e prolongado · Opióides: melhoram a qualidade do bloqueio quando injetados no espaço subaracnóideo · RAQUIANESTESIA - TÉCNICA · A. Posição do paciente: · B. Procedimento: · Estabelecimento de um acesso venoso confiável · Paciente posicionado · Antissepsia e colocação de campos esterilizados · Uma agulha de raquianestesia é introduzida perpendicularmente ou ligeiramente inclinada, companhando a direção das apófises espinhosas, num ponto médio entreduas apófises lombares · Em seu percurso ela atravessa a pele, o tecido celular subcutâneo, o ligamento supra-espinhoso, o ligamento interespinhoso, o ligamento amarelo e a dura-máter · Neste momento, percebe-se a perfuração de um tecido resistente e a retirada do mandril revela o escoamento do líquor, que comprova ter a agulha penetrado no espaço subaracnóideo · Complicações · Dores lombares pós-operatórias: Traumatismo do periósteo e dos ligamentos, em punções difíceis, como também do relaxamento muscular com estiramento ligamentar, proveniente do decúbito dorsal prolongado · Cefaléia pós-punção: · Complicação mais comum · Relaciona-se com o calibre da agulha usada na punção · Quanto maior o calibre da agulha maior é a incidência de cefaléia, pois há mais vazamento de líquor para o espaço peridural, diminuindo a pressão liquórica no encéfalo, causa da cefaléia · Localização bifrontal, aparecimento por volta do segundo dia · Tratamento com analgésicos, sedativos, hidratação e repouso · ANESTESIA PERIDURAL · Obtida por meio da colocação de anestésico local no espaço peridural, seja em nível lombar ou sacral · O material para a punção peridural é basicamente o mesmo utilizado na raquianestesia: bandeja estéril contendo gazes, compressas, cuba metálica para a colocação de solução anti-séptica, pinça para anti-sepsia e seringas de 5, 10 e 20 ml, além de agulhas próprias para a punção peridural · A agulha mais usada na punção é a de Tuohy ou agulha com abertura em sua face lateral (dificulta a punção acidental da dura-máter e facilita passagem do catéter) · MECANISMO DE AÇÃO: · O anestésico que, a partir do espaço peridural, atravessa orifícios (”buracos” de conjugação), penetra nos troncos nervosos e produz uma anestesia troncular · Parte deste anestésico dirige-se ao espaço subaracnóideo por via retrógrada, caminhando pelos espaços subperineurais. No espaço subaracnóideo o anestésico mistura-se com o líquor, banha as raízes nervosas e a medula, originando uma raquianestesia · Os usualmente empregados são a lidocaína, a bupivacaína e a ropivacaína · Lidocaína – 1% a 2% · Bupivacaína – 0,5% a 0,75% ou 0,125% a 0,25%. · Ropivacaína – derivado da Bupivacaína; menor toxicidade e ação mais prolongada; em concentração adequada, produz menor bloqueio motor · Os efeitos fisiológicos dos anestésicos empregados na anestesia peridural sobre os sistemas circulatório, respiratório, digestório e urinário são os mesmos já relatados na anestesia raquidiana, porém, se instalam de maneira insidiosa e com menor repercussão hemodinâmica. · Complicações · Injeção intravascular: Pode levar a intoxicação, convulsões e parada cardíaca. É uma complicação temível e de prognóstico sombrio, na dependência do anestésico usado · Hematoma peridural: É incomum. O paciente pode apresentar sinais de compressão medular e está geralmente associado a coagulopatias · Anestesia raquidiana total: Consequente à punção acidental da dura-máter e injeção de dose elevada de anestésico no espaço subaracnóideo, com o bloqueio atingindo até a região cervical, inclusive. O tratamento consiste em manter o adequado suporte ventilatório e hemodinâmico, até o término da metabolização do anestésico · O posicionamento do paciente é o mesmo da anestesia subaracnóidea. · Pode ser realizada em qualquer nível da coluna. · Se refluir sangue ou líquor durante as aspirações do espaço peridural, antes ou no período de injeção de anestésico, o espaço puncionado deve ser abandonado, para que não tenha complicações graves. · ( REMIT )Ao contrário do que ocorre na raquianestesia, a extensão do bloqueio não se altera com a posição do paciente. · REMIT é a designação dada ao conjunto de al terações neuroendócr inas e imunológicas que ocorrem no nosso organismo após a injúria, com objetivo de reestabelecer a homeostase. · Condição fisiológica e adaptativa frente a um trauma · Magnitude da resposta diretamente proporcional a magnitude do trauma · Objetivos: · CONJUNTO DE ALTERAÇÕES METABÓLICAS FRENTE AO TRAUMA · O estado metabólico prévio do paciente modula a intensidade da resposta ao trauma (reserva funcional) · Existe necessidade de resposta endócrina normal para a recuperação do paciente vítima de trauma · O corpo responde ao aumento de demanda de energia aumentando Cortisol/catecolaminas, ADH/Aldostrerona, Glucagon/GH ( 1ª etapa ) · Catabólica · Pico ~2-3 dias após a lesão · Objetivo da insulina = glicose dentro da célula · Objetivo da remit = glicose circulante ( 2ª etapa ) · Anabólica · ~5 dias após a lesão ( Resumo ) · Ativação dos mecanismos de coagulação · Desvio de líquidos do intra para o extravascular · Redistribuição do fluxo sanguíneo · Manutenção do equilíbrio ácido/básico e eletrolítico · Mobilização dos leucócitos · Produção de macrófagos e linfócitos T · Aumento do débito cardíaco · Lipólise e proteólise · ( Modulação )Aumento da glicogenólise e gliconeogênese · Avaliação pré-op · Trauma X Eletiva · Redução da FO · Bloqueio anestésico funcional · Preparo · Ansiedade · Anestesia · Geral X Locorregional · RESPOSTA AO JEJUM · TERAPIA NUTRICIONAL ( Infecções em cirurgia ) · Infecção cirúrgica é infecção relacionada diretamente ao ato cirúrgico ou as medidas a ele relacionadas · ( Tipos de Infecção )Muito frequentemente este tipo de infecção só se manifestará após a alta do paciente, sendo necessário conhecimento do tipo de infecção e seu período de incubação para sua correta identificação A idade tem sido considerada predisponente; · Infecção pós operatória: · Constitui um dos maiores riscos para os pacientes hospitalizados · ↑ morbimortalidade, · ↑ permanência hospitalar, · ↑ custo serviços em saúde · A infecção da ferida operatória corresponde a maior incidência de infecção no pacientes cirúrgicos · Frequências de infecção no contexto hospitalar: 1° infecção urinária, 2° infecção respiratória, 3° ferida cirúrgica · Infecção da Ferida Operatória · Elevada incidência, custo e morbidade consideráveis · Maior dificuldade de registro – manifestação frequentemente após alta hospitalar · Classificação da ferida cirúrgica de acordo com o grau de contaminação em 4 grupos · ISC: infecção de sítio cirúrgico · Infecção Urinária · Presença de > 100.000 colônias de bact./ml + queixas urinárias · Estreita relação com o tempo de duração do cateter vesical · Incidência de 5% a 8% por dia de cateterismo · Incidência de 40% a 50% após 10 dias de cateterismo · Infecção Respiratória · Infecções altas: traqueobronquites, bronquites e bronquiolites – caracterizados por tosse produtiva com/sem febre, broncoespasmo, roncos e sibilos à ausculta, sem evidência radiológica de pneumonia · Pneumonia: tosse produtiva, febre + alterações radiológicas – associada a ↑ mortalidade em pacientes pos Op · Abscesso pulmonar ou empiema: Coleção purulenta no parênquima pulmonar ou cavidade pleural - ↑ gravidade, ↑mortalidade · Abscesso abdominal e Peritonite – coleções purulentas intra-abdominais localizadas ou difusas decorrentes a processos inflamatórios de órgãos abdominais · Abscesso – sintomas abdominais mais brandos, sendo necessário exames complementares de imagem para fechar o diagnóstico · ( Etiologia )Peritonite – sintomas abdominais mais significativos, dor difusa – irritação peritoneal · Staphylococcus aureus e o Streptococcus pyogenes – principais agentes etiológicos prevalentes relacionados a infecção cirúrgica · Variações dos agentes etiológicos: local da cirurgia, instituição hospitalar ( Resposta orgânica a infecção ) · INFECÇÃO – produto de 3 componentes: · 1) microrganismo infectante · 2) meio no qual a infecção se desenvolverá · ( Fatores predisponentes a infecção )3) mecanismo de defesa do paciente · Fatores relacionados à bactéria: · Virulência – capacidade de produzir efeitos lesivos através da produção de toxinas e capacidade de multiplicação · ↑ virulência, ↓N de bactérias necessárias para infecção · ↓ de tempo de internação previne o aumento da virulência ↓ colonização por flora bacteriana altamenteselecionada · Nº de bactérias - quantidade necessária para que uma infecção se estabeleça · 1.000u/ml de fluido orgânico – geralmente não gera alterações clínicas · 10.000u/ml – condição de risco · Fatores relacionados ao Hospedeiro e operação: · Diabetes · Higiene precária · Preparação pre op inadequada (anti-sepsia, tricotomia, preparo de cólon...) · Desnutrição · Hepatopatia · Idosos · Corticoterapia · Caterização vesical, acesso venoso central · Radio/quimioterapia · Hipo/hipertermia · Tabagismo · ( Diagnóstico )Hipóxia · Aspectos clínicos sugestivos · Hiporexia · Febre · Calafrios · Náuseas e vômitos · Taquicardia · Taquipnéia · Distensão abdominal · Oligúria · Dados laboratoriais Sugestivos: · Leucocitose · Plaquetopenia · ↓ HT e ↓ HB · ↑ lactato sérico · ↑ glicemia · ↓ albumina · Hemocultura · Urinocultura · Cultura de secreções, da ferida e biomateriais (cateteres) · ( Antibióticos )Exames radiológicos de Imagem podem ser úteis e dar subsídios indiretos ou até mesmo confirmar diagnóstico do processo infeccioso · O uso inadvertido e demasiado de ATB deve ser evitado A utilização inadequada do ATB profilático · ↑ índice de infecção · ↑ custo do tratamento · ( Antibióticoprofilaxia )↑ resistência bacteriana · Está indicada nas cirurgias em que a ocorrência de complicações é elevada ou grave e a literatura demonstra a eficácia do uso · Quando indicada deve ser feita 30 min antes do início da cirurgia, geralmente, coincidindo com o momento da indução anestésica · A extensão da profilaxia, por períodos superiores a 24/48h pós-op, não reduz a incidência de infecção da ferida operatória · A antibioticoprofilaxia cirúrgica não previne infecções pulmonares e/ou urinárias · Cirurgia Limpa – Não precisa, com exceções: · Cirurgia limpa mas tem febre reumática e/ou com próteses · Operações vasculares, oftalmológicas, ortopédicas e neurocirurgia em que infecção poderia implicar em disfunção permanente, infecção grave ou risco de vida · Pacientes imunodeprimidos · Pacientes que serão submetidos a cirurgias para colocação de prótese · Cirurgia Potencialmente contaminada – sim, precisa · Cirurgia contaminada e infectada = antibioticoterapia · Antibiótico de escolha · Cirurgia Limpa- Germe mais frequente de pele - S. aureus., S. pyogenes ! cefalosporina de 1 geração · Cirurgia Potencialmente Contaminada · SUPRADIAFRAGMÁTICA Germes mais frequente: aeróbios Gram + anaeróbios da cavidade oral ! Amoxicilina/Clavulanato; Cefalosporina 1ª Geração + Metronidazol ou Clindamicina · INFRADIAFRAGMÁTICA – GRAM-NEGATIVOS · Risco de abrir TGU – próstata e vias urinárias, Germe: enterobactérias urinárias → ciprofloxacino · Risco de abrir mucosa TGI – Germe: enterobactérias; quanto mais distal no TGI, também considerar anaeróbios → cefalosporina de 2 geração – cefoxitina + metronidazol · Antibioticoprofilaxia ATB iniciado na indução anestésica IV em dose única na maiora dos casos · Exceções: Cirurgias > 3h ou período superior a duas vezes a meia-vida da droga – doses de reforço de ATB devem ser consideradas Ex. Cefalotina (meia-vida de 1h): 2g na indução anestésica, seguida de 1g 2/2h enquanto durar a cirurgia Cefazolina (meia-vida de 2h) 2g na indução, seguida de 1g 4/4h enquanto durar a cirurgia · Hemorragia significativa no intra-op ( Ferimentos e cicatrização ) ( Ferimentos de partes moles ) · FERIMENTOS → traumatismo + solução de continuidade com ou sem perda de substância · CONTUSÃO → traumatismo sem solução de continuidade · Traumatismo superficial → envolvimento de pele, subcutâneo, aponeuroses ou músculos · Traumatismo profundo → acometimento de nervos, vasos calibrosos, ossos, vísceras, tendões · QUANTO AO EFEITO LESIVO: · Incisas – produzidas por força cortante, desvitalização pouco significativa – bordas regulares e lineares · Perfurantes – produzidas por agente fino e pontiagudo; lesão de estruturas profundas – punhal · Contusas – produzida por forças de compressão levando a edema, isquemia, equimoses e hematomas · Corto-contusas – pressão + corte; bordas irregulares; · Abrasivas – produzida por atrito da pele e superfícies ásperas; perda da epiderme e parte da derme · TODA FERIDA TRAUMÁTICA TEM CERTO GRAU DE CONTAMINAÇÃO · FATORES SISTÊMICOS/RELACIONADO AO INDIVÍDUO - ↑ INFECÇÃO da ferida · Idade avançada · Diabetes · Obesidade · Desnutrição · Terapia esteróide · Choque · Infecção à distância · Deficiências imunológicas · Aterosclerose · Doença maligna · FATORES LOCAIS - ↑ INFECÇÃO da ferida · Presença de corpos estranhos · Tecidos necrosados / isquemiados · Tecidos macerados com perda de substância · Edema · Tecidos irradiados · Hematoma · Espaços de descolamento traumáticos · TRATAMENTO – OBJETIVOS: Restabelecer a integridade anatômica, funcional e estética dos tecidos lesados – estimular cicatrização · FECHAMENTO PRIMÁRIO, PRIMÁRIO RETARDADO (3 ͣ intenção), SECUNDÁRIO · CONTRA-INDICAÇÕES AO FECHAMENTO PRIMÁRIO · Tempo decorrido > 6h · Tecido com suprimento sanguíneo inadequado · Perda de substância · Feridas muito contaminadas · Feridas lacerantes produzidas por mordeduras humana, animais · Ordem de ação a) Avaliação inicial e retirar corpos estranhos grosseiros b) Tamponar o ferimento e preparar a pele adjacente – antissepsia e tricotomia S/N c) Colocar campos estéreis d) Anestesiar e) Controlar a hemostasia f) Explorar o ferimento g) Desbridamento completo h) Irrigação copiosa i) Avaliar e executar ou não o fechamento da ferida j) Curativo · ANTIBIOTICOPROFILAXIA – INDICAÇÕES · Feridas penetrantes em articulações ou associadas a fraturas · Feridas com alta contaminação, extensas · Quando o desbridamento não foi adequado ou realizou de forma tardia · Ferimentos em membros com insuficiência vascular ou edema linfático · Pacientes portadores de endocardite · Pacientes portadores de próteses (ortopédicas, cardíacas...) · ( Tipos de cicatrização de feridas )Cefalosporinas 1 ͣ geração são usualmente mais utilizados ( Ferimentos de partes moles ) ( Ferimentos de partes moles ) · 1a intenção: - Fechamento primário através da junção das bordas da ferida · 2a intenção: - Ferida permanece aberta - Cicatrização sem fechamento primário · 3a intenção ou fechamento primário retardado: - Ferida mantida temporariamente aberta para controle de infecção - Após 3 a 5 dias: fechamento por sutura primária A · Tentativa biológica do organismo de restaurar sua integridade. Cicatriz: resultado de uma cascata ordenada de eventos mediados por fatores de crescimento específicos · Visão Geral · Eventos dinâmicos que se sobrepõem · 1a fase: INFLAMATÓRIA · Hemostasia · Remoção de tecidos desvitalizados e bactérias · Exsudato →tumor, calor, rubor e dor · 2a fase: FIBROPLASIA · Afluxo e multiplicação de fibroblastos · Da mec e colágeno " proliferação endotelial (angiogênese) · Crescimento epitelial (epitelização) · Tecido de granulação · 3a fase: MATURAÇÃO · Remodelação do colágeno · Contração da ferida · Cicatriz propriamente dita · Fase Inflamatória – Resposta Vascular · Agregação plaquetária → degranulação → Liberação mediadores químicos e fatores de crescimento · Formação da malha de fibrina aumento da permeabilidade capilar · Quimiotaxia · Vasoconstrição é substituída por vasodilatação · e aumento da permeabilidade capilar · extravasamento de plasma e eritrócitos marginação e migração de leucócitos → resposta celular · Fase Inflamatória – Resposta Celular · Leucócitos: neutrófilos, linfócitos e monócitos · Neutrófilos: infiltram o local nas primeiras horas após a lesão, predominam no 1o e 2o dias e desaparecem após 72 horas · Atraídos pela fibronectina e fatores de crescimento · Desbridamento dos tecidos desvitalizados · Fagocitose e hidrólise enzimática de bactérias (radicais OH-) · 1/2 vida efêmera: apoptose, fagocitose e degradação pelos macrófagos · Não são indispensáveis p/ a cicatrização · linfócitos T helper · secreção citocinas (INTγ, TNF e IL-1) · Mitogênicas · Estímulo da inflamação:↑ vasodilatação e permebeabilidade capilar ↑ atividade dos macrófagos · Monócitos tecido / inflamatório macrófago · Predominam entre o 2o e 3o dias ! Atraídos por fatores de crescimento · Essenciais para o processo de cicatrização · Auxílio aos neutrófilos (fagocitose bacteriana e dos tecidos desvitalizados) · Produção e liberação de fatores que influenciam a angiogênese e estimulam a migração e proliferação de fibroblastos · São imprescindíveis para a transição de fase do processo de reparo · Mediadores químicos: · Histamina · Descarboxilação da histidina nos mastócitos e plaquetas · Ação sobre a permeabilidade capilar · Serotonina · Sintetizada a partir do triptofano · Captada e liberada pelas plaquetas e mastócitos · Junto com a histamina, ação efêmera (30 min.) Sobre a permeabilidade capilar · Anafilotoxinas (C3a e C5a) · fatores do complemento ativado · ↑ permeabilidade vascular · quimiotaxia para neutrófilos e monócitos · Bradicinina · sistema plasmático das cininas · ação da calicreína sobre a α2-globulina · Ação na permeabilidade capilar · Linfocinas · Produzidas pelos linfócitos · Aspectos imunológicos da cicatrização · Fibroplasia · Interleucina-1 · Peptídeo sintetizado pelo complexo monócito / macrófago · Estimula produção de prostaglandinas e de outras proteínas do tecido de granulação · Mitogênica para os fibroblastos · ativa as colagenases · Prostaglandinas e tromboxanos · fosfolípides fosfolipases ácidos graxos insaturados · ácido aracdônico cicloxigenase PG e TX · mediadores químicos mais importantes da cicatrização · inflamatória: ermeabilidade capilar · fibroplasia: migração e proliferação fibroblástica e endotelial · maturação: contração do tecido de granulação · Fase de Fibroplasia · Neovascularização · Chegada de fibroblastos · Produção do colágeno · Crescimento epitelial · Proliferaração de fibroblastos: · 2o ao 5o dia pós-trauma · Pico em 1 a 2 semanas · Término em 2 a 4 semanas · Macrófagos: agentes quimiotáticos e estimuladores · Após hiperplasia: secreção dos componentes da substância fundamental e colágeno · Miofibroblastos: 1 semana após a lesão · Fibroblasto + célula muscular lisa; · Capacidade contrátil · Da força tênsil da cicatriz · Substância fundamental: · água + eletrólitos + glicosaminoglicanos · produção, orientação e comprimento colágena · ácido hialurônico · acúmulo nos 3 primeiros dias da cicatrização · Colágeno: · Após o 3o dia · Pico em 1 a 3 semanas · Balanço entre síntese e degradação · Epitelização · Após poucas horas: migração de células epiteliais das margens da ferida, folículos pilosos e outros anexos · Necessidade de tecido viável: remoção coágulos, debris e partes da MEC lesadas · Inibição por contato · Estímulo pelo fator de crescimento epidérmico (EGF) · Maturação das células epidérmicas: por volta do 10o dia · Fase de Maturação · Deposição, agrupamento e remodelação do colágeno · Regressão endotelial (“clareamento” da cicatriz) · Digestão do colágeno pela colagenase e outras proteases · vasos neoformados e dos fibroblastos · Substituição do colágeno tipo III pelo I · Substituição do ácido hialurônico pelos outros PTG · Agregação e rearranjo das fibras colágenas · Reabsorção de água · ( Fatores gerais de cicatrização )Cicatriz definitiva: menor e constituída apenas por céls colágenas. · Idade: · Idoso tem cicatrização mais lenta · Macrófagos diminuem com a idade · Retardo na resposta inflamatória · Infecção: · Prolongamento da fase inflamatória · Interferência na epitelização, contração · Colágeno endotoxinas fagocitose e liberação de colagenases, que degradam colágeno do tecido lesado e normal · Tabagismo: vasoconstrição e hipoperfusão tecidual · Hipóxia: · Oxigenação: fundamental para a divisão celular e síntese do colágeno · Retardo da migração celular e menor menor resistência das fibras colágenas · Abaixo de 35 mmhg: fibroblastos não replicam · Causas: aterosclerose, ICC, tensão a ferida operatória · Oxigênio no pós-operatório: melhora a cicatrização · Desnutrição: · Catabolismo proteico retarda a cicatrização "albumina < 2g/dl · Reversão com suplemento proteico · Deficiências vitamínicas e de minerais: · Vitaminas e minerais agem como cofatores · Vit. C: destruição de bactérias; produção de fibroblastos · Se menor, o colágeno sem hidrólise · Vit. A: estabiliza membrana dos lisossomos · Se menor, monócito sem ativação / deposição de fibronectina / alteração da adesão celular · Vit. B: ibroblastos no tecido cicatricial · Vit. E: melhora a resistência da cicatriz e destrói radicais livres · Vit. K: se ¯, altera fatores ii, vii, ix e x e síntese de protrombina · Zinco: cofator de metaloenzimas p/ crescimento cel. E síntese protéica "ferro: é cofator p/ conversão de hidroxiprolina em prolina · Feridas Crônicas: · Deficientes em fatores de crescimento · Tnf e il-1 aumentados · Microambiente hostil à reparação: · Turnover de mec menor adesão celular · Colagenase · Diabetes Mellitus: · Menor função dos leucócitos / fagocitose e migração das células inflamatórias · Diminuição da proliferação fibroblástica e das células endoteliais · Diminuição da¯ epitelização / ¯ deposição do colágeno · ( Fatores locais de cicatrização )Insulina exógena pode melhorar a cicatrização · Vascularização das bordas da ferida · Grau de contaminação da ferida · Aspectos técnicos: · Suturas sob tensão · Distorções anatômicas · Condições próprias do paciente e/ou da lesão como história prévia de má cicatrização · Regiões anatômicas (como deltóide e esterno cicatrizes hipertróficas ou alargadas) · Cuidados obtenção de boa cicatriz: · Feridas cirúrgicas: · Agressão tecidual previsível · Local escolhido · Paciente preparado para a agressão · Incisão a favor das linhas de tensão · Sutura por planos: · Retirar espaço morto · Retirar tensão na sutura das camadas superficiais · Pontos sub ou justadérmicos · suturas intradérmicas: fios mais grossos (4-0 ou 3-0) · Tempo adequado para a retirada dos pontos · Pálpebra = 3 dias · Couro cabeludo = 10 dias · Face = 5 dias · Mmss e tronco sem tensão = 7 a 10 dias · ( Complicações )Mmii = 10 a 15 dias · Agudas: · Necrose · Hematoma · Seroma: grande mobilização de tecido adiposo · Infecção: em torno do PO7 · Tardias: · Cicatriz hipertrófica e queloide · Úlcera de Marjolin: · Carcinoma em ferida crônica (CEC) · ↑ agressividade · Longo tempo de trauma · Cicatrização Excessiva · Queloide: Tecido cicatricial espesso de pele, que ultrapassa os limites da ferida. Desequilíbrio entre síntese e degradação de colágeno. Mulher = Homem. Cicatrização Excessiva - Suscetibilidade Regional. Tórax anterior, Região pré-esternal, Deltóide, Lóbulo orelha · Fatores Lesionais: Tensão aumentada. Fibroblastos produzem mais colágeno. Fibrilas orientadas na direção da tensão. Cicatrizes contra linhas de força. Lesão dérmica extensa e cicatrização por 2a intenção · Tratamento: Métodos Físicos · Pressão - profilática · Fita de silicone - profilática · Crioterapia · Laser · Radioterapia: · Raios β do estrôncio 90 · Raios x (↑ incidência de neoplasias) · Tratamento Farmacológico: corticóide · ↑ degradação do colágeno (↓ inibidores da colagenase) · Ação sobre DNA (↓ celularidade) · Tratamento Cirúrgico · ( Vias aéreas )Recorrência: 55% "sempre associado · As vias aéreas têm como função principal conduzir o ar entre o meio ambiente e os pulmões (alvéolos pulmonares), participando assim do processo da respiração. · Dividem-se em vias aéreas superiores e vias aéreas inferiores: · Superiores: · Cavidade nasal · Cavidade oral · Faringe · Inferiores: · Laringe. · Traquéia; · Brônquios/bronquíolos e alvéolos pulmonares · Entende-se por obstrução de vias aéreas toda situação que impeça total ou parcialmente o trânsito do ar ambiente até os alvéolos pulmonares. · A restauração e manutenção da permeabilidade das vias aéreas nas vítimas de trauma são essenciais e devem ser feitas de maneira rápida e prioritária. · Distribuiçãotrimodal de óbitos: · 1º pico segundos a minutos do trauma.(ex: lesão aorta, coração, gdes vasos) — Prevenção · 2º pico minutos a várias horas do trauma. (ex: ruptura de baço, fígado, fraturas pélvicas) Potencial de cura!!! Conduzir de forma correta — ATLS + qualidade sistema saúde · 3º pico dias a semanas do trauma — Atendimento medico-hospitalar · Atendimento Inicial · A: Vias aéreas com PROTEÇÃO DA COLUNA CERVICAL · B: Respiração e ventilação · C: Circulação com controle da hemorragia · D: Incapacidade, estado neurológico · E: Exposição/controle do ambiente · Vias Aéreas · A vítima de trauma pode ter as vias aéreas comprometidas direta ou indiretamente por mecanismos distintos, sendo os principais os enumerados a seguir: · 1) Inconsciência · 2) Trauma direto · 3) Queimaduras · Manutenção das vias aéreas · Os métodos de controle de vias aéreas são de três tipos: · Manual · Mecânico · Cirúrgico. · Ainda podem ser artificiais: Definitivos X temporários · Manual · Manobra de Tração de Mandíbula (Jaw-Thrust): Essa técnica tem como vantagem o fato de não mobilizar a coluna cervical, visto que promove a desobstrução das vias aéreas por projetar a mandíbula anteriormente, deslocando também a língua. · Manobra de Inclinação da Cabeça elevação do Mento (Chin Lift): Essa técnica tem como vantagens ser tecnicamente mais fácil de executar se comparada à manobra de tração de mandíbula e o socorrista, mesmo sozinho, consegue manter a manobra sem perder o controle cervical. · Mecânicos · 1-Básicos: Cânula Orofaríngea ou Guedel - temporario · Máscara laríngea - temporário · Via Aérea Definitiva · Apnéia · Glasgow menor ou igual a 8 · Impossibilidade de manter uma via adequada por outros métodos · Proteção das vias aéreas contra aspirações · Comprometimento iminente ou potencial das vias aéreas · TCE necessitando de hiperventilação · TRM · Necessidade de via aérea adequada antes de afastar lesão cervical · Via Aérea Avançada · Intubação Orotraqueal e nasotraqueal: Procedimento médico que se define como via aérea definitiva, através da inserção de cânula endotraqueal por via oral ou nasal. É o meio mais efetivo de proteção de vias aéreas contra aspiração e permite uma ventilação pulmonar adequada. · Método mais rápido (64 segundos) · Estabilização cervical · Não exacerba lesões cervicais quando bem realizada. · Materiais para IOT: Cânulas endotraqueais (nos 2,5 a 9,0); Laringoscópio (cabo e lâminas de nos 0 a 4); Guia; Cadarço (para fixação da cânula); Seringa (para insuflar o ".cuff‘) · Técnica para IOT: Laringoscopia · Complicações da IOT · Intubação esofágica · ntubação seletiva · Incapacidade para intubar · Indução ao vômito, levando a aspiração · Luxação da mandíbula. · Laceração de partes moles das vias aéreas, faringe posterior, epiglote e/ou laringe. · Trauma sobre a via aérea resultando em hemorragia e possível aspiração. · Fratura ou arrancamento de dentes · Ruptura ou vazamento do balonete do tubo · Lesão da coluna cervical por movimentação da cabeça durante o procedimento, convertendo uma possível lesão sem déficit neurológico em uma lesão com déficit neurológico. · Intubação Nasotraqueal · Indicações · Fratura de coluna cervical · Impossibilidade de Rx coluna cervical · CI : fraturas de base de crânio e médio – faciais; apnéia: · 276 segundos x 64 segundos - IOT · Via aérea cirúrgica · Indicações: · Impossibilidade na intubação orotraqueal · Edema de glote · Fratura de laringe · Hemorragia copiosa · Lesões faciais extensas · Tipos : · Cricotireoidosmia por punção (temporaria) · Cricotiroidostomia cirúrgica · Traqueostomia · Cricotireoidostomia: A cricotireoidostomia consiste no acesso cirúrgico das vias aéreas através da membrana cricotireóidea. · Indicações: Seu maior uso é no acesso emergencial das vias aéreas, particularmente no paciente politraumatizado com lesões maxilofaciais graves, onde a intubação translaríngea não foi possível ou é contra-indicada. · Contra – indicações: Não deve ser utilizada eletivamente para acesso prolongado das vias aéreas e também não deve ser utilizada no grupo pediátrico ( traqueomalacia…); · Cricotireoidostomia por punção · Cânula plástica calibrosa · Conector em “Y” - 1 / 4 segundos · 30 a 45 minutos · 15 l/min O2 · Cricotireoidostomia cirúrgica · Técnica: abertura da membrana cricotireoídea + cânula traqueostomia (5- 7mm) · Acima dos 12 anos/ cartilagem cricóide · Traqueostomia: Traqueostomia é o procedimento cirúrgico que consiste na abertura da traquéia para o meio externo possibilitando a ventilação pulmonar através dessa via, e também facilitando a eliminação de secreção traqueobrônquica em excesso. · Classificação das Traqueostomias · Finalidade: Preventiva; Curativa; Paliativa · Quanto ao tempo: Urgente; Eletiva · Quanto a altura: alta; média (2º e 3º anéis); Baixa (4º e 5º anéis) · Tempo de permanência: temporárias; definitivas · Contra-indicações · Crianças abaixo dos 12 anos · Trauma laríngeo · Laceração traqueal extensa · Indicações de Traqueostomia · Obstrução Aguda das Vias Aéreas Superiores; · Indicações de Traqueostomia · Neoplasias malignas; · Intubação prolongada, paralisia de cordas vocais; · Cânulas de Traqueostomia · Metálicas: Jackson, Krishaber, Luf; · Plásticas: Portex, Shiley, Aaron; · Silicone: Rush · Técnica Operatória · Cuidados gerais; · Posicionamento; · Incisão; · Abertura da rafe mediana; · Abertura da traquéia; · Introdução da cânula traqueal; · Fechamento e Curativo. · Complicações das Traqueostomias · Intra-Operatórias: · Obstrução prematura de vias aéreas; · Falso trajeto; · Hemorragia; · Broncoaspiração; · Lesão do nervo laríngeo recorrente; · Lesão do esôfago. · Penumotórax · Complicações tardias · Estenose traqueal e subglótica · Fístula traqueoinominada · Fístula traqueoesofágica · Fístula traqueocutânea · ( Acessos venosos )Dificuldade de extubação · Os acessos venosos são utilizados na prática clínica para permitir ao médico uma via de acesso ao sistema circulatório. · ( Principais indicações )Acesso venoso é o procedimento que consiste na introdução de uma agulha ou de um cateter na luz de uma veia, seja esta superficial ou profunda, periférica ou central. · 1. monitorização hemodinâmica invasiva (pressão venosa central, pressão de artéria pulmonar, débito cardíaco) · 2. acesso vascular para a infusão de soluções e coleta de exames laboratoriais. · 3. terapêutica substitutiva renal de urgência (hemofiltração, hemodiálise); · 4. acesso vascular de longo prazo para nutrição parenteral prolongada ou quimioterapia; · 5. reposição rápida de fluidos ou sangue no trauma ou cirurgia; · 6. estimulação cardíaca artificial temporária; · ( Dispositivos para acesso venoso profundo e técnicas de punção )7. acesso venoso em pacientes com veias periféricas ruins. · 1. Dispositivos “plástico sobre a agulha”: O cateter veste uma agulha de menor calibre e mais longa. · 2. Dispositivos “plástico por dentro da agulha” (IntracathR). O vaso é puncionado com uma agulha longa, de grosso calibre, por dentro da qual o cateter é avançado até a posição desejada. Os riscos de complicações são relativamente elevados, além do fato de que o orifício feito na parede vascular é maior do que o calibre do cateter, o que facilita vazamentos em torno do mesmo. · 3. Dispositivos de “inserção sobre o fio-guia”. São de custo mais elevado, porém permitem a inserção de cateteres de grosso calibre e/ou de múltiplos lumens. Utiliza-se a técnica de Seldinger para o seu posicionamento. · Locais de inserção: A escolhas da técnica a ser utilizada e a do vaso a ser puncionado e canulado devem-se basear na condição clínica do paciente, experiência do executor e indicação para a inserção. ( Acesso venoso central ) · Posicionamento de um dispositivo apropriado de acesso vascular cuja extremidade atinja a veia cava superior ou inferior, independente do local da inserção periférica. · Escolha da técnica: · Clínica do paciente · ( Indicações )Experiência do executor · Cirurgias com previsões de grandes
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