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Teoria das Necessidades Humanas Básicas Felipe Leonardo Rigo Mestrando em Saúde da Criança- UFMG Shirley Rosemary Araujo Tavares Lara Especialista em Enfermagem Obstétrica- UFMG/ HSF Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais Hospital Sofia Feldman Programa de Residência em Enfermagem Obstétrica Belo Horizonte 2018 METAPARADIGMA Pessoa Saúde Ambiente Enfermagem O centro da prática de enfermagem é o indivíduo/pessoa Na enfermagem os conceitos mais significativos influenciam e determinam a sua prática: Fenômeno CUIDADO DE ENFERMAGEM Teoria Relações Proposições/ suposições Conceitos Definições O que são Teorias de Enfermagem? São conceitos que retratam um FENÔMENO capaz de descrever objetos, propriedades ou acontecimentos que explicam uma profissão em nível científico (WEBSTER, 1991) QUAL A FINALIDADE DE UMA TEORIA PARA A ENFERMAGEM? TEORIA Enfermagem Identifica FENÔMENO Enfermagem RELACIONA Fenômeno Enfermagem EXPLICAR os fenômenos PRESCREVE para Fenômeno Enfermagem PREVÊ o Fenômeno Enfermagem POR QUE ESTUDAR UMA TEORIA? A teoria funciona como uma alicerce estrutural para implantação da SAE, pois para sistematizar a assistência de enfermagem, é necessário um marco conceitual (teórico) que fundamente a organização que o serviço deseja alcançar. (Tannure e Pinheiro, 2010) Wanda Horta Bibliografia Natural de Belém do Pará nasceu em 11 de agosto de 1926 . Graduada em Enfermagem. Licenciada em História Natural, Ciências e Letras. Pós-Graduada em Pedagogia e Didática. Doutora em Enfermagem. Professora Universitária e Chefe de Enfermagem. Bibliografia Ao retornar à Escola de Enfermagem da USP, em 1959, começa a desenvolver o núcleo central de seu trabalho que constitui na elaboração de vasta fundamentação teórica para a enfermagem, culminando com a elaboração da Teoria das Necessidades Humanas Básicas. Em 1970 Horta publicou “Contribuição a uma teoria sobre enfermagem”, obra que foi considerada um marco no processo de modernização da enfermagem. No ano do seu falecimento em 1981, foi proclamada Professor Emérito pela Escola de Enfermagem da USP. Fotos da Biblioteca “ Wanda de Aguiar Horta” USP. TEORIA DE WANDA HORTA Teoria das Necessidades Humanas Básicas “A enfermagem como parte integrante da equipe de saúde implementa estados de equilíbrio, previne estados de desequilibrio e reverte desequilíbrios em equilíbrio pela assistência ao ser humano no atendimento de suas necessidades básicas; procura sempre reconduzi-lo à situação de equilíbrio dinâmico no tempo e espaço.” (HORTA, 1979) (Diaz e Chavez, 2010) É o modelo teórico mais conhecido e utilizado em nosso país. Essa teoria de enfermagem foi desenvolvida a partir da teoria da motivação humana, de MASLOW, que se fundamenta nas necessidades humanas básicas. Todavia, Horta prefere utilizar a classificação de necessidades proposta por João Mohana em três grandes dimensões: psicobiológicas, psicossociais e psicoespirituais. Foco: Homem como ser dinâmico, dando e recebendo energias. Fundamentos: Teoria da Motivação Humana de Maslow e Necessidades de João Mohana. A teoria se apoia e engloba leis gerais que regem os fenômenos universais tais como: a lei do equilíbrio (homeostase ou homeodinâmica): todo o universo se mantém por processos de equilíbrio dinâmico entre os seus seres; a lei da adaptação: todos os seres do universo interagem com seu meio externo buscando sempre formas de ajustamento para se manterem em equilíbrio; lei do holismo: o universo é um todo, o ser humano é um todo, a célula é um todo, esse todo não é mera soma das partes constituintes de cada ser. Conceitos Enfermagem é a ciência e a arte de assistir o ser humano no atendimento de suas necessidades básicas, de torná-lo independente desta assistência, quando possível, pelo ensino do autocuidado; de recuperar, manter e promover a saúde em colaboração com outros profissionais. Assistir em enfermagem é: fazer pelo ser humano aquilo que ele não pode fazer por si mesmo; ajudar ou auxiliar quando parcialmente impossibilitado de se autocuidar; orientar ou ensinar, supervisionar e encaminhar a outros profissionais. Conceitos Assistência de enfermagem é a aplicação, pela(o) enfermeira(o), do processo de enfermagem para prestar o conjunto de cuidados e medidas que visam atender as necessidades básicas do ser humano. Cuidado de enfermagem é a ação planejada, deliberada ou automática da(o) enfermeira(o), resultante de sua percepção, observação e análise do comportamento, situação ou condição do ser humano. Problema de enfermagem é toda a situação e/ou condição apresentada. pelo indivíduo, família ou comunidade que exija assistência profissional. PRINCÍPIOS A enfermagem respeita e mantém a unicidade, autenticidade e individualidade do ser humano. A enfermagem é prestada ao ser humano e não à sua doença ou desequilíbrio. Todo o cuidado de enfermagem é preventivo, curativo e de reabilitação. A enfermagem reconhece o ser humano como membro de uma família e de uma comunidade. A enfermagem reconhece o ser humano como elemento participante ativo no seu autocuidado. Teoria da Motivação Humana de Maslow Um conceito fundamental de MASLOW é de que nunca há satisfação completa ou permanente de uma necessidade, pois se houvesse, conforme a teoria estabelece, não haveria mais motivação individual. Uma vez atendida perde seu impulso motivador Influenciadora do comportamento Não satisfeita pode atuar como fator desmotivador NECESSIDADE Classificação das necessidades segundo João Mohana NECESSIDADES PSICOBIOLÓGICAS 1.Oxigenação 2.Hidratação 3.Nutrição 4.Eliminação 5.Sono e Repouso 6.Exercício/At. física 7.Sexualidade 8.Abrigo 9.Mecânica Corporal 10.Motilidade 11.Cuidado corpora 12.Integridade cutâneo-mucosa 13.Integridade física 14.Regulação (térmica, hormonal, neurológica, hidrossalina, eletrolítica, Imunológica, crescimento celular, vascular) 15.Locomoção 16.Percepção (olfativa, visual, auditiva, tátil, gustativa, dolorosa) 17.Ambiente 18.Terapêutica NECESSIDADES PSICOSSOCIAIS NECESSIDADES PSICOESPIRITUAIS 1.Religiosa ou Teológica 2.Ética ou de Filosofia de vida 1.Segurança 2.Amor 3.Liberdade 4.Comunicação 5.Criatividade 6.Aprendizagem (educação à saúde) 7.Gregária 8.Recreação 9.Lazer 10. Espaço 11.Orientação no tempo e espaço 12.Aceitação 13.Auto-realização 14.Auto-estima 15.Participação 16.Auto-imagem 17.Atenção Classificação das necessidades segundo João Mohana NECESSIDADES PSICOBIOLÓGICAS 1.Oxigenação 2.Hidratação 3.Nutrição 4.Eliminação 5.Sono e Repouso 6.Exercício/At. física 7.Sexualidade 8.Abrigo 9.Mecânica Corporal 10.Motilidade 11.Cuidado corpora 12.Integridade cutâneo-mucosa 13.Integridade física 14.Regulação (térmica, hormonal, neurológica, hidrossalina, eletrolítica, Imunológica, crescimento celular, vascular) 15.Locomoção 16.Percepção (olfativa, visual, auditiva, tátil, gustativa, dolorosa) 17.Ambiente 18.Terapêutica Classificação das necessidades segundo João Mohana NECESSIDADES PSICOSSOCIAIS 1.Segurança 2.Amor 3.Liberdade 4.Comunicação 5.Criatividade 6.Aprendizagem (educação à saúde) 7.Gregária 8.Recreação 9.Lazer 10. Espaço 11.Orientação no tempo e espaço 12.Aceitação 13.Auto-realização 14.Auto-estima 15.Participação 16.Auto-imagem 17.Atenção Classificação das necessidades segundo João Mohana NECESSIDADES PSICOESPIRITUAIS 1.Religiosa ou Teológica 2.Ética ou de Filosofia de vida Todas estas necessidades estão intimamente inter-relacionadas, uma vez que fazem parte de um todo, o ser humano. É fundamentalque se integre o conceito holístico do homem, ele é um todo indivisível, não é soma de suas partes. todas elas sofrem alterações quando qualquer uma se manifesta, seja por desequilíbrio causado por falta ou excesso de atendimento. Ex.: eliminação, nutrição e hidratação; Classificação das necessidades segundo João Mohana Estados de Equilíbrio Estados de Desequilíbrio Necessidades Humanas Básicas Necessidades não se manifestam mas estão latentes Necessidades surgem com maior ou menor necessidade RESUMINDO: Propunha o Processo de Enfermagem como forma de organização e direcionamento da assistência de enfermagem etapas. Para Horta, processo de enfermagem “é a dinâmica das ações sistematizadas e inter-relacionadas, visando à assistência ao ser humano”. Processo de Enfermagem PROCESSO DE ENFERMAGEM - é o método para se implantar na prática , uma teoria de enfermagem. (TANURE, PINHEIRO, 2010) 1º Coleta da Dados 2º Diagnóstico de Enfermagem 3º Planejamento de Enfermagem 4º Implementação de Enfermagem 5º Avaliação de Enfermagem 1º Histórico de enfermagem 2º Diagnóstico de enfermagem 3º Plano assistencial 4º Plano de cuidado 5º Evolução de enfermagem 6º Prognóstico de enfermagem HEXÁGONO DE HORTA Dadas as características já citadas do processo de enfermagem é possível corrigir erros em qualquer uma das fases e também a previsão simultânea de todas as fases. Assim é que ao fazermos o diagnóstico e mesmo na própria coleta de dados já teremos uma ideia do prognóstico; somente por razões didáticas e de sistematização estas fases são separadas. 1º PASSO Histórico de enfermagem: roteiro sistematizado para o levantamento de dados (significativos para a enfermeira) do ser humano que tornam possível a identificação de seus problemas. Conciso - sem repetições, claro, preciso. Informações que permitam dar um cuidado imediato. É individual e deve permitir tal objetivo. Não duplicar informações - dados de interesse médico, por exemplo, doenças da infância, não precisam ser colhidos pela(o) enfermeira(o), basta ler a anamnese médica. Engloba o exame físico. 2º PASSO Diagnóstico de enfermagem: analisando os dados colhidos no histórico, são identificados os problemas de enfermagem que levam à identificação das necessidades básicas afetadas e do grau de dependência do paciente em relação a enfermagem, para seu atendimento. “Enunciamos a seguir o nosso conceito; talvez não seja o ideal, mas é praticável, leva a uma conclusão e tem sua base teórica na teoria das necessidades humanas básicas. Assim, para nós, diagnóstico de enfermagem é: a identificação das necessidades básicas do ser humano que precisam de atendimento e a determinação, pela enfermeira do grau de dependência deste atendimento em natureza e extensão.” (HORTA, 1979) 2º PASSO Identificar as necessidade Determinar o grau de dependência Diagnóstico de Enfermagem 2º PASSO Dependência total - está implícita a extensão, e a natureza compreende tudo aquilo que a enfermagem faz pelo ser humano quando este não tem condições de fazer por si; Dependência parcial - a assistência de enfermagem pode situar-se em termos de ajuda, orientação, supervisão e encaminhamento, havendo uma ordenação sequencial e inter-relacionada desta assistência, isto é, quando a dependência é de ajuda esta implica necessariamente em orientação, supervisão e o encaminhamento quando couber. 2º PASSO REPRESENTAÇÃO GRÁFICA “Propõe-se a representação gráfica do diagnóstico de enfermagem, o que é possível e tornará mais clara sua apresentação. A representação gráfica permite a visualização das condições do cliente, mostra a flexibilidade do diagnóstico, a evolução e o prognóstico.” (HORTA, 1979) REPRESENTAÇÃO GRÁFICA 3º PASSO Plano assistencial: a determinação global da assistência de enfermagem que o ser humano deve receber diante do diagnóstico estabelecido. Este plano assistencial é sistematizado em termos do conceito de assistir em enfermagem. isto é, encaminhamentos, supervisão (observação e controle), orientação, ajuda e execução de cuidados (fazer). 4º PASSO Plano de cuidados, ou prescrição de enfermagem: implementação do plano assistencial pelo roteiro diário (ou período aprazado) que coordena a ação da equipe de enfermagem na execução dos cuidados adequados ao atendimento das necessidades básicas e específicas do ser humano. verbo utilizado sempre no infinitivo, traduzindo a ação correspondente ao nível de dependência de enfermagem 4º PASSO Dependência total - os verbos devem indicar o que fazer pelo paciente, por ex.: aplicar, banhar, executar, lubrificar, ministrar, pesar; Dependência relativa a ajuda: ajudar, acompanhar, auxiliar, facilitar, fornecer, permitir; Dependência de orientação: orientar, esclarecer, debater, discutir, explicar, informar; Dependência de supervisão: o verbo corresponderá a ação de observar e controlar: observar, controlar, avaliar, inspecionar, supervisionar etc. Na dependência de encaminhamento poderão ser empregados os verbos: encaminhar, levar, conduzir, dirigir etc. 5º PASSO Evolução de enfermagem: relato diário (ou aprazado) das mudanças sucessivas que ocorrem no ser humano enquanto estiver sob assistência profissional. Anotar a avaliação global do plano de cuidados (prescrição de enfermagem), os dados subjetivos seguidos pelos dados objetivos. Se for identificado um novo problema de enfermagem, avaliar se é sintoma das necessidades já identificadas ou surgimento de uma nova necessidade a ser diagnosticada. Pela evolução é possível avaliar a resposta do ser humano a assistência de enfermagem. 6º PASSO Prognóstico de enfermagem: estimativa da capacidade do ser humano em atender suas necessidades básicas alteradas após a implementação do plano assistencial e a luz dos dados fornecidos pela evolução de enfermagem. O prognóstico indicará as condições que o cliente atingiu na alta médica. Ele chegou a total independência? Está dependente no que e quanto? Um bom prognóstico é aquele que leva ao autocuidado, portanto, à independência de enfermagem. FATORES QUE INTERFEREM NA IMPLANTAÇÃO DA TEORIA DE WANDA HORTA NA PRÁTICA PROFISSIONAL Estabelecendo relações... Teoria Wanda Horta SAE Processo de Enfermagem Qualidade na assistência Conclusão A utilização da teoria de Wanda Horta é um referencial importante para a aplicação da Sistematização da Assistência em Enfermagem (SAE), uma vez que fornece embasamento cientifico proporcionando assim uma assistência de enfermagem de qualidade e individualizada ao cliente, família e comunidade. Ouse... Obrigado!!! Referências Bibliográficas HORTA, W. A. Processo de enfermagem/ Wanda de Aguiar Horta, com a colaboração de Brigitta E. P. Castellanos.- São Paulo : EPU 1979. AMANTE, L.N. Sistematização da Assistência de Enfermagem em Unidade de Terapia Intensiva sustentada pela teoria de Wanda Horta. Revista da Escola de Enfermagem da USP. vol.43 nº.1 São Paulo,mar. 2009. TANNURE, M.C.; PINHEIRO, A.M. SAE – Sistematização da assistência de enfermagem: guia prático. 2ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010. 298p.
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