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Histologia dentária II Dentina A dentina é um tecido mineralizado de natureza conjuntiva que constitui a maior parte do dente. Ela aloja no seu interior um tecido conjuntivo não mineralizado – polpa dentária. Sendo esses dois intimamente relacionados, pois são formados das mesmas células. A dentina é uma estutura avascular e não apresenta células no seu interior, apenas prolonfamentos dos odontoblastos que estão dentro dos túbulos que a percorrem desde a polpa até a junção amelodentinária. Características gerais: · Coloração amarelo-esbranquiçada · Se forma antes do esmalte · Recoberta pelo esmalte – na coroa- e pelo cemento na raiz · 2° tecido mais duro do corpo · Envolve toda a cavidade pulpar · Odontoblastos: Se diferenciam e se mantem unidos por prolongamenos Composição: · 70% de material inorgânico – Cristais de hidroxiapatita · 18% de material orgânico · Colágeno I (85%) · Colágenos III e V (5%) · Proteínas não colágenas (10%) · 12% de água Dentinogênese: Dentina do manto Dentina Circumpulpar Diferenciação dos odontoblastos: Células da periferia da papila dentária diferenciam em odontoblastos; O restante da papila constituirá a polpa dentária Inicia nos vértices da papila dentária Padrão de formação: Final da fase de sino; Coroa: inicia pelo ápice da cúspide Raiz: Inicia pela alça cervical; Formação da dentina do manto: Os componente da matriz orgânica da dentina são produzidos pelos odontoblastos ainda em diferenciação. A matriz orgânica tem dois componentes: · Fibrilar, constituído pelas fibrilas colágenas; · E substância fundamental interfibrilar. – preenche a matriz orgânica O colágeno encontrado na dentina é principalmente do tipo I e representa 90% da matriz orgânica. Corpos arredondados ou ovais rodeados de membrana que brotam dos odontoblastos, passando a situar-se entre as fibrilas colágenas – vesículas da matriz. A partir da vesícula da matriz ocorre a mineralização do manto. Pré-dentina – camada não mineralizada que permanece no dente adulto separando os odontoblasatos da dentina mineralizada. Durante a dentinogênese, permanece sempre uma camada de matriz orgânica não mineralizada entre a dentina calcificada e os corpos celulares dos odontoblastos. A pré-dentina evita o contato com a dentina mineralizada com a polpa, que poderia reabsorvê-la se esse contato ocorresse. Em casos de necrose pulpar, a camada pré-dentina não mais existe. Por causa da sua materia orgânica, ela se desintegra durante o processo de degeneração necrótica da polpa. Fases: Deposição da matriz orgânica – os odontoblastos primeiro secretam a matriz orgânica – Pré dentina. Pre dentina – matriz orgânica não-mineralizada; Presente durante toda a vida; Localiza-se próximo à polpa. Produção de colágeno – localizado logo abaixo da lâmina basal que suporta o epitélio interno. Odontoblastos adjacentes ao epitélio interno começam a apresentar projeções e uma delas se tornará o prolongamento odontoblástico. Sempre permanece uma camada de pre-dentina junto a uma camada anterior recentemente formada. Mineralização da matriz orgânica. Dentina do manto: Se forma apartir das vesículas de matriz; sendo isso apenas na dentina do manto Contém cristais de hidroxiapatita; Local de início de mineralização; Os cristais aumentam de tamanho e a vesícula se rompe. Dentina Circumpulpar Enquanto se deslocam centripetamente, os odontoblasts continuam depositantno as moléculas da matriz orgânica, sendo que as fibrilas colágenas continuam sendo os elementos mais numerosos. Forma-se por aposição, enquanto os odontoblastos recuam em direção a papila dentária à medida que novas camadas de pré dentina são depositadas, deixando o prolongamento e suas numerosas ramificações rodeadas por dentina peritubular. Quando é formado metade da dentina total, o prolongamento odontoblático começa a se retrair. Logo, as extremidades distais dos túbulos dentinários vão tornando-se vazias, porém, preenchidas pelo fluído dentinário. · Dentina coronária · Dentina radicular – bainha radicular de hertwig Túbulos dentinários Abrigam os prolongamentos dos odontoblastos, deixando a dentina com aspecto tubular. Em razão de sua estrutura tubular, a dentina é um tecido que tem certa resiliência ou “elasticidade”; por isso, desempenha importante papel na sustentação do esmalte, amortecendo um pouco as forças da mastigação e reduzindo, desse modo, a possibilidade de fraturas. Regiões: · Dentina peritubular · Mais próxima dos prolongamentos · Em contato com os túbulo · Mais mineralizada Dentina intertubular - se localiza entre aperitubular, compõem a maior parte da dentina Devido à formação contínua de dentina ao longo de toda a vida, com o avançar da idade ocorre esclerose nos túbulos. Por causa disso, em indivíduos com mais de 50 anos, o diâmetro dos túbulos na região mais externa da dentina diminui ou é totalmente obliterado pela gradual deposição de dentina peritubular, que, neste caso, denomina-se dentina esclerótica. Tipos de dentina Primária Depositada rapidamente durante o desenvolvimento do dente até a formação do forame apical; Inclui a dentina do manto (camada mais externa); Estruturas: · Túbulos dentinários · Dentina peritubular · Dentina intertubular · Linhas incrementais · Zona granulosa de Tomes · Odontoblastos Secundária Depositada ao redor da polpa em ritmo muito mais lento do que o da primária, depois que a anatomia do dente está estabelecida Menos mineralizada, formada durante toda a vida. A constante deposição de dentina secundária durante a vida do indivíduo provoca maior dificuldade no acesso à câmara pulpar e/ou a canais radiculares durante os tratamentos endodônticos realizados em pacientes idosos. Terciária Com estrutura irregular, é formada em zonas subjacentes às áreas de irritação externa, a partir das células diretamente afetadas pelos estímulos patológicos. Subdivide-se em: Reacional: quando a lesão é leve e a deposição de dentina subjacente é regulada pelos odontoblastos (p. ex., em atrição dentária); • Reparativa: quando, mediante intensa agressão, ocorre dano irreversível aos odontoblastos diretamente afetados, e as células progenitoras diferenciam-se para promover a deposição de tecido mineralizado subjacente à lesão (p. ex., cárie de rápida progressão); Dentina esclerosada: Caracteriza-se pela existência de túbulos dentinários obliterados com material calcificado, processo que é acelerado frente a determinados estímulos, como abrasão. Durante o condicionamento ácido da dentina, além da remoção parcial da dentina peritubular ocorre uma exposição dos componentes orgânicos da dentina intertubular, criando espaços que possibilitam a penetração de materiais restauradores adesivos, formando a denominada camada híbrida. Além disso, os adesivos penetram pelo interior dos túbulos e canalículos dentinários. Estruturas Linhas incrementais de crescimento: · Linhas incrementais de von Ebner · Transversais aos túbulos · Marcam a deposição da matriz Linhas de contorno de Owen: · Linhas transversais mais marcadas · Ocorrem por coincidência das curvaturas secundárias dos túbulos vizinho Camada granulosa de Tomes: · Pontos encontrados entre o cemento e a dentina radicular · Formados pela curvatura dos túbulos dentinários Polpa Características gerais · Tecido conjuntivo frouxo altamente especializado, que se situa na câmara pulpar e se · estende pelos canais radiculares; · Muito vascularizado – mantém a dentina; · Rico em nervos; · Responsável pela vitalidade do dente e está intimamente conectada, pelo feixe vasculonervoso, aos tecidos periapicais e ao sistema circulatório a partir do forame apical; · Envolvido pela dentina e de mesma matriz orgânica; · Nervos recebem estímulos dos odontoblastos; · Reduz de volume com a idade pela secreção contínua da dentina; Estrutura histológica · Zona odontoblástica Junto à dentina; Onde ficam os corpos dos odontoblastos · Zona pobre em células Prolongamentos celulares ; Numerosos vasos sanguíneos – plexo capilar Fibras nervosas · Zona rica em células · Zona central – sem odontoblastos· Zona odontoblástica Junto à dentina; Onde ficam os corpos dos odontoblastos; · Zona pobre em células Prolongamentos celulares; Numerosos vasos sanguíneos – plexo capilar; Fibras nervosas; • Zona rica em células Constituída pelos corpos das células que emitem prolongamentos para a zona pobre de células; Fibroblastos e células indiferenciadas; • Zona central – sem odontoblastos Constituída por um tecido frouxo; Principalmente fibroblastos. Composição: · Células · Odontoblastos – corpos celulares na polpa e prolongamentos na dentina · Cél. do conjuntivo · Material extracelular · Substância Fundamental · Fibras – principalmente colágeno I Polpa coronária · Na câmara pulpar; · Mesma forma da coroa externa; · Com cornos pulpares (cúspides); · Odontoblastos cilíndricos e maiores; Polpa radicular · No canal radicular; · Nos canais acessórios; · Dirigem-se lateralmente da polpa radicular para os tecidos peiodontais; · Canal cementário – contato com os cementoblastos; · Canal dentinário – contato com os odontoblastos; Funções · Indutiva: sua primeira função é induzir a diferenciação do epitélio em lâmina dental e a formação em órgão do esmalte; · Formativa: produzir dentina; · Nutritiva: conduzir metabólitos essenciais até a dentina por meio dos prolongamentos odontoblásticos; · Protetora: promover resposta dolorosa mediante estímulo físico-químico; · De defesa ou reparadora: mediante estímulo, iniciar, respectivamente, processo de esclerose dos túbulos dentinários ou formação de dentina reparadora; Inervação do dente e sensibilidade dentinopulpar Nervos que contêm fibras sensoriais penetram pelo forame apical e pelos forames acessórios atravessando a polpa do canal radicular, chegando, assim, até a câmara pulpar. Na câmara pulpar, ramificam-se profusamente em direção à periferia da polpa, especialmente na região subodontoblástica em que constituem um plexo nervoso característico denominado plexo de Raschkow. Enquanto a maioria dos axônios termina no plexo subodontoblástico, alguns deles, atravessam a camada de odontoblastos, alcançando a pré-dentina. Poucos axônios, ainda, penetram a porção inicial dos túbulos dentinários, ficando em íntimo contato com o prolongamento odontoblástico. A dor de origem dentinopulpar é gerada por estímulos no complexo dentina-polpa (bacteriano, térmico, mecânico ou químico). Suprimento vascular da polpa Artérias de pequeno calibre provenientes das artérias alveolares superior e inferior penetram na polpa pelo forame apical e pelos forames acessórios. Vasos linfáticos são também observados na polpa, originando-se na polpa coronária e dirigindo-se em direção ao forame apical. Correlações clínicas A polpa em envelhecimento é menos rica em todos os elementos. Redução do suprimento sanguíneo, linfático e nervoso. Atresia pulpar – redução com a idade, progredindo mais rapidamente no assoalho que no teto ou nas paredes laterais. A diminuição das células da polpa, com a idade, diminui o potencial reparador da polpa. A câmara pulpar de pessoas idosas apresenta sua conformação diminuída, em decorrência da deposição de dentina secundária depositada. Durante uma restauração, a câmara pulpar deve ser evitada, a fim de impedir a exposição do tecido pulpar. Em dentes decíduos, a reduzida espessura da dentina no assoalho da câmara pulpar, bem como a profusa ramificação dos túbulos dentinários nessa região, possibilitam a propagação de lesões pulpares para a região inter-radidular. Pela conexão do espaço pulpar e o periodontal, pelo forame apical e os canais laterais, ocorre passagem de doenças de um tecido para o outro, principalmente no sentido polpaperiodonto. Algumas alterações, como a inflamação (pulpite) e a dor, são singulares na polpa dentária, se comparadas às dos outros tecidos conjuntivos, em razão de as paredes rígidas de dentina impossibilitarem sua expansão. A remoção da polpa e, consequentemente, dos odontoblastos não acarreta a necrose da dentina, possibilitando, portanto, o tratamento endodôntico. Complexo dentina-polpa O tecido dentinário retém em sua matriz extracelular (MEC) moléculas que participam do processo de formação dentinário, podendo ser considerado um reservatório de fatores do crescimento. A dentina terciária do tipo reparativa é formada por células indiferenciadas da polpa (zona rica em células). Hidróxido de Cálcio: modulador do reparo tecidual do complexo dentinopulpar;
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