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AD1 D Ambiental

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Universidade do Sul de Santa Catarina – Unisul 
Campus Virtual
	
	Avaliação a Distância 
Unidade de Aprendizagem: Direito Ambiental
Curso: Direito
Professor: Jeferson Puel
Nome do estudante: Pietro Antonio di Gaspero
Data: 26/05/2020
Orientações:
· Procure o professor sempre que tiver dúvidas.
· Entregue a atividade no prazo estipulado.
· Esta atividade é obrigatória e fará parte da sua média final.
· Encaminhe a atividade via Espaço UnisulVirtual de Aprendizagem (EVA).
1. Dentre os princípios do Direito Ambiental, pode-se destacar o do poluidor-pagador, no sentido de que o responsável pela poluição do meio ambiente fica responsável pelo adimplemento das perdas causadas, como também, concomitantemente, do valor correspondente a proteção, prevenção e repressão ao prejuízo causado na esfera ambiental. Trata-se de prerrogativa que tem por fundamento, também, a preservação do meio ambiente e do equilíbrio ecológico para a sadia qualidade de vida. Disserte a respeito, de modo a contextualizar com o princípio da defesa do meio ambiente. Justifique sua resposta, em um texto objetivo e claro, citando dispositivos constitucionais e jurisprudência, além de estar de acordo com as regras da ABNT. 
1. INTRODUÇÃO
O meio ambiente é alvo de discussão tanto na ordem interna dos Estados quanto na ordem internacional. O paradigma de que os recursos naturais são infinitos é “substituído” pelo paradigma da escassez e da finitude destes recursos, já que os bens ambientais estão expostos à exploração humana, o que pode se esgotar.
Os recursos naturais, considerados bens livres e de acesso irrestrito por parte do homem, aceleram o processo degradação do meio ambiente, frente ao processo de utilização abusiva destes bens. Um dos fatores que contribuem para a escassez dos bens ambientais é a economia do desperdício, porque não há limitação monetária para a utilização dos recursos naturais e nem um sistema de regeneração.
Especialmente no que concerne à escassez dos recursos naturais, a teoria das externalidades (Marshall), colabora para o fim do “ciclo econômico clássico, que abrange só a produção, distribuição e consumo, sem se preocupar com o destino dos resíduos em cada fase do ciclo.” Isto porque, os interesses das gerações futuras precisam ser considerados, senão a justiça distributiva entre as gerações ocorre de forma desigual, indo contra os princípios do poluidor-pagador e da defesa do meio ambiente.
1.1 PREVISOES LEGAIS DO PRINCÍPIO DO POLUIDOR-PAGADOR E DEFESA DO MEIO AMBIENTE
A Constituição federal de 1988 introduziu regras e princípios ambientais modernos no cenário internacional. Dentre vários aspectos positivos, a defesa do meio ambiente passou a ser concebida como um dos princípios norteadores da ordem constitucional econômica, como consagra o artigo 170 da CRFB:
“Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos a existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:
...
VI – Defesa do meio ambiente.”
Com isso, o meio ambiente passou a ter uma segurança e uma proteção maior, vislumbrando como um princípio inerente à ordem econômica.
Ainda, a Lei 6.938/81, de 31 de agosto de 1981, também adotou o referido princípio, ao apontar como uma das finalidades da Política Nacional do Meio Ambiente “a imposição ao usuário, da contribuição pela utilização dos recursos ambientais com fins econômicos e da imposição ao poluidor e ao predador da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados.” Além disso, o Princípio do Poluidor-Pagador fora recepcionado pela Constituição Federal no seu art. 225, parágrafo 3º:
“Art. 225. As atividades e condutas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, às sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.”
Assim, no Preâmbulo n° 7 da referida Declaração consta: “Atingir tal fim, em relação ao meio ambiente, exigirá a aceitação de responsabilidades por parte de cidadãos e comunidade, e por empresas e instituições, em todos os níveis, participando de maneira justa nos esforços comuns.”
1.2 FUNDAMENTAÇÃO 
O Princípio do poluidor- pagador não é exclusivamente um princípio de responsabilidade civil, pois abrange, ou, pelo menos foca outras dimensões não enquadráveis neste último. Igualmente, não é um princípio que “autoriza” a poluição ou que permita a “compra do direito de poluir”, porque ele envolve o cálculo dos custos de reparação do dano ambiental (dimensão econômica) a identificação do poluidor para que o mesmo seja responsabilizado (dimensão jurídica), e por fim, é um princípio orientador da política ambiental preventiva.
Na prática, os custos de controle da poluição que surgem devido à regulamentação ambiental são suportados pelo poluidor e pelo público. Se de um lado, a sociedade não deve arcar diretamente com os custos da proteção do ambiente, por outro lado, o P. do poluidor-pagador permite que os custos sejam transferidos para o produto, atingindo indiretamente os não responsáveis pela poluição.
objetivo maior do princípio do poluidor pagador é fazer não apenas com que os custos das medidas de proteção do meio ambiente (as externalidades ambientais) –sejam suportados pelos agentes que as originaram, mas também que haja a correção e/ou eliminação das fontes potencialmente poluidoras.
Assim, explicitado o fundamento e o conteúdo normativo do Princípio do poluidor-pagador cabe arguir, acera de quem é o poluidor e o quais os custos imputados ao mesmo, a fim compreender a significação e o alcance do referido princípio na sua totalidade que, a priori, embora haja controvérsias, é um instrumento útil à proteção do meio ambiente.
2. CONCLUSÃO 
O Constituinte tem como um de seus objetivos a implementação do desenvolvimento sustentável, logo, basta que analisemos os artigos 225, caput e 170 para cientificar que as práticas econômicas em desacordo, que degrada o meio ambiente, não são admitidas no Brasil, dando mais ênfase no Princípio da defesa do meio ambiente.
O Princípio do Poluidor-Pagador se revela um instrumento econômico e ambiental indispensável à preservação do meio ambiente. Isto porque ele tem uma vocação preventiva, à medida que procura inibir a conduta lesiva a ser praticada pelo “potencial” poluidor, como também atua no campo da repressão, por meio do instituto da responsabilização.
De fato, em matéria ambiental não é suficiente a aplicação de suas normas e nem de seus princípios orientadores. Informação ambiental, participação e consciência ecológica são premissas básicas para a solução da crise ambiental. O dever de preservar o meio ambiente é de todos: Estado, empresas, cidadãos, universidades e associações. Ademais, a própria Constituição Federal do Brasil, no seu artigo 225, caput, impõe ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
Referencias:
ARAGÃO, Maria Alexandra de Souza. O princípio do poluidor-pagador. Pedra angular da política comunitária do ambiente. São Paulo: Coimbra, 1997.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.html (CF arts. 170 e 225)
Livro Didático de Direito Ambiental, UNISUL, 2016. 
2. Compete ao Poder Público, nos termos estabelecidos pela Constituição da República Federativa do Brasil (CRFB), definir nas unidades da Federação espaços territoriais destinados a especial proteção, de forma que a alteração e a supressão nesses locais somente são permitidas por lei. É vedada, assim, a utilização que comprometa a própria integridade relacionada aos atributos do local que justifiquem sua proteção. Trata-se, assim, de forma de intervenção no direito de propriedade, embora este seja, também, reconhecido no Texto Constitucional. Disserte a respeito. Deverá ser apresentada doutrina, observando as regras da ABNT.
1. INTRODUÇÃO 
No século passado o mundo foi marcado e influenciado pelo enriquecimento do ambientalismo, como aumento na quantidade do número de áreas protegidas, e a realização de várias conferências para tratar do quesito ambiental e a formulação de teorias. A CF de 1988, também tratou do meio ambiente. O caput do artigo 225, trouxe uma enunciativa do direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. Assim, Constituição, especificou alguns deveres a respeito de preservar o meio ambiente, além de impor de forma genérica o dever tanto dos cidadãos quanto do Poder Público
1.1 PREVISÃO LEGAL DOS ESPAÇOS TERRITORIAIS COM PROTEÇÃO ESPECIAL
O dever de definir espaços territoriais a serem especialmente protegidos, esta dentre os deveres especificados de alteração e supressão permitidas somente por meio de lei. É o disposto no artigo 225, § 1º, inciso III da CF:
“Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
§1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
(...)
III - definir, em todas as unidades da federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidos somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção;”
O constituinte quando criou o referido artigo acima, que é comumente chamado de espaço territorial especialmente protegido, impôs restrições aos espaços assim considerados. Entretanto, não o conceituou nem delimitou a sua abrangência, e nem poderia, já que as questões ambientais e as demandas dos cidadãos não são acompanhadas pela rigidez da Constituição.
Assim, uma vez que a própria Constituição, que criou o instituto dos espaços territoriais especialmente protegidos, não o definiu, cabe a doutrina ou ao intérprete da norma defini-lo. 
 1.2 DOUTRINA
Decorrente da lacuna que o legislador constituinte deixou, cabe a doutrina preenchê-la. Contudo, é necessário observar que a discussão das diferentes correntes de pensamento entre preservar e conservar que visam proteger o ambiente natural, vem evoluindo ao longo da história e determinando uma contínua produção de normas e regras, de proteção a determinados recursos e a criação de espaços territoriais especialmente protegidos, para conter os impactos causados pela ação resultante da intervenção humana.
Desta forma, o doutrinador Jose Afonso da Silva argui sobre o conceito para espaços territoriais especialmente protegidos: 
“são áreas geográficas públicas ou privadas (porção do território nacional) dotadas de atributos ambientais que requeiram sua sujeição, pela lei, a um regime jurídico de interesse público que implique sua relativa imodificabilidade e sua utilização sustentada, tendo em vista a preservação e a proteção da integridade de amostras de toda a diversidade de ecossistemas, a proteção ao processo evolutivo das espécies, a preservação e a proteção dos recursos naturais" (SILVA, 2000, p. 212).”
Nas palavras de Silva, podemos resumir que requerem sujeição da lei, as áreas com atributos ambientais, para a preservação e a proteção integra de toda a diversidade do ecossistema, espécies e recursos naturais.
2. CONCLUSÃO
Podemos concluir que o tanto o intérprete quanto o doutrinador da norma constitucional dos espaços territoriais especialmente protegidos tem uma certa liberdade na sua aplicação. Tendo sido os espaços territoriais especialmente protegidos. O capítulo da Constituição referente ao meio ambiente, a interpretação que se deve à norma é a daquela que melhor defenda o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. Enquanto, a previsão da criação de espaços territoriais a serem especialmente protegidos está inserida no capítulo da Constituição que trata do meio ambiente e é um instrumento do qual o Poder Público deve se valer para assegurar a efetividade do direito de todos ao meio ambiente.
REFERENCIAS:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.html (CF arts. 170 e 225)
Livro Didático de Direito Ambiental, UNISUL, 2016. 
MORAES, A. Direito Constitucional. São Paulo: Atlas, 2000.

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