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PDF OAB Direito Ambiental

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Prévia do material em texto

PDF OAB
Direito Ambiental
Capítulos 1 ao 8
MAT
ERIA
L 
EXE
MPL
AR
PDF OAB
Direito Ambiental
Capítulo 1
MAT
ERIA
L 
EXE
MPL
AR
 
1 
Olá, aluno! 
Bem-vindo ao estudo para o Exame de Ordem. Preparamos todo esse material para você 
não só com muito carinho, mas também com muita métrica e especificidade, garantindo que 
você terá em mãos um conteúdo direcionado e distribuído de forma inteligente. 
Para isso, estamos constantemente analisando o histórico de provas anteriores com fins 
de entender como a Banca costuma cobrar os assuntos do edital. Afinal, queremos que sua 
atenção esteja focada nos assuntos que lhe trarão maior aproveitamento, pois o tempo é 
escasso e o cronograma é extenso. Conte conosco para otimizar seu estudo sempre! 
Ademais, estamos constantemente perseguindo melhorias para trazer um conteúdo 
completo que facilite a sua vida e potencialize seu aprendizado. Com isso em mente, a 
estrutura do PDF Ad Verum foi feita em capítulos, de modo que você possa consultar 
especificamente os assuntos que estiver estudando no dia ou na semana. Ao final de cada 
capítulo você tem a oportunidade de revisar, praticar, identificar erros e aprofundar o assunto 
com a leitura de jurisprudência selecionada. 
E mesmo você gostando muito de tudo isso, acreditamos que o PDF sempre pode ser 
aperfeiçoado! Portanto pedimos gentilmente que, caso tenha quaisquer sugestões ou 
comentários, entre em contato através do email pdf@cers.com.br. Sua opinião vale ouro para 
a gente! 
Racionalizar a preparação dos nossos alunos é mais que um objetivo para Ad Verum, 
trata-se de uma obsessão. Sem mais delongas, partiremos agora para o estudo da disciplina. 
Faça bom uso do seu PDF Ad Verum! 
Bons estudos  
 
 
 
 
 
 
mailto:pdfadverum@cers.com.br
 
2 
Abordaremos os assuntos da disciplina de Direito Ambiental da seguinte forma: 
 
RECORRÊNCIA DA DISCIPLINA 
 Como dito, sabemos que estudar de forma direcionada, com base nos assuntos 
objetivamente mais recorrentes, é essencial. Afinal, uma separação planejada pode fazer toda 
diferença. Pensando nisso, através de estudo realizado pelo nosso setor de inteligência com 
base nas últimas provas, trouxemos os temas mais abordados nessa disciplina! 
Política Nacional do 
Meio Ambiente
33%
Ação Civil Pública
12%
Responsabilidade 
ambiental
6%
Estudo de 
Impacto 
Ambiental -
EIA
24%
Sistema Nacional de 
Unidades de 
Conservação da 
Natureza
12%
Política Nacional do Meio Ambiente
Ação Civil Pública
Responsabilidade ambiental
Estudo de Impacto Ambiental - EIA
Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza
 
3 
CAPÍTULOS 
Capítulo 1 – Princípios do Direito Ambiental. 
Capítulo 2 – Tutela Constitucional do Meio Ambiente e Responsabilidade Ambiental Civil e 
Administrativa. 
Capítulo 3 – Política Nacional do Meio Ambiente. 
Capítulo 4 – Licença Ambiental. 
Capítulo 5 – Código Florestal. 
Capítulo 6 – Unidades de Conservação da Natureza. 
Capítulo 7 – Política Nacional de Recursos Hídricos e Os Recursos Minerais. 
Capítulo 8 – Tutela Processual Coletiva do Meio Ambiente e Tutela Penal e Processual Penal do 
Meio Ambiente. 
 
 
 
4 
 
SUMÁRIO 
DIREITO AMBIENTAL, Capítulo 1 ................................................................................................................................ 6 
1. Princípios do Direito Ambiental .......................................................................................................................... 6 
1.1 Princípio do Desenvolvimento Sustentável ................................................................................................................. 6 
1.2 Princípio do Meio Ambiente Ecologicamente Equilibrado .................................................................................. 8 
1.3 Princípios da Prevenção e da Precaução ...................................................................................................................... 9 
1.4 Princípio do Poluidor Pagador ........................................................................................................................................10 
1.5 Princípio do Usuário Pagador..........................................................................................................................................12 
1.6 Princípio da Obrigatoriedade de Intervenção Estatal ...........................................................................................12 
1.7 Princípio da Participação Comunitária .........................................................................................................................13 
1.8 Princípio da Informação .....................................................................................................................................................13 
1.9 Princípio da Educação Ambiental ..................................................................................................................................14 
1.10 Princípio da Função Socioambiental da Propriedade...........................................................................................14 
1.11 Princípio da Cooperação Entre os Povos ...................................................................................................................15 
1.12 Princípio do Limite ................................................................................................................................................................16 
1.13 Princípio da Vedação ao Retrocesso Ecológico (Efeito Cliquet Ambiental) ...............................................16 
1.14 Princípio do Protetor-Recebedor ...................................................................................................................................16 
QUADRO SINÓTICO ...................................................................................................................................................... 17 
GABARITO .......................................................................................................................................................................... 28 
LEGISLAÇÃO COMPILADA............................................................................................................................................ 32 
JURISPRUDÊNCIA ............................................................................................................................................................. 33 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................................................. 41 
 
 
 
 
5 
 
Olá, futuro advogado! Tudo bem? 
Antes de começar o estudo, precisamos fazer algumas considerações a respeito da apostila de 
nº 01 do nosso curso, tá? 
Em primeiro turno, Princípios do Direito Ambiental não costuma ser cobrado no exame de 
ordem! 
-Mas professora, por que incluí-lo nas apostilas, então? 
Bom, como é de conhecimento geral, a banca examinadora tende a ser um pouco imprevisível, 
e o nosso objetivo é deixar você preparado para exatamente qualquer coisa que aparecer na 
prova! 
Então, achamos pertinente abranger o máximo de conteúdo possível! 😊 
Inclusive, ao final desta apostila, você encontrará questões de outras carreiras, para um maior 
aproveitamento e assimilação de conteúdo, portanto, não deixe de respondê-las, tá? 
Vamos juntos! 
 
 
6 
 
DIREITO AMBIENTAL 
Capítulo 1 
1. Princípios do Direito Ambiental 
Apesar de parecer uma matéria interdisciplinar, o Direito Ambiental é dotado de 
autonomia científica, obedece a princípios específicos, sem os quais dificilmente seria capaz de 
tutelar o meio ambiente ecologicamente equilibrado. Não há consenso na doutrina sobre os 
princípios do Direito Ambiental, portanto, vamos elencá-los da forma mais objetiva possível para 
os seus estudos, ok? 
1.1 Princípio do Desenvolvimento SustentávelÉ um dos princípios mais importantes do Direito Ambiental. O desenvolvimento 
sustentável visa harmonizar o crescimento econômico, a preservação ambiental e a equidade 
social1. A Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento estabelece o seguinte 
conceito para desenvolvimento sustentável: 
 
“Um desenvolvimento que faz face às necessidades das gerações presentes sem 
comprometer a capacidade das gerações futuras na satisfação de suas próprias necessidades”. 
 
 
1 Vide questão 8 desse material. 
 
7 
Nesse contexto, o princípio quarto da Declaração da Rio 92 aduz que “para se alcançar o 
desenvolvimento sustentável, a proteção do meio ambiente deve constituir parte integrante do 
processo de desenvolvimento e não pode ser considerada isoladamente em relação a ele”. 
Enquanto isso, o princípio quinto da mesma declaração aduz: “todos os Estados e todos 
os indivíduos, como requisito indispensável para o desenvolvimento sustentável, devem 
cooperar na tarefa essencial de erradicar a pobreza, de forma a reduzir as disparidades nos 
padrões de vida e melhor atender às necessidades da maioria da população do mundo”. 
O princípio do desenvolvimento sustentável está previsto na nossa Constituição Federal, 
em seu art. 170, II, III, VI e VII, quando estabelece como princípios da ordem econômica, 
respectivamente: a propriedade privada, como um incentivo ao crescimento econômico; a função 
social da propriedade, que representa a responsabilidade social; a defesa do meio ambiente; e 
a redução das desigualdades regionais e sociais. 
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre 
iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça 
social, observados os seguintes princípios: (...) 
II - propriedade privada; 
III - função social da propriedade; (...) 
VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o 
impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e 
prestação; 
VII - redução das desigualdades regionais e sociais; (...) 
Além do art. 170, a Constituição prevê o princípio do desenvolvimento sustentável no 
caput do art. 225: 
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso 
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à 
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. 
 
8 
 
Alguns doutrinadores afirmam que do fato de a Constituição Federal estabelecer que 
cabe ao Poder Público e à coletividade defender e preservar o meio ambiente ecologicamente 
equilibrado para as futuras gerações, surge o princípio da equidade intergeracional, ou 
princípio da solidariedade intergeracional. 
 
1.2 Princípio do Meio Ambiente Ecologicamente Equilibrado 
A Declaração de Estocolmo das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano de 1972 
reconheceu o meio ambiente ecologicamente equilibrado como um direito fundamental do 
homem – direitos humanos de terceira geração. 
Na Constituição de 1988 esse princípio está expresso no já citado art. 225, caput, e na 
legislação infraconstitucional podemos destacar os artigos 2º e 40 da Lei 6.938/81 que trata da 
Política Nacional do Meio Ambiente. 
Vale destacar que o direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente 
equilibrado está diretamente ligado ao direito à vida, à saúde e à dignidade humana. Por isso, 
o STJ já decidiu que esse direito essencial deve ser imprescritível. 
 
ACP. REPARAÇÃO. DANO AMBIENTAL. Cuida-se, originariamente, de ação civil pública 
(ACP) com pedido de reparação dos prejuízos causados pelos ora recorrentes à comunidade 
indígena, tendo em vista os danos materiais e morais decorrentes da extração ilegal de madeira 
 
9 
indígena. (...) Do ponto de vista do sujeito passivo (causador de eventual dano), a prescrição cria 
em seu favor a faculdade de articular (usar da ferramenta) exceção substancial peremptória. A 
prescrição tutela interesse privado, podendo ser compreendida como mecanismo de 
segurança jurídica e estabilidade. O dano ambiental refere-se àquele que oferece grande risco 
a toda humanidade e à coletividade, que é a titular do bem ambiental que constitui direito 
difuso. Destacou a Min. Relatora que a reparação civil do dano ambiental assumiu grande 
amplitude no Brasil, com profundas implicações, na espécie, de responsabilidade do degradador 
do meio ambiente, inclusive imputando-lhe responsabilidade objetiva, fundada no simples risco 
ou no simples fato da atividade danosa, independentemente da culpa do agente causador do 
dano. O direito ao pedido de reparação de danos ambientais, dentro da logicidade 
hermenêutica, também está protegido pelo manto da imprescritibilidade, por se tratar de 
direito inerente à vida, fundamental e essencial à afirmação dos povos, independentemente 
de estar expresso ou não em texto legal. No conflito entre estabelecer um prazo prescricional 
em favor do causador do dano ambiental, a fim de lhe atribuir segurança jurídica e estabilidade 
com natureza eminentemente privada, e tutelar de forma mais benéfica bem jurídico coletivo, 
indisponível, fundamental, que antecede todos os demais direitos – pois sem ele não há vida, 
nem saúde, nem trabalho, nem lazer – o último prevalece, por óbvio, concluindo pela 
imprescritibilidade do direito à reparação do dano ambiental. Mesmo que o pedido seja 
genérico, havendo elementos suficientes nos autos, pode o magistrado determinar, desde já, o 
montante da reparação. (REsp 1.120.117-AC, Rel. Min. Eliana Calmon, julgado em 10/11/2009). 
 
1.3 Princípios da Prevenção e da Precaução 
Os danos ambientais geralmente são graves e irreversíveis, com isso, devemos preferir 
sempre evitar a remediar. Dessa ideia surgem os princípios da prevenção e da precaução, 
extremamente importantes para a nossa matéria. Mas qual a diferença entre eles já que ambos 
visam evitar que o dano ambiental ocorra por meio de medidas preventivas?2 
 
 
2 Vide questões 2, 3, 4, 7, 8 e 9 desse material. 
 
10 
PRINCÍPIO DA PREVENÇÃO PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO 
A aplicação do princípio da prevenção ocorre 
na certeza científica do impacto ambiental da 
atividade. 
Conhecendo os danos que determinada 
atividade causa ao meio ambiente, podemos 
impor medidas preventivas para minimizar ou 
eliminar esses efeitos. 
A aplicação do princípio da precaução ocorre 
na constatação de potenciais riscos de 
impacto ambiental da atividade, que no 
momento não podem ser cientificamente 
comprovados. É um dever de cautela. 
 
Princípio décimo quinto da Declaração do Rio 92 – “Com o fim de proteger o meio 
ambiente, os Estados deverão aplicar amplamente o critério da precaução de acordo com suas 
capacidades. Quando haja perigo de dano grave e irreversível, a falta de certeza científica 
absoluta não deverá ser utilizada como razão para postergar a adoção de medidas eficazes 
para impedir a degradação do meio ambiente”. 
Como a incerteza científica deve ser interpretada em favor do meio ambiente, o ônus de 
provar que as ações não são danosas é do acusado interessado3. Mas atenção: a aplicação do 
princípio deve ser feita apenas em caso de perigo de dano grave e irreversível, sob pena 
de inviabilizar o desenvolvimento científico e econômico se for aplicado a qualquer tipo de 
risco ambiental. 
1.4 Princípio do Poluidor Pagador 
O princípio do poluidor pagador, usado como um instrumento econômico de política 
ambiental, exige que o poluidor suporte as despesas de prevenção, reparação e repressão dos 
seus danos ambientais4. 
Aplicando o princípio do poluidor pagador, os custos sociais externos do processo de 
produção devem ser internalizados pelo empreendedor da atividade, procurando corrigir o 
prejuízo que a sociedade temcom o seu processo produtivo5. 
 
3 Vide questão 7 desse material. 
4 Vide questões 1 e 10 desse material. 
5 Vide questão 6 desse material. 
 
11 
Temos nesse caso uma responsabilidade civil objetiva6 do degradador ambiental que, 
independentemente de agir com dolo ou culpa, deve ser responsabilizado pelo dano que a sua 
atividade causou ao meio ambiente, comprovado o dano e o nexo causal entre ele e a atividade 
do agente. 
Veremos a responsabilidade civil ambiental de forma bem mais aprofundada em capítulo 
próprio, mas, desde já, saiba que o degradador ambiental pode responder nas esferas civil, 
administrativa e penal, de forma simultânea e independente, pelo menos dano ao meio 
ambiente. Portanto, no direito ambiental temos a tríplice responsabilização do degradador, 
que materializa o princípio da proteção integral do meio ambiente7. 
Especificamente quanto ao princípio do poluidor-pagador, podemos analisá-lo de duas 
formas compatíveis e complementares: 
 Reparação – o poluidor deve assumir as consequências do dano ambiental que causou. 
Nesse aspecto o princípio do poluidor pagador também é chamado de princípio da 
reparação ou de princípio da responsabilidade; 
 Prevenção – o poluidor deve seguir as políticas públicas e considerar os custos sociais 
da degradação ambiental. Trata-se de um incentivo dissuasivo para quem pretende atuar 
de forma lesiva ao meio ambiente8. 
 
Quem paga pode poluir? Claro que não! Essa é uma interpretação completamente 
equivocada do princípio do poluidor pagador. Não é sua intenção estabelecer a “compra do 
direito de poluir”. É lógico que diante de um direito fundamental tão importante, ligado ao 
direito à vida e à dignidade humana, não é compatível com o nosso ordenamento jurídico que 
 
6 Vide questões 5, 8 e 10 desse material. 
7 Vide questão 4 desse material. 
8 Vide questões 9 e 10 desse material. 
 
12 
se polua mediante pagamento. E como vimos, o princípio do poluidor pagador não se limita à 
compensação do dano já causado, aliás, muito mais importante é a sua função de prevenção. 
 
1.5 Princípio do Usuário Pagador 
Por esse princípio, é definido um valor econômico aos recursos naturais para racionalizar 
o seu uso, evitando o seu desperdício. Portanto, o usuário dos recursos naturais deve pagar por 
eles, mesmo que a sua atividade seja lícita9. É uma forma de evolução e de complementar o 
princípio do poluidor pagador. 
O princípio do usuário pagador não é uma sanção. Essa compensação financeira deve 
ser revertida em favor da coletividade, titular do meio ambiente, independentemente da 
ocorrência de efetivo dano ambiental e de qualquer ilicitude no comportamento do usuário. 
1.6 Princípio da Obrigatoriedade de Intervenção Estatal 
Também conhecido como princípio da atuação obrigatória do Estado e como princípio 
da natureza pública da proteção ambiental, está previsto no art. 255 da CF/88 que, em seu 
caput, estabelece que é um dever do Poder Público (e da coletividade) defender e preservar o 
meio ambiente ecologicamente equilibrado para as presentes e futuras gerações. 
A atuação obrigatória do Estado na proteção do meio ambiente decorre da natureza 
indisponível desse direito, indispensável à vida e à dignidade da pessoa humana. 
Para realizar essas intervenções, o Estado pode se valer de políticas públicas no âmbito 
da fiscalização das atividades econômicas poluidoras; da aplicação de multas rigorosas e sanções 
administrativas; e de incentivos fiscais para empresas ambientalmente responsáveis. Com esses 
exemplos podemos enxergar como o Estado tem mecanismos efetivos para incentivar a 
preservação do meio ambiente. 
Para terminar, preste atenção: o dever do Estado de preservar o meio ambiente 
ecologicamente equilibrado não atribuído apenas ao Poder Executivo. Por exemplo, cabe ao 
 
9 Vide questão 8 e 9 desse material. 
 
13 
Poder Legislativo elaborar leis que visem esse objetivo. Portanto, o dever de intervenção para a 
preservação do meio ambiente cabe a todos os Poderes da República, em todas as suas esferas 
de atuação. 
1.7 Princípio da Participação Comunitária 
Também chamado de princípio da participação popular e de princípio democrático, 
estabelece, de acordo com o caput do art. 255 da CF, que o cidadão tem o direito (e o dever) 
de participar das decisões sobre o equilíbrio do meio ambiente. 
Com isso, a sociedade passou a dispor de alguns mecanismos de participação democrática 
direta, destacando-se: iniciativa popular de lei, participação em audiência pública, participação 
de representantes da sociedade civil em órgãos colegiados responsáveis pela formulação de 
políticas públicas e possibilidade de propor ação popular. 
1.8 Princípio da Informação 
O princípio da participação comunitária pressupõe o direito de informação, pois só o 
cidadão informado pode atuar de forma eficaz. 
Exemplo da aplicação do princípio da informação está disposto no art. 255, IV da CF/88, 
que exige a publicidade do estudo prévio de impacto ambiental. Ademais, você verá ao longo 
do curso que todas as normas infraconstitucionais em matéria ambiental privilegiam o princípio 
da informação. 
Art. 5º, XXXIII, da CF: todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu 
interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da 
lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à 
segurança da sociedade e do Estado. 
Os dados referentes ao meio ambiente devem ser amplamente divulgados à sociedade 
civil, salvo matérias que envolvam segredo industrial ou do Estado. Nesse ponto, vale ressaltar 
que, apesar de o artigo acima citado dispor que é obrigação dos órgãos públicos prestar as 
 
14 
informações à sociedade, as entidades privadas também estão sujeitas à incidência do princípio 
da informação ambiental10, devendo, muitas vezes, elaborar relatórios periódicos. 
Claramente as informações relativas ao meio ambiente são de interesse coletivo ou geral, 
pois trata-se de um interesse difuso. Portanto, em regra, qualquer pessoa pode ter acesso às 
informações que tratam do meio ambiente sem precisar comprovar interesse específico. 
Essas informações devem ser prestadas, por meios hábeis a atingir a coletividade, de 
forma periódica, e não apenas quando ocorrer um dano ambiental, para que seja possível a 
adoção de medidas preventivas contra eventuais irregularidades. 
Visto isso, podemos elencar os seguintes requisitos da informação ambiental: que seja 
verdade, ampla, tempestiva e acessível. 
1.9 Princípio da Educação Ambiental 
A educação ambiental é um instrumento para esclarecer e envolver a sociedade com a 
proteção do meio ambiente, possibilitando, assim como o princípio da informação, a 
participação ativa do cidadão na democracia. 
Está expressamente disposto no art. 225, §1º, VI da CF/88, que determina ao Poder Público 
o dever de promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização 
pública para a preservação do meio ambiente. 
É um princípio com tanta relevância que foi criada a Política Nacional de Educação 
Ambiental pela Lei 9.795/99, que define a educação ambiental como um conjunto de “processos 
por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, 
habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de 
uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade”. 
1.10 Princípio da Função Socioambiental da Propriedade 
De acordo com o art. 5º, XXII e XXIII, da CF/88, fica garantido o direito à propriedade a 
quem exercer a sua função social. Com isso, o legislador constituinte fez com que a propriedade10 Vide questão 4 desse material. 
 
15 
perdesse o seu caráter absoluto e passasse a ser uma forma de promover o progresso da 
sociedade, atribuindo-a um caráter de dever coletivo11. 
Sendo o meio ambiente ecologicamente equilibrado um direito difuso, que tem como 
titular a coletividade, evidentemente que a função social da propriedade está condicionada à 
sua tutela. 
Prova disso é que o Código Civil determina em seu art. 1.228, §1º, que o direito de 
propriedade deve ser exercido em consonância com as suas finalidades econômicas e sociais, 
de modo que sejam preservados a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o 
patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas. 
1.11 Princípio da Cooperação Entre os Povos 
A cooperação entre os povos para o progresso da humanidade está prevista como um 
dos princípios da República Federativa do Brasil nas relações internacionais pelo art. 4º, IX da 
CF/88. Como os danos ambientais podem tomar grandes proporções, atingindo mais de um 
país, esse princípio ganha relevância no direito ambiental. 
O princípio da cooperação consiste na necessidade de uma troca mútua de 
conhecimentos ambientais entre os países, fazendo um intercâmbio de tecnologias para manter 
o equilíbrio ambiental. 
 
1.12 Princípio da ubiquidade 
Muitos autores o citam como princípio do direito ambiental tendo em vista que o meio 
ambiente é onipresente e, por isso, a sua agressão em qualquer localidade seria capaz de gerar 
reflexos em todo o planeta12. 
 
11 Vide questão 4 desse material. 
12 Vide questão 9 desse material. 
 
16 
1.13 Princípio do Limite 
Também conhecido como princípio do controle do poluidor pelo Poder Público, consiste 
no exercício do Poder de Polícia ambiental do Estado para intervir de forma necessária no 
âmbito particular para fiscalizar, orientar e conscientizar quanto aos limites da exploração do 
meio ambiente, à sua importância para a coletividade e à sua utilização consciente para que 
seja permanentemente disponível13. 
1.14 Princípio da Vedação ao Retrocesso Ecológico (Efeito Cliquet 
Ambiental) 
Como visto, o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado é um direito 
fundamental e, por isso, não é possível recuar quanto às suas garantias já consolidadas no 
ordenamento jurídico. 
Por exemplo, existindo uma lei que determina garantias de proteção ao meio ambiente, 
ela não pode ser revogada sem que outra a substitua com garantias maiores ou similares. 
É pelo princípio da vedação ao retrocesso que podemos afirmar que o Poder Público está 
obrigado, em todas as suas esferas de poder, a atuar no sentido progressivo na proteção dos 
direitos fundamentais, jamais recuando, suprimindo ou restringindo, a efetividade das suas 
garantias. 
1.15 Princípio do Protetor-Recebedor 
Esse princípio funciona como um instrumento econômico de proteção ambiental que visa 
incentivar as iniciativas para proteção do meio ambiente por meio de recompensas econômicas. 
Essas recompensas devem ser custeadas pela pessoa física, jurídica ou pela coletividade que se 
beneficia da iniciativa do protetor. 
 
 
13 Vide questão 9 desse material. 
 
17 
 
 
QUADRO SINÓTICO 
 PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL 
PRINCÍPIO DO 
DESENVOLVIMENTO 
SUSTENTÁVEL 
Desenvolvimento sustentável é aquele que harmoniza o crescimento 
econômico, a preservação ambiental e a equidade social. É o princípio que 
garante as necessidades das gerações presentes e futuras – princípio da 
solidariedade intergeracional. 
PRINCÍPIO DO MEIO 
AMBIENTE 
ECOLOGICAMENTE 
EQUILIBRADO 
O equilíbrio ecológico é o estado do meio ambiente que garante as condições 
adequadas para a qualidade de vida. Trata-se de um direito fundamental do 
homem, pois está ligado intrinsecamente ao direito à vida. 
PRINCÍPIO DA PREVENÇÃO 
Apoiado na certeza científica, o princípio da prevenção visa evitar que o dano 
ambiental seja produzido por meio de medidas preventivas. 
PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO 
Segundo o princípio da precaução, o dano ambiental deve ser evitado, mesmo 
que o seu risco não seja comprovado cientificamente. É a garantia contra os 
riscos potenciais, pois a ausência de comprovação científica no atual estágio 
de conhecimento não pode servir de argumento para negligenciar a proteção 
do meio ambiente. 
Pelo princípio da precaução, a incerteza científica deve ser interpretada a favor 
do meio ambiente. Por isso, inverte-se o ônus da prova, cabe ao interessado 
demonstrar que a atividade que pretende exercer não é capaz de gerar dano 
ambiental. 
PRINCÍPIO DO POLUIDOR 
PAGADOR 
O poluidor deve suportar as despesas de prevenção, reparação e repressão 
dos danos ambientais. Além de indenizar o dano causado, o poluidor deve 
internalizar as externalidades negativas das suas atividades poluidoras, para 
evitar a socialização dos prejuízos. 
PRINCÍPIO DO USUÁRIO 
PAGADOR 
O usuário de recursos naturais deve pagar pela sua utilização, promovendo, 
assim, a racionalização do seu uso. Não é uma punição. 
PRINCÍPIO DA 
OBRIGATORIEDADE DA 
INTERVENÇÃO ESTATAL 
O Poder Público tem o dever imposto constitucionalmente e defender e 
preservar o meio ambiente ecologicamente equilibrado para as presentes e 
futuras gerações. Para tanto, deve se valer, por exemplo, de políticas públicas 
e do seu poder de polícia ambiental. 
PRINCÍPIO DA 
PARTICIPAÇÃO 
COMUNITÁRIA 
A Constituição Federal também estabelece a coletividade como detentora do 
dever de preservar o equilíbrio ecológico ambiental para as presentes e futuras 
gerações. Portanto, é direito do cidadão participar das práticas que visam a 
 
18 
proteção ambiental, como as decisões públicas e a fiscalização das suas 
execuções. 
PRINCÍPIO DA INFORMAÇÃO 
As informações sobre o meio ambiente devem ser disponibilizadas para todos 
os interessados. O direito à informação sobre matéria ambiental é um 
desdobramento lógico do princípio da participação comunitária, pois o cidadão 
só poderá participar se tiver informação. 
PRINCÍPIO DA EDUCAÇÃO 
AMBIENTAL 
Incumbe ao Poder Público promover em todos os níveis de ensino a educação 
ambiental e a conscientização pública para preservar o meio ambiente. 
PRINCÍPIO DA FUNÇÃO 
SOCIOAMBIENTAL DA 
PROPRIEDADE 
O direito de propriedade está condicionado à observância da sua função social. 
Sendo o meio ambiente ecologicamente equilibrado um direito difuso, que 
tem como titular a coletividade, evidentemente que a função social da 
propriedade está condicionada à sua tutela. 
PRINCÍPIO DA COOPERAÇÃO 
ENTRE OS POVOS 
A poluição ambiental não fica limitada apenas a um território, portanto, as 
nações precisam cooperar entre si para proteger o equilíbrio do meio 
ambiente. 
PRINCÍPIO DO LIMITE 
Cabe ao Poder Público impor limites, controlar a produção, a comercialização 
e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que gerem risco à vida, à 
qualidade de vida e ao meio ambiente. 
PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO AO 
RETROCESSO ECOLÓGICO 
Como o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado é um direito 
fundamental, quando conquistadas garantias de proteção ambiental, a 
sociedade não pode retroagir para níveis de proteção inferiores sem que as 
circunstâncias fáticas sejam substancialmente alteradas. 
PRINCÍPIO DO PROTETOR 
RECEBEDOR 
Segundo o princípio do protetor recebedor, as condutas de proteção ambiental 
relevantes devem ser compensadas com benefícios econômicos. 
 
 
 
 
 
 
19 
 
 
QUESTÕES COMENTADAS 
Questão 1 
(FCC - 2019 - MPE-MT - Promotor de Justiça Substituto) No Direito Ambiental, o dever de 
recompor o meio ambiente lesado ou de indenizar pelos danos causados refere-se ao princípio 
A) do poluidor-pagador. 
B) dodesenvolvimento sustentável. 
C) do equilíbrio. 
D) do limite. 
E) da prevenção. 
 
Comentário: 
O princípio do poluidor-pagador orienta que o poluidor deve internalizar as despesas de 
prevenção, reparação e repressão dos seus danos ambientais, gerando o dever de 
recompor o meio ambiente lesado ou de indenizar pelos danos causados, como afirma a 
questão. Lembre-se: o princípio do desenvolvimento sustentável busca harmonizar o 
crescimento econômico, a preservação ambiental e a equidade social; o princípio do 
equilíbrio visa defender o meio ambiente ecologicamente equilibrado, diretamente ligado 
à defesa da vida e da dignidade da pessoa humana; o princípio do limite incumbe ao Poder 
Público o controle da produção, da comercialização e do emprego de técnicas, métodos e 
substâncias que gerem risco à vida, à qualidade de vida e ao meio ambiente; e o princípio 
da prevenção busca aplicar medidas preventivas para evitar qualquer dano ambiental que 
seja cientificamente comprovado. 
 
 
 
20 
Questão 2 
(MPE-SC - 2019 - MPE-SC - Promotor de Justiça) O princípio ambiental da prevenção não se 
confunde com o princípio ambiental da precaução. O princípio da prevenção se aplica quando 
existem elementos seguros para afirmar que uma determinada atividade é perigosa, sendo que 
têm por objetivo impedir a ocorrência de danos ao meio ambiente, por meio da imposição de 
medidas acautelatórias antes da implantação de empreendimentos e atividades consideradas 
efetiva ou potencialmente poluidoras. 
( ) CERTO 
( ) ERRADO 
 
Comentário: 
De fato, os princípios da prevenção e da precaução não se confundem. Ambos procuram 
evitar danos ambientais, entretanto, enquanto o princípio da prevenção se aplica quando 
há certeza científica de que a atividade é ambientalmente danosa, o princípio da precaução 
se aplica quando, apesar de não existir certeza científica, há riscos potenciais da atividade. 
 
Questão 3 
(CESPE - 2019 - TJ-SC - Juiz Substituto) Uma associação de moradores de um bairro de 
determinado município da Federação propôs uma ação civil pública (ACP) em desfavor da 
concessionária de energia local, para que seja determinada a redução do campo eletromagnético 
em linhas de transmissão de energia elétrica localizadas nas proximidades das residências dos 
moradores do bairro, alegando eventuais efeitos nocivos à saúde humana em decorrência desse 
campo eletromagnético. Apesar de estudos desenvolvidos pela Organização Mundial da Saúde 
afirmarem a inexistência de evidências científicas convincentes que confirmem a relação entre a 
exposição humana a valores de campos eletromagnéticos acima dos limites estabelecidos e 
efeitos adversos à saúde, a entidade defende que há incertezas científicas sobre a possibilidade 
de esse serviço desequilibrar o meio ambiente ou atingir a saúde humana, o que exige análise 
dos riscos. 
 
21 
Nessa situação hipotética, o pedido da associação feito na referida ACP se pauta no princípio 
ambiental 
A) da precaução. 
B) da proporcionalidade. 
C) da equidade. 
D) do poluidor-pagador. 
E) do desenvolvimento sustentável. 
 
Comentário: 
A questão narra uma situação em que não há estudos conclusivos sobre uma determinada 
atividade produzir ou não danos ambientais. Pelo princípio da precaução, a falta de certeza 
científica milita em favor do meio ambiente, portanto, isso não deve ser um pretexto para 
a negligenciar a adoção de medidas para evitar a degradação ambiental. 
 
Questão 4 
(VUNESP - 2019 - TJ-AC - Juiz de Direito Substituto) Sobre os princípios constitucionais 
ambientais, é correto afirmar que 
A) o princípio da responsabilização integral envolve o dever do poluidor, pessoa física ou jurídica, 
de arcar com as consequências de sua conduta lesiva contra o meio ambiente, tanto na seara 
civil e administrativa, quanto na penal. 
B) as entidades privadas não estão sujeitas ao princípio da informação no que se relaciona à 
matéria ambiental. 
C) o princípio da função socioambiental da propriedade possui caráter de dever individual, 
estando o direito à propriedade garantido se sua função social for cumprida. 
D) o princípio da prevenção implica a adoção de medidas previamente à ocorrência de um dano 
concreto, embora ausente a certeza científica, com o fim de evitar a verificação desses danos. 
 
Comentário: 
 
22 
De acordo com o art. 225, §3º da Constituição Federal, as pessoas físicas e jurídicas estão 
sujeitas à sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar 
os danos causados, quando as suas condutas e atividades forem nocivas ao meio ambiente. 
No direito ambiental, portanto, há uma TRIPLA RESPONSABILIZAÇÃO do poluidor. A 
alternativa “B” está incorreta porque as entidades privadas também devem observar o 
princípio da informação ambiental, pelo qual todo cidadão tem o direito às informações 
que julgar necessárias sobre o meio ambiente, pois trata-se de um direito difuso, que 
interessa à toda coletividade. A alternativa “C” está incorreta porque o princípio da função 
socioambiental da propriedade possui caráter de dever coletivo. A alternativa “D” está 
incorreta porque troca o conceito do princípio da prevenção com o do princípio da 
precaução. 
 
Questão 5 
(VUNESP - 2018 - TJ-SP - Juiz Substituto) A responsabilidade civil do poluidor-pagador 
A) é de natureza subjetiva. 
B) é de natureza objetiva. 
C) nunca exige demonstração do dano causado. 
D) nunca exige demonstração do nexo causal. 
 
Comentário: 
De acordo com o princípio do poluidor-pagador, no direito ambiental, o agente poluidor, 
independentemente da existência de culpa, é obrigado a reparar ou indenizar os danos 
causados por sua atividade. Portanto, a responsabilidade civil ambiental é objetiva. Mas, 
atenção: a responsabilidade penal e administrativa em matéria ambiental é subjetiva! 
 
 
 
23 
Questão 6 
(VUNESP - 2018 - TJ-MT - Juiz Substituto) A internalização do custo ambiental, transformando 
a externalidade negativa, ou custo social, num custo privado, visa impedir a socialização do 
prejuízo e a privatização dos lucros. Este é o objetivo do princípio 
A) do poluidor-pagador. 
B) da função social da propriedade. 
C) da prevenção. 
D) da precaução. 
E) da cooperação. 
 
Comentário: 
Observe como o princípio do poluidor-pagador é um tema recorrente em provas. O 
enunciado da questão definiu o seu objetivo, agora vamos ver os objetivos dos princípios 
das outras alternativas: princípio da função social da propriedade – objetiva condicionar o 
exercício do direito de propriedade ao cumprimento da sua função social ambiental; 
princípio da prevenção – objetiva evitar danos ambientais por meio de medidas preventivas 
apoiadas em certezas científicas; princípio da precaução – objetiva evitar potenciais danos 
ambientais, que o conhecimento científico atual não comprova, mas também não descarta; 
princípio da cooperação – objetiva unir as nações para preservar o meio ambiente, já que 
os danos ambientais podem gerar efeitos negativos em todo o planeta. 
 
Questão 7 
(IBFC - 2018 - TRF - 2ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto) A respeito do princípio da precaução 
em relação ao Direito Ambiental, é correto afirmar que: 
A) o ônus da prova sobre a ocorrência do dano ambiental e sua autoria é do autor da ação civil 
pública. 
B) os riscos são certos e o perigo de dano é concreto. 
C) o Poder Público deve comprovar que os riscos existem, e que a pessoa que explora a atividade 
foi a causadora do dano. 
 
24 
D) ele se confunde com o princípio da prevenção. 
E) compete a quem supostamente promoveu o dano ambiental comprovar que não o causou 
ou que a substância lançada ao meio ambiente não lhe é potencialmente lesiva. 
 
Comentário: 
A adoção do princípio da precaução pressupõe a inversão do ônus da prova. Portanto, 
cabe ao réu, suposto poluidor, comprovar que não lesou o meio ambiente, conforme 
disposto na alternativa“E”. Ademais, como visto, o princípio da precaução se aplica quando 
não temos certeza científica quanto à potencialidade poluidora de determinada atividade, 
que é o que o diferencia do princípio da prevenção. 
 
Questão 8 
(TRF - 3ª REGIÃO - 2018 - TRF - 3ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto) A respeito dos princípios 
que sustentam o direito ambiental brasileiro é CORRETO afirmar que: 
A) O princípio do desenvolvimento sustentável envolve a substituição de norma de expansão 
quantitativa por uma melhoria qualitativa como caminho para o progresso, trazendo a 
integração entre a proteção ambiental e o desenvolvimento econômico para o benefício das 
presentes e futuras gerações. 
B) O princípio usuário-pagador pressupõe uma prática ilícita daquele que utiliza o recurso 
ambiental, sendo possível a exigência de pagamento quando houver o cometimento de faltas 
ou infrações. 
C) O princípio da precaução contido no artigo 225 da Constituição Federal impõe ao Poder 
Público a obrigação de controlar atividades de risco quando importarem ameaças de danos 
irreversíveis e conhecidos pela ciência, sendo liberada a atividade se não houver prova do 
prejuízo. 
D) A Lei de Política Nacional do Meio Ambiente obriga a reparação dos danos causados pelo 
poluidor à fauna, à flora e ao meio ambiente, devendo ser demonstrada a culpa em sua conduta, 
exceto em caso de prejuízo causado pela atividade nuclear. 
 
 
25 
Comentário: 
O desenvolvimento sustentável consiste na harmonização do crescimento econômico com 
a preservação do meio ambiente e com a equidade social. O princípio em questão, 
relacionado com o princípio da solidariedade intergeracional, visa um progresso de 
qualidade para preservar a capacidade de satisfação das necessidades das presentes e 
futuras gerações. A alternativa “B” está incorreta porque o princípio do usuário-pagador é 
aplicado em práticas lícitas; a alternativa “C” está incorreta porque o princípio da precaução 
é aplicado no controle de atividades potencialmente danosas, em que não haja certeza 
científica. Ademais, por esse princípio inverte-se o ônus da prova. Portanto, não é possível 
liberar a atividade se não houver prova do prejuízo, sendo a dúvida interpretada pro natura; 
a alternativa “D” está incorreta porque a obrigação de indenizar ou reparar os danos 
ambientais é de responsabilidade objetiva, independentemente da demonstração de culpa 
do poluidor. A responsabilidade por dano nuclear citada na alternativa também é objetiva, 
entretanto, é fundamentada na teoria do risco integral. 
 
Questão 9 
(MPE-MS - 2018 - MPE-MS - Promotor de Justiça Substituto) Considere as assertivas a seguir: 
I. Uma das facetas do princípio do poluidor-pagador é evitar as externalidades negativas. 
 
II. Para a maioria da doutrina que faz a diferenciação entre estes dois princípios, o princípio da 
precaução é aplicável aos casos em que os impactos ambientais são conhecidos e devem ser 
evitados ou mitigados, enquanto o princípio da prevenção é aplicável aos casos em que não há 
certeza científica sobre os riscos e os impactos ambientais da atividade a ser exercida. 
 
III. As Resoluções do CONAMA que tratam de padrões máximos de emissão de poluentes têm 
por fundamento o princípio do limite ou controle. 
 
 
26 
IV. O princípio da Ubiquidade é aquele segundo o qual as presentes gerações não podem utilizar 
os recursos ambientais de maneira irracional, de modo a privar as gerações futuras de um 
ambiente ecologicamente equilibrado. 
 
V. A cobrança pelo uso da água prevista na Lei de Recursos Hídricos e a compensação ambiental 
prevista na Lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação são exemplos de aplicação 
prática do princípio do usuário-pagador. 
 
Em atenção aos princípios do Direito Ambiental, assinale a alternativa correta: 
 
A) Todas as assertivas estão corretas. 
B) Somente as assertivas I, III e V estão corretas. 
C) Somente as assertivas I, II, IV e V estão corretas. 
D) Somente as assertivas II, III, IV e V estão corretas. 
E) Somente as assertivas II, III e IV estão corretas. 
 
Comentário: 
A assertiva II está incorreta porque inverte o conceito dos princípios da precaução e da 
prevenção; a assertiva IV está incorreta porque o princípio da ubiquidade estabelece que 
o bem ambiental é onipresente e, por isso, qualquer forma e lugar de agressão ao meio 
ambiente atinge todo o planeta com reflexos negativos. Entretanto, o princípio conceituado 
na questão é da solidariedade intergeracional, relacionado com o princípio do 
desenvolvimento sustentável. 
 
 
 
27 
Questão 10 
(PGR - 2017 - PGR - Procurador da República) SOBRE O PRINCÍPIO DO POLUIDOR PAGADOR 
É CORRETO AFIRMAR: 
A) O princípio do poluidor pagador resume a responsabilidade pela degradação ambiental em 
termos repressivos: o dano ambiental consumado deve ser plenamente ressarcido. 
B) O princípio do poluidor pagador não elide a responsabilidade pela prevenção ao dano 
ambiental. 
C) O princípio do poluidor pagador resume a responsabilidade pela degradação ambiental em 
termos subjetivos: deve reparar o dano ambiental quem tem culpa. 
D) O princípio do poluidor pagador refere-se à recuperação ambiental mais próxima das 
condições originais e elide o ressarcimento. 
 
Comentário: 
Pelo princípio do poluidor-pagador, o sujeito que praticar atividade que cause ou possa 
causar dano ambiental deve ser responsável pelas despesas de prevenção, reparação e 
repressão desse dano. Portanto, a responsabilidade pela prevenção ao dano ambiental está 
incluída na esfera de atuação do princípio do poluidor-pagador. A alternativa “A” está 
incorreta porque o princípio em análise não se resume a medidas repressivas, ao contrário, 
deve-se privilegiar as medidas preventivas; a alternativa “C” está incorreta porque a 
reponsabilidade do poluidor-pagador é objetiva, deve reparar o dano causado por sua 
atividade independentemente de culpa; e a alternativa “D” está incorreta porque a 
recuperação ambiental próxima das condições originais não exclui o dever de 
ressarcimento, inclusive as despesas de prevenção, reparação e repressão podem ser 
acumuladas. 
 
 
28 
 
 
GABARITO 
Questão 1 - A 
Questão 2 - CERTO 
Questão 3 - A 
Questão 4 - A 
Questão 5 - B 
Questão 6 - A 
Questão 7 - E 
Questão 8 - A 
Questão 9 - B 
Questão 10 - B 
 
 
29 
QUESTÃO DESAFIO 
Diferencie os princípios do poluidor pagador e do usuário pagador 
à luz da legislação pertinente. 
Máximo de 5 linhas 
 
30 
GABARITO DA QUESTÃO DESAFIO 
O princípio do poluidor-pagador é instrumento econômico que exige do poluidor que arque com 
os danos causados pela sua atividade, com base no art. 225, § 3º, da CF. Já o princípio do usuário-
pagador, previsto no art. 4º, VII, da Lei nº 6.938, prevê a cobrança pelo uso dos recursos naturais. 
Você deve ter abordado necessariamente os seguintes itens em sua resposta: 
 Poluidor-pagador 
O princípio do poluidor- pagador busca a reparação ambiental. Isso porque toda atividade 
poluidora gera um dano ao meio ambiente, de modo que aquele que polui estará obrigado a 
pagar pelos danos suportados pela sociedade. Explica AMADO, Frederico. Resumo Direito 
Ambiental esquematizado. 3ª Ed: São Paulo. Método. 2015, p. 39: “(...) diga-se que a poluição 
amparada em regular licença ou autorização ambiental não desonerará o poluidor de reparar 
os danos ambientais, pois não se trata de uma penalidade, e sim de um ressarcimento ao meio 
ambiente, em aplicação ao princípio do poluidor- pagador. 
 Usuário-pagador 
Uma vez que os recursos naturais são limitados, o legislador passou a prever, inclusive como 
instrumento da política nacional do meio ambiente, a possibilidade de se realizar cobrança pelo 
uso dos recursos. Isso porque, além de limitar o seu uso, garante que os indivíduos consumirão 
os bens naturais de maneira mais consciente, visto que estarão pagando pelo seu uso. Nessesentido, preceitua AMADO, Frederico. Resumo Direito Ambiental esquematizado. 3ª Ed: São 
Paulo. Método. 2015, p. 41: “Por ele, as pessoas que utilizam recursos naturais devem pagar 
pela sua utilização, mesmo que não haja poluição, a exemplo do uso racional da água (...) há 
uma progressiva tendência mundial na cobrança pelo uso dos recursos naturais, notadamente 
os mais escassos, a fim de racionalizar a sua utilização e funcionar como medida educativa para 
inibir o desperdício (...)” 
 Art. 225, § 3º, CF e art. 4º, VII, PNMA 
Art. 225, § 3º, CF. As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os 
infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente 
da obrigação de reparar os danos causados. Art 4º - A Política Nacional do Meio Ambiente 
 
31 
visará: VII - à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar 
os danos causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos ambientais com 
fins econômicos. Jurisprudência Correlata: ADI 3378. (...)Também considerou que o dispositivo 
hostilizado densifica o princípio do usuário-pagador, que impõe ao empreendedor a obrigação 
de responder pelas medidas de prevenção de impactos ambientais que possam decorrer da 
implementação da atividade econômica (...) 
 
32 
 
LEGISLAÇÃO COMPILADA 
 
Princípios do Direito Ambiental: 
 CF/88: art. 4º, IX, 5º, XXII, XIII, XXXIII, 170 e 225; 
 PNMA: art. 2º e 40; 
 Código Civil: art. 1.228, §1º. 
 
 
33 
 
JURISPRUDÊNCIA 
 
Princípios do Direito Ambiental 
 STF. ADI 3.540-MC, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 03/02/06 
O princípio do desenvolvimento sustentável, além de impregnado caráter eminentemente constitucional, encontra 
suporte legitimador em compromissos internacionais assumidos pelo Estado brasileiro e representa fator de 
obtenção do justo equilíbrio entre as exigências da economia e as da ecologia, subordinada, no entanto, a invocação 
desse postulado, quando ocorrente situação de conflito entre valores constitucionais relevantes, a uma condição 
inafastável, cuja observância não comprometa nem esvazie o conteúdo essencial de um dos mais significativos 
direitos fundamentais: o direito à preservação do meio ambiente, que se traduz bem de uso comum da generalidade 
de pessoas, a ser resguardado em favor das presentes e futuras gerações. 
 STJ. REsp 1.120-AC, Rel. Min. Eliana Calmon, julgado em 10/11/2009 (Informativo 415, STJ) 
O dano ambiental refere-se àquele que oferece grande risco a toda humanidade e à coletividade, que é a titular 
do bem ambiental que constitui direito difuso. Destacou a Min. Relatora que a reparação civil do dano ambiental 
assumiu grande amplitude no Brasil, com profundas implicações, na espécie, de responsabilidade do degradador 
do meio ambiente, inclusive imputando-lhe responsabilidade objetiva, fundada no simples risco ou no simples fato 
da atividade danosa, independentemente da culpa do agente causador do dano. O direito ao pedido de reparação 
de danos ambientais, dentro da logicidade hermenêutica, também está protegido pelo manto da imprescritibilidade, 
por se tratar de direito inerente à vida, fundamental e essencial à afirmação dos povos, independentemente de 
estar expresso ou não em texto legal. No conflito entre estabelecer um prazo prescricional em favor do causador 
do dano ambiental, a fim de lhe atribuir segurança jurídica e estabilidade com natureza eminentemente privada, e 
tutelar de forma mais benéfica bem jurídico coletivo, indisponível, fundamental, que antecede todos os demais 
direitos – pois sem ele não há vida, nem saúde, nem trabalho, nem lazer – o último prevalece, por óbvio, concluindo 
pela imprescritibilidade do direito à reparação do dano ambiental. Mesmo que o pedido seja genérico, havendo 
elementos suficientes nos autos, pode o magistrado determinar, desde já, o montante da reparação. 
 STF. ADI 3510. Rel. Min. Ayres Britto. DJe 28/05/2010. 
Quando se cogita da preservação da vida numa escala mais ampla, ou seja, no plano coletivo, não apenas nacional, 
mas inclusive planetário, vem à baila o chamado "princípio da precaução", que hoje norteia as condutas de todos 
aqueles que atuam no campo da proteção do meio ambiente e da saúde pública. Ainda que não expressamente 
formulado, encontra abrigo nos arts. 196 e 225 de nossa Constituição. O princípio da precaução foi explicitado, de 
 
34 
forma pioneira, na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, realizada no Rio 
de Janeiro, em 1992, da qual resultou a Agenda 21, que, em seu item 15, estabeleceu que, diante de uma ameaça 
de danos graves ou irreversíveis, a ausência de certeza científica absoluta não será utilizada como razão para o 
adiamento de medidas viáveis para prevenir a degradação ambiental. (...) Dentre os principais elementos que 
integram tal princípio figuram: i) a precaução diante de incertezas científicas; ii) a exploração de alternativas a ações 
potencialmente prejudiciais, inclusive a da não-ação; iii) a transferência do ônus da prova aos seus proponentes e 
não às vítimas ou possíveis vítimas; e iv) o emprego de processos democráticos de decisão e acompanhamento 
dessas ações, com destaque para o direito subjetivo ao consentimento informado. 
 STJ. REsp 1049822/RS, Rel. Min. Francisco Falcão, 1ª Turma, DJe 18/05/2009. 
Aquele que cria ou assume o risco de danos ambientais tem o dever de reparar os danos causados e, em tal 
contexto, transfere-se a ele todo o encargo de provar que sua conduta não foi lesiva. Cabível, na hipótese, a 
inversão o ônus da prova que, em verdade, se dá em prol da sociedade, que detém o direito de ver reparada ou 
compensada a eventual prática lesiva ao meio ambiente. 
 STJ. R.E. 2003/0195051-9. Rel. orig. Min. José Delgado, rel. p/ acórdão Min. Teori Zavascki, 18/08/2005. 
Publ. 17/10/2005, p. 179. 
O sistema jurídico de proteção ao meio ambiente, disciplinado em normas constitucionais (CRFB/1988, art. 225, 
§3º) e infraconstitucionais (Lei 6.938/81, arts. 2º e 4º), está fundado, entre outros, nos princípios da prevenção, do 
poluidor-pagador e da reparação integral. Deles decorrem, para os destinatários (Estado e comunidade), deveres 
e obrigações de variada natureza, comportando prestações pessoais, positivas e negativas (fazer e não fazer), bem 
como de pagar quantia (indenização dos danos insuscetíveis de recomposição in natura), prestações essas que 
não se excluem, mas, pelo contrário, se cumulam, se for o caso. 
 STJ. REsp 217.858, Rel. Min. Franciulli Netto, DJ 19/12/2003 
É de elementar inferência, dessarte, que a obrigação de conservação é automaticamente transferida do alienante 
ao adquirente, independentemente deste último ter responsabilidade pelo dano ambiental. Mais a mais, a doutrina 
tem entendido, à luz do dispositivo referido, que a manutenção da área destinada à reserva legal é obrigação 
propter rem, ou seja, decorre da relação existente entre o devedor e a coisa, de modo que o ônus de conservação 
do imóvel é automaticamente transferido do alienante ao adquirente, independentemente deste último ter 
responsabilidade pelo dano ambiental. Eventual prejuízo deverá ser discutido, por meio de ação própria entre o 
adquirente e o alienante que efetivamente provocou o dano. 
 
 STJ. Resp 302.906/SP. Min. Herman Benjamin. Dje 01/12/2010 
O exercício do ius variandi, para flexibilizar restrições urbanístico-ambientais contratuais, haverá de respeitar o ato 
jurídico perfeito e o licenciamento do empreendimento, pressuposto geral que, no Direito Urbanístico, como no 
Direito Ambiental, é decorrência da crescente escassez de espaços verdades e dilapidação da qualidade de vida 
nas cidades. Por isso mesmo, submete-se ao princípio da não-regressão (ou, por outra terminologia, princípio da 
 
35 
proibição do retrocesso), garantia de que os avanços urbanísticos-ambientaisconquistados no passado não serão 
diluídos, destruídos ou negados pela geração atual ou pelas seguintes. 
 
 Súmula 654, STF 
Recurso extraordinário. Repercussão geral reconhecida. Direito Constitucional e Ambiental. Acórdão do tribunal de 
origem que, além de impor normativa alienígena, desprezou norma técnica mundialmente aceita. Conteúdo jurídico 
do princípio da precaução. Ausência, por ora, de fundamentos fáticos ou jurídicos a obrigar as concessionárias de 
energia elétrica a reduzir o campo eletromagnético das linhas de transmissão de energia elétrica abaixo do patamar 
legal. Presunção de constitucionalidade não elidida. Recurso provido. Ações civis públicas julgadas improcedentes. 
1. O assunto corresponde ao Tema nº 479 da Gestão por Temas da Repercussão Geral do portal do STF na internet 
e trata, à luz dos arts. 5º, caput e inciso II, e 225, da Constituição Federal, da possibilidade, ou não, de se impor a 
concessionária de serviço público de distribuição de energia elétrica, por observância ao princípio da precaução, a 
obrigação de reduzir o campo eletromagnético de suas linhas de transmissão, de acordo com padrões internacionais 
de segurança, em face de eventuais efeitos nocivos à saúde da população. 2. O princípio da precaução é um critério 
de gestão de risco a ser aplicado sempre que existirem incertezas científicas sobre a possibilidade de um produto, 
evento ou serviço desequilibrar o meio ambiente ou atingir a saúde dos cidadãos, o que exige que o estado analise 
os riscos, avalie os custos das medidas de prevenção e, ao final, execute as ações necessárias, as quais serão 
decorrentes de decisões universais, não discriminatórias, motivadas, coerentes e proporcionais. 3. Não há vedação 
para o controle jurisdicional das políticas públicas sobre a aplicação do princípio da precaução, desde que a decisão 
judicial não se afaste da análise formal dos limites desses parâmetros e que privilegie a opção democrática das 
escolhas discricionárias feitas pelo legislador e pela Administração Pública. 4. Por ora, não existem fundamentos 
fáticos ou jurídicos a obrigar as concessionárias de energia elétrica a reduzir o campo eletromagnético das linhas 
de transmissão de energia elétrica abaixo do patamar legal fixado. 5. Por força da repercussão geral, é fixada a 
seguinte tese: no atual estágio do conhecimento científico, que indica ser incerta a existência de efeitos nocivos da 
exposição ocupacional e da população em geral a campos elétricos, magnéticos e eletromagnéticos gerados por 
sistemas de energia elétrica, não existem impedimentos, por ora, a que sejam adotados os parâmetros propostos 
pela Organização Mundial de Saúde, conforme estabelece a Lei nº 11.934/2009. 6. Recurso extraordinário provido 
para o fim de julgar improcedentes ambas as ações civis públicas, sem a fixação de verbas de sucumbência. 
 STJ. Resp 1.164.630-MG. Rel. Min. Castro Meira, julgado em 18/11/2010 
DANO AMBIENTAL. MORTANDADE. PÁSSAROS. O MP estadual, recorrido, ajuizou, na origem, ação civil pública em 
desfavor da empresa agrícola, recorrente, sob a alegação de que essa seria responsável por dano ambiental por 
uso de agrotóxico ilegal, o que teria causado grande mortandade de pássaros. A recorrente, em contestação, entre 
outras alegações, sustentou a descaracterização do mencionado dano, arguindo que pouco mais de trezentas aves 
teriam morrido, sem que tenha havido efetivo comprometimento do meio ambiente. A sentença julgou procedente 
a ação, condenando a recorrente a pagar a importância de R$ 150 mil em indenização a ser revertida para o meio 
ambiente local, em recomposição do dano ambiental causado com a morte de 1.300 pássaros da fauna silvestre, o 
 
36 
que se manteve em grau de apelação. Nesta instância especial, ao apreciar a controvérsia, consignou o Min. Relator 
que a existência de um dano ambiental não só encerra a necessidade de reconstituição do meio ambiente no que 
for possível, com a necessária punição do poluidor (princípio do poluidor-pagador), mas também traz em seu bojo 
a necessidade de evitar que o fato venha a repetir-se, o que justifica medidas coercitivas e punições que terão, 
inclusive, natureza educativa. Observou não haver como fracionar o meio ambiente e, dessa forma, deve ser 
responsabilizado o agente pela morte dos pássaros em decorrência de sua ação poluidora. Quanto ao valor 
estabelecido na condenação, entendeu que o pleito da recorrente para que se tome como base de cálculo o valor 
unitário de cada pássaro não pode prosperar, já que a mensuração do dano ecológico não se exaure na simples 
recomposição numérica dos animais mortos, devendo-se também considerar os nefastos efeitos decorrentes do 
desequilíbrio ecológico em face da ação praticada pela recorrente. Diante desses fundamentos, entre outros, a 
Turma negou provimento ao recurso. Precedentes citados: REsp 1.120.117-AC, DJe 19/11/2009, e REsp 1.114.893-
MG. 
 STF. ADI 3540 MC/DF. Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 01/09/2005 
EMENTA: MEIO AMBIENTE – DIREITO À PRESERVAÇÃO DE SUA INTEGRIDADE (CF, ART. 225) – PRERROGATIVA 
QUALIFICADA POR SEU CARÁTER DE METAINDIVIDUALIDADE – DIREITO DE TERCEIRA GERAÇÃO (OU DE 
NOVÍSSIMA DIMENSÃO) QUE CONSAGRA O POSTULADO DA SOLIDARIEDADE – NECESSIDADE DE IMPEDIR QUE 
A TRANSGRESSÃO A ESSE DIREITO FAÇA IRROMPER, NO SEIO DA COLETIVIDADE, CONFLITOS 
INTERGENERACIONAIS – ESPAÇOS TERRITORIAIS ESPECIALMENTE PROTEGIDOS (CF, ART. 225, § 1º, III) – 
ALTERAÇÃO E SUPRESSÃO DO REGIME JURÍDICO A ELES PERTINENTE – MEDIDAS SUJEITAS AO PRINCÍPIO 
CONSTITUCIONAL DA RESERVA DE LEI – SUPRESSÃO DE VEGETAÇÃO EM ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE 
– POSSIBILIDADE DE A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, CUMPRIDAS AS EXIGÊNCIAS LEGAIS, AUTORIZAR, LICENCIAR 
OU PERMITIR OBRAS E/OU ATIVIDADES NOS ESPAÇOS TERRITORIAIS PROTEGIDOS, DESDE QUE RESPEITADA, 
QUANTO A ESTES, A INTEGRIDADE DOS ATRIBUTOS JUSTIFICADORES DO REGIME DE PROTEÇÃO ESPECIAL – 
RELAÇÕES ENTRE ECONOMIA (CF, ART. 3º, II, C/C O ART. 170, VI) E ECOLOGIA (CF, ART. 225) – COLISÃO DE 
DIREITOS FUNDAMENTAIS – CRITÉRIOS DE SUPERAÇÃO DESSE ESTADO DE TENSÃO ENTRE VALORES 
CONSTITUCIONAIS RELEVANTES – OS DIREITOS BÁSICOS DA PESSOA HUMANA E AS SUCESSIVAS GERAÇÕES 
(FASES OU DIMENSÕES) DE DIREITOS (RTJ 164/158, 160-161) – A QUESTÃO DA PRECEDÊNCIA DO DIREITO À 
PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE: UMA LIMITAÇÃO CONSTITUCIONAL EXPLÍCITA À ATIVIDADE ECONÔMICA 
(CF, ART. 170, VI) – DECISÃO NÃO REFERENDADA – CONSEQUENTE INDEFERIMENTO DO PEDIDO DE MEDIDA 
CAUTELAR. A PRESERVAÇÃO DA INTEGRIDADE DO MEIO AMBIENTE: EXPRESSÃO CONSTITUCIONAL DE UM 
DIREITO FUNDAMENTAL QUE ASSISTE À GENERALIDADE DAS PESSOAS. - Todos têm direito ao meio ambiente 
ecologicamente equilibrado. Trata-se de um típico direito de terceira geração (ou de novíssima dimensão), que 
assiste a todo o gênero humano (RTJ 158/205-206). Incumbe, ao Estado e à própria coletividade, a especial 
obrigação de defender e preservar, em benefício das presentes e futuras gerações, esse direito de titularidade 
coletiva e de caráter transindividual (RTJ 164/158-161). O adimplemento desse encargo, que é irrenunciável, 
representa a garantia de que não se instaurarão, no seio da coletividade, os graves conflitos intergeneracionais 
 
37 
marcados pelo desrespeito ao dever de solidariedade, que a todos se impõe, na proteção desse bem essencial de 
uso comum das pessoas em geral. Doutrina. A ATIVIDADE ECONÔMICA NÃO PODE SER EXERCIDA EM 
DESARMONIA COM OS PRINCÍPIOS DESTINADOS A TORNAR EFETIVA A PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE. - A 
incolumidade do meio ambiente não pode ser comprometida por interesses empresariais nem ficar dependente de 
motivações de índole meramente econômica, ainda mais se se tiver presente que a atividade econômica, 
considerada a disciplina constitucional que a rege, está subordinada, dentre outros princípios gerais, àquele que 
privilegia a “defesa do meio ambiente” (CF, art. 170, VI), que traduz conceito amplo e abrangentedas noções de 
meio ambiente natural, de meio ambiente cultural, de meio ambiente artificial (espaço urbano) e de meio ambiente 
laboral. Doutrina. Os instrumentos jurídicos de caráter legal e de natureza constitucional objetivam viabilizar a tutela 
efetiva do meio ambiente, para que não se alterem as propriedades e os atributos que lhe são inerentes, o que 
provocaria inaceitável comprometimento da saúde, segurança, cultura, trabalho e bem-estar da população, além 
de causar graves danos ecológicos ao patrimônio ambiental, considerado este em seu aspecto físico ou natural. A 
QUESTÃO DO DESENVOLVIMENTO NACIONAL (CF, ART. 3º, II) E A NECESSIDADE DE PRESERVAÇÃO DA 
INTEGRIDADE DO MEIO AMBIENTE (CF, ART. 225): O PRINCÍPIO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL COMO 
FATOR DE OBTENÇÃO DO JUSTO EQUILÍBRIO ENTRE AS EXIGÊNCIAS DA ECONOMIA E AS DA ECOLOGIA. - O 
princípio do desenvolvimento sustentável, além de impregnado de caráter eminentemente constitucional, encontra 
suporte legitimador em compromissos internacionais assumidos pelo Estado brasileiro e representa fator de 
obtenção do justo equilíbrio entre as exigências da economia e as da ecologia, subordinada, no entanto, a invocação 
desse postulado, quando ocorrente situação de conflito entre valores constitucionais relevantes, a uma condição 
inafastável, cuja observância não comprometa nem esvazie o conteúdo essencial de um dos mais significativos 
direitos fundamentais: o direito à preservação do meio ambiente, que traduz bem de uso comum da generalidade 
das pessoas, a ser resguardado em favor das presentes e futuras gerações. O ART. 4º DO CÓDIGO FLORESTAL E A 
MEDIDA PROVISÓRIA Nº 2.166-67/2001: UM AVANÇO EXPRESSIVO NA TUTELA DAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO 
PERMANENTE. - A Medida Provisória nº 2.166-67, de 24/08/2001, na parte em que introduziu significativas 
alterações no art. 4o do Código Florestal, longe de comprometer os valores constitucionais consagrados no art. 
225 da Lei Fundamental, estabeleceu, ao contrário, mecanismos que permitem um real controle, pelo Estado, das 
atividades desenvolvidas no âmbito das áreas de preservação permanente, em ordem a impedir ações predatórias 
e lesivas ao patrimônio ambiental, cuja situação de maior vulnerabilidade reclama proteção mais intensa, agora 
propiciada, de modo adequado e compatível com o texto constitucional, pelo diploma normativo em questão. - 
Somente a alteração e a supressão do regime jurídico pertinente aos espaços territoriais especialmente protegidos 
qualificam-se, por efeito da cláusula inscrita no art. 225, § 1º, III, da Constituição, como matérias sujeitas ao princípio 
da reserva legal. - É lícito ao Poder Público – qualquer que seja a dimensão institucional em que se posicione na 
estrutura federativa (União, Estados-membros, Distrito Federal e Municípios) – autorizar, licenciar ou permitir a 
execução de obras e/ou a realização de serviços no âmbito dos espaços territoriais especialmente protegidos, desde 
que, além de observadas as restrições, limitações e exigências abstratamente estabelecidas em lei, não resulte 
comprometida a integridade dos atributos que justificaram, quanto a tais territórios, a instituição de regime jurídico 
de proteção especial (CF, art. 225, § 1º, III). 
 
38 
 STF. ADPF 101/DF. Rel. Min. Cármen Lúcia, 11/03/2009. 
EMENTA: ARGÜIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL: ADEQUAÇÃO. OBSERVÂNCIA DO 
PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE. ARTS. 170, 196 E 225 DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. 
CONSTITUCIONALIDADE DE ATOS NORMATIVOS PROIBITIVOS DA IMPORTAÇÃO DE PNEUS USADOS. RECICLAGEM 
DE PNEUS USADOS: AUSÊNCIA DE ELIMINAÇÃO TOTAL DE SEUS EFEITOS NOCIVOS À SAÚDE E AO MEIO AMBIENTE 
EQUILIBRADO. AFRONTA AOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA SAÚDE E DO MEIO AMBIENTE 
ECOLOGICAMENTE EQUILIBRADO. COISA JULGADA COM CONTEÚDO EXECUTADO OU EXAURIDO: 
IMPOSSIBILIDADE DE ALTERAÇÃO. DECISÕES JUDICIAIS COM CONTEÚDO INDETERMINADO NO TEMPO: 
PROIBIÇÃO DE NOVOS EFEITOS A PARTIR DO JULGAMENTO. ARGUIÇÃO JULGADA PARCIALMENTE PROCEDENTE. 
1. Adequação da arguição pela correta indicação de preceitos fundamentais atingidos, a saber, o direito à saúde, 
direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado (arts. 196 e 225 da Constituição Brasileira) e a busca de 
desenvolvimento econômico sustentável: princípios constitucionais da livre iniciativa e da liberdade de comércio 
interpretados e aplicados em harmonia com o do desenvolvimento social saudável. Multiplicidade de ações judiciais, 
nos diversos graus de jurisdição, nas quais se têm interpretações e decisões divergentes sobre a matéria: situação 
de insegurança jurídica acrescida da ausência de outro meio processual hábil para solucionar a polêmica pendente: 
observância do princípio da subsidiariedade. Cabimento da presente ação. 2. Arguição de descumprimento dos 
preceitos fundamentais constitucionalmente estabelecidos: decisões judiciais nacionais permitindo a importação de 
pneus usados de Países que não compõem o Mercosul: objeto de contencioso na Organização Mundial do 
Comércio – OMC, a partir de 20.6.2005, pela Solicitação de Consulta da União Europeia ao Brasil. 3. Crescente 
aumento da frota de veículos no mundo a acarretar também aumento de pneus novos e, consequentemente, 
necessidade de sua substituição em decorrência do seu desgaste. Necessidade de destinação ecologicamente 
correta dos pneus usados para submissão dos procedimentos às normas constitucionais e legais vigentes. Ausência 
de eliminação total dos efeitos nocivos da destinação dos pneus usados, com malefícios ao meio ambiente: 
demonstração pelos dados. 4. Princípios constitucionais (art. 225) a) do desenvolvimento sustentável e b) da 
equidade e responsabilidade intergeracional. Meio ambiente ecologicamente equilibrado: preservação para a 
geração atual e para as gerações futuras. Desenvolvimento sustentável: crescimento econômico com garantia 
paralela e superiormente respeitada da saúde da população, cujos direitos devem ser observados em face das 
necessidades atuais e daquelas previsíveis e a serem prevenidas para garantia e respeito às gerações futuras. 
Atendimento ao princípio da precaução, acolhido constitucionalmente, harmonizado com os demais princípios da 
ordem social e econômica. 5. Direito à saúde: o depósito de pneus ao ar livre, inexorável com a falta de utilização 
dos pneus inservíveis, fomentado pela importação é fator de disseminação de doenças tropicais. Legitimidade e 
razoabilidade da atuação estatal preventiva, prudente e precavida, na adoção de políticas públicas que evitem 
causas do aumento de doenças graves ou contagiosas. Direito à saúde: bem não patrimonial, cuja tutela se impõe 
de forma inibitória, preventiva, impedindo-se atos de importação de pneus usados, idêntico procedimento adotado 
pelos Estados desenvolvidos, que deles se livram. (...) 8. Demonstração de que: a) os elementos que compõem o 
pneus, dando-lhe durabilidade, é responsável pela demora na sua decomposição quando descartado em aterros; 
b) a dificuldade de seu armazenamento impele a sua queima, o que libera substâncias tóxicas e cancerígenas no 
 
39 
ar; c) quando compactados inteiros, os pneus tendem a voltar à sua forma original e retornam à superfície, 
ocupando espaços que são escassos e de grande valia, em especial nas grandes cidades; d) pneus inservíveis e 
descartados a céu aberto são criadouros de insetos e outros transmissores de doenças; e) o alto índice calorífico 
dos pneus, interessante para as indústrias cimenteiras, quando queimados a céu aberto se tornam focos de incêndio 
difíceis de extinguir, podendo durar dias, meses e até anos; f) o Brasil produz pneus usados em quantitativo 
suficiente para abastecer as fábricas de remoldagem de pneus, do que decorre não faltar matéria prima a impedir 
a atividade econômica. Ponderação dos princípios constitucionais: demonstração de que a importação de pneus 
usados ou remoldados afronta os preceitos constitucionais de saúdee do meio ambiente ecologicamente 
equilibrado (arts. 170, inc. I e VI e seu parágrafo único, 196 e 225 da Constituição do Brasil). 
 STF. Plenário. ADI 2404/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 31/8/2016 (Info 837) 
É inconstitucional a expressão “em horário diverso do autorizado” contida no art. 254 do ECA. "Art. 254. Transmitir, 
através de rádio ou televisão, espetáculo em horário diverso do autorizado ou sem aviso de sua classificação: Pena 
- multa de vinte a cem salários de referência; duplicada em caso de reincidência a autoridade judiciária poderá 
determinar a suspensão da programação da emissora por até dois dias." O Estado não pode determinar que os 
programas somente possam ser exibidos em determinados horários. Isso seria uma imposição, o que é vedado 
pelo texto constitucional por configurar censura. O Poder Público pode apenas recomendar os horários adequados. 
A classificação dos programas é indicativa (e não obrigatória). 
 
 
40 
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41 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
THOMÉ, Romeu. Manual de Direito Ambiental. 8ª ed. Salvador – Juspodivm, 2018. 
LENZA, Pedro. Direito constitucional Esquematizado. 23ª ed. São Paulo – Saraiva, 2019. 
MATTHES, Rafael. Manual de Direito Ambiental. São Paulo: Rideel, 2020. 
 
PDF OAB
Direito Ambiental
Capítulo 2
MAT
ERIA
L 
EXE
MPL
AR
 
1 
SUMÁRIO 
DIREITO AMBIENTAL ......................................................................................................................... 4 
2. Direito Ambiental na Constituição Federal ............................................................................. 4 
2.1 Breve histórico .................................................................................................................................................................. 4 
2.2 Direito de terceira geração .......................................................................................................................................... 5 
2.3 Proteção do meio ambiente no art. 225 da CF/88 ............................................................................................. 6 
2.4 Ações constitucionais................................................................................................................................................... 16 
2.5 Domínio eminente dos bens pelo Estado ............................................................................................................ 16 
2.5.1 Recursos naturais .......................................................................................................................................................... 17 
2.6 Competências em matéria ambiental .................................................................................................................... 24 
2.6.1 Competência legislativa privativa ............................................................................................................................ 25 
2.6.2 Competência legislativa exclusiva ........................................................................................................................... 25 
2.6.3 Competência legislativa remanescente ................................................................................................................. 26 
2.6.4 Competência legislativa concorrente ..................................................................................................................... 26 
2.6.5 Competência material exclusiva ............................................................................................................................... 28 
2.6.6 Competência material comum ................................................................................................................................. 29 
3. Responsabilidade Ambiental ................................................................................................... 31 
3.1 Responsabilidade civil .................................................................................................................................................. 31 
3.1.1 Responsabilidade civil por dano ambiental ......................................................................................................... 32 
3.1.2 Responsabilidade civil do Estado por dano ambiental ................................................................................... 37 
3.2 Responsabilidade administrativa.............................................................................................................................. 39 
3.2.1 Poder de polícia ambiental ........................................................................................................................................ 39 
3.2.2 Infrações e sanções ambientais ............................................................................................................................... 40 
3.2.3 Decadência e prescrição administrativa ................................................................................................................ 49 
QUADRO SINÓTICO ......................................................................................................................... 50 
QUESTÕES COMENTADAS .............................................................................................................. 56 
GABARITO.......................................................................................................................................... 68 
 
2 
QUESTÃO DESAFIO .......................................................................................................................... 69 
GABARITO DA QUESTÃO DESAFIO................................................................................................ 70 
LEGISLAÇÃO COMPILADA ............................................................................................................... 72 
JURISPRUDÊNCIA ............................................................................................................................... 73 
ESTUDO COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 82 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................................................... 83 
 
 
 
3 
 
E aí, OABeiro! Como vai? 
A apostila de número 02 do nosso curso de Direito Ambiental tratou sobre Direito Ambiental 
da Constituição Federal e Responsabilidade ambiental. 
Agora, vamos as nossas considerações: 
“Direito Ambiental na Constituição Federal” não teve recorrência nos últimos três anos no exame 
de ordem! No entanto, por sabermos que a FGV costuma ser bastante imprevisível e este assunto 
ser bastante cobrado em diversos concursos públicos, achamos melhor acrescentá-lo na sua 
apostila para que assim, possam ser abrangidos o máximo de conteúdo possível. Dessa forma, 
acrescentamos também algumas questões que abordaram o referido tema. Não deixe de 
responde-las, ok? 😉 
“Responsabilidade Ambiental” apareceu 4 VEZES nos últimos 3

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