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Visão Geral da Circulação

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1 Ester Ratti ATM 25 
Visão Geral da Circulação 
PRESSÃO X FLUXO X RESISTÊNCIA 
Guyton, Cap. 14 
A função da circulação é suprir as necessidades dos tecidos corporais 
Circulação sistêmica (grande circulação) vai levar sangue oxigenado do ventrículo esquerdo pela aorta a 
todos os tecidos, esse sangue retorna ao átrio direito pelas veias já pobre em oxigênio. 
Circulação pulmonar (pequena circulação) Ventrículo direito vai impulsionar esse sangue pobre em oxigênio 
pelas artérias pulmonares para os pulmões, onde é oxigenado e retorna ao átrio direito pelas veias 
pulmonares, agora oxigenado 
• Artérias – transportam sangue sobre alta pressão e alta velocidade para os tecidos. Possuem paredes 
fortes. 
• Arteríolas – ramos finais do sistema arterial, controlam o fluxo sanguíneo para cada tecido de acordo 
com sua necessidade. Agem como condutos de controle pelos quais o sangue é liberado para os 
capilares. Elas tem forte parede muscular, capaz de ocluir completamente os vasos ou com o seu 
relaxamento dilatá-los, dessa forma, conseguem alterar muito o fluxo sanguíneo em cada tecido em 
resposta a sua necessidade 
• Capilares somente uma camada de endotélio, ou seja, possui paredes finas e tem numerosos poros 
capilares minúsculos permeáveis à agua e outras substancias. São vasos mais finos (único sem 
componente muscular), faz as trocas 
• Vênulas – coletam o sangue dos capilares. 
• Veias – transportam o sangue de volta ao coração. Parede mais fina comparada com as artérias (pois 
a pressão é menor) e a maior parte do sangue está 
nelas(importante reservatório de sangue extra) 
VOLUMES DE SANGUE NAS DIFERENTES PARTES DA CIRCULAÇÃO 
84% do total fica na circulação sistêmica 
16% coração (7%) e pulmões (9%) 
Dos 84%, 64% estão nas veias, 13% nas artérias e 7% arteríolas e 
capilares 
Capilares tem um baixo volume por causa da difusão de substâncias 
As áreas de secção transversal das veias são muito maiores (4x) do 
que das artérias. Essa diferença explica a grande capacidade de 
armazenamento de sangue do sistema venoso em comparação com o 
arterial 
Como o mesmo fluxo de sangue deve passar por todo segmento da 
circulação a cada minuto, a velocidade do fluxo sanguíneo é 
inversamente proporcional à área de secção transversa vascular 
 
V= F/A 
 
2 Ester Ratti ATM 25 
PRESSÕES NORMAIS NAS DIFERENTES PARTES DA CIRCULAÇÃO
Circulação sistêmica: 
O Ventrículo esquerdo em diástole a pressão é zero 
e na sístole chega a 120 mmHg (momento da 
ejeção, a pressão fica oscilando em ondas de 0 
mmHg a 120 mmHg) 
Pressão média na aorta é de 100 mmHg 
Bombeamento cardíaco é pulsátil, a pressão arterial 
alterna entre a pressão sistólica de 120 mmHg e a 
diastólica de 80 mmHg (VE só ejeta quando chega 
nessa pressão) 
A medida que esse sangue vai fluindo ele vai 
perdendo a pressão até chegar a 0 mmHg, ao 
atingir o final das veias cavas superior e inferior 
que desaguam no átrio direito 
Nos capilares entra numa pressão de 35 mmHg e 
sai para o leito venoso com 10 mmHg, mas a 
pressão funcional media na maioria dos leitos 
vasculares em torno de 17 mmHg, valor 
suficientemente baixo para que pouco plasma flua 
através dos poros das paredes dos capilares, 
embora os nutrientes possam se difundir. A pressão 
vai diminuindo até chegar no átrio com 0 mmHg 
Circulação pulmonar 
Mesma coisa que do lado esquerdo mas com 
pressões menores 
Ventrículo direito oscila entre 0 mmHg e 25 mmHg 
na diástole e sístole. 
Artéria pulmonar vai até 25 mmHg e depois cai até 
8 mmHg na diástole 
A pressão media da artéria pulmonar é 16 mmHg 
Vai caindo até os capilares 
Ainda assim, o fluxo sanguíneo total, que passa 
pelos pulmões a cada minuto é o mesmo que o da 
circulação sistêmica. 
As baixas pressões estão de acordo com as 
necessidades dos pulmões que consistem, 
basicamente, em expor o sangue dos capilares 
pulmonares ao oxigênio e aos outros gases 
alveolares 
 
 
 
 
3 Ester Ratti ATM 25 
PRINCÍPIOS BÁSICOS DA FUNÇÃO CIRCULATÓRIA: 
1. Fluxo sanguíneo tecidual é regulado pela necessidade de cada tecido. 
2. O débito cardíaco é a soma de todos os fluxos teciduais locais. 
3. A regulação da pressão arterial é independente do fluxo sanguíneo local ou do débito cardíaco 
(Reflexos nervosos agem aumentando a força de bombeamento; causam constrição dos grandes reservatórios 
venosos para levar mais sangue ao coração; ocasionam constrição generalizada das arteríolas em muitos 
tecidos, de modo que maior concentração de sangue se acumula nas grandes artérias, aumentando a pressão 
arterial. Então, ao longo de períodos mais prolongados os rins desempenham papel adicional fundamental no 
controle pressórico, tanto pela excreção de hormônios controladores da pressão como pela regulação do 
volume sanguíneo) 
PRESSÃO X FLUXO X RESISTÊNCIA 
FLUXO SANGUÍNEO: volume de sangue que passa por determinado ponto da circulação em um intervalo de 
tempo. Para determinar o fluxo tem que ter diferença de pressão entre lado arterial e venoso (gradiente de 
pressão entre duas extremidades do vaso) e o impedimento ao fluxo pela resistência vascular. 
O fluxo sanguíneo total na circulação de adulto em repouso é cerca de 5000ml/min ou 5L/min. Isso é referido 
como DEBITO CARDÍACO, por ser a quantidade de sangue bombeada pelo coração para a aorta, a cada 
minuto. 
PRESSÃO: força exercida pelo sangue contra uma unidade de 
área da parede vascular. 
RESISTÊNCIA: impedimento ao fluxo sanguíneo. Sangue é um 
liquido com certa viscosidade e o vaso tem um endotélio, isso 
produz um atrito quando o sangue está fluindo pelo vaso, 
gerando certa resistência 
 FORMULA DO FLUXO: diferença de pressão dividido pela 
resistência. Quanto maior a diferença de pressão maior o fluxo, 
quando maior a resistência menor o fluxo 
FLUXO LAMINAR X FLUXO TURBULENTO 
FLUXO LAMINAR: quando o sangue flui de forma estável por vaso 
sanguíneo longo e uniforme, ele se organiza em llinhas de corrente 
com camadas de sangue equidistantes da parede do vaso. Perfil 
parabólico (camada central flui progressivamente mais rápido que 
as camadas externas que tem mais atrito e, consequentemente, mais 
resistência). 
FLUXO TURBULENTO: consiste em sangue correndo em todas as 
direções e se misturando continuamente em seu interior. Quando a intensidade do fluxo for muito elevada 
(aorta) ou quando o sangue passa por obstrução no vaso, por ângulo fechado ou por superfície áspera o fluxo 
pode ficar turbulento ou desordenado, em vez de laminar. Quando ocorre redemoinhos, a resistência ao fluxo 
de sangue é muito maior que no fluxo laminar por provocarem grande aumento do atrito 
A tendência à ocorrência de fluxo turbulento é de modo direto proporcional à velocidade 
do fluxo, ao diâmetro do vaso e à densidade do sangue e, inversamente à viscosidade 
do sangue (equação ao lado) 
Re é o Número de Reynolds, que é a medida da tendência para a ocorrência de 
turbilhonamento. 
Lei de Ohm: F = P / R 
 
 
4 Ester Ratti ATM 25 
PRESSÃO SANGUÍNEA 
Medida em milímetros de mercúrio (mmHg), 
representa a força exercida pelo sangue contra 
qualquer unidade da área da parede vascular 
Ocasionalmente ela é medida em centímetros de 
água (cm H2O). Um mmHg exerce pressão igual a 
1,36 cm de água 
RESISTÊNCIA AO FLUXO SANGUÍNEO 
 
Quanto menor o diâmetro maior o atrito 
Maior diâmetro maior fluxo sanguíneo 
Pequenas variações no diâmetro do vaso provocam 
grandes alterações em sua capacidade de conduzir 
sangue quando o fluxo é laminar 
O sangue próximo à parede vascular flui em 
velocidade baixa, enquanto o centra flui muito mais 
rapidamente 
CONDUTÂNCIA medida do fluxo sanguíneo por um 
vaso sob dada diferença de pressão (oposto ou 
reciproca exata da resistência): 
- Lei da 4ª potência: o fluxo sanguíneo aumenta 
diretamente em relação a quarta potência do 
diâmetro do vaso 
O diâmetro do vaso (2x seu raio) é muito mais 
importante que todosos outros fatores de 
determinação do fluxo sanguíneo 
Na circulação sistêmica, cerca de dois terços da 
resistência sistêmica total ao fluxo sanguíneo 
consistem em resistência arteriolar que ocorre nas 
delgadas arteríolas 
A lei da quarta potência possibilita que as 
arteríolas, respondendo a estímulos químicos 
teciduais locais ou nervosos, com apenas alterações 
de seu diâmetro, interrompam de modo quase total 
o fluxo sanguíneo ou aumentem ele enormemente 
EFEITO DA VISCOSIDADE DO SANGUE SOBRE A 
RESISTÊNCIA VASCULAR 
Quanto maior a viscosidade, menor é o fluxo. A 
viscosidade normal do sangue é 3x maior que a da 
água 
O que determina a viscosidade do sangue: 
quantidade de células, grande número de eritrócitos 
em suspensão, cada um exercendo forças friccionais 
contra células adjacentes e 
contra a parede do vaso 
sanguíneo 
Hematócrito (teste 
determinado pela 
centrifugação do sangue que 
avalia quantidade de 
hemácias no sangue) 
 - Homens: 42 
 - Mulheres: 38 
É estável 
A viscosidade do sangue aumenta de forma 
acentuada à medida que o hematócrito se eleva 
Em casos de policitemia (hematócrito sobre para 60 
ou 70) a viscosidade pode ser até 10x maior que a 
da agua e o fluxo pelos vasos fica muito reduzido 
A viscosidade do plasma em torno de 1,5 maior que 
a da água 
 
 
 
5 Ester Ratti ATM 25 
EFEITO DA PRESSÃO SOBRE A RESISTÊNCIA 
VASCULAR E O FLUXO SANGUÍNEO TECIDUAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
O efeito da pressão arterial sobre o fluxo em 
muitos tecidos é, em geral bem menor que o que se 
poderia esperar. 
Isso ocorre porque o aumento da pressão arterial 
não só aumenta a força que impulsiona o sangue 
pelos vasos, mas ao mesmo tempo inicia aumentos 
compensatórios da resistência vascular em poucos 
segundos pela ativação dos mecanismos de controle 
locais. Inversamente, com reduções na pressão 
arterial, a maior parte da resistência vascular é 
reduzida de imediato, na maioria dos tecidos, e o 
fluxo é mantido a uma taxa relativamente 
constante. 
A capacidade de cada tecido de ajustar sua 
resistência vascular e de manter o fluxo sanguíneo 
normal durante alterações na pressão arterial entre 
70 e 175 mmHg é denominada autorregulação 
A autorregulação atenua o efeito da pressão 
arterial sobre o fluxo sanguíneo no tecido 
Mesmo uma forte estimulação, altera o fluxo só por 
algumas horas. A razão da relativa constância do 
fluxo está nos mecanismos autorregulatórios locais 
de cada tecido, eventualmente de maneira a prover 
fluxo apropriado às demandas do tecido 
Em vasos sanguíneos isolados ou em tecidos que não 
apresentam autorregulação, variações da pressão 
arterial podem ter efeitos importantes sobre o fluxo 
sanguineo
 
A pressão arterial aumentada não somente 
aumenta a força que empurra o sangue pelos vasos, 
como também distende os vasos elásticos, 
diminuindo na realidade a resistência vascular. 
Reciprocamente, a diminuição da pressão aumenta 
a resistência, à medida que os vasos elásticos 
gradualmente colapsam devido à pressão 
distensora reduzida. Quando a pressão cai em um 
nível crítico, denominado pressão crítica de 
fechamento, o fluxo cessa à medida que os vasos 
colapsam por completo 
Estimulação simpática e outros vasoconstritores 
podem alterar a relação passiva entre pressão e 
fluxo. Estimulações muito fortes podem contrair até 
o fluxo se reduzir a zero por alguns segundos sob 
alta pressão arterial 
A inibição da atividade simpática provoca grande 
dilatações nos vasos, podendo aumentar o fluxo por 
duas vezes ou mais 
Existem poucas condições fisiológicas que exista 
relação passiva entre pressão e fluxo. Mesmo em 
tecidos que não autorregulam efetivamente o fluxo, 
durante variações agudas na pressão arterial, o 
fluxo é regulado de acordo com as necessidades do 
tecido quando as alterações se mantem. 
 
 
 
	Volumes de sangue nas diferentes partes da circulação
	Pressões normais nas diferentes partes da circulação
	Princípios básicos da função circulatória:
	Pressão x Fluxo X Resistência

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