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Maria Eduarda Zen Biz – 4° fase ATM 2025.1 Farmacologia UCXII QUESTÕES FARMACOLOGIA – UCXII J. M., 4 anos, após diagnóstico de um processo infeccioso no trato respiratório superior, iniciou tratamento com antibiótico (amoxicilina 8/8h por 7 dias – longe das refeições) e anti-inflamatório (ibuprofeno 12/12h por 3 dias). O médico reforçou a importância em cumprir a posologia. 1. Por que em alguns tratamentos a posologia deve ser respeitada rigorosamente e em outros, há uma certa flexibilidade? 2. Qual a consequência caso não seja seguido a recomendação médica? 3. Os alimentos sempre interferem na absorção do medicamento? RESPOSTAS: 1. A posologia correta é relevante para manter a concentração do fármaco dentro da janela terapêutica e em concentrações efetivas. Se for tomado em um período de tempo maior, provavelmente ficará fora da janela e não causará o efeito desejado. Também é importante não extrapolar a janela, passando da concentração mínima para toxicidade 2. Pode não ter o resultado desejado ou chegar a uma dose tóxica (alguns com baixa margem de segurança) 3. Não. Podem atrasar a sua absorção (aumentar o tempo de latência, quando são ingeridos com alimentos), principalmente o fármacos que formam complexos, como o ciprofloxacino, que forma macromoléculas se ingerido com leite. M. S., 31 anos, feminino, com quadro agudo de diarreia e recém diagnosticada com doença celíaca, iniciou uso de sulfassalazina de liberação entérica (formulação pH dependente que contém antibiótico + anti-inflamatório) foi orientada sobre a possível não eficácia da pílula oral contraceptiva, e recomendado que usasse método de barreira. OBS.: liberação entérica o pH precisa chegar a 8 para que seja liberado – após o duodeno. 1. Por que nesse tratamento é necessário o uso de formulação de liberação entérica pH- dependente? 2. Como você explica a orientação sobre a possível falha do contraceptivo oral nesse caso? RESPOSTAS: 1. O objetivo é uma ação LOCALIZADA. O local de absorção principal dos fármacos é o duodeno, mas como o medicamento é pH dependente, irá agir principalmente no intestino grosso (com o objetivo de tratar a doença celíaca) 2. O processo inflamatório crônico intestinal geralmente causa acúmulo de muco e alterações de motilidade (fica aumentada desde o duodeno), prejudicando a absorção dos fármacos, e com consequência da janela terapêutica. (OBS.: laxantes e intoxicação alimentar não alteram essa absorção, pois agem só o intestino grosso) M. S. 24 anos, vai fazer uso do antibiótico amoxicilina BD 12/12h (cpr liberação prolongada). M. S., está com dificuldade para deglutir então questionou se pode amassar o comprimido. Qual a orientação que deve ser repassada a M. S.? Justifique RESPOSTAS: Fármacos com consoantes no nome, como por exemplo a Amoxicilina BD, devem ser exclusivamente utilizados via oral e não podem ser amassados, triturados ou mastigados (formulação de liberação entérica ou gastrorresistente – são revestidos por polímeros que resistem ao ácido e processos digestivos e liberam o fármaco contido no comprimido no local e tempo desejado). Isso pode se dar por 1 desses 3 motivos: 1. Fármaco de liberação prolongada – como descrito na questão – favorece sua absorção (mantém uma absorção sustentada por mais tempo, por isso, a posologia ajustada somente para 2x ao dia) 2. Especificidade para agir após o duodeno 3. Proteger o princípio ativo do conteúdo ácido do estômago J. S. 43 anos, busca atendimento com queixas de dores fortes no ombro. O médico prescreveu um analgésico cpr e um gel com ação anti-inflamatória. Qual a recomendação para administração dos medicamentos citados, para que se tenha um efeito rápido e efetivo do tratamento? Maria Eduarda Zen Biz – 4° fase ATM 2025.1 Farmacologia UCXII RESPOSTAS: Analgésico CPR: via oral, com água, longe das refeições, de preferência. Analgésicos podem ser administrados com alimentos (isso não interfere na absorção, apenas retarda o início de ação) Gel: aplicar o gel quando a pele estiver fria, sem massagear, fazer fricção ou calor no local (para que não ocorra vasodilatação – não aplicar após o banho). Pode até mesmo passar uma pedra de gelo no local antes para melhorar a absorção local e diminuir a absorção sistêmica Os fármacos X e Y, apresentam o mesmo mecanismo de ação e a mesma eficácia terapêutica, no entanto, o fármaco X por ser mais lipossolúvel apresenta 98% de absorção via TGI, enquanto Y absorve 90%. X é amplamente distribuído no SNC e Y não permeia BHE. É correto afirmar que X tem maior biodisponibilidade porque penetra no SNC? Justifique. RESPOSTAS: Não, biodisponibilidade refere-se a quantidade de fármaco que chega na circulação sistêmica após administração, cuja molécula mantém-se integra desde o momento da administração até sua chegada na circulação sistêmica. Então, X tem maior biodisponibilidade porque realmente absorve mais do que Y, e a penetração no SNC, refere-se ao parâmetro distribuição, e somente fármacos muito lipossolúveis permeiam a BHE. Quando um fármaco sensível ao meio ácido (degradado) é administrado junto com as refeições o efeito terapêutico será reduzido? Explique. RESPOSTAS: Sim, pois um fármaco mais degradado em meio ácido seria melhor absorvido e consequentemente teria um efeito terapêutico maior se fosse administrado em jejum ou longe das refeições. Ademais, fármacos podem formar complexos com alimentos, não sendo absorvidos da forma correta. Qual a vantagem para o paciente quando o médico prescreve pela DCB? RESPOSTAS: Pois, ao prescrever pela denominação comum brasileira (princípio ativo), o paciente poderá optar por um medicamento/laboratório de sua confiança ou cujo preço seja acessível 1. Por que é importante termos diferentes apresentações (formas farmacêuticas) para administração para uma mesma via? 2. Exemplo, para a via oral, temos xaropes, drágeas, comprimidos. O que diferencia essas formas farmacêuticas? 3. Quando devemos empregar uma ou outra forma farmacêutica? 4. A resposta terapêutica (se mesmo fármaco e dose) difere entre as formas farmacêuticas citadas nessa questão? RESPOSTAS: 1. Diferentes apresentações farmacêuticas permitem a administração de medicamentos para diferentes tipos de públicos, crianças, idosos, adultos, de acordo com as limitações de cada um. 2. Exemplo: suspensões e soluções podem ser usadas por todos os tipos de públicos, já comprimidos, não podem ser usados por crianças e alguns idosos apresentam dificuldade para engolir. 3. Essas formulações podem diferenciar no tempo de início de ação, pois as formulações líquidas serão absorvidas mais rapidamente do formulações sólidas, ainda que pouca diferença (15 a 30 minutos) e todas, quando o objetivo é ação sistêmica, terão a mesma eficácia. 4. As diferentes formulações usadas por uma mesma via de administração tem apenas a vantagem da facilidade de administração conforme as necessidades específicas de uma determinada pessoa. X= 97% de fixação a albumina e Z= 90% de fixação a albumina. Por que devem ser administrados com intervalo de 1 hora? O que ocorre se administrados juntos? RESPOSTAS: Pois ambos tem altos índices de fixação à proteína plasmática e baixa concentração na forma livre, portanto, devem ser administrados com intervalo de 1h, a fim de evitar o deslocamento da proteína Maria Eduarda Zen Biz – 4° fase ATM 2025.1 Farmacologia UCXII plasmática e uma interação medicamentosa que resulte em efeito adverso (causado, provavelmente, pelo aumento da fração livre de Z, uma vez que tem menos atividade) Por que em casos de intoxicação sistêmica por um xenobiótico qualquer, são solicitados exames de função hepática e renal? RESPOSTAS: Pois, durantea metabolização de fármacos e xenobióticos na fígado, podem ser originados metabólitos reativos, os quais são muito reativos/instáveis (tentam reagir com qualquer molécula) e causam lesão celular nos hepatócitos. Já os rins são os principais responsáveis pela eliminação desses xenobióticos e metabólitos ativos. Não entendi a resposta dela (questão 8) Qual a importância da metabolização pré-sistêmica quando se faz uso de pró-fármacos? RESPOSTAS: Pois os pró-fármacos são administrados de forma inativa, sendo bioativados apenas após a metabolização pré-sistêmica/efeito de primeira passagem (no fígado). Esse fenômeno causa aumento de biodisponibilidade, diminuição da toxicidade, prolongamento da ação e aumento da seletividade. Explique e exemplifique como a recirculação êntero- hepática de metabólitos e/ou xenobióticos pode estar implicada na toxicidade ou na manutenção da resposta terapêutica? RESPOSTAS: Na recirculação êntero-hepática, uma substância passa pelo fígado e, ao invés de ir 100% para a circulação sistêmica e sofrer absorção, é conjugado em ácido glicurônico e secretado na bile e segue ao intestino. No intestino, as enzimas beta-glicuronidases das bactérias da microbiota hidrolisam esse conjugado, a qual é reabsorvida (caso ainda seja lipossolúvel) para a circulação porta, onde mais uma vez parte vai para a circulação sistêmica e parte é contida no fígado. Assim, a janela terapêutica é mantida pela REABSORÇÃO. Deve-se observar que, se a substância reabsorvida for tóxica, essa reabsorção é um fenômeno que pode ser evitado pela administração de carvão ativado, outras vezes, isso se refere a manter o fármaco na janela terapêutica, como é o caso dos contraceptivos orais. M. S., 17 anos, diagnosticada com epilepsia vai iniciar o uso de carbamazepina. Foi orientada sobre a falha terapêutica da pílula oral combinada. Qual o mecanismo envolvido nessa interação medicamentosa? Explique. RESPOSTAS: O CYP 3A4 é uma enzima que faz parte desse complexo, responsável pelo metabolismo do etinilestradiol que está presente na maioria dos anticoncepcionais a base de estrogênio, dentre eles os contraceptivos orais combinados e dos anticonvulsivantes, também chamados de indutores fortes de CYP 3A4, como a carbamazepina. A carbamazepina induz as CYP450 e isso altera o metabolismo do estrogênio, o qual será metabolizado e eliminado rapidamente, saindo da janela terapêutica e portanto resultando na falha do contraceptivo oral combinado. J. X., 23 anos, casada, em tratamento de faringite com o antibiótico azitromicina 500 mg/dia cpr 5 dias foi orientada para utilizar método de barreira a fim de evitar gravidez indesejada, pois faz uso de pílula oral combinada. Explique a interação medicamentosa envolvida e o mecanismo relacionado com a possível falha terapêutica. RESPOSTAS: O antibiótico vai afetar também as bactérias da microbiota intestinal da usuária do contraceptivo oral combinado, bactérias as quais por meio das enzimas glicouronidases mantém a reabsorção do estrógeno e a manutenção da janela terapêutica. Portanto, sem a ação das bactérias, a absorção sistêmica do estrógeno será afetada e, consequentemente, sua janela terapêutica reduzida, causando a possível falha do método Os fármacos antibióticos e agentes anticoncepcionais combinados são metabolizados pela mesma subfamília de enzimas (CYP), como Maria Eduarda Zen Biz – 4° fase ATM 2025.1 Farmacologia UCXII consequência há redução gradativa da eficácia. A interação ocorre pela indução enzimática do Citocromo P-450. Classifique as interações abaixo: 1. Ciprofloxacino (antibiótico quelante) administrado junto com as refeições. 2. Fluoxetina (antidepressivo que inibe a recaptação de serotonina nas plaquetas e reduz agregação plaquetária) administrado pela manhã̃ e AAS tomado ao meio dia. 3. Pílula oral combinada (tomada a noite) utilizada por paciente em tratamento de epilepsia com carbamazepina (tomado pela manhã e noite). 4. Administração de sal de fruto Eno® (bicarbonato de sódio) juntamente com AAS (ácido acetil salicílico). RESPOSTAS: 1. Interação do tipo Farmacocinética (absorção) antagônica. A absorção será mais lenta por conta do alimento, assim como o início de ação e a concentração máxima. O efeito farmacológica irá acabar antes, se comparado ao jejum 2. Interação do tipo Farmacodinâmica (mecanismo de ação) sinérgica. Ambos os medicamentos têm o mesmo efeito (reduz agregação plaquetária) 3. Interação do tipo Farmacocinética (metabolização) antagônica. A carbamazepina é um indutor enzimático que acelera o metabolismo das CYPs, fazendo com que a biotransformação hepática do estrogênio seja mais rápida (e consequentemente sua eliminação), causando falha no seu efeito anticoncepcional 4. Interação do tipo Farmacocinética (absorção) antagônica. O bicarbonato vai dificultar a absorção do ácido (AAS) J. M. S., 39 anos, recebeu alta do pronto-socorro após sofrer uma queda e fraturar um braço com prescrição de codeína + paracetamol (30 mg + 500 mg) 1 cpr a cada 4 horas por dois dias, e depois 1 cpr a cada 6 horas até terminar a caixa (20 comprimidos no total). No dia seguinte J. M. S. retornou ao pronto-socorro queixando-se de intensa dor e que não podia dormir, mesmo tomando o medicamento prescrito. Como explicar a ineficácia analgésica da codeína nesse caso? OBS: Uma fração da codeína (~10%) sofre O- desmetilação via CYP2D6 – metabólito gerado: morfina RESPOSTAS: Provável polimorfismo genético que implica numa refratariedade importante. Codeína é um analgésico fraco – depende de ser biotransformada em morfina (que terá um efeito potente analgésico) J. X., 24 anos, em uso de pílula oral combinada (gestodeno + etinilestradiol (60 mcg + 25 mcg) a mais de seis anos, sem nenhum registro de intercorrências pelo uso da pílula, busca atendimento médico com queixas de náuseas, mamas doloridas. O médico suspeitando de uma possível gravidez, solicitou o exame que foi confirmado – 7 semanas de gestação. J. X., questionou o médico sobre a possível falha da pílula, e este lhe disse que sim, é possível ter a falha da contracepção, mas é raro, normalmente acontece pelo esquecimento da tomada de pílula ou por interação medicamentosa. J. X., contou que fez uso de azitromicina 1g por 3 dias para tratar um quadro de sinusite. Há relação entre o uso do antimicrobiano e a falha da contracepção pelo uso de pílula combinada? RESPOSTAS: Interação do tipo farmacocinética (metabolização) antagônica. O antibiótico é um indutor enzimático que aceleram o metabolismo das CYPs – as quais são responsáveis pela biotransformação do estrógeno. Como o estrógeno é metabolizado e excretado mais rápido, há falha no efeito anticoncepcional uma vez que a janela terapêutica não é mais mantida por reabsorção
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