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Resumo 04 - ENTEROCOCCUS

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Cocos Gram positivos catalase negativos – Enterococcus 
Podem ser células isoladas, arranjadas em pares ou em cadeias curtas. São anaeróbios 
facultativos. Algumas cepas podem produzir uma pseudocatalase. 
Podem ser confundidos com Streptococcus, entretanto podem ser diferenciados pelo teste 
de PYR, crescimento em NaCl 6,5% e hidrólise da esculina. 
Características 
Cresce bem em meio ágar sangue. Dependendo do tipo de sangue, como o de carneiro 
pode ser γ ou α hemolítico. Mas em sangue de humano, cavalo ou de coelho é possível 
obter um padrão β-hemolítico, ainda que raro. 
Cresce em temperatura de 10° a 45°C, pH variando de 4 – 9,6 e em altas concentrações de 
sais biliares. 
Produz a enzima L-pirrolidonil arilamidase (PYR). 
Fatores de Virulência 
Estão relacionados principalmente à adesão, resistência a antibióticos e biofilmes. 
• Citolisina: toxina hemolítica que apresenta atividade contra eritrócitos. Produzida 
por aproximadamente 30% das cepas de E. faecalis. Acomete principalmente 
imunossuprimidos. É produzida intracelularmente e é expulsa do citoplasma, 
passando pela proteína transmembrânica CY1B, na forma inativa e sofre mudança 
conformacional pelas proteínas CY1A e se torna ativa para sua atividade lítica. 
• Gelatinase: os MO que a produzem são responsáveis por infecções mais graves. É uma 
metalopeptidase extracelular envolvida na adesão e formação de biofilmes. Hidrolisa 
gelatina, colágeno, elastina, caseína, hemoglobina e glucagon. 
E. faecalis
E. faecium
Mais encontrados
E. gallinarum
E. casseliflavus
Resistentes 
intrinsicamente 
a vancomicina
• Substância agregativa: adesina filamentar da superfície bacteriana. Uma vez 
sintetizada, se posiciona na superfície da célula ligadora para interagir com o seu 
ligante (célula do hospedeiro). Facilita a interação de MO com as células tubulares 
renais, a sobrevivência dentro dos leucócitos e formação de extensos agregados 
bacterianos na válvula cardíaca. 
• Proteína Esp: associada à superfície de enterococos, frequente em amostras de E. 
faecalis associada a enterocardite. 
Outro fator de virulência importante é a sua resistência antimicrobianos. 
Resistência à Altos Níveis de Aminoglicosídeos (HLAR) e Enterococcus Resistente à 
Vancomicina (VRE) são fenótipos responsáveis por situações de surto ou endemicidade. 
As variações VanA e VanB apresenta multirresistência. 
A Vancomicina impede a formação da parede celular ao se ligar à porção terminal dos 
peptidoglicano. O gene VanA faz uma alteração na porção terminal dos aminoácidos, e 
assim uma cadeia de peptidoglicano não vai mais se ligar à outra e assim há um 
afrouxamento dessa parede celular. Os MO resistentes apresentam essa porção terminal 
modificada, fazendo com que a Vancomicina não consiga se ligar, logo não tem ação. 
Doenças Clínicas 
 
Resistência intrínseca
• β-lactâmicos
• Combinações Trimetropim-
sulfametoxazol e 
quinupristina/dalfopristina
• Aminoglicosídeos, 
clindamicina e 
glicopeptídeos em baixas 
concentrações.
Resistência adquirida
• Aminoglicosídeos 
(gentamicina e 
estreptomicina)
• Glicopeptídeos 
(vancomicina e 
teicoplanina)
• Clorafenicol
• Eritromicina
• Tetraciclina
• Clindamicina
Bacteremia Endocardite Feridas
Peritonite
Infecção do 
trato biliar
Infecção do 
trato urinário
Estão presentes no ambiente hospitalar. Pacientes colonizados podem contaminar os 
instrumentos hospitalares, como cateter e conseguem sobreviver em superfícies por um 
bom período de tempo. 
Diagnóstico 
Cultivado em ágar sangue ou ágar azida (adicionado de antibióticos) e incubado por 24h 
a 35°C. Hidrolisa a esculina deixando o meio enegrecido. 
A nível de espécie: hidrólise de arginina, detectar produção de ácidos, motilidade, 
produção de pigmentos, etc. 
Tratamento 
Infecções de menor gravidade: monoterapia com Ampicilina. 
Infecções graves: 
Aminoglicosídeo + agente ativo contra parede celular. Se apresentar resistência a β-
lactâmicos: vancomicina ou daptomicina. A depender do antibiograma também se pode 
utilizar ampicilina. 
O mais indicado para VRE é linezolida (oxazolidinonas).

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