Buscar

03 lesao acumulo e morte celular prova americo 15-04

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 25 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 25 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 25 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Lesão celular 
 
Quando uma célula é submetida a um agente agressor e não consegue se adaptar 
adequadamente, ela vai apresentar algum grau de comprometimento em sua integridade, em sua 
forma e/ou em sua função, configurando uma lesão. 
 
As lesões podem ser reversíveis sobretudo quando a agressão cessa sem produzir danos 
significativos às membranas e outras estruturas celulares. 
 
Dependendo da extensão e gravidade da lesão, essa condição será reversível assim que o 
agente agressor deixa de agir sobre a célula, portanto, ela se recuperará. 
 
Entretanto, se o agente agressor se mantiver por longo período, ou se a sua ação sobre a 
célula for muito intensa, excedendo a capacidade de recuperação da célula, ela morrerá, 
produzindo uma necrose. 
 
Regra geral, na lesão celular reversível não há dano significativo da membrana e do 
núcleo celular, permitindo a recuperação da célula afetada. 
 
Além da intensidade e duração do estímulo lesivo, as consequências da agressão 
dependem também do tipo de célula, do seu estado geral e da adaptabilidade da célula lesada, 
por exemplo, algumas células, como as que formam os músculos, podem sobreviver algum tempo 
em anaerobiose, ou seja, na ausência de oxigênio, enquanto outras células, como os neurônios, 
são bem mais vulneráveis ao efeito de uma hipóxia, morrendo em poucos minutos quando lhe 
falta oxigênio. 
 
Além disso, células mais jovens e células com mais reservas de nutrientes costumam se 
adaptar melhor as condições estressantes do que células mais velhas ou com carências 
nutricionais. 
 
Radicais livres de oxigênio e estresse oxidativo 
 
Os Radicais livres de oxigênio são espécies químicas muito reativas que causam danos à 
proteínas, lipídios, carboidratos e ácidos nucleicos. 
 
Esses radicais livres são normalmente produzidos durante a respiração celular, mas quase 
sempre são prontamente removidas pelos sistemas de defesa das células. 
 
Entretanto, quando a formação de radicais aumenta ou quando os sistemas de remoção de 
radicais das células são ineficientes, ocorre o estresse oxidativo, que pode levar a lesão celular, 
câncer, envelhecimento precoce e doenças degenerativas. 
 
Os radicais livres de oxigênio, além de serem produzidos pela respiração celular, também 
podem ser produzidos por neutrófilos e macrófagos durante o combate a bactérias e outros 
corpos estranhos, durante os processos inflamatórios e quando ocorre exposição do organismo a 
radiação ionizante como luz ultravioleta e raios X. 
 
Os radicais livres do oxigênio podem causar lesão nas membranas celulares, incluindo as 
membranas citoplasmáticas, membranas nucleares e membranas mitocondriais, por exemplo. 
 
Podem também causar danos ao DNA com consequente perda de capacidade da célula 
para produzir proteínas, além do aumento no risco do desenvolvimento de tumores e da morte 
celular. 
 
Os radicais livres podem danificar proteínas e componentes celulares como os ribossomos, 
interferindo no metabolismo celular e diminuindo a capacidade da célula renovar suas proteínas. 
 
Acúmulos Intracelulares (degenerações) 
 
Uma outra manifestação frequentemente observada 
quando ocorre uma agressão que interfere no funcionamento 
normal das células é o acúmulo anormal de substâncias dentro 
ou fora das células, que foi chamado pelo médico polonês 
Rudolf Ludwig Karl Virchow, de degeneração. 
 
Virchow nasceu em 1821 e é considerado o pai da 
patologia por suas imensas contribuições à essa área do 
conhecimento. 
 
Essas substâncias acumuladas podem ser ou um constituinte normal da célula, como 
água, lipídios, proteínas e carboidratos; ou uma substância anormal, seja exógena, como um 
mineral (carvão, sílica) ou endógena, como um metabolito, produzido por ela ou por outras 
células, e acabam interferindo na função celular e na atividade dos órgãos afetados, e podem 
ocorrer por excesso de produção da substância ou pela incapacidade das células a removerem. 
 
Existem vários tipos de degenerações, sendo as principais a degeneração por acúmulo de 
água e eletrólitos, a degeneração por acúmulo de proteínas, a degeneração por acúmulo de 
lipídeos, e a degeneração por acúmulo de carboidratos. 
 
Alguns autores diferenciam acúmulos de substâncias dentro das células de acúmulos fora 
das células, chamando a segunda de infiltração e a primeira de degeneração, mas em geral essa 
distinção não é feita pela maioria dos autores, que acabam chamando qualquer acúmulo, dentro 
ou fora da célula, de degeneração. 
Substância endógena é produzida em uma taxa normal, mas a taxa 
metabólica é inadequada para removê-la. Ex. Esteatose hepática. 
 
Substância endógena se acumula em consequência a defeitos no 
dobramento, empacotamento, transporte ou secreção da substância. Ex. 
Corpúsculo de Mallory nas cirroses ou corpúsculos de Russel na 
Leishmaniose. 
 
Defeito genético em uma enzima resultando na ineficiência para degradar 
um metabólito. Ex. Glicogenose do tipo I (Doença de Von Gierke). 
 
Substâncias exógenas se depositam nas células que não possuem 
mecanismos para degradá-las ou habilidade para transportá-las para 
outros locais. Ex. Silicose e antracose (acúmulos de sílica e carvão, 
respectivamente). 
 
Hepatócitos tumefeitos com 
“forma de balão” 
Túbulos renais 
A) Túbulos renais normais com 
células epiteliais viáveis. 
B) Lesão isquêmica inicial 
(reversível), bolhas na superfície e 
tumefação celular. 
 
Degeneração por acúmulo de água e eletrólitos – degeneração hidrópica 
 
A degeneração hidrópica é a lesão celular reversível mais comum, caracterizada pelo acúmulo de 
água e eletrólitos no interior da célula, o que deixa a célula tumefeita, ou seja, com o volume 
aumentado, em outras palavras, inchada. 
 
O motivo mais frequente para que uma célula acumule água em seu interior é a perda da 
atividade de suas bombas de sódio e potássio, geralmente por falta da produção de energia, 
como na hipóxia ou na inanição, mas também pode ocorrer por alteração na estrutura da 
proteína, seja por calor, acidose, toxinas, radiação, estresse oxidativo, entre outras. 
 
Alguns dos aspectos macroscópicos da degeneração hidrópica é o aumento no peso e no 
volume, além da palidez do órgão afetado, enquanto os aspectos microscópicos são o aumento 
no volume, a presença de citoplasma granuloso e de pequenos vacúolos na célula, por isso, é 
frequentemente chamada também de alteração ou degeneração vacuolar. 
 
Outro termo que também é utilizado por alguns autores, mas com menor frequência, é 
degeneração parenquimatosa, que deixam o termo degeneração hidrópica apenas para 
descrever os estágios mais tardios da lesão celular. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Degenerações por acúmulos de proteínas: degenerações hialina e mucoide 
 
Degeneração hialina: acúmulo de proteínas por desequilíbrio entre produção e 
degradação das proteínas celulares. 
 
O nome hialino é devido ao aspecto homogêneo, com certa transparência e brilho, 
lembrando vidro, geralmente formando corpúsculos no interior das células. 
 
Exemplos: 
 
Corpúsculo de Mallory – Muito comum na cirrose hepática alcoólica, mas que também 
pode ser causada por uma infecção viral por citomegalovírus, por exemplo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Corpúsculo de Russel - Acúmulo de imunoglobulinas cristalizadas nos plasmócitos, essa 
degeneração hialina está associada a infecções como na salmonelose e na leishmaniose. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Uma outra forma de acúmulo de proteínas é a degeneração mucoide, quando células 
aumentam a síntese de proteínas que formam muco, acumulando-se dentro da própria célula, e 
ocorre geralmente como resultado de uma inflamação ou neoplasias. 
 
Além do acúmulo interno de proteínas, formando corpúsculos, em certos casos pode 
ocorrer acúmulo de proteínas no interstício, ou seja, no meio externo das células 
(infiltração). 
 
Nesse caso, a degeneração hialina leva o nome de amiloidose, e o material proteicofibrilar no 
interstício e na parede de vasos é chamada de substância amiloide. 
 
Termo amiloidose também foi cunhado por Virchow, em 1855, quando observou placas de 
coloração azul após o tecido ser tratado com iodo e ácido sulfúrico, semelhante ao que acontece 
com o amido quando é tratado com iodo. 
 
Amiloidose renal - depósito nos glomérulos renais, formando massa que comprime os capilares, 
fazendo-os desaparecer, comprometendo a função renal. 
 
 
Rim com amiloidose Rim normal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Amiloidose Esplênica (baço)- depósito amiloide nos folículos, formando nódulos brancos 
visíveis macroscopicamente (baço em sagu). 
 
 
 
Amiloidose Cardíaca. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Amiloidose cerebral - Doença de Alzheimer 
 
Deposito de proteína beta amiloide (A) nas pardes dos vasos cerebrais ou na matriz 
extracelular do sistema nervoso, é a principal causa de demência, com perda progressiva das 
funções de memória e cognição. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Degeneração por acúmulo de lipídeos – esteatose e lipidose 
 
Degeneração Gordurosa (Esteatose): acúmulos anormais de triglicerídeos dentro das 
células parenquimatosas, que normalmente não armazenam gorduras. 
 
 Locais mais comum de aparecimento: 
 - Fígado (principal órgão) 
 - Rim 
 - Coração 
 - Músculos esqueléticos 
 - Pâncreas 
 
Com frequência a degeneração gordurosa é vista no fígado porque este é o principal órgão 
envolvido no metabolismo lipídico, mas também pode ocorrer no coração, pâncreas, músculos e 
rins. 
 
Principais causas: 
• Agentes químicos e toxinas como o álcool e corticóides, 
• Diabetes mellitus 
• Obesidade e dislipidemias 
• Hepatites virais 
• Desnutrição proteica 
 
No fígado, uma esteatose leve pode não afetar a aparência macroscópica, mas com o 
acúmulo progressivo, o órgão aumenta de tamanho e torna-se amarelo, até que em casos 
extremos chega a pesar até quatro vezes mais que o normal, com aparência amarela brilhante. 
 
 
 
 
 
A degeneração gordurosa começa com pequenas inclusões revestidas por membranas 
(lipossomas) ligadas ao retículo endoplasmático, mas à medida que ela avança, os lipossomas se 
juntam criando “bolhas” de gordura que deslocam do núcleo para a periferia da célula. 
 
Futuramente algumas células contíguas podem se romper e seus glóbulos de gordura se 
juntam aos glóbulos de outras células, formando cistos gordurosos. 
 
 
Lipidoses – são acúmulos de lipídeos de natureza não triglicerídea, como o colesterol. 
 
Nas artérias são chamados de placas ateroscleróticas, e na pele são chamados de 
xantomas. 
 
Nas placas ateroscleróticas, macrófagos 
dentro da túnica íntima de artérias ficam repletos 
de vacúolos lipídicos, sobretudo o colesterol. 
 
Tais células exibem uma aparência de 
esponja, por isso, são chamadas de células 
espumosas. 
 
Eventualmente algumas dessas células 
cheias de gordura se rompem, liberando lipídios 
oxidados no espaço extracelular, atraindo novos 
macrófagos, promovendo inflamação no local, e 
fragilizando a placa de ateroma, que pode se romper, produzindo êmbolos gordurosos ou trombos 
(coágulos). 
 
Principais fatores de risco: 
• Tabagismo 
• LDL elevado 
• Hiperglicemia 
• Hereditários 
• Idade 
 
 
 
 
 
 
 
Xantomas 
 
Também são acúmulos de macrófagos contendo colesterol, de aspecto espumoso, mas na 
pele, onde formam placas superficiais amareladas. 
 
 
 
 
 
 
 
Degenerações por acúmulos de carboidratos: glicogenoses 
 
O acúmulo de glicogênio é encontrado em pacientes com uma anormalidade no 
metabolismo da glicose ou do glicogênio. Nesse caso as massas de glicogênio aparecem como 
vacúolos claros no citoplasma das células afetadas. 
 
Ocorrem principalmente: 
• Fígado 
• Coração 
• Rim 
• Músculos esqueléticos 
 
Causas básicas: 
• Deficiência nas enzimas que degradam glicogênio 
• Reabsorção da glicose pelos túbulos renais no Diabetes Mellitos 
O diabetes mellitus é o principal exemplo de um distúrbio do metabolismo da glicose. 
Nessa doença, o glicogênio é encontrado nas células epiteliais dos túbulos renais, bem como 
dentro das células hepáticas, células β das ilhotas de Langerhans e nas células miocárdicas. 
 
Além disso, o glicogênio pode se acumular dentro de células hepáticas por distúrbios 
genéticos como na Doença de Von Gierke. 
 
A doença de Von Gierke, também conhecida como glicogenose do tipo I, é ocasionada 
pela deficiência em uma enzima, a glicose-6-fosfatase, nos hepatócitos e nas células tubulares 
renais. 
 
É uma doença genética rara, recessiva, que causa retardo no crescimento, mas não 
interfere no desenvolvimento mental. 
 
• Produz hepatomegalia e renomegalia. 
• Hipoglicemia, frequentemente com crises convulsivas. 
• Morte precoce, geralmente por infecções intercorrentes. 
 
• Aspecto microscópico no fígado: acúmulo de glicogênio no citoplasma dos 
hepatócitos, dando aspecto de célula vegetal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Acúmulo de pigmentos: substâncias coloridas, que podem ser ou não constituintes 
normais das células (p. ex., melanina), ou proveniente de outro lugar, como o carbono (poeira de 
carvão) inalado, que é assimilado por macrófagos dos alvéolos e transportado de lá para os 
linfonodos na região traqueobrônquica, escurecendo os pulmões (antracose) e os próprios 
linfonodos próximos. 
 
 
 
Em certos casos esses agregados podem induzir enfisema pulmonar, causando 
pneumoconiose no trabalhador de carvão. 
 
A lipofuscina ou lipocromo é um pigmento insolúvel, amarelado ou rosa, composto por 
lipídios e fosfolipídios associados à proteínas, que se forma frequentemente por ação de radicais 
livres e a peroxidação lipídica. 
 
 
 
 
A melanina é um pigmento endógeno preto-acastanhado que também se deposita em 
células, como a da epiderme. 
 
Nesse melanoma vemos uma hiperpigmentação da pele por depósito de melanina. 
 
 
 
A hemossiderina é um pigmento castanho-dourado, derivado de hemoglobina, formado por 
depósitos de ferritina, que formam grânulos, por exemplo, nos hematomas. 
 
 
 
 
Calcificação Patológica (distrófica): é a deposição anormal de sais de cálcio nos tecidos, 
juntamente com quantidades menores de ferro, magnésio e outros minerais. 
 
É geralmente encontrada em áreas de necrose, sejam estas do tipo coagulativa, caseosa 
ou liquefativa, e em focos de necrose enzimática da gordura. 
 
A calcificação quase sempre está presente nos ateromas da aterosclerose avançada. 
 
Calcificação também se desenvolve frequentemente nas valvas cardíacas envelhecidas, 
prejudicando sua função. 
 
 
Calcificação metastática ou heterotópica: é resultado de hipercalcemia. Ocorre em 
tecidos normais, não necróticos (sem lesão prévia). 
 
Pode ocorrer amplamente no corpo, mas afeta principalmente tecidos intersticiais da 
mucosa gástrica, rins, pulmões, artérias sistêmicas e veias pulmonares, pois todos esses tecidos 
excretam ácidos e possuem um compartimento interno alcalino que predispõe a calcificação 
metastática. 
 
 
 
Morte celular 
 
Quando a lesão celular é muito intensa, a célula não consegue se regenerar e morre. A 
morte pode se dar por dois mecanismos, a necrose e a apoptose. 
 
https://www.youtube.com/watch?v=HBn7Ivm9OJk (5m) 
 
Morte celular por necrose: o aspecto morfológico da necrose resulta da desnaturação de 
proteínas intracelulares e da digestão enzimática das células lesadas. 
 
As células necróticas são incapazes de manter a integridade da membrana e seus 
conteúdos sempre extravasam, um processo que pode iniciar inflamação no tecido circundante. 
 
As enzimas que digerem a célula necrótica são derivadas dos lisossomos das próprias 
células que estão morrendo ou dos lisossomos dos leucócitos que são recrutados como parte da 
reação inflamatória. 
 
 
Tipos de necrose: 
 
• Necrose de Coagulação: falta de irrigação sanguínea, ocorre coagulação de proteínas por 
ação enzimática por lisossomostrazidos por leucócitos ou por autólise. 
 
Na necrose de coagulação a arquitetura básica dos tecidos mortos é preservada por 
alguns dias, mas finalmente, as células necróticas são removidas por fagocitose dos restos 
celulares e pela digestão pela ação das enzimas lisossômicas dos leucócitos. 
 
Uma área localizada de necrose de coagulação é chamada de infarto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=HBn7Ivm9OJk
 
• Necrose de Liquefação: tecidos celulares ficam mais amolecidos, desorganizados e se 
tornam líquidos, é mais frequente em abcessos (infecções bacterianas) e em necroses no 
cérebro. 
 
A necrose liquefativa é caracterizada pela digestão das células mortas, resultando na 
transformação do tecido em uma massa viscosa líquida, frequentemente amarelo cremoso 
chamado de pus. 
 
 
 
• Necrose Caseosa: lembra o aspecto de queijo. 
 
É encontrada em focos de infecção por tuberculose 
 
 
 
 
 
• Necrose Gordurosa: refere-se a áreas de destruição gordurosa, resultantes da liberação 
de lipases pancreáticas na cavidade peritoneal por causa de uma pancreatite aguda. 
 
As enzimas liquefazem as membranas dos adipócitos do peritônio e os ácidos graxos 
liberados no tecido combinam-se com cálcio, produzindo áreas brancas com aparência de 
pingos de vela. 
 
 
 
 
• Necrose Hemorrágica: Quando ocorre hemorragia por rompimento de vasos em um 
tecido já necrosado. 
 
Ex. No tromboembolismo pulmonar primeiro ocorre necrose de coagulação e depois necrose 
hemorrágica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Necrose Gangrenosa: quando um membro perdeu o suprimento sanguíneo e com isso 
sofreu necrose por coagulação em várias de suas camadas, deixando o tecido escuro, 
seco e duro, com aparência “mumificada”. 
 
 
 
Quando ocorre uma infecção bacteriana (necrose liquefativa), junto a uma necrose 
gangrenosa, chamamos de gangrena úmida. 
 
• Necrose fibrinoide é uma forma especial de necrose geralmente observada nas reações 
autoimunes que envolvem os vasos sanguíneos. Nela, complexos formados por antígenos 
e anticorpos são depositados nas paredes das artérias e são combinados com proteínas 
extravasada dos vasos. 
 
Obs. Num paciente vivo, a maioria das células necróticas e seus conteúdos desaparecem por 
fagocitose e digestão enzimática pelos leucócitos, mas se as células necróticas e restos celulares 
não forem reabsorvidos rapidamente, tenderão a atrair sais de cálcio e outros minerais, 
produzindo calcificação distrófica ou patológica. 
 
 
Apoptose 
 
Consiste na morte celular programada. Ou seja, a célula “comete suicídio” para preservar o 
bom funcionamento do resto do organismo. 
 
As células necróticas frequentemente extravasam seus conteúdos para o meio externo, 
provocando uma resposta inflamatória potencialmente lesiva aos tecidos circundantes, porém, o 
mesmo não ocorre na apoptose, deste modo, as células apoptoticas raramente infligem danos 
às células vizinhas e tecido adjacente. 
 
Diferente da necrose, que frequentemente acompanha um inchaço com acúmulo de água 
internamente à célula, na apoptose as células murcham, seu núcleo se condensa e o DNA 
celular se rompe em fragmentos. 
 
Diferente da necrose, a membrana plasmática da célula se mantém integra na apoptose, 
contendo os restos celulares no meio interno. Isso impede que suas enzimas, que poderiam 
danificar as células vizinhas, ou desencadear uma resposta imunológica mais exacerbada, com 
inflamação e citotoxicidade, sejam liberadas no meio externo. 
 
Na apoptose, ao invés da membrana se romper, os fragmentos da estrutura da célula 
apoptotica migram para a superfície, bem próximos da membrana, expondo moléculas de 
reconhecimento, que estimulam uma rápida fagocitose da célula e seus restos por macrófagos 
dos tecidos. 
 
 
Todas as células possuem mecanismos que sinalizam ou sua morte ou a continuidade 
de sua sobrevivência, e a apoptose resulta de um desequilíbrio entre esses dois sinais, onde 
obviamente, neste caso, os estímulos indutores da morte superam os estímulos de sobrevivência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Como ocorre a apoptose: 
 
O processo de apoptose pode ser dividido em duas fases, uma de iniciação, em que 
algumas das caspases celulares se tornam ativas, e outra de execução, em que outras 
caspases e outras enzimas iniciam a degradação dos componentes celulares. 
 
O que são as Caspases? 
 
Cisteína aspartato proteases (CAspAses) são proteínas sintetizadas como pro-caspases, 
(precursores inativos, chamados zimógenos ou zimogênios), que ao serem ativadas, se tornam 
funcionais. 
 
Existem dezenas de caspases, e algumas delas podem ser encontradas apenas em um 
compartimento celular, enquanto outras podem ser encontradas em vários deles, como núcleo, 
mitocôndrias, lisossomos e citoplasma. 
 
O efeito final dessas enzimas, após serem ativadas, é a quebra de proteínas constituintes 
de diversos compartimentos da célula. 
 
Essas quebras além de degradar as proteínas celulares, servem para ativação de outras 
enzimas que também participarão do processo de apoptose. 
 
 
O início da apoptose ocorre por duas vias distintas: a via intrínseca ou mitocondrial, e a 
via extrínseca ou morte iniciada por receptor. 
 
Cada uma dessas vias é induzida por diferentes estímulos e envolvem a participação de 
diferentes substâncias, mais especificamente de diferentes proteínas. 
 
- Via Intrínseca ou Mitocondrial: 
 
É a principal via de ativação da apoptose, e resulta do aumento de permeabilidade 
mitocondrial e a liberação de moléculas pró-apoptóticas no citoplasma, que ficam estocadas 
dentro das mitocôndrias. 
 
- Via Extrínseca ou de Morte Iniciada por Receptor: 
 
Esta via é ativada pela interação de substâncias produzidas por linfócitos citotóxicos CD8 
ou NK (Natural Killer) e os receptores da superfície das células apoptóticas. 
 
Durante a fase de execução da apoptose, as duas vias convergem para uma cascata de 
ativação de caspases que desenvolvem a fase final da apoptose. 
 
 
 
 
Corpos apoptóticos 
 
Frequentemente as células apoptóticas se fragmentam formando corpos apoptóticos, 
que são pedaços de célula contendo partes do citoplasma e até mesmo fragmentos do núcleo da 
célula original, mantendo, entretanto, a integridade das membranas celulares nesses corpos 
apoptóticos. Em outras palavras, as membranas se fragmentam, mas não se rompem, apesar de 
isso parecer um paradoxo. 
 
O que ocorre nesse caso é que a membrana celular e de estruturas como o núcleo, se 
rearranjam, formando estruturas menores, como se fossem bolhas, contendo parte do material 
original. Esse processo facilita a remoção da célula apoptotica por fagócitos que chegam ao 
tecido afetado. 
 
 
 
O que restou da célula apoptótica, assim como seus fragmentos (corpos apoptóticos), são 
prontamente engolfados e digeridos por fagócitos como macrófagos, antes que suas membranas 
se rompam e que seus conteúdos extravasem, evitando deste modo uma resposta inflamatória no 
hospedeiro e danos às células circunvizinhas. 
 
 
No entanto, em algumas situações, a apoptose e a necrose coexistem num mesmo tecido. 
Neste caso, a apoptose induzida por estímulos patológicos pode progredir para a ocorrência de 
uma necrose celular, com consequente dano tecidual. 
 
 
 
 
Causas da apoptose 
 
A apoptose pode ocorrer como um processo normal do desenvolvimento celular, que 
permite a renovação de células eliminando as mais envelhecidas, menos funcionais, ou 
potencialmente perigosas, que poderiam levar ao desenvolvimento de um tumor, por exemplo, 
mas também pode ser deflagrada a partir de um evento patológico, quando células lesadas 
irreversivelmente são eliminadas para evitar um “mal maior”. 
 
Algumas situações Fisiológicas: 
 
- Células que precisam ser eliminadas durante a embriogênese, organogênese, involução 
do desenvolvimento e na metamorfose. 
 
Exemplos: 
 
• A redução gradativa da cauda de embriões de primatas como o homem, o chimpanzé,o 
bonobo, o gorila e o orangotango, ainda durante a fase intrauterina. 
• A perda da cauda do girino durante a metamorfose para as formas adultas do sapo, 
perereca e rã. 
• Muitas estruturas que desaparecem durante a metamorfose de insetos, como lagarta e 
borboleta, e larva e mosquito. 
• A perda da membrana entre os dedos das mãos e pés durante a fase embrionária dos 
humanos. 
• Involução de tecidos hormônios-dependentes sob privação da substância estimuladora, 
como a célula endometrial que se desprende durante o ciclo menstrual e a regressão da 
mama após o desmame do lactente. 
• Morte de células que já tenham cumprido seu papel, tais como neutrófilos e linfócitos ao 
término de uma resposta imune contra uma infecção bacteriana, por exemplo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- 
Condições patológicas: 
 
Quando ocorre lesão irreparável de DNA por conta de radiação, drogas citotóxicas e 
hipóxia, que podem produzir danos ao DNA por ação direta ou por meio da produção de radicais 
livres de oxigênio, muitas células entram em estado de apoptose. 
 
Neste caso, a própria célula ativa mecanismos intrínsecos que induzem a apoptose, 
evitando deste modo o risco de ocorrer uma “malignização” desta célula. 
 
Obs. Se o estímulo agressor for muito intenso ou durador, é possível que ao invés de apoptose, a 
morte celular se dê por necrose, ou por ambas as formas ao mesmo tempo. 
 
Exemplos: 
 
- Quando temos uma queimadura de sol na pele e descascamos, é porque a ação dos 
raios ultravioleta causa danos à várias estruturas celulares, sobretudo o DNA, de várias células 
ao mesmo tempo. 
 
Com isso, várias células entram em estado apoptótico ao mesmo tempo, resultando na 
morte de camadas inteiras de células, que “descascam” e não da forma como ocorre 
normalmente com as células da nossa pele, que vão morrendo e se soltando aos poucos ao 
longo da vida. 
 
- Acúmulo de proteínas anormalmente dobradas (enoveladas) e Estresse do Retículo 
Endoplasmático): 
 
Assim que uma proteína é produzida pelos ribossomos celulares, ela sofre um processo de 
enovelamento, também chamado dobramento (do inglês “folding”), para que deste modo, assuma 
sua configuração tridimensional funcional (estrutura terciária). 
 
Entretanto, em algumas situações esse dobramento pode ocorrer de forma anormal, 
produzindo uma proteína afuncional, e por vezes, perigosa para a célula. 
 
Esse erro no dobramento das proteínas pode ocorrer a partir de mutações genéticas, que 
criam proteínas com sequencias de aminoácidos (estrutura primária) diferentes das sequencias 
encontradas nas proteínas normais, mas também pode ocorrer a partir da ação de radicais livres 
de oxigênio e de radiação como ultravioleta, raio X e outros. 
 
O acúmulo dessas proteínas causa estresse no retículo endoplasmático, o que pode 
induzir a morte da célula por apoptose. 
 
Este tipo de situação é a base de muitas doenças degenerativas, como as doenças 
prionicas ( “scrapie” em ovinos e caprinos, a encefalopatia espongiforme bovina (BSE ou doença 
das vacas loucas) o “kuru”, a síndrome de Creutzfeldt-Jakob (CJD) e a síndrome da insônia 
familiar fatal em humanos, além das doenças de Alzheimer, fibrose cística, Tay-Sachs, entre 
outras. 
 
Alguns autores afirmam que outras doenças neurodegenerativas como a Coreia de 
Huntington, o mal de Alzheimer e a doença de Parkinson também possam estar relacionadas com 
o acúmulo de proteínas desnaturadas em placas amiloides. 
 
 
 
- Morte celular em infecções: 
 
Células podem ativar os próprios mecanismos de apoptose quando sofrem infecções virais, 
como nas infecções por adenovírus e pelo vírus da imunodeficiência humana, ou pela resposta 
imune do próprio hospedeiro, como na hepatite viral, induzida por citocinas liberadas por células 
imunológicas, como linfócitos NK e linfócitos T citotóxicos. 
 
 
Características bioquímicas e morfológicas da apoptose: 
 
- Retração celular: 
 
A célula apoptotica se torna menor em tamanho e seu citoplasma se torna mais denso 
(com organelas mais compactadas). 
 
- Condensação da cromatina: 
 
Uma das características mais marcantes da apoptose é a agregação da cromatina à 
membrana nuclear em massas densas de várias formas e tamanhos, com a possibilidade do 
núcleo dividir-se, produzindo vários fragmentos, sem que a sua membrana seja rompida. 
 
- Ativação das Caspases: 
 
Uma outra característica da apoptose, que a diferencia da necrose, é a ativação de cisteína 
aspartato proteases (CAspAses). 
 
 
- Clivagem (quebra) do DNA: 
 
Nas células apoptóticas ocorre quebra do DNA em fragmentos de diversos tamanhos. 
 
- Formação de bolhas citoplasmáticas e corpos apoptóticos: 
 
A célula em apoptose apresenta “bolhas” de diversos tamanhos em sua superfície, que se 
fragmentam em corpos apoptóticos contendo fragmentos e organelas inteiras do citoplasma, além 
de fragmentos nucleares, envoltos por membrana. 
 
 
 
 
- Alterações da Membrana e Reconhecimento pelos Fagócitos: 
 
A membrana plasmática das células apoptóticas apresenta alterações bioquímicas que 
permitem aos fagócitos a reconhecerem como uma célula que precisa ser fagocitada. 
 
Em células saudáveis, a fosfatidilserina, um fosofolipídeo, está presente apenas no 
folheto interno da membrana plasmática (bicamada lipídica), mas nas células apoptóticas este 
fosfolipídio move-se para o folheto externo e passa a aparecer na camada de fora da 
membrana, onde pode ser reconhecido por receptores na superfície dos macrófagos. 
 
Além disso, corpos apoptóticos também podem ser revestidos por anticorpos e por 
proteínas do sistema complemento, principalmente C1q, que também são reconhecidos pelos 
receptores da superfície de fagócitos como o macrófago. 
 
Esse processo é tão eficiente que normalmente as células mortas por apoptose 
desaparecem em poucos minutos, sem produzirem inflamação ou maiores danos ao tecido 
circunvizinho, enquanto que na necrose, essa “limpeza” pode demorar horas para acontecer e 
resultar em inflamação e danos ao tecido. 
 
- Fagocitose das células apoptóticas e dos corpos apoptóticos: 
 
Conforme descrito, uma outra característica da apoptose, é que os corpos apoptóticos são 
rapidamente “ingeridos” e degradados pelas enzimas lisossômicas dos fagócitos, sem que haja 
lise (rompimento) de suas membranas e sem extravasarem os conteúdos do citoplasma para o 
meio externo, o que resultaria em uma resposta inflamatória e em danos ao tecido adjacente, 
como o que acontece frequentemente na necrose.

Outros materiais