Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ESTRESSE E MEMÓRIA MÓDULO PCE. ■ O que é: Reação natural do organismo que ocorre quando vivenciamos situações de perigo ou ameaça. Esse mecanismo nos coloca em estado de alerta ou alarme, provocando alterações físicas e emocionais. A reação ao estresse é uma atitude biológica necessária para a adaptação às situações novas. Sendo assim, o estresse é o estado que se manifesta através da Síndrome Geral de Adaptação (SGA). ■Tipos de estresse: Agudo: é mais intenso e curto, sendo causado normalmente por situações traumáticas, mas passageiras, como a depressão na morte de um parente. Crônico: afeta a maioria das pessoas, sendo constante no dia a dia, mas de uma forma mais suave. A evolução do estresse se dá em três fases: Fase de Alerta (manifestações aguda): ocorre quando o indivíduo entra em contato com o agente estressor. □Sintomas da fase de alerta: Mãos e/ou pés frios; boca seca; dor no estômago; suor; tensão e dor muscular, por exemplo, na região dos ombros; aperto na mandíbula/ranger os dentes ou roer unhas/ponta da caneta; diarréia passageira; insônia; batimentos cardíacos acelerados; respiração ofegante; aumento súbito e passageiro da pressão sanguínea; agitação. Julyana de Aquino Guerreiro Araújo Fase de Resistência (manifestações agudas desaparecem): o corpo tenta voltar ao seu equilíbrio. O organismo pode se adaptar ao problema ou eliminá-lo. □Sintomas da fase de resistência: Problemas com a memória; mal-estar generalizado; formigamento nas extremidades (mãos e/ou pés); sensação de desgaste físico constante; mudança no apetite; aparecimento de problemas de pele; hipertensão arterial; cansaço constante; gastrite prolongada; tontura; sensibilidade emotiva excessiva; obsessão com o agente estressor; irritabilidade excessiva; desejo sexual diminuído. Fase de Exaustão (volta das reações da primeira fase): nessa fase podem surgem diversos comprometimentos físicos em forma de doença. □Sintomas da fase de exaustão: Diarréias freqüentes; dificuldades sexuais; formigamento nas extremidades; insônia; tiques nervosos; hipertensão arterial confirmada; problemas de pele prolongados; mudança extrema de apetite; batimentos cardíacos acelerados; tontura freqüente; úlcera; impossibilidade de trabalhar; pesadelos; apatia; cansaço excessivo; irritabilidade; angústia; hipersensibilidade emotiva; perda do senso de humor. Lembre-se: não é necessário que as três fases se desenvolvam para haver o registro da síndrome, uma vez que somente o estresse mais grave leva à fase de exaustão e à morte. As situações de estresse produzem, portanto, um aumento geral da ativação do organismo, a fim de que o indivíduo possa reagir. Os sintomas de cada fase surgem como resultado da resposta neuroendócrina do organismo ao estressor e envolve dois eixos principais, a ser: hipotálamo- hipófise- córtex da glândula supra-renal e hipotálamo-hipófise- sistema nervoso simpático – medula da glândula supra-renal. Ainda, a liberação de diferentes hormônios que participam do estresse é mediada, em alguns momentos, por centros corticais e supracorticais que Julyana de Aquino Guerreiro Araújo se relacionam às funções cognitivas, emocionais e comportamentais. Isso faz com que a intensidade dos sinais de estresse varie em cada fase da reação. Dessa forma, no primeiro eixo, o Hipotálamo libera o Hormônio de Liberação de Corticotrofina (CRH), que estimula a Hipófise a aumentar a produção de Hormônio Adreno-Corticotrófico (ACTH). Esse age no córtex das glândulas supra-renais estimulando ao aumento da síntese de corticóides (cortisol e aldosterona). O aumento na síntese desses hormônios levará aos seguintes sintomas: alteração do peso corporal, osteoporose, distúrbios de comportamento, incluindo alterações do padrão do sono, aumento da suscetibilidade a infecções, hipertensão, alterações gastrointestinais, entre outros. No segundo eixo, o sistema nervosos simpático, sob ação da hipófise, estimula a medula da supra-renal a liberar catecolaminas na circulação sanguínea (adrenalina e noradrenalina), que causam, entre outros, os seguintes efeitos: dilatação da pupila; aumento da sudorese, frequência cardíaca e da força contrátil do miocárdio, dilatação coronariana e brônquica, diminuição do peristaltismo e aumento do tônus esfincteriano(anal e vesical), redução do debito urinário, aumento do metabolismo basal, atividade mental e musculo-esquelética. Os corticóides e catecolaminas são hormônios fundamentais na resposta fisiológica ao estresse. Nesse sentido, destaca-se o cortisol, pois seus níveis modulam o sistema imunológico, influenciam a resposta inflamatória aos estressores e nas reservas de energia do organismo. ● MEMÓRIA Memória é a capacidade de se adquirir, armazenar e evocar informações. A etapa de aquisição é a aprendizagem do mesmo modo que a evocação é a etapa de lembrança. Julyana de Aquino Guerreiro Araújo TIPOS DE MEMÓRIA Existem vários critérios para definição de tipos e subtipos de memória, mas dois deles são mais importantes: a natureza da memória e o tempo de retenção do evento memorizado. Quanto ao primeiro critério, distingue-se dois tipos: memória declarativa e memó-ria não declarativa (ou de procedimento). Na primeira, os conhecimentos memorizados são explícitos, ou seja, podem ser descritos por meio de palavras ou outros símbolos, como quando mencionamos o nome de um amigo, o ano em que nascemos, ou os núcleos do tálamo. Na memória não declarativa os conhecimentos memorizados são implícitos e, assim, não podem ser descritos de maneira consciente. Neste caso, encontra-se a memória de procedimentos ou memória motora através da qual as pessoas aprendem as sequências motoras que lhes permitem executar tarefas como nadar e andar de bicicleta, as quais elas aprendem e exercitam de maneira automática e inconsciente. Um segundo critério que se usa para classificar tipos de memória leva em conta o tempo em que a informação permanece armazenada no cérebro, distinguindo-se quanto a este critério três tipos: a memória operacional, ou de trabalho; a memória de curta e a de longa duração. •Memória operacional ou de trabalho Este tipo de memória permite que informações sejam retidas por segundos ou minutos, durante o tempo suficiente para dar sequência a um raciocínio, compreender e responder a uma pergunta, memorizar o que acabou de ser lido para compreender a frase seguinte, memorizar um número de telefone durante o tempo suficiente para discá-lo. Uma pessoa com déficit de memória operacional, como ocorre nas fases iniciais da doença de Alzheimer, não sabe onde está um objeto segundos depois de colocá-lo em algum lugar e levará mais tempo para encontrá-lo porque poderá Julyana de Aquino Guerreiro Araújo procurá-lo em locais onde já o procurou. Este tipo de memória é organizada pelo córtex pré-frontal e não deixa arquivos. O córtex pré-frontal determina o conteúdo da memória operacional que será selecionado para armazenamento, conforme a relevância da informação naquele momento. Para isso, ele tem acesso às diversas outras áreas mnemônicas do córtex cerebral onde estão armazenadas as memórias de curta e longa duração, verifica se a informação que está chegando e sendo processada já existe ou não, e se vale a pena armazená-la como memória de curta ou longa duração. Assim, a área pré-frontal funciona como gerenciadora da memória, definindo o que permanece e o que é esquecido. •Memórias de curta e longa duração A memória de curta duração permite a retenção de informações durante algumas horas até que sejam armazenadas de forma mais duradoura nas áreas responsáveis pela memória de longa duração. A memória de curta duração dura de 3 a 6 horas, que é o tempo que leva para se consolidar a memória de longa duração. A memória de longa duração depende de mecanismos mais complexos que levam horas para serem realizados. Por isso a memória de curta duração, que exige mecanismos de processamento mais simples, mantém a memória viva enquanto a de longa duração está sendo definitivamente armazenada. Estesdois tipos de memórias dependem do hipocampo. Entretanto, a memória de curta duração se extingue depois de algum tempo, enquanto a de longa duração é consolidada por meio da atividade do hipocampo, ficando armazenada em áreas corticais de associação de acordo com seu conteúdo, podendo aí permanecer durante muitos anos. Levando-se em conta os critérios de natureza do conhecimento memorizado e o tempo de retenção deste conhecimento, pode-se fazer o seguinte esquema: Julyana de Aquino Guerreiro Araújo
Compartilhar