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Gabriely Pansera – Medicina UCPel Fisiologia – P1 EXCITAÇÃO DO MÚSCULO ESQUELÉTICO GUYTON – cap 7 As fibras musculares esqueléticas são inervadas por grandes fibras nervosas mielinizadas que se ori- ginam nos grandes neurônios motores nos cornos anteriores da medula espinhal; Cada fibra nervosa após penetrar no feixe muscu- lar se ramifica e estimula varias centenas de fibras musculares esqueléticas; Cada terminação nervosa faz uma junção: junção neuromuscular: transmissão dos impulsos das terminações nervosas para as fibras musculares esqueléticas; ANATOMIA FISIOLÓGICA DA JUNÇÃO – PLACA MOTORA A fibra nervosa forma complexo de terminais nervosos ramificados, que se invaginam na superfí- cie extracelular da fibra muscular; Toda a estrutura é chamada placa motora, ela é recoberta por uma ou mais células de Schawnn; A figura C mostra a junção de um terminal de um axônio e a membrana da fibra muscular; A membrana é invaginada pela goteira sináptica ou canaleta sináptica; O espaço entre o terminal e a membrana da fibra é chamado espaço sináptico ou fenda sináptica; No fundo da goteira há inúmeras pequenas dobras na membrana muscular, as fendas sub-neurais, que aumentam a área de superfície onde o trans- sináptico age; No terminal há muitas mitocôndrias fornecedoras de ATP, que é fonte de energia usada por um transmissor excitatório: acetilcolina, que excita a membrana da fibra muscular. A acetilcolina é sintetizada no citoplasma do terminal e é absorvida rapidamente por muitas pequenas vesículas sinápticas do terminal de uma única placa motora; No espaço sináptico há grande quantidade de enzimas acetilcolinesterase, que destroem a acetilcolina em alguns milissegundos após sua liberação pelas vesículas. Quando um impulso nervoso atinge a junção neuromuscular, cerca de 125 vesículas de acetilc. são liberadas dos terminais no espaço sináptico; Quando o potencial de ação se propaga para o terminal, os canais de Ca dependentes de voltagem situados ao lado das barras densas lineares se abrem; Com a abertura, íons cálcio se difundem do espa- ço sináptico para o interior do terminal nervoso; Os íons Ca ativam a proteína cinase dependente da calmodulina-Ca, que fosforila as proteínas sinapsina, que ancoram as vesículas de acetilc. ao citoesqueleto do terminal pré-sináptico; Esse processo libera as vesículas do citoesqueleto e permite que se movam para a zona ativa da membrana neural e lancem acetilcolina no espaço sináptico por exocitose. O estimulo efetivo que causa a liberação de Ca acetilcolina das vesículas é a entrada de Ca. JUNÇÃO NEUROMUSCULAR LIBERAÇÃO DE ACETILCOLINA PELOS TERMINAIS Gabriely Pansera – Medicina UCPel Fisiologia – P1 ABERTURA DE CANAIS IÔNICOS NAS MEMBRANAS PÓS- SINÁPTICAS PELA ACETILCOLINA Há canais iônicos controlados pela acetilcolina, além de receptores de acetilcolina; Essas moléculas proteicas penetram por toda a extensão da membrana situando-se lado a lado para formar o canal tubular; O canal se mantem fechado até que 2 moléculas de acetilcolina se liguem as duas subunidades pro- téicas alfa, provocando alteração conformacional que abre o canal; O canal regulado pela acetilcolina tem diâmetro grande o suficiente para passar íons Na, K e Ca; Íons negativos não passam pelo canal devido as fortes cargas negativas na abertura do canal, que repelem íons negativos; Há mais passagem dos íons Na por dois motivos: 1- Só há 2 íons positivos em alta concentração: Na no LEC e K no LIC; 2- O potencial muito negativo (-80, -90 mv) no la- do interno da membrana puxa íons Na para o interior da fibra e não permite o efluxo de K. O principal efeito da abertura dos canais controlados pela acetilcolina é permitir grande influxo de íons Na na fibra; Essa ação deixa a carga interna positiva, chamado potencial da placa motora, que inicia um potencial de ação que se propaga ao longo da membrana muscular causando a contração. Pode aparecer como canal colinérgico. DESTRUIÇÃO DA ACETILCOLINA LIBERADA PELA ACETILCOLINESTERASE Uma vez liberada no espaço sináptico, continua a ativar os receptores de acetilcolina, logo precisa ser removida rapidamente por: 1- A maior parte é destruída pela enzima acetilco- linesterase; 2- Uma pequena quantidade se difunde para fora do espaço sináptico deixando de estar disponí- vel para agir sob a membrana da fibra; A rápida remoção da acetilcolina evita a reexcita- ção continuada do musculo depois que a fibra se recuperou do seu potencial de ação inicial. POTENCIAL DA PLACA MOTORA E EXCITAÇÃO DA FIBRA MUSCULAR ESQUELÉTICA O influxo de Na quando os canais colinérgicos se abrem na fibra muscular causam variação do potencial elétrico no local da placa motora; Essa variação leva o potencial local chamado potencial da placa motora de 50-75 mv positivos; FADIGA DA JUNÇÃO NEUROMUSCULAR = FATOR DE SEGURANÇA Cada impulso que chega na junção provoca potencial da placa motora de amplitude 3 vezes maiores que o necessário; A junção tem alto fator de segurança; A fadiga ocorre quando há muita estimulação da fibra por muitos minutos, diminuindo o número de vesículas de acetilcolina, o que faz com que não sejam mais transmitidos impulsos a fibra; Essa fadiga tem o mesmo efeito que a do SNC quando as sinapses são superexcitadas; Raramente ocorre fadiga, apenas em níveis exaustivos de atividade muscular. FÁRMACOS QUE ESTIMULAM A FIBRA MUSCULAR POR AÇÃO SEMELHANTE A DA ACETILCOLINA Ex.: Metacolina, Carbacol, Nicotina, tem quase o mesmo efeito sobre o musculo que a acetilcolina; A diferença dos fármacos para a acetilcolina é que eles não são degradados pela colinesterase e se são, é tão lento que sua ação persiste por muitos minutos ou horas; Cada vez que a fibra se recupera de uma contração, essas áreas despolarizadas pelo vazamento de íons iniciam um novo potencial de ação gerando um estado de espasmo muscular. FÁRMACOS QUE ESTIMULAM A JUNÇÃO NEURO- MUSCULAR INATIVANDO A ACETILCOLINESTERASE Ex.: Neostigmina, Fisostigmina e Fluorofosfato de di-isopropil inativam a acetilcolinesterase de modo que ela não hidrolisa a acetilcolina; Provoca espasmos musculares, que podem causar morte devido a espasmo da laringe que sufoca o indi- víduo; Neostigmina e Fisostigmina duram várias horas; Fluorofosfato de di-isopropil dura por semanas, é um veneno para os nervos, sendo letal. Gabriely Pansera – Medicina UCPel Fisiologia – P1 O potencial de ação do capitulo 5 se aplica quase igual nas fibras musculares esqueléticas, exceto por diferenças quantitativas: 1- Potencial de repouso da membrana: cerca de -80 a -90 mv nas fibras musculares esqueléti- cas, o mesmo das grandes fibras nervosas mie- linizadas; 2- Duração do potencial de ação: entre 1 e 5 milissegundos no musculo esquelético, cerca de 5 vezes mais prolongado que nos grandes nervos mielinizados; 3- Velocidade de condução: 3-5 m/s, cerca de 1/13 da velocidade de condução nas grandes fibras nervosas mielinizadas que excitam o musculo esquelético. TÚBULOS TRANSVERSOS E POTENCIAL DE AÇÃO A fibra muscular é tão grande que o potencial de ação na superfície não provoca fluxo de corrente no interior da fibra; Para causar contração a corrente tem de penetrar profundamente na fibra muscular nas proximidades das miofibrilas; Essa penetração ocorre pela propagação dos potenciais de ação pelos túbulos transversos que penetram a fibra muscular de um lado ao outro; Os potenciais no túbulo T provocam liberação de íons Ca no interior da fibra muscular que causam contração; Esse processo é chamado excitação-contração. TÚBULOS TRANSVERSOS – SISTEMA RETÍCULO SARCOPLASMÁTICO Os túbulos T são muito pequenos e cursam transversalmente às miofibrilas; Começam na membrana celulare penetram por toda a fibra muscular; Esses túbulos se ramificam e formam planos inteiros de túbulos T se entrelaçando entre as miofibrilas; Os túbulos T se abrem para o exterior, no ponto de origem, como uma invaginação da membrana celular, assim se comunicam com o LEC e LIC; As correntes elétricas que circundam os túbulos T provocam a contração muscular; O reticulo sarcoplasmático tem duas partes: 1- Cisternas Terminais: grandes câmaras que fazem contato com os túbulos T; 2- Longos túbulos longitudinais que circundam todas as superfícies das miofibrilas que realmente se contraem. FÁRMACOS QUE BLOQUEIM A TRANSMISSÇAO NA JUNÇÃO NEURO-MUSCULAR Ex.: grupo de fármacos conhecidos por fármacos Curariformes, impedem a passagem de impulsos da terminação nervosa para o musculo; Ex.: D-tubocurarina bloqueia a ação da acetilcolina nos receptores de acetilcolina da fibra muscular, evi- tando o aumento a permeabilidade dos canais de membrana muscular suficiente para iniciar o potencial de ação. MIASTENIA GRAVE CAUSA FRAQUEZA MUSCULAR A miastenia grave causa fraqueza muscular devido a incapacidade das junções neuromusculares transmi- tirem sinais suficientes da fibra nervosa para as fibras musculares; Patologicamente, anticorpos atacam receptores de acetilcolina = doença autoimune; Qualquer potencial da placa motora é muito fraco para iniciar a abertura dos canais de Na regulados por voltagem, não ocorrendo despolarização da fibra; Se a doença for intensa o paciente morre por insufi- ciência respiratória pela debilidade acentuada dos músculos respiratórios; Os efeitos podem ser amenizados por horas se admi- nistrado Neostigmina ou algum outro fármaco Anticolinesterásico que provoca acumulo de acetilc. no espaço sináptico. POTENCIAL DE AÇÃO MUSCULAR ACOPLAMENTO EXCITAÇÃO-CONTRAÇÃO Gabriely Pansera – Medicina UCPel Fisiologia – P1 LIBERAÇÃO DE ÍONS CÁLCIO PELO RETÍCULO SARCOPLASMÁTICO Uma das suas características especiais é que no interior dos seus túbulos vesiculares há excesso de íons Ca em alta concentração; Muitos desse íons são liberados de cada vesícula quando um potencial de ação ocorre em túbulo T adjacente; O potencial de ação do túbulo T provoca fluxo de corrente para as cisternas do RS no ponto em que tocam o túbulo T; A variação de voltagem é detectada pelos recepto- res de di-idropiridina ligados aos canais de liberação de Ca, também chamados receptores de canal de rianodina nas cisternas adjacentes do RS; A ativação desses receptores desencadeia a aber- tura de canais de liberação de Ca das cisternas em seus túbulos longitudinais associados; Esses canais permanecem abertos por milissegun- dos liberando Ca para o sarcoplasma que banha as miofibrilas causando contração. BOMBA DE CÁLCIO A contração permanece enquanto a concentração de íons Ca for elevada no liquido miofibrilar; Uma bomba de Ca continuamente ativada locali- zada nas paredes do RS, bombeia os íons CA para longe das miofibrilas, de volta para os túbulos sarcoplasmáticos; Além disso, dentro do reticulo existe a proteína calsequestrina que acumula 40x mais Ca que se ficasse livre. “PULSO” EXCITATÓRIO DE ÍONS CÁLCIO A concentração normal de íons Ca no estado de repouso no citosol que banha as miofibrilas é baixo para provocar contração; A excitação do túbulo T e do sistema reticulo sarcoplasmático provoca liberação de íons Ca suficiente para aumentar a concentração no liqui- do miofibrilar; Em seguida a bomba de Ca reduz outra vez a concentração dos íons; A duração total desse “pulso” de Ca na fibra muscular esquelética é de 1/12 de segundo; Durante o pulso de Ca, ocorre a contração muscular; Para a contração persistir sem interrupção por longos intervalos, uma serie de pulsos de CA tem de ser iniciada por serie continua de potenciais de ação repetitivos. Gabriely Pansera – Medicina UCPel Fisiologia – P1 ANOTAÇÕES DA AULA • Neurônio motor: emerge do SNC e envia seu longo axônio pelo corpo; • Sistema Nervoso Somático: é voluntario, rege os músculos esqueléticos; • O terminal do axônio do neurônio motor se rami- fica no fim, inervando um terminal pra cada mus- culo; • Junção neuromuscular/placa motora: encontro do neurônio motor com as fibras musculares que ele inerva; • Goteira: invaginação que recebe o encaixe do terminal; • Fenda: espaço entre a goteira e o terminal; • Muita mitocôndria no terminal produzindo ener- gia para formar acetilcolina; • Junção neuromuscular: ➔ potencial de ação vem do neurônio ao terminal do axônio ➔ despola- rização ➔ abertura dos canais de Ca dependen- tes de voltagem ➔ liberação de acetilcolina das vesículas na fenda sináptica ➔ ligação da acetil- colina aos receptores de acetilcolina ➔ despolari- zação do musculo; • Ca tem que entrar para liberar acetilcolina; • Acoplamento excitação-contração: excitou o neu- rônio motor = contração do musculo, não tem como parar no meio do caminho = tudo ou nada; • Assim que para a excitação do neurônio motor, a acetilcolina é degradada e não mais liberadas.
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