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TECIDO MUSCULAR

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Gabriely Pansera- Medicina UCPel 
Histologia – P1 
TECIDO MUSCULAR 
JUNQUEIRA E CARNEIRO – cap 10 
 
O tecido muscular é composto por células alonga-
das que contem grande quantidade de filamentos 
citoplasmáticos de proteínas contrateis; 
As células musculares tem origem mesodérmica e 
a diferenciação ocorre pela síntese de proteínas fila-
mentosas e alongamento das células; 
Há três tipos de células musculares: o musculo es-
triado esquelético, musculo estriado cardíaco e mus-
culo liso. 
A membrana celular é chamada sarcolema, o cito-
sol de sarcoplasma e o RE liso de reticulo sarcoplas-
mático. 
O tecido muscular esquelético é formado por feixes 
de células longas (30cm), cilíndricas e multinuclea-
das. Contem muitos filamentos, as miofibrilas; 
Essas células se originam no embrião pela fusão 
dos mioblastos, células alongadas; 
Os núcleos se localizam na periferia das fibras, nas 
proximidades do sarcolema. 
ORGANIZAÇÃO DO MÚSCULO ESQUELÉTICO 
Epimísio: camada de tecido conjuntivo que envolve 
um conjunto de feixes formados a partir da organi-
zação das fibras musculares. Recobre o musculo in-
teiro; 
Perimísio: constituídos por septos de tecido com-
juntivo que partem do epimísio e se dirigem para o 
interior do músculo separando os feixes. Envolve os 
feixes de fibras; 
Endomísio: formado pela lâmina basal da fibra 
muscular associada a fibras reticulares. Envolve 
cada fibra muscular individualmente; 
 
O tecido conjuntivo mantém as fibras musculares 
unidas fazendo com que a força de contração gerada 
por cada fibra individual atue sobre o músculo todo; 
 É por meio do tecido conjuntivo que a força de con-
tração do músculo se transmite aos tendões e ossos; 
Os vasos sanguíneos penetram o músculo através 
dos septos de tecido conjuntivo formando uma ex-
tensa rede de capilares. Contem vasos linfáticos e 
nervos; 
 
ORGANIZAÇÃO DAS FIBRAS MUSCULARES ESQUELÉTICAS 
As fibras musculares esqueléticas apresentam 
estriações transversais pela alternância de faixas 
claras e escuras; 
A faixa escura é anisotrópica e chamada banda A, 
a faixa clara é isotrópica, chamada banda I. no cen-
tro de cada banda I há uma linha transversal escu-
ra, a linha Z; 
A estriação da miofibrila é pela repetição de unida-
des iguais chamadas sarcômeros, que são forma-
dos pela parte da miofibrila que fica entre duas linhas 
Z; 
Cada fibra muscular contém muitos feixes cilíndri-
cos de filamentos, as miofibrilas, que consistem no 
arranjo repetitivo de sarcômeros; 
Há existência de filamentos de actina (finos) e de 
miosina (grossos). São presos a membrana da célu-
la por proteínas que tem afinidade pelos miofilamen-
tos (miosina e actina) e por proteínas do sarcolema; 
INTRODUÇÃO 
MÚSCULO ESQUELÉTICO 
• Hipertrofia: crescimento pelo aumento do volu-
me das células; 
• Hiperplasia: crescimento pela proliferação das 
células, não é comum no nos músculos esquelé-
ticos e cardíacos. 
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Histologia – P1 
A banda I é formada por filamentos finos. A banda 
A é formada por filamentos finos e grossos. A banda 
H é formada por filamentos grossos; 
Cada filamento grosso é roderado de 6 filamentos 
finos, formando um hexágono; 
As miofibrilas do músculo estriado contem quatro 
proteínas principais: miosina, actina, tropomiosina 
e troponina. As últimas duas são encontradas nos 
filamentos finos; 
A troponina é um complexo de três subunidades: 
TnT, que se liga fortemente a tropomiosina TnC e 
tem grande afinidade pelos íons Ca; 
A troponina cobre os sítios ativos da actina, impe-
dindo a interação com a actina; 
Cada molécula de tropomiosina tem um local espe-
cifico onde se prende um complexo (3 subunidades) 
de troponina; 
Na cabeça da miosina há ligação para actina e 
ATP, com atividade ATPásica; 
Quando submetida a ligeira proteólise, a molécula 
de miosina pode ser dividida em dois fragmentos: 
meromiosina leve (maior parte da porção em bas-
tão da molécula) e meromiosina pesada (saliência 
globular = cabeça + parte do bastão); 
No centro da banda H (parte central do sarcômero) 
há a linha M, que corresponde a ligações laterais 
entre filamentos grossos adjacentes); 
A principal proteína da linha M é a creatinoquina-
se, que catalisa o fosfato da fosfocreatina. 
 
RETÍCULO SARCOPLASMÁTICO E SISTEMA DE 
TÚBULOS TRANSVERSOS 
A contração depende da disponibilidade de íons Ca 
e o relaxamento da redução do teor desses íons; 
O reticulo sarcoplasmático armazena e regula o 
fluxo de íons Ca; 
Esse RS é uma rede de cisternas do REL que em-
volve grupos de miofilamentos e os separa em feixes 
cilíndricos; 
 Quando a membrana do RS é despolarizada pelo 
estimulo nervoso, os canais de Ca se abrem e esses 
íons que estavam nas cisternas se difundem por 
transporte passivo, atuando na troponina e possibi-
litando a formação de pontes entre actina e miosina; 
A quando cessa a despolarização, a membrana do 
RS, por transporte ativo, transfere Ca para o interior 
das cisternas, interrompendo a contração; 
 
O sistema de túbulos transversais ou sistema T 
é responsável pela contração uniforme de cada fibra 
muscular esquelética; 
É constituído por uma rede de invaginações 
tubulares do sarcolema da fibra muscular, onde os 
ramos envolvem as junções das bandas A e I; 
Em cada lado de cada túbulo T tem uma expansão 
ou cisterna terminal do RS. Esse complexo formado 
por 1 túbulo T e 2 expansões do RS é conhecido por 
tríade; 
Na tríade a despolarização dos túbulos T, deriva-
dos do sarcolema, é transmitida ao RS. 
 
INERVAÇÃO 
A contração é comandada por nervos motores que 
se ramificam no tecido conjuntivo do perimísio; 
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Cada nervo origina numerosos ramos; 
No local de contato com a fibra muscular, o ramo 
final do nervo perde a bainha de mielina e forma 
uma dilatação que entra dentro de uma depressão 
da superfície da fibra muscular. Essa estrutura é a 
placa motora ou junção mioneural; 
O terminal do axônio tem muitas mitocôndrias e 
vesículas sinápticas com o neurotransmissor acetil-
colina; 
Na junção o sarcolema forma dobras juncionais. O 
sarcoplasma abaixo das dobras contem núcleos da 
fibra muscular, muitas mitocôndrias, ribossomos e 
grânulos de glicogênio. 
 
FUSOS MUSCULARES E CORPÚSCULOS TENDÍNEOS 
DE GOLGI 
Os fusos musculares são receptores que captam 
modificações no próprio músculo e estão presentes 
em todos os músculos estriados esqueléticos; 
São constituídos por uma capsula de tecido conjun-
tivo que delimita um espaço que contem fluido e 
fibras musculares modificadas, as fibras intrafusais; 
Diversas fibras sensoriais penetram os fusos mus-
culares onde detectam modificações no compri-
mento (distensão) das fibras musculares intrafusais 
e transmitem essa informação para a medula espi-
nhal; 
Nesse órgão são ativados mecanismos reflexos que 
atuam sobre determinados grupos musculares. Par-
ticipam do mecanismo de controle de postura e 
coordenação dos músculos nas atividades motoras 
(caminhar, correr); 
Nas proximidades da inserção muscular, os tem-
dões apresentam feixes de fibras colágenas encap-
suladas onde penetram fibras nervosas sensoriais 
que constituem os corpúsculos tendíneos de Golgi; 
Esses corpúsculos são estruturas proprioceptivas, 
captam estímulos no próprio organismo e responde, 
as diferenças sensoriais exercidas pelos músculos 
sobre os tendões; 
Essas informações são transmitidas ao SNC e par-
ticipam do controle das forças necessárias aos di-
versos movimentos. 
 
 
 
SISTEMA DE PRODUÇÃO DE ENERGIA 
A células muscular esquelética é adaptada para a 
produção de trabalho mecânico intenso e descon-
tinuo, necessitando de compostos ricos em energia; 
A energia mobilizada com mais facilidade é ATP e 
fosfocreatina, armazenados na célula muscular; 
Há também energia nos depósitos sarcoplasmáti-
cos de glicogênio; 
O tecido muscular obtémenergia para formar ATP 
e fosfocreatina a partir dos ácidos graxos e glicose; 
Quando o musculo exerce atividade intensa, pode 
haver insuficiência de oxigênio e a célula recorre a 
glicólise anaeróbica com produção de acido lático, 
que quando em excesso pode causar caibras com 
intensa dor muscular; 
As fibras musculares esqueléticas têm pequenas 
quantidades de reticulo endoplasmático granuloso 
e de ribossomos, logo há reduzida síntese proteica 
nesse tecido. 
O musculo do coração é constituído por células 
alongadas e ramificadas, que apresentam estriações 
transversas como no esquelético, porém não são 
multinucleadas; 
Contem apenas 1-2 núcleos localizados central-
mente; 
As fibras cardíacas são circundadas por uma bai-
nha de tecido conjuntivo que equivale ao endomísio 
do esquelético e contem abundante rede de capila-
res sanguíneos; 
UNIDADES MOTORAS 
Uma fibra nervosa pode inervar uma única fibra 
muscular ou pode se ramificar e inervar até 160; 
A fibra nervosa e as fibras musculares por ela 
inervadas formam uma unidade motora; 
Quanto mais ramificações da fibra nervosa me-
nos preciso é o movimento. 
DIFERENCIAÇÃO DAS FIBRAS MUSCULARES 
A diferenciação das fibras musculares nos tipos 
vermelho, branco e intermediário é controlada pe-
los nervos; 
Quando se cortam os nervos das fibras brancas 
e vermelhas e se faz reimplante cruzado, as fibras 
musculares mudam seu caráter durante a rege-
neração seguindo a nova inervação recebida. 
MÚSCULO CARDÍACO 
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As linhas transversais do musculo cardíaco são 
linhas fortemente coráveis que aparecem em inter-
valos irregulares ao longo da célula; 
Esses discos intercalares são complexos juncio-
nais encontrados na interface de células musculares 
adjacentes; 
Nos discos intercalares há três especializações jun-
cionais: zônula de adesão, desmossomos e junções 
comunicantes; 
As zônulas de adesão representam a principal espe-
cialização da membrana na parte transversal do dis-
co. Servem para ancorar os filamentos de actina dos 
sarcômeros terminais; 
Os desmossomos unem as células musculares car-
díacas, impedindo que elas se separem durante a 
atividade contrátil; 
Nas partes laterais dos discos há junções comu-
nicantes responsáveis pela continuidade iônica en-
tre células musculares adjacentes. O sinal passa 
como uma onda de uma célula para outra; 
No musculo cardíaco o sistema T e o RS não são 
tão bem organizados como no esquelético; 
Na musculatura dos ventrículos, os túbulos T são 
maiores que no esquelético; 
Existe apenas uma expansão de túbulo T por sar-
cômero no cardíaco, no esquelético há duas; 
As tríades não são frequentes, pois os túbulos T se 
associam apenas a uma expansão lateral do RS, o 
que eles têm são díades; 
Há muitas mitocôndrias, logo intenso metabolismo 
aeróbico nesse tecido; 
O musculo cardíaco armazena ácidos graxos em 
forma de triglicerídeos; 
Há pequena quantidade de glicogênio que fornece 
glicose quando há necessidade; 
As células musculares cardíacas podem apresentar 
grânulos de lipofuscina (pigmento), localizados pró-
ximo as extremidades dos núcleos celulares; 
No coração há uma rede de células musculares 
cardíacas modificadas, para geração e condução do 
estimulo cardíaco, assim as contrações dos átrios e 
ventrículos ocorrem em determinada sequência. 
O musculo liso é formado pela associação de célu-
las longas, espessas no centro, que se afunilam nas 
extremidades. Possuem núcleo único e central; 
Durante a gravides aumenta muito o número (hi-
perplasia) e o tamanho (hipertrofia) das fibras mus-
culares do útero; 
As células musculares lisas são revestidas por lâ-
mina basal e mantidas unidas por uma rede de fibras 
reticulares; 
Essas fibras amarram as células lisas umas as ou-
tras de modo que a contração de apenas algumas 
ou de muitas células se transformem na contração 
do musculo todo; 
O sarcolema dessas células possui muitas depres-
sões com o aspecto e as dimensões das vesículas pi-
nocíticas, chamadas cavéolas; 
As cavéolas contem íons Ca que serão utilizados 
para dar inicio ao processo de contração; 
As células musculares lisas apresentam corpos 
densos que se localizam na membrana e citoplasma 
e tem papel importante na contração 
A contração do musculo liso depende do desliza-
mento dos filamentos de actina e miosina, porem é 
diferente do esquelético e cardíaco; 
Existem no sarcoplasma das células musculares 
lisas filamentos de actina estabilizados pela combi-
nação com tropomiosina, porém não existem sarcô-
meros nem troponina; 
Os filamentos de miosina só se formam no momen-
to da contração; 
Essas células contem miosina II. As moléculas se 
conservam enrodilhadas, exceto quando combinadas 
a um radical fosfato, onde se estiram em um filamen-
to; 
A células muscular lisa, além da sua capacidade 
contrátil pode sintetizar colágeno tipo III (fibras reti-
culares), fibras elásticas e proteoglicanos; 
Quando estão em intensa atividade sintética apre-
sentam o reticulo endoplasmático granulosos de-
senvolvido; 
O musculo liso recebe fibras do sistema nervoso 
simpático e parassimpático, porém não tem placas 
motoras; 
Os axônios formam dilatações entre as células, que 
contem vesículas sinápticas com neurotransmisso-
res acetilcolina ou norepinefrina; 
As terminações nervosas adrenérgicas e colinérgi-
cas atuam antagonicamente, deprimindo ou esti-
mulando a atividade contrátil. A ação de cada uma 
depende do musculo sobre a qual atuam. 
 
MÚSCULO LISO 
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Nos adultos os três tipos de tecido muscular têm 
diferenças na capacidade regenerativa após uma le-
são; 
O musculo cardíaco não se regenera. Em lesões 
como infartos, as partes destruídas são invadidas 
por fibroblastos que produzem fibras colágenas e 
formam uma cicatriz de tecido conjuntivo denso; 
O musculo esquelético tem uma pequena capaci-
dade regenerativa, apesar dos núcleos das fibras 
musculares não se dividirem; 
As células satélites são responsáveis pela rege-
neração do musculo esquelético. São mononuclea-
das, fusiformes e dispostas paralelamente as fibras 
musculares dentro da lamina basal. São mioblastos 
inativos; 
Após uma lesão ou estimulo, as células satélites se 
tornam ativas, proliferam por mitose e se fundem 
formando novas fibras musculares esqueléticas; 
Também entram em mitose quando o musculo pe 
submetido a exercício intenso e contribuem para hi-
pertrofia; 
O musculo liso é capaz de uma resposta regene-
rativa mais eficiente. Quando ocorre lesão, as cé-
lulas musculares lisas que permanecem viáveis em-
tram em mitose e reparam o tecido destruído; 
Na regeneração do tecido muscular liso da parede 
dos vasos sanguíneos há também participação de 
periquitos, que se multiplicam por mitose e origi-
nam novas células musculares lisas. 
 
 
 
 
REGENERAÇÃO DO TECIDO MUSCULAR

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