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Uma cultura celular são células in vitro dissociadas de um tecido. As técnicas de cultura permitem cultivar ou manter células isoladas fora do organis- mo de origem, mantendo suas características próprias. Podem ser feitas culturas de células de tecidos animais e vegetais, cultivadas como uma camada aderente em um substrato sólido ou em suspensão no meio de cultura. Em 1907, foi feito um experimento para provar a “hipótese da doutrina do neurônio”, no qual se interessava saber se o neurônio era uma única célula. Para isso, colocou- se pedaços de medula espinhal sobre fluidos de tecido coagulado em uma câmara úmida e morna, onde foi possível observar células nervosas individuais alongando-se para dentro do coágulo, sendo possível afirmar que o neurônio é uma célula única. ➢ Culturas primárias: são retiradas células de um tecido de um organismo, mantidas in vitro por determinado tempo (geralmente 2 a 3 semanas); as células não se multiplicam in vitro. ➢ Culturas secundárias: ➢ Linhagem celular finita: são células que sobrevivem por um tempo maior, porém têm um número definido de multipli- cações, e sofrem de inibição por contato, então quando uma célula encosta na outra, é como um aviso para que ela pare de se multiplicar. ➢ Linhagem celular contínua: sobrevive por tempo indeter- minado in vitro; para isso, as células precisam sofrer transformação es- pontânea ou por agentes químicos, físicos ou vírus. Porém, elas também sofrem inibição por contato, então deve- se proporcionar um maior espaço para estas células. As células tumorais, que sofreram transfor- mações ainda in vivo, também são linha- gens contínuas e não têm inibição por contato. Têm uma facilidade de sobrevivência in vitro pois sofrem uma alteração genética no organismo, uma mutação no seu DNA que leva à proliferação descontrolada. Essas transformações ocorrem em genes supressores tumorais ou protooncoge- nes. Nós possuímos os protooncogenes em todas as células, e quando eles são ativados mutados, passam a ser oncogenes, que estimulam a proliferação celular. Tam- bém temos os genes supressores, que contro- lam essa proliferação; quando este gene está mutado, perde sua função. HeLa é uma linhagem contínua de células deriva- das de um carcinoma cervical humano. Foi a primeira linhagem conheci- da, sendo usada até hoje. Henrietta Lacks foi a doadora involuntária desta célula, em 1951; ao fazer uma biópsia de seu câncer no colo do útero, o médico George Gey pegou algumas células, desenvol- vendo a primeira linhagem. A técnica de cultura celular tem diversos propósitos, como o estudo de atividades intracelular- res, de divisão celular, das interações com o ambiente extracelular, dos produtos e secreções celulares, de diferenciação celular, engenharia tecidual, estudos imunológicos, testes de citotoxicidade, citogené- tica, estudo do metabolismo das células. Esta técnica permite o isolamento de células com defeitos em genes específicos, ou seja, com dificuldade na produção de alguma proteína. As células defeituosas em uma proteína dão muita informação sobre a função desta proteína na célula normal. Uma única célula pode originar a cultura, então elas são isoladas uma a uma para originar uma cultura que tenha as mesmas características da célula inicial; estas são analisadas para ver qual são as alterações. Muito utilizados para estudos da fisiologia do núcleo e principalmente dos efeitos do citoplasma sobre o núcleo. Um exemplo foi a fusão das células HeLa (sintetizam DNA e RNA) com eritrócitos de galinha, que não sintetizam DNA e pouco RNA, que mostrou que o núcleo do eritrócito passa a sintetiza-los por influência do citoplasma da HeLa. O principal problema é a contaminação por microrganismos (operacional, meio contaminado, vidraria não estéril); outros problemas são: reaproveitamento de materiais, falta de materiais essenciais, desperdício, falta de luz. Para termos resultados confiáveis precisa-se das condições corretas de cultura, treinamento, ter consciência que a amostragem é segurança de resultado, não extrapolar resultados.
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