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DRENAGEM LINFÁTICA PÓS OPERATÓRIO by Nany Mota 1. Importância da drenagem Linfática Manual no Pós Operatório. A Drenagem Linfática no pós operatório, segundo Foldi, 1985, objetiva aumentar a atividade linfocinética dos canais linfáticos normais e a motricidade do linfangion, além do relaxamento e/ou amolecimento do tecido conjuntivo alterados. O sistema linfático fisiológico funciona naturalmente e capta 100ml de líquido intersticial a cada hora, drenando num total de 1 dia (24h), 2,4 litros. A drenagem linfática manual (DLM) aumenta a quantidade de linfa captada e acelera o processo de transporte nas vias linfáticas. O Brasil está em segundo lugar no mundo pela procura de cirurgias plásticas reparadoras. Dentre as mais procuradas estão as cirurgias que ajudam a modelar a silhueta. A Drenagem Linfática Manual (DLM) é um dos recursos terapêuticos manuais mais indicados e utilizados no pós operatório. Imagem 1: Drenagem Linfática membro inferior Vale a pena lembrar que é fundamental o terapeuta ter o conhecimento teórico e prático para cuidar de um cliente. É de extrema importância e responsabilidade atuar com a DLM corretamente. A DLM no pós operatório, age na recuperação dos tecidos retirando o acúmulo de líquidos da região lesionada, também auxiliará na nutrição dos tecidos, no conforto, na dor e relaxamento atuando de forma antiinflamatória. O tratamento deverá ser iniciado de acordo com a liberação do cirurgião, alguns encaminham seus pacientes já no primeiro dia, outros no 5º dia, outros no 10º dia, e assim por diante. ESTUDOS CIENTÍFICOS COMPROVANDO A EFICIÊNCIA DA DRENAGEM NO PÓS OPERATÓRIO “A eficiência de uma cirurgia plástica não depende somente do seu planejamento cirúrgico, mas também dos cuidados pré e pós operatório, que são fatores preventivos de possíveis complicações e promovem um resultado estético mais satisfatório.” (TACANI, 2005). “A aplicação tardia da DLM pode diminuir os benefícios que ela produz, já que a eficiência da circulação linfática e sanguínea é fundamental na reparação da lesão cirúrgica.” (SOARES, 2012). “ Segundo Souza, as sequelas das intervenções cirúrgicas são quase sempre abreviadas se é recorrido a massagem, pois facilita a reabsorção e não deixa os tecidos, nem o líquido extravasado, formar serosidade e extravasamento patológico.” (SOUSA, 2010). “Observamos na prática clínica que mesmo com a teoria descrita, muitos pacientes não são encaminhados ou orientados para a realização da drenagem linfática manual e/ou outras técnicas que fazem parte do arsenal de trabalho.” (TACANI, 2005). “ Durante a fase pós operatória, o terapeuta dispõe dos mais variados recursos, dentre eles a aplicação de técnicas manipulativas. O toque nos permite identificar a adequação ou persistência de algumas alterações cutâneas.” (SOUSA, 2010). “Para que o tratamento a base da drenagem linfática manual seja efetivo, é necessário que o profissional seja habilitado e que conheça bem a anatomia, fisiologia e patologias linfáticas, aplicando com segurança todos os componentes que a técnica apresenta.” (PACCININ, 2009). “Em estudos anteriores, foi comprovado que nenhum paciente relatou desconforto no momento que foi submetido ao tratamento de drenagem linfática manual e todas relataram grande alívio da dor ao final das sessões. (SCHWUCHOW, 2007) EQUIMOSE E HEMATOMA: QUAL A DIFERENÇA? A equimose é caracterizada por um sangramento em que ocorre a infiltração do sangue nos tecidos do corpo, como a pele, por exemplo, devido à ruptura de alguns vasos sanguíneos, o que resulta em manchas roxas no corpo. Por ambos serem manchas roxas no corpo, é comum confundir um hematoma e uma equimose. Porém, o hematoma acontece quando a contusão rompe vasos de maior calibre, derramando-se uma maior quantidade de sangue, que pode infiltrar-se no tecido celular subcutâneo e nos músculos. Ambos podem surgir após uma lesão, traumatismo (batidas ou pancadas), cirurgias, porém, também podem ser devidos a alterações hematológicas. É importante falar que ter uma equimose espontânea não relacionada a contusões é possível. Nesse caso, ela pode ser atribuída a distúrbios da crase sanguínea ou a transtornos vasculares, sendo acompanhada de outros sinais de transtornos hematológicos. Por isso, fique atento se surgirem manchas roxas no corpo sem motivo aparente. Imagem 2: Hematoma e Equimose Manchas roxas no corpo Nem sempre a equimose será desta coloração. Devido à reabsorção do sangue pelos macrófagos orgânicos, antes de se tornarem manchas roxas no corpo, elas serão vermelhas- azuladas e após o roxeado, se tornarão amareladas, antes de finalmente sumirem. Um exame direto do local e uma detalhada história clínica são suficientes para que o médico faça um diagnóstico da origem da equimose. Antes de tratar, ele procurará saber o motivo do surgimento e questionará o paciente sobre seus antecedentes médicos e sobre o uso de medicamentos. O tratamento das equimoses dependerá das causas. 2. A pele é o maior órgão do corpo humano “Na nossa pele, no tecido subcutâneo, as aponeuroses, os músculos, os tendões, os ossos, as articulações, as cápsulas articulares e suas dependências ligamentares, os nervos e os próprios vasos são objeto de uma cobertura linfática. Sendo assim, o sistema linfático percorre todo o nosso corpo e não pode ser ignorado. Desta forma, percebe-se a importância da drenagem linfática, para manter o sistema imunitário ativo, assim como, para criar bem estar e melhorias de saúde a todos os níveis.” (PICCININ, 2009) Imagem 3: Pele Humana A nossa pele é formada por três camadas bem unidas, epiderme, derme e hipoderme. Todas são importantes para o corpo, e cada uma tem características e funções diferentes. Saiba mais sobre elas: Epiderme É a camada mais externa da pele, aquela que você pode ver a olho nu. A principal função da epiderme é formar uma barreira protetora do corpo, protegendo contra danos externos e dificultando a saída de água (do organismo) e a entrada de substâncias e de micróbios no organismo. Na epiderme estão os melanócitos, as células que produzem melanina, o pigmento que dá cor à pele. A epiderme também origina os anexos da pele: unhas, pelos, glândulas sudoríparas e glândulas sebáceas. Derme É a camada intermediária da pele, formada por fibras de colágeno, elastina e gel coloidal, que (conferem) dão tonicidade, elasticidade e equilíbrio à pele, e por grande quantidade de vasos sanguíneos e terminações nervosas. Essas terminações nervosas recebem os estímulos do meio ambiente e os transmitem ao cérebro, através dos nervos. Estes estímulos são traduzidos em sensações, como dor, frio, calor, pressão, vibração, cócegas e prazer. É na derme que estão localizados os folículos pilosos, os nervos sensitivos, as glândulas sebáceas, responsáveis pela produção de sebo, e as glândulas sudoríparas, responsáveis pelo suor. Hipoderme É a terceira e última camada da pele, formada basicamente por células de gordura. Sendo assim, sua espessura é bastante variável, conforme a constituição física de cada pessoa. Ela apóia e une a epiderme e a derme ao resto do seu corpo. Além disso, a hipoderme mantém a temperatura do seu corpo e acumula energia para o desempenho das funções biológicas. Imagem 4: Epiderme, Derme, Gordura e Músculo 3. Tecido Conjuntivo O tecido conjuntivo propriamente dito é, dos tecidos conjuntivos, o menos diferenciado e mais genérico, preenchendo todos os espaços entre os restantes tecidos, logo presente em todos os órgãos, e abaixo da derme, estabelecendo a ligação entre todos. Permite igualmente o transporte de metabólitos e participa na defesa do organismo. É constituído por vários tipos de células em uma substância intercelular, designada como matriz extracelular.Os dois principaistipos de tecido conjuntivo propriamente dito são o frouxo (ou areolar) e o denso. O tecido conjuntivo frouxo possui a maior variedade de células e fibras. É um tecido altamente celularizado, com fibras mais delicadas e alta flexibilidade. O tecido conjuntivo denso apresenta maior proporção de fibras, menor quantidade de células e menor substância fundamental. O tecido conjuntivo propriamente dito pode ser classificado em: Imagem 5: Tecido Conjuntivo. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/tecido-conjuntivo/ Tecido conjuntivo frouxo O tecido conjuntivo frouxo é o de maior distribuição no organismo. Nele não há predominância de qualquer um de seus componentes, todos estão em quantidades iguais: pouca quantidade de fibras colágenas, as quais se apresentam delicadas e delgadas, apresenta espaços cheios, flexibilidade e pouca resistência às trações. Preenche espaços não ocupados por outros tecidos, apoia e nutre células epiteliais, envolve nervos, músculos, vasos sanguíneos e linfáticos. Faz parte da estrutura de muitos órgãos e desempenha importante papel no isolamento de infecções localizadas e nos processos da cicatrização. É importante relatar que nenhum tipo de tecido conjuntivo é encontrado no cérebro ou medula espinhal, sendo estes os únicos lugares onde este não está presente. São encontrados logo abaixo do epitélio. Tecido conjuntivo denso É mais resistente, devido à abundância de fibras, que podem ser colágenas, elásticas (presentes nos grandes vasos sanguíneos) ou reticulares. Está presente nos tendões e ligamentos, e é pobre em células. Pode ser classificado em denso modelado (presente nos tendões) e em denso não modelado (presente na derme). Tecido rico em fibras e, consequentemente, mais resistente. Pode formar uma cápsula protetora ao redor dos órgãos como o figado; nos tendões, ligando o músculo ao osso; e nos ligamentos, unindo os ossos entre si. Tecido adiposo É composto por células adiposas que atuam como reserva energética. Essas células possuem um vacúolo central e podem mudar de tamanho de acordo com o metabolismo do organismo. Ao microscópio óptico aparecem como células bastante arredondadas. O núcleo dessas células é empurrado para a periferia por causa do acúmulo de gotículas lipídicas 4. Regeneração dos Tecidos Imagem 6: Regeneração da pele. Disponível em: https://clicpaverama.com.br/artigo/137 O processo cicatricial é comum a todas as feridas, independentemente do agente que a causou, é sistêmico e dinâmico e está diretamente relacionado às condições gerais do organismo. A cicatrização de feridas consiste em perfeita e coordenada cascata de eventos celulares, moleculares e bioquímicos que interagem para que ocorra a reconstituição tecidual. Os mecanismos da cicatrização em seqüência ordenada de eventos foram descritos por Carrel em 1910 e divididos posteriormente em cinco elementos principais: inflamação, proliferação celular, formação do tecido de granulação, contração e remodelamento da ferida39. Recentemente, Clark reclassificou esse processo em três fases divididas, didaticamente, em: fase inflamatória, fase de proliferação ou de granulação e fase de remodelamento ou de maturação. Imagem 7: Fases da cicatrização. Disponível em: https://www.vuelopharma.com/cicatrizacaodapele/ Imagem 8: Angiogênese. Disponível em: https://www.news-medical.net/life-sciences/The-Process-of-Angiogenesis-(Portuguese).aspx Angiogênese é o termo usado para descrever o mecanismo de crescimento de novos vasos sanguíneos a partir dos já existentes. Em suma o crescimento de vasos sanguíneos pode acontecer por via de 2 mecanismos diferentes: vasculogênese, angiogênese. 5. Tipos de cirurgia Tipos de cirurgia Alguns exemplos de cirurgias plásticas estéticas são: • Mamoplastia redutora (redução dos seios) - é uma cirurgia para diminuir o tamanho e o volume das mamas, sendo indicada quando a mulher tem dor nas costas e no pescoço constante ou apresenta o tronco curvado, provocando alterações na coluna devido ao peso dos seios; • Mamoplastia de aumento (Prótese de Silicone) – é uma cirurgia de aumento de mama utiliza implantes para dar volume aos seios ou restaurar o volume mamário perdido; • Abdominoplastia - é realizada para retirar o excesso de pele, gordura localizada e recuperar a firmeza dos músculos da região abdominal. Esse procedimento também consegue remover as estrias localizadas na região, pois há a remoção de pele; • Lipoaspiração - é indicada para retirar o excesso de gordura localizada numa determinada área do corpo como barriga, coxas, flancos, costas ou braços, por exemplo, ajudando a melhorar o contorno do corpo; • Rinoplastia (Cirurgia de nariz) - é uma cirurgia realizada na estrutura nasal para melhorar a estética ou a respiração do indivíduo. Serve para correção de deformidades traumáticas ou naturais e ainda para corrigir disfunções. Muitas vezes é associada a uma mentoplastia, para o resultado harmonizar as formas do rosto; • Lifting de Braços - também conhecido como braquioplastia, reduz o excesso de pele e de gordura entre a axila e o cotovelo, remodela o braço deixando a pele mais lisa e com contornos suaves, resultando em aparência tonificada.; • Blefaroplastia (Cirurgia nas pálpebras) - é destinada a remover a pele enrugada e descaída das pálpebras superiores e/ou inferiores. À medida que a pessoa envelhece, a pele perde alguma da sua gordura e grande parte da sua elasticidade, tornando-se flácida e com rugas. • Lifting de coxa - é um tipo de cirurgia plástica que permite devolver firmeza e adelgaçar as coxas, que se tornam mais flácidas com o envelhecimento ou devido a processos de emagrecimento, por exemplo, especialmente quando a dieta e exercícios não apresentam resultados satisfatórios; • Cirurgia íntima – conhecida como Labioplastia ou ninfoplastia, é uma cirurgia plástica que consiste na remoção de pele dos lábios vaginais. É utilizada geralmente para correção estética dos lábios vaginais quando estes crescem de forma anormal ou quando um cresce mais que o outro; • Mini lifintg - também chamado de ritidoplastia, é uma cirurgia plástica que tem como objetivo corrigir a flacidez (“pele caída”) nos três terços da face, ou seja, a fronte, as maçãs do rosto e o pescoço.; • Ginecomastia (Mama masculina) - é o crescimento de mamas de tamanho fora do normal em homens. Ao contrário do que muitos podem pensar, este problema deve-se ao excesso de tecido mamário e não ao excesso de gordura; • Mentoplastia - é uma intervenção cirúrgica no mento, para reduzi-lo ou aumentá-lo, neste último caso mediante o uso de prótese. Mento é porção inferior e média da face, saliente, e que se localiza abaixo do lábio inferior; • Gluteoplastia - é a cirurgia plástica que usa o implante de silicone para aumentar o tamanho do bumbum e também modelar o formato dos glúteos.. Imagem 9: Lipoaspiração. Disponível em: http://www.belissimacirurgiaplastica.com.br/lipoaspiracao-medos-e-mitos/ 6. Fatores que influenciam na cicatrização Cicatrizações Lentas Existem dois tipos de fatores que influenciam a cicatrização, que são os que estão ligados diretamente ao local afetado (intrínsecos) e os que estão ligados à condição do paciente com a lesão (extrínsecos). Entre os Fatores Intrínsecos estão: • Dimensão e profundidade da lesão; • Tipo de tecido lesado; • Localização da lesão; • Infecção local e grau de contaminação; • Presença de secreções; • Necrose tecidual; • Falta de oxigenação; • Tensão na ferida; • Hemorragia; • Corpos Estranhos; • Hematomas. Podemos destacar neste bloco de fatores que alguns deles são causados pela falta de higiene adequada e de cuidados especiais com o local lesionado, porém, é notável como a falta de oxigenação e circulação adequada do sangue interfere na cura. Por isso muitos pacientes estão procurandotratamentos realizados em câmera hiperbárica, porque o aumento do oxigênio que circula no sangue faz com que a cicatrização seja acelerada. Vamos citar agora os Fatores Extrínsecos: • Idade; • Estado nutricional; • Estado imunológico, Estresse; • Diabetes e outras doenças crônicas; • Uso de medicamentos (principalmente de esteroides) e/ou Terapias medicamentosas associadas; • Quimioterapia; • Alcoolismo; • Tabagismo. Os fatores acima não são diretamente controlados por quem sofreu a lesão ou pelo profissional que o acompanha. No caso do uso de cigarro, álcool e algumas medicações, a recomendação para interromper o uso durante esse período pode ser dada, mas as substâncias que já circulam no sangue podem afetar a cicatrização por um tempo prolongado, mesmo depois que tenham sido interrompidos. Corrigir cicatrizes também pode ser a causa pela busca por uma cirurgia plástica estética. Vale a pena lembrar que é responsabilidade do profissional qualquer dano causado no Pós Operatório através da drenagem manual. DICA IMPORTANTE O resfriamento imediato reduz a temperatura tecidual, limitando portando o trauma tecidual. O resfriamento também diminui a taxa de edema e a produção de irritantes e, deste modo alivia a dor. Para obter efeitos terapêuticos, a temperatura da pele deve cair para aproximadamente 13,8 °C, para que ocorra a dimi nuição ideal do fluxo sanguíneo local e para 14,4 °C para que ocorra analgesia (BORGES, 2006). Efeitos locais da aplicação do frio: vasoconstrição; diminuição da taxa metabólica celular em consequência da necessidade de oxigênio; diminuição da produção de resíduos celulares; diminuição da inflamação e diminuição da dor. O tratamento com o frio em cirurgia plástica é realizado na fase inicial, com a intenção de conter o edema. Dentre as técnicas indicadas de aplicação da crioterapia, temos a bandagem fria e a compressa gelada (BORGES, 2006). AULA BÔNUS – TAPING 1. Entendendo o taping O taping é uma técnica desenvolvida pelo quiroprático Kenzo Kase como base do método Kinesio Taping®, que surgiu por volta da década de 1970, inicialmente aplicado por ortopedistas e terapeutas com o objetivo de promover suporte muscular sem gerar restrição do movimento. O ganho da popularidade do método surgiu na comunidade de esportes do Japão, após o uso deste pela equipe de vôlei em uma edição dos Jogos Olímpicos. A partir do final da década de 1990, o método se espalhou para Europa, Ásia e América, sendo cada vez mais utilizado e estudado. O taping é uma técnica aplicada por bandagens elásticas neurofuncionais para disfunções ortopédicas, mas que tem sido utilizado na prática clínica para disfunções de outros sistemas, inclusive o sistema linfático. A fita de taping é um material composto de 100% de algodão, resistente a água, hipoalérgico, termoadesivo e com alongamento no sentido longitudinal. É similar em espessura e peso à pele, com propriedade elástica de até 140%, correspondente à mesma da pele. A camada adesiva absorve o calor do corpo, portanto é ativada uma única vez, após atingir a temperatura corporal, depois que a fita foi esfregada. Pode permanecer na pele de 3 a 5 dias, com descanso de 24 horas entre uma aplicação e outra. Imagem 10: Utilização do Taping no pós operatório Na prática clínica, está sendo utilizado como técnica complementar no tratamento de linfedemas, edemas duros ou estáticos, cicatrizes, fibroses e para edemas que são de difícil acesso em regiões de face, esterno e tórax. Por outro lado, é contraindicado em caso de fragilidade tecidual, infecções cutâneas, lesões tumorais, história de alergia ao produto, diabetes melito, insuficiência renal e hipertensão arterial sistêmica não controlada. A associação da elasticidade do taping com o estiramento cutâneo provoca a elevação da pele, promovendo um aumento entre os espaços da derme e da epiderme, mecanismo esse chamado de circunvolução. O espaço que foi liberado garante que haja uma redução na pressão e, com isso, permite que o fluxo linfático com pressão elevada no interstício se desloque para área de menor pressão. Com a elevação da pele e a combinação com os movimentos realizados pelo corpo, o tecido conjuntivo se torna mais flexível estruturalmente, formando assim um percurso de orientação para a linfa no tecido conjuntivo. Esse processo gera a abertura das válvulas dos pequenos vasos linfáticos iniciais e a linfa é direcionada, podendo ser drenada durante 24 horas e absorvida pela pele, onde se encontram 80% dos vasos linfáticos Sendo assim, a elasticidade da fita taping promoveria a descompressão de receptores mecânicos e dolorosos, levando à diminuição da dor, ao aumento do movimento linfático, auxiliando nos movimentos corporais, ao aumento nos espaços da pele e ao amolecimento do tecido. Imagem 11: Taping Kinesiosport O taping linfático é uma das formas de aplicação das bandagens elásticas neurofuncionais específica para desordens do sistema circulatório e linfático. A técnica utiliza uma fita adesiva (bandagem) de material, textura e elasticidade semelhante a da pele. Através da colocação dessas bandagens a pele é “elevada” e desta forma os filamentos de ancoragem (que abrem os vasos linfáticos iniciais) são tracionados, permitindo a drenagem de substâncias, até então congestionadas no interstício (espaço entre os tecidos abaixo da pele). Assim o linfotaping estimula a movimentação destas substâncias através de todo o sistema linfático, favorecendo a sua absorção (Gwang-won., 2005). Imagem 12: Modelo FAN Tape – utilizado para o sistema linfático AULA BÔNUS - LASERTERAPIA 1. Fototerapia A Fototerapia é um tratamento baseado na interação da irradiação eletromagnética da luz com os tecidos biológicos. Na Fototerapia são empregados Lasers e LED, que são aparelhos capazes de emitir luz (com um comprimento específico).Ela ocorre quando a interação da Luz com o tecido biológico se dá por meio dos Fótons que são pequenos pacotes de energias, mas que não carregam matéria, esses fótons são os constituintes da luz. Imagem 13: Fototerapia Quando a luz do Laser atinge o tecido biológico, é possível observar a presença de algumas propriedades ópticas: • Transmissão; • Espelhamento; • Absorção; • Reflexão. Transmissão - É a parte da luz que é transmitida por meio do tecido sem atenuação de sua irradiação. Espalhamento - Consiste na difusão da luz nos tecidos adjacentes. Absorção - É a propriedade que define a absorção da luz pelas moléculas que possuem afinidade com determinado comprimento de onda. Reflexão - É a perda de parte da luz para fora do tecido, devido à reflexão do tecido biológico. A luz é absorvida pelos cromóforos, eles são células ou moléculas que possuem afinidade com um determinado comprimento de onda. Na célula, a absorção ocorre na mitocôndria, graças ao citocromo e oxidase que absorve os fótons. Com o maior nível energético disponível há um incremento na síntese de ATP, que resulta no aumento do metabolismo celular. Desta forma, possibilita uma melhor resposta celular. Os cromóforos cutâneos são: • Água; • Hemoglobina; • Melanina; • Oxihemoglobina. Luz Azul: Absorvida pelas camadas superficiais da epiderme; Luz Amarela: Absorvidas por melanina, hemoglobina e oxihemoglobina (cromóforos de vasos sanguíneos); Luz Vermelha: Basicamente absorvida por melanina; Luz Infravermelho: Absorvida por água. Os tecidos biológicos são constituídos em sua maioria por água, elementos celulares, fluidos teciduais e etc. Essa grande variedade de moléculas é responsável pela diferença do grau de penetração e absorção da luz nos tecidos. Por exemplo, a absorção da água predomina para comprimentos de onda superiores a 1.000nm. Já absorção da hemoglobina predomina para o comprimento de onda de 578 nm aproximadamente.2. Fotobiomodulação A fotobiomodulação é uma tecnologia utilizada para ativar e potencializar a atividade celular na presença da luz, isto é, serve de “combustível” para reações orgânicas. A fotobiomodulação pela luz vermelha e infravermelha, usando Laser de baixa intensidade e/ou LED, tem se mostrado um tratamento inovador e não-invasivo, acelerador no processo de cicatrização de lesões teciduais e processos de disfunção mitocondrial. Imagem 14: Laser no pós de bichectomia Evidências indicam que os efeitos terapêuticos da luz vermelha e infravermelha resultam, em parte, de mecanismos de sinalização intracelular causados pela interação da luz com o citocromo C oxidase do fotoreceptor mitocondrial. A fotobiomodulação pode acelerar ou inibir os processos biológicos. Até 4J/cm² – Bioestimulação Acima de 4J/cm² – Bioinibição 3. Laser O termo laser significa Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation (amplificação da luz através de emissão estimulada de radiação). O Laser se diferencia da luz convencional por apresentar características como coerência, colimação e monocromaticidade. Já o termo LED (Light Emitting Diode) significa diodo emissor de luz. O LED não apresenta colimação e coerência espacial e temporal como o laser, pois não possui uma cavidade óptica. Monocromaticidade: Significa que é constituída por uma única cor, de acordo com o comprimento da onda. Coerência: Organização perfeita no deslocamento das ondas que oscilam uniformemente. Todas as ondas na mesma fase, mesmo comprimento, mesma orientação e coerência contribuem para manter a potência luminosa do feixe. Colimação: É a consequência da coerência. Como a irradiação não diverge, a energia é propagada em distâncias mais longas. Laser: Colimado; Coerente; Monocromático. LED: Não coerente; Não colimado; Monocromático. Imagem 15: Laser vermelho. Laser (Amplificação da Luz por Emissão Estimulada da Radiação) na Fototerapia LTBI: Terapia com Laser de Baixa Intensidade ou LILT – Low Intensity Laser Therapy. Técnicas de aplicação. Aplicação pontual: Deposição de energia em vários pontos com distância de 1cm entre os pontos. Essa deve ser executada sempre que puder exercendo uma pressão firme na área, uma vez que é mais seguro, reduzindo a visualização acidental. Em especial, o princípio desse tipo de aplicação é maximizar a irradiância no tecido, assim como o fluxo de luz. Além disso, tal aplicação possibilita a pressão da caneta na superfície com a finalidade de tratar tecidos mais profundos. Outra vantagem é o fato da pressão profunda conduzir as células sanguíneas vermelhas para fora da área de tecido diretamente abaixo da caneta, reduzindo a atenuação da luz devido a absorção pelos cromóforos (oxihemoglobina e melanina). Pode-se, também, nos casos de tratamento de feridas abertas, usar a caneta de Laser direta no local, mas com um filme de PVC, evitando o contato entre ferida e caneta. Aplicação por varredura: Deslizar sobre a superfície por determinado tempo, de preferência de cm² em cm². Em casos em que a aplicação seja dolorosa demais, casos em que seja necessário realizar assepsia, ou em casos raros, quando os contornos do tecido a ser tratado podem impedir o acoplamento do cabeçote de contato total, é necessário realizar a técnica sem contato. Nesses casos, o cabeçote não deve estar a uma distância maior que 1 centímetro da superfície do tecido ou região a ser tratada. A aplicação consiste na movimentação da caneta aplicadora, fazendo com que o ponto luminoso “varra” toda a região. Efeitos terapêuticos • Anti-inflamatório; • Analgésico; • Estimulador Celular; • Modulador do tecido conjuntivo na regeneração e cicatrização. Efeitos da bioestimulação • Aumento de 22% na produção de ATP; • Aumento de fibras colágenas; • Regeneração de vasos sangüíneos; • Aumento na velocidade de crescimento de nervos; • Aumento da reepitelização; • Estimulação da regeneração em vários tipos de ferida; • Tratamento de condições artríticas; • Tratamento de lesões de tecidos moles; • Alívio da dor. Parâmetros Existem alguns parâmetros para se aplicar o laser, mas decidi apenas colocar os principais, já que a maioria dos aparelhos, hoje em dia, vem com alguns parâmetros pré-programados. Comprimento de onda É importante utilizar o comprimento de onda adequado em cada tratamento. Embora ainda não tenha sido possível determinar o melhor comprimento de onda para cada disfunção, a literatura sugere: • Laseres de He-Ne (632,8nm) e o AlGaInP (660 nm) como a melhor opção para úlceras, herpes, regeneração nervosa e cicatrização de feridas abertas; • Laser de AsGaAl (830nm) pode ser uma boa alternativa de terapia em analgesia, tendinite, edema e há bons resultados do uso dele no tratamento de úlcera crônica; • Laser de GaAs (904nm) é a melhor escolha para o tratamento de lesões do esporte e tem mais influência em tratamento de dor pós-operatória e inchaço; Laser na Fototerapia Infravermelho – acima de 800nm • Drenagem linfática (aplicação na rede de linfonodos); • Síntese de colágeno; • Analgésico e anti-inflamatório; • Estímulo ao sistema imune; • Aumento na absorção pela alteração da permeabilidade na membrana plasmática das células; • Correção de aplicação da toxina botulínica; • Modulação da cicatrização de tecidos profundos: ossos, cartilagens, nervos, etc. Densidade de energia Exposição Radiante, Dose ou Fluência é a grandeza física que avalia a possibilidade de estimulação ou inibição dos efeitos terapêuticos. A exposição radiante é a quantidade de energia por unidade de área transferida à matéria (tecido ou células). Geralmente, é medida em J/cm2. Alguns autores afirmam que a densidade de energia depositada deve variar entre 3 a 4 J/cm². Alguns pesquisadores sugerem a tabela abaixo: 4. Cicatrização de ferimentos, no fechamento de feridas abertas, úlceras e feridas pós- operatórias: Indicações: • Micropigmentação; • Revitalização cutânea; • Alopecia (tratamentos capilares); • Artropatias degenerativas e inflamatórias; • Alívio da dor: tanto em pontos gatilhos quanto em pontos de acupuntura; • Recanalização dos vasos linfáticos, auxiliando na drenagem; • Efeitos benéficos em lesões de tecidos moles: tendões, ligamentos e músculos e até em fortalecimento de tendões e ligamentos. Contra indicações absolutas • Irradiação sobre massas neoplásicas ou pacientes portadores de neoplasias e carcinoma, uma vez que a ação celular do Laser favorece o desenvolvimento da neoformação de vasos a partir dos já existentes, aumento da divisão celular mitótica e o aumento do aporte sanguíneo que favorece uma maior demanda de nutrientes. A aplicação nesses casos só será aceita em casos de tratamento paliativo. • A irradiação sobre a retina levará à cegueira; • Irradiação sobre focos de infecção bacteriana causará sua proliferação e disseminação; • Ao aplicar em áreas de hemorragia, haverá o aumento de fluxo, podendo levar o indivíduo a choque hipovolêmico e morte; • Pela falta de pesquisas comprovando a ação em úteros gravídicos, há a contraindicação por profilaxia, assim como para demais condutas relacionadas a eletroterapia; • Outro fator de restrição é o cognitivo do paciente e sua confiabilidade, devendo este ser capaz de compreender as condutas que serão aplicadas. Contra indicações relativas • Em casos de pacientes com doença cardíaca, uso em gânglios simpáticos e nervo vago, pode haver alterações na atividade neural, apresentando risco inaceitável ou letal. • Áreas fotossensíveis ou com histórico de alteração de sensibilidade requerem cautela, mesmo com o Laser atérmico. • Também faz-se necessário cuidado ao tratar pacientes com epilepsia. Com exceção dos achados em pesquisas, as contraindicações estão diretamente relacionadas com a análise individual de cada caso, considerando as reações orgânicas individuais que cada paciente apresenta. Deve-se, portanto, considerar os riscos e benefícios da conduta utilizando o LTBI e os objetivos da terapia antes de eleger a melhor técnica. 5. LED (Diodos Emissores de Luz) na fototerapia São semicondutores complexos que convertem corrente elétrica em um espectro luminoso estreito não coerente. Em 1993, uma empresa japonesa começou a produzir luz branca a partir da combinação da luz azul, vermelha e verde, o que abriu um importante campo para essa tecnologia. A luz emitida vai do comprimento de onda ultravioleta ao infravermelho (de 400 a 830 nanômetros). As cores mais usadas são: • Azul (400-470nm); • Âmbar (570-590nm); • Vermelho (630-700nm); • Infravermelho (700-1200nm). Os LEDs não liberam energia suficiente para causar danos aos tecidos e não oferecem o mesmo risco de acidentes aos olhos que o laser. A terapia luminosa por luz visível e infravermelha é julgada como sendo de risco insignificante pela Administração de Medicamentos e Alimentos (FDA) e tem sido aprovada para uso. Vantagens do LED na fototerapia • Gama de cores utilizadas em vários tratamentos; • Fótons se repartem em uma superfície maior; • Terapeuta pode cobrir uma área maior, deixando a terapia mais rápida; • Baixo custo; • Fácil manuseio; • Resultado gradativo; • Seguro e indolor; • É uma terapia não-ablativa (não danifica as camadas da pele) e atérmica (não gera calor excessivo); • Pode ser aplicada em todas as faixas etárias, tipos de pele e qualquer parte do corpo; • Não possui efeitos colaterais; • Não deixa a pele sensível ou irritada. Segundo os parâmetros utilizados, os efeitos biológicos dependem de: comprimento de onda, dose (fluência), intensidade (densidade de energia ou de potência), tempo de irradiação, modo contínuo ou pulsado da onda, e padrões de pulso, por exemplo. Cada marca de aparelho aplica os parâmetros de forma distinta. Clinicamente, fatores como frequência, intervalo entre os tratamentos e os números totais de tratamentos devem ser considerados. Comprimento de onda • LED azul (400-470 nm): Este LED é bastante eficaz no tratamento de pele acneica por suas propriedades combatentes de bactérias da superfície da pele, como a Propionibacterium acnes. Aumenta a hidratação tecidual da pele e é eficiente no clareamento da pele e olheiras; • LED âmbar (570-590 nm): Promove a síntese de colágeno e elastina, melhorando a elasticidade das suas fibras e protegendo-as de rupturas. Aumenta a microcirculação, estimula o metabolismo celular e melhora a hidratação tecidual; • LED vermelho (630-700 nm): Possui propriedades anti-inflamatórias e cicatrizantes que atuam na prevenção de queloides, além de estimular a liberação de substâncias endógenas vasodilatadoras de forma natural, melhorando a microcirculação sanguínea. Imagem 14: Cores Aparelho de LED. Disponível em: https://www.americanas.com.br/produto/253731101/aparelho-led- estetica-portatil-4-cores-rejuvenescimento-da-pele-cuidados-com-a-pele-beleza Influência na absorção Quando a Fototerapia é focada na epiderme, a quantidade de energia absorvida é proporcional à qualidade do tecido: • Peles oleosas e com pouca melanina poderão atuar como superfícies refletoras de luz; • Em tecido com elevado índice de melanina a energia é altamente absorvida. Nestas circunstâncias, a potência óptica (mW) e a fluência (J/cm2) influenciarão na profundidade de penetração devido à absorção da luz por tecidos hiperpigmentados. Fluência A fluência ou dose é definida pela energia transmitida pelo feixe luminoso por unidade de área, em J/cm2. Seu número ideal a ser utilizada é baseada em pesquisas e ajustada conforme a energia absorvida para cada tecido e a profundidade que será aplicado, tempo, tamanho da área tratada e patologia. Tipos de aplicação A aplicação pode ocorrer de duas maneiras: modo pontual ou varredura. A potência luminosa aplicada no modo pontual deve ser realizada sempre que houver integridade do tecido cutâneo. Somente com um espaço entre o cluster e a pele para que ocorra a penetração da luz. A aplicação no modo varredura necessita de um contato suave para permitir realizar movimentos lentos em toda a área de tratamento. Recomenda-se movimentos alternados em ambas as direções. Indicações: • Fotorrejuvenescimento; • Olheiras • Cicatriz – regeneração; • Fibroses e Aderências; • Flacidez Tissular; • Celulite; • Drenagem Linfática; • Pós Operatório; • Acne; • Iluminação e Hidratação Facial. Contra indicações: • Pessoas com dermatose por fotossensibilidade; • Pacientes que fazem uso de tretinoína ou isotretinoína, ácido retinóico e anti-inflamatórios com tetraciclina; • Portadores de câncer no local a ser tratado; • Gestantes e lactantes; • Pessoas que sofrem de glaucoma. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BUCCOLERI M. Due casi di Linfotaping in ausilio al drenaggio linfatico manuale. Taping NeuroMusculare. 2005; 3: p. 8. GODOY, Jose Maria Teixeira e GODOY, Maria de Fatima Guerreiro. Drenagem Linfática Manual: Novo Conceito. Site Drenagem Linfática, 2004. Disponível em: https://www.drenagemlinfatica.com.br/uploads/cc308f492f4dadefc53e9a8eccbf3244.pdf . Acesso em: 24 de maio de 2020. GUEDES, Ana Carolina. Absolutamente tudo o que você precisa saber sobre fototerapia. Blog Fisioterapia, 2018. Disponível em: https://blogfisioterapia.com.br/fototerapia-na-estetica/. Acesso em: 23 de maio de 2020. Gwang-won K. Medical Taping Concept Enschede: FysioTape BV; 2005. Introduction to the Lymphatic System. Canal Osmose, 2017. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=QD9AdNXSQe4&feature=youtu.be. Acesso em 18 de maio de 2020. Kase K, Wallis J, Kase T. Clinical Therapeutic Applications of the Kinesio Taping Method. 2nd ed. Endo A, editor. 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