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Exercícios sobre diarréia aguda e crônica, sídrome do intestino irritável e outras doenças intestinais

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24/06/2021 OneNote
https://onedrive.live.com/redir?resid=31E8E5B4D458889%21713&page=Edit&wd=target%28TUTORIA.one%7Ce629daa0-92f1-45bb-a03a-12a4… 1/8
25/06 
quinta-feira, 24 de junho de 2021 16:31 
PROBLEMAS: 
- Forte dor abdominal localizada na porção inferior do abdome, que pareciam pontadas 
- Já havia sentido as mesmas dores há alguns meses 
- Apresentava sensação de mal estar, distensão abdominal 
- Alívio das sensações após evacuação diarreica 
- Apresentava quadro de constipação de 4 dias em média 
- Sintomas ocorriam nos dias em que estava muito estressada ou quando não se alimentava
direito 
- Diarreia três vezes ao dia, contendo muco 
- Sensação de que não evacuou por completo 
HIPÓTESES: 
Má alimentação 
Rotina estressante 
Privação de sono 
Intoxicação alimentar 
Diarreia Crônica 
Síndrome do Intestino Irritável 
 
PERGUNTAS: 
1. Etiologia, fisiopatologia, manifestações clínicas, diagnóstico e tratamento da Diarreia
Aguda. 
Conceitua-se diarréia aguda como aquela potencialmente autolimitada, de origem
predominantemente infecciosa e de duração não superior a 14 dias. A diarréia aguda,
embora venha reduzindo a sua incidência, ainda é causa importante de morbi-mortalidade
em países em desenvolvimento, em crianças abaixo de 5 anos de idade. Estima-se que a
hidratação oral venha evitando 1 milhão de óbitos ao ano. Segundo a OMS (1995), a
diarréia aguda ainda é responsável por 19% dos óbitos nesta faixa etária em países em
desenvolvimento. No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, em 1997, a
mortalidade proporcional por diarréia no mesmo grupo etário variou de 2,69 a 17,65
segundo os estados; em São Paulo, este índice foi de 3,03. Alguns fatores têm influência na
epidemiologia da doença, podendo-se dividi-los em fatores do meio, do hospedeiro e, de
menor importância neste aspecto, os do agente. Dentre o primeiro grupo, os principais são
as condições de saneamento, as condições sócio-econômicas e de higiene da família,
desmame precoce, permanência em creches, hospitalizações freqüentes. Com relação ao
hospedeiro, a idade e o estado nutricional são os fatores mais importantes; eles são
responsáveis pela imaturidade ou comprometimento dos mecanismos de defesa do trato
gastrintestinal, respectivamente. Os fatores do agente são ligados ao mecanismo de ação e
localização dos mesmos no tubo gastrintestinal. A maioria das gastroenterites predomina
nos 5 primeiros anos de vida, mas podem ocorrer em qualquer idade, principalmente as
shigueloses e as E. coli, responsáveis pela maioria dos casos de diarréia do viajante. O
Rotavirus é pouco comum nos 6 primeiros meses, provavelmente por proteção conferida
pela mãe. O modo de transmissão destes enteropatógenos é principalmente, por
contaminação de água e alimentos, mas também pessoa a pessoa (fecal-oral). Há sugestão
de contaminação por via respiratória do rotavirus, não comprovada. A E. coli
enterohemorrágica pode ser transmitida por carne mal cozida de animais portadores
(gado, porco, carneiro). 
II. ETIOLOGIA, PATOGENIA E FISIOPATOLOGIA 
 Os agentes etiológicos mais comuns na diarréia aguda são as bactérias e os vírus. Embora
os protozoários e fungos sejam citados como causas prováveis, seu papel nesta síndrome
não está comprovado. Os estudos demonstram freqüência de parasitas em grupos com
diarréia muito semelhantes aquela de grupo controle, sendo estes agentes causadores de
diarréia crônica intermitente ou assintomáticos, na dependência de condições do
hospedeiro. 
III. DIAGNÓSTICO Clínico: 
no quadro clínico temos os sintomas digestivos (diarréia, vômitos, dor abdominal),
sistêmicos (febre, astenia, anorexia, perda de peso) e outros (sintomas respiratórios,
síndrome hemolítico urêmica). A presença e intensidade de tais sintomas diferem segundo
o mecanismo patogênico. 
Laboratorial: o único exame de utilidade em alguns casos de diarréia é a coprocultura.
Ainda assim, tem limitações e não é necessária na grande maioria das vezes, pois não se
trata especificamente o agente. Assim, fica reservado aos casos de evolução atípica e aos
estudos epidemiológicos. 
24/06/2021 OneNote
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IV. TRATAMENTO E PROFILAXIA 
O tratamento pode ser dividido em hidratação, alimentação e medicamentoso. A
hidratação é importantíssima e deve ser oral na grande maioria dos casos, ficando a
parenteral reservada a casos especiais em que a hidratação oral não seja tolerada ou exista
urgência absoluta na reposição de água e eletrólitos (criança em pré-choque ou choque). O
soro de hidratação da OMS é o mais disponível de boa composição, embora a
concentração de 90 mOsm/L de sódio seja elevada e desnecessária a não ser para casos de
cólera; apesar de estudos sugerirem melhores resultados com a as soluções menos
concentradas, não há efeitos colaterais significativos da solução tradicional e esta ainda é a
mais utilizada para a população em geral. A hidratação oral é recomendada tanto para
tratamento quanto para prevenção da desidratação. A alimentação deve ter como objetivo
manter o estado nutricional da criança, manter a defesa imunológica e promover a
adequada recuperação das alterações digestivas decorrentes da infecção. Para que isto
ocorra é necessário manter a dieta habitual da criança, respeitando o seu apetite, que na
maioria dos casos está comprometido. Está comprovado que dietas restritivas diminuem
ainda mais o aporte e dificulta a nutrição e o trofismo intestinal. Erros alimentares
grosseiros devem ser corrigidos (excesso de carboidratos no leite, por exemplo). Fórmulas
especiais devem ser reservadas a situações onde haja indícios de intolerâncias secundárias,
sendo estas rotuladas na síndrome da diarréia persistente. Medicamentos, como inibidores
de peristaltismo e outros antidiarréicos, são formalmente contra-indicados na diarréia
aguda. Medicamentos específicos (antibióticos ou quimioterápicos) são recomendados em
5 a 10% dos casos. Nas diarréias bacterianas, o uso de antibiótico vai depender da idade da
criança e de seu estado nutricional. A terapia antibiótica, de maneira prática, pode ser
indicada do seguinte modo: 
• Agentes enteropatógenos nos quais a terapia está sempre indicada: Vibrio cholera,
Shigella, Campylobacter, Giardia lamblia. 
• Agentes enteropatógenos nos quais a terapia antimicrobiana está indicada somente em
circunstância especiais: EcEP de curso prolongado, epidemias de berçário. 
• EcEI: baseando-se nas características sorológicas e genéticas e na ação patogênica
semelhante à Shigella. 
• Yersinia: nos casos de anemia falciforme. 
• Salmonela: nos lactentes pequenos, nos recém-nascidos com hemocultura positiva ou
febre. 
• Contra-indicação formal ao uso de antibióticos: infecção por rotavírus e por salmonela
em crianças maiores (exceto febre tifóide). 
 
Profilaxia: sabe-se que as medidas mais eficazes na prevenção das gastroenterites são
aquelas que otimizam as condições de saneamento e melhoram as condições de vida da
população. Do ponto de vista médico, tem efeito significativo o estímulo ao aleitamento
materno, orientação na dieta de desmame, orientação de medidas higiênicas domiciliares
e vacinação em geral da criança. Quanto à vacinação específica, a única liberada para uso
em humanos é a vacina contra rotavírus, por via oral, mas de alto custo. Discute-se o risco-
benefício da vacinação em regiões onde a mortalidade por diarréia viral é alta. 
 
<https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5203199/mod_resource/content/1/Apostila%20
S%C3%ADndromes%20diarr%C3%AAicas.pdf> 
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<Larry, J. J. Manual de Medicina de Harrison. [Digite o Local da Editora]: Grupo A, 2020.
9786558040040. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786558040040/.
Acesso em: 24 Jun 2021> 
2. Etiologia, fisiopatologia, manifestaçõesclínicas, diagnóstico e tratamento da Diarreia
Crônica. 
INTRODUÇÃO 
É possível definir diarreia como aumento do número de evacuações e do volume
evacuatório ou mudança na consistência das fezes, embora seja importante lembrar que
essa avaliação deve ter como base o hábito intestinal do paciente, que pode apresentar
variações. 
Classifica-se a diarreia quanto ao tempo de duração como aguda (menos que 14 dias),
persistente (entre 14 e 30 dias) e crônica (mais que 30 dias). Tendo em vista que a diarreia
aguda é mais encontrada em pronto-atendimentos, este capítulo abordará apenas
aspectos diagnósticos da diarreia crônica. 
CLASSIFICAÇÃO 
A diarreia crônica surge em 1 a 5% dos adultos e tem uma ampla lista de diagnósticos
diferenciais. Além da classificação da diarreia conforme a duração do quadro, pode-se
dividi-la em funcional ou de etiologia orgânica. Compreendem características que sugerem
causas orgânicas sintomas durante a noite, perda de peso significativa, anemia e diarreia
não intermitente. 
Podem-se também categorizar os quadros de diarreia crônica conforme suas
características e a análise laboratorial em aquosa, inflamatória ou gordurosa (esteatorreia).
A diarreia aquosa pode ser subdividida em secretora e osmótica. 
HISTÓRIA E EXAME FÍSICO 
O paciente com diarreia crônica pode ter sintomas associados que sugerem diagnósticos
específicos, guiando os exames complementares: flatulência e distensão abdominal
apontam para etiologia osmótica (p. ex., intolerância à lactose ou a outros dissacarídios)
ou, ainda, quadros disabsortivos (p. ex., doença celíaca, supercrescimento bacteriano etc.).
Perda de peso também pode ser secundária à má absorção (p. ex., insuficiência exócrina
pancreática) e é compatível com neoplasias gastrintestinais. Sudorese noturna e fadiga
podem sugerir linfoma. 
Tabela 2.1 Classificação da diarreia crônica e suas etiologias. 
Características da diarreia também podem ajudar a topografar e, assim, restringir o
diagnóstico diferencial. Diarreia de pequeno volume e alta frequência, associada a
tenesmo, sugere acometimento colônico, enquanto a de grande volume e menor
frequência, acometimento de intestino delgado. 
Alguns antecedentes pessoais são fundamentais no momento da anamnese. Pacientes
imunossuprimidos apresentam maior risco para microrganismos oportunistas
(Cryptosporidium sp., Isospora belli, citomegalovírus, complexo Mycobacterium avium).
Giardia lamblia também é capaz de causar diarreia crônica em casos de imunossupressão. 
Em pacientes com história de hospitalização recente, o risco de infecção por Clostridium
difficile aumenta. Outros fatores de risco para infecção incluem uso recente de antibióticos
(em especial clindamicina, quinolonas e cefalosporinas), idade avançada e uso de inibidores
de bomba de próton. Pacientes internados podem ainda apresentar outros mecanismos de
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diarreia: por transbordamento (p. ex., fecaloma, em casos de obstrução parcial), colite
isquêmica etc. 
A ingestão de alimentos específicos também pode estar envolvida na etiologia (p. ex.,
intolerância à lactose e doença celíaca). Demais causas incluem uso de medicamentos
(metformina, acarbose, eritromicina), radiação (colite actínica) e cirurgia (vagotomia,
colecistectomia, síndrome do intestino curto). 
O exame físico pode ajudar com pistas do diagnóstico. Úlceras orais ou doença perianal (p.
ex., orifícios de fístulas, abscessos) sugerem doença inflamatória intestinal. Exoftalmia e
tremores podem corresponder a hipertireoidismo. E linfadenopatia pode sugerir infecção
por HIV ou linfoma. 
EXAMES COMPLEMENTARES 
Auxiliam na avaliação nutricional e do grau de desidratação e se há ou não distúrbios
eletrolíticos, anemia etc., embora sejam pouco específicos. São úteis na suspeita de
hipertireoidismo, doença celíaca e imunossupressão. Os exames iniciais para investigação
de diarreia crônica consiste em: 
■Hemograma completo 
■Eletrólitos 
■Albumina, velocidade de hemossedimentação (VHS), proteína C-reativa (PCR) 
■Ferritina 
■Hormônio estimulante da tireoide (TSH) e tiroxina (T4) livre 
■HIV 
■Antitransglutaminase imunoglobulina A (IgA) 
■Exame parasitológico de fezes (três amostras) 
■Calprotectina fecal 
■Pesquisa de sangue oculto nas fezes 
■Sudam, D-xilose e elastase fecal. 
O gap osmolar fecal auxilia na diferenciação das diarreias aquosas, sendo calculado pela
fórmula: 
290 – 2 × (Na fecal + K fecal) 
Em que: 
■Na: sódio 
■K: potássio. 
Valores menores que 50 indicam uma diarreia secretória; e maiores que 125, diarreia
osmótica. Vale lembrar que em muitas situações os mecanismos de diarreia se superpõem,
reduzindo o valor prático dessa avaliação. 
A análise das fezes com exame protoparasitológico ajuda no diagnóstico principalmente de
agentes como Giardia lamblia, Entamoeba hystolitica e Strongyloides stercoralis. Coletar
três amostras de fezes em dias seguidos aumenta a sensibilidade do exame. 
Esteatorreia pode ser confirmada por meio do Sudam (análise qualitativa de gordura nas
fezes). É possível realizar também análise quantitativa; no entanto, é de pouca utilidade
clínica e de difícil execução. Após a confirmação de esteatorreia, pode-se prosseguir a
investigação com dosagem de D-xilose sérica e elastase fecal, no intuito de diferenciar
patologias de absorção (intestinais) e digestivas (pancreáticas). 
A dosagem da calprotectina fecal pode ser capaz de diferenciar quadros orgânicos dos
funcionais. Valores abaixo de 50 µg/g sugerem etiologia funcional, enquanto aqueles acima
de 150 a 200 µg/g, etiologia inflamatória/infeciosa. 
Colonoscopia deve ser solicitada para auxílio diagnóstico na suspeita de diarreias
inflamatórias, quando há sinais de alarme para neoplasia (idade avançada, perda ponderal,
anemia ou sangramento) ou dúvida diagnóstica. 
Uma causa menos comum de diarreia crônica é a colite microscópica, diagnosticada por
meio de biopsias seriadas pela colonoscopia. Nos casos de síndromes disabsortivas, pode-
se solicitar endoscopia digestiva alta, com biopsias de segunda porção de duodeno para
pesquisa doenças de Whipple e celíaca, entre outras causas. 
Tomografia computadorizada de abdome pode ser útil para diagnosticar a pancreatite
crônica, delimitar o acometimento de doença inflamatória intestinal e diagnosticar
neoplasias intestinais ou, ainda, tumores secretores de hormônios. 
TRATAMENTO 
Por se tratar de um sintoma com inúmeros diagnósticos diferenciais, o tratamento de um
quadro de diarreia crônica só pode ser estabelecido com precisão após o diagnóstico
correto da causa de base, havendo variação significativa do método terapêutico de acordo
com a patologia subjacente ao quadro diarreico. 
<Carlos, L. A. Manual de Clínica Médica. [Digite o Local da Editora]: Grupo GEN, 2019. 9788527736145.
Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527736145/. Acesso em: 24 Jun
2021> 
 
24/06/2021 OneNote
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<Larry, J. J. Manual de Medicina de Harrison. [Digite o Local da Editora]: Grupo A, 2020.
9786558040040. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786558040040/.
Acesso em: 24 Jun 2021> 
3. Etiologia, fisiopatologia, manifestações clínicas, diagnóstico e tratamento da Síndrome do
Intestino Irritável. 
A síndrome do intestino irritável é a causa mais comum de encaminhamento para
gastrenterologistas. Caracteriza-se por hábitos intestinais alterados com dor abdominal na
ausência de qualquer processo patológico orgânico detectável, ou anormalidades
específicas da motilidade ou estruturais. 
Uma mudança de hábitos intestinais, comumente alternando entre diarreia e constipação,
é a principal característica da síndrome do intestino irritável. Dor abdominal, que pode ser
causada por espasmos intestinais, é também comum a todos ospacientes com a síndrome.
Empachamento ou distensão abdominal percebida é outro aspecto comum. Gás
intralúmen pode resultar da deglutição de ar, absorção de gases diminuída e fermentação
bacteriana, embora a causa da síndrome do intestino irritável seja desconhecida. O
estresse parece ter uma influência considerável sobre esses sintomas. Sintomas da
síndrome do intestino irritável frequentemente ocorrem durante ou depois de um evento
estressante, e eventos estressantes no início da vida podem predispor ao desen-
volvimento da síndrome do intestino irritável. 
Muito de nossa compreensão sobre a fisiopatologia da síndrome do intestino irritável
deriva do estudo da motilidade. Em pessoas normais, contrações peristálticas de alta
amplitude ocorrem 6 a 8 vezes por dia. Em pacientes constipados com síndrome do
intestino irritável, a frequência de contrações peristálticas do intestino de amplitude alta é
diminuída em comparação com indivíduos normais, sugerindo que a constipação pode ser
consequência da diminuição da motilidade. Hiperalgesia visceral também pode ocorrer em
pacientes com síndrome do intestino irritável. Em pacientes com esta síndrome, a
distensão do colo com um balão, até um grau que não é doloroso em indivíduos normais,
pode induzir dor, indicativa de hiperalgesia visceral. 
A síndrome do intestino irritável é um distúrbio complexo, e sua causa é malcompreendida.
Várias teorias têm sido propostas para explicar o distúrbio, inclusive alterações de
sensibilidade dos sistemas nervosos extrínseco e intrínseco do intestino, que podem
contribuir para sensações exageradas de dor e para controle anormal da motilidade e
secreção intestinal. Uma alteração do equilíbrio entre secreção e absorção também é uma
causa potencial. Embora não haja inflamação macroscópica do intestino, há relatos de um
influxo aumentado de células inflamatórias (linfócitos) para dentro do colo de indivíduos
afetados, bem o como destruição de neurônios entéricos. Os micróbios intestinais que
normalmente habitam o intestino delgado e o colo também podem estar alterados,
sugerindo que antibióticos poderiam ter um papel importante no tratamento desse
distúrbio. Uma teoria proposta é que a síndrome do intestino irritável desen- volve-se
como resultado de um episódio anterior e curado de inflamação intersticial. Em animais
experimentais, a indução de inflamação intestinal induz hiperalgesia visceral e alteração da
motilidade e secreção intestinal que persiste muitos meses após a regressão da inflamação.
Um mecanismo semelhante pode ocorrer em um subgrupo de pacientes que desenvolvem
síndrome do intestino irritável depois que uma infecção causa inflamação. 
<D., H.G.; J., M.S. Fisiopatologia da doença. [Digite o Local da Editora]: Grupo A, 2015.
9788580555288. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580555288/. Acesso em: 24 Jun
2021> 
SÍNDROME DO INTESTINO IRRITÁVEL (SII) 
Caracterizada por alteração dos hábitos intestinais, dor abdominal e ausência de uma
doença orgânica detectável. É a doença GI mais comum na prática clínica. Ocorrem três
24/06/2021 OneNote
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tipos de apresentações clínicas: (1) cólon espástico (dor abdominal crônica e constipação),
(2) alternância de constipação e diarreia, ou (3) diarreia crônica indolor. 
FISIOPATOLOGIA 
É comum a hiperalgesia visceral aos estímulos mecanorreceptores. As anormalidades
relatadas incluem motilidade colônica alterada em repouso e em resposta a estresse,
agentes colinérgicos, colecistocinina; motilidade alterada do intestino delgado;
sensibilidade visceral exacerbada (limiar da dor mais baixo em resposta à distensão
intestinal); e inervação extrínseca anormal do intestino. Os pacientes que procuram o
médico com a SII exibem maior frequência de problemas psicológicos – depressão, histeria
e transtorno obsessivo-compulsivo. A intolerância a alimentos específicos e a má absorção
de ácidos biliares pelo íleo terminal podem ser responsáveis por uns poucos casos. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
Com frequência, seu início é antes dos 30 anos, com relação mulheres:homens de 2:1. Há
dor abdominal e hábitos intestinais irregulares. Os sintomas adicionais costumam incluir
distensão abdominal, alívio da dor abdominal após a evacuação, maior frequência de
evacuações com dor, eliminação de fezes moles com dor, muco nas fezes e sensação de
evacuação incompleta. Os achados associados incluem fezes pastosas com formato de tiras
ou da espessura de um lápis, pirose, distensão (inchaço) abdominal, dor nas costas,
fraqueza, debilidade, palpitações e aumento da frequência urinária. 
Diagnóstico 
A SII é um diagnóstico de exclusão. Deve-se considerar a realização de sigmoidoscopia e
radiografias baritadas para excluir doença inflamatória intestinal ou doença maligna;
pensar em excluir giardíase, deficiência de lactase intestinal e hipertireoidismo. 
Tratamento 
Tranquilização e relação de apoio entre médico e paciente, evitando o estresse ou os
fatores desencadeantes, o aumento da massa dietética (fibras, extrato de psílio, por
exemplo, Metamucil, 1 colher de sopa diariamente ou 2×/dia); para a diarreia, tentar
loperamida (comprimidos VO de 2 mg pela manhã, a seguir 1 comprimido VO após cada
evacuação mole até um máximo de 8 comprimidos/dia e, em seguida, titular), difenoxilato
(comprimidos de 2 mg VO até 4×/dia) ou colestiramina (1 pacote de 4 g misturado em água
até 4×/dia VO); para a dor, anticolinérgicos (p. ex., cloridrato de diciclomina, 10 a 40 mg VO
4×/dia) ou hioscina 1 a 2 comprimidos VO a cada 4 horas, quando necessário. A
amitriptilina, 25 a 50 mg VO na hora de dormir, ou outros antidepressivos em pequenas
doses podem aliviar a dor. Os inibidores seletivos da recaptação da serotonina, como a
paroxetina, estão sendo avaliados nos pacientes com predomínio de constipação, e os
antagonistas dos receptores da serotonina, como a alosetrona, estão sendo avaliados nos
pacientes com predomínio de diarreia. A alteração da flora intestinal com probióticos
(Bifidobacterium infantis 35624) ou com antibióticos orais não absorvíveis (rifaximina) está
sendo avaliada, com alguns resultados iniciais promissores. Psicoterapia e hipnoterapia
podem trazer benefícios nos casos graves e refratários. Alguns pacientes respondem a
mudanças na dieta eliminando ou reduzindo muito os oligossacarídeos, dissacarídeos,
monossacarídeos e polióis fermentáveis (FODMAPS). 
24/06/2021 OneNote
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<Larry, J. J. Manual de Medicina de Harrison. [Digite o Local da Editora]: Grupo A, 2020.
9786558040040. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786558040040/.
Acesso em: 24 Jun 2021> 
 
4. Como fatores alimentares, privação de sono e fatores estressantes interferem na
motilidade (funcionamento) intestinal. 
A constipação intestinal tem-se estabelecido mais frequentemente em mulheres,
principalmente aquelas com inatividade física diária, pouca renda, educação de qualidade
inferior, baixo consumo de líquidos e alimentos ricos em fibra. Diversos autores
consideram a inatividade física um fator de risco para constipação intestinal. Dukas, Walter
e Giovannucci (2003) justificam que o exercício físico proporciona movimentos no intestino
grosso e mudanças hormonais, que provocam efeitos mecânicos no intestino, facilitando o
peristaltismo. Além disso, Ambrogini (2003) comenta que a atividade física é responsável
também por melhorar o tônus da musculatura pélvica e abdominal, facilitando a expulsão
do bolo fecal após esforço. Schryver et al. (2005) complementam dizendo que o exercício
físico diminui o tempo de trânsito intestinal. Devido à sua alta prevalência, a constipação
intestinal acarreta grandes custos relacionados à sua prevenção, diagnóstico e tratamento. 
<file:///C:/Users/laura/Downloads/4761-Texto%20do%20artigo%20-%20Arquivo%20Original-20857-1-10-20160614.pdf> 
 
5. Diagnóstico diferencial da síndrome do intestino irritável. Definindo as principais doenças
que causam irritação intestinal (Diarreicos - doença inflamatória intestinal, doença celíaca,
gastroenterite, diarreia funcional, síndrome de má absorção, hipertireoidismo)
(Constipação - pseudo-obstrução, constipação funcional, hipotireoidismo). 
 
Doença inflamatória intestinal: Caracterizada pela inflamação crônica do intestino, a DII é
uma doença com incidência semelhante entre homens e mulheres. Ocorre principalmente
entre a 2a e 3a décadas de vida, sendo mais frequente em indivíduos caucasianos que
vivem em áreas urbanas e industrializadas. A DII apresenta-se com períodos de atividade e
de remissão, promovendo impacto socioeconômico e piora significativa na qualidade de
vida. 
As DII podem evoluir com sintomas extraintestinais, os quais podem surgir na ausência de
sintomas intestinais, além de estar relacionados ou não com a atividade da doença: 
■Articulares: artralgia, artrite periférica, sacroileíte e espondilite anquilosante 
■Cutânea: úlceras aftosas orais, eritema nodoso e pioderma gangrenoso 
■Ocular: uveíte e episclerite 
■Hepatobiliar: colangite esclerosante primária e colelitíase 
■Renal: nefrolitíase por hiperoxalúria. 
Doença celíaca: Enteropatia autoimune, caracteriza-se por intolerância ao glúten em
indivíduos geneticamente predispostos, levando à lesão da mucosa do intestino delgado.
Acomete indivíduos de qualquer idade e é mais frequente em mulheres caucasianas. Sua
prevalência na população geral varia de 0,5 a 1%, maior em parentes de primeiro grau,
com destaque para o relevante componente genético. Os avanços nos métodos de
diagnóstico e screening têm aumentado o número de casos detectados, além da elevação
real em decorrência de hábitos alimentares e problemas ambientais. A doença celíaca se
manifesta por um largo espectro de sinais e sintomas, com predomínio do quadro clássico
na faixa etária pediátrica e de um quadro atípico entre os adultos. Diarreia, por vezes
gordurosa, distensão abdominal, flatulência, náuseas e vômitos, perda de peso e déficit de
crescimento configuram a apresentação típica da doença, enquanto anemia carencial,
estomatite aftosa, dermatite herpetiforme, alopecia areata, distúrbios neurológicos, fadiga
crônica, infertilidade e esteatose hepática representam alguns dos sinais e sintomas
atípicos da doença. Vale destacar que, principalmente entre a população adulta, alguns
pacientes são assintomáticos, embora apresentem alterações sorológicas ou histológicas
compatíveis com doença celíaca. 
Síndrome da má absorção: A má absorção intestinal dos nutrientes ingeridos pode produzir
diarreia osmótica, esteatorreia ou deficiências específicas (p. ex., ferro; folato; B12;
vitaminas A, D, E e K). A enteropatia perdedora de proteínas pode resultar de várias causas
de má absorção; está associada a hipoalbuminemia e pode ser detectada ao medir os
níveis fecais de α1-antitripsina ou albumina radiomarcada. A terapia é dirigida à doença
subjacente. 
Hipertireoidismo: O hipertireoidismo é uma condição na qual a glândula tireoide é
hiperativa e produz excesso de hormônios tireoidianos. Se não tratado, o hipertireoidismo
pode levar a outros problemas de saúde. Alguns dos mais graves envolvem o coração
(batimentos cardíacos acelerados e irregulares, insuficiência cardíaca congestiva) e os
ossos (osteoporose). Pessoas com hipertireoidismo leve e os idosos podem não ter
qualquer sintoma. 
Sinais e sintomas de hipertireoidismo 
- Sensação de calor 
- Aumento da transpiração 
- Fraqueza muscular 
24/06/2021 OneNote
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- Mãos trêmulas 
- Batimentos cardíacos acelerados 
- Cansaço / fadiga 
- Perda de peso 
- Diarreia ou evacuações frequentes 
- Irritabilidade e ansiedade 
- Problemas dos olhos, tais como irritação ou desconforto 
- Irregularidade menstrual 
- Infertilidade 
<https://www.endocrino.org.br/entendendo-tireoide-hipertireoidismo/> 
Constipação: Definida como uma redução na frequência das evacuações < 1 por semana ou
dificuldade de defecar, podendo resultar em dor abdominal, distensão e fecaloma
(impactação fecal), com consequente obstrução ou raramente perfuração. A constipação é
uma queixa frequente, muitas vezes subjetiva. Os fatores contribuintes podem consistir em
inatividade, dieta pobre em fibras e permitir um período de tempo insuficiente para a
defecação. 
CAUSAS ESPECÍFICAS 
Motilidade colônica alterada por disfunção neurológica (diabetes melito, lesão da medula
espinal, esclerose múltipla, doença de Chagas, doença de Hirschsprung, pseudo-obstrução
intestinal idiopática crônica, megacólon idiopático), esclerodermia, medicamentos
(especialmente os agentes anticolinérgicos, opiáceos, antiácidos à base de alumínio ou
cálcio, bloqueadores dos canais de cálcio, suplementos de ferro, sucralfato),
hipotireoidismo, síndrome de Cushing, hipopotassemia, hipercalcemia, desidratação,
causas mecânicas (tumores colorretais, diverticulite, vólvulo, hérnias, intussuscepção) e
dor anorretal (decorrente de fissuras, hemorroidas, abscessos ou proctite) que acarreta
retenção, constipação e impactação fecal. 
Hipotireoidismo: O hipotireoidismo é uma disfunção na tireoide (glândula que regula
importantes órgãos do organismo), que se caracteriza pela queda na produção dos
hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina).

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