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A ENTREVISTA PSICOLÓGICA 
INTRODUÇÃO 
Os motivos que levam uma pessoa a procurar ajuda psicoterápica podem ser os mais diversos: busca por 
autoconhecimento, auxílio no enfrentamento de traumas, sintomas relacionados a transtornos psiquiátricos, dificuldade 
para lidar com sentimentos intensos, padrões disfuncionais de pensamentos, comportamentos inadequados que trazem 
sofrimento e que se repetem em padrões não percebidos pelo próprio indivíduo. Independentemente do motivo pela 
busca da Psicoterapia, é sempre importante que o profissional siga certos objetivos para que o processo terapêutico 
seja construído de forma saudável e eficaz. Nesse aspecto, a entrevista psicológica pode ser considerada um dos 
objetivos primordiais para se construir uma boa relação terapêutica e uma boa compreensão sobre o paciente 
A necessidade de compreender aquele que procura o profissional de Psicologia é de suma importância para se ir além 
do que essa pessoa apresenta como queixa. Aquele que busca o auxílio de um(uma) psicólogo(a) traz consigo um 
grande quebra-cabeças e o objetivo do profissional, portanto, é reunir e organizar dados importantes sobre a vida dessa 
pessoa, agrupando o máximo de peças possíveis do quebra-cabeças com o objetivo de obter uma imagem adequada 
daquilo que se deseja investigar. 
 
MÓDULO 1 
Caracterizar o conceito de entrevista psicológica em sua forma ampla 
 
A ENTREVISTA PSICOLÓGICA 
A maneira mais direta de se saber o que se passa com uma pessoa é perguntando a ela, e isso é o que uma entrevista 
se propõe a fazer. Segundo Perpiñá (2012), sua versatilidade é tal que, embora tenha nascido em um contexto de 
avaliação e diagnóstico, a entrevista psicológica tem sido utilizada com muitas outras funções no processo de avaliação-
intervenção, mesmo fora do campo da saúde ou da relação de ajuda. De forma geral, nas áreas de ciências humanas, 
sociais ou da saúde, uma entrevista pode ser definida como um processo interpessoal no qual o entrevistador almeja 
obter informações acerca do entrevistado, tendo este primeiro um objetivo claro a alcançar e questões para responder. 
No campo da Psicologia, pode-se dizer que a entrevista psicológica tem o objetivo específico de descobrir, por meio 
de perguntas formuladas pelo entrevistador, aquilo que não está aparente no entrevistado, mas se manifesta em forma 
de pensamentos, emoções e comportamentos com objetivos psicológicos específicos e seguindo referenciais teóricos 
demarcados. 
Desta forma, usaremos como definição de entrevista psicológica as apresentadas pelos seguintes autores: 
 
“Em psicologia, a entrevista clínica é um conjunto de técnicas de investigação, de tempo delimitado, dirigido 
por um entrevistador treinado, que utiliza conhecimentos psicológicos, em uma relação profissional, com o 
objetivo de descrever e avaliar aspectos pessoais, relacionais ou sistêmicos (indivíduo, casal, família, rede 
social), em um processo que visa fazer recomendações, encaminhamentos ou propor algum tipo de intervenção 
em benefício das pessoas entrevistadas.” 
 
“(...) Comunicação entre duas pessoas. E ainda, a expressão da entrevista psicológica é efetuada pelos 
psicólogos no exercício de suas atividades. Estes levam em conta, por certo, regras e fatores psicológicos 
observados anteriormente, mas o objetivo visado é o de resolver um dos problemas que entram normalmente 
no quadro da psicologia (seleção e orientação profissional, pesquisas psicológicas, estudos de opinião pública, 
exame de personalidade etc.).” 
 
DEFINIÇÃO E CARACTERÍSTICAS DA ENTREVISTA PSICOLÓGICA 
A entrevista psicológica é essencial, uma vez que é a partir dela que o profissional irá conhecer o paciente, acolhê-lo, 
compreender os motivos da demanda, levantar as primeiras hipóteses e planejar quais os passos seguintes no trabalho 
a ser desenvolvido, estabelecer a relação terapêutica e o contrato com o cliente. É também importante que, ao longo 
da entrevista, o profissional ajude o cliente a compreender os objetivos que serão explorados ao longo de todo o 
processo psicológico contratado. 
ATENÇÃO 
A entrevista psicológica, portanto, deve ser encarada como um processo investigativo amplo no campo da Psicologia 
como ciência. Este processo é essencial para o levantamento de informações que ajudarão o entrevistador a interligar 
experiências vivenciadas pelo paciente, fazer inferências, planejar como o trabalho será encaminhado e quais as 
decisões a serem tomadas, tudo isso dentro dos conceitos da clínica psicológica. 
O psicólogo ou estagiário de Psicologia que está iniciando suas experiências na prática da profissão, pode sofrer certa 
inquietude pelo fato de que a quantidade de informações e todos os aspectos a serem analisados em uma entrevista 
inicial acabem sendo difíceis de serem concluídos em apenas um encontro. Por isso, não raramente, fala-se em 
“entrevistas iniciais” ao invés de seu termo no singular, já que é comum e esperado que os primeiros encontros sejam 
destinados a realização dos inquéritos necessários até que o máximo de questões tenham sido satisfatoriamente 
investigadas (TAVARES, 1990). 
Segundo Almeida (2004), é necessário mencionar a importância do equilíbrio entre o domínio das técnicas clínicas 
específicas e a capacidade de interação adequada com o entrevistado. Desta forma, diversos autores enumeram 
diferentes condições e regras de ouro a seguir na entrevista psicológica. Segundo estes autores, o entrevistador deve 
ser capaz de: 
Mostrar-se inteiramente disponível ao entrevistado, ouvindo-o sem julgamentos. 
Permitir as condições para que o entrevistado se sinta à vontade, facilitando o desenvolvimento de uma relação de 
trabalho segura e consistente. 
Facilitar a exposição das razões que levaram a pessoa a procurar auxílio psicológico. Não permitir que fiquem dúvidas 
sobre o relato do entrevistado. Caso o entrevistado falte com clareza, esquive ou se contradiga, é importante que a(o) 
psicóloga(o) saiba como esclarecer suas dúvidas de forma empática e adequada. 
Ser tolerante com os afetos negativos, caso o entrevistado os manifeste no encontro. 
Ser proativo nos momentos de possíveis impasses e conflitos. 
Apropriar-se adequadamente das técnicas utilizadas pela abordagem escolhida. 
 
ORIGENS DA ENTREVISTA PSICOLÓGICA 
A entrevista mostra-se uma prática muito rica e em constante construção, sendo adaptada e enriquecida por todos os 
campos e abordagens nos quais é utilizada. Há relativa concordância entre autores de que a entrevista ganhou 
importância no campo clínico com o psiquiatra alemão Emil Kraepelin (1856 – 1926), no final do século XIX, cujo 
interesse era explorar em detalhe os sintomas do paciente e diagnosticá-lo segundo classificação de transtornos 
mentais. Nesse ponto, é importante mencionar a diferença entre a entrevista psiquiátrica e a entrevista psicológica, 
uma vez que ambas podem ser complementares. 
 
Entrevista psiquiátrica busca investigar a presença de sintomas passíveis de um diagnóstico nosográfico, 
estabelecendo, com isso, quais serão as propostas terapêuticas para cada paciente, por exemplo, se há necessidade 
do uso de medicação e se o tratamento poderá ser ambulatorial ou se necessitará de internação. 
 
Aqui, nos interessa a entrevista psicológica, entendida como aquela na qual se buscam objetivos psicológicos 
(investigação, diagnóstico, terapia, anamnese, triagem, entre outros). 
 
A prática clínica em Psicanálise trouxe uma contribuição importante para o aprimoramento da entrevista psicológica, 
uma vez que a entrevista passou a ser ponto crucial para estimular a fala espontânea do paciente, por meio de suas 
associações livres, e porque passou a dar mais ênfase aos processos psicológicos e menos ao diagnóstico. Houve 
também importante contribuição da Sociologia, a qual, segundo Sullivan (1970) e seu método de observação 
participante, compreende a entrevista como uma díade em que, tanto entrevistador, quanto entrevistado 
participam ativamente. Por fim e não menos importante, Carl Rogers(1973), em sua abordagem centrada na pessoa, 
conferiu à entrevista psicológica uma prática não diretiva, cujo objetivo passou a ser compreender o paciente despindo-
se de quaisquer conceitos, focando apenas na expressão e aceitação emocional manifestadas. 
Bleger (1998) é um dos autores mais famosos que explana as particularidades da entrevista psicológica em que, ao 
delimitar a entrevista psicológica como técnica, destaca que ela possui seus próprios procedimentos ou regras 
empíricas. Segundo Bleger (1998), existe uma duplicidade muito especial na entrevista psicológica que determina que 
esta técnica funcione como instrumento de coleta de dados, desde o ponto de vista científico, até o profissional. 
 
ATENÇÃO 
A entrevista psicológica permite a coexistência, através de um processo ininterrupto de interação, da aplicação de 
conhecimento científico e específico a um marco teórico determinado, possibilitando, por um lado, a compreensão do 
comportamento do entrevistado através da elaboração de hipóteses e, por outro, a implementação de técnicas de 
intervenção e análise da prática profissional do psicólogo. 
 
Podemos afirmar que a ideia fundamental era de que, cabe ao psicólogo como entrevistador, possuir uma organização 
que oriente as suas observações segundo um modelo teórico que sustenta a sua prática. Esta organização era, 
originalmente, muito mais próxima do modelo médico, mas, com o surgimento das diversas perspectivas teóricas na 
Psicologia, esta organização cobra a sua própria identidade, como veremos com a influência da Psicologia Humanista 
e do Existencialismo. Para Tavares (2002), as diversas técnicas relativas à entrevista psicológica permitem a 
manifestação das singularidades das pessoas entrevistadas. Isto permite que o profissional tenha acesso ao conteúdo 
individual e único do sujeito entrevistado. Ainda segundo Tavares, esta metodologia permite a flexibilização de 
técnica de aproximação para diversas realidades individuais, facilitando a possibilidade de atender às diversas 
necessidades e condições enfrentadas na prática. 
 
DICA 
Tratando-se de uma situação de avaliação ou de Psicoterapia, a entrevista psicológica permite, através desta 
flexibilização de procedimentos, a possibilidade de acessar conteúdo que com outras metodologias não seria acessado. 
 
Dentro da entrevista psicológica, a observação exercida pelo entrevistador representa a estratégia essencial para a 
coleta de informações. Através da observação, o entrevistador poderá recolher e organizar as informações que 
necessita para a avaliação dos processos a serem estudados do entrevistado. É através da observação que o 
entrevistador consegue entrar em contato com o mundo mental do entrevistado, objetivo principal nos processos de 
avaliação psicológica. No entanto, não podemos restringir a observação apenas aos processos de avaliação, na 
entrevista psicológica, seja qual for o seu objetivo, o objeto de observação é a relação entre os dois, psicólogo e sujeito 
entrevistado. Por esse motivo, fala-se de uma observação participante, uma vez que o entrevistador também compõe 
com as suas vivências o campo da entrevista. 
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MÓDULO 2 
Identificar a função do entrevistador em suas mais diversas áreas da Psicologia, bem como técnicas práticas de entrevista em Psicologia 
 
ENTREVISTA PSICOLÓGICA NAS DIFERENTES ABORDAGENS 
 
Modelo de entrevista psicanalítica 
A entrevista inicial em Psicanálise demanda a aplicação cuidadosa e empática por parte do terapeuta de um rico 
arcabouço teórico e técnico em um período limitado. Em uma consulta inicial, o terapeuta escuta, interage e avalia a 
motivação do cliente, seu estado mental, a força do ego, as tensões atuais, a experiência de si mesmo e dos outros, 
possíveis defesas, assim como a integridade do superego, o potencial de resposta a diferentes intervenções e, por 
último, e não menos importante, a qualidade da relação a ser desenvolvida com o terapeuta. 
 
 SAIBA MAIS 
Segundo Yalof e Abraham (2005), a entrevista psicanalítica inicial, normalmente, seguirá o tempo de uma sessão 
convencional, ou seja, de cinquenta a sessenta minutos de duração, e exigirá do terapeuta habilidade e flexibilidade 
dentro dos paradigmas propostos em uma orientação psicanalítica. 
Em geral, o objetivo da entrevista na perspectiva psicanalítica é compreender as características das manifestações 
inconscientes, o funcionamento psíquico do paciente e, portanto, compreender os aspectos que caracterizam sua 
personalidade. Para tal, o terapeuta deve voltar a acurácia da sua escuta para fenômenos psicológicos essenciais, 
como, por exemplo, as resistências do paciente, a transferência e a própria contratransferência, colhendo informações 
sobre o funcionamento de seu psiquismo e da dinâmica da sua energia psíquica. Neste tipo de entrevista, mantém-se 
a dinâmica clássica da relação terapêutica médico – paciente. 
 
Modelo de entrevista de base humanista de Carl Rogers 
O modelo terapêutico proposto por Carl Rogers permitiu uma grande mudança de paradigma no que tange ao processo 
psicoterápico. Tal modelo distanciou-se das abordagens psicanalista e behaviorista, assumindo menor importância à 
nosografia e às características da personalidade e creditando maior importância às potencialidades humanas que 
poderiam ser desenvolvidas na relação com o outro, no caso, o terapeuta. Não há, portanto, técnicas envolvidas à 
entrevista, todavia o terapeuta deve se guiar, segundo Scheeffer (1969), por alguns paradigmas essenciais à terapia 
humanista, tais como: 
ENTREVISTA NÃO DIRETIVA 
A entrevista é livre e não se pauta em questionamentos levantados a priori. 
 
ACEITAÇÃO DO DISCURSO 
Aceitar o sujeito em sua ampla completude, não fazendo juízo de valor e respeitar a sua história e discurso, com o intuito 
que isso gere maior conforto e sensação de segurança ao entrevistado. 
COMPREENSÃO EMPÁTICA 
Estar inteiro na entrevista, ou seja, focar totalmente sua atenção ao paciente e direcionar sua escuta única e 
exclusivamente à fala do entrevistado, sendo sincero e autêntico, demonstrando maior aproximação e cumplicidade às 
emoções trazidas. 
RELAÇÃO TERAPÊUTICA CONSTRUTIVA 
Expressar a ideia de companheirismo ao entrevistado, demonstrando segurança e capacidade de aceitação e 
compreensão do entrevistado. 
MODELO DE ENTREVISTA DE BASE SISTÊMICA 
A abordagem sistêmica surgiu a partir de trabalhos de autores interessados no estudo das relações familiares, da Teoria 
Geral dos Sistemas (TGS) e da Teoria da Comunicação. A primeira postula que toda a natureza segue uma tendência 
a se organizar de maneira sistêmica. Em outras palavras, seu funcionamento não é baseado apenas em um aglomerado, 
mas sim na interação integradas entre as partes. Já a Teoria da Comunicação, elaborada por Gregory Bateson, na 
década de 1950, defende a ideia de que as perturbações mentais observadas no quadro esquizofrênico não estariam 
limitadas a questões orgânicas, uma vez que os conflitos internos presentes nesses pacientes seriam oriundos das 
falhas de comunicação decorrentes de um ambiente familiar permeado de atitudes incongruentes entre seus membros. 
Segundo as autoras Zordan, Dellatorre e Wieczorek (2012), é importante haver, inicialmente, uma compilação de dados 
básicos do paciente identificado, isto é, aquele(a) que manifesta os sintomas emocionais da família disfuncional: 
Nome completo 
Idade 
Profissão 
Número de irmãos vivos 
Posição que ocupa entre os irmãos 
Quem encaminhou para consulta 
Motivo da consulta 
Estrutura da família (dados pessoais dos pais e irmãos) 
Impressões de quem recebeu o paciente 
Quais os membros selecionados para a primeira sessão 
ATENÇÃO 
São importantes também dados sobre a saúde de cada membro da família, assim como informações sobre os avós 
maternos e paternos. Para as autoras, essas informações são muito importantes para se ter as primeiras impressões 
da estrutura familiar do paciente identificado, estabelecer primeiras hipóteses e saber ao quese deve estar mais atento 
na primeira sessão com ele(a). 
 
No que diz respeito à entrevista psicológica em si, diversos autores apontam algumas características importantes a 
serem seguidas pelo psicólogo entrevistador: 
 
EMPATIA 
Ter escuta ativa, manter a atenção focada e demonstrar interesse genuíno ao que cada membro da família expõe. 
 
AUTENTICIDADE E CREDIBILIDADE 
Demonstrar segurança e aplicar os pressupostos profissionais de forma clara e adequada ao momento. 
 
CLAREZA NA COMUNICAÇÃO 
Utilizar linguagem clara, direta e objetiva, assegurando-se de que todas as perguntas, os aconselhamentos e 
explicações são compreendidos por todos da família. 
RITMO 
Respeitar o tempo de cada indivíduo presente para absorver as informações e aceitar as emoções. Diante de cada 
elemento da família é tudo muito novo, portanto, não devem se sentir apressados ou interrompidos. 
 
ESTÍMULO PARA QUE O CLIENTE FALE 
É importante que cada membro presente da família se expresse verbal e emocionalmente, sendo respeitado por todos 
ou outros. 
ESTRUTURA DA INFORMAÇÃO 
Normalmente, os membros da família trazem informações que podem passar por contradições e incongruências. O 
entrevistador deverá guiar a sessão de modo a fazer com que a história tenha mais sentido. 
CONTROLE DAS EMOÇÕES 
O entrevistador deve criar um ambiente propício ao equilíbrio emocional de todos, respeitando o lugar de fala de cada 
um e possibilitando o avanço do processo terapêutico. 
 
MODELO DE ENTREVISTA DE BASE COGNITIVO-COMPORTAMENTAL 
As terapias cognitivo-comportamentais (TCC) são baseadas nas técnicas das teorias da aprendizagem e nas teorias 
cognitivas. O modelo mais tradicional adotado pelos terapeutas cognitivo-comportamentais é o de Aaron Beck, o qual 
compreende os distúrbios emocionais como consequência de cognições disfuncionais e que, por sua vez, geram 
interpretações inadequadas sobre a realidade, comportamentos compensatórios e tensões emoções que tendem a 
reforçar esse sofrimento. 
A entrevista em TCC é considerada o primeiro passo para se desenvolver a conceitualização cognitiva e obter o modelo 
cognitivo do paciente. Isto significa dizer que entrevistar o paciente adequadamente, buscando as informações cruciais 
sobre a queixa e seu histórico de vida será essencial para entender quais as visões de mundo, características de 
personalidade e padrões de comportamento e pensamento. O modelo cognitivo nos possibilita compreender: 
Cognições superficiais e corriqueiras, mas que, normalmente, trazem tensões emocionais no dia a dia (pensamentos 
automáticos). 
Cognições que revelam regras e pressupostos (crenças subjacentes). 
Cognições que revelam regras e pressupostos (crenças subjacentes). 
 
DICA 
Estando informado dessa hierarquia de pensamentos, é possível planejar o processo terapêutico, estabelecer metas e 
melhorar a qualidade de vida do paciente. 
 
A abordagem cognitivo-comportamental possui bastante influência da prática psiquiátrica e, por isso, traz algumas 
semelhanças. Em vista disso, segundo Wainer e Piccoloto (2011) as entrevistas iniciais em TCC, buscam acessar 
informações básicas, como as de uma anamnese, até aquelas mais profundas e relacionadas às cognições do indivíduo, 
por exemplo: 
Dados pessoais (nome, idade, gênero, orientação sexual e identidade de gênero, estado civil, filhos, organização 
familiar, religião, escolaridade, profissão). 
Se faz uso de medicação e se está em acompanhamento psiquiátrico. 
Se já fez atendimento psicoterápico no passado. 
Se faz uso de substâncias. 
Motivo(s) da busca. 
Situações ativadoras. 
Dados relevantes do passado. 
Histórico familiar. 
Estratégias de manutenção do estresse. 
Pontos fortes e que favorecem a adaptação ao ambiente. 
Se necessário, aplicação de inventários para avaliação de ansiedade, humor, estresse e transtorno de personalidade. 
 
No que tange à conduta do entrevistador, há também pontos específicos a serem destacados que servem como 
princípios básicos da Psicoterapia cognitivo-comportamental: 
 
O psicólogo entrevistador deve psicoeducar o paciente acerca do modelo cognitivo e como será a estrutura da terapia. 
 
Ressaltar ao paciente a possibilidade de mudança. 
 
Avaliar características psicológicas, emocionais e comportamentais, estabelecendo, quando necessário, hipóteses de 
diagnóstico multiaxial pautadas no DSM-V ou CID-10. 
 
Caso haja concordância em seguir processo terapêutico, o entrevistador deve desenvolver uma relação colaborativa 
com o paciente, estabelecer metas para a terapia e estimular o engajamento do paciente na terapia. 
 
PAPEL DO ENTREVISTADOR E TÉCNICAS DA ENTREVISTA PSICOLÓGICA 
A entrevista psicológica, como já mencionado anteriormente, é uma técnica em si mesma e de suma importância ao 
trabalho do psicólogo. Contudo, é importante discutir algumas técnicas para a condução de uma sessão de entrevista 
adequada e que podem fazer diferença na coleta de informações mais eficiente e em um desfecho mais rico. Segundo 
Bleger (1980), o entrevistador deve ter em mente a ordem de fatores: 
 
OBSERVAÇÃO HIPÓTESE VERIFICAÇÃO 
 
Isso porque, através da atenção focada no sujeito, espera-se realizar uma observação competente, que trará hipóteses 
a serem verificadas. Para que o diálogo transcorra de maneira fluida e proveitosa, o profissional deve evitar perguntas 
simples que gerem respostas pouco proveitosas, como “sim” ou “não”. É preferível que sejam feitas perguntas objetivas, 
mas que exijam respostas mais elaboradas, por exemplo: “Percebo que você não falou muito sobre... Como você 
descreveria sua relação com essa pessoa?” 
O psicólogo deve pensar que a entrevista começa bem antes do primeiro contato com o sujeito que o procura e seu 
término igualmente deve terminar bem depois do fim da sessão. Primeiramente, é de bom tom que um modelo de 
entrevista já tenha sido previamente elaborado em um formato semiestruturado, respeitando as premissas da 
abordagem teórica adotada, para que permita ao profissional maior segurança sobre o que irá investigar e como poderá 
conduzir a sessão. Isso nos permite pensar nos pontos que o profissional julga serem mais importantes, com base em 
sua experiência prática e na teoria em que se apoia. 
 
EXEMPLO 
Além disso, é valido ter disponível no ambiente de trabalho alguns inventários primordiais, como: escalas para avaliação 
da depressão, ansiedade, desesperança, pensamentos suicidas, estresse, ataques de pânico, obsessões e 
compulsões. 
 
Aspecto similarmente significativo é atentar-se à recepção do paciente. O primeiro contato é muito importante, pois, 
além da atenção tenaz que se deve dedicar ao sujeito, é necessário se pensar no rapport, ou seja, tentar estabelecer 
uma ligação empática. Nesse momento, gentileza, carisma e serenidade nos gestos e no tom de voz podem ser de 
grande ajuda. Além disso, é necessário que o relato trazido pelo sujeito seja registrado e, para isso, deve-se anotar o 
relato do paciente. Alguns psicólogos preferem anotar durante a sessão e outros, após. Caso seja feito durante a 
entrevista, não se pode perder a atenção ao paciente e ao seu discurso, portanto, é válido que sejam anotadas apenas 
informações pontuais e, posteriormente, redigido com maior riqueza de detalhes. Mas, se anotar tudo após a entrevista, 
então, que seja pouco tempo finda a sessão, evitando a perda ou confusão de informações. 
A entrevista em si não é uma prática simples e que deva ser desenvolvida sem uma prévia qualificação do profissional. 
Para tanto, Scheeffer (1969) propõe alguns cuidados para serem atentados a quem está iniciando seus estudos e sua 
prática: 
 
1- O entrevistador de forma alguma deve completar as frases do entrevistado. Mesmo que ele tenha alguma questão 
que demande maior tempo de reflexão, é necessário permitir que o sujeito não deixe de alimentar a sensação de 
liberdade e segurança que tanto se deve prezar em um settingterapêutico. 
2- É importante cuidar para que a entrevista não se transforme em uma discussão coloquial. O entrevistador está em 
uma posição destacada de influência e, até certo ponto, de poder em relação ao entrevistado. Isso tem uma relevância, 
porque traz percepção de segurança ao sujeito. Portanto, mesmo que a entrevista porventura apresente um aspecto 
mais informal em determinados momentos, ela não deve assumir uma orientação que esboce coloquialidade, para evitar 
que o paciente perca a confiança e a sensação de segurança de quem está conduzindo o processo. 
 
3- Evite o controle das pausas silenciosas. Mesmo que isso possa parecer algo incômodo e inadequado, é possível que 
o entrevistado esteja elaborando alguma experiência ou pensamento e é importante dar o tempo que ele precisa. Caso 
o tempo se estenda além do normal, pode-se fazer uma interrupção empática, tal como: “Está tudo bem com você? Não 
há problema algum em aceitar suas emoções!”. 
4- A atitude do entrevistador deve tender à aceitação completa das experiências trazidas pelo entrevistado. Ou seja, a 
escuta deve ir na contramão do julgamento de valor e da discussão acerca de pontos de vista. O entrevistado deve ter 
a sensação de que não há uma resposta certa ou mais adequada, mas sim a experiência que ele viveu e que contribuiu 
para ser quem é no presente momento. 
5- É recomendado o uso de expressões mais generalistas no lugar do pronome de primeira pessoa, isto é, “você disse 
que...”, “parece que...”, “o que foi dito leva a crer...”. 
6- O tempo de entrevista deverá ser previamente acordado e, caso necessário, será marcado outro encontro. Alguns 
psicólogos destinam um tempo maior para a primeira sessão, para dar mais liberdade ao entrevistado, o que, de 
qualquer forma, não significa que não há um limite. 
7- Para não se encerrar a sessão de forma abrupta, é apropriado que se faça um resumo da sessão, abordando em 
tópicos os pontos principais trazidos pelo entrevistado. Isso é interessante, porque ajuda o entrevistador a fixar aquelas 
informações, demonstra ao entrevistado que a atenção do terapeuta não flutuou ao longo da sessão e permite que ele 
próprio escute sua história como em um resumo de um filme. 
 
TÉCNICAS PARA ATENDIMENTO REMOTO 
Classicamente, a entrevista psicológica sempre foi realizada presencialmente e, é possível que assim continue, ao 
menos por algum tempo. Porém, o contexto de pandemia, em 2020, evidenciou a possibilidade do atendimento remoto, 
ganhando cada vez mais adeptos entre os profissionais de Psicologia. Baixo custo de manutenção, facilidade de acesso, 
ampliação da amostra de usuários e flexibilidade com os horários são alguns exemplos de motivadores que podem 
sinalizar a mudança de preferência dos pacientes. Por se tratar de uma tendência atual e que, provavelmente, deve 
fazer parte da realidade, alguns autores começam a investigar o impacto dessa mudança na prática clínica. 
Para a realização de uma entrevista adequada, alguns detalhes devem ser levados em consideração: 
 
Garantir que ambas as conexões são adequadas o suficiente para suportar a conversa. 
Destinar um tempo para se certificar de que o sujeito sabe manusear o software a ser utilizado. 
Manter a voz firme, porém com entonação que expresse gentileza e empatia, para que o paciente entenda o que está 
sendo dito, mas não tenha a impressão de que se está irritado. 
Os microfones costumam emitir ruídos, por isso, é importante manter a clareza nos gestos, nas expressões faciais e na 
fala para evitar ambiguidade. 
O rapport exige maior comprometimento e a capacidade de transmitir empatia é ainda mais importante. 
 
ATENÇÃO 
O Conselho Federal de Psicologia não autoriza o atendimento remoto de pessoas que sejam vítimas de algum desastre 
ou emergência e vítimas de violência ou violação dos direitos humanos. Da mesma forma, menores de idade só podem 
fazer atendimento on-line após assinatura de termo, por parte dos pais, autorizando a Psicoterapia por via remota. 
 
TÉCNICAS DE QUESTIONAMENTO SOCRÁTICO 
É uma forma de questionamento reflexivo que ajuda uma pessoa a refletir sobre pensamentos complexos e mais 
profundos. Em terapia, essa estratégia é muito rica e valiosa para auxiliar o paciente a trazer à tona pensamentos 
mais profundos e que podem revelar características de sua personalidade e sua maneira de compreender o 
mundo. São questionamentos sistemáticos que visam induzir à razão e buscar definições mais amplas que partem do 
indivíduo. 
O método socrático de perguntas é, de fato, mais empregado ao longo do processo terapêutico, haja vista sua 
capacidade de fazer o indivíduo refletir sobre suas ações e emoções e pensar em mudanças ou reconhecer as raízes 
de seus problemas. No entanto, pode ser uma ferramenta útil na entrevista psicológica, quando se quer descobrir 
pensamentos menos superficiais. Alguns exemplos seguem abaixo: 
 
1. O que esse pensamento significa sobre você? 
2. O que você acredita que pode fazer sobre essa situação agora? 
3. Há outra maneira de entender essa situação? 
 
TÉCNICAS DE ENTREVISTA MOTIVACIONAL 
A entrevista motivacional (EM) é uma abordagem terapêutica contemporânea, de foco cognitivo-comportamental, mas 
que pode trazer benefícios à prática de qualquer profissional de Psicologia. Ela é centrada no paciente e tem por objetivo 
viabilizar que próprio paciente protagonize seu processo de mudança, pautado em seus valores e preferências. Esse 
tipo de ferramenta é bastante indicado em casos em que os pacientes se encontram em uma posição dicotômica: há 
razões consideráveis para se modificar um comportamento, mas também há boas razões para se manter esses 
comportamentos; mas pode ser igualmente indicada em casos em que o paciente estagnou em seu processo 
terapêutico. Esse trabalho consiste em não forçar a mudança do paciente, mas, primeiramente, chamar a atenção dele 
para um discurso de mudança, dando-lhe espaço para que elabore os motivos para essa mudança, aceitando e se 
engajando no compromisso de mudar. É muito comum que se utilize algumas das técnicas de entrevista motivacional 
antes do início da terapia para aumentar o engajamento do indivíduo no processo. 
Antes de qualquer coisa, percebe-se que as expressões negativas dos pacientes corroboram para a manutenção dos 
comportamentos e pensamentos disfuncionais, ao passo que, quando o terapeuta se utiliza de respostas estratégicas, 
pode diminuir a força dos discursos de manutenção dos sintomas e aumentar o engajamento em um discurso de 
mudança. Para isso ser possível, são preconizados alguns fatores essenciais: 
 
Intenção colaborativa 
Aceitação absoluta do paciente, demonstrando interesse genuíno em compreender sua queixa 
Busca, juntamente com o paciente, de suas motivações para a mudança 
Compaixão 
 
Em seu capítulo destinado a explicar a entrevista motivacional, Wenzel (2018, p. 45) expôs através de tabela uma lista 
com as técnicas mais comuns a serem empregadas em uma entrevista motivacional: 
 
1. Reflexão simples: Consiste em o terapeuta repetir logo em seguida o que o paciente disse. Tem o objetivo de 
demonstrar que o terapeuta está atento às falas do entrevistado. 
2. Reflexão complexa: O terapeuta deve adivinhar o sentido daquilo que acabou de ser dito pelo paciente ou tentar 
adivinhar o que ele irá dizer. O objetivo é transmitir a ideia de que está ouvindo o paciente e que também respeita seu 
ponto de vista. Por exemplo: 
Paciente: “Não consigo largar esse vício, porque...” 
Terapeuta: “Deixa ver se eu entendi: você não consegue largar esse vício porque nunca deu certo antes. É isso?” 
3. Reflexão amplificada: O terapeuta repete uma expressão do discurso de continuidade do cliente de forma mais 
intensa ou acentuada. Aumenta a chance do cliente se espantar com a situação, recuando de sua posição de 
continuidade e tendendo a evocar discurso de mudança. 
4. Reflexão de dois lados: O terapeuta repete ambos os lados da ambivalência. O objetivo é transmitir a ideia de que 
está ouvindo o paciente eque também respeita seu ponto de vista. 
5. Reenquadramento: Reconhecimento do terapeuta sobre algo positivo na ambivalência do paciente. Demonstra 
respeito pela autonomia do paciente e sobre a sua história de vida. 
6. Concordar, com um toque extra: Reconhecimento da ambivalência do cliente, mas com um pouco de 
reenquadramento. Tal atitude tem o objetivo de demonstrar respeito ao ponto de vista do paciente, mostrando o quanto 
o terapeuta está presente com sua escuta e, além disso, deverá avançar na discussão. 
7. Acompanhar: O terapeuta deve fazer algum apontamento ou trazer algum exemplo que diga respeito à situação do 
paciente. Essa atitude também traz a sensação de que o paciente está sendo ouvido, que sua opinião está sendo 
respeitada, e isso é importante para se estimular o discurso de mudança. 
8. Correr na frente: O profissional deve trazer à tona os muitos motivos pelos quais o cliente está relutante em mudar 
e, doravante, questiona acerca dos motivos para as mudanças. O objetivo aqui é reduzir a sensação de que o paciente 
está sendo obrigado a mudar. 
9. Mudar o foco: O terapeuta deve estimular o paciente a modificar seu foco frente aos obstáculos que podem 
desmotivá-lo a mudar. Essa atitude diminui a possibilidade de o paciente ver o terapeuta como um elemento de 
persuasão pela mudança ou acirre pontos de discordância. 
10. Enfatizar a autonomia: O terapeuta deve indicar explicitamente que a decisão pela mudança em sua vida deve ser 
feita pelo próprio paciente. Assim, o que se espera é que o paciente sinta que sua história de vida está sendo respeitada 
e se aproprie da mudança. 
11. Afirmação: O profissional faz um comentário positivo sobre o paciente. Expressa respeito pela história do paciente 
e fortalece a relação terapêutica ou a repara caso algo de negativo tenha se passado. 
12. Sondar extremos: Nesta técnica, deve-se perguntar quais as piores coisas que podem acontecer caso o paciente 
continue como está ou quais as melhores coisas que podem acontecer se ele mudar. Essa ação tem o objetivo de 
evocar discurso de mudança. 
13. Olhar em retrospectiva: O terapeuta solicita que o paciente olhe para o passado, no período anterior ao momento 
em que ele começou a desenvolver as questões emocionais que o motivaram a procurar ajuda e compare como ele 
está agora. Também é um exercício cujo intuito é incentivar o discurso de mudança. 
14. Olhar adiante, considerando condições de mudança e de nenhuma mudança: Pergunta-se ao paciente como 
será sua vida no futuro se ele mudar ou se ele não mudar. Mais uma vez, aqui o objetivo é evocar discurso de mudança. 
 
Os exemplos mencionados acima e explorados por Amy Wenzel (2018) são técnicas empregadas em entrevista 
motivacional, vertente de trabalho mais alinhada à terapia cognitivo-comportamental, porém, são indicados para 
quaisquer processos psicoterápicos em que se observe dicotomia entre a intenção de mudar e de não mudar. Segundo 
Miller e Rollnick (2000), a entrevista motivacional deve ser trabalhada em pelo menos duas fases importantes: a primeira, 
centrada na construção de uma ideia de motivação e a outra, centrada na consolidação do compromisso de mudar. 
Além disso, o trabalho de motivação pode ser muito válido para engajar o paciente na terapia e melhorar a relação 
terapêutica, sendo muito válida com pacientes drogradictos, alcoólicos e com transtornos alimentares. 
 
MÓDULO 3 
Reconhecer as características que diferenciam os tipos de entrevistas psicológicas 
 
CLASSIFICAÇÃO E TIPOS DE ENTREVISTA PSICOLÓGICA 
As entrevistas psicológicas podem ser classificadas quanto ao modelo e quanto aos objetivos. Quanto ao modelo, 
Serafini (2016) afirma que as entrevistas podem ser classificadas como: de livre estruturação, semiestruturada e 
estruturada. 
 
LIVRE ESTRUTURAÇÃO 
São perguntas abertas e não há perguntas previamente formuladas. Nessa modalidade, o paciente fica mais à vontade 
para trazer as informações que ele quiser, na ordem e no momento que desejar. No entanto, o entrevistador deve manter 
sua atenção focada a intervir, direcionando a entrevista sempre que julgar necessário e não deixar de coletar 
informações pertinentes. Embora a entrevista não tenha um roteiro predefinido, não significa que não haja um foco. Vale 
acrescentar que esse modelo de entrevista é pouco convencional em processos que exigem algum roteiro, ou que haja 
interesse por parte do psicólogo de ter algumas perguntas previamente elaboradas sendo respondidas, como na 
avaliação psicológica de contexto clínico ou não. Normalmente, é mais empregada na clínica psicanalítica, a qual tem 
a livre associação como um objeto de análise. 
 
SEMIESTRUTURADA 
São entrevistas flexíveis, na qual o entrevistador tem clareza dos seus objetivos e existe um roteiro com perguntas 
previamente selecionadas. Aqui, o entrevistado deve responder às perguntas trazidas pela(o) psicóloga(o), no entanto, 
as respostas dadas podem gerar novos questionamentos. Além de garantir a obtenção da informação necessária de 
modo razoavelmente padronizado, esse tipo de entrevista aumenta a confiabilidade da informação. Sendo assim, as 
entrevistas semiestruturadas são de grande relevância, onde é necessária a padronização de procedimentos e registro 
de dados, como em clínicas sociais, saúde pública, hospitais etc. A vantagem desse tipo de entrevista é que o 
profissional pode formular suas questões com base no que quer investigar, ou nas hipóteses que gostaria de descartar 
ou validar, partindo de uma estrutura de questões definidas, porém, tão flexível e aberto a novas perguntas quanto forem 
necessários; pode organizar ou seguir as questões na ordem que mais lhe interessar e ampliar o roteiro para investigar 
algum tema que perceba ser mais importante, por exemplo. 
 
ESTRUTURADAS 
São entrevistas mais rígidas e fechadas, em que as perguntas são predeterminadas e objetivas e as respostas devem 
se ater a isso. Dificilmente, um entrevistador irá apenas se basear em uma entrevista estruturada, uma vez que esse 
modelo irá limitá-lo. Portanto, são muito comuns quando há necessidade de uma avaliação mental mais aprofundada 
ou em contexto de pesquisa, já que as respostas devem ser padronizadas e analisadas quantitativamente. Exemplos 
desse tipo de entrevista são: o questionário SNAP-IV para avaliação do TDAH em crianças. O tipo de entrevista 
estruturada facilita a possibilidade de padronizar, quantificar e, portanto, classificar os resultados a comparações 
numéricas. Este tipo de entrevista surgiu para resolver o problema da escassez de evidências de validade que outros 
métodos de avaliação, especialmente, aquelas que envolvem decisões diagnóstico. 
 
CLASSIFICAÇÃO E TIPOS DAS ENTREVISTAS PSICOLÓGICAS 
Nem um pouco Só um pouco Bastante Demais 
 1. Não consegue prestar muita atenção a detalhes ou comete erros por descuido nos trabalhos da escola ou tarefas. 
 
Tavares (2003) salienta que é uma tarefa complexa estabelecer objetivos à entrevista psicológica, uma vez que tais 
objetivos são coerentes às especificidades de cada abordagem. Como exemplo, o autor cita duas abordagens 
completamente distintas, a psicodinâmica e a comportamental. Para ele, embora ambas entrevistas teriam, 
aparentemente, o mesmo objetivo, os entrevistadores atuariam de maneira completamente diferente. E é bem verdade, 
que, embora ambas necessitem de uma entrevista inicial para compreender o caso, o olhar teórico e a prática de cada 
uma dessas abordagens influenciará nos objetivos planejados pela(o) psicóloga(o). Portanto, há um objetivo primeiro, 
o qual seria o de compreender a demanda do indivíduo para propor a devolutiva. Além disso, o autor sugere que é 
possível apontar alguns objetivos que podem ser compartilhados e praticados independentemente da abordagem, tais 
como: 
 
ENTREVISTA DE TRIAGEM 
Tem a finalidade de avaliar o paciente e realizar um encaminhamento. Tal tipo de entrevistaé muito comum em clínicas 
sociais, serviços de Psicologia aplicada das universidades e no serviço público. Nesses casos, é essencial que o 
profissional ou estagiário que, muito provavelmente não ficará com o caso, avise o paciente sobre o encaminhamento. 
O autor também ressalta que o mesmo encaminhamento pode ser realizado por um clínico independente o qual avalia 
a demanda do paciente como incongruente às suas qualificações. 
 
ENTREVISTA DE ANAMNESE 
O objetivo dessa entrevista é conhecer de forma pormenorizada a história desenvolvimental do paciente. Para isso, é 
importante buscar informações de todas as fases de vida da pessoa, principalmente, a atual, refletindo sobre como essa 
cronologia pode trazer luz às questões psíquicas trazidas. 
 
ENTREVISTA DIAGNÓSTICA 
Aqui, de certa forma, é um objetivo quase sempre comum a todas as entrevistas. No entanto, aqui se refere ao chamado 
diagnóstico multiaxial e diagnóstico teórico. O primeiro tem como finalidade avaliar sinais e sintomas para um possível 
quadro nosográfico (transtorno de humor, por exemplo). Já o diagnóstico teórico deve focar em características 
psicológicas que apontem o modo de funcionamento do indivíduo. Saber a relação entre tais características, permite 
que o profissional tenha um maior entendimento sobre o paciente. 
 
ENTREVISTA DEVOLUTIVA 
O objetivo é de comunicar ao paciente os resultados de uma avaliação. Normalmente, a devolutiva é feita em uma 
sessão por completo com o paciente ou seus responsáveis, no caso de menores de idade, porém, é possível que seja 
realizada no fim da entrevista inicial. Sua importância é pelas consequências derivadas dela, uma vez que será discutido 
com o paciente as hipóteses diagnósticas e as propostas de tratamento ou encaminhamento. 
 
ENTREVISTA DE SELEÇÃO 
Como o psicólogo também desempenha importante papel em outras áreas que não somente a clínica, é necessário 
falar do objetivo de uma entrevista para a escolha de colaboradores de uma empresa. Tal objetivo diz respeito à prática 
organizacional, na qual o psicólogo irá comparar as informações pessoais e profissionais do sujeito com o perfil da vaga. 
 
ENTREVISTA DE ALTA 
O objetivo é discutir com o paciente os aspectos relacionados à alta terapêutica. São discutidos aspectos prognósticos, 
as mudanças comportamentais, emocionais e cognitivas. O psicólogo deve ter segurança da autonomia do paciente e 
dar também a ele voz para que opine sobre sua melhora e, caso necessário, sobre a possibilidade de trabalhar novas 
demandas. 
 
ENTREVISTA DE PESQUISA 
Tem único objetivo de coletar dados gerais sobre um determinado tema entre um grupo de sujeitos para se obter um 
resultado a ser analisado. Para isso, é necessária a autorização de cada sujeito por meio de assinatura de Termo de 
Consentimento Livre e Esclarecido. 
 
DIVERSOS CONTEXTOS DA ENTREVISTA PSICOLÓGICA 
Embora no Brasil a Psicologia Clínica tenha maior destaque que as demais áreas da Psicologia, tanto em termos de 
profissionais, quanto de cursos oferecidos, é importante discutirmos o presente tema em outras áreas, já que são 
igualmente importantes e demonstram crescimento de procura nos últimos anos. 
 
ENTREVISTA PSICOLÓGICA NO CONTEXTO HOSPITALAR 
A Psicologia Hospitalar pode ser entendida como a área da Psicologia especializada em prestar serviços de cuidados 
aos aspectos psicológicos relacionados às enfermidades do paciente que se encontra hospitalizado. Ainda, o psicólogo 
em situação hospitalar atua no sentido de reduzir as angústias e os sofrimentos do paciente internado, contribui com os 
demais profissionais da saúde e oferece suporte aos familiares dos pacientes que necessitam maior atenção. 
O papel da entrevista psicológica não difere no ambiente hospitalar, pois continua tendo a relevância de ser usada 
como técnica para melhor conhecimento sobre o próprio paciente, conhecer suas demandas, seus pontos fortes e de 
fragilidade e esboçar um projeto terapêutico para essa pessoa. No entanto, a aplicação da entrevista psicológica no 
contexto hospitalar é consideravelmente distinta daquela feita em consultório. Começando pelas características 
ambientais, o psicólogo deve saber lidar com o dinamismo ao qual ele deverá encontrar no contexto hospitalar, o 
ambiente permeado de sofrimento, o tempo escasso, falta de setting e menor privacidade. 
Aspectos relevantes da entrevista, como o estabelecimento do rapport, a escuta focada, não julgadora e 
empática tão característica de uma entrevista psicológica convencional se mantém no hospital, porém, há 
características inerentes à prática que necessitam de um preparo específico do psicólogo: focar nos sintomas do 
paciente, na sua história de vida, no desenvolvimento da doença/quadro e condições de as condições de 
assistência que o paciente está recebendo. Imbuído dessas informações, o psicólogo é capaz de julgar ser pertinente 
conversar com outros profissionais da saúde para proporem mudanças estruturais ou, até mesmo, em aspectos 
específicos do tratamento. 
 
ENTREVISTA PSICOLÓGICA NO CONTEXTO ORGANIZACIONAL 
A Psicologia Organizacional é um ramo da psicologia que atrai muita atenção, trazendo muitas inovações nos estudos 
em Psicologia Social e Análise do Comportamento aplicado às organizações. A Psicologia Organizacional pode ser 
entendida como o estudo do comportamento humano em um ambiente de trabalho, atuando na Gestão de Recursos 
Humanos. Na prática profissional do psicólogo das organizações, a entrevista psicológica é muito empregada em dois 
momentos: no desligamento de funcionários e, principalmente, na seleção de pessoal. A entrevista de desligamento 
é utilizada com o funcionário que está deixando a empresa, tendo como um objetivo importante obter um feedback sobre 
as características do ambiente de trabalho para planejar tomadas de decisões que favoreçam a melhoria da empresa. 
No mesmo caminho de melhorar a qualidade do ambiente de trabalho e estimular a produtividade, as entrevistas de 
seleção de pessoal possuem importância diferenciada por conta das influências positivas e negativas que as 
contratações podem trazer para a organização. Aqui, a entrevista adquire uma configuração bastante diferente de uma 
entrevista clínica, uma vez que aspectos como olhar empático e relação terapêuticas não fazem tanto sentido. Para a 
seleção, costuma-se considerar três métodos importantes: 
 
OBSERVAÇÃO FOCADA APLICAÇÃO DE QUESTIONÁRIOS ENTREVISTA PROPRIAMENTE DITA 
 
A observação atenta será importante para avaliar na prática o desempenho do empregado em estágio probatório. O uso 
de questionário é variável, podendo ser utilizado para se avaliar habilidades específicas que serão importantes para a 
vaga, com perguntas relacionadas à prática a ser desempenhada até questões de caráter cognitivo (ex.: atenção, 
raciocínio lógico, resolução de problemas) e de personalidade. Os questionários podem ser considerados parte da 
entrevista, mas de cunho estruturado, portanto, são fechados e focados em algum objetivo específico. Já a entrevista 
com o candidato também deverá ter o caráter avaliativo, ou seja, certificar se ele tem mesmo as competências que 
apresentou no currículo, suas características pessoais e a maneira como o candidato se porta durante a entrevista. 
 
ENTREVISTA PSICOLÓGICA NO CONTEXTO ESCOLAR 
A Psicologia Escolar é a área de atuação da Psicologia a qual se encontra inserida no contexto do ambiente das escolas, 
cujo objetivo é ajudar na construção das condições para promover o desenvolvimento sociocognitivo e emocional, assim 
como, a aprendizagem. Assim como no contexto hospitalar e organizacional, a entrevista psicológica aplicada no 
ambiente escolar tem características que se afastam da clínica. Aqui, o trabalho não se limita ao “paciente”, mas também 
àqueles que irão se envolver no seu processo de desenvolvimento: família, responsáveis e professores. 
O processo se inicia com o conhecimento da história da criança ou adolescente, quais os eventos negativose positivos 
vividos por ela dentro da escola, como brigas, advertências, facilidade ou dificuldade nas matérias, interação com os 
colegas e fora da escola, como violência doméstica, divórcio dos pais. Ao se entrevistar os pais ou responsáveis, a(o) 
psicóloga(o) deve investigar: como a família trouxe a queixa, qual o sentido da dificuldade relatada, sentem-se 
culpados pelo problema ou não se importam, como é a relação com a escola, como participam do processo de 
escolarização da criança – confere os deveres de casa da criança, olha seus cadernos, tira dúvidas. 
 
ATENÇÃO 
É de suma importância analisar a dinâmica da família, compreender o funcionamento da criança perto e longe dos 
responsáveis e até mesmo dos próprios responsáveis para se descartar ou confirmar hipóteses que expliquem os 
problemas apresentados pela criança. 
 
É importante também poder ouvir o(s) educador(es) para compreender qual a impressão deles sobre a queixa da 
criança. É indicado que, dependendo da queixa, os profissionais que acompanham a criança preencham alguns 
questionários – TDAH, habilidades sociais – e dê liberdade para a educadora expressar o que mais deseja. Além disso, 
pode-se acompanhar algumas aulas, em diferentes dias, para investigar o quanto da queixa principal pode ser 
observada facilmente. Ao final, é muito importante que o profissional avalie todas as informações e dê as suas 
impressões com base na observação e análise dos discursos e materiais coletados. 
Tal processo deve ser concluído com uma última entrevista: a entrevista devolutiva, onde haverá a comunicação entre 
psicólogo, responsáveis, professores e criança. Nesse momento, o psicólogo deve ter sensibilidade e técnica suficientes 
para conseguir passar suas impressões, explicar tudo aos envolvidos e propor soluções. No entanto, é necessário dizer 
que os dados a serem revelados à professora devem expressar apenas as questões ligadas ao colégio e não às 
questões íntimas da família. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Neste tema, foram apresentadas de maneira sucinta as principais características da entrevista psicológica. Essa é uma 
técnica que representa uma parte muito importante no trabalho do psicólogo. É por intermédio da entrevista que se torna 
possível compreender a estrutura psíquica do indivíduo que procura o serviço de um(a) psicólogo(a), compreender sua 
demanda e vislumbrar um meio de como intervir terapeuticamente, encaminhá-lo ou, se necessário for, orientá-lo. O 
entrevistador que está coletando informações que implicam em relações profissionais precisa garantir o uso adequado, 
ético e sigiloso do paciente ou cliente, seguindo regras para melhor respeitar a individualidade do cliente e seu foro 
íntimo. Além disso, pode-se observar que a relação entre entrevistador e entrevistado é completamente assimétrica, 
pois este fornece informações pessoais. Por isso, há necessidade de consciência por parte do profissional, 
estabelecendo uma relação de respeito às emoções, queixas e privacidade. Portanto, é primordial que a(o) profissional 
que conduz a entrevista tenha em mente seu lugar de influência sobre o outro, uma vez que, não raramente, o indivíduo 
que procura o serviço de um psicólogo encontra-se em uma posição de relativa fragilidade. Logo, a(o) profissional de 
Psicologia deve lidar com a entrevista como um constante processo de aprendizagem teórico-prática e, acima de tudo, 
ética. 
 
	INTRODUÇÃO
	MÓDULO 1
	A ENTREVISTA PSICOLÓGICA
	“Em psicologia, a entrevista clínica é um conjunto de técnicas de investigação, de tempo delimitado, dirigido por um entrevistador treinado, que utiliza conhecimentos psicológicos, em uma relação profissional, com o objetivo de descrever e avaliar asp...
	“(...) Comunicação entre duas pessoas. E ainda, a expressão da entrevista psicológica é efetuada pelos psicólogos no exercício de suas atividades. Estes levam em conta, por certo, regras e fatores psicológicos observados anteriormente, mas o objetivo ...
	DEFINIÇÃO E CARACTERÍSTICAS DA ENTREVISTA PSICOLÓGICA
	ATENÇÃO
	ORIGENS DA ENTREVISTA PSICOLÓGICA
	ATENÇÃO
	DICA
	MÓDULO 2
	ENTREVISTA PSICOLÓGICA NAS DIFERENTES ABORDAGENS
	Modelo de entrevista psicanalítica
	SAIBA MAIS
	Modelo de entrevista de base humanista de Carl Rogers
	ENTREVISTA NÃO DIRETIVA
	ACEITAÇÃO DO DISCURSO
	COMPREENSÃO EMPÁTICA
	RELAÇÃO TERAPÊUTICA CONSTRUTIVA
	MODELO DE ENTREVISTA DE BASE SISTÊMICA
	ATENÇÃO
	MODELO DE ENTREVISTA DE BASE COGNITIVO-COMPORTAMENTAL
	DICA
	PAPEL DO ENTREVISTADOR E TÉCNICAS DA ENTREVISTA PSICOLÓGICA
	OBSERVAÇÃO HIPÓTESE VERIFICAÇÃO
	EXEMPLO
	A entrevista em si não é uma prática simples e que deva ser desenvolvida sem uma prévia qualificação do profissional. Para tanto, Scheeffer (1969) propõe alguns cuidados para serem atentados a quem está iniciando seus estudos e sua prática:
	1- O entrevistador de forma alguma deve completar as frases do entrevistado. Mesmo que ele tenha alguma questão que demande maior tempo de reflexão, é necessário permitir que o sujeito não deixe de alimentar a sensação de liberdade e segurança que tan...
	2- É importante cuidar para que a entrevista não se transforme em uma discussão coloquial. O entrevistador está em uma posição destacada de influência e, até certo ponto, de poder em relação ao entrevistado. Isso tem uma relevância, porque traz percep...
	3- Evite o controle das pausas silenciosas. Mesmo que isso possa parecer algo incômodo e inadequado, é possível que o entrevistado esteja elaborando alguma experiência ou pensamento e é importante dar o tempo que ele precisa. Caso o tempo se estenda a...
	4- A atitude do entrevistador deve tender à aceitação completa das experiências trazidas pelo entrevistado. Ou seja, a escuta deve ir na contramão do julgamento de valor e da discussão acerca de pontos de vista. O entrevistado deve ter a sensação de q...
	5- É recomendado o uso de expressões mais generalistas no lugar do pronome de primeira pessoa, isto é, “você disse que...”, “parece que...”, “o que foi dito leva a crer...”.
	6- O tempo de entrevista deverá ser previamente acordado e, caso necessário, será marcado outro encontro. Alguns psicólogos destinam um tempo maior para a primeira sessão, para dar mais liberdade ao entrevistado, o que, de qualquer forma, não signific...
	7- Para não se encerrar a sessão de forma abrupta, é apropriado que se faça um resumo da sessão, abordando em tópicos os pontos principais trazidos pelo entrevistado. Isso é interessante, porque ajuda o entrevistador a fixar aquelas informações, demon...
	TÉCNICAS PARA ATENDIMENTO REMOTO
	ATENÇÃO
	TÉCNICAS DE QUESTIONAMENTO SOCRÁTICO
	TÉCNICAS DE ENTREVISTA MOTIVACIONAL
	MÓDULO 3
	CLASSIFICAÇÃO E TIPOS DE ENTREVISTA PSICOLÓGICA
	As entrevistas psicológicas podem ser classificadas quanto ao modelo e quanto aos objetivos. Quanto ao modelo, Serafini (2016) afirma que as entrevistas podem ser classificadas como: de livre estruturação, semiestruturada e estruturada.
	CLASSIFICAÇÃO E TIPOS DAS ENTREVISTAS PSICOLÓGICAS
	Nem um pouco Só um pouco Bastante Demais
	DIVERSOS CONTEXTOS DA ENTREVISTA PSICOLÓGICA
	ENTREVISTA PSICOLÓGICA NO CONTEXTO HOSPITALAR
	ENTREVISTA PSICOLÓGICA NO CONTEXTO ORGANIZACIONAL
	ENTREVISTA PSICOLÓGICA NO CONTEXTO ESCOLAR
	ATENÇÃO
	CONSIDERAÇÕES FINAIS

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