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EXCELENTÍSSIMO SENHOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA VARA XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX DA COMARCA DE XXXXXXX - XX XXXXXXXXX, neste ato representado por seus advogados infra-assinados q, com procuração anexa, endereço profissional à Rua do xxxxxxx, xx, xxxx, na cidade de xxxxxxx – xx, vêm, perante Vossa Excelência, mui respeitosamente, propor a presente AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE COM PEDIDO DE LIMINAR Em face de XXXXXX XXXXXXXX XXXXXXXXXX pelas razões de fato e de direito a seguir aduzidas. PRELIMINARMENTE I.I - DA JUSTIÇA GRATUITA Em conformidade com o Art. 98 do Código de Processo Civil, a pessoa natural com insuficiência de recursos para arcar com custas judiciais e honorários de advogado tem direito à gratuidade de justiça, conforme segue: Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na forma da lei. No mesmo sentido tem se posicionado a jurisprudência pátria, conforme recente julgado colacionado abaixo: EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE - GRATUIDADE DE JUSTIÇA - PESSOA FÍSICA - ART. 5º, INCISO LXXIV DA CF/88 - INSUFICIÊNCIA DE RECURSOS - NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO. 1- A Constituição Federal, em seu art. 5º, inciso LXXIV, garante a assistência jurídica integral e gratuita àqueles que comprovarem insuficiência de recursos, de modo que a exigência de comprovação da insuficiência de recursos, além de harmonizar-se à Constituição Federal evita o desvirtuamento do instituto, em evidente prejuízo ao erário. 2- Comprovada a hipossuficiência financeira, o deferimento do benefício é medida imperativa. (TJ-MG - AI: 10000190530394001 MG, Relator: Claret de Moraes, Data de Julgamento: 29/10/2019, Data de Publicação: 08/11/2019) Em face do que foi anteriormente relatado, faz-se relevante respaldar o pedido nos diplomas legais, sendo os mesmos, a Constituição Federal, que em seu artigo 5º, inciso LXXIV, garante o acesso à justiça gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos. Assim, considerando que o Autor não possui condições de arcar com as despesas da presente ação sem o prejuízo do seu próprio sustento e de sua família, requer o deferimento do benefício da gratuidade de justiça. 1. DOS FATOS O autor é proprietário do terreno localizado à XXXXXXXXXXXX, terra esta que adquiriu por meio de contrato de compra e venda diretamente há cerca de x (xxxx) anos, em anexo, tendo nela se estabelecido, investindo em melhorias como cercas, limpeza do terreno, plantações, tendo uma residência no local, com mobiliário e demais utensílios. Ocorre que no dia xx/xx/xxxx um grupo de cerca de xxxx homens armados de identidade desconhecida chegaram ao local onde o Autor tem terreno e de maneira agressiva informaram que iriam desocupar o local pois os mesmos tinham “direito” em fazê-lo. Ameaçaram os moradores da localidade com armas, derrubaram cercas, destruíram e saquearam as propriedades, incluindo a do Autor. Portanto, diante do iminente risco de perda de sua terra, por direito, o Autor recorre perante o judiciário para reaver o seu direito à posse do referido terreno. DO DIREITO O Código Civil garante ao possuidor o direito de restituição de bem que lhe seja esbulhado: “(...) Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho (...)”. O Código de Processo Civil em seu art. 560 também disciplina o direito do possuidor a ser reintegrado de sua posse em caso de esbulho, incumbindo ao autor da ação de reintegração de posse, qual seja, aquele que sofreu o esbulho, provar: “Art. 561 (...) I – a sua posse; II – a turbação ou o esbulho praticado pelo réu; III – a data da turbação ou do esbulho; IV – a continuação da posse, embora turbada, na ação de manutenção, ou a perda da posse, na ação de reintegração (...)” A posse do imóvel acerca do qual se funda a presente ação está devidamente comprovada pela certidão de compra e venda em anexo, atestando a posse do imóvel em nome do autor da presente ação, documento que, segundo a jurisprudência, é bastante para tal finalidade: APELAÇÃO CÍVEL - EMBARGOS DE TERCEIRO - POSSE FUNDADA EM CONTRATO DE COMPRA E VENDA NÃO REGISTRADO - POSSIBILIDADE - EXTINÇÃO DO FEITO - VIOLAÇÃO AO DEVIDO PROCESSO LEGAL. É cabível a apresentação de embargos de terceiro com base em compromisso de compra e venda, ainda que não registrado, nos termos da Súmula n. 84 do STJ. Sendo o contrato de compra e venda um início de prova da posse, não poderiam os embargos ser extintos liminarmente sem que antes se desse à parte embargada oportunidade para produzir outras provas que demonstrassem a existência da sua posse efetiva, sob pena de violação ao devido processo legal. O reconhecimento de cerceamento de defesa por inobservância ao procedimento legal é matéria de ordem pública, cuja nulidade deve ser reconhecida e declarada até mesmo de ofício, em qualquer fase do processo, por se tratar de nulidade absoluta. (TJ-MG - AC: 10035081407765002 Araguari, Relator: Valdez Leite Machado, Data de Julgamento: 11/03/2010, Câmaras Cíveis Isoladas / 14ª CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 11/05/2010) O Código de Processo Civil em seu capítulo V, Seção II, dispõe sobre as ações possessórias e trata da reintegração de posse e que tal reintegração ocorre quando há esbulho. Vejamos o que diz o artigo 926 e 927 do CPC, in verbis: Art. 926. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação e reintegrado no de esbulho; [...] Art. 927 Incube ao ator provar: I – a sua posse; II – a turbação ou o esbulho praticado pelo réu; III – a data da turbação ou do esbulho; IV – a continuação da posse, embora turbada, na ação de manutenção; a perda da posse na ação de reintegração. O esbulho praticado pelo réu restou materializado a partir do momento em que estes invadiram, armados, ameaçaram os moradores do local, vandalizaram e saquearam as propriedades, destruindo cercas, casas e plantações.
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