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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ ª VARA CÍVEL DA COMARCA DO RIO DE JANEIRO/RJ PAULO CASTRO, brasileiro, estado civil, profissional, portador do RG nº xxx, inscrito no CPF nº. xxx, (endereço eletrônico), residente e domiciliado no (endereço completo com CEP), por seu advogado que ao final subescreve, procuração anexa, com escritório estabelecido no (endereço completo), onde receberá as intimações, vem, respeitosamente, perante V. Exa., com fulcro nos art. 560 e ssss. c/c art. 924 e art. 1210 do Código Civil, a presente propor a presente AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE COM PEDIDO DE LIMINAR Em face de SÍLVIA BRANDÃO, brasileira, estado civil, profissional, portador do RG nº xxx, inscrito no CPF nº. xxx, (endereço eletrônico), residente e domiciliada no (endereço completo com CEP), pelos motivos abaixo: 1. DOS FATOS O autor e a Ré iniciaram união estável em janeiro de 2007 e, durante o período de convivência não foi antecedido de qualquer convenção sobre o regime de bens dos companheiros, vindo a separar-se dezembro de 2014. Durante a convivência de união estável o casal residiu em imóvel adquirido pelo autor, mediante pagamento integral do preço, no ano de 1997, conforme comprova-se com documentação anexa. Acontece que, como não havia sido adquirido quaisquer bens durante o período da convivência e a Ré, ao tempo da separação, encontrava- se desempregada, o autor anuiu à sua permanência no imóvel retirando-se do imóvel passando a morar em outro, tomado por ele em locação. Contudo, passados mais de dois anos do fim da união estável, o autor promoveu a notificação extrajudicial à Ré, exigindo-lhe amigavelmente a desocupação, no prazo de quinze dias. Ressalta-se que a notificação supracitada foi efetivamente recebida pela Ré bem como o prazo concedido no documento já se expirou, sem que a requerente tenha deixado o imóvel, restando, portanto, a via judicial para o mantimento da posse que teve injustamente privada. 2. DO DIREITO Sabe-se que a Ação de reintegração de posse é um tipo de ação possessória e que deve ser manejada quando ocorrer o esbulho. Nas palavras de Maria Helena Diniz (2015, p.104): “A ação de reintegração de posse é a movida pelo esbulhado, a fim de recuperar posse perdida em razão da violência, clandestinidade, ou precariedade e ainda pleitear indenização por perdas e danos”. (grifou-se) Luís Guilherme Marinoni e Daniel Mitidieiro caracterizam a posse (2013, p. 865): [...] A posse exterioriza-se pelo exercício do poder sobre a coisa. Porém a visibilidade de que a pessoa está em contato com a coisa não é suficiente para caracterizar a situação jurídica do possuidor. A qualificação de um fato como posse depende da investigação da sua origem e do título em que se diz fundada. Verificando-se a origem, é possível distinguir possuidor do detentor. Quem cultiva uma área, mas na qualidade de empregado não merece tutela possessória. (grifou-se) Neste sentido, o Código Civil garante ao possuidor o direito de restituição de bem que lhe seja esbulhado, in verbis: “Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho O mesmo diploma legal também disciplinou o direito do possuidor a ser reintegrado de sua posse, em caso de esbulho, incumbindo a este provar: “Art. 561. Incumbe ao autor provar: I – a sua posse; Ou seja Exa., a posse do autor sobre o imóvel objeto da presente demanda é devidamente comprovada pela certidão do cartório, expedida pelo cartório de registro de imóveis do Rio de Janeiro/RJ (em anexo). Segundo a jurisprudência, o registro do imóvel por si só, comprova a propriedade do bem: “(...) IMÓVEL. PROPRIEDADE. REGISTRO (...) A propriedade de bem imóvel se dá através da certidão do cartório de registro de imóveis do respectivo imóvel” (TJMG, proc. 1.0024.10.184017, Rel. Des. Antônio Bispo, DJ de 07/07/2014). (grifou-se) É também entendimento do Código Civil que: https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1035419/código-civil-lei-10406-02 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10654625/artigo-1210-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002 art. 1.196 Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade. Comprovadamente o autor é proprietário do imóvel porém, por situação excepcional em que se encontrava a Ré – separando e desempregada, permitiu que ela permanecesse no imóvel até que conseguisse estabelecer-se. Ora Exa. já passaram-se 02(dois) anos desde que houve esta separação, tempo suficiente para que a Ré se reestabelecesse financeiramente e, durante este período, o autor vem arcando com aluguel do imóvel em que reside, o que já não pode mais permanecer. No entendimento de Maria Helena Diniz (2015, p. 950) esbulho é: [...] O ato pelo qual o possuidor se vê despojado da posse injustamente, por violência ou precariedade. Por exemplo, estranho que invade casa deixada por inquilino, comodatário que não devolve a coisa emprestada findo o contrato (...) o possuidor poderá então intentar ação de reintegração de posse. Para Venosa (2015, p. 146), “o esbulho existe quando o possuidor fica injustamente privado da posse. Não é necessário que o desapossamento decorra de violência. Nesse caso, o possuidor está totalmente despojado do poder de exercício de fato sobre a coisa”. (grifou-se) O esbulho praticado pela ré restou consubstanciado pela negativa de cumprimento de notificação extrajudicial, tentativa amigável do autor na resolução da presente demanda, restando este injustamente privado de sua posse. Importante asseverar, de início, que a ação de reintegração de posse limita-se à apuração da melhor posse, não implicando, dessa forma, qualquer consideração acerca do domínio, cuja via processual adequada é a petitória. (REsp 1025921/RO, Rel. Ministro MASSAMI UYEDA, TERCEIRA TURMA, julgado em 15/04/2010, DJe 27/04/2010). Nessa ordem de ideias, estabelece o art. 1.210 do Código de Processo Civil, competir ao autor da ação possessória a comprovação dos seguintes requisitos: a posse; a turbação ou esbulho pela parte ré; a data da turbação ou do esbulho e a perda da posse. Essa a lição de Arnaldo Rizzardo: A proteção no caso de esbulho vem garantida nos dispositivos antes citados art. 926 do Código de Processo Civil e art. 1.210 do Código Civil (art. 499 do Código Civil revogado) (...) Três pressupostos sobressaem: a) deverá o possuidor esbulhado ter exercido uma posse anterior; b) a ocorrência de esbulho da posse que alguém provoca; c) a perda da posse em razão do esbulho. Pratica esbulho quem priva outrem da posse, de modo violento ou clandestino, ou com abuso de confiança. E para conseguir a reintegração, exige-se que o autor prove os seguintes requisitos: a) a prova da posse que exerceu sobre a coisa; b) a existência de esbulho; c) a perda da posse; d) a data em que ocorreu o esbulho, a fim de postular a reintegração liminar, data em que deve ser de menos de ano e dia.” (Direito das coisas . 3. ed. Forense: Rio de Janeiro, 2007, p. 105) (grifou-se) Comprovada portanto o cumprimento, por parte do autor, dos requisitos dispostos no art. 1.210 do Código de Processo Civil, para promoção da presente em busca do seu direito de posse do objeto desta injustamente privado. 3. DA TUTELA DE URGÊNCIA Ao tratar da manutenção e da reintegração de posse, dispõe a lei processual: Art. 562. Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a expedição do mandado liminar de manutenção ou de reintegração, caso contrário, determinará que o autor justifique previamente o alegado, citando-se o réu para comparecer à audiência que for designada. Máxima vênia, entende-se que o deferimento de medida liminar de natureza possessória, nos termos dos artigos 554 e seguintes do CPC, fica à deriva da comprovação do implemento dosrequisitos do artigo 561 do referido Diploma Legal, independentemente de restarem configuradas as condições do artigo 300 do NCPC. A jurisprudência é pacifica, nesse sentido, vejamos; “AGRAVO DE INSTRUMENTO. POSSE (BENS IMÓVEIS). AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE. LIMINAR. Presentes os requisitos do artigo 927 do Código de Processo Civil, mantém-se a decisão que deferiu pedido liminar de reintegração de posse. RECURSO DESPROVIDO. UNÂNIME. (Agravo de Instrumento Nº 70040290744, Décima Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Liege Puricelli Pires, Julgado em 17/02/2011)” “POSSESSÓRIA. LIMINAR. Liminar em ação de reintegração de posse. Concessão. Incontroversa a posse anterior e o esbulho recentemente praticado. Art. 927, do CPC. Relação de contrato verbal entre as partes. Livre exame da prova pelo Juiz. Seguimento negado ao agravo. (Agravo de Instrumento Nº 70041160755, Décima Nona Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Carlos Rafael dos Santos Júnior, Julgado em 10/02/2011)”. Reintegração de posse. Esbulho. Posse precária. Liminar. 1 Para ser reintegrado, liminarmente, deve o autor comprovar, de plano, que sofreu esbulho. 2Tratando-se de ocupação precária, decorrente de contrato que está sendo discutido judicialmente, e tendo a posse sido tomada por quem de fato é a proprietária do imóvel, não se defere liminar de reintegração de posse. 3 - Agravo não provido. (TJ- DF - AGI: 20140020239337 DF 0024108-39.2014.8.07.0000, Relator: JAIR SOARES, Data de Julgamento: 19/11/2014, 6ª Turma Cível, Data de Publicação: Publicado no DJE : 25/11/2014 . Pág.: 316). (grifou-se) Portanto, resta demonstrado o cumprimento dos requisitos dispostos no Art. 560 e seguintes do CPC bem como a ausência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor, podendo esse MM juízo http://www.jusbrasil.com.br/topicos/28891420/artigo-554-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/28891386/artigo-561-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/28894057/artigo-300-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/28888528/artigo-927-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/28891388/artigo-560-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015 expedir mandado de reintegração de posse na fração a qual o Autor sofreu esbulho com a não devolução do imóvel. 4. DOS PEDIDOS Ante o exposto, requer: a) Seja, LIMINARMENTE, reintegrada na posse do imóvel, com ou sem audiência de justificação, expedindo-se o competente mandado, autorizando, ademais, o uso de força policial, se necessária, para a desocupação do imóvel; b) Determinar a CITAÇÃO da ré para, querendo, contestar o presente feito, no prazo legal, bem como, acompanhá-lo em todos os seus procedimentos até julgamento final, sob pena de, em assim não o fazendo, sofrer os efeitos da REVELIA; c) Seja condenado o réu, ainda, a arcar com as custas processuais e honorários advocatícios sucumbenciais, a serem arbitrados por V. Exa.; d) A decretação, por fim, da reintegração definitiva do imóvel à posse da autora. 5. DAS PROVAS Protesta provar o alegado por todos os meios admitidos em Direito, notadamente, depoimento pessoal do acionado, oitiva de testemunhas, juntada ulterior de documentos, bem como, quaisquer outras providências que Vossa Excelência julgue necessária à perfeita resolução do feito, ficando tudo de logo requerido. Dá-se à causa o valor de R$ xxx (xxxxx). Termos em que requer deferimento. Data, Local. Advogado OAB/RJ.
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