Buscar

bens, posse e propriedade

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 44 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 44 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 44 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

bens, posse e propriedade:
* Aquisição de propriedade imóvel (Acessões -
plantações e construções. * Usucapião. Registro
Público. Perda da * propriedade. Propriedade resolúvel e
* propriedade �duciária.
* Direitos de vizinhança.
* Condomínio geral. Condomínio edilício.
* Condomínio em lotes (Lei n. 13.465/2017).
Multipropriedade (Lei n. 13.777/2018)
* Direitos reais sobre coisas alheias de gozo ou fruição :
Superfície. Servidão. Usufruto. Uso. Habitação. Laje (Lei
n. 13.465/2017 e Decreto n. 9.310/2018).
* Direito real do promitente comprador do imóvel.
*Direitos reais de garantia: penhor, hipoteca e anticrese.
Estatuto da Cidade.
* Regularização Fundiária Urbana e Rural ((Lei n.
13.465/2017).
PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE DAS AÇÕES POSSESSÓRIAS
Art. 554. A propositura de uma ação possessória em vez
de outra não obstará a que o juiz conheça do pedido e
outorgue a proteção legal correspondente àquela cujos
pressupostos estejam provados.
§ 1º No caso de ação possessória em que �gure no polo
passivo grande número de pessoas, serão feitas a
citação pessoal dos ocupantes que forem encontrados
no local e a citação por edital dos demais,
determinando-se, ainda, a intimação do Ministério Público
e, se envolver pessoas em situação de hipossu�ciência
econômica, da Defensoria Pública.
§ 2º Para �m da citação pessoal prevista no § 1º, o o�cial
de justiça procurará os ocupantes no local por uma vez,
citando-se por edital os que não forem encontrados.
§ 3º O juiz deverá determinar que se dê ampla publicidade
da existência da ação prevista no § 1º e dos respectivos
prazos processuais, podendo, para tanto, valer-se de
anúncios em jornal ou rádio locais, da publicação de
cartazes na região do con�ito e de outros meios.
Justi�cativa – Por diversas vezes o autor promove ação
em razão de determinada conduta do réu e esta vem a
ser modi�cada no curso do processo.
PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE
Qual foi erro do advogado no caso hipotético? Foi
desistir das ações, ajuizar outras. Nada disso era
necessário, pois, pela fungibilidade das ações
possessórias, se demonstrado que uma ação foi ajuizada
e a circunstância da posse foi alterada, o juiz poderá na
mesma ação dar a proteção possessória correspondente
a necessidade do autor, independentemente da variação,
que é muito fácil de acontecer.
O processo nos con�itos possessórios coletivos
o § 1º do artigo 554 do novo CPC estatui que nas ações
possessórias em que �gure no polo passivo grande
número de pessoas, será determinada a intimação da
Defensoria Pública se estiverem envolvidas pessoas em
situação de hipossu�ciência econômica.
Os ocupantes que forem encontrados no local serão
citados pessoalmente, cabendo a citação dos demais por
edital.
Polo ativo X Polo passivo
Polo ativo e passivo são os dois lados de um processo:
Polo ativo é quem entra com o processo (o autor, o
requerente, o exequente). É quem pede algo. Bene�ciário
principal.
Polo passivo é aquele contra o qual se abre um processo
(o réu, o requerido, o executado, dependendo do tipo da
ação). É de quem se requer alguma coisa. É o devedor da
prestação principal.
Resolução nº 85, do Conselho Superior da Defensoria
Pública da União considera hipossu�cientes: famílias c
até 5 membros e renda bruta mensal de 3 salários
mínimos. / famílias c 6 ou mais membros c renda bruta
mensal de 4 salários mínimos.
diferença entre citação e intimação:
citação: ato pelo o qual são convocados o réu, o
executado ou o interessado p integrar a relação
processual. (art. 238 CPC)
intimação: ato pelo o qual se dá ciência a alguém dos
atos e dos termos do processo (art. 269 CPC) tem
objetivo de convocar a parte a fazer ou abster-se de
fazer alguma coisa.
DEFENSORIA PÚBLICA
Todos os brasileiros possuem o direito constitucional da
defesa, por isso a existência das defensorias públicas,
cuja função é atender àqueles que não possuem
condições �nanceiras de pagar os honorários de um
advogado. O serviço é oferecido gratuitamente à
população carente tanto na esfera federal quanto na
estadual.
Cabem aos defensores públicos orientar os cidadãos e
defender seus interesses e direitos. Um dos principais
trabalhos desenvolvidos pelos defensores é a
conciliação entre as partes. Em alguns casos, o
aconselhamento já tira as dúvidas do cidadão e a ação
não acontece.
A Defensoria Pública da União atua na Justiça Federal,
Justiça do Trabalho, Justiça Eleitoral , nos Tribunais
Superiores, e instâncias administrativas da União. Já as
Defensorias Estaduais atuam nos tribunais de justiça.
CUMULAÇÃO DOS PEDIDOS
Art. 555. É lícito ao autor cumular ao pedido possessório
o de:
I - condenação em perdas e danos;
II - indenização dos frutos.
Parágrafo único. Pode o autor requerer, ainda, imposição
de medida necessária e adequada para:
I - evitar nova turbação ou esbulho;
II - cumprir-se a tutela provisória ou �nal.
Desfazimento de plantação ou construção.
CARÁTER DÚPLICE - RECONVENÇÃO NA CONTESTAÇÃO
Art. 556. É lícito ao réu, na contestação, alegando que
foi o ofendido em sua posse, demandar a proteção
possessória e a indenização pelos prejuízos resultantes
da turbação ou do esbulho cometido pelo autor.
Totalmente dispensada a necessidade de reconvenção.
A contestação é o momento onde o réu (polo ativo) se
defende das alegações do autor (polo passivo) de um
processo.
Reconvenção - possibilita que o polo passivo de uma
demanda (ação), no momento da apresentação de sua
defesa, pleiteie a pretensão em face do autor da
demanda.
LIMINAR POSSESSÓRIA – Ação de força nova/ Ação de
força velha
Art. 558. Regem o procedimento de manutenção e de
reintegração de posse as normas da Seção II deste
Capítulo quando a ação for proposta dentro de ano e
dia da turbação ou do esbulho a�rmado na petição inicial.
Parágrafo único. Passado o prazo referido no caput ,
será comum o procedimento, não perdendo, contudo, o
caráter possessório.
Se o atentado à posse tiver dentro de ano e dia – ação
de força nova. Procedimento especial.
A decisão liminar é aquela proferida em caráter de
urgência, para garantir ou antecipar um direito que tem
perigo de ser perdido.
CAUÇÃO
Art. 559. Se o réu provar, em qualquer tempo, que o
autor provisoriamente mantido ou reintegrado na posse
carece de idoneidade �nanceira para, no caso de
sucumbência, responder por perdas e danos, o juiz
designar-lhe-á o prazo de 5 (cinco) dias para requerer
caução, real ou �dejussória, sob pena de ser depositada
a coisa litigiosa, ressalvada a impossibilidade da parte
economicamente hipossu�ciente.
Caução - Consiste em valor depositado como garantia
para o cumprimento de obrigação ou indenização de
possível dano. Pode ser real ou �dejussória. Real,
quando dada em garantia coisa móvel ou imóvel, e
�dejussória, quando a garantia dada é pessoal.
Sucumbência - Estabelece que a parte que perdeu a ação
efetue o pagamento das custas processuais e honorários
advocatícios da parte vencedora.
Da Manutenção e da Reintegração de Posse
Manutenção e Reintegração de Posse - Arts. 560 a 566
do NCPC
Interdito Proibitório –Arts. 567 e 568 do CPC.
Seção II
Da Manutenção e da Reintegração de Posse
Art. 561. Incumbe ao autor provar:
I - a sua posse;
II - a turbação ou o esbulho praticado pelo réu;
III - a data da turbação ou do esbulho;
IV - a continuação da posse, embora turbada, na ação de
manutenção, ou a perda da posse, na ação de
reintegração.
Seção III
Do Interdito Proibitório
Art. 567. O possuidor direto ou indireto que tenha justo
receio de ser molestado na posse poderá requerer ao
juiz que o segure da turbação ou esbulho iminente,
mediante mandado proibitório em que se comine ao réu
determinada pena pecuniária caso transgrida o preceito.
Art. 568. Aplica-se ao interdito proibitório o disposto na
Seção II deste Capítulo.
COMPETÊNCIA PARA PROCESSAR E JULGAR A AÇÃO
POSSESSÓRIA
Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre
imóveis é competente o foro de situação da coisa.
§ 1o O autor pode optar pelo foro de domicílio do réu ou
pelo foro de eleição se o litígio não recair sobre direito
de propriedade, vizinhança, servidão,divisão e
demarcação de terras e de nunciação de obra nova.
§ 2o A ação possessória imobiliária será proposta no foro
de situação da coisa, cujo juízo tem competência
absoluta. (NCPC)
LEGÍTIMA DEFESA DA POSSE E DESFORÇO IMEDIATO
LEGÍTIMA DEFESA DA POSSE (TURBAÇÃO/AMEAÇA) E
DESFORÇO IMEDIATO (ESBULHO) = AUTOTUTELA/
AUTODEFESA/DEFESA DIRETA. Art. 1.210, §1º
Art. 187??? Parâmetros para a consideração de ato
abusivo.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um
direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os
limites impostos pelo seu �m econômico ou social, pela
boa-fé ou pelos bons costumes.
É defeso ao proprietário que não deu função social ao
seu imóvel em razão do estado de abandono ou de mínima
exploração se valer da autotutela (Marcos Aurélio
Bezerra de Me�o).
EFEITOS MATERIAIS DA POSSE
PERCEPÇÃO DOS FRUTOS (arts. 1.214, 1.215 e 1.216)
INDENIZAÇÃO E RETENÇÃO DAS BENFEITORIAS (arts.
1.219, 1.220 e 1.221)
RESPONSABILIDADES (arts. 1.217 e 1.218)
USUCAPIÃO - doutrina
PERCEPÇÃO DOS FRUTOS
Frutos são as utilidades econômicas que a coisa
periodicamente produz, sem alteração ou perda de seu
substância
Produtos não produz e reproduz.
Naturais – provenientes diretamente da coisa. Renova-se
periodicamente pela força da natureza.
Arti�ciais – atuação do trabalho humano.
Civis – rendas periódicas provenientes da concessão do
uso e gozo de uma coisa frutífera por outrem.
Percebidos – já foram separados da coisa. . Colhidos na
constância da boa-fé.
Pendentes – aderem a coisa e não podem ser colhidos.
Colhidos com antecipação – percebidos prematuramente.
Percipiendos – deviam ou podiam ter sido colhidos , mas
não o foram.
Estantes – foram colhidos e estão armazenados.
Consumidos – colhidos e consumidos
RESPONSABILIDADES - Arts. 1.217 e 1.218
Dever de indenizar
A responsabilidade de possuidor de boa-fé , depende da
comprovação da culpa (subjetiva). Somente responde por
dolo ou culpa.
A responsabilidade de possuidor de má-fé – objetiva.
Responde ainda que por fato acidental.
Suponhamos que Berenice se apossou do cachorro do
vizinho, que veio a morrer. Se a morte tiver sido causada,
por exemplo, pela �lha pequena de Berenice, que deu
veneno ao animal, Berenice será responsável, vez que a
morte somente ocorreu porque o cão estava em sua
posse. Se , por outro lado, a morte tiver sido causada
por uma doença incurável que o cachorro já tinha ao
tempo do esbulho, Berenice �cará isenta de
responsabilidade, provando o fato.
INDENIZAÇÃO E RETENÇÃO DAS BENFEITORIAS
Art. 96 do CC
Benfeitorias necessárias – conservação e salvação do
bem
Benfeitorias úteis – ampliam ou facilitam o uso ou gozo
do bem
Benfeitorias voluptuárias – destinadas ao deleite ou
recreio
INDENIZAÇÃO E RETENÇÃO DAS BENFEITORIAS
A indenização pelas benfeitorias, em qualquer caso, só é
devida se elas ainda existirem na época da perda da
posse.
É possível a compensação do valor das benfeitorias com
o de danos causados ao bem pelo antigo possuidor.
Se a benfeitoria necessária está tão velha que precisa
ser refeita, o possuidor não poderá pleitear qualquer
ressarcimento, mesmo sendo a posse de boa-fé.
POSSIBILIDADE DE OUTRAS AÇÕES
AÇÃO DE NUNCIAÇÃO DE OBRA NOVA OU EMBARGO DE
OBRA NOVA (posse ou propriedade).
AÇÃO DE DANO INFECTO (caução por eventuais danos
futuros). Posse ou propriedade.
EMBARGOS DE TERCEIRO (turbado ou esbulhado por atos
de apreensão judicial). Posse ou propriedade.– Arts. 674
a 681 NCPC
AÇÃO DE IMISSÃO DE POSSE (título de propriedade sem
posse). Art. 538, 625, 806, 877, 880, 901,903, do NCPC
Ação de Nunciação de Posse
Destinada à pessoa (proprietário ou possuidor) que está
sendo prejudicada e tem a intenção de impedir a
continuação de obras no terreno vizinho que estivessem
em desacordo com os regulamentos civis e
administrativos.
Prédio vizinho ± prédio contíguo, confrontante ou
limítrofe = prédios próximos desde que atingidos pela
lesividade da obra.
Impedir que o prejuízo se consuma pela ultimação da
obra.
Procedimento comum
O critério que deverá orientar a distinção entre uma
“obra acabada” e outra a que falte ainda algum trabalho
de conclusão, de modo a permitir o embargo, será o de
investigar se a obra, no estado em que se encontra, seria
perfeitamente utilizável para o �m a que se destina, ou se
os trabalhos por realizar deixam-na ainda imprópria para
seu uso normal. Ovídio A. Baptista da Silva,
AÇÃO DE DANO INFECTO
Quem tiver justo receio de sofrer dano em seu imóvel em
decorrência de ruína em prédio ou obras vizinhas pode
pedir que o proprietário responsável preste caução, para
garantir eventual indenização, se ocorrer dano.
Proprietário ou possuidor.
Se já ocorreram danos, a caução pode ser pedida
incidentalmente em pedido cominatório, tendo em vista
outros danos que possam ainda vir a ocorrer.
Procedimento comum.
Rara – na prática nunciação de obra nova ou
demolitória.
EMBARGOS DE TERCEIRO
Sempre decorrentes de outro processo judicial.
Possuidor ou proprietário.
Turbado ou esbulhado por atos de apreensão.
Efetivamente, os embargos de terceiro representam a
própria ação de manutenção, ou reintegração de posse,
que, por necessidade de ordem prática, adota forma
processual diversa. (Washington de Barros Monteiro).
AÇÃO DE IMISSÃO DE POSSE
Ação fundada em título de propriedade, sem que o
interessado tenha tido posse.
Procedimento comum.
Proprietário que arrematou o bem em leilão (hasta
pública) e quer adentrar no imóvel.
Art. 806. O devedor de obrigação de entrega de coisa
certa, constante de título executivo extrajudicial, será
citado para, em 15 (quinze) dias, satisfazer a obrigação.
§ 1.º Ao despachar a inicial, o juiz poderá �xar multa por
dia de atraso no cumprimento da obrigação, �cando o
respectivo valor sujeito a alteração, caso se revele
insu�ciente ou excessivo.
§ 2.º Do mandado de citação constará ordem para imissão
na posse ou busca e apreensão, conforme se tratar de
bem imóvel ou móvel, cujo cumprimento se dará de
imediato, se o executado não satis�zer a obrigação no
prazo que lhe foi designado.
MODOS DE AQUISIÇÃO DA POSSE
Art. 1.204. Adquire-se a posse desde o momento em que
se torna possível o exercício, em nome próprio, de
qualquer dos poderes inerentes à propriedade.
Originária – aquisição sem relação jurídica anterior
(posse natural).
Derivada – relação jurídica precedente.(posse civil).
Intermediação pessoal
.Apreensão da coisa – quando a coisa não tem dono (res
nu�ius) ou abandonada (res derelicta).
Tradição - real, simbólica e �cta
CONSTITUTO POSSESSÓRIO (Cláusula Constituti)
O possuidor que possuía em nome próprio, passa , por
força da manifestação de vontade, a possuir em nome
alheio.
Proprietário que vende o imóvel e nele permanece como
locatário.
TRADIO BREVI MANU – possuidor possuía em nome alheio e
passa a possuir em nome próprio.
Locatário que compra o imóvel, passando a ser
proprietário.
Enunciado n. 77 - 77. Art. 1.205: A posse das coisas
móveis e imóveis também pode ser transmitida pelo
constituto possessório.
AQUISIÇÃO DA POSSE
Quem pode adquirir a posse????
Art. 1.205. A posse pode ser adquirida:
I - pela própria pessoa que a pretende ou por seu
representante;
II - por terceiro sem mandato, dependendo de rati�cação.
Art. 1.206. A posse transmite-se aos herdeiros ou
legatários do possuidor com os mesmos caracteres.
Princípio da continuidade do caráter da posse.
Presunção relativa.
Art. 1.203. Salvo prova em contrário, entende-se manter
a posse o mesmo caráter com que foi adquirida.
Art. 1.207. O sucessor universal continua de direito a
posse do seu antecessor; e ao sucessor singular é
facultado unir sua posse à do antecessor, para os
efeitos legais.
Sucessão universal ( nos casos de herança legítima -
continuidade). Sucessão singular (nos casos de compra
e venda/doação –união de posses - acessão).
O que distingue a sucessão da união é o modo de
transmissão da posse, sendo a título universal, há
sucessão, sendo a título singular, há união.
Art. 1.209. A posse do imóvel faz presumir, até prova
contrária, a das coisas móveis que nele estiverem.
Princípio geral– o acessório segue o principal.
PERDA DA POSSE
Art. 1.223. Perde-se a posse quando cessa, embora
contra a vontade do possuidor, o poder sobre o bem, ao
qual se refere o art. 1.196.
Art. 1.224. Só se considera perdida a posse para quem
não presenciou o esbulho, quando, tendo notícia dele, se
abstém de retornar a coisa, ou, tentando recuperá-la, é
violentamente repelido.
*Abandono
*Tradição
*Perda ou destruição
*Coisa colocada fora do comércio
*Pela posse de outrem
*Constituto possessório
aula 6
EFEITOS MATERIAIS DA POSSE:
PERCEPÇÃO DOS FRUTOS (arts. 1.214, 1.215 e 1.216)
INDENIZAÇÃO E RETENÇÃO DAS BENFEITORIAS (arts.
1.219, 1.220 e 1.221)
RESPONSABILIDADES (arts. 1.217 e 1.218)
USUCAPIÃO - doutrina
PERCEPÇÃO DOS FRUTOS
Frutos são as utilidades econômicas que a coisa
periodicamente produz, sem alteração ou perda de seu
substância. Bens acessórios. Saem do principal.
Produtos não produz e reproduz. Minerais que se
extraem das minas.
CLASSIFICAÇÃO QUANTO À ORIGEM
Naturais – provenientes diretamente da coisa. Renova-se
periodicamente pela força da natureza.
Arti�ciais – atuação do trabalho humano.
Civis – rendas periódicas provenientes da concessão do
uso e gozo de uma coisa frutífera por outrem.
Percebidos – já foram separados da coisa. . Colhidos na
constância da boa-fé.
Pendentes – aderem a coisa e não podem ser colhidos.
Colhidos com antecipação – percebidos prematuramente.
Percipiendos – deviam ou podiam ter sido colhidos , mas
não o foram.
Estantes – foram colhidos e estão armazenados.
Consumidos – colhidos e consumidos.
Art. 1.214. O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto
ela durar, aos frutos percebidos.
Parágrafo único. Os frutos pendentes ao tempo em que
cessar a boa-fé devem ser restituídos, depois de
deduzidas as despesas da produção e custeio; devem ser
também restituídos os frutos colhidos com antecipação.
Um locatário está em um imóvel urbano e, no fundo há
uma laranjeira. Enquanto vigente o contrato, o
locatário, possuidor de boa-fé amparado pelo justo
título, terá direito as laranjas colhidas (percebidas).
Se o contrato for extinto quando as laranjas estiverem
verdes (frutos pendentes), não poderão ser colhidas
(locador/proprietário). Se colhidas ainda verdes, devem
ser devolvidas (locador/proprietário).
Art. 1.215. Os frutos naturais e industriais reputam-se
colhidos e percebidos, logo que são separados; os civis
reputam-se percebidos dia por dia.
A laranja é tida como colhida quando separada da
laranjeira. Os juros são percebidos nos vencimentos.
responsabilidades:
Art. 1.217. O possuidor de boa-fé não responde pela
perda ou deterioração da coisa, a que não der causa.
A responsabilidade de possuidor de boa-fé , depende da
comprovação da culpa (subjetiva). Somente responde por
dolo (intenção de prejudicar, ação ou omissão
voluntária) ou culpa (desrespeito a um dever
preexistente, por imprudência, negligência ou imperícia).
Art. 1.218. O possuidor de má-fé responde pela perda, ou
deterioração da coisa, ainda que acidentais, salvo se
provar que de igual modo se teriam dado, estando ela na
posse do reivindicante.
A responsabilidade de possuidor de má-fé – objetiva
(independentemente de culpa), a não ser que prove que a
coisa ser perderia mesmo se estivesse com o
reivindicante.
Responde ainda que por fato acidental. Consagra a
responsabilidade do possuidor de má-fé mesmo por caso
fortuito ou força maior.
Suponhamos que Berenice se apossou do cachorro do
vizinho, que veio a morrer. Se a morte tiver sido causada,
por exemplo, pela �lha pequena de Berenice, que deu
veneno ao animal, Berenice será responsável, vez que a
morte somente ocorreu porque o cão estava em sua
posse. Se , por outro lado, a morte tiver sido causada
por uma doença incurável que o cachorro já tinha ao
tempo do esbulho, Berenice �cará isenta de
responsabilidade, provando o fato.
INDENIZAÇÃO E RETENÇÃO DAS BENFEITORIAS
Art. 96 do CC
Benfeitorias necessárias – conservação e salvação do
bem. Reforma do telhado de uma casa.
Benfeitorias úteis – ampliam ou facilitam o uso ou gozo
do bem. Instalação de uma grade na janela de uma casa.
Benfeitorias voluptuárias – destinadas ao deleite ou
recreio. Construção de uma piscina em uma casa.
Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à
indenização das benfeitorias necessárias e úteis, bem
como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a
levantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e
poderá exercer o direito de retenção pelo valor das
benfeitorias necessárias e úteis.
O comodatário, vigente um empréstimo de um imóvel, terá
direito de indenização pela reforma do telhado e pela
grade da janela.
Locação – Arts. 35 e 36 da Lei 8.241/1991.
Art. 1.220. Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas
somente as benfeitorias necessárias; não lhe assiste o
direito de retenção pela importância destas, nem o de
levantar as voluptuárias.
Invasor de um imóvel, percebendo que o telhado está em
péssimo estado de conservação, o que pode comprometer
a própria estrutura do imóvel, o troca.
A conduta de troca do telhado é movida pela boa-fé.
Art. 1.221. As benfeitorias compensam-se com os danos, e
só obrigam ao ressarcimento se ao tempo da evicção
ainda existirem.
Art. 1.222. O reivindicante, obrigado a indenizar as
benfeitorias ao possuidor de má-fé, tem o direito de
optar entre o seu valor atual e o seu custo; ao possuidor de boa-fé indenizará pelo valor atual.
A indenização pelas benfeitorias, em qualquer caso, só é devida se elas ainda existirem na época da perda da posse.
É possível a compensação do valor das benfeitorias com o de danos causados ao bem pelo antigo possuidor.
Se a benfeitoria necessária está tão velha que precisa ser refeita, o possuidor não poderá pleitear qualquer
ressarcimento, mesmo sendo a posse de boa-fé.
POSSIBILIDADE DE OUTRAS AÇÕES EM QUE A POSSE É DISCUTIDA
AÇÃO DE NUNCIAÇÃO DE OBRA NOVA OU EMBARGO DE
OBRA NOVA (posse ou propriedade).
Destinada à pessoa (proprietário ou possuidor) que está
sendo prejudicada e tem a intenção de impedir a
continuação de obras no terreno vizinho que estivessem
em desacordo com os regulamentos civis e
administrativos.
Prédio vizinho ± prédio contíguo, confrontante ou
limítrofe = prédios próximos desde que atingidos pela
lesividade da obra.
Impedir que o prejuízo se consuma pela ultimação da
obra.
Procedimento comum.
O critério que deverá orientar a distinção entre uma
“obra acabada” e outra a que falte ainda algum trabalho
de conclusão, de modo a permitir o embargo, será o de
investigar se a obra, no estado em que se encontra, seria
perfeitamente utilizável para o �m a que se destina, ou se
os trabalhos por realizar deixam-na ainda imprópria para
seu uso normal. Ovídio A. Baptista da Silva.
AÇÃO DE DANO INFECTO (caução por eventuais danos
futuros). Posse ou propriedade.
Quem tiver justo receio de sofrer dano em seu imóvel em
decorrência de ruína em prédio ou obras vizinhas pode
pedir que o proprietário responsável preste caução, para
garantir eventual indenização, se ocorrer dano.
Proprietário ou possuidor.
Se já ocorreram danos, a caução pode ser pedida
incidentalmente em pedido cominatório, tendo em vista
outros danos que possam ainda vir a ocorrer.
Procedimento comum.
Rara – na prática nunciação de obra nova ou
demolitória. (Muro ou parede que ameaça cair em
construção vizinha; In�ltrações decorrentes de
apartamento do andar superior.)
EMBARGOS DE TERCEIRO (turbado ou esbulhado por atos
de apreensão judicial). Posse ou propriedade.– Arts. 674
a 681 NCPC
Sempre decorrentes de outro processo judicial.
Possuidor ou proprietário.
Turbado ou esbulhado por atos de apreensão.
Efetivamente, os embargos de terceiro representam a
própria ação de manutenção, ou reintegração de posse,
que, por necessidade de ordem prática, adota forma
processual diversa. (Washington de Barros Monteiro).
AÇÃO DE IMISSÃO DE POSSE (título de propriedade sem
posse). Art. 538, 625, 806, 877, 880, 901,903, do NCPC
Ação fundada em título de propriedade, sem que o
interessado tenha tido posse.
Procedimento comum.
Proprietárioque arrematou o bem em leilão (hasta
pública) e quer adentrar no imóvel.
Art. 806. O devedor de obrigação de entrega de coisa
certa, constante de título executivo extrajudicial, será
citado para, em 15 (quinze) dias, satisfazer a obrigação.
§ 1.º Ao despachar a inicial, o juiz poderá �xar multa por
dia de atraso no cumprimento da obrigação, �cando o
respectivo valor sujeito a alteração, caso se revele
insu�ciente ou excessivo.
§ 2.º Do mandado de citação constará ordem para imissão
na posse ou busca e apreensão, conforme se tratar de
bem imóvel ou móvel, cujo cumprimento se dará de
imediato, se o executado não satis�zer a obrigação no
prazo que lhe foi designado.
Comprador pode ajuizar ação de imissão de posse mesmo
sem registro do contrato
A 3ª turma do STJ reformou acórdão do TJ/SP
MODOS DE AQUISIÇÃO DA POSSE
Art. 1.204. Adquire-se a posse desde o momento em que
se torna possível o exercício, em nome próprio, de
qualquer dos poderes inerentes à propriedade.
Originária – aquisição sem relação jurídica anterior
(posse natural).
Derivada – relação jurídica precedente.(posse civil).
Intermediação pessoal.
Apreensão da coisa – quando a coisa não tem dono (res
nu�ius) ou abandonada (res derelicta).
Tradição - real, simbólica e �cta
Abandono
Tradição
Perda ou destruição
CONSTITUTO POSSESSÓRIO (Cláusula Constituti)
O possuidor que possuía em nome próprio, passa , por
força da manifestação de vontade, a possuir em nome
alheio.
Proprietário que vende o imóvel e nele permanece como
locatário.
TRADIO BREVI MANU – possuidor possuía em nome alheio e
passa a possuir em nome próprio.
Locatário que compra o imóvel, passando a ser
proprietário.
Enunciado n. 77 - 77. Art. 1.205: A posse das coisas
móveis e imóveis também pode ser transmitida pelo
constituto possessório
Quem pode adquirir a posse????
Art. 1.205. A posse pode ser adquirida:
I - pela própria pessoa que a pretende ou por seu
representante;
II - por terceiro sem mandato, dependendo de rati�cação.
Art. 1.206. A posse transmite-se aos herdeiros ou
legatários do possuidor com os mesmos caracteres.
Princípio da continuidade do caráter da posse.
Presunção relativa.
Art. 1.203. Salvo prova em contrário, entende-se manter
a posse o mesmo caráter com que foi adquirida.
Art. 1.207. O sucessor universal continua de direito a
posse do seu antecessor; e ao sucessor singular é
facultado unir sua posse à do antecessor, para os
efeitos legais.
Sucessão universal ( nos casos de herança legítima -
continuidade). Sucessão singular (nos casos de compra
e venda/doação –união de posses - acessão).
O que distingue a sucessão da união é o modo de
transmissão da posse, sendo a título universal, há
sucessão, sendo a título singular, há união.
Art. 1.209. A posse do imóvel faz presumir, até prova
contrária, a das coisas móveis que nele estiverem.
Princípio geral – o acessório segue o principal.
Art. 1.223. Perde-se a posse quando cessa, embora
contra a vontade do possuidor, o poder sobre o bem, ao
qual se refere o art. 1.196.
Art. 1.224. Só se considera perdida a posse para quem
não presenciou o esbulho, quando, tendo notícia dele, se
abstém de retornar a coisa, ou, tentando recuperá-la, é
violentamente repelido.
Coisa colocada fora do comércio - Consideram-se fora
do comércio os bens naturalmente indisponíveis
(insuscetíveis de apropriação pelo homem, como o ar
atmosférico, a água do mar), os legalmente indisponíveis
(bens de uso comum, de uso especial, os direitos da
personalidade e os órgãos do corpo humano) e os
indisponíveis pela vontade humana (deixados em
testamento ou doados, com cláusula de inalienabilidade).
Pela posse de outrem
Constituto possessório
propriedade formal é essa coisa extraordinária, muito
maior do que a posse. Diferentemente dos tigres e lobos,
que arreganham os dentes para proteger os seus
territórios, o homem, �sicamente um animal mais fraco,
usou sua mente para criar um ambiente legal – a
propriedade – para proteger o seu território.
propriedade (direito fundamental) : DIREITO QUE
ALGUÉM POSSUI EM RELAÇÃO A UM BEM DETERMINADO.
É inerente a qualquer ser humano o anseio pela
segurança propiciada pela aquisição de bens.
ART. 5º, XXII, XXIII, CRFB/1988
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
XXII - é garantido o direito de propriedade;
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
Art. 1.228, CC/2002.
O direito real de usar, fruir, dispor e reivindicar a coisa
sobre a qual recai, respeitando sua função social (Luiz
Antônio Scavone Júnior, 2019).
Direito real por excelência – dela emanam todos os
outros direitos reais (art. 1.225, do CC/2002). Rol
taxativo - numerus clausus.
atributos / poderes:
USAR OU UTILIZAR
GOZAR/FRUIR/EXTRAIR FRUTOS
DISPOR/DAR À COISA O DESTINO/ALIENAR
REAVER/BUSCAR/REIVINDICAR
CLASSIFICAÇÃO DOS DIREITOS REAIS
● Direitos real sobre a coisa própria – Propriedade.
● Direitos na coisa alheia ou direitos limitados
● Direitos reais de gozo e fruição – usufruto,
servidão, uso, habitação, superfície, a concessão
de uso especial para �ns de moradia, a concessão
de direito real de uso e o direito real de laje.
● Direitos reais de garantia – penhor, hipoteca e
anticrese.
● Direito real à aquisição - direito do promitente
comprador do imóvel
Função Social da Propriedade
A PROPRIEDADE NÃO MAIS POSSUI O SENTIDO QUE LHE
EMPRESTARAM OS POVOS ANTIGOS (OS ROMANOS).
A partir de Justiniano, no séc. VI, começou a ocorrer uma
transformação do antigo conceito de propriedade
(conceito individualista, que atribuía ao seu titular o
pleno direito de usar, gozar e dispor do que lhe
pertencesse, da maneira que melhor lhe aprouvesse. Ideia
do absolutismo da propriedade.
Apareceram as primeiras restrições disciplinadas pelos
direitos recíprocos de cada proprietário – cada um
também devia o mesmo respeito ao direito do outro.
O direito de cada um termina onde começa o do outro.
Somente pouco antes do Renascimento é que a
propriedade passou a ser conceituada como o direito de
dispor das coisas, salvo naquilo proibido em lei.
LIMITAÇÃO, POSSIBILIDADE DE RESTRIÇÃO AO ABSOLUTO
DIREITO DE PROPRIEDADE PRECONIZADO PELOS
ROMANOS.
LIMITAÇÕES
Direito de vizinhança - Arts. 1.277 a 1.313 do CC/2002.
Organização do espaço urbano – zoneamento. LEI
COMPLEMENTAR nº 482, DE 17 DE JANEIRO DE 2014.
regulamentada pelo DECRETO Nº 16.205, DE 18 DE MAIO
DE 2016.
LEI Nº 16 de 07 de abril de 1993 - DISPÕE SOBRE O
ZONEAMENTO DE USO E OCUPAÇÃO DO TERRITÓRIO DO
MUNICÍPIO DE PALHOÇA, ESTADO DE SANTA CATARINA.
LEI Nº 4466, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2016.
1.Sustentação ambiental. Meio ambiente. Art. 225 da
CRFB/1988.
2.Higiene.
3.Subutilização da propriedade ou seu abandono em
prejuízo a interesses coletivos ou públicos.
Proteção do patrimônio histórico e cultural
(tombamento): É um ato administrativo realizado pelo
poder público, com o objetivo de preservar, através da
aplicação da lei, bens de valor histórico, cultural,
arquitetônico e ambiental para a população, impedindo
que venham a ser destruídos ou descaracterizados.
O Tombamento pode ser feito pela União, através do
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional,
pelo Governo Estadual, através da Secretaria de Estado
da Cultura (SEEC), ou pelas administrações municipais
que dispuserem de leis especí�cas. O tombamento também
pode ocorrer em escala mundial, reconhecendo algo como
Patrimônio da Humanidade, o que é feito pelo Conselho
Internacional dos Monumentos e Sítios/ Organização
das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura (UNESCO).
TOMBAMENTO x DESAPROPRIAÇÃO
da Secretaria de Estado da Cultura (SEEC) e oO
Tombamento não altera a propriedade de um bem; apenas
proíbe que ele venha a ser destruído ou
descaracterizado. Logo, um bem tombado não necessita
ser desapropriado, mas deve manter as características
que possuía na data do tombamento.
O artigo 16 da Leinº 1.211 de 16/9/1953 a�rma que se
houver necessidade de obras para a preservação do bem
e, se o proprietário protocolar no Protocolo Geral da
SEEC um comunicado à Coordenação do Patrimônio
Cultural (CPC) de que tais obras são urgentes e o
proprietário comprovar não ter recursos para
executá-las, o Estado é obrigado a custear tais obras,
mesmo sendo o bem privado e sem a anuência do
proprietário. O mesmo artigo a�rma que o Estado tem seis
meses de prazo para dar início às obras e, caso não as
execute, é direito do proprietário entrar com um
processo no Protocolo Geral utro processo civil
solicitando a anulação do tombamento.
Desde que o bem continue sendo preservado com as
características que possuía na data da sua inscrição no
livro do tombo da CPC/SEEC, não existe qualquer
impedimento para a venda, aluguel ou herança de um bem
tombado.
tombamento: A proteção ao patrimônio cultural com
relevância nacional é responsabilidade do Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Na esfera estadual, a proteção ao patrimônio cultural
em Santa Catarina é responsabilidade da Fundação
Catarinense de Cultura (FCC)
Na esfera municipal é responsabilidade da Prefeitura de
cada cidade. Em Florianópolis, o patrimônio cultura é
responsabilidade do Serviço do Patrimônio Histórico,
Artístico e Natural do Município (Sephan).
CLASSIFICAÇÃO DA PROPRIEDADE
Propriedade Corpórea – existência física, ocupam espaço.
Propriedade Incorpórea – alguns direitos que existem
apenas conceitos jurídicos.
A propriedade corpórea. Arts. 1.228 e ss. do CC/2002.
Propriedade incorpórea – Leis Esparsas.
Lei 9.279/1996 – Marcas e Patentes.
Lei 9.609/1998 – Propriedade intelectual de Programas de
Computador.
Lei 9.610/1998 – Direitos autorais.
São exemplos de propriedade incorpórea os direitos
do autor, os direitos do inventor e o fundo de comércio
(ex: a clientela de um restaurante, assim quando o
estabelecimento é vendido o comprador paga pelas
instalações físicas, mesas, cadeira, terreno, casa, e
também pelo sucesso/clientela daquele restaurante
entre os consumidores que têm o hábito de parar ali).
Marca - é todo sinal distintivo, visualmente perceptível,
que identi�ca e distingue produtos e serviços, bem como
certi�ca a conformidade dos mesmos com determinadas
normas ou especi�cações técnicas. A marca registrada
garante ao seu proprietário o direito de uso exclusivo no
território nacional em seu ramo de atividade econômica.
Ao mesmo tempo, sua percepção pelo consumidor pode
resultar em agregação de valor aos produtos ou
serviços.
A marca é como se fosse a escritura de um imóvel, ou
seja, é propriedade de quem a registrou.
A marca diz respeito à identi�cação de algum produto ou
serviço a partir da associação de um nome e imagem.
Patente é um título de propriedade sobre uma invenção
ou modelo de utilidade, outorgado pelo Estado aos
inventores ou autores ou outras pessoas físicas ou
jurídicas detentoras de direitos sobre a criação. Em
contrapartida, o inventor se obriga a revelar
detalhadamente todo o conteúdo técnico da matéria
protegida pela patente.
Segundo a Lei da Propriedade Industrial (LPI) existem
alguns requisitos para se obter uma patente de invenção
(PI) no INPI (Instituto Nacional da Propriedade
Industrial): Novidade, Atividade Inventiva, Aplicação
Industrial, Su�ciência Descritiva. Patentear é
resguardar uma invenção para si.
Propriedade imobiliária - Imóveis
O solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou
arti�cialmente. (art. 79 CC).
Propriedade mobiliária – móveis
Bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção
por força alheia, sem alteração da substância ou da
destinação econômico-social.
PLENA – 4 ATRIBUTOS
LIMITADA – DIVISÃO DOS ATRIBUTOS
Ex.: Usufruto
Nua propriedade
Domínio útil - usufrutuário
Propriedade singular – um só sujeito do direito (pessoa
física ou jurídica).
Copropriedade – quando dois ou mais sujeitos dividem a
propriedade sobre o mesmo objeto.
Propriedade perpétua – termina quando o proprietário
quiser.
Propriedade resolúvel – implemento de condição/termo
ou causa superveniente
PROPRIEDADE RESOLÚVEL
Propriedade que cessa pelo acontecimento de um evento
futuro e incerto(condição) ou em determinado termo.
Propriedade transferida sob condição ou termo (Arts.
121, 127 e 135 CC/2002) - Art. 1.359, do CC/2002 - as
cláusulas que tornam a propriedade resolúvel estão
presentes no próprio título da transmissão.
Exceção ao princípio de que a propriedade é perpétua e
irrevogável.
No título constitutivo há previsão de resolução da
propriedade em favor de alguém em virtude de
acontecimento futuro e incerto (condição) ou em
virtude de determinado prazo.
Na doação com cláusula de reversão, o doador estipula
que a coisa doada retorne ao seu patrimônio, se
sobreviver ao donatário. – Art. 547 CC/2002.
Cláusula de retrovenda – dá ao vendedor o direito de
reaver a coisa vendida. Art. 505 CC/2002.
A condição ou termo resolutivo operam retroativamente
(ex tunc), e todos os direitos constituídos em sua
pendência se desfazem, como se jamais houvessem
existido. A devolução da coisa faz-se como se nunca
tivesse havido mudança de proprietário. Princípio da
retroatividade das condições. Art. 128 CC /2002.
Propriedade revogável por uma causa superveniente –
Art. 1.360 do CC/2002 - A propriedade pode resolver-se
por um fato superveniente ao título de aquisição.
Exemplo: doação revogada, por ingratidão do donatário.
A causa de revogação é posterior à transmissão.
Efeito ex nunc
Jean faz doação à sua �lha So�a. So�a torna-se
proprietária perfeita. Se So�a, cometer ingratidão
contra o doador (se pai), incorrendo em tentativa de
homicídio, a doação torna-se suscetível de revogação
(art. 557 CC/2002).
Se a propriedade vem a ser revogada, valerá a venda que
o donatário haja feito antes da sentença (ingratidão).
A pessoa em favor de quem se deu a resolução, terá ação
contra aquele cujo domínio se resolveu para haver a
coisa, se esta ainda continua em suas mãos. Mas terá
apenas ação para reaver seu valor se a coisa houver
sido alienada.
principais características
1. ABSOLUTO – EFEITO ERGA OMNES (REGRA)
2. EXCLUSIVO – AFASTAR INGERÊNCIA ALHEIA
3. PERPÉTUO – NÃO SE EXTINGUE PELO NÃO-USO.
EXCEÇÃO – PROPRIEDADE RESOLÚVEL.
4. ELÁSTICA – O PROPRIETÁRIO PODE CONTRAIR
DIREITOS REAIS SOBRE A COISA ALHEIA
5. COMPLEXA – FEIXE DE PODERES
FUNDAMENTAL – ART. 5º, XXII
DESCOBERTA
Arts. 1.233 –1.237, do CC/2002
É o fato jurídico que consiste em alguém encontrar coisa
alheia perdida . Gera para o descobridor uma obrigação
de fazer consistente em entregar a coisa que saiu da
esfera de proteção do titular. Cuida-se de obrigação
que não se origina de um ato ilícito, mas de ato-fato.
(CRISTIANO CHAVES DE FARIAS, 2018).
Fato jurídico é todo acontecimento natural ou humano
que gera efeitos na órbita jurídica, apto a criar,
modi�car ou extinguir direitos.
● Ato ilícito – contraria o ordenamento jurídico.
● Ato-fato – a vontade humana não representa
relevância jurídica.
Art. 169 - Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao
seu poder por erro, caso fortuito ou força da natureza:
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
Parágrafo único - Na mesma pena incorre:
Apropriação de tesouro
I - quem acha tesouro em prédio alheio e se apropria, no
todo ou em parte, da quota a que tem direito o
proprietário do prédio;
Apropriação de coisa achada
II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria,
total ou parcialmente, deixando de restituí-la ao dono
ou legítimo possuidor ou de entregá-la à autoridade
competente, dentro no prazo de quinze dias.
PROPRIEDADE FIDUCIÁRIA
Arts. 1.361 – 1.368-B, do CC/2002
Art. 1.361. Considera-se �duciária a propriedade
resolúvel de coisa móvel infungível que o devedor, com
escopo de garantia, transfere ao credor.
Bem infungível – não pode ser substituído por outro, da
mesma espécie, quantidade e qualidade.
Características do contrato de Alienação Fiduciária:
Negócio jurídico bilateral – cria obrigações – Fiduciante
(devedor) X Fiduciário (credor).
Negócios jurídico é toda declaraçãode vontade em
harmonia com o ordenamento jurídico(licitude) destinada
a criar, modi�car ou extinguir relações e situações
jurídicas
Oneroso – bene�cia a ambos os lados
Acessório – depende de uma obrigação principal.
Formal – instrumento escrito, público ou particular.
Somente valerá perante terceiro (erga omnes) – Registro
de Títulos e Documentos (domicílio do devedor) ou na
repartição competente para o licenciamento da veículos.
(art. 1.361, § 1º)
Art. 22, §1º da Lei nº9.514/1997 (Dispõe sobre o Sistema de
Financiamento Imobiliário, institui a alienação �duciária de
coisa imóvel e dá outras providências.) alterado pela Lei
nº11.481/2007.
Qualquer pessoa física ou jurídica contratar na posição
de credor alienação �duciária em garantia, deixando de
ser instituto privativo das entidades que operam o
sistema �nanceiro
É um negócio jurídico subordinado a uma condição
resolutiva, uma vez que a propriedade �duciária cessa em
favor do alienante, com o implemento dessa condição, ou
seja, com a solução do débito garantido, de modo que o
alienante que transferiu a propriedade �duciariamente
readquire-a com o pagamento da dívida.
É um contrato de natureza condicional subordinado a
uma condição resolutiva.
O alienante que transferiu a propriedade �duciária a
readquire pelo simples pagamento da obrigação.
Art. 1.362. O contrato, que serve de título à
propriedade �duciária, conterá:
I - o total da dívida, ou sua estimativa;
II - o prazo, ou a época do pagamento;
III - a taxa de juros, se houver;
IV - a descrição da coisa objeto da transferência, com
os elementos indispensáveis à sua identi�cação.
DIREITOS E DEVERES DO DEVEDOR FIDUCIANTE
Usar a coisa conforme a sua destinação, durante a
vigência do contrato e enquanto não vencer a dívida, na
qualidade de depositário (possuidor direto) do bem
alienado com todos os seus acessórios. (art. 1.363, do
CC/2002)
Além de manter e conservar a coisa, deverá defender com
todos os interditos possessórios contra os que
turbarem ou esbulharem sua posse.
Depositário é aquele que assume a guarda de
determinado bem
DIREITOS E DEVERES DO DEVEDOR FIDUCIANTE
Não poderá dispor da coisa alienada.
Na qualidade de depositário (possuidor direto),
obriga-se a entregar o bem ao credor, se o débito não
for quitado no prazo contratado (art. 1.363, II,
CC/2002).
O devedor tem o direito a reivindicar a coisa se tiver
pagado a obrigação.
Tem direito ao saldo decorrente da venda da coisa
alienada em garantia (venda da coisa ter sido por preço
superior ao valor da dívida, juros e despesas
decorrentes da cobrança.
Poderá o devedor transmitir, com anuência do credor
�duciário, os direitos de que seja titular sobre o bem
objeto da alienação �duciária em garantia, passando a
assumir o adquirente as respectivas obrigações (art.
1.365, do CC/2002).
Não sendo entregue o bem ou não for localizado em ação
de busca e apreensão, poderá responder a pena imposta
ao depositário in�el.
Órgão julgador: Tribunal Pleno
Relator(a): Min. CEZAR PELUSO
Julgamento: 03/12/2008
Publicação: 05/06/2009
EMENTA: PRISÃO CIVIL. Depósito. Depositário in�el.
Alienação �duciária. Decretação da medida coercitiva.
Inadmissibilidade absoluta. Insubsistência da previsão
constitucional e das normas subalternas. Interpretação
do art. 5º, inc. LXVII e §§ 1º, 2º e 3º, da CF, à luz do art.
7º, § 7, da Convenção Americana de Direitos Humanos
(Pacto de San José da Costa Rica). Recurso improvido.
Julgamento conjunto do RE nº 349.703 e dos HCs nº
87.585 e nº 92.566. É ilícita a prisão civil de depositário
in�el, qualquer que seja a modalidade do depósito.
Tese
É ilícita a prisão civil de depositário in�el, qualquer que
seja a modalidade de depósito. Obs: Redação da tese
aprovada nos termos do item 2 da Ata da 12ª Sessão
Administrativa do STF, realizada em 09/12/2015.
Súmula vinculante 25
Aprovação: 16/12/2009
Enunciado - É ilícita a prisão civil de depositário in�el,
qualquer que seja a modalidade do depósito.
DIREITOS E DEVERES DO CREDOR
FIDUCIÁRIO
Dívida não paga – direito do credor �duciário alienar
judicialmente ou extrajudicialmente a terceiros.
Repassar ao devedor o saldo (art. 1.364 do CC/2002).
Art. 1.364. Vencida a dívida, e não paga, �ca o credor
obrigado a vender, judicial ou extrajudicialmente, a
coisa a terceiros, a aplicar o preço no pagamento de seu
crédito e das despesas de cobrança, e a entregar o
saldo, se houver, ao devedor.
Se o valor da venda não for su�ciente para saldar a
dívida e as despesas de cobrança, o devedor continuará
obrigado pelo restante. (art. 1.366 do CC/2002).
É nula qualquer cláusula que permita ao credor a �car
com a coisa em garantia caso a dívida não seja quitada
(art. 1365 do CC/2002). Cláusula comissória (Pacto
comissório).
A lei faculta ao devedor, desde que concorde o credor,
dar seu direito eventual à coisa em pagamento da dívida,
após o vencimento (art. 1365, parágrafo único, do
CC/2002).
Como proprietário, tem direito da reivindicar o bem
alienado de qualquer pessoa que injustamente detenha a
coisa (devedor, caso não tenha saldado a dívida).
Deverá respeitar o uso da coisa em garantia. (art.1.363,
do CC/2002).
EXECUÇÃO DO CONTRATO
Vencida a dívida e não paga – direito do proprietário
vender a coisa a terceiro e aplicar o produto da venda
no pagamento de seu crédito e das despesas decorrentes
da cobrança.
Deverá constituir o devedor em mora (protesto do título
no cartório competente ou o envio de carta registrada
ao devedor)
Promover ação de busca e apreensão
Feita a apreensão (comprovada a mora ou o
inadimplemento) o devedor será citado para apresentar
contestação.
Se optar em purgar a mora, o juiz determinará prazo para
o pagamento. Não purgada o juiz sentenciará resolvendo
a lide. (Purgar a mora signi�ca liberar a pessoa da
responsabilidade que ela tinha, o que, no caso,
aconteceu pelo pagamento das parcelas em atraso pelo
réu.)
EXECUÇÃO (art. 806 do CPC/2015)
Se não localizar a coisa, poderá o credor intentar ação
de execução.
Leasing – arrendamento mercantil (Lei nº 6.099/1974, Lei
nº 7.132/1983, Lei nº 11.882/2008 e Resolução 351/75 e
2.309/96 do Banco Central do Brasil
É um negócio jurídico complexo – reúne uma pluralidade
de relações de direito obrigacional. Trata-se de locação
de coisas atreladas a um �nanciamento e quali�cada pela
eventualidade de uma compra e venda ao �nal do
contrato. É um contrato de natureza mista, que
apresenta uma simbiose de locação, �nanciamento e
venda (Cristiano Chaves de Farias, p. 405).
O leasing se assemelha a uma operação de aluguel, na
qual durante o período da operação, aquele que
contrata o leasing tem o direito de utilizar o bem. Ele é
classi�cado na legislação brasileira como um contrato
de Arrendamento Mercantil.
Ou seja, a operação de arrendamento mercantil permite
que mesmo sem ser proprietário de um bem, você usufrua
dele. A operação de leasing se baseia na utilidade de um
bem e de seu uso, e não de sua propriedade.
Como o leasing funciona?
Na operação de Leasing existem as �guras do
“arrendador” (banco ou sociedade de arrendamento
mercantil) e “arrendatário” (cliente), que negociam o
arrendamento de um bem – que será o objeto do
contrato.
O arrendador é o dono do bem e o arrendatário é quem
terá o direito de uso e terá a posse do bem.
O contrato é feito por um prazo, e com o término desse
contrato há a opção de compra do bem pelo
arrendatário, geralmente pagando um valor residual
Reserva de domínio – (arts. 521-528 do CC/2002).
A propriedade �duciária gera a imediata transferência de
propriedade do �duciante ao credor �duciário, como
premissa para que o vendedor possa imediatamente
receber o preço e se satisfazer. O vendedor não integra
a relação jurídica de direito real.
Na reserva de domínio, a relação jurídica se circunscreve
a vendedor e comprador.
Por esse meio de compra, o vendedor não transfere plena
propriedade do bem ao comprador. Isso se deve ao fato
do vendedor possuir o direito ao domínio do objeto. (art.
521 do CC/2002).
comprador possui somente a posse daquele bem,
mantendo-se o domínio reservadoao vendedor até o
pagamento integral negociado. Dessa forma, só há
transferência de domínio quando o comprador realizar
todo o pagamento.
FORMAS DE AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE
Originárias – Há um contato direto da pessoa com a
coisa, sem qualquer intermediação pessoal.
Derivadas – há intermediação pessoal
USUCAPIÃO de bens imóveis
Usucapio – tomar pelo uso
Arts. 1.238 a 1.244 do Código Civil/2002.
É o modo originário de aquisição de propriedade e de
outros direitos reais, pela posse prolongada da coisa,
acrescida de demais requisitos legais.
Gênero feminino ou masculino?
Teorias justi�cativas da usucapião
Punição pela inércia do titular da propriedade.
Segurança jurídica
Estabilidade das relações jurídicas
Função social da posse ou da propriedade
PRESSUPOSTOS/requisitos
1. Coisa hábil
2. Posse
3. Decurso do tempo
(Exigidos em todas as modalidades de usucapião)
4. Justo Título
5. Boa-fé
(Usucapião ordinária)
Coisa hábil
Bens suscetíveis de usucapião (res habilis).
BENS INUSUCAPÍVEIS
Bens fora do comércio – bens naturalmente indisponíveis
– ar atmosférico, água do mar, luz. Legalmente
indisponíveis – bens de uso comum, direitos de
personalidade e os órgãos do corpo humano. Indisponíveis
pela vontade humana – bens deixados em testamento ou
doados, com cláusula de inalienabilidade.
Bens públicos
Bens de uso comum São aqueles necessários à
coletividade e, por isso, seu uso deve estar disponível a
todos os cidadãos. Rios, as praças, as vias públicas e as
praias.
Bens de uso especial - São os imóveis que se destinam à
execução de serviços administrativos ou à prestação de
serviços públicos em geral, tais como prédios de
repartições públicas. Hospital público e escola pública.
Bens Dominicais - Os bens dominiais não têm uma
destinação especí�ca, como os anteriores. Por isso,
podem ser disponibilizados inclusive para o uso privado,
conforme os instrumentos de destinação previstos na
legislação. A utilização privada dos bens dominiais da
União enseja, no entanto, o pagamento de uma
retribuição pecuniária pela utilização privada de um bem
que é público. Os recursos gerados dessa forma são
conhecidos como receitas patrimoniais.
Art. 100, CC – Os bens públicos de uso comum do povo e
os de uso especial são inalienáveis, enquanto
conservarem a sua quali�cação, na forma que a lei
determinar.
Art. 101, CC – Os bens públicos dominicais podem ser
alienados, observadas as exigências da lei.
Bens públicos – pertencentes às pessoas de direito
público interno.
Súmula 340 STF. Desde a vigência do Código Civil, os bens
dominicais, como os demais bens públicos, não podem ser
adquiridos por usucapião.
Editada em 13/12/1963
Art. 102 do CC/2002. Os bens públicos não estão
sujeitos a usucapião.
Art. 191. da CRFB/1988. Parágrafo único. Os imóveis
públicos não serão adquiridos por usucapião.
cláusula de inalienabilidade não impede o reconhecimento
do usucapião
A Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça, com
base no entendimento de que a existência de cláusula de
inalienabilidade não impede o reconhecimento do
usucapião, garantiu a Ramona Edith Colman o
prosseguimento de sua ação de usucapião de imóvel
inalienável contra Ana Maria Miranda dos Reis e seu
marido Marcos Felipe Gonçalves dos Reis, anulando as
decisões de 1º e 2º graus, que apontavam a impossibilidade
jurídica de usucapião sobre imóvel com a referida
cláusula. O ministro Sálvio de Figueiredo, relator do
processo, acolheu o recurso de Ramona Colman, negando
a sentença anterior, considerando que com o usucapião,
simplesmente extingue-se o domínio do proprietário
anterior, bem como os direitos reais que tiver ele
constituído, e sem embargo de quaisquer limitações a seu
dispor. Em 29 de janeiro de 1990, Ramona Colman, Ana
Maria dos Reis e seu marido Marcos dos Reis assinaram um
contrato de promessa de compra e venda de um imóvel de
um quarto, no Rio de Janeiro (RJ), pelo qual Ramona
pagou a importância de NCz$ 500.000,00 (em valores da
época), quitando-o e nele �xando residência
Dirigindo-se ao 9º Ofício do Registro Geral de Imóveis
para pegar a escritura de�nitiva de propriedade do
imóvel, Ramona deparou-se com a impossibilidade de
fazê-lo, pois ele era inalienável, ou seja, não podia ser
transferido para ninguém. Ao procurar o casal, ela �cou
sabendo que o imóvel foi doado a eles por Elvira de
Castro Ca�ado e que ele possuía, realmente, essa
cláusula de inalienabilidade além das cláusulas de
impenhorabilidade e de incomunicabilidade, cabendo a
Ramona somente a possibilidade de procurar o Poder
Judiciário e entrar com uma ação de usucapião, pois já
encontrava-se na posse ininterrupta, mansa e pací�ca,
sem nenhuma oposição do imóvel por mais de cinco anos e
é conhecida e reconhecida por toda a vizinhança como
sua verdadeira proprietária. O juiz de 1ª instância negou
o pedido por entender que é impossível o usucapião de
imóvel inalienável, pois há uma relação jurídica entre
aquele que tem a posse direta do imóvel e o que é titular
de domínio. Assim, esse imóvel constitui-se em um bem fora
do comércio, pois não pode ser transferido ou vendido. O
Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro manteve a decisão
de 1ª instância, ressaltando que a compradora tinha
conhecimento da cláusula de inalienabilidade, pois estava
expressa no documento de compra e venda. Os
advogados de Ramona Colman entraram no STJ
solicitando que a sentença anterior fosse anulada, de
modo que a ação de usucapião possa prosseguir até a
decisão �nal.
posse
Posse com intenção de dono (animus domini).
Requer-se, de um lado, atitude ativa do possuidor que
exerce os poderes inerentes à propriedade; e, de outro,
atitude passiva do proprietário, que, com sua omissão,
colabora para que determinada situação de fato se
alongue no tempo. (Carlos Roberto Gonçalves).
Posse mansa e pací�ca (indicam exercício ininterrupto e
sem oposição da posse).
Posse contínua e duradoura, em regra, e com
determinado lapso temporal.
Não tem ânimo de dono o locatário, o comodatário, o
arrendatário e todos aqueles que exercem posse direta
sobre a coisa, sabendo que não lhe pertence e com
reconhecimento do direito dominial de outrem,
obrigando-se a devolvê-la. (Silvio Rodrigues).
Justo título
O justo título pode ser concretizar em uma escritura de
compra e venda , formal de partilha, carta de
arrematação, en�m, um instrumento extrinsecamente
adequado à aquisição do bem por modo derivado. Importa
que contenha aparência de legítimo e válido, com
potencialidade de transferir direito real, a ponto de
induzir qualquer pessoa normalmente cautelosa a incidir
em equívoco sobre a sua real situação jurídica perante a
coisa.
Enunciado 86 - Art. 1.242: A expressão “justo título”
contida nos arts. 1.242 e 1.260 do CC abrange todo e
qualquer ato jurídico hábil, em tese, a transferir a
propriedade, independentemente de registro.
Justo título e boa-fé
Os elementos de boa-fé e justo título são cumulativos.
Considera-se boa-fé, para �ns da usucapião ordinária, a
conduta do possuidor que desconhece a existência do
direito de quem se apresenta como proprietário, ou que
desenvolve a convicção de exercer direito próprio.
É a boa-fé da aparência.
USUCAPIÃO
FUNDAMENTO – consolidação da propriedade.
A usucapião se constitui por força da lei.
Tempo + demais requisitos = aquisição pela usucapião.
O possuidor adquire a propriedade por sua posse
prolongada – não incidirá o fato gerador do ITBI – o
usucapiente não adquire a coisa do antigo proprietário,
mas contra o antigo proprietário - forma de aquisição
originária.
ITBI é uma sigla para Impostos de Transmissão de Bens
Imóveis. Este é um imposto que deve ser pago por quem
compra um imóvel
O usucapiente receberá a propriedade límpida, isenta de
máculas. Ex. Hipoteca ou servidão.
Sentença declaratória
Art. 1.241. Poderá o possuidor requerer ao juiz seja
declarada adquirida, mediante usucapião, a propriedade
imóvel.
Parágrafo único. A declaração obtida na forma deste
artigo constituirá título hábil para o registro no
Cartório de Registro de Imóveis.
Qualquer modalidade de usucapião descritana lei
permite a declaração judicial.
Obtida a declaração na sentença haverá título hábil
para o registro.
DECLARAM O FATO E O DIREITO JÁ ADQUIRIDO.
Enunciado – 315.
Soma de posses
Art. 1.243 – o possuidor pode para �m de contar o tempo,
acrescentar sua posse a dos seus antecessores,
contanto que todas sejam contínuas, pací�cas e com
justo título e boa-fé (usucapião ordinária).
Enunciado 317 não permite a soma de posses na usucapião
constitucional urbana e rural.
PRESCRIÇÃO X USUCAPIÃO
Art. 1.244 CC – se estendem aos possuidores as causas
impeditivas e suspensivas ao curso da prescrição - arts.
197 a 204 do CC.
PRESCRIÇÃO X USUCAPIÃO
PRESCRIÇÃO – é forma de extinção de pretensões reais e
obrigacionais pela inércia do titular no direito subjetivo
pelo decurso de tempo.
USUCAPIÃO – modo de aquisição da propriedade.
A única aproximação entre os dois institutos – art. 1.244
– suspensão e interrupção de prazos.
A prescrição não é meio de aquisição de direito.
A prescrição diz respeito ao impedimento do exercício da
pretensão do titular do direito.
Usucapião é modo originário de aquisição do direito de
propriedade.
Prescrição aquisitiva
Os prazos prescricionais estão estipulados apenas nos
artigos 205 e 206
do Código Civil.
Os prazos decadenciais
encontram-se espalhados pelo código civil em seus demais
artigos.
Obstação ou impedimento - o prazo sequer tem início.
Os prazos não são contados contra os ausentes do País
em serviço público da União, dos Estados ou do
Município.
Suspensão - o prazo para e depois continua de onde
parou. O transcurso do prazo �ca paralisado e será
retomado tão logo aquele fato perca seu efeito.
Se a propriedade do bem estiver sendo discutida em sede
de ação reivindicatória/possessória.
Interrupção – Extingue a contagem do prazo, em relação
ao tempo já transcorrido até à data do fato
interruptivo. O prazo para e volta ao início. O tempo
anterior não pode mais ser aproveitado pelo possuidor.
Perde-se
Se o possuidor subscreve contrato com o proprietário,
assumindo a condição de comodatário o prazo de
usucapião é interrompido
MODALIDADES DE USUCAPIÃO IMÓVEL
EXTRAORDINÁRIA - Art. 1.238 CC
15 anos/ 10 anos. Posse mansa, pací�ca e ininterrupta, com animus domini. Moradia ou obras ou serviços de caráter
produtivo. NÃO HÁ NECESSIDADE DE PROVAR BOA-FÉ OU JUSTO TÍTULO
ORDINARIA - Art. 1.242 CC
10 anos Posse mansa, pací�ca e ininterrupta, com animus domini
Justo título. Boa-fé (subjetiva). 5 anos – Usucapião Tabular. Adquirido onerosamente. Cancelado o registro. Moradia ou
investimentos de interesse social. Enunciado 86
ESPECIAL RURAL – pro labore. Art. 191 CRFB e art. 1.239 CC
5 anos, SEM OPOSIÇÃO E COM ANIMUS DOMINI.
Área não superior a 50 há. (10.000 m²)
Não pode ser proprietário de outro imóvel.
Utilização do imóvel para subsistência ou trabalho.
Enunciado 312, 313, 594.
ESPECIAL URBANA – pro misero. Art. 183 CRFB. Art. 9º
da Lei 10.257/2001 e art. 1.240 CC
5 anos
Área não superior a 250 m₂
Posse mansa, pací�ca e ininterrupta, com animus domini
Moradia
Não pode ser proprietário de outro imóvel.
Enunciado 85, 314.
Uso simultâneo de imóvel para moradia e comércio não
impede usucapião especial urbana
 O exercício simultâneo de pequena atividade comercial em
propriedade que também é utilizada como residência não
impede o reconhecimento de usucapião especial urbana.
Com esse entendimento, a Terceira Turma do Superior
Tribunal de Justiça (STJ) deu provimento ao recurso de
dois irmãos e reconheceu a usucapião de um imóvel
utilizado por eles de forma mista.
O recurso teve origem em ação de usucapião na qual os
irmãos alegaram que, por mais de cinco anos, possuíram
de boa-fé um imóvel localizado em Palmas. Em primeiro
grau, o pedido foi julgado parcialmente procedente para
reconhecer a usucapião urbana somente da área
destinada à moradia, correspondente a 68,63m² – decisão
mantida pelo Tribunal de Justiça do Tocantins.
Segundo os irmãos, a propriedade tem 159,95m², sendo que
em 91,32m² funciona uma bicicletaria na qual trabalham
com a família. Eles alegaram que, mesmo com a parte
maior do imóvel sendo utilizada para �ns comerciais, não
haveria óbice para o reconhecimento da usucapião de
toda a propriedade quando ela também se destina à
residência da família.
Requisitos
A relatora do recurso no STJ, ministra Nancy Andrighi,
explicou que a modalidade de usucapião especial urbana é
regulada na Constituição Federal de 1988, em seu artigo
183, parágrafos 1º ao 3º, e pelo Código Civil, em seu
artigo 1.240, parágrafos 1º e 2º, bem como, de forma mais
especí�ca, pelo Estatuto da Cidade.
Segundo a ministra, essa modalidade de usucapião tem
como requisitos a posse ininterrupta e pací�ca, exercida
como dono; o decurso do prazo de cinco anos; a dimensão
máxima da área (250m² para a modalidade individual e
área superior a esta, na forma coletiva); a moradia e o
fato de não ser proprietário de outro imóvel urbano ou
rural.
Em seu voto, a relatora lembrou que a Terceira Turma já
se manifestou pela possibilidade de se declarar a
usucapião de área com metragem inferior à estabelecida
na legislação infraconstitucional que regula o
parcelamento do solo urbano (REsp 1.360.017).
Sustento da família
Nancy Andrighi ressaltou que a exclusividade de uso
residencial não é requisito expressamente previsto em
nenhum dos dispositivos legais e constitucionais que
tratam da usucapião especial urbana. "O uso misto da
área a ser adquirida por meio de usucapião especial
urbana não impede seu reconhecimento judicial, se a
porção utilizada comercialmente é destinada à obtenção
do sustento do usucapiente e de sua família", disse.
De acordo com a relatora, há a necessidade de que a
área reivindicada seja utilizada para a moradia do
requerente ou de sua família, mas não se exige que essa
área não seja produtiva, especialmente quando é
utilizada para o sustento do próprio recorrente, como
na hipótese em julgamento.
"Nesse sentido, o artigo 1.240 do Código Civil não parece
se direcionar para a necessidade de destinação exclusiva
residencial do bem a ser usucapido. Assim, o exercício
simultâneo de pequena atividade comercial pela família
domiciliada no imóvel objeto do pleito não inviabiliza a
prescrição aquisitiva buscada", a�rmou.
Esta notícia refere-se ao(s) processo(s):REsp 1777404
Usucapião Pro-Família – Lei n. 12.424/2011 – art. 1.240 A.
Existência de único imóvel urbano comum.
Abandono do lar por parte de um dos cônjuges ou
companheiros
Transcurso do prazo de 2 anos.
Enunciados – 498, 500, 501, 502, 595.
A usucapião familiar: Elo do abandono do cônjuge à
aquisição de propriedade.
USUCAPIÃO Ação de usucapião familiar - Autora
separada de fato que pretende usucapir a parte do
imóvel que pertencente ao ex-cônjuge - Artigo 1240-A
do Código Civil, inserido pela Lei nº 12.424/2011
Inaplicabilidade Prazo de 2 anos necessário para
aquisição na modalidade de "usucapião familiar" que deve
ser contado da data da vigência da lei (16.06.2011) -
Ação distribuída em 25/08/2011 Lapso temporal não
transcorrido Sentença de indeferimento da inicial
mantida RECURSO DESPROVIDO.
ESPECIAL URBANA COLETIVA - Art. 10 da 10.257⁄2001
Art. 10. Os núcleos urbanos informais existentes sem
oposição há mais de cinco anos e cuja área total dividida
pelo número de possuidores seja inferior a duzentos e
cinquenta metros quadrados por possuidor são
suscetíveis de serem usucapidos coletivamente, desde
que os possuidores não sejam proprietários de outro
imóvel urbano ou rural. (Redação dada pela lei nº 13.465,
de 2017)
§ 1o O possuidor pode, para o �m de contar o prazo
exigido por este artigo, acrescentar sua posse à de seu
antecessor, contanto que ambas sejam contínuas.
§ 2o A usucapião especial coletiva de imóvel urbano será
declarada pelo juiz, mediante sentença, a qual servirá de
título para registro no cartório de registro de imóveis.
§ 3o Na sentença, o juiz atribuirá igual fração ideal de
terreno a cada possuidor, independentemente da
dimensão do terreno que cada um ocupe, salvo hipótese
de acordo escrito entre os condôminos,estabelecendo
frações ideais diferenciadas.
§ 4o O condomínio especial constituído é indivisível, não
sendo passível de extinção, salvo deliberação favorável
tomada por, no mínimo, dois terços dos condôminos, no
caso de execução de urbanização posterior à
constituição do condomínio.
§ 5o As deliberações relativas à administração do
condomínio especial serão tomadas por maioria de votos
dos condôminos presentes, obrigando também os demais,
discordantes ou ausentes.
Núcleos urbanos informais
5 anos
Área total dividida pelo número de possuidores seja
inferior a duzentos e cinquenta metros quadrados por
possuidor.
Posse mansa, pací�ca e ininterrupta, com animus domini
Não pode ser proprietário de outro imóvel.
Artigo 11 da Lei 13.465 de 11 de julho de 2017
Núcleo urbano informal - é o assentamento clandestino,
irregular ou no qual não foi possível fazer, por
qualquer modo, a titulação de seus ocupantes, ainda
que atendida a legislação vigente à época de sua
implantação ou regularização.
Núcleo urbano informal consolidado é aquele de difícil
reversão, considerados o tempo da ocupação, a
natureza das edi�cações, a localização das vias de
circulação e a presença de equipamentos públicos, entre
outras circunstâncias a serem avaliadas pelo município.
Ambos serão passíveis de regularização,
Art. 11. Para �ns desta Lei, consideram-se:
I - núcleo urbano: assentamento humano, com uso e
características urbanas, constituído por unidades
imobiliárias de área inferior à fração mínima de
parcelamento prevista na Lei nº 5.868, de 12 de dezembro
de 1972 , independentemente da propriedade do solo,
ainda que situado em área quali�cada ou inscrita como
rural;
II - núcleo urbano informal: aquele clandestino,
irregular ou no qual não foi possível realizar, por
qualquer modo, a titulação de seus ocupantes, ainda
que atendida a legislação vigente à época de sua
implantação ou regularização;
III - núcleo urbano informal consolidado: aquele de difícil
reversão, considerados o tempo da ocupação, a
natureza das edi�cações, a localização das vias de
circulação e a presença de equipamentos públicos, entre
outras circunstâncias a serem avaliadas pelo Município;
IV - demarcação urbanística: procedimento destinado a
identi�car os imóveis públicos e privados abrangidos pelo
núcleo urbano informal e a obter a anuência dos
respectivos titulares de direitos inscritos na matrícula
dos imóveis ocupados, culminando com averbação na
matrícula destes imóveis da viabilidade da regularização
fundiária, a ser promovida a critério do Município;
V - Certidão de Regularização Fundiária (CRF):
documento expedido pelo Município ao �nal do
procedimento da Reurb, constituído do projeto de
regularização fundiária aprovado, do termo de
compromisso relativo a sua execução e, no caso da
legitimação fundiária e da legitimação de posse, da
listagem dos ocupantes do núcleo urbano informal
regularizado, da devida quali�cação destes e dos
direitos reais que lhes foram conferidos;
VI - legitimação de posse: ato do poder público destinado
a conferir título, por meio do qual �ca reconhecida a
posse de imóvel objeto da Reurb, conversível em
aquisição de direito real de propriedade na forma desta
Lei, com a identi�cação de seus ocupantes, do tempo da
ocupação e da natureza da posse;
VII - legitimação fundiária: mecanismo de reconhecimento
da aquisição originária do direito real de propriedade
sobre unidade imobiliária objeto da Reurb;
VIII - ocupante: aquele que mantém poder de fato sobre
lote ou fração ideal de terras públicas ou privadas em
núcleos urbanos informais.
QUE É O MINISTÉRIO PÚBLICO?
O Ministério Público no Brasil está dividido entre o
Ministério Público da União (MPU) e o Ministério Público
dos Estados (MPE). É uma instituição que atua na defesa
dos interesses sociais e indisponíveis, como o direito à
vida, à saúde, à moradia, à liberdade, à educação, ao
trabalho, à cidadania, dentre outros.
Fiscal das leis, atua, ainda, na defesa da ordem jurídica e
do regime democrático. Também defende o patrimônio
cultural, o meio ambiente, os direitos e interesses da
coletividade, como os das comunidades indígenas, da
família, da criança, do adolescente e do idoso.
O Ministério Público brasileiro é uma instituição pública
independente, que não pertence ao Poder Judiciário nem
aos Poderes Executivo, Legislativo ou ao Tribunal de
Contas. Tem orçamento, carreira e administração
próprios.
MINISTÉRIO PÚBLICO DE SC
Existe um Ministério Público em cada Estado. O Ministério
Público de Santa Catarina (MPSC) defende os interesses
da sociedade nos casos que envolvam órgãos, bens,
serviços, verbas, áreas ou interesses do Estado de
Santa Catarina. No MPSC, atuam os Promotores de
Justiça, com os Fóruns das comarcas, e os Procuradores
de Justiça, com o Tribunal de Justiça ou Tribunais
Superiores.
Usucapião Especial do art. 68 das Disposições
Constitucionais Transitórias – em favor de
remanescentes das comunidades de quilombos –
descendentes de escravos fugidos ao tempo da
escravidão e que ainda estejam atualmente nas terras
ocupadas. De acordo com o dispositivo, “Art. 68. Aos
remanescentes das comunidades dos quilombos que
estejam ocupando suas terras é reconhecida a
propriedade de�nitiva, devendo o Estado emitir-lhes os
títulos respectivos.” (BRASIL, 1988).
Decreto nº 4.887, de 20 de novembro de 2003.
Regulamenta o procedimento para identi�cação,
reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação das
terras ocupadas por remanescentes das comunidades
dos quilombos de que trata o art. 68 do Ato das
Disposições Constitucionais Transitórias
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias
A �nalidade do ADCT é estabelecer regras de transição
entre o antigo regime constitucional e o novo regime
constitucional, promovendo a acomodação e a transição
entre as normas da antiga e da nova constituição.
Moradores celebram certi�cado que reconhece
o�cialmente comunidade quilombola em Joinvi�e
Atualmente (2019), o estado tem 17 quilombos
reconhecidos de forma o�cial.
A localidade 'Beco do Caminho Curto', em Joinvi�e, no
Norte do estado, foi o�cialmente reconhecida pela
Fundação Cultural Palmares, do Governo Federal, como
comunidade quilombola.
O selo garante à localidade uma série de iniciativas, como
o�cinas de higiene pessoal para crianças e conversas
pedagógicas sobre a cultura negra, por exemplo. As
ações são coordenadas por professores e alunos de uma
universidade da região. Hoje, cerca de 25 famílias vivem
no local.
Usucapião indígena
Art. 33. O índio, integrado ou não, que ocupe como
próprio, por dez anos consecutivos, trecho de terra
inferior a cinqüenta hectares, adquirir-lhe-á a
propriedade plena.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica
às terras do domínio da União, ocupadas por grupos
tribais, às áreas reservadas de que trata esta Lei, nem
às terras de propriedade coletiva de grupo tribal. LEI Nº
6.001, DE 19 DE DEZEMBRO DE 1973.
Usucapião imobiliária administrativa - Lei 13.465/ 2017
LEI Nº 13.465, DE 11 DE JULHO DE 2017.
Dispõe sobre a regularização fundiária rural e urbana,
sobre a liquidação de créditos concedidos aos
assentados da reforma agrária e sobre a regularização
fundiária no âmbito da Amazônia Legal; institui
mecanismos para aprimorar a e�ciência dos procedimentos
de alienação de imóveis da União.
A Regularização Fundiária consiste no conjunto de
medidas jurídicas, urbanísticas, ambientais e sociais que
visam à regularização de assentamentos irregulares e à
titulação de seus ocupantes, de modo a garantir o
direito social à moradia, o pleno desenvolvimento das
funções sociais da propriedade urbana e o direito ao meio
ambiente ecologicamente equilibrado.
O Reurb (Regularização Fundiária Urbana) é a técnica
por meio da qual se garante o direito à moradia digna
daqueles que residem em assentamentos irregulares
localizados nas áreas urbanas.
Consiste no agrupamento de medidas jurídicas,
urbanísticas, ambientais e sociais destinadas à inclusão
dos núcleos urbanos informais ao ordenamento
territorial urbano e à titulação de seus ocupantes.Reurb-S que é a Reurb de Interesse Social e a Reurb-E
que é a Reurb de interesse especí�co.
A Reurb-S ocorre com os núcleos urbanos informais
ocupados predominantemente por população de baixa
renda. A Reurb-E é aplicada aos núcleos urbanos
informais ocupados por população não quali�cada como
sendo de baixa renda. Portanto, as principais diferenças
entre essas duas modalidades estão ligadas às questões
de �nanciamento do processo, a REURB-S quase não
causa custos aos bene�ciários (proprietários).
CAPÍTULO II
DOS INSTRUMENTOS DA REURB (Regularização Fundiária
Urbana)
Seção I
Disposições Gerais
Art. 15. Poderão ser empregados, no âmbito da Reurb,
sem prejuízo de outros que se apresentem adequados, os
seguintes institutos jurídicos:
II - a usucapião, nos termos dos arts. 1.238 a 1.244 da Lei
nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), dos
arts. 9º a 14 da Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001, e do
art. 216-A da Lei nº 6.015, de 31 de dezembro de 1973;
Da Legitimação de Posse
Art. 25. A legitimação de posse, instrumento de uso
exclusivo para �ns de regularização fundiária, constitui
ato do poder público destinado a conferir título, por
meio do qual �ca reconhecida a posse de imóvel objeto da
Reurb, com a identi�cação de seus ocupantes, do tempo
da ocupação e da natureza da posse, o qual é
conversível em direito real de propriedade, na forma
desta Lei.
§ 1o A legitimação de posse poderá ser transferida por
causa mortis ou por ato inter vivos.
§ 2o A legitimação de posse não se aplica aos imóveis
urbanos situados em área de titularidade do poder
público.
Art. 26. Sem prejuízo dos direitos decorrentes do
exercício da posse mansa e pací�ca no tempo, aquele em
cujo favor for expedido título de legitimação de posse,
decorrido o prazo de cinco anos de seu registro, terá a
conversão automática dele em título de propriedade,
desde que atendidos os termos e as condições do art.
183 da Constituição Federal, independentemente de
prévia provocação ou prática de ato registral.
§ 1o Nos casos não contemplados pelo art. 183 da
Constituição Federal, o título de legitimação de posse
poderá ser convertido em título de propriedade, desde
que satisfeitos os requisitos de usucapião estabelecidos
na legislação em vigor, a requerimento do interessado,
perante o registro de imóveis competente.
§ 2o A legitimação de posse, após convertida em
propriedade, constitui forma originária de aquisição de
direito real, de modo que a unidade imobiliária com
destinação urbana regularizada restará livre e
desembaraçada de quaisquer ônus, direitos reais,
gravames ou inscrições, eventualmente existentes em
sua matrícula de origem, exceto quando disserem
respeito ao próprio bene�ciário.
Art. 27. O título de legitimação de posse poderá ser
cancelado pelo poder público emitente quando
constatado que as condições estipuladas nesta Lei
deixaram de ser satisfeitas, sem que seja devida
qualquer indenização àquele que irregularmente se
bene�ciou do instrumento
ASPECTOS PROCESSUAIS DA USUCAPIÃO
Procedimento comum previsto no Novo CPC.
Tutelas provisórias - situações de urgência, em que se
demonstre o risco de dano irreparável e de difícil
reparação.
Procedimento extrajudicial. Art. 1071, que alterou a Lei
6.015/73, que trata dos registros públicos,
acrescentando-lhe o art. 216-A.
A sentença de procedência da ação de usucapião apenas
reconhece o domínio adquirido com a satisfação dos
requisitos legais, sendo a sentença atributiva somente
no tocante à constituição da propriedade em nome do
usucapiente, no registro imobiliário.
Art. 246. A citação será feita:
§ 3o Na ação de usucapião de imóvel, os con�nantes
serão citados pessoalmente, exceto quando tiver por
objeto unidade autônoma de prédio em condomínio, caso
em que tal citação é dispensada.
Súmula 263 e 391 do STF. Citação pessoal.
Art. 259. Serão publicados editais:
I - na ação de usucapião de imóvel;
Art. 1.071. O Capítulo III do Título V da Lei no 6.015, de
31 de dezembro de 1973 (Lei de Registros Públicos), passa
a vigorar acrescida do seguinte art. 216-A:
(Vigência)
“Art. 216-A. Sem prejuízo da via jurisdicional, é admitido
o pedido de reconhecimento extrajudicial de usucapião,
que será processado diretamente perante o cartório do
registro de imóveis da comarca em que estiver situado o
imóvel usucapiendo, a requerimento do interessado,
representado por advogado, instruído com:
(Incluído pela Lei nº 13.105, de 2015) (Vigência)
principais cartórios que temos no Brasil
Cartório de notas (tabelionato de notas), cartório de
registro de imóveis, cartório de registro civil, cartório
de protesto.
Serventias Extrajudiciais (Cartórios Extrajudiciais) -
Serviços Notariais e de Registro.
Os serviços notariais sempre serão exercidos pelo
Tabelião ou Notário e organizados da seguinte forma:
Tabelião de Notas; Tabelião e o�cial de registro de
contratos marítimos e Tabelião de protestos de títulos.
No Tabelionato de Notas (Cartório de Notas, Ofício de
Notas, ou Serviço Notarial) são realizados os
testamentos, procurações, escrituras públicas,
procurações, atas notariais e autenticação de
documentos e também reconhecimento de �rma.
Os Serviços de Registro (Cartório) - São exercidos pelo
O�cial de Registro ou Registrador, a quem cabe: o
registro civil de pessoas naturais; o registro civil de
pessoas jurídicas; o registro de títulos e documentos e o
registro de imóveis.
Constituição Federal do Brasil de 1988 - artigo 236
LEI Nº 8.935, DE 18 DE NOVEMBRO DE 1994. Regulamenta o
art. 236 da Constituição Federal, dispondo sobre
serviços notariais e de registro. (Lei dos cartórios).
I - ata notarial lavrada pelo tabelião, atestando o
tempo de posse do requerente e de seus antecessores,
conforme o caso e suas circunstâncias, aplicando-se o
disposto no art. 384 da Lei no 13.105, de 16 de março de
2015 (Código de Processo Civil);
(Redação dada pela Lei nº 13.465, de 2017)
II - planta e memorial descritivo assinado por pro�ssional
legalmente habilitado, com prova de anotação de
responsabilidade técnica no respectivo conselho de
�scalização pro�ssional, e pelos titulares de direitos
registrados ou averbados na matrícula do imóvel
usucapiendo ou na matrícula dos imóveis con�nantes;
(Redação dada pela Lei nº 13.465, de 2017)
III - certidões negativas dos distribuidores da comarca
da situação do imóvel e do domicílio do requerente;
(Incluído pela Lei nº 13.105, de 2015) (Vigência)
As certidões servirão para demonstrar/comprovar que
inexiste vínculo que possa comprometer a situação do
imóvel em questão, ou seja, a natureza mansa e pací�ca
da posse.
IV - justo título ou quaisquer outros documentos que
demonstrem a origem, a continuidade, a natureza e o
tempo da posse, tais como o pagamento dos impostos e
das taxas que incidirem sobre o imóvel. (Incluído pela
Lei nº 13.105, de 2015) (Vigência)
Ata notarial é um instrumento público (a exemplo da
escritura pública) pelo qual o tabelião ou outra pessoa
autorizada no cartório (preposto), por solicitação da
pessoa interessada, constata (relata) �elmente fatos,
coisas, pessoas ou situações para comprovar a sua
existência ou o seu estado.
É a con�rmação, pelo tabelião (ou seus prepostos), em
razão da fé pública, da existência e das circunstâncias
que caracterizam o fato, enquanto acontecimento
juridicamente relevante, relatado por uma pessoa.
Pode ser objeto da ata notarial tudo aquilo que não
seja objeto de escritura pública. A diferença básica
entre ambas é a existência, ou não, de declaração de
vontade, que está presente na escritura pública e
ausente na ata notarial. Na ata há a narração de um
fato, que caracteriza-se pela ausência de manifestação
de vontade.
Escritura pública é o instrumento jurídico de declaração
de vontades celebrado entre uma ou mais pessoas
perante um Tabelião, que tem responsabilidade legal e
formal para a sua lavratura.
O documento é necessário para dar validade formal ao
ato jurídico exigido por Lei e proporcionar maior
segurança jurídica às pessoas que a formalizam no
Cartório de Notas. A escritura pode ser feita

Outros materiais