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bens, posse e propriedade: * Aquisição de propriedade imóvel (Acessões - plantações e construções. * Usucapião. Registro Público. Perda da * propriedade. Propriedade resolúvel e * propriedade �duciária. * Direitos de vizinhança. * Condomínio geral. Condomínio edilício. * Condomínio em lotes (Lei n. 13.465/2017). Multipropriedade (Lei n. 13.777/2018) * Direitos reais sobre coisas alheias de gozo ou fruição : Superfície. Servidão. Usufruto. Uso. Habitação. Laje (Lei n. 13.465/2017 e Decreto n. 9.310/2018). * Direito real do promitente comprador do imóvel. *Direitos reais de garantia: penhor, hipoteca e anticrese. Estatuto da Cidade. * Regularização Fundiária Urbana e Rural ((Lei n. 13.465/2017). PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE DAS AÇÕES POSSESSÓRIAS Art. 554. A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o juiz conheça do pedido e outorgue a proteção legal correspondente àquela cujos pressupostos estejam provados. § 1º No caso de ação possessória em que �gure no polo passivo grande número de pessoas, serão feitas a citação pessoal dos ocupantes que forem encontrados no local e a citação por edital dos demais, determinando-se, ainda, a intimação do Ministério Público e, se envolver pessoas em situação de hipossu�ciência econômica, da Defensoria Pública. § 2º Para �m da citação pessoal prevista no § 1º, o o�cial de justiça procurará os ocupantes no local por uma vez, citando-se por edital os que não forem encontrados. § 3º O juiz deverá determinar que se dê ampla publicidade da existência da ação prevista no § 1º e dos respectivos prazos processuais, podendo, para tanto, valer-se de anúncios em jornal ou rádio locais, da publicação de cartazes na região do con�ito e de outros meios. Justi�cativa – Por diversas vezes o autor promove ação em razão de determinada conduta do réu e esta vem a ser modi�cada no curso do processo. PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE Qual foi erro do advogado no caso hipotético? Foi desistir das ações, ajuizar outras. Nada disso era necessário, pois, pela fungibilidade das ações possessórias, se demonstrado que uma ação foi ajuizada e a circunstância da posse foi alterada, o juiz poderá na mesma ação dar a proteção possessória correspondente a necessidade do autor, independentemente da variação, que é muito fácil de acontecer. O processo nos con�itos possessórios coletivos o § 1º do artigo 554 do novo CPC estatui que nas ações possessórias em que �gure no polo passivo grande número de pessoas, será determinada a intimação da Defensoria Pública se estiverem envolvidas pessoas em situação de hipossu�ciência econômica. Os ocupantes que forem encontrados no local serão citados pessoalmente, cabendo a citação dos demais por edital. Polo ativo X Polo passivo Polo ativo e passivo são os dois lados de um processo: Polo ativo é quem entra com o processo (o autor, o requerente, o exequente). É quem pede algo. Bene�ciário principal. Polo passivo é aquele contra o qual se abre um processo (o réu, o requerido, o executado, dependendo do tipo da ação). É de quem se requer alguma coisa. É o devedor da prestação principal. Resolução nº 85, do Conselho Superior da Defensoria Pública da União considera hipossu�cientes: famílias c até 5 membros e renda bruta mensal de 3 salários mínimos. / famílias c 6 ou mais membros c renda bruta mensal de 4 salários mínimos. diferença entre citação e intimação: citação: ato pelo o qual são convocados o réu, o executado ou o interessado p integrar a relação processual. (art. 238 CPC) intimação: ato pelo o qual se dá ciência a alguém dos atos e dos termos do processo (art. 269 CPC) tem objetivo de convocar a parte a fazer ou abster-se de fazer alguma coisa. DEFENSORIA PÚBLICA Todos os brasileiros possuem o direito constitucional da defesa, por isso a existência das defensorias públicas, cuja função é atender àqueles que não possuem condições �nanceiras de pagar os honorários de um advogado. O serviço é oferecido gratuitamente à população carente tanto na esfera federal quanto na estadual. Cabem aos defensores públicos orientar os cidadãos e defender seus interesses e direitos. Um dos principais trabalhos desenvolvidos pelos defensores é a conciliação entre as partes. Em alguns casos, o aconselhamento já tira as dúvidas do cidadão e a ação não acontece. A Defensoria Pública da União atua na Justiça Federal, Justiça do Trabalho, Justiça Eleitoral , nos Tribunais Superiores, e instâncias administrativas da União. Já as Defensorias Estaduais atuam nos tribunais de justiça. CUMULAÇÃO DOS PEDIDOS Art. 555. É lícito ao autor cumular ao pedido possessório o de: I - condenação em perdas e danos; II - indenização dos frutos. Parágrafo único. Pode o autor requerer, ainda, imposição de medida necessária e adequada para: I - evitar nova turbação ou esbulho; II - cumprir-se a tutela provisória ou �nal. Desfazimento de plantação ou construção. CARÁTER DÚPLICE - RECONVENÇÃO NA CONTESTAÇÃO Art. 556. É lícito ao réu, na contestação, alegando que foi o ofendido em sua posse, demandar a proteção possessória e a indenização pelos prejuízos resultantes da turbação ou do esbulho cometido pelo autor. Totalmente dispensada a necessidade de reconvenção. A contestação é o momento onde o réu (polo ativo) se defende das alegações do autor (polo passivo) de um processo. Reconvenção - possibilita que o polo passivo de uma demanda (ação), no momento da apresentação de sua defesa, pleiteie a pretensão em face do autor da demanda. LIMINAR POSSESSÓRIA – Ação de força nova/ Ação de força velha Art. 558. Regem o procedimento de manutenção e de reintegração de posse as normas da Seção II deste Capítulo quando a ação for proposta dentro de ano e dia da turbação ou do esbulho a�rmado na petição inicial. Parágrafo único. Passado o prazo referido no caput , será comum o procedimento, não perdendo, contudo, o caráter possessório. Se o atentado à posse tiver dentro de ano e dia – ação de força nova. Procedimento especial. A decisão liminar é aquela proferida em caráter de urgência, para garantir ou antecipar um direito que tem perigo de ser perdido. CAUÇÃO Art. 559. Se o réu provar, em qualquer tempo, que o autor provisoriamente mantido ou reintegrado na posse carece de idoneidade �nanceira para, no caso de sucumbência, responder por perdas e danos, o juiz designar-lhe-á o prazo de 5 (cinco) dias para requerer caução, real ou �dejussória, sob pena de ser depositada a coisa litigiosa, ressalvada a impossibilidade da parte economicamente hipossu�ciente. Caução - Consiste em valor depositado como garantia para o cumprimento de obrigação ou indenização de possível dano. Pode ser real ou �dejussória. Real, quando dada em garantia coisa móvel ou imóvel, e �dejussória, quando a garantia dada é pessoal. Sucumbência - Estabelece que a parte que perdeu a ação efetue o pagamento das custas processuais e honorários advocatícios da parte vencedora. Da Manutenção e da Reintegração de Posse Manutenção e Reintegração de Posse - Arts. 560 a 566 do NCPC Interdito Proibitório –Arts. 567 e 568 do CPC. Seção II Da Manutenção e da Reintegração de Posse Art. 561. Incumbe ao autor provar: I - a sua posse; II - a turbação ou o esbulho praticado pelo réu; III - a data da turbação ou do esbulho; IV - a continuação da posse, embora turbada, na ação de manutenção, ou a perda da posse, na ação de reintegração. Seção III Do Interdito Proibitório Art. 567. O possuidor direto ou indireto que tenha justo receio de ser molestado na posse poderá requerer ao juiz que o segure da turbação ou esbulho iminente, mediante mandado proibitório em que se comine ao réu determinada pena pecuniária caso transgrida o preceito. Art. 568. Aplica-se ao interdito proibitório o disposto na Seção II deste Capítulo. COMPETÊNCIA PARA PROCESSAR E JULGAR A AÇÃO POSSESSÓRIA Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro de situação da coisa. § 1o O autor pode optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo foro de eleição se o litígio não recair sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão,divisão e demarcação de terras e de nunciação de obra nova. § 2o A ação possessória imobiliária será proposta no foro de situação da coisa, cujo juízo tem competência absoluta. (NCPC) LEGÍTIMA DEFESA DA POSSE E DESFORÇO IMEDIATO LEGÍTIMA DEFESA DA POSSE (TURBAÇÃO/AMEAÇA) E DESFORÇO IMEDIATO (ESBULHO) = AUTOTUTELA/ AUTODEFESA/DEFESA DIRETA. Art. 1.210, §1º Art. 187??? Parâmetros para a consideração de ato abusivo. Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu �m econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. É defeso ao proprietário que não deu função social ao seu imóvel em razão do estado de abandono ou de mínima exploração se valer da autotutela (Marcos Aurélio Bezerra de Me�o). EFEITOS MATERIAIS DA POSSE PERCEPÇÃO DOS FRUTOS (arts. 1.214, 1.215 e 1.216) INDENIZAÇÃO E RETENÇÃO DAS BENFEITORIAS (arts. 1.219, 1.220 e 1.221) RESPONSABILIDADES (arts. 1.217 e 1.218) USUCAPIÃO - doutrina PERCEPÇÃO DOS FRUTOS Frutos são as utilidades econômicas que a coisa periodicamente produz, sem alteração ou perda de seu substância Produtos não produz e reproduz. Naturais – provenientes diretamente da coisa. Renova-se periodicamente pela força da natureza. Arti�ciais – atuação do trabalho humano. Civis – rendas periódicas provenientes da concessão do uso e gozo de uma coisa frutífera por outrem. Percebidos – já foram separados da coisa. . Colhidos na constância da boa-fé. Pendentes – aderem a coisa e não podem ser colhidos. Colhidos com antecipação – percebidos prematuramente. Percipiendos – deviam ou podiam ter sido colhidos , mas não o foram. Estantes – foram colhidos e estão armazenados. Consumidos – colhidos e consumidos RESPONSABILIDADES - Arts. 1.217 e 1.218 Dever de indenizar A responsabilidade de possuidor de boa-fé , depende da comprovação da culpa (subjetiva). Somente responde por dolo ou culpa. A responsabilidade de possuidor de má-fé – objetiva. Responde ainda que por fato acidental. Suponhamos que Berenice se apossou do cachorro do vizinho, que veio a morrer. Se a morte tiver sido causada, por exemplo, pela �lha pequena de Berenice, que deu veneno ao animal, Berenice será responsável, vez que a morte somente ocorreu porque o cão estava em sua posse. Se , por outro lado, a morte tiver sido causada por uma doença incurável que o cachorro já tinha ao tempo do esbulho, Berenice �cará isenta de responsabilidade, provando o fato. INDENIZAÇÃO E RETENÇÃO DAS BENFEITORIAS Art. 96 do CC Benfeitorias necessárias – conservação e salvação do bem Benfeitorias úteis – ampliam ou facilitam o uso ou gozo do bem Benfeitorias voluptuárias – destinadas ao deleite ou recreio INDENIZAÇÃO E RETENÇÃO DAS BENFEITORIAS A indenização pelas benfeitorias, em qualquer caso, só é devida se elas ainda existirem na época da perda da posse. É possível a compensação do valor das benfeitorias com o de danos causados ao bem pelo antigo possuidor. Se a benfeitoria necessária está tão velha que precisa ser refeita, o possuidor não poderá pleitear qualquer ressarcimento, mesmo sendo a posse de boa-fé. POSSIBILIDADE DE OUTRAS AÇÕES AÇÃO DE NUNCIAÇÃO DE OBRA NOVA OU EMBARGO DE OBRA NOVA (posse ou propriedade). AÇÃO DE DANO INFECTO (caução por eventuais danos futuros). Posse ou propriedade. EMBARGOS DE TERCEIRO (turbado ou esbulhado por atos de apreensão judicial). Posse ou propriedade.– Arts. 674 a 681 NCPC AÇÃO DE IMISSÃO DE POSSE (título de propriedade sem posse). Art. 538, 625, 806, 877, 880, 901,903, do NCPC Ação de Nunciação de Posse Destinada à pessoa (proprietário ou possuidor) que está sendo prejudicada e tem a intenção de impedir a continuação de obras no terreno vizinho que estivessem em desacordo com os regulamentos civis e administrativos. Prédio vizinho ± prédio contíguo, confrontante ou limítrofe = prédios próximos desde que atingidos pela lesividade da obra. Impedir que o prejuízo se consuma pela ultimação da obra. Procedimento comum O critério que deverá orientar a distinção entre uma “obra acabada” e outra a que falte ainda algum trabalho de conclusão, de modo a permitir o embargo, será o de investigar se a obra, no estado em que se encontra, seria perfeitamente utilizável para o �m a que se destina, ou se os trabalhos por realizar deixam-na ainda imprópria para seu uso normal. Ovídio A. Baptista da Silva, AÇÃO DE DANO INFECTO Quem tiver justo receio de sofrer dano em seu imóvel em decorrência de ruína em prédio ou obras vizinhas pode pedir que o proprietário responsável preste caução, para garantir eventual indenização, se ocorrer dano. Proprietário ou possuidor. Se já ocorreram danos, a caução pode ser pedida incidentalmente em pedido cominatório, tendo em vista outros danos que possam ainda vir a ocorrer. Procedimento comum. Rara – na prática nunciação de obra nova ou demolitória. EMBARGOS DE TERCEIRO Sempre decorrentes de outro processo judicial. Possuidor ou proprietário. Turbado ou esbulhado por atos de apreensão. Efetivamente, os embargos de terceiro representam a própria ação de manutenção, ou reintegração de posse, que, por necessidade de ordem prática, adota forma processual diversa. (Washington de Barros Monteiro). AÇÃO DE IMISSÃO DE POSSE Ação fundada em título de propriedade, sem que o interessado tenha tido posse. Procedimento comum. Proprietário que arrematou o bem em leilão (hasta pública) e quer adentrar no imóvel. Art. 806. O devedor de obrigação de entrega de coisa certa, constante de título executivo extrajudicial, será citado para, em 15 (quinze) dias, satisfazer a obrigação. § 1.º Ao despachar a inicial, o juiz poderá �xar multa por dia de atraso no cumprimento da obrigação, �cando o respectivo valor sujeito a alteração, caso se revele insu�ciente ou excessivo. § 2.º Do mandado de citação constará ordem para imissão na posse ou busca e apreensão, conforme se tratar de bem imóvel ou móvel, cujo cumprimento se dará de imediato, se o executado não satis�zer a obrigação no prazo que lhe foi designado. MODOS DE AQUISIÇÃO DA POSSE Art. 1.204. Adquire-se a posse desde o momento em que se torna possível o exercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes inerentes à propriedade. Originária – aquisição sem relação jurídica anterior (posse natural). Derivada – relação jurídica precedente.(posse civil). Intermediação pessoal .Apreensão da coisa – quando a coisa não tem dono (res nu�ius) ou abandonada (res derelicta). Tradição - real, simbólica e �cta CONSTITUTO POSSESSÓRIO (Cláusula Constituti) O possuidor que possuía em nome próprio, passa , por força da manifestação de vontade, a possuir em nome alheio. Proprietário que vende o imóvel e nele permanece como locatário. TRADIO BREVI MANU – possuidor possuía em nome alheio e passa a possuir em nome próprio. Locatário que compra o imóvel, passando a ser proprietário. Enunciado n. 77 - 77. Art. 1.205: A posse das coisas móveis e imóveis também pode ser transmitida pelo constituto possessório. AQUISIÇÃO DA POSSE Quem pode adquirir a posse???? Art. 1.205. A posse pode ser adquirida: I - pela própria pessoa que a pretende ou por seu representante; II - por terceiro sem mandato, dependendo de rati�cação. Art. 1.206. A posse transmite-se aos herdeiros ou legatários do possuidor com os mesmos caracteres. Princípio da continuidade do caráter da posse. Presunção relativa. Art. 1.203. Salvo prova em contrário, entende-se manter a posse o mesmo caráter com que foi adquirida. Art. 1.207. O sucessor universal continua de direito a posse do seu antecessor; e ao sucessor singular é facultado unir sua posse à do antecessor, para os efeitos legais. Sucessão universal ( nos casos de herança legítima - continuidade). Sucessão singular (nos casos de compra e venda/doação –união de posses - acessão). O que distingue a sucessão da união é o modo de transmissão da posse, sendo a título universal, há sucessão, sendo a título singular, há união. Art. 1.209. A posse do imóvel faz presumir, até prova contrária, a das coisas móveis que nele estiverem. Princípio geral– o acessório segue o principal. PERDA DA POSSE Art. 1.223. Perde-se a posse quando cessa, embora contra a vontade do possuidor, o poder sobre o bem, ao qual se refere o art. 1.196. Art. 1.224. Só se considera perdida a posse para quem não presenciou o esbulho, quando, tendo notícia dele, se abstém de retornar a coisa, ou, tentando recuperá-la, é violentamente repelido. *Abandono *Tradição *Perda ou destruição *Coisa colocada fora do comércio *Pela posse de outrem *Constituto possessório aula 6 EFEITOS MATERIAIS DA POSSE: PERCEPÇÃO DOS FRUTOS (arts. 1.214, 1.215 e 1.216) INDENIZAÇÃO E RETENÇÃO DAS BENFEITORIAS (arts. 1.219, 1.220 e 1.221) RESPONSABILIDADES (arts. 1.217 e 1.218) USUCAPIÃO - doutrina PERCEPÇÃO DOS FRUTOS Frutos são as utilidades econômicas que a coisa periodicamente produz, sem alteração ou perda de seu substância. Bens acessórios. Saem do principal. Produtos não produz e reproduz. Minerais que se extraem das minas. CLASSIFICAÇÃO QUANTO À ORIGEM Naturais – provenientes diretamente da coisa. Renova-se periodicamente pela força da natureza. Arti�ciais – atuação do trabalho humano. Civis – rendas periódicas provenientes da concessão do uso e gozo de uma coisa frutífera por outrem. Percebidos – já foram separados da coisa. . Colhidos na constância da boa-fé. Pendentes – aderem a coisa e não podem ser colhidos. Colhidos com antecipação – percebidos prematuramente. Percipiendos – deviam ou podiam ter sido colhidos , mas não o foram. Estantes – foram colhidos e estão armazenados. Consumidos – colhidos e consumidos. Art. 1.214. O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos frutos percebidos. Parágrafo único. Os frutos pendentes ao tempo em que cessar a boa-fé devem ser restituídos, depois de deduzidas as despesas da produção e custeio; devem ser também restituídos os frutos colhidos com antecipação. Um locatário está em um imóvel urbano e, no fundo há uma laranjeira. Enquanto vigente o contrato, o locatário, possuidor de boa-fé amparado pelo justo título, terá direito as laranjas colhidas (percebidas). Se o contrato for extinto quando as laranjas estiverem verdes (frutos pendentes), não poderão ser colhidas (locador/proprietário). Se colhidas ainda verdes, devem ser devolvidas (locador/proprietário). Art. 1.215. Os frutos naturais e industriais reputam-se colhidos e percebidos, logo que são separados; os civis reputam-se percebidos dia por dia. A laranja é tida como colhida quando separada da laranjeira. Os juros são percebidos nos vencimentos. responsabilidades: Art. 1.217. O possuidor de boa-fé não responde pela perda ou deterioração da coisa, a que não der causa. A responsabilidade de possuidor de boa-fé , depende da comprovação da culpa (subjetiva). Somente responde por dolo (intenção de prejudicar, ação ou omissão voluntária) ou culpa (desrespeito a um dever preexistente, por imprudência, negligência ou imperícia). Art. 1.218. O possuidor de má-fé responde pela perda, ou deterioração da coisa, ainda que acidentais, salvo se provar que de igual modo se teriam dado, estando ela na posse do reivindicante. A responsabilidade de possuidor de má-fé – objetiva (independentemente de culpa), a não ser que prove que a coisa ser perderia mesmo se estivesse com o reivindicante. Responde ainda que por fato acidental. Consagra a responsabilidade do possuidor de má-fé mesmo por caso fortuito ou força maior. Suponhamos que Berenice se apossou do cachorro do vizinho, que veio a morrer. Se a morte tiver sido causada, por exemplo, pela �lha pequena de Berenice, que deu veneno ao animal, Berenice será responsável, vez que a morte somente ocorreu porque o cão estava em sua posse. Se , por outro lado, a morte tiver sido causada por uma doença incurável que o cachorro já tinha ao tempo do esbulho, Berenice �cará isenta de responsabilidade, provando o fato. INDENIZAÇÃO E RETENÇÃO DAS BENFEITORIAS Art. 96 do CC Benfeitorias necessárias – conservação e salvação do bem. Reforma do telhado de uma casa. Benfeitorias úteis – ampliam ou facilitam o uso ou gozo do bem. Instalação de uma grade na janela de uma casa. Benfeitorias voluptuárias – destinadas ao deleite ou recreio. Construção de uma piscina em uma casa. Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis. O comodatário, vigente um empréstimo de um imóvel, terá direito de indenização pela reforma do telhado e pela grade da janela. Locação – Arts. 35 e 36 da Lei 8.241/1991. Art. 1.220. Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as benfeitorias necessárias; não lhe assiste o direito de retenção pela importância destas, nem o de levantar as voluptuárias. Invasor de um imóvel, percebendo que o telhado está em péssimo estado de conservação, o que pode comprometer a própria estrutura do imóvel, o troca. A conduta de troca do telhado é movida pela boa-fé. Art. 1.221. As benfeitorias compensam-se com os danos, e só obrigam ao ressarcimento se ao tempo da evicção ainda existirem. Art. 1.222. O reivindicante, obrigado a indenizar as benfeitorias ao possuidor de má-fé, tem o direito de optar entre o seu valor atual e o seu custo; ao possuidor de boa-fé indenizará pelo valor atual. A indenização pelas benfeitorias, em qualquer caso, só é devida se elas ainda existirem na época da perda da posse. É possível a compensação do valor das benfeitorias com o de danos causados ao bem pelo antigo possuidor. Se a benfeitoria necessária está tão velha que precisa ser refeita, o possuidor não poderá pleitear qualquer ressarcimento, mesmo sendo a posse de boa-fé. POSSIBILIDADE DE OUTRAS AÇÕES EM QUE A POSSE É DISCUTIDA AÇÃO DE NUNCIAÇÃO DE OBRA NOVA OU EMBARGO DE OBRA NOVA (posse ou propriedade). Destinada à pessoa (proprietário ou possuidor) que está sendo prejudicada e tem a intenção de impedir a continuação de obras no terreno vizinho que estivessem em desacordo com os regulamentos civis e administrativos. Prédio vizinho ± prédio contíguo, confrontante ou limítrofe = prédios próximos desde que atingidos pela lesividade da obra. Impedir que o prejuízo se consuma pela ultimação da obra. Procedimento comum. O critério que deverá orientar a distinção entre uma “obra acabada” e outra a que falte ainda algum trabalho de conclusão, de modo a permitir o embargo, será o de investigar se a obra, no estado em que se encontra, seria perfeitamente utilizável para o �m a que se destina, ou se os trabalhos por realizar deixam-na ainda imprópria para seu uso normal. Ovídio A. Baptista da Silva. AÇÃO DE DANO INFECTO (caução por eventuais danos futuros). Posse ou propriedade. Quem tiver justo receio de sofrer dano em seu imóvel em decorrência de ruína em prédio ou obras vizinhas pode pedir que o proprietário responsável preste caução, para garantir eventual indenização, se ocorrer dano. Proprietário ou possuidor. Se já ocorreram danos, a caução pode ser pedida incidentalmente em pedido cominatório, tendo em vista outros danos que possam ainda vir a ocorrer. Procedimento comum. Rara – na prática nunciação de obra nova ou demolitória. (Muro ou parede que ameaça cair em construção vizinha; In�ltrações decorrentes de apartamento do andar superior.) EMBARGOS DE TERCEIRO (turbado ou esbulhado por atos de apreensão judicial). Posse ou propriedade.– Arts. 674 a 681 NCPC Sempre decorrentes de outro processo judicial. Possuidor ou proprietário. Turbado ou esbulhado por atos de apreensão. Efetivamente, os embargos de terceiro representam a própria ação de manutenção, ou reintegração de posse, que, por necessidade de ordem prática, adota forma processual diversa. (Washington de Barros Monteiro). AÇÃO DE IMISSÃO DE POSSE (título de propriedade sem posse). Art. 538, 625, 806, 877, 880, 901,903, do NCPC Ação fundada em título de propriedade, sem que o interessado tenha tido posse. Procedimento comum. Proprietárioque arrematou o bem em leilão (hasta pública) e quer adentrar no imóvel. Art. 806. O devedor de obrigação de entrega de coisa certa, constante de título executivo extrajudicial, será citado para, em 15 (quinze) dias, satisfazer a obrigação. § 1.º Ao despachar a inicial, o juiz poderá �xar multa por dia de atraso no cumprimento da obrigação, �cando o respectivo valor sujeito a alteração, caso se revele insu�ciente ou excessivo. § 2.º Do mandado de citação constará ordem para imissão na posse ou busca e apreensão, conforme se tratar de bem imóvel ou móvel, cujo cumprimento se dará de imediato, se o executado não satis�zer a obrigação no prazo que lhe foi designado. Comprador pode ajuizar ação de imissão de posse mesmo sem registro do contrato A 3ª turma do STJ reformou acórdão do TJ/SP MODOS DE AQUISIÇÃO DA POSSE Art. 1.204. Adquire-se a posse desde o momento em que se torna possível o exercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes inerentes à propriedade. Originária – aquisição sem relação jurídica anterior (posse natural). Derivada – relação jurídica precedente.(posse civil). Intermediação pessoal. Apreensão da coisa – quando a coisa não tem dono (res nu�ius) ou abandonada (res derelicta). Tradição - real, simbólica e �cta Abandono Tradição Perda ou destruição CONSTITUTO POSSESSÓRIO (Cláusula Constituti) O possuidor que possuía em nome próprio, passa , por força da manifestação de vontade, a possuir em nome alheio. Proprietário que vende o imóvel e nele permanece como locatário. TRADIO BREVI MANU – possuidor possuía em nome alheio e passa a possuir em nome próprio. Locatário que compra o imóvel, passando a ser proprietário. Enunciado n. 77 - 77. Art. 1.205: A posse das coisas móveis e imóveis também pode ser transmitida pelo constituto possessório Quem pode adquirir a posse???? Art. 1.205. A posse pode ser adquirida: I - pela própria pessoa que a pretende ou por seu representante; II - por terceiro sem mandato, dependendo de rati�cação. Art. 1.206. A posse transmite-se aos herdeiros ou legatários do possuidor com os mesmos caracteres. Princípio da continuidade do caráter da posse. Presunção relativa. Art. 1.203. Salvo prova em contrário, entende-se manter a posse o mesmo caráter com que foi adquirida. Art. 1.207. O sucessor universal continua de direito a posse do seu antecessor; e ao sucessor singular é facultado unir sua posse à do antecessor, para os efeitos legais. Sucessão universal ( nos casos de herança legítima - continuidade). Sucessão singular (nos casos de compra e venda/doação –união de posses - acessão). O que distingue a sucessão da união é o modo de transmissão da posse, sendo a título universal, há sucessão, sendo a título singular, há união. Art. 1.209. A posse do imóvel faz presumir, até prova contrária, a das coisas móveis que nele estiverem. Princípio geral – o acessório segue o principal. Art. 1.223. Perde-se a posse quando cessa, embora contra a vontade do possuidor, o poder sobre o bem, ao qual se refere o art. 1.196. Art. 1.224. Só se considera perdida a posse para quem não presenciou o esbulho, quando, tendo notícia dele, se abstém de retornar a coisa, ou, tentando recuperá-la, é violentamente repelido. Coisa colocada fora do comércio - Consideram-se fora do comércio os bens naturalmente indisponíveis (insuscetíveis de apropriação pelo homem, como o ar atmosférico, a água do mar), os legalmente indisponíveis (bens de uso comum, de uso especial, os direitos da personalidade e os órgãos do corpo humano) e os indisponíveis pela vontade humana (deixados em testamento ou doados, com cláusula de inalienabilidade). Pela posse de outrem Constituto possessório propriedade formal é essa coisa extraordinária, muito maior do que a posse. Diferentemente dos tigres e lobos, que arreganham os dentes para proteger os seus territórios, o homem, �sicamente um animal mais fraco, usou sua mente para criar um ambiente legal – a propriedade – para proteger o seu território. propriedade (direito fundamental) : DIREITO QUE ALGUÉM POSSUI EM RELAÇÃO A UM BEM DETERMINADO. É inerente a qualquer ser humano o anseio pela segurança propiciada pela aquisição de bens. ART. 5º, XXII, XXIII, CRFB/1988 Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XXII - é garantido o direito de propriedade; XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; Art. 1.228, CC/2002. O direito real de usar, fruir, dispor e reivindicar a coisa sobre a qual recai, respeitando sua função social (Luiz Antônio Scavone Júnior, 2019). Direito real por excelência – dela emanam todos os outros direitos reais (art. 1.225, do CC/2002). Rol taxativo - numerus clausus. atributos / poderes: USAR OU UTILIZAR GOZAR/FRUIR/EXTRAIR FRUTOS DISPOR/DAR À COISA O DESTINO/ALIENAR REAVER/BUSCAR/REIVINDICAR CLASSIFICAÇÃO DOS DIREITOS REAIS ● Direitos real sobre a coisa própria – Propriedade. ● Direitos na coisa alheia ou direitos limitados ● Direitos reais de gozo e fruição – usufruto, servidão, uso, habitação, superfície, a concessão de uso especial para �ns de moradia, a concessão de direito real de uso e o direito real de laje. ● Direitos reais de garantia – penhor, hipoteca e anticrese. ● Direito real à aquisição - direito do promitente comprador do imóvel Função Social da Propriedade A PROPRIEDADE NÃO MAIS POSSUI O SENTIDO QUE LHE EMPRESTARAM OS POVOS ANTIGOS (OS ROMANOS). A partir de Justiniano, no séc. VI, começou a ocorrer uma transformação do antigo conceito de propriedade (conceito individualista, que atribuía ao seu titular o pleno direito de usar, gozar e dispor do que lhe pertencesse, da maneira que melhor lhe aprouvesse. Ideia do absolutismo da propriedade. Apareceram as primeiras restrições disciplinadas pelos direitos recíprocos de cada proprietário – cada um também devia o mesmo respeito ao direito do outro. O direito de cada um termina onde começa o do outro. Somente pouco antes do Renascimento é que a propriedade passou a ser conceituada como o direito de dispor das coisas, salvo naquilo proibido em lei. LIMITAÇÃO, POSSIBILIDADE DE RESTRIÇÃO AO ABSOLUTO DIREITO DE PROPRIEDADE PRECONIZADO PELOS ROMANOS. LIMITAÇÕES Direito de vizinhança - Arts. 1.277 a 1.313 do CC/2002. Organização do espaço urbano – zoneamento. LEI COMPLEMENTAR nº 482, DE 17 DE JANEIRO DE 2014. regulamentada pelo DECRETO Nº 16.205, DE 18 DE MAIO DE 2016. LEI Nº 16 de 07 de abril de 1993 - DISPÕE SOBRE O ZONEAMENTO DE USO E OCUPAÇÃO DO TERRITÓRIO DO MUNICÍPIO DE PALHOÇA, ESTADO DE SANTA CATARINA. LEI Nº 4466, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2016. 1.Sustentação ambiental. Meio ambiente. Art. 225 da CRFB/1988. 2.Higiene. 3.Subutilização da propriedade ou seu abandono em prejuízo a interesses coletivos ou públicos. Proteção do patrimônio histórico e cultural (tombamento): É um ato administrativo realizado pelo poder público, com o objetivo de preservar, através da aplicação da lei, bens de valor histórico, cultural, arquitetônico e ambiental para a população, impedindo que venham a ser destruídos ou descaracterizados. O Tombamento pode ser feito pela União, através do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, pelo Governo Estadual, através da Secretaria de Estado da Cultura (SEEC), ou pelas administrações municipais que dispuserem de leis especí�cas. O tombamento também pode ocorrer em escala mundial, reconhecendo algo como Patrimônio da Humanidade, o que é feito pelo Conselho Internacional dos Monumentos e Sítios/ Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). TOMBAMENTO x DESAPROPRIAÇÃO da Secretaria de Estado da Cultura (SEEC) e oO Tombamento não altera a propriedade de um bem; apenas proíbe que ele venha a ser destruído ou descaracterizado. Logo, um bem tombado não necessita ser desapropriado, mas deve manter as características que possuía na data do tombamento. O artigo 16 da Leinº 1.211 de 16/9/1953 a�rma que se houver necessidade de obras para a preservação do bem e, se o proprietário protocolar no Protocolo Geral da SEEC um comunicado à Coordenação do Patrimônio Cultural (CPC) de que tais obras são urgentes e o proprietário comprovar não ter recursos para executá-las, o Estado é obrigado a custear tais obras, mesmo sendo o bem privado e sem a anuência do proprietário. O mesmo artigo a�rma que o Estado tem seis meses de prazo para dar início às obras e, caso não as execute, é direito do proprietário entrar com um processo no Protocolo Geral utro processo civil solicitando a anulação do tombamento. Desde que o bem continue sendo preservado com as características que possuía na data da sua inscrição no livro do tombo da CPC/SEEC, não existe qualquer impedimento para a venda, aluguel ou herança de um bem tombado. tombamento: A proteção ao patrimônio cultural com relevância nacional é responsabilidade do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Na esfera estadual, a proteção ao patrimônio cultural em Santa Catarina é responsabilidade da Fundação Catarinense de Cultura (FCC) Na esfera municipal é responsabilidade da Prefeitura de cada cidade. Em Florianópolis, o patrimônio cultura é responsabilidade do Serviço do Patrimônio Histórico, Artístico e Natural do Município (Sephan). CLASSIFICAÇÃO DA PROPRIEDADE Propriedade Corpórea – existência física, ocupam espaço. Propriedade Incorpórea – alguns direitos que existem apenas conceitos jurídicos. A propriedade corpórea. Arts. 1.228 e ss. do CC/2002. Propriedade incorpórea – Leis Esparsas. Lei 9.279/1996 – Marcas e Patentes. Lei 9.609/1998 – Propriedade intelectual de Programas de Computador. Lei 9.610/1998 – Direitos autorais. São exemplos de propriedade incorpórea os direitos do autor, os direitos do inventor e o fundo de comércio (ex: a clientela de um restaurante, assim quando o estabelecimento é vendido o comprador paga pelas instalações físicas, mesas, cadeira, terreno, casa, e também pelo sucesso/clientela daquele restaurante entre os consumidores que têm o hábito de parar ali). Marca - é todo sinal distintivo, visualmente perceptível, que identi�ca e distingue produtos e serviços, bem como certi�ca a conformidade dos mesmos com determinadas normas ou especi�cações técnicas. A marca registrada garante ao seu proprietário o direito de uso exclusivo no território nacional em seu ramo de atividade econômica. Ao mesmo tempo, sua percepção pelo consumidor pode resultar em agregação de valor aos produtos ou serviços. A marca é como se fosse a escritura de um imóvel, ou seja, é propriedade de quem a registrou. A marca diz respeito à identi�cação de algum produto ou serviço a partir da associação de um nome e imagem. Patente é um título de propriedade sobre uma invenção ou modelo de utilidade, outorgado pelo Estado aos inventores ou autores ou outras pessoas físicas ou jurídicas detentoras de direitos sobre a criação. Em contrapartida, o inventor se obriga a revelar detalhadamente todo o conteúdo técnico da matéria protegida pela patente. Segundo a Lei da Propriedade Industrial (LPI) existem alguns requisitos para se obter uma patente de invenção (PI) no INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial): Novidade, Atividade Inventiva, Aplicação Industrial, Su�ciência Descritiva. Patentear é resguardar uma invenção para si. Propriedade imobiliária - Imóveis O solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou arti�cialmente. (art. 79 CC). Propriedade mobiliária – móveis Bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social. PLENA – 4 ATRIBUTOS LIMITADA – DIVISÃO DOS ATRIBUTOS Ex.: Usufruto Nua propriedade Domínio útil - usufrutuário Propriedade singular – um só sujeito do direito (pessoa física ou jurídica). Copropriedade – quando dois ou mais sujeitos dividem a propriedade sobre o mesmo objeto. Propriedade perpétua – termina quando o proprietário quiser. Propriedade resolúvel – implemento de condição/termo ou causa superveniente PROPRIEDADE RESOLÚVEL Propriedade que cessa pelo acontecimento de um evento futuro e incerto(condição) ou em determinado termo. Propriedade transferida sob condição ou termo (Arts. 121, 127 e 135 CC/2002) - Art. 1.359, do CC/2002 - as cláusulas que tornam a propriedade resolúvel estão presentes no próprio título da transmissão. Exceção ao princípio de que a propriedade é perpétua e irrevogável. No título constitutivo há previsão de resolução da propriedade em favor de alguém em virtude de acontecimento futuro e incerto (condição) ou em virtude de determinado prazo. Na doação com cláusula de reversão, o doador estipula que a coisa doada retorne ao seu patrimônio, se sobreviver ao donatário. – Art. 547 CC/2002. Cláusula de retrovenda – dá ao vendedor o direito de reaver a coisa vendida. Art. 505 CC/2002. A condição ou termo resolutivo operam retroativamente (ex tunc), e todos os direitos constituídos em sua pendência se desfazem, como se jamais houvessem existido. A devolução da coisa faz-se como se nunca tivesse havido mudança de proprietário. Princípio da retroatividade das condições. Art. 128 CC /2002. Propriedade revogável por uma causa superveniente – Art. 1.360 do CC/2002 - A propriedade pode resolver-se por um fato superveniente ao título de aquisição. Exemplo: doação revogada, por ingratidão do donatário. A causa de revogação é posterior à transmissão. Efeito ex nunc Jean faz doação à sua �lha So�a. So�a torna-se proprietária perfeita. Se So�a, cometer ingratidão contra o doador (se pai), incorrendo em tentativa de homicídio, a doação torna-se suscetível de revogação (art. 557 CC/2002). Se a propriedade vem a ser revogada, valerá a venda que o donatário haja feito antes da sentença (ingratidão). A pessoa em favor de quem se deu a resolução, terá ação contra aquele cujo domínio se resolveu para haver a coisa, se esta ainda continua em suas mãos. Mas terá apenas ação para reaver seu valor se a coisa houver sido alienada. principais características 1. ABSOLUTO – EFEITO ERGA OMNES (REGRA) 2. EXCLUSIVO – AFASTAR INGERÊNCIA ALHEIA 3. PERPÉTUO – NÃO SE EXTINGUE PELO NÃO-USO. EXCEÇÃO – PROPRIEDADE RESOLÚVEL. 4. ELÁSTICA – O PROPRIETÁRIO PODE CONTRAIR DIREITOS REAIS SOBRE A COISA ALHEIA 5. COMPLEXA – FEIXE DE PODERES FUNDAMENTAL – ART. 5º, XXII DESCOBERTA Arts. 1.233 –1.237, do CC/2002 É o fato jurídico que consiste em alguém encontrar coisa alheia perdida . Gera para o descobridor uma obrigação de fazer consistente em entregar a coisa que saiu da esfera de proteção do titular. Cuida-se de obrigação que não se origina de um ato ilícito, mas de ato-fato. (CRISTIANO CHAVES DE FARIAS, 2018). Fato jurídico é todo acontecimento natural ou humano que gera efeitos na órbita jurídica, apto a criar, modi�car ou extinguir direitos. ● Ato ilícito – contraria o ordenamento jurídico. ● Ato-fato – a vontade humana não representa relevância jurídica. Art. 169 - Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por erro, caso fortuito ou força da natureza: Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa. Parágrafo único - Na mesma pena incorre: Apropriação de tesouro I - quem acha tesouro em prédio alheio e se apropria, no todo ou em parte, da quota a que tem direito o proprietário do prédio; Apropriação de coisa achada II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcialmente, deixando de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor ou de entregá-la à autoridade competente, dentro no prazo de quinze dias. PROPRIEDADE FIDUCIÁRIA Arts. 1.361 – 1.368-B, do CC/2002 Art. 1.361. Considera-se �duciária a propriedade resolúvel de coisa móvel infungível que o devedor, com escopo de garantia, transfere ao credor. Bem infungível – não pode ser substituído por outro, da mesma espécie, quantidade e qualidade. Características do contrato de Alienação Fiduciária: Negócio jurídico bilateral – cria obrigações – Fiduciante (devedor) X Fiduciário (credor). Negócios jurídico é toda declaraçãode vontade em harmonia com o ordenamento jurídico(licitude) destinada a criar, modi�car ou extinguir relações e situações jurídicas Oneroso – bene�cia a ambos os lados Acessório – depende de uma obrigação principal. Formal – instrumento escrito, público ou particular. Somente valerá perante terceiro (erga omnes) – Registro de Títulos e Documentos (domicílio do devedor) ou na repartição competente para o licenciamento da veículos. (art. 1.361, § 1º) Art. 22, §1º da Lei nº9.514/1997 (Dispõe sobre o Sistema de Financiamento Imobiliário, institui a alienação �duciária de coisa imóvel e dá outras providências.) alterado pela Lei nº11.481/2007. Qualquer pessoa física ou jurídica contratar na posição de credor alienação �duciária em garantia, deixando de ser instituto privativo das entidades que operam o sistema �nanceiro É um negócio jurídico subordinado a uma condição resolutiva, uma vez que a propriedade �duciária cessa em favor do alienante, com o implemento dessa condição, ou seja, com a solução do débito garantido, de modo que o alienante que transferiu a propriedade �duciariamente readquire-a com o pagamento da dívida. É um contrato de natureza condicional subordinado a uma condição resolutiva. O alienante que transferiu a propriedade �duciária a readquire pelo simples pagamento da obrigação. Art. 1.362. O contrato, que serve de título à propriedade �duciária, conterá: I - o total da dívida, ou sua estimativa; II - o prazo, ou a época do pagamento; III - a taxa de juros, se houver; IV - a descrição da coisa objeto da transferência, com os elementos indispensáveis à sua identi�cação. DIREITOS E DEVERES DO DEVEDOR FIDUCIANTE Usar a coisa conforme a sua destinação, durante a vigência do contrato e enquanto não vencer a dívida, na qualidade de depositário (possuidor direto) do bem alienado com todos os seus acessórios. (art. 1.363, do CC/2002) Além de manter e conservar a coisa, deverá defender com todos os interditos possessórios contra os que turbarem ou esbulharem sua posse. Depositário é aquele que assume a guarda de determinado bem DIREITOS E DEVERES DO DEVEDOR FIDUCIANTE Não poderá dispor da coisa alienada. Na qualidade de depositário (possuidor direto), obriga-se a entregar o bem ao credor, se o débito não for quitado no prazo contratado (art. 1.363, II, CC/2002). O devedor tem o direito a reivindicar a coisa se tiver pagado a obrigação. Tem direito ao saldo decorrente da venda da coisa alienada em garantia (venda da coisa ter sido por preço superior ao valor da dívida, juros e despesas decorrentes da cobrança. Poderá o devedor transmitir, com anuência do credor �duciário, os direitos de que seja titular sobre o bem objeto da alienação �duciária em garantia, passando a assumir o adquirente as respectivas obrigações (art. 1.365, do CC/2002). Não sendo entregue o bem ou não for localizado em ação de busca e apreensão, poderá responder a pena imposta ao depositário in�el. Órgão julgador: Tribunal Pleno Relator(a): Min. CEZAR PELUSO Julgamento: 03/12/2008 Publicação: 05/06/2009 EMENTA: PRISÃO CIVIL. Depósito. Depositário in�el. Alienação �duciária. Decretação da medida coercitiva. Inadmissibilidade absoluta. Insubsistência da previsão constitucional e das normas subalternas. Interpretação do art. 5º, inc. LXVII e §§ 1º, 2º e 3º, da CF, à luz do art. 7º, § 7, da Convenção Americana de Direitos Humanos (Pacto de San José da Costa Rica). Recurso improvido. Julgamento conjunto do RE nº 349.703 e dos HCs nº 87.585 e nº 92.566. É ilícita a prisão civil de depositário in�el, qualquer que seja a modalidade do depósito. Tese É ilícita a prisão civil de depositário in�el, qualquer que seja a modalidade de depósito. Obs: Redação da tese aprovada nos termos do item 2 da Ata da 12ª Sessão Administrativa do STF, realizada em 09/12/2015. Súmula vinculante 25 Aprovação: 16/12/2009 Enunciado - É ilícita a prisão civil de depositário in�el, qualquer que seja a modalidade do depósito. DIREITOS E DEVERES DO CREDOR FIDUCIÁRIO Dívida não paga – direito do credor �duciário alienar judicialmente ou extrajudicialmente a terceiros. Repassar ao devedor o saldo (art. 1.364 do CC/2002). Art. 1.364. Vencida a dívida, e não paga, �ca o credor obrigado a vender, judicial ou extrajudicialmente, a coisa a terceiros, a aplicar o preço no pagamento de seu crédito e das despesas de cobrança, e a entregar o saldo, se houver, ao devedor. Se o valor da venda não for su�ciente para saldar a dívida e as despesas de cobrança, o devedor continuará obrigado pelo restante. (art. 1.366 do CC/2002). É nula qualquer cláusula que permita ao credor a �car com a coisa em garantia caso a dívida não seja quitada (art. 1365 do CC/2002). Cláusula comissória (Pacto comissório). A lei faculta ao devedor, desde que concorde o credor, dar seu direito eventual à coisa em pagamento da dívida, após o vencimento (art. 1365, parágrafo único, do CC/2002). Como proprietário, tem direito da reivindicar o bem alienado de qualquer pessoa que injustamente detenha a coisa (devedor, caso não tenha saldado a dívida). Deverá respeitar o uso da coisa em garantia. (art.1.363, do CC/2002). EXECUÇÃO DO CONTRATO Vencida a dívida e não paga – direito do proprietário vender a coisa a terceiro e aplicar o produto da venda no pagamento de seu crédito e das despesas decorrentes da cobrança. Deverá constituir o devedor em mora (protesto do título no cartório competente ou o envio de carta registrada ao devedor) Promover ação de busca e apreensão Feita a apreensão (comprovada a mora ou o inadimplemento) o devedor será citado para apresentar contestação. Se optar em purgar a mora, o juiz determinará prazo para o pagamento. Não purgada o juiz sentenciará resolvendo a lide. (Purgar a mora signi�ca liberar a pessoa da responsabilidade que ela tinha, o que, no caso, aconteceu pelo pagamento das parcelas em atraso pelo réu.) EXECUÇÃO (art. 806 do CPC/2015) Se não localizar a coisa, poderá o credor intentar ação de execução. Leasing – arrendamento mercantil (Lei nº 6.099/1974, Lei nº 7.132/1983, Lei nº 11.882/2008 e Resolução 351/75 e 2.309/96 do Banco Central do Brasil É um negócio jurídico complexo – reúne uma pluralidade de relações de direito obrigacional. Trata-se de locação de coisas atreladas a um �nanciamento e quali�cada pela eventualidade de uma compra e venda ao �nal do contrato. É um contrato de natureza mista, que apresenta uma simbiose de locação, �nanciamento e venda (Cristiano Chaves de Farias, p. 405). O leasing se assemelha a uma operação de aluguel, na qual durante o período da operação, aquele que contrata o leasing tem o direito de utilizar o bem. Ele é classi�cado na legislação brasileira como um contrato de Arrendamento Mercantil. Ou seja, a operação de arrendamento mercantil permite que mesmo sem ser proprietário de um bem, você usufrua dele. A operação de leasing se baseia na utilidade de um bem e de seu uso, e não de sua propriedade. Como o leasing funciona? Na operação de Leasing existem as �guras do “arrendador” (banco ou sociedade de arrendamento mercantil) e “arrendatário” (cliente), que negociam o arrendamento de um bem – que será o objeto do contrato. O arrendador é o dono do bem e o arrendatário é quem terá o direito de uso e terá a posse do bem. O contrato é feito por um prazo, e com o término desse contrato há a opção de compra do bem pelo arrendatário, geralmente pagando um valor residual Reserva de domínio – (arts. 521-528 do CC/2002). A propriedade �duciária gera a imediata transferência de propriedade do �duciante ao credor �duciário, como premissa para que o vendedor possa imediatamente receber o preço e se satisfazer. O vendedor não integra a relação jurídica de direito real. Na reserva de domínio, a relação jurídica se circunscreve a vendedor e comprador. Por esse meio de compra, o vendedor não transfere plena propriedade do bem ao comprador. Isso se deve ao fato do vendedor possuir o direito ao domínio do objeto. (art. 521 do CC/2002). comprador possui somente a posse daquele bem, mantendo-se o domínio reservadoao vendedor até o pagamento integral negociado. Dessa forma, só há transferência de domínio quando o comprador realizar todo o pagamento. FORMAS DE AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE Originárias – Há um contato direto da pessoa com a coisa, sem qualquer intermediação pessoal. Derivadas – há intermediação pessoal USUCAPIÃO de bens imóveis Usucapio – tomar pelo uso Arts. 1.238 a 1.244 do Código Civil/2002. É o modo originário de aquisição de propriedade e de outros direitos reais, pela posse prolongada da coisa, acrescida de demais requisitos legais. Gênero feminino ou masculino? Teorias justi�cativas da usucapião Punição pela inércia do titular da propriedade. Segurança jurídica Estabilidade das relações jurídicas Função social da posse ou da propriedade PRESSUPOSTOS/requisitos 1. Coisa hábil 2. Posse 3. Decurso do tempo (Exigidos em todas as modalidades de usucapião) 4. Justo Título 5. Boa-fé (Usucapião ordinária) Coisa hábil Bens suscetíveis de usucapião (res habilis). BENS INUSUCAPÍVEIS Bens fora do comércio – bens naturalmente indisponíveis – ar atmosférico, água do mar, luz. Legalmente indisponíveis – bens de uso comum, direitos de personalidade e os órgãos do corpo humano. Indisponíveis pela vontade humana – bens deixados em testamento ou doados, com cláusula de inalienabilidade. Bens públicos Bens de uso comum São aqueles necessários à coletividade e, por isso, seu uso deve estar disponível a todos os cidadãos. Rios, as praças, as vias públicas e as praias. Bens de uso especial - São os imóveis que se destinam à execução de serviços administrativos ou à prestação de serviços públicos em geral, tais como prédios de repartições públicas. Hospital público e escola pública. Bens Dominicais - Os bens dominiais não têm uma destinação especí�ca, como os anteriores. Por isso, podem ser disponibilizados inclusive para o uso privado, conforme os instrumentos de destinação previstos na legislação. A utilização privada dos bens dominiais da União enseja, no entanto, o pagamento de uma retribuição pecuniária pela utilização privada de um bem que é público. Os recursos gerados dessa forma são conhecidos como receitas patrimoniais. Art. 100, CC – Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem a sua quali�cação, na forma que a lei determinar. Art. 101, CC – Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da lei. Bens públicos – pertencentes às pessoas de direito público interno. Súmula 340 STF. Desde a vigência do Código Civil, os bens dominicais, como os demais bens públicos, não podem ser adquiridos por usucapião. Editada em 13/12/1963 Art. 102 do CC/2002. Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião. Art. 191. da CRFB/1988. Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião. cláusula de inalienabilidade não impede o reconhecimento do usucapião A Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça, com base no entendimento de que a existência de cláusula de inalienabilidade não impede o reconhecimento do usucapião, garantiu a Ramona Edith Colman o prosseguimento de sua ação de usucapião de imóvel inalienável contra Ana Maria Miranda dos Reis e seu marido Marcos Felipe Gonçalves dos Reis, anulando as decisões de 1º e 2º graus, que apontavam a impossibilidade jurídica de usucapião sobre imóvel com a referida cláusula. O ministro Sálvio de Figueiredo, relator do processo, acolheu o recurso de Ramona Colman, negando a sentença anterior, considerando que com o usucapião, simplesmente extingue-se o domínio do proprietário anterior, bem como os direitos reais que tiver ele constituído, e sem embargo de quaisquer limitações a seu dispor. Em 29 de janeiro de 1990, Ramona Colman, Ana Maria dos Reis e seu marido Marcos dos Reis assinaram um contrato de promessa de compra e venda de um imóvel de um quarto, no Rio de Janeiro (RJ), pelo qual Ramona pagou a importância de NCz$ 500.000,00 (em valores da época), quitando-o e nele �xando residência Dirigindo-se ao 9º Ofício do Registro Geral de Imóveis para pegar a escritura de�nitiva de propriedade do imóvel, Ramona deparou-se com a impossibilidade de fazê-lo, pois ele era inalienável, ou seja, não podia ser transferido para ninguém. Ao procurar o casal, ela �cou sabendo que o imóvel foi doado a eles por Elvira de Castro Ca�ado e que ele possuía, realmente, essa cláusula de inalienabilidade além das cláusulas de impenhorabilidade e de incomunicabilidade, cabendo a Ramona somente a possibilidade de procurar o Poder Judiciário e entrar com uma ação de usucapião, pois já encontrava-se na posse ininterrupta, mansa e pací�ca, sem nenhuma oposição do imóvel por mais de cinco anos e é conhecida e reconhecida por toda a vizinhança como sua verdadeira proprietária. O juiz de 1ª instância negou o pedido por entender que é impossível o usucapião de imóvel inalienável, pois há uma relação jurídica entre aquele que tem a posse direta do imóvel e o que é titular de domínio. Assim, esse imóvel constitui-se em um bem fora do comércio, pois não pode ser transferido ou vendido. O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro manteve a decisão de 1ª instância, ressaltando que a compradora tinha conhecimento da cláusula de inalienabilidade, pois estava expressa no documento de compra e venda. Os advogados de Ramona Colman entraram no STJ solicitando que a sentença anterior fosse anulada, de modo que a ação de usucapião possa prosseguir até a decisão �nal. posse Posse com intenção de dono (animus domini). Requer-se, de um lado, atitude ativa do possuidor que exerce os poderes inerentes à propriedade; e, de outro, atitude passiva do proprietário, que, com sua omissão, colabora para que determinada situação de fato se alongue no tempo. (Carlos Roberto Gonçalves). Posse mansa e pací�ca (indicam exercício ininterrupto e sem oposição da posse). Posse contínua e duradoura, em regra, e com determinado lapso temporal. Não tem ânimo de dono o locatário, o comodatário, o arrendatário e todos aqueles que exercem posse direta sobre a coisa, sabendo que não lhe pertence e com reconhecimento do direito dominial de outrem, obrigando-se a devolvê-la. (Silvio Rodrigues). Justo título O justo título pode ser concretizar em uma escritura de compra e venda , formal de partilha, carta de arrematação, en�m, um instrumento extrinsecamente adequado à aquisição do bem por modo derivado. Importa que contenha aparência de legítimo e válido, com potencialidade de transferir direito real, a ponto de induzir qualquer pessoa normalmente cautelosa a incidir em equívoco sobre a sua real situação jurídica perante a coisa. Enunciado 86 - Art. 1.242: A expressão “justo título” contida nos arts. 1.242 e 1.260 do CC abrange todo e qualquer ato jurídico hábil, em tese, a transferir a propriedade, independentemente de registro. Justo título e boa-fé Os elementos de boa-fé e justo título são cumulativos. Considera-se boa-fé, para �ns da usucapião ordinária, a conduta do possuidor que desconhece a existência do direito de quem se apresenta como proprietário, ou que desenvolve a convicção de exercer direito próprio. É a boa-fé da aparência. USUCAPIÃO FUNDAMENTO – consolidação da propriedade. A usucapião se constitui por força da lei. Tempo + demais requisitos = aquisição pela usucapião. O possuidor adquire a propriedade por sua posse prolongada – não incidirá o fato gerador do ITBI – o usucapiente não adquire a coisa do antigo proprietário, mas contra o antigo proprietário - forma de aquisição originária. ITBI é uma sigla para Impostos de Transmissão de Bens Imóveis. Este é um imposto que deve ser pago por quem compra um imóvel O usucapiente receberá a propriedade límpida, isenta de máculas. Ex. Hipoteca ou servidão. Sentença declaratória Art. 1.241. Poderá o possuidor requerer ao juiz seja declarada adquirida, mediante usucapião, a propriedade imóvel. Parágrafo único. A declaração obtida na forma deste artigo constituirá título hábil para o registro no Cartório de Registro de Imóveis. Qualquer modalidade de usucapião descritana lei permite a declaração judicial. Obtida a declaração na sentença haverá título hábil para o registro. DECLARAM O FATO E O DIREITO JÁ ADQUIRIDO. Enunciado – 315. Soma de posses Art. 1.243 – o possuidor pode para �m de contar o tempo, acrescentar sua posse a dos seus antecessores, contanto que todas sejam contínuas, pací�cas e com justo título e boa-fé (usucapião ordinária). Enunciado 317 não permite a soma de posses na usucapião constitucional urbana e rural. PRESCRIÇÃO X USUCAPIÃO Art. 1.244 CC – se estendem aos possuidores as causas impeditivas e suspensivas ao curso da prescrição - arts. 197 a 204 do CC. PRESCRIÇÃO X USUCAPIÃO PRESCRIÇÃO – é forma de extinção de pretensões reais e obrigacionais pela inércia do titular no direito subjetivo pelo decurso de tempo. USUCAPIÃO – modo de aquisição da propriedade. A única aproximação entre os dois institutos – art. 1.244 – suspensão e interrupção de prazos. A prescrição não é meio de aquisição de direito. A prescrição diz respeito ao impedimento do exercício da pretensão do titular do direito. Usucapião é modo originário de aquisição do direito de propriedade. Prescrição aquisitiva Os prazos prescricionais estão estipulados apenas nos artigos 205 e 206 do Código Civil. Os prazos decadenciais encontram-se espalhados pelo código civil em seus demais artigos. Obstação ou impedimento - o prazo sequer tem início. Os prazos não são contados contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados ou do Município. Suspensão - o prazo para e depois continua de onde parou. O transcurso do prazo �ca paralisado e será retomado tão logo aquele fato perca seu efeito. Se a propriedade do bem estiver sendo discutida em sede de ação reivindicatória/possessória. Interrupção – Extingue a contagem do prazo, em relação ao tempo já transcorrido até à data do fato interruptivo. O prazo para e volta ao início. O tempo anterior não pode mais ser aproveitado pelo possuidor. Perde-se Se o possuidor subscreve contrato com o proprietário, assumindo a condição de comodatário o prazo de usucapião é interrompido MODALIDADES DE USUCAPIÃO IMÓVEL EXTRAORDINÁRIA - Art. 1.238 CC 15 anos/ 10 anos. Posse mansa, pací�ca e ininterrupta, com animus domini. Moradia ou obras ou serviços de caráter produtivo. NÃO HÁ NECESSIDADE DE PROVAR BOA-FÉ OU JUSTO TÍTULO ORDINARIA - Art. 1.242 CC 10 anos Posse mansa, pací�ca e ininterrupta, com animus domini Justo título. Boa-fé (subjetiva). 5 anos – Usucapião Tabular. Adquirido onerosamente. Cancelado o registro. Moradia ou investimentos de interesse social. Enunciado 86 ESPECIAL RURAL – pro labore. Art. 191 CRFB e art. 1.239 CC 5 anos, SEM OPOSIÇÃO E COM ANIMUS DOMINI. Área não superior a 50 há. (10.000 m²) Não pode ser proprietário de outro imóvel. Utilização do imóvel para subsistência ou trabalho. Enunciado 312, 313, 594. ESPECIAL URBANA – pro misero. Art. 183 CRFB. Art. 9º da Lei 10.257/2001 e art. 1.240 CC 5 anos Área não superior a 250 m₂ Posse mansa, pací�ca e ininterrupta, com animus domini Moradia Não pode ser proprietário de outro imóvel. Enunciado 85, 314. Uso simultâneo de imóvel para moradia e comércio não impede usucapião especial urbana O exercício simultâneo de pequena atividade comercial em propriedade que também é utilizada como residência não impede o reconhecimento de usucapião especial urbana. Com esse entendimento, a Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) deu provimento ao recurso de dois irmãos e reconheceu a usucapião de um imóvel utilizado por eles de forma mista. O recurso teve origem em ação de usucapião na qual os irmãos alegaram que, por mais de cinco anos, possuíram de boa-fé um imóvel localizado em Palmas. Em primeiro grau, o pedido foi julgado parcialmente procedente para reconhecer a usucapião urbana somente da área destinada à moradia, correspondente a 68,63m² – decisão mantida pelo Tribunal de Justiça do Tocantins. Segundo os irmãos, a propriedade tem 159,95m², sendo que em 91,32m² funciona uma bicicletaria na qual trabalham com a família. Eles alegaram que, mesmo com a parte maior do imóvel sendo utilizada para �ns comerciais, não haveria óbice para o reconhecimento da usucapião de toda a propriedade quando ela também se destina à residência da família. Requisitos A relatora do recurso no STJ, ministra Nancy Andrighi, explicou que a modalidade de usucapião especial urbana é regulada na Constituição Federal de 1988, em seu artigo 183, parágrafos 1º ao 3º, e pelo Código Civil, em seu artigo 1.240, parágrafos 1º e 2º, bem como, de forma mais especí�ca, pelo Estatuto da Cidade. Segundo a ministra, essa modalidade de usucapião tem como requisitos a posse ininterrupta e pací�ca, exercida como dono; o decurso do prazo de cinco anos; a dimensão máxima da área (250m² para a modalidade individual e área superior a esta, na forma coletiva); a moradia e o fato de não ser proprietário de outro imóvel urbano ou rural. Em seu voto, a relatora lembrou que a Terceira Turma já se manifestou pela possibilidade de se declarar a usucapião de área com metragem inferior à estabelecida na legislação infraconstitucional que regula o parcelamento do solo urbano (REsp 1.360.017). Sustento da família Nancy Andrighi ressaltou que a exclusividade de uso residencial não é requisito expressamente previsto em nenhum dos dispositivos legais e constitucionais que tratam da usucapião especial urbana. "O uso misto da área a ser adquirida por meio de usucapião especial urbana não impede seu reconhecimento judicial, se a porção utilizada comercialmente é destinada à obtenção do sustento do usucapiente e de sua família", disse. De acordo com a relatora, há a necessidade de que a área reivindicada seja utilizada para a moradia do requerente ou de sua família, mas não se exige que essa área não seja produtiva, especialmente quando é utilizada para o sustento do próprio recorrente, como na hipótese em julgamento. "Nesse sentido, o artigo 1.240 do Código Civil não parece se direcionar para a necessidade de destinação exclusiva residencial do bem a ser usucapido. Assim, o exercício simultâneo de pequena atividade comercial pela família domiciliada no imóvel objeto do pleito não inviabiliza a prescrição aquisitiva buscada", a�rmou. Esta notícia refere-se ao(s) processo(s):REsp 1777404 Usucapião Pro-Família – Lei n. 12.424/2011 – art. 1.240 A. Existência de único imóvel urbano comum. Abandono do lar por parte de um dos cônjuges ou companheiros Transcurso do prazo de 2 anos. Enunciados – 498, 500, 501, 502, 595. A usucapião familiar: Elo do abandono do cônjuge à aquisição de propriedade. USUCAPIÃO Ação de usucapião familiar - Autora separada de fato que pretende usucapir a parte do imóvel que pertencente ao ex-cônjuge - Artigo 1240-A do Código Civil, inserido pela Lei nº 12.424/2011 Inaplicabilidade Prazo de 2 anos necessário para aquisição na modalidade de "usucapião familiar" que deve ser contado da data da vigência da lei (16.06.2011) - Ação distribuída em 25/08/2011 Lapso temporal não transcorrido Sentença de indeferimento da inicial mantida RECURSO DESPROVIDO. ESPECIAL URBANA COLETIVA - Art. 10 da 10.257⁄2001 Art. 10. Os núcleos urbanos informais existentes sem oposição há mais de cinco anos e cuja área total dividida pelo número de possuidores seja inferior a duzentos e cinquenta metros quadrados por possuidor são suscetíveis de serem usucapidos coletivamente, desde que os possuidores não sejam proprietários de outro imóvel urbano ou rural. (Redação dada pela lei nº 13.465, de 2017) § 1o O possuidor pode, para o �m de contar o prazo exigido por este artigo, acrescentar sua posse à de seu antecessor, contanto que ambas sejam contínuas. § 2o A usucapião especial coletiva de imóvel urbano será declarada pelo juiz, mediante sentença, a qual servirá de título para registro no cartório de registro de imóveis. § 3o Na sentença, o juiz atribuirá igual fração ideal de terreno a cada possuidor, independentemente da dimensão do terreno que cada um ocupe, salvo hipótese de acordo escrito entre os condôminos,estabelecendo frações ideais diferenciadas. § 4o O condomínio especial constituído é indivisível, não sendo passível de extinção, salvo deliberação favorável tomada por, no mínimo, dois terços dos condôminos, no caso de execução de urbanização posterior à constituição do condomínio. § 5o As deliberações relativas à administração do condomínio especial serão tomadas por maioria de votos dos condôminos presentes, obrigando também os demais, discordantes ou ausentes. Núcleos urbanos informais 5 anos Área total dividida pelo número de possuidores seja inferior a duzentos e cinquenta metros quadrados por possuidor. Posse mansa, pací�ca e ininterrupta, com animus domini Não pode ser proprietário de outro imóvel. Artigo 11 da Lei 13.465 de 11 de julho de 2017 Núcleo urbano informal - é o assentamento clandestino, irregular ou no qual não foi possível fazer, por qualquer modo, a titulação de seus ocupantes, ainda que atendida a legislação vigente à época de sua implantação ou regularização. Núcleo urbano informal consolidado é aquele de difícil reversão, considerados o tempo da ocupação, a natureza das edi�cações, a localização das vias de circulação e a presença de equipamentos públicos, entre outras circunstâncias a serem avaliadas pelo município. Ambos serão passíveis de regularização, Art. 11. Para �ns desta Lei, consideram-se: I - núcleo urbano: assentamento humano, com uso e características urbanas, constituído por unidades imobiliárias de área inferior à fração mínima de parcelamento prevista na Lei nº 5.868, de 12 de dezembro de 1972 , independentemente da propriedade do solo, ainda que situado em área quali�cada ou inscrita como rural; II - núcleo urbano informal: aquele clandestino, irregular ou no qual não foi possível realizar, por qualquer modo, a titulação de seus ocupantes, ainda que atendida a legislação vigente à época de sua implantação ou regularização; III - núcleo urbano informal consolidado: aquele de difícil reversão, considerados o tempo da ocupação, a natureza das edi�cações, a localização das vias de circulação e a presença de equipamentos públicos, entre outras circunstâncias a serem avaliadas pelo Município; IV - demarcação urbanística: procedimento destinado a identi�car os imóveis públicos e privados abrangidos pelo núcleo urbano informal e a obter a anuência dos respectivos titulares de direitos inscritos na matrícula dos imóveis ocupados, culminando com averbação na matrícula destes imóveis da viabilidade da regularização fundiária, a ser promovida a critério do Município; V - Certidão de Regularização Fundiária (CRF): documento expedido pelo Município ao �nal do procedimento da Reurb, constituído do projeto de regularização fundiária aprovado, do termo de compromisso relativo a sua execução e, no caso da legitimação fundiária e da legitimação de posse, da listagem dos ocupantes do núcleo urbano informal regularizado, da devida quali�cação destes e dos direitos reais que lhes foram conferidos; VI - legitimação de posse: ato do poder público destinado a conferir título, por meio do qual �ca reconhecida a posse de imóvel objeto da Reurb, conversível em aquisição de direito real de propriedade na forma desta Lei, com a identi�cação de seus ocupantes, do tempo da ocupação e da natureza da posse; VII - legitimação fundiária: mecanismo de reconhecimento da aquisição originária do direito real de propriedade sobre unidade imobiliária objeto da Reurb; VIII - ocupante: aquele que mantém poder de fato sobre lote ou fração ideal de terras públicas ou privadas em núcleos urbanos informais. QUE É O MINISTÉRIO PÚBLICO? O Ministério Público no Brasil está dividido entre o Ministério Público da União (MPU) e o Ministério Público dos Estados (MPE). É uma instituição que atua na defesa dos interesses sociais e indisponíveis, como o direito à vida, à saúde, à moradia, à liberdade, à educação, ao trabalho, à cidadania, dentre outros. Fiscal das leis, atua, ainda, na defesa da ordem jurídica e do regime democrático. Também defende o patrimônio cultural, o meio ambiente, os direitos e interesses da coletividade, como os das comunidades indígenas, da família, da criança, do adolescente e do idoso. O Ministério Público brasileiro é uma instituição pública independente, que não pertence ao Poder Judiciário nem aos Poderes Executivo, Legislativo ou ao Tribunal de Contas. Tem orçamento, carreira e administração próprios. MINISTÉRIO PÚBLICO DE SC Existe um Ministério Público em cada Estado. O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) defende os interesses da sociedade nos casos que envolvam órgãos, bens, serviços, verbas, áreas ou interesses do Estado de Santa Catarina. No MPSC, atuam os Promotores de Justiça, com os Fóruns das comarcas, e os Procuradores de Justiça, com o Tribunal de Justiça ou Tribunais Superiores. Usucapião Especial do art. 68 das Disposições Constitucionais Transitórias – em favor de remanescentes das comunidades de quilombos – descendentes de escravos fugidos ao tempo da escravidão e que ainda estejam atualmente nas terras ocupadas. De acordo com o dispositivo, “Art. 68. Aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando suas terras é reconhecida a propriedade de�nitiva, devendo o Estado emitir-lhes os títulos respectivos.” (BRASIL, 1988). Decreto nº 4.887, de 20 de novembro de 2003. Regulamenta o procedimento para identi�cação, reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação das terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos quilombos de que trata o art. 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias Ato das Disposições Constitucionais Transitórias A �nalidade do ADCT é estabelecer regras de transição entre o antigo regime constitucional e o novo regime constitucional, promovendo a acomodação e a transição entre as normas da antiga e da nova constituição. Moradores celebram certi�cado que reconhece o�cialmente comunidade quilombola em Joinvi�e Atualmente (2019), o estado tem 17 quilombos reconhecidos de forma o�cial. A localidade 'Beco do Caminho Curto', em Joinvi�e, no Norte do estado, foi o�cialmente reconhecida pela Fundação Cultural Palmares, do Governo Federal, como comunidade quilombola. O selo garante à localidade uma série de iniciativas, como o�cinas de higiene pessoal para crianças e conversas pedagógicas sobre a cultura negra, por exemplo. As ações são coordenadas por professores e alunos de uma universidade da região. Hoje, cerca de 25 famílias vivem no local. Usucapião indígena Art. 33. O índio, integrado ou não, que ocupe como próprio, por dez anos consecutivos, trecho de terra inferior a cinqüenta hectares, adquirir-lhe-á a propriedade plena. Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica às terras do domínio da União, ocupadas por grupos tribais, às áreas reservadas de que trata esta Lei, nem às terras de propriedade coletiva de grupo tribal. LEI Nº 6.001, DE 19 DE DEZEMBRO DE 1973. Usucapião imobiliária administrativa - Lei 13.465/ 2017 LEI Nº 13.465, DE 11 DE JULHO DE 2017. Dispõe sobre a regularização fundiária rural e urbana, sobre a liquidação de créditos concedidos aos assentados da reforma agrária e sobre a regularização fundiária no âmbito da Amazônia Legal; institui mecanismos para aprimorar a e�ciência dos procedimentos de alienação de imóveis da União. A Regularização Fundiária consiste no conjunto de medidas jurídicas, urbanísticas, ambientais e sociais que visam à regularização de assentamentos irregulares e à titulação de seus ocupantes, de modo a garantir o direito social à moradia, o pleno desenvolvimento das funções sociais da propriedade urbana e o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. O Reurb (Regularização Fundiária Urbana) é a técnica por meio da qual se garante o direito à moradia digna daqueles que residem em assentamentos irregulares localizados nas áreas urbanas. Consiste no agrupamento de medidas jurídicas, urbanísticas, ambientais e sociais destinadas à inclusão dos núcleos urbanos informais ao ordenamento territorial urbano e à titulação de seus ocupantes.Reurb-S que é a Reurb de Interesse Social e a Reurb-E que é a Reurb de interesse especí�co. A Reurb-S ocorre com os núcleos urbanos informais ocupados predominantemente por população de baixa renda. A Reurb-E é aplicada aos núcleos urbanos informais ocupados por população não quali�cada como sendo de baixa renda. Portanto, as principais diferenças entre essas duas modalidades estão ligadas às questões de �nanciamento do processo, a REURB-S quase não causa custos aos bene�ciários (proprietários). CAPÍTULO II DOS INSTRUMENTOS DA REURB (Regularização Fundiária Urbana) Seção I Disposições Gerais Art. 15. Poderão ser empregados, no âmbito da Reurb, sem prejuízo de outros que se apresentem adequados, os seguintes institutos jurídicos: II - a usucapião, nos termos dos arts. 1.238 a 1.244 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), dos arts. 9º a 14 da Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001, e do art. 216-A da Lei nº 6.015, de 31 de dezembro de 1973; Da Legitimação de Posse Art. 25. A legitimação de posse, instrumento de uso exclusivo para �ns de regularização fundiária, constitui ato do poder público destinado a conferir título, por meio do qual �ca reconhecida a posse de imóvel objeto da Reurb, com a identi�cação de seus ocupantes, do tempo da ocupação e da natureza da posse, o qual é conversível em direito real de propriedade, na forma desta Lei. § 1o A legitimação de posse poderá ser transferida por causa mortis ou por ato inter vivos. § 2o A legitimação de posse não se aplica aos imóveis urbanos situados em área de titularidade do poder público. Art. 26. Sem prejuízo dos direitos decorrentes do exercício da posse mansa e pací�ca no tempo, aquele em cujo favor for expedido título de legitimação de posse, decorrido o prazo de cinco anos de seu registro, terá a conversão automática dele em título de propriedade, desde que atendidos os termos e as condições do art. 183 da Constituição Federal, independentemente de prévia provocação ou prática de ato registral. § 1o Nos casos não contemplados pelo art. 183 da Constituição Federal, o título de legitimação de posse poderá ser convertido em título de propriedade, desde que satisfeitos os requisitos de usucapião estabelecidos na legislação em vigor, a requerimento do interessado, perante o registro de imóveis competente. § 2o A legitimação de posse, após convertida em propriedade, constitui forma originária de aquisição de direito real, de modo que a unidade imobiliária com destinação urbana regularizada restará livre e desembaraçada de quaisquer ônus, direitos reais, gravames ou inscrições, eventualmente existentes em sua matrícula de origem, exceto quando disserem respeito ao próprio bene�ciário. Art. 27. O título de legitimação de posse poderá ser cancelado pelo poder público emitente quando constatado que as condições estipuladas nesta Lei deixaram de ser satisfeitas, sem que seja devida qualquer indenização àquele que irregularmente se bene�ciou do instrumento ASPECTOS PROCESSUAIS DA USUCAPIÃO Procedimento comum previsto no Novo CPC. Tutelas provisórias - situações de urgência, em que se demonstre o risco de dano irreparável e de difícil reparação. Procedimento extrajudicial. Art. 1071, que alterou a Lei 6.015/73, que trata dos registros públicos, acrescentando-lhe o art. 216-A. A sentença de procedência da ação de usucapião apenas reconhece o domínio adquirido com a satisfação dos requisitos legais, sendo a sentença atributiva somente no tocante à constituição da propriedade em nome do usucapiente, no registro imobiliário. Art. 246. A citação será feita: § 3o Na ação de usucapião de imóvel, os con�nantes serão citados pessoalmente, exceto quando tiver por objeto unidade autônoma de prédio em condomínio, caso em que tal citação é dispensada. Súmula 263 e 391 do STF. Citação pessoal. Art. 259. Serão publicados editais: I - na ação de usucapião de imóvel; Art. 1.071. O Capítulo III do Título V da Lei no 6.015, de 31 de dezembro de 1973 (Lei de Registros Públicos), passa a vigorar acrescida do seguinte art. 216-A: (Vigência) “Art. 216-A. Sem prejuízo da via jurisdicional, é admitido o pedido de reconhecimento extrajudicial de usucapião, que será processado diretamente perante o cartório do registro de imóveis da comarca em que estiver situado o imóvel usucapiendo, a requerimento do interessado, representado por advogado, instruído com: (Incluído pela Lei nº 13.105, de 2015) (Vigência) principais cartórios que temos no Brasil Cartório de notas (tabelionato de notas), cartório de registro de imóveis, cartório de registro civil, cartório de protesto. Serventias Extrajudiciais (Cartórios Extrajudiciais) - Serviços Notariais e de Registro. Os serviços notariais sempre serão exercidos pelo Tabelião ou Notário e organizados da seguinte forma: Tabelião de Notas; Tabelião e o�cial de registro de contratos marítimos e Tabelião de protestos de títulos. No Tabelionato de Notas (Cartório de Notas, Ofício de Notas, ou Serviço Notarial) são realizados os testamentos, procurações, escrituras públicas, procurações, atas notariais e autenticação de documentos e também reconhecimento de �rma. Os Serviços de Registro (Cartório) - São exercidos pelo O�cial de Registro ou Registrador, a quem cabe: o registro civil de pessoas naturais; o registro civil de pessoas jurídicas; o registro de títulos e documentos e o registro de imóveis. Constituição Federal do Brasil de 1988 - artigo 236 LEI Nº 8.935, DE 18 DE NOVEMBRO DE 1994. Regulamenta o art. 236 da Constituição Federal, dispondo sobre serviços notariais e de registro. (Lei dos cartórios). I - ata notarial lavrada pelo tabelião, atestando o tempo de posse do requerente e de seus antecessores, conforme o caso e suas circunstâncias, aplicando-se o disposto no art. 384 da Lei no 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil); (Redação dada pela Lei nº 13.465, de 2017) II - planta e memorial descritivo assinado por pro�ssional legalmente habilitado, com prova de anotação de responsabilidade técnica no respectivo conselho de �scalização pro�ssional, e pelos titulares de direitos registrados ou averbados na matrícula do imóvel usucapiendo ou na matrícula dos imóveis con�nantes; (Redação dada pela Lei nº 13.465, de 2017) III - certidões negativas dos distribuidores da comarca da situação do imóvel e do domicílio do requerente; (Incluído pela Lei nº 13.105, de 2015) (Vigência) As certidões servirão para demonstrar/comprovar que inexiste vínculo que possa comprometer a situação do imóvel em questão, ou seja, a natureza mansa e pací�ca da posse. IV - justo título ou quaisquer outros documentos que demonstrem a origem, a continuidade, a natureza e o tempo da posse, tais como o pagamento dos impostos e das taxas que incidirem sobre o imóvel. (Incluído pela Lei nº 13.105, de 2015) (Vigência) Ata notarial é um instrumento público (a exemplo da escritura pública) pelo qual o tabelião ou outra pessoa autorizada no cartório (preposto), por solicitação da pessoa interessada, constata (relata) �elmente fatos, coisas, pessoas ou situações para comprovar a sua existência ou o seu estado. É a con�rmação, pelo tabelião (ou seus prepostos), em razão da fé pública, da existência e das circunstâncias que caracterizam o fato, enquanto acontecimento juridicamente relevante, relatado por uma pessoa. Pode ser objeto da ata notarial tudo aquilo que não seja objeto de escritura pública. A diferença básica entre ambas é a existência, ou não, de declaração de vontade, que está presente na escritura pública e ausente na ata notarial. Na ata há a narração de um fato, que caracteriza-se pela ausência de manifestação de vontade. Escritura pública é o instrumento jurídico de declaração de vontades celebrado entre uma ou mais pessoas perante um Tabelião, que tem responsabilidade legal e formal para a sua lavratura. O documento é necessário para dar validade formal ao ato jurídico exigido por Lei e proporcionar maior segurança jurídica às pessoas que a formalizam no Cartório de Notas. A escritura pode ser feita
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