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1 DERMATOLOGIA – Lara Torres Pinto Brito ➢ Hanseníase ➢ Piodermites ➢ Dermatoviroses ➢ Sífilis - HANSENÍASE - É uma doença infecciosa crônica causada pelo Mycobacterium leprae - Bacilo Gram +, álcool-acido resistente (semelhante ao bacilo causador da TB). Encontrados isolados ou em aglomerados compactos: globias. Possui tropismo pelos macrófagos da pele e pelas células de Schwan – o que estabelece forte associação neurodermatológica da doença. ➢ TRANSMISSÃO Secreções nasais, orofaringe e por soluções de continuidade de doentes bacilíferos – CONTATO ÍNTIMO PROLONGADO (meses a anos juntos) • Alta Infectividade: capacidade de o patogeno ser transmitido de pessoa para pessoa) • Baixa Patogenicidade/Virulência/Agressividade: capacidade de que, uma vez no ambiente, manifeste a doença ➢ PERÍODO DE INCUBAÇÃO Do momento em que entra em contato com o patógeno ao momento em que manifesta sintomas: 2 a 5 anos Mecanismos do M. leprae favorecem a proteção contra o sistema imune do hospedeiro. Desenvolvimento lento. EPIDEMIOLOGIA NO MUNDO E BRASIL - No Mundo: Brasil (maior proporção), Índia (maior numero de casos registrados). - No Brasil: disseminados em todos os estados Acomete, em maior proporção, pacientes de baixa condição socioeconômica. EVOLUÇÃO DA INFECÇÃO Após o contato com o bacilo, há o estimulo do sistema imune com os seguinte desfechos: ▪ Resistência natural e a infecção é abortada ▪ Evolução para forma indeterminada da hanseníase (MHI) ▪ Evolução para o polo da Hanseníase Tuberculoide ▪ Evolução para o polo da Hanseníase Virchowiana #OBS: Hanseníase indeterminada pode ser abortada espontaneamente pela imunidade celular. IMUNOLOGIA Os bacilos são fagocitados ou apresentados pelas APCs, podendo ocorrer dois tipos principais de resposta imunológica: Macrófagos Polo Tuberculoide Hansen. Paucibacilar Destruição dos bacilos Linf. B Polo Virchowiano Hans. Multibacilar Não destroi o bacilo • TH1 (IMUNIDADE CELULAR FORTE) Principais citocinas envolvidas: TNF, IFN- alfa, IL-1 e IL-2 • TH2 (IMUNIDADE CELULAR FRACA / RESPOSTA HUMORAL FORTE) Principais citocinas envolvidas: IL-4, IL-5, IL-6, IL-10 ESPECTRO IMUNOLÓGICO ➢ Imunidade celular muito forte e pouco bacilo = POLO TUBERCULOIDE ➢ Imunidade celular fraca e muito bacilo = POLO VIRCHOWIANO Quanto melhor a imunidade do individuo, menor a taxa bacilífera. São inversamente proporcionais. A Imunidade Celular (IC) e o Índice Bacilífero (IB) são inversamente proporcionais. Ou seja, quanto mais eficaz a resposta imunológica, menor a quantidade bacilífera. Quanto menos eficiente a resposta imunológica, menos bacilos morrem. Se o paciente tem uma resposta tendendo para uma imunidade celular muito fraca (Th2), muito bacilo e pouca imunidade celular → Polo Virchowiano. Se o paciente tem um padrão celular forte (Th1), pouco bacilo e muita imunidade celular → Polo Tuberculoide No meio do caminho, encontram-se os pacientes borderlines ou dimorfos: mais para o polo Tuberculóide é borderlaine tuberculóide; mais para o polo Virchowiano, borderlaine virchoviano, ou que está no centro, borderline borderline. CLASSIFICAÇÃO ➢ H. Indeterminada ➢ H. Tuberculoide ➢ H. Dimorfa ➢ H. Virchowiana HANSENÍASE INDETERMINADA É a primeira manifestação da doença. • Há máculas ou áreas circunscritas com distúrbios de sensibilidade, sudorese e vasomotores. Desde essa fase da doença já existe perda de sensibilidade, seguindo a ordem: • Alopecia total ou parcial (pode haver pelo no braço e em uma parte específica não há pelos) • Máculas hipocrômicas mal delimitadas, normalmente em pequena quantidade • Poucas lesões e alterações sensitivas importantes: cura espontânea ou evolução p/ forma tuberculoide. TÉRMICA → DOLOROSA → TÁTIL • Muitas lesões maculosas, disturbios da sensibilidade discretos: evolução para forma dimorfa ou virchowiana. TESTE DE MITSUDA (Teste de Imunidade Celular): teste que mede a imunidade celular do paciente. Realizado quando há um paciente diagnosticado com hanseníase e quer conhecer o possivel polo em que o paciente está. Se o teste for realizado em um indivíduo com H. Tuberculoide, o indivíduo possui imunidade celular muito alta = MITSUDA (+) Se o teste for realizado em um indivíduo com H. Virchowiana, o indivíduo possui imunidade celular muito fraca = MITSUDA (-) O resultado negativo no teste Mitsuda não significa ausência de Hanseníase, mas que o paciente, provavelmente, está no polo Virchowiano. Não se deve associar o Mitsuda à teste diagnóstico de Hanseníase, mas sim para ver qual a forma de apresentação da doença / prognóstico!!! HANSENÍASE TUBERCULÓIDE Caracterizada por placas bem delimitadas, eritematosas, ou eritemato acastanhadas, geralmente únicas ou em pequeno número. São Lesões circinadas, anulares ou geográficas. As bordas/limites da lesão são tão bem definidos que parecem uma linha marcada por hidrocor - bordas geográficas. Pode-se observar alterações neurais importantes, com espessamento, podendo ocorrer necrose caseosa do nervo. Algumas sequelas neurológicas importantes podem ser desenvolvidas: • Garra ulnar (dificuldade de fazer extensão do 4º e 5º dedo) • Pé caído • Hipotrofia tenar • Perda de sensibilidade (se fere e se queima facilmente porque não sente a dor) AOS EXAMES: • Baciloscopia negative (não significa quem não tem hanseníase) • Mitsuda fortemente positive Diagnósticos Diferenciais: sarcoidose, micose e vários outros. HANSENÍASE DIMORFA/BORDERLINE A forma Borderline apresenta várias formas clínicas, de acordo com o espectro de imunidade: dimorfa-tuberculoide, dimorfa-dimorfa, dimorfa virchowiana. • Placas bem delimitadas, mais numerosas que o polo tuberculoide (5 – 20), menores e menos ativas. • Característica eritematosas, com bordas internas bem definidas e externas esmacentes. Centro oval hipopigmentado. • Lesões polimorficas • Espessamento neural menos intenso, mais numeroso AOS EXAMES: Os testes vão apresentar resultado variável. • Baciloscopia: + (DV e DD) ou – (DT) • Mitsuda: - (DV e DD) ou fracamente + (DT) HANSENÍASE VIRCHOWIANA Esse polo apresenta muitas lesões, pequenas e com polimorfismo grande: Inicialmente: manchas discretas, hipocrômicas, eritemato-discrômicas, múltiplas e com limites imprecisos. Progressivamente: evoluem para eritematosas, eritemato-pigmentadas, vinhosas, eritemato-cúpricas, ferruginosas e espessadas • Podem surgir lesões papulosas, papulo- nodulares, placas isoladas, agrupadas, confluentes, simetricamente distribuídas • Madarose, alopecia parcial ou total de antebraços, pernas e coxas; • Espessamento de pavilhão auricular em graus variáveis – nódulos isolados ou em rosário. • Infiltração da face + conservação dos cabelos: FACIES LEONINAS • Múltiplas possíveis alterações sistêmicas (Baço, medula óssea, linfonodos, rins, olhos) AOS EXAMES: • Baciloscopia: muito positiva, bacilos isolados e globias • Mitsuda negativo DIAGNÓSTICO / EXAMES COMPLEMENTARES 1. Clínico (principal) 2. Mitsuda 3. Baciloscopia 4. Biópsia e Estudo Anatomopatológico da Lesão A suspeita é sempre Clínica e, em alguns casos (quando já se tem experiência), não é necessário biópsia, já pode tratar. Mitsuda e Baciloscopia ajudam a classificar e diferenciar o paciente. Biópsia: estudo patológico da peça vai identificar os granulomas com infiltrado inflamatório, MAS NEM SEMPRE CONSEGUE VER OS BACILOS – tuberculoide e dimorfa - na virshowiana é fácil ver o bacilo. Nas formas indeterminadas, principalmente, não consegue ver os bacilos, mas faz a biopsia. O fato de não encontrar o bacilo não significa que não é hanseníase, deve tratar. TRATAMENTO Para fins de tratamento conta-se as lesões: Paucibacilar (< 5 lesões):Dapsona 100mg/dia, autoadministrada + Rifampicina 600mg/mês, supervisionada (6 cartelas) Multibacilare (> 5 lesões): Dapsona 100mg/dia autoadministrada + Clofazimina 50mg autoadministrada O paucibacilar seriam aqueles na forma tuberculoide, e os multibacilares seriam os virshowianos e os dimorfos virshowianos. Porque o tratamento muda? Quando a forma clinica é mais tuberculoide a imunidade ajuda um pouco, não é necessário um tratamento tão extenso. Faz o tratamento de 6 meses, e apenas duas drogas: Dapsona 100mg/dia, autoadministrada + Rifampicina 600mg/mês, supervisionada (6 cartelas). E para multibacilar faz três drogas: Dapsona 100mg/dia autoadministrada + Clofazimina 50mg autoadministrada e Supervisionada Mensalmente: Clofazimina 300mg + Rifampicina 600mg (12 cartelas) - esquema de um ano de tratamento, supervisionado. ESTADOS REACIONAIS São estados imunologicamente reativos com manifestações clínicas que acontecem na evolução da hanseníase. Ocorrem durante, antes e até anos após o tratamento. ➢ Reação Tipo 1 Acontece nos polos paucibacilares, com imunidade celular alta → Reação intensa TH1. Costuma ocorrer após inicio do tratamento. Lesões clínicas: Placas eritemato edematosas ▪ Tratamento de escolha: Prednisona 0,5 a 1 mg/kg/dia ➢ Reação tipo 2 Acontece nos polos multibacilares, por hiperexposição de antígenos pela fragmentação dos bacilos. Imunidade humoral alta → Reação intensa TH2 Lesões clínicas: Eritema nodoso – Nódulos dolorosos eritematosos ▪ Tratamento de escolha: Talidomida 100 a 300mg/dia CONCLUSÕES • Doença altamente negligenciada • Brasil é o segundo país em números absolutos. Talvez o maior em prevalência • Notificação compulsória e obrigatória • Sequelas incapacitantes • Encaminhar para posto de saúde e se possível ambulatório de referência - PIODERMITES - DEFINIÇÃO: São infecções bacterianas causadas principalmente por 2 principais tipos de bactérias: ▪ Staphylococcus aureus ▪ Streptococos pyogenes Principais doenças: - Impetigo - Foliculite - Furúnculo - Antraz - Erisipela - Celulite IMPETIGO É uma infecção bacteriana de alta contagiosidade das camadas superficiais da epiderme. Principais Agentes: S. aureus e S. pyogenes É a infecção bacteriana de pele mais frequente em crianças. Pode ser primária (lesões de impetigo) ou secundária (Impetiginização: lesões prévias que foram colonizadas com a bactéria). Infecção leve, com raras complicações → Glomerulonefrite pós- estreptocócica Apresenta 2 tipos principais: ▪ Bolhoso: Menores de 2 anos → S. aureus fagotipo Ii – exotoxinas. Mais raro. ▪ Não bolhoso: Maiores de 2 ano → S. pyogenes e S. aureus. Mais comum. O impetigo bolhoso é o fagotipo 2, que liberam exotoxinas e provoca o pênfigo folheaceo - desagregação do desmossomos e surgimento da bolha, fazendo ulcerações e erosões. Não-bolhoso são lesões que se desfazem facilmente, crostas melicéricas que dão em região nasal, perioral, periauricular, fossa cubital, fossa poplítea, axila e região da virilha. FOLICULITE É uma infecção superficial da folículo piloso, com possível acometimento superficial das glândulas sebáceas anexas Principal Agente: S. aureus Possui ampla faixa etária acometida. Infecção superficial leve extremamente comum e recidivante Lesão: lesões pustulosas normalmente isoladas, porém podem ser múltiplas de forma localizada, ou até disseminadas Muito comum na barba, glúteos, braço, perna e onde tenha pelos, que nascem e encravam dentro da derme e provocam uma resposta inflamatória, colonização bacteriana, gerando uma lesão normalmente pustulosa. Pode ser por drogas, medicações que se depositam. FURUNCULO É uma infecção do aparelho pilosebáceo profunda com extensão para tecidos adjacentes, atingindo até a região subcutânea. Principal agente: S. aureus Lesão elementar → abscessos Lesão dolorosa, normalmente única, em áreas pilosas. Localizações mais frequentes: Face, pescoço, axilas, glúteos, abdome inferior. Possui frequência aumentada na puberdade Inicialmente, apresenta-se como um nódulo doloroso, duro, que evolui com área de flutuação que pode drenar material purulento e necrótico. ANTRAZ Infecção de vários folículos pilossebáceos contíguos. Processo inflamatório intenso e profundo atingindo até o subcutâneo Principal agente: S. Aureus Ocorre abertura e drenagem da infecção por múltiplos orifícios. Febre e sintomas constitucionais são comuns. Predomina em idosos e em pacientes imunossuprimidos Parece vários furúnculos juntos (comum em imunocomprometidos, idosos, HIV +, diabéticos com níveis glicêmicos altos). Várias unidades pilosebaceas contaminadas, pode atingir o subcutâneo. Ocorre abertura e drenagem por múltiplos orifícios, “bico de regador”. Por ser grave, o paciente precisa ser internado para receber ATB endovenosa. ERISIPELA Infecção bacteriana da derme com acometimento linfático Principal Agente: S. pyogenes e S. Aureus Localização preferencial: Membros inferiores (85%) Fatores de risco: Obesidade, insuficiência vascular periférica, DM, história de erisipela ou celulite prévia Portas de entrada: Soluções de continuidade → Intertrigo interdigital, Dermatofitoses, úlceras de membros inferiores, mal perfurante plantar Início súbito de área eritematosa que vai aumentando progressivamente de tamanho. Edema, dor local e calor local. Área bem delimitada. Pode formar bolhas e vesículas → Erisipela bolhosa Febre e sinais sistêmicos podem acompanhar o quadro Infecção bacteriana da derme com acometimento linfático, membros inferiores. Porque esses fatores de risco? Principalmente insuficiência vascular o liquido drenado fica acumulado formando pequenas fissuras, pequenos ferimentos, que é porta de entrada. Então edema dos membros inferiores faz isso. Possui o eritema bem definido. CELULITE Infecção bacteriana da derme atingindo mais profundamente até o subcutâneo. Principais agentes: S. aureus, S. pyogenes Localização principal: MMII (Adultos), face (crianças), MMSS (usuários de drogas injetáveis) Fatores de risco e porta de entrada = erisipela Quadro clínico e sistêmico similar, porém os limites da lesão não são bem delimitados. ERITEMA, EDEMA, DOR LOCAL, PERNA OU AS VEZES ROSTO DE CRIANÇA/ADULTO, LEMBRAR SEMPRE QUE ESSES SINAIS SÃO TIPICOS DE PIODERMITES DA DERME E DO TECIDO SUBCUTANEO QUE SÃO A ERISIPELA E A CELULITE. TRATAMENTO Impetigo: Antibióticos tópicos (se localizado) – Mupirocina, ácido fusídico, gentamicina Antibióticos orais (se disseminado): Cefalexina. Cuidados locais. Descolonização com mupirocina em casos recidivantes Foliculite: antibióticos tópicos até sistêmicos. Orientações de evitar calor excessivo, roupas apertadas. Furúnculo e Antraz: Drenagem + Antibioticoterapia oral → Cefalexina; Amoxicilina com clavulanato; Ciprofloxacino; Erisipela e Celulite: Antibiótico sistêmico prolongado - 14 a 21 dias. Amoxicilina com clavulanato. Ciprofloxacino + clindamicina Repouso com membro inferior elevado Internação com antibiótico parenteral se: Casos muito graves, localização facial, ausência de resposta com 72 horas de antibioticoterapia. Sinais de instabilidade. - dermatoviroses - ➢ Herpes simples ➢ Varicela ➢ Herpes Zoster ➢ Verrugas virais (HPV) ➢ Molusco contagioso HERPES SIMPLES Vírus responsável pelas infecções recorrentes de herpes genital, labial e de outras partes do corpo Herpes simples vírus (HSV) tipo 1: 80 a 90% das lesões labiais e faciais HSV tipo 2: 70 a 90% das lesões genitais Transmissão: Contato direto das partículas virais com mucosas ou soluções de continuidade da pele Vírus se replica no local da infecção e percorre um fluxo axonal retrogrado até o gânglio da raiz dorsal ou de nervos cranianos → permanece latente Reativação ocorre espontaneamente ou por estímulos:stress, Radiação UV, imunossupressão, febre Quadro clínico: Vesículas agrupadas sob base eritematosa de forma localizada Nosso sistema imune não consegue se livrar do patógeno. Vírus responsável pelas infecções recorrentes de herpes genital, labial e outras partes do corpo. Herpes Simples Vírus (HSV): tipo 1 (principalmente na infância) 80% das lesões labiais e faciais. Tipo 2 (mais comum em jovens e adultos) corresponde à 90% das lesões genitais. Transmissão: contato direto das partículas virais com mucosas ou soluções de continuidade da pele. Panarício herpético = herpes simples na região do dedo. O sistema imune não consegue eliminar o vírus. So faz com que ele se inative e o vírus fica inativo na raiz dorsal da medula ou dos nervos cranianos e permanece La. Quando tem qualquer tipo de estresse, imunidade baixa, carnaval, perda de sono, vai ter uma recorrência. (o vírus fica latente... a primeira infecção é mais lenta e ocorre as vezes por estímulos como stress, radiação UV. ➢ TIPO 1: Labial e Facial ➢ TIPO 2: Genital Tipos de lesão: As vesículas são agrupadas. Na região genital, normalmente a gente não consegue flagrar as vesículas. A gente já ver lesões mais exulceradas , a gente ver mais feridinha mesmo, mas a gente não ver exatamente as vesículas. No dedo é panarício herpético(tipo de herpes que ocorre no dedo). TRATAMENTO: Antissépticos tópicos: evitar infecção bacteriana secundária Antivirais: ▪ Aciclovir 200mg, 5x ao dia por 5 a 7 dias (Herpes simples não genital) ▪ Aciclovir 400mg, 5x ao dia por 5 a 7 dias (Herpes genital) ▪ Outros antivirais: Valaciclovir, fanciclovir Profilaxia em caso de recidivas > 6 episódios ao ano ▪ Aciclovir 200mg de 12 em 12 horas por 6 meses VARICELA Agente etiológico: Varicela-Zóster Vírus Infecção primária do vírus. Afeta 90% das crianças não vacinadas menores de 10 anos de idade Infecção cutânea primariamente → caminha retrogradamente até os gânglios nervosos → Latente Pode ficar latente a vida inteira ou reativar em algum momento → Herpes Zóster Transmissão: Vias aéreas superiores por gotículas Período de incubação: 2 a 3 semanas DICA: A varicela decorre, tipicamente, com evolução de máculas papulosas para crostosas. Quadro clínico: Mal-estar, febre, máculas, pápulas e vesículas eritematosas, evoluindo para pústulas e crostas. Polimorfismo das lesões Curso benigno e autolimitado em crianças saudáveis POLIMORFISMO DE LESOES: LESOES DE PÚSTULAS, LESOES PAPULOSAS, LESOES DE CROSTA. As lesões vão surgindo no decorrer da doença. TRATAMENTO: - Repouso - Antipiréticos se febre - Afastar da creche, colégio até secarem todas as lesões - Anti-histamínico se prurido * Adultos: Formais mais graves → Aciclovir Via oral dose de herpes zoster PROFILAXIA: Vacinação com tetraviral primeira dose aos 15 meses até os 4 anos HERPES ZOSTER Reativação do vírus varicela-zoster Pode acontecer em qualquer momento após a infecção primária. Mais comum em idosos acima de 60 anos Estima-se que até 20% das pessoas desenvolverão herpes zoster ao longo da vida Mecanismos de reativação: stress emocional, cirurgias, imunossupressão Primeira manifestação é a nevralgia, pode associar prurido, febre, queimação, hiperestesia no trajeto dos nervos acometidos Vesiculas agrupadas sobre base fortemente eritematosa, seguindo um dermátomo sensorial. Raramente ultrapassa a linha média É diferente do herpres simples e ocorre como reativação da varicela. •Nevralgia: paciente antes de surgirem as vesículas ele sente um desconforto, hiperestesia, sensibilidade, queimação, formigamento e depois de 24/48 horas que surgem as lesões. Normalmente isso é regra em relação ao dermatomo: é da Linha Media para um lado. A linha media ta aqui então o dermatomo segue vesículas agrupadas em faixa isso é uma lesão clássica, base bem eritematosa. Neuragia Pós-Herpética: depois do herpes zooster o paciente fica tendo dor por meses na mesma região onde já melhorou as lesões. TRATAMENTO Imunocompetentes → Via oral ▪ Aciclovir 800mg 5x ao dia por 10 dias ▪ Valaciclovir ou fanciclovir Imunodeficientes: Internação para aciclovir EV Complicações: ▪ Herpes zoster oftálmico (acometimento do trigêmeo) → Oftalmologista ▪ Neuralgia pós-herpética: dor crônica após meses até anos do quadro clínico ➔ Gabapentina, pregabalina, amitriptilina VERRUGA VIRAIS HPV Infecção pelo Papiloma Vírus Humano (HPV) É a mais comum de todas as dermatoviroses Acomete principalmente crianças e adolescentes, e adultos sexualmente ativos Transmissão: Contato direto de portadores ou por fômites, transmissão também por autoinoculação Pápulas hiperqueratóticas verrucosas são comuns a todos os subtipos • HPV 1, 2 e 4 → Verruga vulgar (dedos, pés, joelhos, cotovelos) • HPV 6 e 11 → Verrugas genitais • HPV 16 e 18 → subtipos oncogênicos -> Câncer de colo de útero TRATAMENTO Métodos físicos destrutivos: ▪ Ácido tricloroacético ▪ Crioterapia ▪ Eletrocirurgia Medicamentosos: Imiquimod Podofilina MOLUSCO CONTAGIOSO Agente etiológico: Poxvirus Muito frequente na infância Múltiplas lesões disseminadas por tronco e extremidades Transmissão: Contato direto com outros indivíduos infectados e autoinoculação. Quadro clínico: Pápulas eritematosas com depressão central (umbilicadas). Pápulas eritematosas com orifício central. E a característica principal dele é a pápula que quando vai chegando ao final ela faz tipo um “umbiguinho” pra dentro, então, essa umbilicação pra dentro no centro é típico de molusco. TRATAMENTO Curetagem, seguido de álcool iodado. Imiquimod SÍFILIS Doença infecciosa crônica, causada pelo Treponema pallidum, bactéria espiralada Doença universal; acomete mais jovens de 15 a 24 anos; Recrudescimento da sífilis: causas são múltiplas, de ordem social e médica. Transmissão: Doença sexualmente transmissível. Contato, também, por lesões abertas, transfusão de sangue e transplacentária. É rotina de todo pré-natal colher o VDLR. É uma ótima triagem porque você descobre a mulher que tem sífilis e aí você também trata o parceiro. Classificação: - Sífilis recente (até 1 ano): sífilis primária, secundária e latente recente - Sífilis tardia (mais de 1 ano): sífilis terciária cutânea, cardiovascular, nervosa, visceral e latente tardia. A sífilis latente ocorre quando o paciente afirma ter tido exposição de risco e, apesar de não apresentar sintomatologia, possui sorologia para VDRL e FTA ABS positivos. A classificação em recente ou tardia é estabelecida pelo tempo da exposição: se < 1 ano é recente e se > 1 ano é tardia. SÍFILIS PRIMÁRIA Lesão inicial surge 1 a 2 semanas após a infecção (mas pode ocorrer em até 90 dias). Padrão da Lesão: única, erosiva ou ulcerativa, base infiltrada, fundo limpo, indolor, nos genitais externos principalmente. Após 1 a 2 semanas aparece adenite satélite – gânglios duros, pouco dolorosos, não inflamatórios Pode regredir espontaneamente sem deixar cicatriz em 4 semanas Na prática, viram alguma lesão ulcerada, desse tipo, na vida de vocês, não precisa saber exatamente qual tipo de ulcera, viu uma ulcera dessa forma, no pênis, vulva, solicita VDLR e FTA ABS. SECUNDÁRIA Disseminação de treponemas pelo organismo (intensidade relacionada ao estado imune do hospedeiro). Manifestações : 4 a 8 semanas após o cancro duro (até seis meses); Quadro clínico muito variado: ▪ Febre e micropoliadenopatia podem estar presentes ▪ Roséola sifilítica: exantema morbiliforme inicia no tronco e dissemina por todo o tegumento inclusive palmas e plantas, não pruriginoso, duração efêmera; ▪ Lesões papulosas e eritematosas disseminadas. Variantes foliculares, psoriasiformesou liquenoides ▪ Alopecia em clareira ▪ Condiloma plano → região genital e perianal QUADRO COMUM: Febre e microadenopatia podem estar presentes, ou seja, linfonodos aumentados podem acontecer e essa roséola sifilítica é a que mais vai se apresentar, que é um exantema morbiliforme que inicia no tronco e dissemina por todo tegumento, inclusive pálpebras e palma e planta. Então, guardem sempre isso: viram uma erupção de qualquer tipo no corpo no paciente, chega .. se tiver em tronco e palma e planta é, com certeza, sífilis, ate que prove o contrario. Não é com certeza, ta, gente? Tem outros diagnósticos como coquesaque que também da muita lesão em palma e planta, tem outros diagnósticos. E essa característica é clássica: NÃO COÇA! A mairia dos exantemas que a gente vê coçam, então dengue, zika, mas na sífilis normalmente não coça, tá? As lesões são papulosas e eritematosas, disseminadas e ai você tem variantes, que eu falei que tem várias formas, então tem forma que parece foliculite, tem forma que se parece com psoríase, tem forma que parece líquen plano, vários tipos de formas de sífilis. A outra é sífilis alopecia em clareira é uma condição clássica, mais rara, por isso normalmente quem chega com queixa de queda de cabelo ativa e difusa, com várias áreas de falha, os exames que a gente tem que pedir é o VDLR. Condiloma plano: lesões planas e ulceradas na região genital e perianal que podem ser na forma secundária também. SÍFILIS LATENTE Sífilis Latente recente Não há sinais clínicos, mas há treponemas nos tecidos. Comum linfadenopatia. Até 1 ano de contraída a infecção. Sífilis Latente tardia Não há manifestações clínicas após 1 ano da infecção, mas há treponemas nos tecidos. Pode durar até 30 anos. SÍFILIS TERCIÁRIA Sífilis Cutânea Tardia: lesões nodulares, nódulo-ulceradas e gomas (nódulos que sofrem amolecimento por necrose, que se elimina formando extensas ulcerações destrutivas). Acometimento de órgãos internos: ▪ Sífilis óssea: Osteíte gomosa, periostite, osteíte esclerosante, artralgias, artrites, nódulos e lesões de vértebras (espondilite sifilítica) ▪ Neurossífilis: cefaléia e rigidez de nuca ou paralisia de nn cranianos por lesão nas meninges(raro). Tabe dorsalis (lesões das raízes posteriores e funículo posterior da medula e tronco) ▪ Sífilis cardiovascular: aortite → insuficiência aórtica, aneurisma e estenose orificial das coronárias. DIAGNÓSTICO Suspeita Clínica Prova direta: Exame em campo escuro → detectar treponema colhido de secreção de lesão primária ou secundária Principais sorologias: ▪ VDRL → Teste não treponêmico. Positiva-se entre 5 e 6 semanas da infecção e entre 2 e 3 semanas após surgimento do cancro. Pode estar negativa na sífilis primária. Títulos > ou igual a 1:16 são muito sugestivos. Os títulos do VDRL vão caindo gradativamente após o tratamento. Não é o melhor teste porque ele não é especifico de sífilis, ou seja, tem gente que tem lúpus e ai VDLR aumentado. Não é um teste treponêmico, não pega o treponema. Ele é um teste que pega um aumento de lipídio que os treponemas fazem. Então, ele é sensível, mas não é tão específico. Então ele positiva de 5 a 6 semanas da infecção, e entre 2 a 3 semanas após o surgimento do cancro. Pode tá negativo na sífilis primaria. Titulo maiores ou iguais a 1/16 são positivos para sífilis. Esses títulos vão caindo gradativamente após o tratamento. ▪ FT-ABS→ Teste treponêmico → Mais específico. Confirmam o diagnóstico, porém os títulos persistem por toda a vida. Não pode confirmar doença ativa. É um teste treponêmico mais especifico, confirma o diagnóstico, mas os títulos vão ficar por toda a vida. As vezes a gente faz o FTA ABS em gente que já teve sífilis e ele vai dá positivo porque ele ficou com uma cicatriz sorológica. Então tem que interpretar tanto VDLR quanto FTA ABS. EXAMES SOROLÓGICOS: O FTA ABS quando há sífilis ele sobe, você faz o diagnóstico e ele fica pra sempre. Essa é a grande questão, o FTA ABS que ele confirma o diagnóstico, mas não é muito bom para fazer diagnostico, porque as vezes você suspeita de sífilis e se você pede só o FTA ABS e tiver positivo, as vezes é um paciente que teve sífilis ha muito tempo, tá tratado e não tá com sífilis atualmente. Então, o melhor exame para diagnostico é o VDLR que sobe o título e, quando trata, desaparece totalmente. TRATAMENTO Sífilis Recente: Penicilina G Benzatina 2.400.000UI, IM, 2 doses com intervalo de 1 semana Sífilis tardia: Penicilina G Benzatina 2.400.000UI, IM, 3 doses com intervalo de 1 semana Neurossífilis: Penicilina G Cristalina (melhor penetração na barreira liquórica), 12-24 milhões de UI, a cada 4 horas, EV, por 10 a 14 dias. IMPORTANTE: Diagnosticou sífilis, não é uma dose so de penicilina, são duas doses, uma furada de cada lado, e repete com uma semana. Então, viram um paciente com sífilis secundária, faz duas doses. A terciaria eu já disse que não vou abordar muito. Mas, é com penicilina G benzatina, 3 doses, com intervalo de 1 semana. E quem tem neurosífilis, que é sífilis neural, uma coisa mais rara ainda, trata com penicilina G cristalina, porque atravessa a barreira liquórica.
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