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Feito por Maria Paula Moura Vilela – Profª Stephanie Branco – Newton Paiva – BH, MG Doenças bacterianas e viróticas-@mpaula.vet Tétano e Botulismo É infecciosa, mas não contagiosa, é letal, tem distribuição mundial e é comum em áreas de cultivo intensivo pois existe maior contaminação dos solos com conteúdo fecal, ocorre de forma esporádica, mas podendo ocorrer surtos locais (maioria das vezes por erros de manejo). É causado pelo Clostridium tetani, é gram positivo e anaeróbica, produz duas toxinas a tetanospamina (a mais importante, é uma neurotoxina) e tetanolisina, ambas possuem capacidade de esporular e manter por um período maior no ambiente, é frequente no solo e no TGI. Acomete espécies de animais de interesse zootécnico, todas as espécies podem se contaminar, mas equinos e gatos são mias susceptibilidade de se contaminar, é extremamente importante para a disseminação solos intensamente contaminados por materiais fecais. Os animais são expostos aos esporos no ambiente, eles entram nos organismos através de lesões na pele ou na mucosa (podem ser profundas ou superficiais), ele fica na forma esporulada até encontrar uma condição ideal para germinar, quando essa condição não é imediata a ferida até pode cicatrizar, ocorre a germinação, multiplicar e produz toxinas (tetanospamina e tetanolisina), elas chegam em terminações nervosas periféricas próximas ao local da lesão, podendo ascender em direção à medula, elas ficam na área pré-sináptica das placas motoras, elas clivam proteínas responsáveis pela liberação de neurotransmissões no neurônio, sendo eles o GABA e glicina (neurotransmissores inibitórios), a partir do momento que tenho uma inibição menor o equilíbrio entre excitação e inibição é desajustado, os animais então possuem hiperexcitabilidade, paralisia espástica (tônus muscular aumentado). Existem relatos de surtos em bovinos jovens que não tem lesão. Tem um período de incubação entre 1 a 3 semanas, variam de acordo com tamanho da ferida, quantidade maior das bactérias, tecido com maior contaminação, quanto maior perído de icubaão maior amena é a manifeatação. O animal pode ter hipertonia muscular, membros Feito por Maria Paula Moura Vilela – Profª Stephanie Branco – Newton Paiva – BH, MG hiperextendidos, rígidos, trismo mandibular, rigidez da nuca e cauda, tremores, protusão da terceira pálpebra, disfagia, orelhas eretas, opistótono, crises epilépticas, riso sardônico (principalmente em cães e gatos), constipação, retenção urinária, espasmos, contrações que inicialmente são ocasionadas por estímulos aleatórios, insipiência respiratória, o animal mantem a consciência o tempo inteiro, são levados ao óbito. Os bovinos jovens tem letalidade maior do que adultos, esses possuem boa taxa de recuperação. OBS: quando tem aumento do tônus é neurônio motor superior, quando tem tônus reduzido e reflexo reduzido é neurônio motor inferior. Quando o histórico, anamnese e sinais clínicos são associados é quase 100% de fechar o diagnóstico, a necropsia não auxilia pois não possui muitos achados anatomopatológicos. O teste mais utilizado é através de amostras teciduais para imunofluorescência direta. Podemos pensar na raiva, lesão cervical, intoxicações (por estricnina), tetania hipocalcêmica (eclampsia) das éguas, meningite. É preciso relaxar o animal, fazer sedação e neutralizar a toxina circulante o mais rápido possível, pois ela tem uma ligação pré-sináptica irreversível, ou seja, o animal precisa de uma nova produção desses receptores, a partir do momento que a toxina ligou a fenda não funciona mais, a neutralização é feita através do soro antitetânico (Vencosat) o mais rápido possível, fazemos o debridamento, limpeza da ferida com água oxigenada (leva o2 para a lesão) e tratamos com antibiótico (penicilina) e fazer o suporte necessário para o animal, sempre ter o cuidado com o ambiente que o animal está, manter em lugar tranquilo e escuros, algodão em ouvido, manipulação calma, temperatura amena. A vacinação é o ideal, em espécies de grandes, é importante fazer o reforço vacinal quando o animal for submetido a procedimentos cirúrgicos, fazer também o soro antitetânico durante e após a cirurgia. Pode ser vacinado a partir de 3, 4 meses de idade, fazer reforço anual e a imunidade pode durar a vida toda. As gestantes devem ser vacinadas 1 a 2 meses antes do parto. É conhecida como doença da vaca caída, foi identificado a partir de uma paralisia flácida em humana devido a ingestão de embutidos e molhos com carnes, os animias mais sueptiveis são bovinos, caprinos, ovinos, equinos, asininos, Feito por Maria Paula Moura Vilela – Profª Stephanie Branco – Newton Paiva – BH, MG suínos e carnívoros, sendo o último menos frequente. Possui alta letalidade. Causada pelo Clostridium botulinum, é anaeróbico, possui esporos, possui toxina botulínica (é a mais potente), possui 7 tipos de Clostridium botulinum que se diferenciam através da especificidade, da A até G, as principais aqui no Brasil em animais são C e D. Os equinos são sensíveis a todos os tipos, cães sensíveis a A, B e C (raro) e as aves são sensíveis a C e raramente com tipo A e E, as aves podem eliminar todos os tipos em seus dejetos. Normalmente tem uma ocorrência maior em animais de alta demanda nutricional, principalmente em bovinos, com destaque a fêmeas gestantes e lactantes, ocorre mais neles pois muitas das vezes não tem em seu alimento na pastagem a quantidade de nutrientes necessárias, possuem dieta pobre resultando possuem deficiência nutricional e acabam comendo carcaça de outros animais, isso pode causar surtos esporádicos em bovinos. Alimentos e água contaminados, através de matéria orgânica em decomposição também pode ser motivo de contaminação. As aves também podem se contaminar comendo larvas de moscas que estavam em carcaças em decomposição. OBS: aqui o animal já ingere a toxina pronta. Ocorre a ingestão da toxina, ela vai por via hematógena atingindo a junção neuromuscular de terminações nervosas periféricas, clivam as proteínas do complexo de fusão sináptica, com isso não há liberação de acetilcolina fazendo com que o músculo não se contraia levando a uma paralisia flácida, a ligação da toxina é irreversível e o animal fica consciente durante toda a doença. OBS: pode ocorrer casos em que o animal, caso esteja saudável, pode ingerir o esporo e nada acontecer com ele, pois o desenvolvimento da doença é através da toxina de alguma matéria já contaminada, principalmente em carcaças. O período de incubação depende da quantidade ingerida, quando o animal ingere uma quantidade maior o período de incubação tende a ser menor e vice versa, mas existem animais mais susceptíveis. Em ruminantes possui a progressão clínica em algumas horas a algumas semanas, ovinos, equinos, cães e gatos possuem manifestação crônica. Eles possuem dificuldade e locomoção, mastigação, deglutição, passam a ter incoordenação (passa dos membros pélvicos para os torácicos), paralisa flácida, o animal possui dor mas não tem reflexo do membro, insuficiência respiratória e cardíaca e mantendo a consciência o tempo inteiro, os ovinos demoram bastante para manifestar alguns sinais. Baseado em dados epidemiológicos e manifestação clínica, ambos associados podemos direcionar o diagnóstico. Não tem achados anatomopatológicos específicos. Para o diagnóstico definitivo é possível fazer a detecção das BoNTs (toxinas), diferentes amostras clínicas através do conteúdo gástrico, rumenal, intestinal, fígado e soro, enviar de preferencia o máximo de amostras possíveis. Bioensaio em camundongo: padrão de ouro, é feito a inoculação intraperitoneal coma amostra e é observado a Feito por Maria Paula Moura Vilela – Profª Stephanie Branco – Newton Paiva – BH, MG manifestação clínica no camundongo, começam a ter dificuldade respiratório e é criado a cintura de vespa (foto abaixo), para identificar o tipo de botulismo é realizado uma neutralização com antitoxina específica. ELISA e PCR: ainda pode dar falso negativo. Através da antitoxina botulínica, porém o único laboratório que a produz não faz mais, restando apenas o tratamento de suporte para o animal, é preciso atentar para o movimento do trato gastrointestinal e tratar infecções secundárias. O prognóstico é de reservado (mais comuns em pequenos animais) para desfavorável. É feito a vacinação, ainda é discutido a eficácia sobre elas, em grandes animais podem ser iniciadas a partir dos 4 meses, segunda dose após 30 dias e fazer o reforço semestral ou anual, depende da frequência da doença no local. A vacina não é 100%, mas ajuda o controle, porém se o animal ingerir uma quantidade grande de toxina a vacina não é nenhuma garantia. Não podemos confiar apenas na vacina, é preciso fazer suplementação mineral, fazer destino correto para as carcaças (queimar, não é adequado enterrar), produção, armazenamento e fornecimento de alimento e água adequado e higienizado.
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