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Doenças de Bovinos

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Doenças de bovinos 
 
 
DOENÇAS E PROBLEMAS DA CRIAÇÃO DE BOVINOS 
Autoria: Wallace Vieira 
Contato:wallacevieira.zoo@gmail.com 
Fonte: HTTP: www.valle.com.br 
 
1. Carrapatose ................................................................................................ 5 
1.1. Carrapato do bovino ........................................................................... 5 
1.1.1. Como reconhecer .............................................................................. 5 
1.1.2. Como tratar ....................................................................................... 6 
1.1.3. Como evitar ....................................................................................... 6 
1.2. Carrapato dos equídeos....................................................................... 6 
1.2.1. O que é ............................................................................................... 6 
1.2.1.1. Anocentor nitens ............................................................................ 6 
1.2.1.2. Amblyomma cajennense ............................................................... 7 
1.3. Como reconhecer ................................................................................. 7 
1.4. Como tratar .......................................................................................... 7 
1.5. Como evitar .......................................................................................... 7 
2. Aborto ......................................................................................................... 9 
2.1. Como reconhecer ................................................................................. 9 
2.2. Como tratar .......................................................................................... 9 
2.3. Como prevenir ................................................................................... 10 
3. Acidente Ofídico (Picada de Cobra)....................................................... 10 
3.1. Como reconhecer ............................................................................... 10 
3.2. Como tratar ........................................................................................ 11 
3.3. Como evitar ........................................................................................ 11 
4. Acidose ...................................................................................................... 11 
4.1. Como reconhecer ............................................................................... 12 
4.2. Como tratar ........................................................................................ 12 
4.3. Como evitar ........................................................................................ 13 
5. Actinobacilose ........................................................................................... 13 
5.1. Como reconhecer ............................................................................... 14 
5.2. Como tratar ........................................................................................ 14 
5.3. Como evitar ........................................................................................ 14 
6. Actinomicose ............................................................................................. 14 
6.1. Como reconhecer ............................................................................... 14 
6.2. Como tratar ........................................................................................ 15 
7. Berne ......................................................................................................... 15 
7.1. Como reconhecer ............................................................................... 15 
7.3. Como evitar ........................................................................................ 16 
8. Bicheira ..................................................................................................... 16 
8.1. Como reconhecer ............................................................................... 17 
8.2. Como tratar ........................................................................................ 17 
8.3. Como evitar ........................................................................................ 18 
9. Botulismo .................................................................................................. 18 
9.1. Como reconhecer ............................................................................... 19 
9.2. Como tratar ........................................................................................ 20 
9.3. Como evitar ........................................................................................ 20 
10. Brucelose ................................................................................................ 20 
10.1. Como reconhecer ............................................................................ 21 
10.2. Como tratar ..................................................................................... 21 
10.3. Como evitar ..................................................................................... 21 
11. Carbúnculo Sintomático ...................................................................... 22 
11.1. Como reconhecer ............................................................................ 22 
11.2. Como tratar ..................................................................................... 22 
11.3. Como evitar ..................................................................................... 22 
12. Ceratoconjuntivite Infecciosa Bovina (CIB) ...................................... 23 
12.1. Como reconhecer ............................................................................ 23 
12.2. Como tratar ..................................................................................... 23 
12.3. Como evitar ..................................................................................... 23 
13. Cetose ..................................................................................................... 24 
13.1. Como reconhecer ............................................................................ 24 
13.2. Como tratar ..................................................................................... 25 
13.3. Como evitar ..................................................................................... 25 
14. Dermatofilose ........................................................................................ 26 
14.1. Como reconhecer ............................................................................ 26 
14.2. Como tratar ..................................................................................... 27 
14.3. Como evitar ..................................................................................... 27 
15. Dermatomicose ...................................................................................... 27 
15.1. Como reconhecer ............................................................................ 28 
15.2. Como tratar ..................................................................................... 28 
15.3. Como evitar ..................................................................................... 29 
16. Diarréia Viral Bovina (BVD) ............................................................... 29 
16.1. Como reconhecer ............................................................................ 30 
16.2. Como tratar ..................................................................................... 30 
16.3. Como evitar ..................................................................................... 30 
17. Vacinação ............................................................................................... 31 
17.1. Vacinas Inativadas.......................................................................... 31 
17.2. Vacinas Atenuadas......................................................................... 31 
18. Diarréias ................................................................................................ 31 
18.1. Como reconhecer ............................................................................ 33 
18.2. Como tratar ..................................................................................... 34 
18.3. Como evitar ..................................................................................... 35 
19. Doença Digital Bovina (DDB) .............................................................. 35 
20. Edema Maligno - Gangrena Gasosa ................................................... 36 
21. Eimeriose ou Coccidiose ....................................................................... 37 
22. Encefalite por Herpesvírus Bovino - Tipo 5 ....................................... 39 
23. Enterotoxemia ....................................................................................... 40 
24. Febre Aftosa .......................................................................................... 41 
25. Febre Catarral Maligna ....................................................................... 42 
26. Fotossensibilização ................................................................................ 43 
27. Hemoglobinúria Bacilar (HB) ............................................................. 45 
28. Hipocalcemia ......................................................................................... 46 
29. Intoxicação por Uréia ........................................................................... 48 
30. Intoxicações ........................................................................................... 50 
31. Laminite ................................................................................................. 52 
32. Leptospirose .......................................................................................... 53 
33. Leucose Bovina ...................................................................................... 55 
34. Língua Azul ........................................................................................... 56 
35. Listeriose ................................................................................................ 58 
36. Mosca-dos-chifres ................................................................................. 59 
37. Neosporose ............................................................................................. 60 
38. Onfalites ................................................................................................. 61 
39. Papilomatose .......................................................................................... 62 
40. Pneumonias ............................................................................................ 63 
41. Poliencefalomalácea (PEM) ................................................................. 65 
42. Raiva....................................................................................................... 66 
43. Reticuloperitonite Traumática ............................................................ 68 
44. Rinotraqueite Infecciosa Bovina (IBR) ............................................... 69 
45. Tétano..................................................................................................... 71 
46. Toxoplasmose ........................................................................................ 73 
47. Tricomonose .......................................................................................... 74 
48. Tristeza Parasitária Bovina ................................................................. 75 
49. Tuberculose ........................................................................................... 77 
50. Verminose .............................................................................................. 78 
 
 
 
 
 
 
1. CARRAPATOSE 
Carrapatose é uma das parasitoses mais importantes que afetam os rebanhos brasileiros é a 
carrapatose, que causa enormes prejuízos ao produtor e grande desconforto para os animais, 
prejudicando o seu desenvolvimento e produção. 
Em geral, cada carrapato tem afinidade com o hospedeiro que parasita, por exemplo, a 
espécie Rhipicephalus (Boophilus) microplus é parasita dos bovinos, o Rhipicephalus 
sanguineus tem predileção pelos canídeos e o Amblyomma cajennense parasita os 
equídeos. Entretanto, o A. cajannense não é tão específico como o Boophilus sp. e o 
Rhipicephalus sp., podendo parasitar muitos hospedeiros, incluindo os bovinos e o homem. 
1.1. Carrapato do bovino 
O que é 
No Brasil, a espécie Rhipicephalus microplus, ocorre em praticamente todas as regiões, 
devido às condições climáticas favoráveis ao seu desenvolvimento. Esses ácaros causam 
muitos prejuízos aos seus hospedeiros, por ação direta espoliadora de ingestão de sangue ou 
por lesões na pele dos animais, nos locais de sua fixação. Neste último caso, facilita a 
instalação de miíases (bicheiras) e podem servir de porta de entrada para bactérias que 
infeccionam o local, e conseqüentemente ocorre a desvalorização do couro pelas 
imperfeições que apresenta. Causa perda de apetite em função da irritação, anemia e 
transmite doenças como a Tristeza Parasitária. 
São também responsáveis por elevados custos indiretos com produtos carrapaticidas, mão-
de-obra e equipamentos necessários para o seu controle e, além disso, estes produtos 
tóxicos podem causar sérios danos aos animais, ao homem e ao meio ambiente. As 
estratégias de ação fundamentam-se no conhecimento da biologia do parasito (ciclo de 
vida), sua relação com o meio ambiente e os hospedeiros e os instrumentos disponíveis para 
o controle (carrapaticidas, manejo, etc.). 
No Brasil, as perdas econômicas causadas pelo carrapato Rhipicephalus microplus no ano 
de 1983 estavam na ordem de 1 bilhão de dólares. Atualmente, estima-se que, com o 
aumento do rebanho bovino, este prejuízo tenha dobrado de valor. 
1.1.1. Como reconhecer 
O diagnóstico da doença se faz pela constatação da presença dos carrapatos. Os animais 
parasitados tornam-se inquietos e não se alimentam satisfatoriamente. Ocorre então 
emagrecimento, queda na produção de carne e leite, irritação da pele no local da picada e 
anemia em decorrência da perda de sangue. 
1.1.2. Como tratar 
Para o tratamento podem ser utilizados produtos carrapaticidas na forma de pulverização, 
aspersão ou imersão (piretróides, organofosforados e amidinas), pour on (piretróides, 
organofosforados, avermectinas) ou injetáveis (avermectinas e milbemicinas) e derivados 
dos fenilpirazóis (fipronil). 
1.1.3. Como evitar 
Através da realização do controle estratégico, evitando-se o uso de tratamentos curativos 
realizados de forma indiscriminada, que geram o aparecimento de cepas de carrapatos 
resistentes às drogas. O controle estratégico deve ser empregado de acordo com os dados 
epidemiológicos de cada região. Não é conveniente que os carrapatos sejam totalmente 
eliminados numa propriedade. Deve-se manter um nível tolerável de infestação que 
proporcione equilíbrio entre a resistência do animal e as doenças por ele transmitidas. 
Para manter o parasita em nível satisfatório é necessário estabelecer uma estratégia de 
controle, concentrando os banhos carrapaticidas (3 a 6 banhos/ano com intervalos de 19-21 
dias entre eles) no início da estação chuvosa. No início da aplicação do controle estratégico 
na propriedade podem ser necessários tratamentos táticos quando a infestação por 
carrapatos fêmeas adultas for maior do que 10 a 20 em um dos lados do corpo do animal, 
dependendo de sua raça e faixa etária. Podem ser usados também produtos inibidores do 
crescimento (Fluazuron). A vacina associada a produtos químicos também é uma estratégia 
de controle. 
1.2. Carrapato dos equídeos 
1.2.1. O que é 
Carrapatos são indiscutivelmenteos ectoparasitos de equinos mais importantes no Brasil. 
Diretamente, eles espoliam o sangue, abrem porta de entrada para miíases e infecções 
secundárias, irritam os animais e podem causar dermatites. São também vetores dos agentes 
causais da Babesiose equina (Babesia equi e Babesia caballi), sendo esta doença um fator 
limitante para o desempenho de cavalos de esporte, além de restringir o comércio 
internacional desses animais. Pelo menos três espécies de carrapatos são comumente 
encontradas em equinos no Brasil: Anocentor nitens, Amblyomma cajennense e 
Rhipicephalus microplus. 
1.2.1.1. Anocentor nitens 
No Brasil, é encontrado parasitando cavalos e outros equídeos, estando amplamente 
difundido pelo país. Parasita principalmente o pavilhão auricular, embora possa ser 
encontrado em outros sítios de fixação como na narina, base da crina, região perineal e ao 
longo da linha ventral média do corpo. É responsável por muitas doenças, incluindo lesões 
na orelha como: quebra da mesma (cavalo troncho), miíases e babesiose equina (Babesia 
caballi). 
O parasitismo por A. nitens determina inúmeros prejuízos para os equinos do Brasil, 
através dos gastos com carrapaticidas e problemas na saúde dos animais. O A. nitens é uma 
espécie com um único hospedeiro no seu ciclo e quase sempre adota equinos e muares 
como hospedeiros, mas é algumas vezes encontrado em outros animais como jumentos, 
bovinos, ovinos, veados e búfalos. 
A duração da fase parasitária do ciclo no cavalo é de 24 a 28 dias. Em bovinos, o ciclo do 
parasito é mais longo que em equinos, ocorrendo o massivo desprendimento de fêmeas de 
25 a 36 dias pós-infestação. São observadas 3 a 4 gerações anuais de A. nitens no Brasil, 
que decorrem de mudanças climáticas e também são devidas ao estado fisiológico do 
cavalo, dependendo de seu nível de resistência ou susceptibilidade. 
1.2.1.2. Amblyomma cajennense 
O A. cajennense, o carrapato do corpo dos cavalos, conhecido no Brasil como "Carrapato 
Rodoleiro" ou "Carrapato Estrela" na sua fase adulta, “Vermelhinho” na fase ninfal e 
“Micuim” na fase larvar, tem sido considerado como uma praga de importância emergente 
nas áreas de produção animal, como espoliador dos rebanhos equinos e bovinos e, de saúde 
pública como importante transmissor da riquetsiose nos humanos (Febre Maculosa). Vários 
animais domésticos e ampla diversidade das espécies silvestres, mamíferos e aves, podem 
albergar algum estádio parasitário deste carrapato. O A. cajennense é um carrapato 
trioxeno, ou seja, necessita de três hospedeiros de espécies iguais ou diferentes para 
completar seu ciclo de vida. 
1.3. Como reconhecer 
Presença do carrapato no corpo do animal. 
1.4. Como tratar 
Para o tratamento podem ser utilizados produtos carrapaticidas na forma de pulverização 
(piretróides) 
1.5. Como evitar 
Baseado no estudo da dinâmica sazonal das fases parasitárias e não parasitárias, são 
sugeridas medidas de controle estratégico para A. nitens no Brasil, similarmente àquelas 
adotadas para B. microplus. Os tratamentos carrapaticidas devem ser mais intensivos na 
primavera e verão com pulverização de todo o corpo dos equinos, inclusive dentro da 
narina e da orelha, em intervalos mínimos de 24 dias, cobrindo um período de pelo menos 4 
meses ininterruptos no ano. Devem ser utilizados 4 a 5 litros da calda por animal adulto e, 
após o tratamento, os animais devem voltar para o mesmo pasto. Em muitas propriedades é 
comum o uso de carrapaticidas tópicos na orelha como única medida de controle de A. 
nitens. No entanto, este controle tem se mostrado ineficiente, devido às populações 
encontradas em outras regiões do corpo do animal. 
Para o controle do A. cajennense deve-se evitar a presença de pastagens sujas (mato + 
pastagem). Outra medida recomendada para o controle de A. cajennense é o uso de 
tratamentos carrapaticidas a cada sete a dez dias, durante o período larval e ninfal de todos 
os equinos da propriedade, num intervalo máximo de 3 dias para todo o plantel. É também 
fundamental que os animais sejam retornados ao pasto de origem. Isto porque se espera que 
cada animal vire uma “armadilha viva” durante o intervalo entre tratamentos. 
A dificuldade está no controle da população adulta, pois além de se necessitar de um 
produto com uma concentração 1,8 vezes superior à concentração indicada para o controle 
dos carrapatos dos bovinos, na época do tratamento (primavera e verão) temos grande 
quantidade de éguas em segundo e terceiro estágios de gestação. O uso intensivo e 
indiscriminado de carrapaticidas neste período pode ocasionar intoxicações e abortos 
absolutamente indesejáveis para estes animais. 
Para controlar estes problemas em rebanhos pequenos, indica-se que, no período de 
primavera e verão, todas as fêmeas ingurgitadas sejam diariamente retiradas dos animais. 
Alguns ganhos resultarão desta ação. Em primeiro lugar, para cada fêmea repleta retirada 
estarão sendo retiradas do campo 5000 prováveis larvas que comporão a geração no ano 
seguinte. Em segundo lugar, se o controle das fases larval e ninfal forem bem feitos, 
reduziremos drasticamente a necessidade de banhos carrapaticidas neste período. Em 
terceiro lugar, a manipulação diária destes animais produzirá um comportamento dócil 
altamente desejável nos animais do rebanho. 
Para o controle do B. microplus nos equídeos a providência imediata que deve ser tomada 
em um plantel infestado é a prática de separação de pastos destinados aos equinos e aos 
bovinos. Deve-se ter muito cuidado nas prescrições de carrapaticidas de bases fosforadas 
ou misturas piretróides + fosforados. Seu uso intensivo pode resultar em quadros de 
intoxicações em animais e operadores. Por isso, na atualidade, recomenda-se que os 
programas de tratamento intensivos sejam realizados com produtos das bases piretróides 
puras na forma de concentrados emulsionáveis para banhos de aspersão ou imersão. 
Baseado em todos esses estudos podemos dizer que o meio mais eficiente para evitar a 
infestação por B. microplus em equinos é criar cavalos completamente separados de 
bovinos. A infestação por A. cajennense pode ser controlada usando acaricidas 
recomendados nas dosagens adequadas, mantendo as pastagens uniformes e em condições 
limpas através da roçagem, pelo menos uma vez ao ano, durante as estações chuvosas 
(primavera e verão), quando o crescimento da forragem é favorecido. Infestações pelo A. 
nitens podem ser controladas através da pulverização de todos os equinos com acaricida por 
todo o corpo nos intervalos corretos e nas diluições adequadas, principalmente no período 
da primavera e verão. 
 
 
Métodos eficientes para o combate desse parasita são: Absolut, Ranger, Ranger LA, Ranger 
3,5% LA, Lancer LA, Ectofós, Flytick, Flytick Plus, Controller CTO Pour-On. 
http://www.vallee.com.br/produtos/bovinos-de-leite/antiparasitarios/absolut/
http://www.vallee.com.br/produtos/bovinos-de-leite/antiparasitarios/ranger/
http://www.vallee.com.br/produtos/bovinos-de-leite/antiparasitarios/ranger-la/
http://www.vallee.com.br/produtos/bovinos-de-leite/antiparasitarios/ranger-la-3,5/
http://www.vallee.com.br/produtos/bovinos-de-leite/antiparasitarios/ranger-la-3,5/
http://www.vallee.com.br/produtos/bovinos-de-leite/antiparasitarios/lancer-la/
http://www.vallee.com.br/produtos/bovinos-de-leite/antiparasitarios/ectofos/
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http://www.vallee.com.br/produtos/bovinos-de-leite/antiparasitarios/flytick-plus/
Produtos Vinculados: Absolut, Ranger, Ranger LA, Ranger 3,5% LA, Lancer 
LA, Ectofós, Flytick, Flytick Plus, Controller CTO Pour-On 
 
 
2. ABORTO 
O aborto trata-se da interrupção da gestação decorrente de uma infecção placentária e/ou 
fetal ou fatores ambientais não infecciosos. A determinação das causas do aborto infeccioso 
é de fundamental importância para o controle sanitário em uma propriedade.O aborto pode ocorrer por diversas causas, como, por exemplo, os agentes infecciosos ( 
Brucella sp, Leptospira sp, Mycoplasma sp, Listeria monocytogenes, Haemophilus sp, 
Corynebacterium pyogenes, Staphylococcus aureus, vírus da língua azul, vírus da febre 
aftosa, vírus da IBR, vírus da BVD, Neospora caninum, Tritrichomonas foetus , 
Campylobacter foetus subesp. venerealis, Chlamydophila sp., Aspergillus sp.); fetos com 
defeitos genéticos, mumificados ou macerados; desequilíbrios hormonais na gestação; 
toxinas; estresse; uso impróprio de medicamentos; desequilíbrios nutricionais, 
principalmente de vitamina A, vitamina E, selênio, iodo e magnésio; manejos inadequados 
(transportes); prenhez gemelar; acidentes traumáticos (porteiras de mangueiros, quando dos 
apartes e até mesmo os provocados, etc.); intoxicações por nitratos, plantas tóxicas, 
micotoxinas, etc.; fatores hereditários; hidrocefalia, etc. O feto abortado constitui-se no 
melhor material para a análise. 
O controle de abortos em um rebanho baseia-se no diagnóstico do fator ou fatores 
responsáveis pelo mesmo. Tal diagnóstico deve ser feito por médico veterinário, se possível 
com o apoio de um laboratório de análises. 
Estudos evidenciam que em 90% dos casos de abortamento com etiologia esclarecida, esta 
é de origem infecciosa. Assim, o aprimoramento nas práticas diagnósticas em casos de 
abortamento é elemento chave para se conhecer a(s) verdadeira(s) causa(s) de ocorrência do 
processo, para a adoção de medidas profiláticas e terapêuticas, possibilitando o aumento da 
produtividade do rebanho. Na maioria das condições de abortamento são comprometidos o 
tecido uterino, a placenta e o feto. 
2.1. Como reconhecer 
 
Ocorrência freqüente de aborto nos animais da propriedade não é normal. O índice 
esperado de abortamentos em um rebanho bovino é de 1 a 2%. Índice de 3% é um 
sinal de alerta, sendo níveis superiores indicativos de processos mórbidos. 
2.2. Como tratar 
Fazer o diagnóstico da causa do aborto e, se possível, fazer o tratamento adequado. 
http://www.trendi.com.br/adm/conteudos/form/203
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Geralmente a causa dos abortamentos é múltipla, existindo em alguns casos a associação de 
diferentes agentes. 
2.3. Como prevenir 
Definir o diagnóstico da causa do aborto é essencial para determinar o destino da matriz e 
as medidas profiláticas aplicáveis ao rebanho, caso sejam necessárias para a sua prevenção. 
 
 
3. ACIDENTE OFÍDICO (PICADA DE COBRA) 
O Acidente Ofídico é o envenenamento de homens e animais pela picada de cobras 
venenosas através da injeção de suas toxinas (veneno). 
Noventa por cento dos casos de acidentes com picada de cobra em bovinos no país são 
provocados por serpentes venenosas do grupo botrópico: jararaca, jararacuçu, caiçara, 
urutu, cotiara e cruzeira. Espalhadas pelo Brasil inteiro, causam problemas difíceis de se 
lidar no dia-a-dia da empresa rural. Com uma frequência menor, mas não menos grave, 
estão os acidentes com cascavel do grupo crotálico (cerca de 9% dos casos). A cobra-coral, 
do grupo micrurus, raramente cria caso com bovinos (apenas 1% dos casos). 
Mais raros ainda, mas que podem ocorrer, são os casos de picada de surucucu, de pico de 
jaca e surucutinga, todas do grupo laquésico. Acontecem de quando em quando, em 
algumas regiões do Brasil, principalmente na região Norte. 
Muitos casos de morte de animais que ocorrem em todo o Brasil, principalmente bovinos e 
equinos, ainda são considerados culpa das cobras. Entretanto já se sabe que isso não é 
verdade. Precisamos diagnosticar as mortes, através de um veterinário, porque muitas 
doenças matam rapidamente e com características de envenenamento por cobras como 
manqueira e intoxicação por plantas. Por isso precisamos saber o que realmente está 
acontecendo, para tomarmos as medidas corretas de prevenção. 
3.1. Como reconhecer 
Cada tipo de cobra provoca um tipo de sintoma. Como 90% dos casos são picadas de 
cobras do tipo da jararaca (grupo botrópico), é aconselhável memorizar os sintomas por 
elas provocados. 
No caso dos bovinos é raro presenciar o momento da picada. O principal sinal é um inchaço 
no ponto da picada, frequentemente nas patas. Marcas deixadas pelos dentes da cobra nem 
sempre são visíveis. Dependendo da quantidade de veneno injetado pela cobra, esse 
inchaço pode se espalhar e, com a evolução, causar necrose local do tecido e o 
aparecimento de grandes feridas. Quando as lesões são muito extensas, a dor forte deixa os 
animais abatidos e sem apetite. 
As picadas de cascavel e cobra-coral, todavia, não provocam esse quadro. Não há sinais no 
local da picada. Nota-se uma perturbação geral do animal, que se apresenta inicialmente 
agitado e, em seguida, abatido, podendo chegar até a inconsciência. Hemorragias podem 
ocorrer em acidentes com cascavéis. 
3.2. Como tratar 
Antes de pensar em qualquer tipo de tratamento, o importante é lembrar de não amarrar o 
membro atingido, nem aplicar qualquer tipo de garrote. Essa prática é muito comum, mas 
apenas agrava mais ainda as lesões da picada. Da mesma forma, não se deve cortar ou abrir 
a ferida e muito menos sugar ou aspirar no ponto de lesão. Os animais acometidos devem 
ser mantidos em um local isolado, em repouso. A única terapia efetiva é o soro antiofídico. 
Existem vários tipos de soros antiofídicos, um para cada tipo de cobra. O soro antibotrópico 
é o mais importante para se ter em estoque, devido a sua alta incidência em bovinos (90%). 
Caso a ocorrência de picadas por cascavel seja freqüente convém ter também o soro 
anticrotálico. Existem ainda soros polivalentes. Tratamento de suporte ou sintomático 
também pode auxiliar, dependendo do caso. 
3.3. Como evitar 
Não é possível pensar em diminuir a população de cobras em uma fazenda, até porque elas 
participam de um delicado equilíbrio ecológico, mantendo sob controle as populações de 
ratos e outros roedores. Assim, é importante que toda fazenda tenha uma boa quantidade de 
soro antiofídico em estoque. Convém sempre checar a data de validade do soro e assegurar-
se de que sejam mantidos sob refrigeração. 
No caso do homem, o uso de botas diminui significativamente a ocorrência de casos de 
picadas de cobra. 
 
 
4. ACIDOSE 
Acidose é uma doença metabólica aguda, causada pela ingestão súbita de dietas com 
excesso de carboidratos, como grãos (trigo, milho, aveia, sorgo) ou outros alimentos 
altamente fermentáveis (silagem em geral) em grandes quantidades. 
É caracterizada por perda do apetite, depressão e morte. É também conhecida por 
"sobrecarga ruminal", "indigestão aguda", "impactação aguda do rúmen" ou "indigestão por 
carboidratos". 
Ocorre principalmente em criações de bovinos de corte e leite. A doença é essencialmente 
aguda, mas ocasionalmente pode ocorrer de forma crônica. 
A doença é observada em bovinos de todas as idades e de ambos os sexos. Desenvolve-se 
mais comumente nos casos de mudanças bruscas no regime alimentar ou pelo acesso 
acidental do animal a grandes quantidades de grãos ou qualquer outro alimento facilmente 
fermentável, com os quais os animais não estejam adaptados, sendo mais comum nas fases 
iniciais do processo de engorda. Tem-se observado um aumento no número de surtos de 
acidose, em consequência do crescimento dos confinamentos, principalmente durante o 
inverno quando há escassez de forragem. 
A quantidade de alimentos necessária para causar um quadro agudo depende do tipo de 
grão, de contato anterior do animal com este alimento, do estado nutricional e do tipo de 
microflora ruminalapresentada pelo bovino. 
4.1. Como reconhecer 
Os sintomas ocorrem em poucas horas (12 a 24 h) após a ingestão do alimento com 
quantidades tóxicas de carboidratos. Inicialmente o animal pára de se alimentar e apresenta 
sintomas de cólica (inquietação, chutes no ventre, mugidos etc.), passando para um quadro 
de inapetência e depressão, acompanhado de parada da ruminação e aumento da frequência 
respiratória, fezes pastosas com coloração amarelada ou acinzentada, diarreia e 
timpanismo. Nos casos mais severos, os animais apresentam apatia, prostração, mucosas 
pálidas, febre, respiração difícil, cegueira e incoordenação, que podem culminar na morte 
do animal após um a três dias, ou em sua recuperação, com lenta retomada da alimentação, 
quase sempre acompanhada de laminite. 
Alguns animais apresentam melhoras temporárias, mas voltam a adoecer gravemente após 
alguns dias, provavelmente devido a uma ruminite aguda que progride para um quadro de 
peritonite difusa, com morte do animal. Dentro de um mesmo lote, o grau de apresentação 
dos sintomas é variável de animal para animal. 
O diagnóstico deve se basear na observação dos sinais clínicos associados a um histórico de 
alimentação com grandes quantidades de grãos ou outros alimentos facilmente 
fermentáveis, além de achados de necropsia. 
4.2. Como tratar 
As principais medidas a serem tomadas são: retirada do conteúdo ruminal e correção da 
desidratação e da acidose. O uso de laxativos alcalinos como bicarbonato ou carbonato de 
magnésio na dose de 200-450 g/animal é satisfatório apenas nos casos leves. Nos casos 
graves é necessário o uso de sonda para esvaziamento do conteúdo ruminal. O uso de óleos 
e anti-fermentativos poderão ser úteis para auxiliar a evacuação e para reduzir a absorção 
de ácidos e toxinas. Após o esvaziamento do rúmen, administrar 5-20 litros de conteúdo 
ruminal proveniente de animais sadios. 
A correção do desequilíbrio hidroeletrolítico deve ser feita por meio da administração 
intravenosa de soluções isotônicas e bicarbonato de sódio a 5% (5 litros para cada 450 kg 
de peso). É importante restringir o consumo de água em animais doentes, visto que o 
consumo exagerado de água pode causar indesejável distribuição dos fluidos corporais, 
com agravamento do desequilíbrio eletrolítico. Durante o período de recuperação, o animal 
deve receber água e volumoso de boa qualidade, sendo os grãos reintroduzidos 
gradualmente à dieta do animal. 
Antibióticos, tais como a penicilina (5-10 milhões de UI/animal adulto) ou a tetraciclina (8-
10 g/animal adulto), administrados oralmente, são capazes de controlar o crescimento de 
bactérias produtoras de ácido láctico. No caso de necessidade de rumenotomia deve-se 
levar em conta o custo x benefício. Muitas vezes o abate se torna a opção mais econômica. 
4.3. Como evitar 
As medidas mais eficazes são aquelas que buscam evitar o acesso acidental de animais a 
grandes quantidades de grãos e a adoção de um bom esquema de adaptação, com mudança 
lenta e gradual ao concentrado. Para iniciar a alimentação com grãos ou seus subprodutos, a 
quantidade diária não pode ultrapassar 0,3% do peso do animal por 2-4 dias. A partir daí, o 
aumento deve ser gradual chegando após 21 dias a 1%. 
A adoção de produtos tamponantes na ração é válida para a prevenção do problema em 
animais confinados que recebem grandes quantidades de grãos. A substância tamponante 
mais comumente usada é o bicarbonato de sódio, usado na proporção de 1,0-2,0% do 
concentrado. Trabalhos recentes mostram que o bicarbonato de sódio pode ser substituído 
pelo bicarbonato de potássio ou carbonato de potássio. Outra substância tamponante é o 
óxido de magnésio que pode ser usado na proporção de 0,2 a 0,3% da ração seca total 
(Boin, 1992). O uso de ionóforos (monensina sódica ou lasalocida) também é indicado para 
diminuir a incidência de acidose, pois segundo Price (1985), impedem a ação do S. bovis e 
inibem a presença de bactérias produtoras de metano. 
Produtos Vinculados: Rumefort 
 
 
5. ACTINOBACILOSE 
Actinobacilose é uma doença infecciosa crônica e granulomatosa, causada por uma bactéria 
chamada Actinobacillus lignieresii, que afeta os tecidos moles. A bactéria penetra e causa a 
doença quando há lesão na mucosa da boca, que pode ocorrer por traumatismos por 
alimentos fibrosos ou grosseiros. 
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É uma doença que atinge bovinos de qualquer idade, mas pode ocorrer com menor 
frequência em ovinos, suínos e equinos. As lesões localizam-se principalmente na língua e 
nos linfonodos da cabeça e do pescoço. 
É conhecida como doença da “Língua de Pau” ou “Língua de Madeira”. 
5.1. Como reconhecer 
O animal apresenta: perda de apetite; salivação intensa; dificuldade de mastigar e se 
alimentar; língua aumentada de volume, dura e dolorida. Podem ser também encontradas 
lesões nos lábios, palato, faringe, fossas nasais e face, as quais, quando difusas, causam um 
quadro clínico denominado de “Cara de Hipopótamo”. Neste caso há comprometimento dos 
linfonodos regionais, os quais se encontram aumentados de volume, duros, frios, inodoros 
e, às vezes, com presença de pus. 
Clinicamente a doença caracteriza-se pela presença de granulomas duros, com conteúdo 
purulento nos tecidos moles, nas regiões da cabeça e pescoço, principalmente. 
5.2. Como tratar 
Uso de antimicrobianos à base de penicilinas, sulfas ou estreptomicina, por via 
intramuscular durante 5 -7 dias, acompanhado de solução de iodeto de potássio a 10% na 
dose de 1 g/12 kg de Peso, por via intravenosa e em dose única. O tratamento apresenta 
eficácia limitada. 
5.3. Como evitar 
Isolar animais doentes, evitando que haja contaminação de alimentos (pastagem, água, 
ração) pela secreção das lesões e, evitar a alimentação grosseira que pode causar 
traumatismos na boca. 
 
 
6. ACTINOMICOSE 
Actinomicose é uma doença infecciosa causada por uma bactéria denominada Actinomyces 
bovis, que acomete bovinos de qualquer idade e outras espécies como ovinos, suínos e 
equinos. Para a doença ocorrer, este microorganismo patogênico oportunista necessita que 
haja um traumatismo penetrante ou contundente. 
6.1. Como reconhecer 
Aparecimento de um inchaço duro na boca, geralmente na parte de trás da mandíbula, que 
aumenta de tamanho lentamente durante meses, mas em alguns casos é de evolução rápida 
(30 dias); Aparecimento de pus com grumos pequenos (semelhantes a grânulos de enxofre), 
Dor, Amolecimento e Perda dos dentes, Dificuldade para se alimentar, Emagrecimento 
progressivo e Perda de peso. 
6.2. Como tratar 
Uso de antimicrobianos à base de penicilinas, preferencialmente, sulfas ou estreptomicina 
por via intramuscular, acompanhado de solução de iodeto de potássio a 10% na dose de 1 g/ 
12 kg de peso por via intravenosa em dose única. Entretanto, o tratamento tem eficácia 
limitada. 
6.3. Como evitar 
Separação de animais doentes do resto do rebanho. 
7. BERNE 
Berne é uma ectoparasitose causada pela larva de uma mosca chamada Dermatobia 
hominis, muito comum no Brasil. Durante o vôo, a mosca adulta do berne põe seus ovos 
em outra mosca qualquer (moscas vetoras). Estas, ao pousarem no gado, depositam os 
ovos. 
Dentro de alguns minutos esses ovos liberam as larvas, as quais perfuram o couro do 
animal e permanecem no local durante aproximadamente 35 dias. Após este período, caem 
no solo e passam por outras transformações, até se tornarem moscas adultas, fechando o 
ciclo. A população bovina está sujeita a infestações mais intensas durante os períodos de 
maior temperatura e precipitação pluviométrica. 
O berne acarreta prejuízos da ordem de US$ 250 milhões de dólares por ano no Brasil, 
devido à ação irritante de suas larvas, perda na produção de leite e de carne e danos ao 
couro. Estima-se que uma infestação média de 20 bernes em um animal, no período de um 
ano, acarrete umaperda de peso de aproximadamente 20 kg. O berne pode atacar outras 
espécies animais como: cães, ovelhas, caprinos e inclusive os humanos. No homem, as 
larvas penetram e formam nódulos, principalmente nas partes mais altas do corpo. 
7.1. Como reconhecer 
O diagnóstico é feito pela constatação dos nódulos com as larvas sob a pele. Além disso, ao 
se movimentarem no couro do animal elas causam dor e irritação que prejudicam o estado 
geral do animal. Os nódulos podem ser contaminados por bactérias, originando abcessos. 
7.2. Como tratar 
Os tratamentos são feitos com inseticidas à base de organofosforados na forma de 
pulverização, banhos de imersão ou aplicação pour-on. Pode-se também optar por 
tratamentos com produtos endectocidas (avermectinas) pour on ou injetáveis. 
7.3. Como evitar 
Deve-se aplicar o controle estratégico no rebanho bovino, ou seja, a realização de duas 
aplicações por ano, sendo a primeira no início da estação seca com piretróide na forma de 
pulverização, imersão ou pour on e a segunda no início das águas, com produtos à base de 
organofosforados. Estas aplicações visam eliminar principalmente os vetores. 
Outra medida importante de manejo a ser realizada é a limpeza das pastagens (roçada), para 
evitar a presença da mosca-do-berne, pois é uma característica da mesma ficar em locais 
sombreados e com temperaturas amenas. O controle da mosca-do-berne deve ser regional e 
realizado em todas as propriedades vizinhas para ser realmente efetivo. 
Métodos eficientes para o combate desse parasita são: Absolut, Ranger, Ranger LA, Ranger 
3,5% LA, Lancer, Lancer LA, Ectofós, Flytick, Flytick Plus, Controller CTO POUR-ON, 
Unguento Vallée e Valléecid Spray. 
Produtos Vinculados: Absolut, Controller CTO Pour-On, Ectofós, Flytick, Flytick Plus, 
Lancer LA, Ranger, Ranger LA 3,5%, Unguento Vallée, Valléecid Spray. 
 
 
8. BICHEIRA 
Bicheira é a designação usual e popular da doença que cientificamente recebe o nome de 
miíase cutânea. Esta enfermidade é caracterizada pela infecção da pele dos animais por uma 
grande quantidade de larvas da mosca chamada Cochliomyia hominivorax. 
As fêmeas destas moscas depositam seus ovos sobre as feridas e, depois de 
aproximadamente um dia de incubação, surgem as larvas. Depois de maduras, as larvas 
caem no solo e passam por transformações até chegar à forma adulta e iniciar um novo 
ciclo. 
As larvas da mosca da miíase invadem apenas tecidos vivos, ou seja, feridas expostas dos 
animais e também dos humanos, produzindo graves lesões. Essas lesões que são as miíases 
primárias são também chamadas de traumáticas, podendo aparecer ainda as secundárias, 
que são causadas por larvas que se alimentam de tecidos já necrosados. 
As bicheiras são mais abundantes durante os meses mais quentes do ano, como os de verão, 
coincidentemente com os maiores períodos de chuvas. Nesse período uma alta população 
da mosca causadora das bicheiras encontra-se nos arredores das florestas, locais onde se 
concentram os bovinos e animais silvestres. 
Os prejuízos à pecuária brasileira associados às miíases são estimados em US$ 150 milhões 
de dólares anuais. Estes prejuízos são decorrentes da diminuição da produtividade, gastos 
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com tratamentos, danos ao couro e dependendo da localização e extensão das feridas 
parasitadas, até da morte dos animais. 
8.1. Como reconhecer 
Os sintomas são claros: caracterizam-se por uma ferida aberta com mau cheiro, com 
sangramentos e presença das larvas no local, ocorrendo necrose dos tecidos e, como 
consequência posterior, a possibilidade de retardamento do processo cicatricial. 
Em lesões mais graves, o animal tem a sua vitalidade reduzida, podendo ocorrer a perda das 
funções dos tecidos lesionados. Nos ferimentos causados pelas bicheiras ocorrem invasões 
de microorganismos diversos, levando ao aparecimento de uma infecção purulenta, que 
piora o caso clínico do animal. Estas são as infecções secundárias causadas por bactérias. 
As larvas da miíase são diferentes das larvas do berne: são bem menores e podem ser 
encontradas em grande número numa lesão, ao contrário dos bernes, que se instalam um a 
um. 
As lesões em que as larvas se encontram não cicatrizam e, com isso, atrairão mais fêmeas 
adultas da mosca, que depositarão mais ovos, agravando progressivamente o quadro. Em 
função da rapidez da evolução da doença, bastam apenas poucos dias para que o animal 
apresente-se severamente afetado, muitas vezes de forma irreversível. Animais com 
extensas áreas do corpo tomadas pelas larvas emagrecem muito, ficam apáticos e com 
febre, podendo inclusive vir a morrer. 
O diagnóstico é feito pela observação das larvas das moscas nos ferimentos abertos 
causados por amputação da cauda, castração, cortes com arame farpado, umbigo de animais 
recém-nascidos, áreas lesadas por picadas de carrapatos, ferimentos por plantas espinhosas, 
etc. Essas feridas apresentam um cheiro de podre, tecidos necrosados e sangramentos. 
8.2. Como tratar 
Para o tratamento curativo das miíases são utilizados produtos organofosforados na forma 
líquida, pó, pasta, "spray" ou produtos injetáveis à base de avermectinas. 
A forma mais eficiente de se tratar uma bicheira é colocar o produto inseticida na lesão com 
posterior remoção das larvas mortas. Uma característica da mosca da bicheira é colocar os 
ovos de dentro para fora da lesão, ficando na forma de camadas (interna, média e 
superficial), por isso, deve-se fazer a retirada das larvas para que se possa atingir as 
camadas mais profundas, fazendo com que o medicamento funcione corretamente. 
A utilização de antibióticos pode ser necessária para o tratamento de infecções secundárias. 
8.3. Como evitar 
Evita-se a enfermidade através do controle estratégico da mosca, ou seja, realizando dois 
tratamentos por ano. O primeiro no início da estação seca, com produtos à base de 
piretróides na forma de pulverização, imersão ou "pour on"; o segundo, no início da estação 
chuvosa, com produtos à base de organofosforados. 
Para o controle efetivo da mosca da miíase, essas aplicações devem ser regionais, ou seja, 
realizadas por todos os proprietários da área a ser controlada. Produtos endectocidas 
(avermectinas)também previnem as bicheiras. 
Outras medidas preventivas importantes dentro de uma propriedade são o manejo correto 
dos animais, das pastagens e das instalações. Ao encontrar um animal com bicheira, este 
deve ser tratado imediatamente, evitando que se crie uma condição favorável que atraia as 
moscas. 
Medidas de como evitar ferimentos desnecessários devem ser tomadas e, se acontecer o 
ferimento, a sua assepsia tem que ser imediata. Fazer rodeio constante dos animais para 
uma inspeção de ocorrência de ferimentos. O umbigo dos bezerros recém-nascidos deve ser 
curado imediatamente após o nascimento. Não utilizar ferrão para o manejo dos animais. 
Fazer cercas de arame liso. Ter cuidado com marcação a ferro quente, fazendo-a nos locais 
corretos e evitando os dias de chuvas intensas. 
 
 
Métodos eficientes para o combate desse parasita são: Absolut, Ranger, Ranger LA, Ranger 
3,5% LA, Lancer LA, Ectofós, Flytick, Matabicheira Azul, Controller CTO Pour-On, 
Unguento Vallée e Valléecid Spray. 
Produtos Vinculados: Absolut, Flytick, Lancer, Matabicheira Azul, Ranger, Ranger LA, 
Ranger LA 3,5%, Unguento Vallée, Valléecid Spray. 
 
 
9. BOTULISMO 
Botulismo é uma forma de intoxicação alimentar resultante da ingestão e absorção pela 
mucosa digestiva de potentes toxinas pré-formadas produzidas pela bactéria Clostridium 
botulinum, presente no solo, no trato gastrintestinal dos animais e em alimentos 
contaminados e mal conservados. 
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http://www.trendi.com.br/adm/conteudos/form/198
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Estamos falando de uma das doenças mais comuns no Brasil, e que causa prejuízos sérios 
para o produtor rural pela grande quantidade de animais acometidos e alta mortalidade que 
provoca. A doença acomete mamíferos domésticos e aves, e é caracterizada por uma 
paralisia motora progressiva dos músculos. As toxinas que causam o botulismo nos bovinos 
são as do tipo C e D. 
Na pecuária, a ocorrência do botulismo está associada à ingestão de toxinas em resto de 
cadáveres em decomposição no pasto, águas rasas e paradas com resto de cadáveres ou não, 
grãos mal armazenados e em putrefação, feno úmido e em putrefação e rações armazenadas 
inadequadamente. 
O botulismo é importante em regiões de solos pobres em fósforo, como o cerrado e campos 
nativos, sendo bastante disseminada no Brasil, principalmente devido à baixa 
suplementação mineral de boa parte do rebanho nacional, ou suplementação inadequada. 
Os animais acabam por adquirir o hábito de roer ossos e ingerir resto de cadáveres que 
podem estar contaminados com a toxina. 
Geralmente ocorre na forma de surtos, daí os grandes prejuízos para o produtor. Mesmo 
depois de suprida a carência mineral, os animais mantêm o vício de roer ossos, podendo, 
com esse hábito, se contaminar. 
O botulismo é conhecido também como “Mal das Palhadas” e “Mal da Vaca Caída”. O 
homem pode ser acometido pela doença ao ingerir alimentos em conserva, os enlatados ou 
embalados a vácuo, contaminados. 
9.1. Como reconhecer 
A duração da doença varia dependendo da quantidade de toxina ingerida, sendo que, nos 
casos mais severos, a morte ocorre em algumas horas após o início dos sintomas. 
Na fase inicial, os animais apresentam graus variados de embaraço, incoordenação, perda 
de apetite e dificuldade de se movimentar. Tem início, então, um quadro de paralisia 
muscular flácida progressiva, que começa pelos membros posteriores e faz com que os 
animais prefiram ficar deitados (em decúbito esternal) e, quando forçados a andar, o fazem 
de maneira lenta e com dificuldade (andar cambaleante e lento). A respiração abdominal se 
torna acentuada e o vazio do flanco torna-se fundo. Não há febre. Os animais podem 
sucumbir repentinamente se estressados. 
Com o avanço da doença, a paralisia muscular se acentua, impedindo que o animal se 
levante, embora ainda seja capaz de se manter em decúbito esternal, progredindo para os 
membros anteriores, pescoço e cabeça, que faz com que a cabeça fique junto ao solo ou 
voltada para o flanco e pesada. A paralisia muscular afeta a mastigação e a deglutição, 
levando ao acúmulo de alimentos na boca e sialorréia (baba). O animal apresenta 
diminuição dos movimentos ruminais. 
Na fase final o quadro de prostração se acentua, fazendo com que o animal tenha 
dificuldade para se manter em decúbito esternal, tombando para os lados (em decúbito 
lateral). A consciência é mantida até o final do quadro, quando o animal entra em coma e 
morre por insuficiência respiratória. 
9.2. Como tratar 
Não existe tratamento. Para os animais com intoxicação crônica recomenda-se o tratamento 
sintomático, que visa dar condições, quando possível, para que o animal resista ao quadro 
clínico apresentado. 
9.3. Como evitar 
Para evitar o botulismo, três medidas são inevitavelmente necessárias: 
1. Vacinação dos animais. A vacina deve ser aplicada em todo o rebanho, em duas etapas, 
com um mês de intervalo entre as mesmas. Recomenda-se que a primeira dose da vacina 
seja feita um mês antes das águas e da entrada do animal no confinamento. 
2. Mineralização do rebanho, pois a deficiência mineral é o principal responsável pelo 
hábito dos animais roerem ossos. A mistura mineral deve estar formulada para atender às 
necessidades da categoria animal para a qual será destinada, de acordo com as condições de 
solo e pastagens da propriedade. É importante também um correto esquema de distribuição, 
com cochos em quantidade suficiente (1 metro de cocho para 50 animais, no mínimo), de 
preferência cobertos ou em local de fácil acesso para os animais (próximos aos bebedouros, 
em áreas de descanso ou de maior pastejo). 
3. Eliminação das fontes de intoxicação, dando aos cadáveres um destino adequado: cremá-
los e o que sobrar enterrar em local onde os bovinos não tenham acesso (longe de córregos 
e rios). Fazer um correto armazenamento do feno, da silagem e da ração, a fim de evitar 
material em decomposição. Evitar o consumo de águas rasas e paradas aos animais. Fazer 
inspeção e limpeza de bebedouros constantemente. 
Produto Vinculado: Botulina, Poli-Star. 
 
 
10. BRUCELOSE 
A brucelose bovina é uma doença infecciosa de caráter crônico, causada pela Brucella 
abortus. É uma zoonose (doença que é transmitida dos animais para o homem) de 
distribuição mundial que afeta o sistema reprodutivo dos animais (bovinos, ovinos,caprinos, suínos, equinos e cães). 
http://www.vallee.com.br/produtos/bovinos-de-leite/vacinas/botulina/
http://www.vallee.com.br/produtos/bovinos-de-leite/vacinas/poli-star/
Os principais meios de transmissão da doença são os alimentos contaminados com Brucella 
sp (pastos, rações, água) por líquidos e tecidos fetais de abortos. A transmissão, também, 
pode ocorrer pelo sêmen não tratado adequadamente de animal infectado. 
A brucelose no homem é de caráter principalmente profissional, estando mais sujeitos a 
infectar-se as pessoas que trabalham diretamente com os animais infectados (tratadores, 
proprietários, veterinários) ou aqueles que trabalham com produtos de origem animal 
(funcionários de matadouros, laboratoristas). 
No Brasil, a situação de brucelose não é diferente da maioria dos países. É uma doença 
endêmica que ocasiona perdas econômicas consideráveis ao produtor e à pecuária nacional. 
Estudos epidemiológicos e econômicos da doença são escassos, porém, há estimativas de 
que a doença em bovinos cause queda de 20 a 25% na produção de leite, 15% na produção 
de carne e 15% de perdas de bezerros por ano, decorrente dos abortamentos, sem contar as 
perdas genéticas e a desvalorização do rebanho. 
10.1. Como reconhecer 
Deve-se suspeitar de brucelose em uma propriedade quando há ocorrência de aborto em 
vacas prenhes a partir do 6º mês de gestação. Outros sintomas ocorrem, como: nascimentos 
de bezerros fracos ou mortos, retenção de placenta, repetição de cio, metrite, aumento do 
intervalo entre partos, mastite atípica, infertilidade, queda na produção de leite, aumento de 
volume nas articulações e inflamação no ligamento da nuca. 
Nos touros, a brucelose causa aumento no tamanho de um ou dois testículos com 
inflamação, causando infertilidade e diminuição do apetite sexual. 
10.2. Como tratar 
A legislação brasileira proíbe o tratamento de animais positivos para brucelose. 
10.3. Como evitar 
Para a prevenção da Brucelose bovina deve-se obedecer ao programa de vacinação de 
caráter obrigatório, com uma vacina elaborada com amostra viva atenuada B19 de Brucella 
abortus, e realizar testes sorológicos que levam ao diagnóstico da doença. 
De acordo com o estabelecido pelo Ministério da Agricultura e para cumprimento do 
PNCEBT, o programa de vacinação, deverá ser feito semestralmente, com duas campanhas 
anuais, cobrindo assim a maior parte dos nascimentos ocorridos durante o ano, vacinando 
as fêmeas entre 3 e 8 meses de idade. No Brasil, vacinam-se apenas bovinos. 
Outras medidas de controle devem ser implantadas em uma propriedade, como: adquirir 
animais livres da infecção (teste negativo de brucelose). O ideal é adquirir animais apenas 
de rebanhos livres da doença; evitar o contato com animais de outras propriedades; 
descartar filhas de mães infectadas. 
Produto vinculado: Brucelina B-19 
 
 
11. CARBÚNCULO SINTOMÁTICO 
Carbúnculo sintomático é uma doença infecciosa endógena, conhecida também como 
"Manqueira", "Mal de Ano", "Peste de Ano", "Peste de Manqueira", "Quarto Inchado", que 
acomete principalmente animais jovens (de 6 meses a 2 anos de idade), geralmente bovinos 
e ovinos, mas também caprinos. 
Pode acometer bovinos de até 3 anos de idade, não vacinados ou vacinados há muito 
tempo, transferidos de áreas onde a doença não ocorre para áreas contaminadas. Pode 
ocorrer, também, ocasionalmente em bezerros de 2-6 meses de idade. Tem como agente o 
Clostridium chauvoei presente no meio ambiente. Ele coloniza o intestino dos animais e 
espalha-se para o corpo através da circulação sanguínea, alojando-se na musculatura. A 
doença se desenvolve devido à ativação de esporos latentes na musculatura, associada a 
fatores como traumatismos musculares em geral. 
São altas as taxas de acometimento de bovinos em todo o Brasil e com elevada mortalidade, 
sendo comum a sua ocorrência após as chuvas. 
11.1. Como reconhecer 
Doença que aparece rapidamente e mata, também sem demora, bovinos de até 2 anos de 
idade é sugestiva de carbúnculo sintomático, assim como a claudicação (manqueira) e a 
tumefação (inchaço) crepitante à palpação de grupos musculares, depressão, apatia e febre. 
O quadro clínico geralmente evolui para a morte do animal que pode acontecer em 1-2 
dias. 
11.2. Como tratar 
Os bovinos afetados podem ser tratados com altas doses de penicilina, mas como a doença 
tem um curso agudo, a maioria morre apesar do tratamento. 
11.3. Como evitar 
Vacinar todos os bezerros de 4-6 meses de idade anualmente. Quando se vacina animais 
antes de 6 meses de idade, uma segunda dose deve ser realizada 30 dias após a primeira. 
Todos os animais que morreram acometidos por essa enfermidade devem ser retirados dos 
pastos, cremados com óleo diesel e madeira e os restos mortais enterrados profundamente 
para evitar a contaminação dos pastos e disseminação da doença. 
http://www.vallee.com.br/produtos/bovinos-de-leite/vacinas/brucelina-b19/
Produtos Vinculados: Monovacina, Poli-R, Poli-Star, Polivacina. 
 
 
12. CERATOCONJUNTIVITE INFECCIOSA BOVINA (CIB) 
A Ceratoconjuntivite Infecciosa Bovina, também conhecida por "olho branco", é a doença 
ocular mais importante dos bovinos. É causada por uma bactéria denominada Moraxella 
bovis. 
Pode apresentar curso agudo, subagudo ou crônico, afetando apenas um ou ambos os olhos, 
caracterizada por conjuntivite, lacrimejamento e ceratite. 
12.1. Como reconhecer 
Seus primeiros sinais são lacrimejamento intenso, com corrimento de líquido pela goteira 
lacrimal e fotofobia, seguidos de opacidade no centro da córnea (mancha esbranquiçada) 
um a dois dias após, que pode evoluir até ulceração, ocasionando cegueira temporária ou 
permanente e ruptura da córnea. 
A CIB não é uma doença fatal, mas seu impacto econômico é enorme, decorrente da perda 
da visão, a qual é responsável pela perda de peso, redução na produção de leite, 
dificuldades de manejo e custo de tratamentos. 
12.2. Como tratar 
O tratamento consiste na administração de antimicrobianos via parenteral ou em forma 
tópica no saco conjuntival. Para isso é necessário fazer um antibiograma para saber qual 
produto é mais efetivo. Esse tratamento deve ser iniciado o mais rápido possível após o 
aparecimento dos sintomas, como forma de impedir as lesões irreparáveis da córnea. No 
início da lesão é recomendável a aplicação de corticosteróides juntamente com antibióticos 
de aplicação tópica no saco conjuntival diariamente, até a cura do animal. 
12.3. Como evitar 
O controle da doença deve ser realizado através de vacinas que contenham antígenos de 
fímbria e/ou impedimento da ação dos vetores (moscas). A vacina deve ser aplicada antes 
do aparecimento dos casos clínicos, em todos os animais do rebanho a partir dos 4 meses de 
idade. Nos animais primovacinados deve-se repetir uma segunda dose 21 dias após a 
primeira. 
 
 
http://www.vallee.com.br/produtos/bovinos-de-leite/vacinas/monovacina/
http://www.vallee.com.br/produtos/bovinos-de-leite/vacinas/poli-r/
http://produtos/bovinos-de-leite/vacinas/poli-star/
http://www.vallee.com.br/produtos/bovinos-de-leite/antiparasitarios/absolut/
13. CETOSE 
A Cetose é uma doença metabólica dos ruminantes que ocorre em consequência de um 
desequilíbrio energético, com a formação de ácidos graxos por metabolização de gordura 
que se transformam em corpos cetônicos. 
O incremento destes na circulação intoxica o animal e deprime o sistema nervoso 
central. Geralmente está associada a dois eventos: fêmeas com grande volume abdominal 
(gêmeos ou crias grandes) e alimentação de má qualidade. 
Clinicamente a doença em bovinos (acetonemia) e em ovinos (toxemia da prenhez) ocorre 
em períodos diferentes do ciclo gestação-lactação, porém o distúrbio que a desencadeia é o 
mesmo e ocorre em condições de manejo que levam ao estado de balanço nutricional 
negativo. A Cetose em bovinos é conhecida como Acetonemia e em ovinos como Toxemia 
da Prenhez.A doença ocorre pelo aumento das necessidades de glicose no organismo ou pela 
diminuição brusca da ingestão de carboidratos. Ocorre em vacas de alta produção leiteira 
em regime de confinamento, geralmente no primeiro mês após o parto quando os animais 
estão em ótimas condições corporais e são alimentados com rações de boa qualidade. 
Em bovinos de corte, ocorre no terço final de gestação de novilhas e de vacas falhadas, que 
por não terem tido cria no ano anterior, apresentam-se em ótimo estado nutricional no 
início da seca, sendo a doença desencadeada pela súbita restrição alimentar a que são 
submetidas e pela escassez de forragem que normalmente ocorre. Em ovelhas, a 
enfermidade ocorre principalmente naquelas gestantes de dois fetos, criadas em sistema 
intensivo, usualmente no último mês da gestação, sendo desencadeada por curtos e súbitos 
períodos de restrição alimentar a que são submetidas, principalmente por erros de manejo. 
A mudança de alimentação no final da gestação, mesmo que de boa qualidade, pode 
desencadear surtos porque os animais deixam de se alimentar em consequência da falta de 
costume com o novo tipo de alimento. A exposição ao mau tempo pode também aumentar a 
incidência da doença, uma vez que os animais tendem a ficar mais tempo à procura de 
abrigo do que se alimentando. 
Fatores que levam ao estresse, como tosquia, dosificações de medicamentos, transporte, 
mudanças no ambiente e confinamento de animais não acostumados, realizados no final da 
gestação, podem induzir ao aparecimento da doença. A doença nessa espécie é altamente 
fatal, com letalidade próxima dos 100%. Pode ocorrer, também, em novilhas e vacas de 
corte no terço final de gestação, principalmente no último mês. 
13.1. Como reconhecer 
Em vacas leiteiras de alta produção: debilidade, perda de apetite, queda na produção de 
leite por 2-4 dias, perda de peso rápida, depressão e, às vezes, sintomas nervosos. Em vacas 
de corte prenhes: hiperexcitabilidade, agressividade, atitude de alerta, tremores musculares, 
incoordenação com ataxia dos membros posteriores, dificuldade respiratória, corrimento 
nasal seroso, diminuição dos movimentos ruminais, constipação com fezes de consistência 
aumentada, decúbito esternal permanente após 1-4 dias do início dos sintomas. Se não 
houver tratamento, os animais morrem em 3-7 dias após o início dos sintomas. A maioria 
dos animais tratados antes de apresentar decúbito permanente consegue se recuperar. 
Em ovelhas: os sinais clínicos são da forma nervosa. Geralmente os surtos prolongam-se 
por algumas semanas, adoecendo poucos animais a cada dia. No início as ovelhas separam-
se do restante do rebanho, apresentam cegueira, permanecem em alerta, porém, sem se 
movimentar. Quando são forçadas a andar, batem em obstáculos ou pressionam a cabeça 
contra os mesmos, apresentam constipação e fezes secas. Em estágios mais avançados, 
apresentam tremores musculares, salivação, desvio lateral da cabeça, andar em círculos, 
decúbito e convulsões. Podem levantar após as convulsões assumindo uma posição 
característica de olhar as estrelas. O decúbito permanente dura 3-4 dias após o início dos 
sintomas, permanecendo em profunda depressão até a morte. 
O curso clínico pode variar de 2-7 dias, sendo mais rápido nos animais muito gordos. O 
diagnóstico é realizado pela epidemiologia, sinais clínicos e pela determinação de corpos 
cetônicos na urina ou no soro. 
13.2. Como tratar 
Vacas e novilhas de corte e leite: o uso de medicamentos que aumentam a glicemia e 
restabelecem o apetite e a ingestão de alimentos pode ser eficiente na recuperação dos 
animais. A administração intravenosa de 500 mL de solução de glicose a 50% em dose 
única pode recuperar rapidamente os animais, porém, em muitos casos, a medicação deve 
ser repetida várias vezes. A administração de 10 mg de dexametasona produz estado 
hiperglicêmico por 4-6 dias em animais doentes. Anabolizantes têm sido recomendados 
com sucesso no tratamento da doença. 
Em ovelhas: a doença é altamente fatal e só respondem ao tratamento se for realizado no 
início dos sinais clínicos. O tratamento intravenoso com 5-7g de glicose deve ser 
acompanhado de solução isotônica de bicarbonato de sódio ou solução de Ringer com 
lactato. 
13.3. Como evitar 
Vacas e novilhas de corte que estão na primeira fase da doença podem se recuperar quando 
são transferidas para pastagens de melhor qualidade ou quando são suplementadas com 
feno e melaço. A prevenção é realizada evitando-se colocar animais no final de gestação 
que estão em boas condições nutricionais em áreas com pouca disponibilidade de forragem. 
 Em vacas de alta produção leiteira evita-se a doença fornecendo-lhes nutrição adequada 
durante a lactação e no período seco. 
Em ovelhas, as recomendações são as mesmas para os bovinos, porém preconiza-se 
melhora da nutrição principalmente na metade final da gestação. Devem-se evitar o estresse 
por manejo constante, tosquia, dosificações e transporte, bem como mudanças no tipo de 
alimentação no terço final da gestação. Alimentação extra e abrigos nos potreiros onde os 
animais permanecem durante a parição devem ser oferecidos durante invernos muito 
rigorosos. 
Produtos Vinculados: Dexamax, Rumefort. 
 
 
14. DERMATOFILOSE 
É um processo infeccioso da pele que acomete bovinos, ovinos, caprinos, equídeos, cães e 
até o homem, causado por uma bactéria denominada Dermatophilus congolensis que se 
caracteriza por uma dermatite exsudativa, com erupções cutâneas crostosas e escamosas. 
Também é conhecida por estreptotricose cutânea, “Mela” ou “Chorona”.A doença se 
manifesta quando ocorre uma redução ou alteração das barreiras naturais existentes na pele. 
Estas alterações estão relacionadas a fatores ambientais (chuva, umidade e altas 
temperaturas) que influenciam o desenvolvimento, prevalência, incidência sazonal e 
transmissão da dermatofilose. 
Fatores estressantes como desmama, carência alimentar ou traumatismos por manejo 
inadequado, associados com períodos chuvosos e quentes, podem desencadear a doença por 
quebrarem a integridade da pele. A forma de surtos ocorre principalmente na época 
chuvosa e geralmente está associada a pastagens de Brachiaria decumbens ou Brachiaria 
brizantha, as quais, através de suas folhas ásperas, provocam microlesões na pele dos 
animais. 
Acomete bovinos de todas as idades, mas os mais jovens são mais propensos. 
Os reservatórios são os próprios animais enfermos e a transmissão pode ocorrer por 
contatos direto, indireto e através de vetores mecânicos e biológicos. 
14.1. Como reconhecer 
Aparecimento de lesões em qualquer parte do corpo, mais particularmente na cabeça, 
pescoço, dorso e laterais do animal e, também, na porção posterior do úbere. Em bezerros, 
as lesões geralmente começam no focinho e espalham-se pela cabeça e pescoço. A doença 
normalmente é descoberta pela presença de elevações abaixo do pelo. As lesões 
características são pequenas crostas que se formam na base do pelo e o envolvem, com 
presença de tecido granuloso, exsudato e material purulento. Sinais sistêmicos da infecção 
estão ausentes ou limitados a uma resposta febril nos casos moderados. Em estágios mais 
avançados, a dermatite cicatriza-se e as crostas separam-se da pele, ficando presas pelos 
pelos, sendo facilmente removidas na forma de crostas com tufos de pelos. Nos estágios 
finais, há perda intensa de pelos, com formação de casca acentuada e pregueamento. 
http://www.vallee.com.br/produtos/bovinos-de-leite/terapeuticos/dexamax/
http://www.vallee.com.br/produtos/bovinos-de-leite/suplementos/rumefort/
Alguns animais com lesões generalizadas aparentam estar embarrados, pois as crostas se 
assemelham com barro seco, sendo estes animais mais propensos a infecções e perda de 
peso. A reinfecção pode ocorrer principalmente em animais jovens. 
14.2. Como tratar 
Os antibióticos injetáveis constituem-se no tratamentomais eficaz para controle da 
dermatofilose. A penicilina ou a estreptomicina são recomendadas em dois tipos de 
tratamento, ou em uma única aplicação em altas doses (70.000 UI/kg PV de penicilina ou 
70 mg/kg PV de estreptomicina), ou em doses diárias (5.000 UI/kg PV ou 5 mg/kg PV, 
respectivamente) durante cinco dias. A oxitetraciclina também pode ser usada no controle 
de surtos da doença na dose de 20 mg/kg PV. 
As aplicações tópicas geralmente são pouco recomendadas por conta das dificuldades do 
produto em atingir as camadas mais profundas da pele. Alguns produtos podem ser 
utilizados, sendo recomendada a remoção das crostas antes da aplicação. Contudo, não se 
deve esperar por uma boa resposta ao tratamento tópico, principalmente se as condições do 
meio ambiente são adequadas para a disseminação da doença. Em termos gerais, os 
melhores resultados são obtidos durante o tempo quente e seco. 
Quando um grande número de animais é afetado podem ser recomendados banhos de 
imersão ou aspersão com sulfato de zinco ou de cobre na concentração de 0,2%-0,5%. 
14.3. Como evitar 
Realizar o isolamento e tratamento imediato dos animais afetados assim que forem 
observadas as primeiras lesões, juntamente com a desinfecção do local e dos utensílios 
utilizados no manejo destes animais. Manter os animais em bom estado corporal auxilia na 
resistência imunológica e na prevenção das doenças. 
 
 
15. DERMATOMICOSE 
É uma dermatite localizada, infectocontagiosa, de caráter crônico, causada pela invasão da 
pele e pelos por fungos, conhecidos como dermatófitos, que é caracterizada por 
descamação e perda de pêlos.Também conhecida pelo nome de "tinha", dermatofitose ou 
tricofitose. 
É uma doença de distribuição mundial, comum em regiões de clima tropical e temperado, 
particularmente em áreas quentes e úmidas, acometendo bovinos, ovinos, equinos, suínos, 
cães, gatos, aves, animais silvestres e humanos de qualquer idade, sendo os animais jovens 
os mais sensíveis. 
As perdas econômicas causadas pela dermatomicose são baixas, uma vez que a infecção é 
superficial e restrita à pele, mas a inquietação decorrente do prurido pode resultar em 
diminuição nas taxas de ganho de peso e crescimento. 
O meio de contaminação mais comum é o contato direto entre animais infectados e animais 
sadios, embora os esporos possam estar presentes em cercas, postes, cochos etc. 
15.1. Como reconhecer 
Aparecimento de lesões na cabeça, pescoço e no períneo, podendo se alastrar para outras 
regiões e envolver grandes áreas do corpo do animal, as quais são circulares, circunscritas, 
medindo de 1 a 3 cm de diâmetro, podendo estar desprovidas de pelos ou cobertas por 
crosta de coloração acinzentada ou amarronzada, que se projetam ligeiramente acima da 
pele. A superfície abaixo da crosta é úmida e hemorrágica nos estágios iniciais, mas, 
quando as cascas caem, a lesão está seca e desprovida de pelos. Prurido não é comum, 
embora frequentemente os animais apresentem sinais de irritação. Em casos mais severos, 
particularmente em bezerros e animais jovens, a lesão tende a coalescer e a pele torna-se 
espessa e pregueada. 
O curso da doença é de aproximadamente quatro meses. Animais recentemente recuperados 
apresentam resistência temporária à reinfecção. 
15.2. Como tratar 
Existem dúvidas quanto à validade do tratamento para a dermatomicose em bovinos, visto 
que a doença é normalmente autolimitante e a recuperação espontânea é comum. O 
tratamento, se bem executado, terá como objetivo reduzir a extensão das lesões e limitar a 
disseminação da doença, através da redução da contaminação ambiental. 
Muitos tipos de tratamentos tópicos podem ser usados, mas para uma maior eficácia, todos 
devem ser precedidos da retirada das crostas, com auxílio de escova de cerdas e água 
morna. As soluções devem ser esfregadas com intensidade nas lesões, sobretudo nas 
regiões periféricas. Aplicações de soluções fracas de iodo (1-2%), a cada 1-2 dias, têm 
alcançado bons resultados. Alguns produtos têm se mostrado auxiliares ao tratamento em 
função de seu efeito imunoestimulante como o levamisole. 
Em rebanhos onde a infecção atinge um grande número de animais, o tratamento deve ser 
feito à base de pulverizações ou banhos. O Captan® (N-triclometil-mercapto-4-ciclo-
hexeno-1,2-dicarboxamida), fungicida de uso agrícola tem sido recomendado como um dos 
produtos mais eficazes para este tipo de uso. A dosagem recomendada é de 1:300-400, 
utilizando-se de 4-7 litros da calda por animal em dois tratamentos com intervalo de duas 
semanas entre eles. 
15.3. Como evitar 
É preciso adotar medidas de controle como o isolamento de animais doentes, desinfecção 
de materiais e instalações. Uma dieta correta, com suplementação adequada, principalmente 
de vitamina A, para animais jovens em confinamento, pode ser considerada como uma 
medida auxiliar, visto que a susceptibilidade à infecção é maior nos animais subnutridos. 
 
 
16. DIARRÉIA VIRAL BOVINA (BVD) 
A diarreia viral bovina (BVD) é uma enfermidade dos bovinos, e também de outros 
ruminantes, que causa grandes perdas econômicas nos rebanhos de corte e, principalmente, 
de leite de todas as idades. Ela age deprimindo o sistema imunológico do animal afetado, 
dando condições para que outras doenças se instalem e se disseminem no rebanho. 
Por apresentar distribuição geográfica mundial, cerca de 50 a 90% da população bovina 
adulta apresenta anticorpos no soro sanguíneo contra o vírus da BVD. Por isto, 
teoricamente, acredita-se que todos os rebanhos bovinos estejam infectados e a prevalência 
de anticorpos em animais adultos está em torno de 60%. 
O vírus da BVD frequentemente infecta as membranas mucosas do nariz e boca. 
Muitos animais portadores do vírus da BVD não apresentam sinais da infecção, embora 
eliminem, intermitentemente, o vírus. Esses ruminantes podem continuar a eliminar os 
vírus por períodos prolongados e, acredita-se que sejam os principais responsáveis pela 
disseminação e persistência do vírus em um rebanho. 
Aborto e defeitos ao nascimento são os mais importantes problemas econômicos que 
ocorrem em tais animais. 
Os pecuaristas que não estão cientes da presença de reprodutores persistentemente 
infectados (PI) correm o risco de acumular animais nessas condições, o que poderia ser 
economicamente desastroso. Por estarem aparentemente sadios, esses animais podem ser 
identificados somente quando ocorrer um surto da doença ou através da realização de um 
diagnóstico laboratorial com amostras de sangue. A súbita ocorrência anormal da doença 
frequentemente está associada com o estresse, que pode ser o fator desencadeante de uma 
epidemia. 
As principais fontes de infecção da BVD são os animais doentes e animais PI. Estes 
últimos são os mais importantes epidemiologicamente, tendo em vista a grande quantidade 
de vírus excretada por longos períodos, a dificuldade de detectá-los e a possível ausência de 
manifestação clínica. 
Os animais PI são os principais responsáveis pela manutenção e disseminação da BVD no 
rebanho. A via de eliminação é ampla, envolvendo descarga nasal, saliva, sêmen, fezes, 
urina, lágrima e leite. 
A transmissão pode ocorrer tanto por contato direto entre animais como pelo contato 
indireto por meio de água, alimentos, agulhas contaminadas etc. 
O vírus pode atingir o feto atravessando a placenta, através da circulação sanguínea 
materna, e causar aborto. 
16.1. Como reconhecer 
Infecções pós-natal de animais imuno-competentes. Estas infecções são atualmente 
denominadas de BVD aguda, em que se pode ou não observar os sinais clássicos descritos. 
Usualmente estas infecções são pouco manifestadas, mas causam prejuízos à fertilidade dos 
animais. Recentemente têm sido relatados casos de BVD aguda com severas manifestações 
clínicas. Entre bezerros algumas das amostras virais isoladas causam um quadro 
denominado de síndrome hemorrágica.

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