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TCC-1 HENRIQUIELLA - OK

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Prévia do material em texto

AUTARQUIA EDUCACIONAL DO ARARIPE – AEDA 
FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS DE 
ARARIPINA – FACISA 
CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
HENRIQUIELLA PEREIRA DE PAIVA 
 
 
MEDIAÇÃO DE CONFLITOS NA ABORDAGEM POLICIAL: 
um estudo da importância da capacitação do PM/PI como mediador. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ARARIPINA-PE 
2021 
2 
 
HENRIQUIELLA PEREIRA DE PAIVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MEDIAÇÃO DE CONFLITOS NA ABORDAGEM POLICIAL: 
Um estudo da importância da capacitação do PM/PI como mediador. 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) 
apresentada à Faculdade de Ciências Humanas 
e Sociais de Araripina (FACISA), como 
requisito parcial para obtenção do título de 
Bacharel em Direito, sob orientação do Prof. 
Leandro N. de Souza. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ARARIPINA-PE 
2021 
 
 
3 
 
HENRIQUIELLA PEREIRA DE PAIVA 
 
 
MEDIAÇÃO DE CONFLITOS NA ABORDAGEM POLICIAL: 
um estudo da importância da capacitação do PM/PI como mediador. 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) 
apresentada à Faculdade de Ciências Humanas 
e Sociais de Araripina (FACISA) como 
requisito parcial para obtenção do título de 
Bacharel em Direito. 
 
 
TCC aprovado em: ___/___/_____. 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
________________________________________________ 
Prof. Orientador Leandro N. de Souza 
Orientador - FACISA 
 
________________________________________________ 
Examinador - FACISA 
 
 
_________________________________________________ 
Examinador - FACISA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
TERMO DE ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADE 
 
 
Declaro, para todos os fins de direito que se fizerem necessários, que assumo total 
responsabilidade pelo aporte ideológico e referencial conferido ao presente trabalho, 
isentando à Faculdade das Atividades Empresariais de Teresina – FAETE, à Coordenação do 
Curso de Direito, à Banca Examinadora e a Orientadora de todo e qualquer reflexo acerca da 
monografia. 
Estou ciente de que poderei responder administrativa, civil e criminalmente em caso 
de plágio comprovado do trabalho monográfico. 
 
 
Araripina, _____ de ________de 2020. 
 
 
 
________________________________________ 
HENRIQUIELLA PEREIRA DE PAIVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
RESUMO 
O estudo tem o objetivo de analisar a mediação de conflitos na abordagem policial: um estudo 
da importância da capacitação do PM/PI como mediador. A temática levanta a questão do uso 
da força na abordagem policial a luz dos direitos e garantias fundamentais, procurando 
esclarecer uma nova concepção a ser criada entre o cidadão, a sociedade e o estado. De 
acordo com o apresentado, pergunta-se: qual a importância da mediação na abordagem 
policial como meio de diminuir o número de processos instaurados no âmbito da PM/PI? O 
estudo tem como objetivo geral analisar a mediação de conflitos na abordagem policial: um 
estudo da importância da capacitação do PM/PI e específicos identificar a mediação 
evidenciando os aspectos conceituais; analisar a abordagem policial através do uso das 
algemas, o uso progressivo da força, o uso da força pela polícia na abordagem, a abordagem 
sob fundada suspeita e a busca pessoal e busca domiciliar; demonstrar os instrumentos legais 
no uso da força durante a abordagem policial com base na responsabilidade pelo uso indevido 
da força na abordagem policial e identificar a análise dos processos instaurados na 
Corregedoria da Polícia Militar do Piauí na perspectiva da atividade policial. 
Palavras – Chave: Mediação. Conflito. Abordagem Policial. 
 
ABSTRACT 
The study aims to analyze conflict mediation in the police approach: a study of the importance 
of training PM / PI as a mediator. The theme raises the question of the use of force in the 
police approach in the light of fundamental rights and guarantees, seeking to clarify a new 
conception to be created between the citizen, society and the state. According to what was 
presented, the question is: what is the importance of mediation in the police approach as a 
means of reducing the number of cases initiated within the scope of the PM / PI? The general 
objective of the study is to analyze conflict mediation in the police approach: a study of the 
importance of PM / PI training and specifics to identify mediation showing the conceptual 
aspects; analyze the police approach through the use of handcuffs, the progressive use of 
force, the use of force by the police in the approach, the approach under well-founded 
suspicion and the personal search and home search; to demonstrate the legal instruments in 
the use of force during the police approach based on the responsibility for the improper use of 
force in the police approach and to identify the analysis of the processes initiated in the 
Corregedoria of the Military Police of Piauí in the perspective of the police activity. 
Key-words: Mediation. Conflict. Police approach. 
 
 
6 
 
1. INTRODUÇÃO 
O presente estudo tem como objetivo a análise da mediação de conflitos na 
abordagem policial: um estudo da importância da capacitação do PM/PI como mediador. A 
temática levanta a questão do uso da força na abordagem policial, a luz dos direitos e 
garantias fundamentais, procurando esclarecer uma nova concepção a ser criada entre o 
cidadão, a sociedade e o estado. 
O caminho a ser percorrido tem como objetivo identificar a mediação garantias 
fundamentais do cidadão, apontar os requisitos legais indispensáveis na realização da 
abordagem policial, além de aplicar a força coercitiva de forma proporcional e razoável sem 
fugir desses princípios. O cotidiano da atividade de preservação da ordem pública é muito 
variado. 
A fim de garantir a ordem pública, o estado e seus agentes, utiliza-se do poder de 
polícia. Porém, em muitas circunstancias o administrado não concorda com a atuação do 
estado, e impõe resistência a execução da atividade estatal, necessitando assim o uso da força 
por parte do agente público ora suscitado, nesta situação, o policial agindo sob a égide da 
constituição federal, para garantir a preservação da ordem, mesmo que diante da recusa do 
administrado, necessita empregar a força coercitivamente. 
O estudo tem como objetivo geral analisar a mediação de conflitos na abordagem 
policial: um estudo da importância da capacitação do PM/PI e específicos identificar a 
mediação evidenciando os aspectos conceituais; analisar a abordagem policial através do uso 
das algemas, o uso progressivo da força, o uso da força pela polícia na abordagem, a 
abordagem sob fundada suspeita e a busca pessoal e busca domiciliar; demonstrar os 
instrumentos legais no uso da força durante a abordagem policial com base na 
responsabilidade pelo uso indevido da força na abordagem policial e identificar a análise dos 
processos instaurados na Corregedoria da Polícia Militar do Piauí na perspectiva da atividade 
policial. 
O presente artigo foi estruturado em três temáticas: o primeiro aborda os aspectos 
conceituais da mediação; o segundo evidencia os instrumentos legais no uso da força durante 
a abordagem policial com base na responsabilidade pelo uso indevido da força na abordagem 
policial, o terceiro identifica os processos instaurados na corregedoria da Polícia Militar do 
Piauí na perspectiva da atividade policial. 
 
 
 
7 
 
2. DESENVOLVIMENTO 
2.1 ASPECTOS CONCEITUAIS DA MEDIAÇÃO 
A mediação é prática que se encontra arraigada nas sociedades desde as mais remotas 
eras. Verçosa (2014) notícias sobre a utilização da mediação em tempos antigos, em especial 
destaca a existência de referências bíblicas, de escritos da Grécia e da China. 
Pode-se entender por mediação o instrumento de natureza autocompositiva marcado 
pela atuação, ativa ou passiva,de um terceiro neutro e imparcial, denominado mediador, que 
auxilia as partes na prevenção ou solução de litígios, conflitos ou controvérsias. 
 
De acordo com Braga Neto; Sampaio (2014) a mediação é um dos vários métodos 
chamados de alternativos para a resolução de conflito e são considerados alternativos 
por se constituírem em opções ao sistema tradicional de justiça. Embora remontem a 
tempos antigos, após muitos estudos e pesquisas, que resultaram em uma nova 
formatação teórico-prática, foram adaptados à realidade das últimas décadas do século 
XX e ainda hoje continuam sendo constantemente aperfeiçoados. No Brasil tanto a 
mediação quanto a arbitragem e a conciliação constituem-se os exemplos mais 
conhecidos desses métodos. Entretanto, é preciso enfatizar que eles não se esgotam 
nos exemplos que aqui apresentados, pois há uma série de outros – como a mearb,a 
arb med, a facilitação e a avaliação neutra de terceiro-, não tratados neste livro, pois 
sua prática ainda é muito incipiente no país, embora estejam em avançado estágio de 
desenvolvimento, principalmente nos estados Unidos. 
 
Bacellar (2003) define a mediação como a: técnica latu sensu que se destina a 
aproximar pessoas interessadas na resolução de um conflito a induzi-las a encontrar, por meio 
de uma conversa, soluções criativas, com ganhos mútuos e que preservem o relacionamento 
entre elas. 
Percebe-se, no entanto, que a mediação de conflitos é um meio de resolução de 
impasses que se estabelece dentro de sistemas jurídicos preexistentes e a estes deve 
observância e coerência. Sem dúvida a mediação poderá fazer parte de quaisquer conflitos, 
considerando no entanto, que em determinadas controvérsias, estabelecidas pelo direito 
vigente, não poderá com exclusividade solucionar o impasse, visto que foge à sua 
competência. 
A Mediação, por outro lado, podendo solucionar o conflito de forma mais célere, até 
mesmo em poucas horas, consiste num meio eficiente de acesso à Justiça. Não obstante isso, 
ela propõe uma mudança de paradigma, posto que busca atender as expectativas de ambas as 
partes envolvidas, enquanto que nas ações, via de regra, apenas a parte vencedora sai 
satisfeita. Portanto, com o presente trabalho, buscar-se-á demonstrar que a Mediação se 
apresenta como meio de efetividade do acesso à Justiça, devendo, assim, a sua prática ser 
promovida. 
 
8 
 
2.2. A ABORDAGEM POLICIAL 
2.2.1 USO DE ALGEMAS 
O uso de algemas e tratamento desumano degradante: STE – “no tocante a 
necessidade ou não do uso de algemas, aduziu-se que esta matéria não é tratada, específica e 
expressamente, nos códigos e de processo penal vigentes. Conforme Robaldo (2007, p.4): 
A palavra algema vem do árabe (aljamad: a pulseira), mas com o sentido de 
aprisionar, passa a ser comum, a partir do século XVI, transformando-se em um 
instrumento de força geralmente metálico (ferro), constituído basicamente por duas 
argolas interligadas, para prender alguém pelos pulsos, pelos tornozelos e mais 
recente pelos dedos. 
No atual Código de Processo Penal – CPP o uso de algema é um exceção 
admitida, como medida de força, tão-somente quando indispensável no caso de resistência ou 
tentativa de fuga; ou quando este meio for necessário para a defesa ou para vencer a 
resistência, conforme se depreende abaixo: 
Art. 234 – O emprego de força só é permitido quando indispensável, no caso de 
desobediência, resistência ou tentativa de fuga. Se houver resistência da parte de 
terceiros, poderão ser usados os meios necessários para vencê-la ou para defesa do 
executor e auxiliares seus, inclusive a prisão do ofensor. 
Com efeito, o art. 199, da Lei de Execução Penal, determina que o emprego de 
algema seja regulamentado por decreto federal, o que ainda não ocorreu. No entanto, apesar 
da omissão legislativa, a utilização de algemas não pode ser arbitrária, pois o seu uso deve 
advim da interpretação dos princípios da proporcionalidade e o da razoabilidade. 
Como possibilidades do uso de algemas podem ser citadas algumas normas que 
prever hipóteses em que essa poderá ser usada (CPP, arts.284 e 292; CF, art.5º, incisos III, X; 
as regras jurídicas que tratam de prisioneiros adotados pela ONU, nº33; o Pacto de San José 
da Costa Rica, art. 5º,2). 
 
Entendeu-se, pois, que a prisão não é espetáculo e que o uso legítimo de algemas 
não é arbitrária, sendo de natureza excepcional e que deve ser adotado nos casos e 
com as finalidades seguintes: a) para impedir, prevenir ou dificultar a fuga ou reação 
indevida do preso, desde que haja fundada suspeita ou justificado receio de que tanto 
venha a ocorrer; b) para evitar agressão do preso contra os próprios policiais, contra 
terceiros ou contra si mesmo. Concluiu-se que, no caso, não haveria motivo para a 
utilizaçãode algemas, já que o paciente não demonstrara reação violenta ou 
inaceitação das providências policiais. Ordem concedida para determinar as 
autoridades tidas por coatoras que se abstenham de fazer uso de algemas no 
paciente, a não ser em caso de reação violenta que venha a ser por ele adotada e que 
coloque em risco a sua segurança ou a de terceiros, e que, em qualquer situação, 
deverá ser imediata e motivadamente comunicado ao STF (STF -1ª T.- HC nº 
89429/RO – re. Min. Cármen Lúcia, decisão: 22-8-2006 – In formativo STF nº 437, 
Seção I, p.3). 
Considerando que as regras existentes não claras e precisas sobre a matéria em 
questão, no que se refere aos processos criminais que não se desenvolve dentro do Tribunal 
9 
 
do Júri, ou seja, quanto a prisão realizada em flagrante delito, o Supremo Tribunal Federal 
resolveu, com amparo no art. 103-A da Constituição Federal editar a Súmula Vinculante nº 
11, que traz em seu texto que: 
Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou 
de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, 
justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, 
civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual 
a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado. 
Pode-se perceber pelo exposto acima que a sociedade tem à sua disposição uma 
normatização apropriada para punir os autores e co-autores de abuso de autoridade, todavia 
poucas pessoas exercem de forma efetiva esse direito consagrado a todos, ou seja, na maioria 
das vezes preferem se omitirem, permanecendo no anonimato, permitindo dessa forma que a 
impunidade e os abusos continuem sendo praticados. 
 
2.3 ALGEMAS E OS DIREITOS FUNDAMENTAIS 
2.3.1 Princípio da Pessoa Humana 
Pode ser denominado como um conjunto de direitos e garantias do ser humano 
que tem por fim o respeito a sua dignidade, protegendo-o contra o arbítrio do poder estatal, e 
permitindo condições mínimas de vida e desenvolvimento da personalidade humana. 
Estes por sua vez se desdobram em vários outros princípios entre os quais 
podemos citar o princípio da humanidade que é sem sombra de dúvidas um dos mais 
importantes princípios, tendo em vista que limita o exercício do jus puniendi do Estado, em 
respeito à vida e à dignidade da pessoa humana. 
De acordo com Becaria (2004, p 134), todas as relações humanas reguladas pelo 
Direito Penal, dentro dos limites impostas pela natureza, devem estar presididas pelo princípio 
da humanidade. 
Por isso, o princípio da humanidade é o princípio que serve como balizador da 
atuação de todo policial, conforme o inciso III do artigo 5º da CF. que diz: “ninguém será 
submetido à tortura nem a tratamento desumano ou degradante”. 
Ademais, o legislador infraconstitucional, por meio da lei nº 9.4555, de 
07.04.1997, em seu art. 1º, conceitua o que é crime de tortura da seguinte forma: 
Constitui crime de tortura: I- constranger alguém com emprego de violência ou 
grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental: a) com o fim obter 
informação,declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa; b) para 
provocar ação ou omissão de natureza criminosa; c)em razão de discriminação racial 
ou religiosa- II- submeter alguém sob sua guarda, poder ou autoridade, com 
emprego de violência ou grave ameaça, aintenso sofrimento físico ou mental, como 
10 
 
forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo (para os dois 
incisos apena é de dois a oito anos de reclusão); §1º na mesma pena incorre quem 
submete pessoa presa ou sujeita a medida de segurança a sofrimento físico ou 
mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou resultante de medida 
legal; §2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de 
evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos; § 3º Se 
resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena é de reclusão de 
quatro a dez anos; se resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos. 
2.3.2 Princípio da Igualdade 
As vantagens da sociedade devem ser distribuídas equitativamente entre todos os 
seus membros. Se todos os cidadãos não dependerem de modo igual das mesmas leis, as 
distinções não serão mais legitimas Becaria (2004, p 134). 
 É importante frisar conforme o artigo 5ºCF, que todos são iguais perante a lei, 
sem distinção de qualquer natureza. Extrai-se desse artigo que todos devem ser tratados de 
forma igual pela lei, em consonância com os critérios consubstanciados no ordenamento 
jurídico. Dessa forma, o legislador constituinte vedou de forma clara as diferenciações 
arbitrárias ou discriminações entre pessoas. 
 
Para Morais (2011) a igualdade se configura como uma eficácia transcendente, de 
modo que toda situação de desigualdade persistente à entrada em vigor da norma 
constitucional deve ser considerada não recepcionada, se não demonstrar 
compatibilidade como os valores que a constituição, como norma suprema. 
 
2.3.3 Princípio da Legalidade e a pena 
O princípio da legalidade previsto no inciso artigo 5º, XXXIX, da CF, que diz que 
não há crime sem Lei que o defina, nem pena sem previsão legal, é um dos principais 
fundamentos de justiça, porque de acordo com Beccaria (2002) é que, para não ser um ato de 
violência contra o cidadão, à pena deve ser, de modo essencial, pública, pronta necessária, a 
menor das penas aplicáveis nas circunstancias dada, proporcionada ao delito e determinada 
pela lei. 
Podemos perceber que a pena não pode ser visto como uma medida de violência 
decorrente de um ato discricionário, mas com um instrumento de ressocialização. 
2.3.4 Princípio do Estado de Inocência 
Conforme Beccaria (2002, p.30) um homem não pode ser considerado culpado 
antes da sentença do juiz (...). Efetivamente, perante as leis, é inocente aquele cujo delito não 
está provado. Conforme o inciso LVII do artigo 5º C.F., ninguém será considerado culpado 
11 
 
até o transito em julgado de sentença penal condenatória. De acordo com Moraes (2011, 
p.311): 
 
O principio da presunção de inocência consubstancia-se, portanto, no direito de não 
ser declarado culpado senão mediante sentença judicial com trânsito em julgado, ao 
término do devido processo legal (due processa of Law), em que o acusado pode 
utiliza-se de todos os meios de prova pertinentes para sua defesa (ampla defesa) e 
para a destruição da credibilidade das provas apresentadas pela acusação 
(contraditório). 
2.4 O USO PROGRESSIVO DA FORÇA 
O uso progressivo da força em uma abordagem policial consiste na junção da 
força, nível de força e a abordagem policial, dando uma resposta imediata ao indivíduo 
suspeito ou infrator a ser controlado, através da escolha adequada das várias opções de força 
pelo profissional de segurança pública. O uso progressivo da força pode também ser 
entendido como um instrumento que pode ajudar na determinação da técnica ou nível de força 
a ser utilizada de forma apropriada para as várias situações que possam surgir. Consiste em 
uma lista de técnicas ou nível de força, possuem uma graduação que vai desde a verbalização 
até a utilização da arma de fogo, com força letal. 
Sendo assim, Araújo (2008, p.12) enfatiza que a : 
 
Força é toda intervenção compulsória sobre o indivíduo ou grupos de indivíduos, 
reduzindo ou eliminando sua capacidade de autodecisão. Nível do uso da força é 
entendido desde a simples presença policial em uma intervenção até a utilização da 
arma de fogo, em seu uso extremo (uso letal).Ética é o conjunto de princípios morais 
ou valores que governam a conduta de um indivíduo ou de membros de uma mesma 
profissão. 
 
Para Silva (2006) o Estado intervém, com violência legitima, quando um cidadão 
usa a violência para ferir, humilhar, torturar, matar outros cidadãos, de forma a garantir a 
tranquilidade. É a lógica da violência legitima contendo a violência ilegítima. 
Deve-se entender que, para se fazer o uso legítimo da força é preciso ter 
conhecimento dos padrões éticos e legais do ordenamento nacional, pois se a policia deixar de 
observar tais requisitos, o uso da força se tornará ilegítimo, se caracterizando como violência, 
truculência, abuso de poder entre outras formas de desvios de conduta ou abuso de autoridade 
não admitida ao operador de segurança pública, integrante de uma organização que promove a 
paz social e como tal deve seguir os seus parâmetros Éticos e legais. 
 
12 
 
2.5 O USO DA FORÇA PELA POLÍCIA NA ABORDAGEM 
A ação da polícia é justamente um meio de força comedida, que atua na legalidade 
e na legitimidade dadas pela conciliação na prática dos requisitos do consentimento público. 
Não se pode pensar polícia que não seja neste intervalo, senão é polícia, é outra coisa 
qualquer que vigia, que bate, que oprime. 
A atividade policial é complexa, pois consiste em abordar indivíduos, aplicar a lei, 
além de preservar a ordem, portanto é necessário que seus integrantes estejam constantemente 
preparados para as mais diversas situações corriqueiras. 
 
Ilustração 1: Pirâmide de Emprego da Força 
 
 
Fonte: PERSSON (2011, p.1) 
 
Os Órgãos de Segurança Pública existem para servir e proteger à sociedade, 
consoante previsão constitucional, art.144. Greco (2009, p. 1), acrescenta essa ideia ao relatar 
que “O sistema de justiça criminal, no qual se inclui a policia, atua fundamentalmente para 
garantir os direitos humanos, em sentido estrito, e, portanto, a lógica de uso da força para 
conter a violência é perfeitamente compreensível”. 
 
Ilustração 2: Principio do Uso Gradual e Proporcional da Força 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: GATE (2014, p.1) 
http://gatetramandai.blogspot.com.br/2014/08/principio-do-uso-gradual-e-proporcional.html
13 
 
 
2.6 ABORDAGEM SOB FUNDADA SUSPEITA 
Abordagem policial ou técnica de prevenção é aplicada nas mais diversas 
atividades policiais com intuito de prevenir e às vezes de reprimir o ato delituoso no seio da 
sociedade, esta técnica deve ser aplicada sob fundada suspeita, porém isso não implica dizer 
que ela só será aplicada quando houver fundada suspeita, tendo em vista que tal técnica serve 
de medida de prevenção. Conforme o Manual Básico de Policiamento Ostensivo da Polícia 
Militar de São Paulo a abordagem policial poderá se dividir em três níveis: 
Nível 1 – adotada em situações onde exista suspeita ou a certeza do cometimento 
do delito (abordagem preventiva ou repressiva); 
Nível 2 – Adotado em situações onde haja necessidade de verificação preventiva; 
(abordagem preventiva); 
E Por fim, Nível 3 – adotada para situações de assistência, como em atuação em 
transito, orientação (abordagem preventiva) (PONTES, et al., 2009). 
A demais, o artigo 244, do Código de Processual Penal prever a busca pessoal se 
não vejamos: 
Art. 244 - A busca pessoal independerá de mandado, no caso de prisão ou quando 
houver fundada suspeita de que a pessoa esteja na posse de arma proibida ou de 
objetosou papéis que constituam corpo de delito, ou quando a medida for 
determinada no curso de busca domiciliar. 
Em observância a letra do Código de Processo Penal, percebe-se que a fundada 
suspeita serve como parâmetro crucial para realização de busca ou abordagem pessoal, no 
entanto este entendimento acaba por deixar brechas para abordagens de prevenção, esta por 
sua vez na maioria das vezes tem-se tornado alvo de acusações e reclamações em face do 
risco de exporem o indivíduo a constrangimento, consoante o inciso X, do artigo 5º, da 
Constituição da República; 
Art 5º - É livre a locomoção no território nacional em tempo de paz [...] 
Inciso X são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das 
pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente 
de sua violação. 
 
2.7 BUSCA PESSOAL E BUSCA DOMICILIAR 
Como discorrido anteriormente, a abordagem policial preventiva ou repressiva 
trata-se de uma técnica adotada pelo profissional de segurança pública, como meio de se 
prevenir crimes ou de se restabelecer a ordem. Quanto a busca pessoal e domiciliar está 
regulamentada no Código de Processo Penal Brasileiro: 
14 
 
Art. 240. A busca será domiciliar ou pessoal. 
§ 1o Proceder-se-á à busca domiciliar, quando fundadas razões a autorizarem, para: 
a) prender criminosos; 
b) apreender coisas achadas ou obtidas por meios criminosos; 
c) apreender instrumentos de falsificação ou de contrafação e objetos falsificados ou 
contrafeitos; 
d) apreender armas e munições, instrumentos utilizados na prática de crime ou 
destinados a fim delituoso; 
e) descobrir objetos necessários à prova de infração ou à defesa do réu; 
f) apreender cartas, abertas ou não, destinadas ao acusado ou em seu poder, quando 
haja suspeita de que o conhecimento do seu conteúdo possa ser útil à elucidação do 
fato; 
g) apreender pessoas vítimas de crimes; 
h) colher qualquer elemento de convicção. 
§ 2º Proceder-se-á à busca pessoal quando houver fundada suspeita de que alguém 
oculte consigo arma proibida ou objetos mencionados nas letras b a f e letra h do 
parágrafo anterior. (Decreto nº 3.689 de 03/10/1941) 
Pelo exposto acima, pode-se concluir que a busca domiciliar se torna mais complexa 
em virtude da necessidade de mandado judicial que autorize o agente público adentre a casa. 
 
2.8 INSTRUMENTOS LEGAIS NO USO DA FORÇA DURANTE A ABORDAGEM 
POLICIAL 
2.8.1 Aspectos conceituais 
Além das normas nacionais é importante que os Operadores de Segurança Pública 
conheçam os dois instrumentos internacionais mais importantes sobre o uso da força e arma 
de fogo na abordagem policial. São eles: Código de Conduta para Encarregados da Aplicação 
da Lei – CCEAL e Princípios Básicos sobre o uso da Força e Arma de Fogo – PBUFAF. 
O CCEAL foi instituído através da resolução 34/169 da Assembleia Geral das Nações 
Unidas, em 17/12/1979, tendo como escopo orientar os Estados que são membros no que diz 
respeito à conduta de seus policiais. 
O Conduta para Encarregados da Aplicação da Lei – CCEAL é constituído de oito 
artigos, acompanhados de comentários explicativos. Em suma, os artigos dizem que para se 
conduzirem adequadamente os policiais devem: 
1º - Cumprir sempre o dever que a lei lhes impõe; 
2º - Demonstrar respeito e proteção à dignidade humana, mantendo e defendendo os 
direitos humanos; 
3º Limitar o emprego da força; 
4º Tratar com informações confidenciais; 
5º - Reiterar a proibição da tortura ou outro tratamento ou pena cruel, desumano ou 
degradante; 
6º - Cuidar e proteger a saúde das pessoas privadas de sua liberdade; 
7º - Proibir o cometimento de qualquer ato de corrupção. Também devem opor-se e 
combater rigorosamente esses atos; e 
8º - Respeito às leis e ao Conduta para Encarregados da Aplicação da Lei – CCEAL 
e convoca a prevenir e se opor a quaisquer violações destes instrumentos. 
Tal normatização afirma que o uso da força deve ser empregado excepcionalmente e 
nunca ultrapassar o nível de razoabilidade necessário, que consiste na aplicação dos meios 
15 
 
menos danosos para se atingir os fins legítimos de aplicação da lei. Por isso, pode-se entender 
que uso da força e arma de fogo é uma medida extrema e de último caso. 
Outras normas internacionais importantíssimas no Uso Progressivo da Força na 
Abordagem Policial são as estabelecidas pelo Uso da Força e Armas de Fogo – PBUFAF. 
Este é o segundo instrumento mais importante sobre o uso da força e arma de fogo. Tais 
princípios foram instituídos no oitavo Congresso das Nações Unidas sobre a “Prevenção do 
Crime e o Tratamento dos Infratores”, realizado em Havana, Cuba, de 27 de agosto a 7 de 
setembro de 1990. 
O Uso da Força e Armas de Fogo – PBUFAF prever que seus princípios devam ser 
respeitados e obedecidos pelos governos consignatários devendo fazer parte de suas normas 
locais, devendo ser levados ao conhecimento não só dos policiais, mais também de 
magistrados, membros do executivo, advogados, promotores, do poder legislativo e do 
público em geral. 
É bom que todo policial como profissional de segurança pública esteja ciente da 
existência destas normas, a fim de colocá-las em prática conforme as suas recomendações e 
orientações, sob pena de estar entre os policiais que agem como amadores, arbitrários, a 
sombra da ilegalidade. 
Dentre as legislações brasileiras que devem ser de conhecimento obrigatório de todos 
os policiais brasileiros, podemos citar o Código Penal que contém justificativas ou causas de 
exclusão da antijuridicidade relacionadas no artigo 23, ou seja, estado de necessidade, 
legítima defesa, estrito cumprimento do dever legal e exercício regular de direito, como se vê: 
 
Art. 23. Não há crime quando o agente pratica o fato: 
I – em estado de necessidade; 
II – em legítima defesa; 
III – em estrito cumprimento do dever legal ou no exercício regular de direito. 
 
Ademais, o profissional de segurança pública deve fazer uma avaliação individual 
quando estiver em uma situação em que surja a opção de uso da força, pois ele só poderá 
utilizá-la se não houver outro meio menos lesivo, ou seja, quando todos os demais meios 
tiverem falhado. 
 
2.9 ANÁLISE DOS PROCESSOS INSTAURADOS NA CORREGEDORIA DA POLÍCIA 
MILITAR DO PIAUI NA PERSPECTIVA DA ATIVIDADE POLICIAL NO ÂMBITO DA 
PM/PI 
 
16 
 
Ao analisar o processo de mediação é importante levar com consideração o processo 
administrativo que tem dois objetivos fundamentais: disciplinar, conferindo transparência e 
objetividades os meios pelos quais a Administração Pública, por intermédio de seus agentes, 
toma decisões; e assegurar o respeito a todos os atributos da cidadania no relacionamento ente 
a Administração e os administrados, inclusive seus próprios agentes. Sendo assim, foi 
analisado os seguintes demonstrativos baseado nas estatísticas conforme dados abaixo, como 
forma de verificar a importância de curso de Mediação para os militares do Piauí: 
 
GRÁFICO 1 – PROCESSOS E PROCEDIMENTOS INSTAURADOS 
 
Fonte: Pesquisa Direta, 2017. 
O gráfico 1 aponta a quantidade de PM(s) envolvidos em processos, a amostra 
aponta que 91% está respondendo por Processo administrativo disciplinar simplificado), que 
constitui em uma apuração simplificada e sem natureza disciplinar, 3% inquérito policial 
militar, 3% sindicância e 3% termo de deserção que é a Conduta tomada pelo PM onde o 
mesmo abandona o cargo, a Corporação ou Estado). Os termos de deserções consistem em 
apurar a inexistência nos autos de documentos que comprovem haver a organização militar 
realizando diligências visando à captura do militar ausente, antes da consumação do delito de 
deserção. 
 
GRÁFICO 2 – PUNIÇÕES APLICADAS 
 
Fonte: Pesquisa Direta, 2017. 
3% 3% 3% 
91% 
Inquérito Policial Militar
Inquérito Técnico
Inquérito Sanitário de Origem
Sindicância
38% 
23% 
31% 
8% 
Advertência
Repreensão
Detenção
Prisão
17Ao apurar as punições aplicadas, 38% sofreram advertências e 23% repreensão que 
pode ser enquadrado ao PADO (Processo administrativo disciplinar ordinário), que destina-se 
a apurar faltas que ensejem penas de advertência e suspensão, ou seja, faltas mais graves, que 
podem render suspensão de até 30 dias. Sendo que 31% foram detidos e 8% presos. 
 
GRÁFICO 3 - COMPORTAMENTO 
 
Fonte: Pesquisa Direta, 2017. 
 
No demonstrativo de comportamento verificou-se que 62% dos policiais teve um 
comportamento excepcional, 20% ótimo, 16% bom, 1% mau e 1% insuficiente. 
 
GRÁFICO 4 – COMPARATIVO 
 
Fonte: Pesquisa Direta, 2017. 
 
De acordo com o gráfico acima, observa-se a queda do número de sindicância, 
inquérito policial militar, conselho de disciplina, PADS e PADO. Mas é importante frisar que 
dentre os procedimentos instaurados no ano de 2015 e 2016 houve grande aumento de 
Sindicâncias no ano de 2016, já que foram 177 em 2015 e 281 em 2016. 
Diante desses casos, é preciso ter medidas para evitar a força desnecessária nas 
abordagens policiais, sejam elas fazendo trabalho preventivo de conscientização e respeito à 
proteção e a dignidade humana, buscando melhores capacitações dos militares envolvidos 
através de um curso de Mediação de Conflitos. 
1% 1% 
16% 
20% 
62% 
Mau
Insuficiente
Bom
Ótimo
Excepcional
0
50
100
150
200
250
300
Sindicância Inquérito Policial
Mlitar
Conselho de
Disciplina
PADS PADO
2015
2016
18 
 
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Diante do crescimento da violência cotidiana que tem se transformado em um 
problema da atual organização da vida em sociedade, principalmente nos grandes centros 
urbanos, manifestando-se em todas as classes sociais independentemente de cor, raça, credo 
ou condição sociocultural, observa-se o número de conflitos. 
O policial encontra em sua atividade desde atuações puramente preventivas, como 
comunicar autoridades responsáveis sobre alguma sinalização inadequada, eu auxiliar alunos 
na travessia de vias públicas, ate ações repressivas, logo após o cometimento de delitos, como 
confrontos com assaltantes de estabelecimentos comerciais, rixas em estádio de futebol, vias 
de fato entre ébrios em bares e boates, dentre outras ocorrências. 
É preciso esclarecer que para tais ações se desencadearem de forma legal sem 
vícios ou impessoalidade, o cidadão passa a ter papel fundamental na concretização e 
preservação de seus direitos. diante desta variabilidade de situações, o policial militar, agindo 
em nome da sociedade, necessita utilizar da força em prol do interesse coletivo. Agindo assim 
afronta direitos fundamentais do cidadão, como o direito de ir e vir, de manter sua integridade 
física, ou mesmo o direito a vida, que pode ser tolhido diante de situações graves. 
Esta complexa missão constitucional das policias militares, atrelada a eventual 
necessidade do uso da força coercitiva, justifica a iniciativa do presente estudo. Há diversas 
considerações que devem ser destacadas referentes a esta pesquisa, como a ampla 
competência atribuída as policias. Sobre o tema destacam-se ainda os mais variados 
problemas sociais, que transcendem a atuação meramente policial, porém afetam diretamente 
o serviço executado pela policia ostensiva, cabendo a esta “solucioná-los”, muitas vezes 
mediante o uso abusivo da força. Porém, deve-se ressaltar que diante de ir e vir do individuo, 
se contrapõe o direito de segurança coletiva, também, previsto na constituição federal de 
1998. 
Por isso, o policial militar por sua vez deve treinar para saber usar de forma 
correta o uso progressivo da força, evitando as ações intuitivas, devendo, obrigatoriamente, 
saber agir nas mais diversas situações que lhe são apresentada, e para isso as instituições 
policiais devem adotar um modelo básico que sirva com parâmetro para o uso progressivo da 
força em uma abordagem policial, sob pena da discricionariedade se tornar arbitrariedade, 
rompendo com o laço de confiança de que goza junto à população. 
 
 
 
 
19 
 
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