Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Tipos de Paralisia Cerebral Pode-se classificar a PC de acordo com: Alteração motora (depende da área de lesão) Distribuição topográfica (partes do corpo atingidas) Classificação funcional (grau de severidade – níveis) Bilateral lesão nos dois hemisférios cerebrais QUADRIPLÉGIA: os quatro membros são acometidos de maneira semelhante DIPLÉGIA: quatro membros acometidos, porém a lesão acomete mais a região responsável pelos MMII MMSS mais preservados Unilateral lesão em um único hemisfério, com acometimento do hemicorpo contralateral (apenas um hemicorpo é comprometido) HEMIPLÉGIA OBS: a lesão pode ir além da área motora PC Alteração motora Espática Bilateral ou Unilateral Discinética Distônica Coreoatetose Atáxia Misto Distribuição topográfica Bilateral Quadriplégia Diplegia Unilateral Hemiplegia TIPO ESPÁSTICO Lesão no córtex motor no neurônio motor superior inerva músculos contralaterais Tipo mais comum Espasticidade hiperatividade muscular reflexa responde de forma excessiva a estímulos Um músculo espastico é necessariamente hipertônico além da hiperatividade, oferece resistência ao movimento Hipertonia o músculo quando alongado (contração passiva) oferece uma resistência excessiva ao movimento dificulta movimentação Resistencia dependente de velocidade (aumenta velocidade, aumenta resistência) Hiperreflexia perda da função do neurônio motor superior (inibidor e estimulador de movimentos reflexos) perda do controle inibitório de movimentos reflexos Clônus (tremor) Esses fatores impendem a movimentação adequada movimento atípico Fraqueza muscular Pouca movimentação espontânea ou voluntária Movimentos lentos ADM reduzida devido ausência de movimentação apropriada Contraturas e dor devido pouca movimentação Presença de sincinesias movimento em padrão total (EX: estende o ombro e o cotovelo estende junto, estende tronco e a cabeça também estende) Movimentação associada ESPÁSTICA BILATERAL 1) QUADRIPLÉGIA ESPÁSTICA Forma mais grave de PC espática Não tem uma causa especifica pode ocorrer por qualquer fator que cause lesão em ambos hemisférios cerebrais, de forma simétrica ou assimétrica (um hemicorpo mais acometido que o outro a lesão nem sempre é igual nos dois hemisférios) Comprometimentos dos quatro membros Alterações motoras geralmente assimétricas (difícil ter lesões idênticas dos dois lados) Padrão flexor em MMSS risco de contratura se houver posicionamento inadequado Padrão adutor e extensor em MMII contratura Grau de espasticidade variável Fraqueza e hipotrofia muscular Incidência de epilepsia 66% Alterações de deglutição pode levar a pneumonia aspirativa (importante fisio respiratória) POSTURA: O padrão postural atípico pode levar a contraturas Extensão excessiva de cabeça e pescoço Adução do ombro Flexão dos cotovelos com pronação de antebraços Cotovelos e ombros fletidos + antebraço em prono + mãos fechadas Mãos fechadas e polegares aduzidos Quadris fletidos, aduzidos e em rotação interna padrão tesoura risco de luxação de quadril, prejudica movimento (marcha) e a higiene Abdução e rotação externa de um membro inferior com adução e rotação interna do outro (padrão ventania) Pés em flexão plantar Prefere a posição de supino Não consegue sentar de forma independente COMPENSAÇÕES POSTURAIS: Hipercifose torácica (devido adoção de padrão flexor atípico na postura sentada resposta ao desequilíbrio) Cifose lombar não formam a lordose lombar, devido ausência de controle muscular e postural Retroversão pélvica (mais aparente na postura sentada) Não adquire reação protetora ao desequilíbrio risco de queda Movimentam-se em padrões totais Dificuldade em dissociar movimentos Posição de pé Postura de pé e aquisição de marcha muito difíceis pelo comprometimento muscular global essa postura é essencial para formação do encaixe do acetábulo (importante estimular essa posição para evitar luxação de quadril) muitas vezes a postura de pé é dificultada pelo padrão tesoura e ventania diminuição da base Comprometimentos musculoesqueléticos secundários: (é comum nesse tipo de PC) contraturas e deformidades escoliose, cifoescoliose, flexão de punho e dedos, flexão e adução de quadril, equinovaro (flexão plantar do tornozelo + varismo do calcâneo calcâneo vira para dentro) ou equinovalgo dos pés, subluxação/luxação do quadril (principal comprometimento secundário). LUXAÇÃO DE QUADRIL: Deslocamento posterior, superior e lateral da cabeça do fêmur durante rot.interna fêmur desliza para posterior, na adução fêmur desliza para lateral e superior, tensão passiva da musculatura puxa fêmur para cima Fatores de risco: Posicionamento inadequado Atraso ou ausência da aquisição a postura de pé e da marcha Imaturidade óssea Persistência dos padrões fetais Anteverão femoral (Compensação: adução + rotação interna de quadril melhora a orientação do fêmur no acetábulo criança senta em W, anda com pés para dentro ocorrem contraturas e deformidades) Valgismo femoral maior ângulo de inclinação entre o colo e a diáfise do fêmur (descarga de peso + atividade muscular diminui o ângulo de inclinação). Displasia acetabular acetábulo raso e instável (capsulas e ligamentos ainda não estão bem formados) Toda criança nasce com esses padrões fetais de imaturidade óssea, porém com atividades que impões descarga de peso no quadril e com a movimentação, isso vai mudando. Porém, em alguns tipos de PC não há movimentação adequada e nem descarga de peso, o que faz com que os padrões fetais persistam. Espasticidade desequilíbrio muscular: Iliopsoas (flexor de quadril) mm. Adutores são hiperativados devido as posições e padrões de movimento adotados (flexão e adução de quadril) encurtamento Em contrapartida, os extensores e abdutores por serem mantidos por muito tempo em posição alongada desloca a curva de comprimento-tensão para direita, tendo dificuldade de produzir força quando encurtados fraqueza de abdutores e extensores de quadril Complicações: Dificuldade de higiene Dor alterações secundárias (escoliose, dificuldade para sentar) A luxação de quadril é um quadro evolutivo não existe já nascer com quadril luxado Quadril instável: até 30% da cabeça do fêmur fora do acetábulo se não houver estimulo na posição de pé + posicionamento inadequado Subluxação: até 90% da cabeça do fêmur fora doa acetábulo (com intervenção da fisioterapia pode ser recuperado e reduzir quadro de Subluxação) persistência dos fatores de risco Luxação: deslocamento total da cabeça do fêmur (apenas cirurgia) 2) DIPLÉGIA ESPÁSTICA Maior comprometimento de MMII em relação aos MMSS Predominância em PREMATUROS resultado da leucomalacia periventricular (lesão na substância branca próxima aos ventrículos lesão nas vias piramidais que se dirigem aos MMII) ou hemorragia peri ou intraventriular as fibras motoras que inervam o MMII estão localizadas próximas a região periventricular Prematuros estão mais susceptíveis as hemorragias cerebrais vascularização frágil Mais difícil identificar a PC Alterações são mais evidentes após 6 meses de idade (quando começa a ter mais ação de MMII) importância das ferramentas de diagnostico As alterações motoras podem ser assimétricas Tendência em permanecer em flexão plantar Comum “padrão-tesoura” de MMII pode causar luxação Possuem maior independência (comparado à quadriplégica) MMSS conseguem desempenhar algumas funções arrastam-se semdissociação de MMII, tracionando-se pelos braços engatinham sem dissociação (leva MS a frente e junto o MI do lado oposto não fazem isso) movimentações em blocos (rolam em bloco) maior domínio da posição sentada (mais equilíbrio) postura sentada com retroversão pélvica e cifose lombar Melhor reação de proteção, melhor controle de tronco que na quadriplégica Senta em W permite maior estabilidade para que a criança utilize os MMSS Dificuldade de passar para de pé tracionam-se pelos braços, sem passar pelo semi-ajoelhado Luxação de quadril pode ocorrer, mas é menos frequente há alguma descarga de peso e deambulação Estrabismo perda do controle óculo motor Menor incidência de epilepsia Desempenho intelectual preservado na maioria dos casos PADRÕES DE MARCHA: plano sargital Equino verdadeiro: flexão plantar durante toda fase de apoio Marcha jump/ Joelho do pulador: flexão plantar + flexão do joelho e do quadril no apoio Equino aparente: parece estar em flexão plantar mas o ângulo do tornozelo é de 90° (tornozelo em neutro) + flexão de quadril e de joelho Marcha crouch ou agachada: flexão excessiva de joelho, flexão de quadril e dorsoflexão a Marcha Crouch é um padrão evolutivo diminuição da força muscular associada ao aumento da massa corporal adoção da marcha crouch contraturas e encurtamentos HEMIPLÉGIA ESPÁSTICA (UNILATERAL) Comprometimento de apenas um hemicorpo (contralateral ao hemisfério da lesão) Etiologia mais comum: lesão vascular pré-natal lesão da artéria cerebral medial (mais comum), infartos/ AVE O hemisfério esquerde é o mais frequentemente comprometido hemiplegia do lado direito Primeiras manifestações observadas aos 4 meses de vida Criança tem preferência unilateral para alcançar objetos Mão mais fechada e polegar incluso no lado plégico Normalmente não utiliza lado plégico as vezes utiliza como auxiliar de funções Padrão flexor de MS e extensor de MI Reação associada: fecha a mão do lado acometido enquanto utiliza a outra geralmente em atividades elaborada (ex: desenhar, brincar) Ausência de reação de proteção do lado plégico Bom desenvolvimento quase 100% conseguem adquirir marcha independente Geralmente não engatinham (necessário dois lados) locomovem-se na posição sentada tracionando-se pelo lado não comprometido Passam para de pé tracionando-se pelo lado não comprometido comum casos de escoliose (usam mais um lado que o outro) Tronco assimétrico e pelve rodada Quando na posição de pé não transferem peso adequadamente para a perna afetada comum casos de Escoliose PADRÕES DE MARCHA: plano sargital Tipo 1/Pé caído: devido fraqueza de dorsoflexores observa-se a ausência ou diminuição da dorsoflexão durante fase de balanço, e então o pé “caí” Tipo 2A /Equino verdadeiro: flexão plantar de tornozelo e extensão de joelho Tipo 2B/ Equino verdadeiro + genu recuvartum: flexão plantar e hiperextensão do joelho Tipo 3/Equino verdadeiro + joelho de saltador: Flexão plantar + flexão de joelho (hiperatividade de gastrocnêmio) e flexão de quadril Tipo 4/Equino verdadeiro + joelho de saltador + quadril afetado : flexão plantar, flexão de joelho, quadril em flexão, rotação interna e adução, pelve rodada Durante marcha costumam realizar circundução com a pelve e com o tronco, mantendo o MS fixo Discrepância de comprimento de MMII (devido descarga de peso ser maior para um lado e por fraqueza de abdutores – devido adoção de adução ser frequente - ocorre queda pélvica) Contraturas e deformidades Escoliose Luxação de quadril do lado afetado (lado onde se adota adução de rotação interna) Sensibilidade do lado plégico pode estar alterada (lesão cerebral vai além do córtex motor e atinge parte sensorial) Em 17 a 27% dos casos há alterações no campo visual Alta incidência de epilepsia (devido lesão cerebral ser extensa) Alterações de comportamento, dificuldade de aprendizagem, hiperatividade pacientes tem dificuldade de entender a importância das intervenções e o porquê de terem de se esforçar para usar lado plégico, se irritam com facilidade TIPO DISCINÉTICO Lesão nos gânglio/ núcleos da base Principais causas: encefalopatia hipoxico-isquemica (status marmoratus) altera desenvolvimento dos núcleos da base e do tálamo Kernicterus icterícia patológica bilirrubina, que está em excesso, atravessa barreira hematoencefalica e atinge os núcleos da base Normalmente são quadriplégicos, raramente hemiplégico (já que os núcleos da base auxiliam no controle total do movimento) Controle anormal do tônus tônus flutuante (tônus aumenta e diminui frequentemente provocando coordenação motora) Adota movimentos involuntários e posturas anormais devido incordenação motora e alterações na regulação do tônus Dificuldade em programar e executar movimentos Dificuldade na manutenção da postura Não consegue modular o movimento ativação involuntária e simultânea da musculatura agonista e antagonista 1) DISTÔNICO Causado pela encefalopatia hipóxico-isquêmica (STATUS MARMORATUS) Além da lesão de núcleos da base há também lesão do tálamo Manifestação parecida com o tipo quadriplégico espástico Súbitas mudanças de tônus de hiper para hipo (amplitude de movimento exagerada, principalmente em tronco) ou ficam em repouso ou quando se movem tem movimentos abruptos Amplitude exagerada (forte influência de padrões tônicos) flexão e extensão total Forte assimetria postural Comum ter contraturas e deformidades (devido tendência de ficarem sempre na mesma posição para evitar movimentos exagerados): escoliose, luxação de quadril, contratura em flexão de quadril e joelho. 2) COREOATETOSE Kernicterus (hiperbilirrubinemia) Pobre ou insuficiente controle do movimento Dificuldade em se manter estático movimentos involuntários excessivos (dificulta movimentação voluntária dificuldade me manter atividade muscular) Movimentos atetósicos: movimentos involuntários lentos, suaves e distais Movimentos coréicos: movimentos involuntários rápidos, súbitos, proximais, de grande amplitude dificuldade de estabilidade proximal Movimento involuntário de extremidades, olhos e língua Dificuldade em utilizar as mãos para tarefas manuais melhor controle de MMII pode ter boas habilidades com os pés Dificuldade de fixação visual cabeça e olhos movem de forma excessiva e involuntária Deformidades geralmente ausentes devido grande movimentação Atenção para luxações (Articulação temporo-mandibular, ombro, dedos, patela, coxofemoral) Normalmente flutuações no movimento cessam com o sono Déficit de equilíbrio Alto gasto energético Consegue maior estabilidade ao trabalhar em cadeia cinética fechada Apresenta respiração bucal incoordenada (expira enquanto fala variação do volume da voz = Disartria) importante fono para auxiliar na comunicação Inteligência pouco acometida ATÁXIA a ataxia pura é rara Lesão de cerebelo frequentemente acontece por alteração congênita (fatores pré-natais) Hipotônicos ou normais Déficit de equilíbrio Marcha com base alargada e desequilibrada marcha do bêbado Quedas são frequentes causa insegurança na criança (medo de se movimentar movimentam-se devagar) Tremor de intensão ocorre associando a uma intenção de movimento, a criança tem a intenção de se mover e nesse momento ocorre o tremor Tremores gera incordenação motora Dismetria: dificuldade em calcular distância até um alvo Disdiadococinesia: dificuldade em executar movimentos rápidos e alternados (Ex: brincar de soco-soco) Nistagmo Escrita prejudicada Fala disártrica lenta e arrastada, fala silábica Dificuldade me transferir peso TIPO MISTO Lesão em mais de um local Associação de diferentes tipos Quadriplegia espástica com componente discinético Diplegia espástica com componente atáxico Discinético com componente atáxico etc...
Compartilhar