Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
FISIOTERAPIA EM PEDIATRIA MEDULA ESPINAL – vias descendentes • Vias piramidais: estão relacionadas a contração muscular, encurtamento de sarcômeros e hipotonia. A hipertonia plástica pode ocorrer em lesões dessa via; • Vias extrapiramidais: estão relacionadas ao controle motor. TÔNUS MUSCULAR • Tensão natural dos músculos mesmo que em repouso; • Resistência fisiológica dos músculos frentes a um alongamento passivo do mesmo; • Classificação do tônus: o Normotonia: fisiológico, mas varia entre raças, temperaturas e atividade física; o Hipotonia: tônus reduzido. Falta de resistência ou resistência reduzida ao movimento passivo. Tem característica como, hiperextensibilidade articular, frouxidão ligamentar na maior parte dos casos. Observa-se transitoriamente na fase aguda de lesões do MNI (lesões nervosas periféricas, lesões de corno anterior e cauda equina medular) e nas lesões ou má formações cerebelares; o Hipertonia: tônus aumentado. Resistência anormalmente alta ao estiramento passivo, ocorrendo em lesões crônicas de MNS e alguns distúrbios dos núcleos da base. Ela pode ser classificada em: Hipertonia elástica/espástica: resistência muscular dependente de velocidade do estiramento ou alongamento muscular. Comum sinal de canivete devido a distribuição desigual do território afetado. Hipertonia plástica: resistência muscular anormal independente da velocidade do alongamento passivo que é causado por lesão no sistema extrapiramidal. Como sinal de roda denteada e cano de chumbo devido a distribuição igual no território afetado. • Avaliação do tônus muscular: movimentação passiva com alternância de velocidade, balanceio passivo de extremidade e palpação. Além disso, são utilizadas a goniometria rápida e a Escala de Ashworth Modificada; • Escala de Ashworth: 0 – normal; 1 – aumento do tônus no inicio e no final do arco do movimento; 1+ – aumento do tônus em menos da metade do arco do movimento, manifestado por tensão abrupta e seguida por resistência mínima; 2 – aumento do tônus em mais da metade do arco do movimento; 3 – parte em flexão ou extensão e movidos com dificuldade; 4 – partes rígidas em flexão ou extensão. • Sinais clínicos da espasticidade: resistência muscular velocidade dependente, aumento do reflexo de estiramento, clônus (aumento do reflexo miotático), sinal de Babinsk, sinergismo em massa, alterações musculares (ventre muscular curto, tendões compridos). • Características funcionais negativas da espasticidade: perda da seletividade muscular, destreza e equilíbrio, fraqueza e hipotrofia muscular, lentificação do movimento, sincinesia, fadigabilidade muscular e contraturas; • Características funcionais positivas: mecanismo de co-contração (ajuda na função); • Tratamento da espasticidade: fortalecimento muscular; PARALISIA CEREBRAL: • Grupo de desordens permanentes no desenvolvimento do movimento e da postura, causando limitação da atividade, atribuída a distúrbios não progressivos ocorridos no desenvolvimento do encéfalo imaturo. Essa condição está muitas vezes associada a problemas de percepção sensorial, cognição, comportamento, epilepsia, musculoesqueléticos e etc; • Classificação - Quanto ao tônus: o Espástica (58%): dependendo da gravidade lesional, pode apresentar espasticidade associada a fraqueza muscular com sinais de liberação piramidal, tendência a desenvolver retrações musculares (deformidades estáticas), presença de RTP, persistência dos reflexos e padrões primitivos movimentos curtos e limitados dependendo do grau da lesão; o Extrapiramidal ou discinético (20%): lesões dos núcleos da base, apresenta tônus flutuante e espasticidade. Nessa condição à presença de movimentos involuntários de articulações proximais (coreicos), distais (atetóides) e face, falta de fixação postural, assimetria e podem apresentar atetose pura, córeo-atetose com espasticidade e distonia; o Atáxica cerebelar (2%): hipotonia, problemas de inervação recíproca (um músculo relaxa e o outro contrai de uma vez só), imput sensorial baixo (cama elástica e vibração forte), tremor intencional, cinético e postural, equilíbrio estático e dinâmico prejudicados, incoordenação motora e disdiadococinesia; o Mista (20%): pode acometer sistema piramidal, extrapiramidal e cerebelar. Características podem ser mistas, como movimentação involuntária com espasticidade, menor grau a ataxia; - Quanto a área afetada: o Hemiparéticos (25%): atraso no desenvolvimento motor na aquisição de posturas simétricos com bom prognóstico de marcha. Desalinhamento postural e déficit na transferência de peso para o hemicorpo lesado. Padrões posturais anormais e marcha com padrão extensor com equino varo + hiperextensão de joelho. A fisioterapia deve trabalhar com movimentos simétricos, prevenir escoliose e outras condições posturais. o Diparético (35%): maior comprometimento dos MMII, mas o desenvolvimento motor dependerá se à comprometimento de tronco e MMSS. Dificuldade com posturas assimétricas com dissociação de cinturas e de pernas na marcha. Nessa condição, como o paciente desenvolve retração muscular devido as posturas anormais, como sentar em “W”, isso faz com que ocorra o movimento de RI e adução de quadril, podendo levar a uma luxação ou subluxação de quadril; o Tetraparético (40%): Acometimento dos 4 membros, tronco e cabeça. Alcançam aquisições motoras, discretas e tardias, desenvolvem deformidades, e geralmente tem condições associadas como a epilepsia e problemas respiratórios. Á presença de reflexos tônicos, patológicos e primitivos, com prognóstico mais reservado. A fisioterapia deve atuar de modo que evite deformidades, ofereça experiências motoras e estimular o aumento do controle postural; AUTISMO • Transtorno de neurodesenvolvimento que compromete a comunicação e interação social da criança. Geralmente apresenta comportamento restritivo e repetitivo; • Tríade: comunicação, interação social e estereotipia; • Fisioterapia: atua em qualquer alteração do movimento que cause limitações funcionais. Geralmente esses pacientes tem dificuldade no andar, correr e nadar. Além disso, pode-se tratar também o fortalecimento muscular, equilíbrio e coordenação motora; PÉ TORTO CONGÊNITO • Deformidade caracterizada pelo por mau alinhamento do complexo do pé que envolve partes moles e ósseas; • Quadro clínico: equino (flexão plantar) do retropé, varo (desvio em direção ao centro do corpo), do calcâneo, adução e supinação (inversão) do médio e antepé, cavo (flexão), ligamentos retraídos, mm tríceps sural contraturado e encurtado, ausência de pulso pedioso; • Tratamento pode ser cirúrgico ou conservador. No conservador pode-se usar métodos de manipulação e imobilização, como o Método Ponseti: • Método Ponseti: Gesso sequencial, primeiro: correção de cavo; próximos 3 ou 4: correção de adução e varo simultaneamente; o equino é o último a ser corrigido; O cavo deve ser corrigido por supinação e o pé não deve ser pronado em nenhuma fase do tto. • O tratamento fisioterapêutico deve se basear na redução da dor, dessensiblização, ganhar flexibilidade, força e prevenir deformidades; • Para isso pode-se lançar mão da liberação da fáscia plantar, mobilização articular, alongamento do tríceps sural, utilização de diferentes texturas para dessensibilizar e para propriocepção, exercícios de descarga de peso; TORCICOLOR CONGÊNITO • Contratura unilateral do ECLM que se manifesta no período neonatal ou em lactentes; • Cabeça fica inclinada para o lado do musculo afetado e rodada para o lado oposto; • A fisioterapia atua para quebrar o padrão da deformidade, estimular e facilitar a visão do lado afetado, e a visão na linha média, e orientar a família. A orientação é o sucesso do tratamento, portanto deve-se orientar a família a posicionar o bebê paradormir com o lado afetado em contato com o berço, e quando for pegá-lo, deixar o lado afetado em conto com o corpo. • Dentro das condutas fisioterapêuticas deve-se utilizar o alongamento estático, movimentos isolados ou combinados, estímulos visuais e sonoros, para favorecer a movimentação ativa de forma lúdica, massoterapia, calor superficial e recomendação de prótese caso haja necessidade. Caso seja um PO, adicionar a massoterapia para evitar aderência cicatricial; ARTROGRIPOSE MÚLTIPLA CONGÊNITA (AMC) • Síndrome neuromuscular não progressiva que inclui um grupo heterogêneo de mal formações congênitas raras, caracterizado por duas ou mais contraturas articulares; • A fisioterapia atua de modo a melhorar/manter ADM, força muscular, evitar recidivas, orientar o uso de órteses, orientar a família quanto ao posicionamento da criança, foco no desenvolvimento motor e independência, e quando possível introduzir a hidroterapia; TESTES ESPECIAIS DE ENCURTAMENTO PARA MM DE MMII • Teste de Ely: testa encurtamento de reto femural. Criança em decúbito ventral, realiza-se flexão de joelho e observa-se se a pelve eleva; • Teste de Thomas: testa encurtamento de ilipsoas. É feita a flexão de joelho e quadril, apoiando o pé da criança no chão, e vai estendendo o membro, verificar se o outro pé sai do solo; • Teste de Ober: testa encurtamento do tensor da fáscia lata e glúteo médio. Criança em decúbito lateral, perna na maca flexionada e a de cima deve-se realizar uma abdução e soltar ao final do movimento, verificar se a perna abduzida voltou para a posição inicial ou se manteve em abdução; • Ducroquet I: testa encurtamento de quadríceps. Criança sentada na beira da maca c/ os pés pendurados, realiza-se flexão joelho e ver se o tronco vai para frente; • Ducroquet II: testa encurtamento de isquiotibiais. Criança sentada na beira da maca c/ os pés pendurados, realizar a extensão de joelho, ver se o tronco vai pra trás; Ducroquet só é realizado em crianças com bom controle de tronco. • Silverkold: testa encurtamento de tríceps sural. É feita dorsiflexão com o joelho estendido para avaliar gastrocnêmio e para isolar o sóleo, é a realizada a dorsiflexão com joelho flexido a 90º; • Ângulo poplíteo: quando não consigo realizar ducroquet;
Compartilhar