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Aula 01 Noções de Direito Administrativo p/ Polícia Civil-PA (Investigador, Escrivão e Papiloscopista) Professor: Daniel Mesquita Noções de Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 267 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita AULA 01: Organização administrativa da União; Administração Direta e Indireta. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO À AULA 01 2 2. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA E INDIRETA. 2 2.1. INTRODUÇÃO 2 2.2. DESCENTRALIZAÇÃO E DESCONCENTRAÇÃO 5 2.3. ÓRGÃOS 11 2.3.1. CLASSIFICAÇÃO DOS ÓRGÃOS 17 2.4. PRINCÍPIOS 37 3. ENTIDADES DA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA 41 3.1. AUTARQUIAS 44 3.2. FUNDAÇÕES PÚBLICAS 78 3.3. EMPRESAS PÚBLICAS 87 3.4. SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA 98 3.5. AGÊNCIAS REGULADORAS, AGÊNCIAS EXECUTIVAS E CONSÓRCIOS PÚBLICOS 119 3.5.1. AGÊNCIAS REGULADORAS 120 3.5.2. AGÊNCIAS EXECUTIVAS 128 3.5.3. CONSÓRCIOS PÚBLICOS 131 4. TERCEIRO SETOR 152 4.1. SERVIÇOS SOCIAIS AUTÔNOMOS (SISTEMA S) 154 4.2. ORGANIZAÇÕES SOCIAIS (=OS): 157 4.3. ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO (=OSCIP): 169 4.4. ENTIDADES DE APOIO: 179 5. RESUMO DA AULA 195 6. QUESTÕES 212 7. REFERÊNCIAS 2 09555860467 Noções de Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 267 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 1. Introdução à aula 01 Bem vindos à nossa aula 01 do curso de Direito Administrativo para PCPA- investigador e escrivão. Nesta aula, abordaremos um dos pontos mais importantes de todo edital: ³4. Centralização e descentralização da atividade administrativa do Estado; 5. Administração pública direta e indireta.´� Num concurso como este, a matéria é muito extensa. Não há como você ler a matéria hoje e apreender tudo até no dia da prova. Por isso, programe-se para ler os resumos na semana que antecede a prova. Lembre-se: o planejamento é fundamental. Chega de papo, vamos à luta! 2. Administração Pública direta e indireta. 2.1. Introdução Para Fernanda Marinela, administração é todo o aparelhamento do Estado pré-ordenado à realização de serviços, visando à satisfação das necessides coletivas. Conforme a competência dos órgãos e de seus agentes, é o instrumental de que dispõe o Estado para colocar em prática as opções políticas do Governo. Em sentido amplo, na lição de Di Pietro (2009, p. 54), a Administração Pública se subdivide em órgãos governamentais e órgãos administrativos (sentido subjetivo) e função política e administrativa (sentido objetivo). Em sentido estrito, a Administração Pública é subdividida nas pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos que exercem funções 09555860467 Noções de Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 267 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita administrativas (sentido subjetivo) e na atividade exercida por esses entes (sentido objetivo). Marinela destaca que é possível apontar dois critérios para conceituar a Administração Pública: a) Critério formal, orgânico ou subjetivo: vislumbra a Administração Pública como o conjunto de órgãos, a estrutura estatal. Nesse sentido, a expressão Administração Pública deve ser grafada com as primeiras letras maiúsculas; b) Critério material ou objetivo: a administração pública deve ser entendida como a atividade administrativa exercida pelo Estado ou, ainda, função administrativa. Nessa aplicação, a expressão administração pública deve ser grafada com letras iniciais minúsculas. Nesta aula, estudaremos a Administração Pública em seu sentido subjetivo, ou seja, quais institutos que movimentam a atividade administrativa, qual a estruturação das pessoas, entidades e órgãos que irão desempenhar as funções administrativas. Essa organização se dá normalmente por leis e, excepcionalmente, por decreto e normas inferiores. Afinal de contas, o que são órgãos? O que é uma autarquia? Qual a diferença entre empresa pública e sociedade de economia mista? Dos elementos que compõem o sentido subjetivo da Administração Pública, só será excluído do objeto desta aula o estudo dos agentes públicos. Para estruturar a Administração Pública Federal e sistematizar as pessoas jurídicas que a integram, foi introduzido o Decreto-Lei nº 200/67, que, apesar de inúmeras alterações legislativas posteriores, continua em vigor, tendo sido recepcionado pela CF/88 como lei ordinária. O referido decreto-lei foi responsável pela divisão da Administração Pública em Direta e Indireta (art. 4º): 09555860467 Noções de Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 267 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 1) Administração Direta: serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios; 2) Administração Indireta: compreende as seguintes entidades, dotadas de personalidade jurídica própria ± autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas. Para o DL 200/67, somente 4 entidades compõem a administração indireta. Essa mesma organização prevista expressamente para a ordem federal é observada para os demais âmbitos políticos (esferas estaduais, municipais e distritais), que guardam com a estrutura federal certo grau de simetria. O estudo da Administração Púbica direta e indireta se inicia com a seguinte pergunta: se o Estado brasileiro é um só, por que existem vários órgãos, entes públicos e empresas na execução e no comando da coisa pública? Isso ocorre porque não há como um só órgão, por exemplo, a Presidência da República, promover a execução de todos os contratos, serviços públicos, atividades econômicas de interesse público existentes no país, de norte a sul. Quando a atividade administrativa é exercida pelo próprio Estado, ou seja, pelos seus órgãos, denomina-se forma centralizada de prestação dos serviços ou prestação direta. Nessa hipótese, a prestação é feita pela própria Administração Direta, que é composta pelas pessoas políticas: União, Municípios e DF. Entretanto, nem sempre é cabível atuar de forma centralizada. Para que seja possível executar bem as atividades inerentes ao Estado, deve haver uma repartição de atribuições e a divisão de competências entre os gestores. Já na Roma antiga se dizia: divide e governa. 09555860467 Noções de Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 267 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 2.2. Descentralização e desconcentração A partir da necessidade de divisão do poder para uma maior especialidade e eficiência na prestação dos serviços públicos, encontramos duas palavras chaves e importantíssimas para o seu concurso:Vamos falar primeiro da Descentralização No tocante à descentralização, é importante, antes de mais nada, fixar a distinção entre descentralização política e descentralização administrativa. Descentralização política ocorre sempre que pessoas jurídicas de direito público concorram com competências políticas, com soberania ou autonomia para legislar, ditar seus propósitos e governar, havendo deslocamento e distribuição entre entes políticos, o que é feito pela Constituição Federal. NUNCA SE ESQUEÇA: DESCENTRALIZAÇÃO POLÍTICA = CAPACIDADE DE EDITAR LEIS (União, Estados, municípios e DF). Descentralização administrativa (que é a que interessa para nosso estudo) ocorre quando o ente político ± União, Estados, DF ou Municípios - desempenha algumas de suas funções por meio de outras pessoas jurídicas. A descentralização pressupõe duas pessoas jurídicas distintas: o Estado e a entidade que executará o serviço, por ter recebido do Estado essa atribuição. Nessa situação, o que existe é a criação de entes personalizados, com poder de autoadministração, capacidade de gerir os próprios negócios, mas com obediência a leis e regras impostas pelo ente central. Ou seja, uma autarquia, por DESCENTRALIZAÇÃO E DESCONCENTRAÇÃO 09555860467 Noções de Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 267 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita exemplo, faz parte da descentralização administrativa, por isso não é capaz de editar leis. Nada impede que ocorram, ao mesmo tempo, a descentralização política e a administrativa. Obviamente, um Estado (ente descentralizado politicamente) pode criar suas próprias autarquias (ente decorrente da descentralização administrativa). Para proteger o interesse público, buscando-se maior eficiência e especialização no exercício da função pública, o Estado poderá transferir a responsabilidade pelo exercício de atividades administrativas que lhe são pertinentes a pessoas jurídicas auxiliares por ele criadas com esse fim (que compõem a Administração Indireta) ou para particulares. Nesse caso, ele passa a atuar indiretamente, pois o faz por intermédio de outras pessoas, seres juridicamente distintos (MARINELA, Fernanda; 2014). Professor, as atividades administrativas podem ser exercidas por particulares? Como assim? Sim, meu amigo, é o caso das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos ou que cooperam com o Estado na realização de seus fins (ex: entes de cooperação ± ONGs, organizações sociais, OSCIPs etc.) em razão de diversos vínculos jurídicos. Para que esse ponto fique mais claro, vamos falar das formas de descentralização administrativa existentes. Conforme entende a doutrina brasileira (especialmente Marinela e Di Pietro), a descentralização administrativa admite as seguintes formas: 1) Descentralização territorial ou geográfica: ocorre com entidade local geograficamente delimitada, dotada de personalidade 09555860467 Noções de Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 267 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita jurídica própria de direito público, com capacidade administrativa genérica para exercer a totalidade ou a maior parte dos encargos públicos de interesse da coletividade. Isso ocorre em Estados unitários, como França, Portugal, Itália, Brasil Império. Alguns doutrinadores admitem essa forma no Brasil de hoje, para definir a situação dos territórios federais. Nesse caso, eles não têm autonomia, embora gozem de capacidade legislativa, o que não é comum em uma descentralização administrativa. 2) Descentralização por serviços, funcional ou técnica (ou outorga de serviços públicos): o Estado cria uma entidade (pessoa jurídica de direito público ou privado) e a ela transfere, mediante previsão em lei, a titularidade e a execução de determinado serviço público. A nova entidade passa a ter capacidade de autoadministração e patrimônio próprio. Normalmente é conferida por prazo indeterminado. É o que ocorre com as entidades da Administração Indireta ± autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista ± que são criadas com o fim específico de prestação de determinado serviço (capacidade específica, decorrente do princípio da especialidade, que será tratado abaixo). 3) Descentralização por colaboração (ou delegação de serviços): o Estado transfere, por contrato ou ato unilateral (nada impede que mediante lei também), unicamente a execução do serviço, para que o ente delegado (pessoa jurídica de direito privado previamente existente) o preste ao público em seu próprio nome e por sua conta e risco, sob fiscalização estatal. Nessa hipótese, o Poder Público conserva a titularidade do serviço, podendo dispor sobre ele de acordo com o interesse público. A delegação é normalmente efetivada por prazo determinado. É o que ocorre nos contratos de concessão e permissão, em que o Estado transfere ao concessionário ou ao permissionário apenas a execução temporária de determinado serviço. 09555860467 Noções de Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 267 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita Assim, decore: Descentralização territorial ou geográfica: Estado unitário cria ente para administrar determinada parcela do território. Descentralização por serviços, funcional ou técnica (ou outorga de serviços públicos): Estado cria ente (com personalidade jurídica própria) e transfere a titularidade e a execução dos serviços ± caso das autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mistas. Descentralização por colaboração (ou delegação de serviços): Estado transfere a empresas apenas a execução dos serviços (caso das concessionárias). Já definimos o que é descentralização, agora vamos falar da: Desconcentração Desconcentração é a reorganização administrativa interna, dentro de uma pessoa jurídica. Constitui uma redistribuição interna de competências. Pode ocorrer na Administração Direta e na Indireta. Segundo lição de Marinela, a desconcentração, que, como visto, é um fenômeno de distribuição interna de partes de competências decisórias, agrupadas em unidades individualizadas, refere-se à organização interna de cada pessoa jurídica. Não prejudica a unidade monolítica do Estado, pois todos os órgãos e agentes permanecem ligados por um consistente vínculo denominado hierarquia, podendo ser em razão da matéria, do grau de hierarquia ou do território. 09555860467 Noções de Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 267 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita É o que ocorre, por exemplo, quando a União distribui as atribuições de sua competência a órgãos de sua própria estrutura, tais como Ministério da Educação, Presidência da República, Casa Civil, Ministério da Defesa,etc; ou quando uma autarquia ± por exemplo o INSS ± estabelece uma divisão interna de funções, criando, por exemplo, gerências executivas, gerências regionais, etc. Assim, temos os seguintes exemplos: Descentralização: Desconcentração: PETROBRÁS IBAMA UNIÃO INSS 09555860467 Noções de Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 267 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita Não confunda descentralização e desconcentração!!! Anote os pontos distintivos!!! A descentralização realiza-se por pessoas diversas, físicas ou jurídicas, e não há vínculo hierárquico entre a Administração Central e a pessoa estatal descentralizada, mas apenas um poder de controle, de fiscalização. Já a desconcentração se refere a uma só pessoa, caracterizando-se na distribuiçãoo de responsabilidades e competências dentro dela mesma, com a manutenção do liame unificador da hierarquia. Hierarquia X Controle Hierarquia: vínculo de autoridade que une órgãos e agentes, por meio de escalões sucessivos, relação de autoridade superior a inferior. Consiste no poder de comando, de fiscalização, de revisão, de punir, de delegar e de avocar competências. Controle: poder que a Administração Central exerce sobre a pessoa descentralizada. Nesse caso, não há qualquer relação de subordinação, mas somente uma relação de fiscalização quanto ao cumprimento da lei, obediência às suas finalidades preestabelecidas e a busca do interesse público. ATENÇÃO!!! Depende de previsão legal, logo, diferentemente da hierarquia, não se presume e se manifesta tão só nos aspectos autorizados pela lei. DESCENTRALIZAÇÃO DESCONCENTRAÇÃO Cria-se uma nova pessoa jurídica para exercer a competência Criação de órgãos internos para distribuição da competência do 09555860467 Noções de Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 267 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita definida em lei. ente central. Controle e fiscalização (sem subordinação) Hierarquia Espécies: x Descentralização territorial ou geográfica (ente administra território); x Descentralização por serviços, funcional ou técnica ou outorga de serviços públicos (autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mistas). x Descentralização por colaboração ou delegação de serviços (permissionárias e concessionárias de serviço público) Transferência entre órgãos da mesma pessoa política O estudo da desconcentração não fica completo se não falarmos dos órgãos. 2.3. Órgãos Órgãos são centros internos de competência administrativa e não possuem personalidade jurídica própria. Eles são integrantes de pessoas jurídicas de direito público (União, INSS, INCRA e etc.). Estas últimas sim possuem personalidade jurídica própria. Constatado que o órgão não tem personalidade jurídica, entende- se que um órgão, via de regra, não tem vontade própria e não pode ser sujeito de direitos e obrigações, não podendo celebrar contrato nem 09555860467 Noções de Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 267 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita formular pedido perante a Justiça em nome próprio. Ele deve atuar em nome da pessoa jurídica de direito público a qual integra, ou seja, se o carro do Ministério da Educação bate em um particular, quem vai atuar perante o Judiciário é a União e não o Ministério da Educação. Professor, se o órgão não tem personalidade jurídica, ele não pode entrar com uma ação na justiça para reaver um direito, é isso? Em regra sim. Por exemplo, a CGU é um órgão vinculado à Presidência da República. Se ela busca promover uma ação para ressarcir um dano que um cidadão causou ao seu patrimônio, ela deve se valer da Advocacia da União e entrar com uma ação na Justiça em nome da União, ou seja, é a União (que tem personalidade jurídica própria) quem vai ser a autora da ação. Como toda regra tem exceção, os órgãos públicos podem ter representação própria, isto é, seus próprios procuradores e atuarem em juízo em seu próprio nome em situações excepcionais. Conforme leciona José dos Santos Carvalho Filho, para se reconhecer a personalidade judiciária de um órgão público, é preciso que sejam atendidas as seguintes condições: a) ser ele integrante da estrutura superior da pessoa federativa; b) ter a necessidade de proteção de direitos e competências outorgadas pela Constituição; c) não se tratar de direito de natureza meramente patrimonial. 09555860467 Noções de Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 267 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 1) A jurisprudência do STF reconhece a ocorrência de situações em que o Poder Legislativo necessite praticar em juízo, em nome próprio, uma série de atos processuais na defesa de sua autonomia e independência frente aos demais Poderes, nada impedindo que assim o faça por meio de um setor pertecente a sua estrutura administrativa, também responsável pela consultoria e assessoramento jurídico de seus demais órgãos (ADI 1.557/DF, STF- Tribunal Pleno, Rel.ª Min.ª Ellen Gracie, julgamento: 31.03.2004, DJ: 18.06.2004). 2) Para se aferir a legitimação ativa dos órgãos legislativos, é necessário qualificar a pretensão em análise para se concluir se está, ou não, relacionada a interesses e prerrogativas institucionais (REsp 1.164.017/PI, STJ-Primeira Seção, Rel. Min. Castro Meira. DJe: 06.04.2010). 3) Em mandado de segurança, admite-se personalidade judiciária a órgão sem personalidade jurídica própria (RMS 15.877/DF, STJ- Primeira Turma, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, julg: 18.05.2004, DJ: 21.06.2004). Professor, se a pessoa jurídica não tem vontade própria, como é que vamos considerar que a manifestação daquela pessoa que trabalha naquele órgão é a manifestação do Estado? Como vimos, a atuação do órgão, em regra, é imputada à pessoa jurídica a cuja estrutura ele pertence (no exemplo dado, a CGU se vale da personalidade jurídica da União para ir a juízo): relação órgão/pessoa jurídica da qual pertence. Na relação servidor/órgão é basicamente a mesma coisa. Assim, todo aquele servidor que trabalha no órgão pratica atos em nome deste, ou seja, o ato não vai ser de Fulado da Silva, servidor público, mas da CGU. 09555860467 Noções de Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 267 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita Isso quer dizer que o Brasil adota a teoria do órgão (elaborada na Alemanha) para explicar como se dá a atribuição ao Estado dos atos das pessoas naturais que age em nomedeles. Para explicar esse fenômeno (de transposição da vontade e do ato do servidor para a vontade e o ato do Estado), foram criadas 3 teorias: teoria do mandato, teoria da representação e teoria do órgão (ou da imputação). Mas não se esqueça: o BRASIL ADOTA A TEORIA DO ÓRGÃO! Conforme lição de Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino (2010, p. 117-119), podemos definir essas três teorias da seguinte forma: Teoria do mandato Teoria da representação Teoria do órgão ou da imputação O agente público (pessoa física) age em nome e sob responsabilidade da pessoa jurídica de direito público porque recebe um mandato (=uma procuração), com poderes específicos para representação. O agente público �SHVVRD� ItVLFD�� ³VHULD� uma espécie de tutor ou curador do Estado, que o representaria nos atos que QHFHVVLWDVVH� SUDWLFDU´� (Alexandrino, 2010, p. 118). Entende-se que a pessoa jurídica de direito público manifesta sua vontade por meio dos órgãos. Estes são a estrutura da própria administração. Se o agente público se manifesta, considera- se que foi o próprio 09555860467 Noções de Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 267 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita Estado quem se manifestou (= imputação). A teoria do mandato é descabida porque o Estado não tem vontade própria, não há como ele outorgar um mandato. Não se admite que o Estado, que não tem vontade própria e não tem como exteorizá-la, possa assinar um contrato, instrumento esse que depende impreterivelmente da autonomia da vontade. A teoria da representação, por sua vez, é inconcebível, pois o incapaz, exatamente por possuir essa condição, não pode escolher ou conferir poderes a um representante. Além disso, a representação pressupõe duas figuras perfeitamente independentes, com suas vontades, o que, na verdade, não acontece nesse caso, já que a vontade do Estado e a do agente se confundem. Segundo a teoria do órgão, adotada no Brasil, as pessoas físicas foram qualificadas como órgãos das pessoas jurídicas cuja vontade formam e exteriorizam, de tal forma que, quando os agentes que compõem os órgãos públicos manifestam a sua vontade, é como se o próprio Estado o fizesse, não sendo assim uma vontade de alguém dele distinto, compondo uma relação orgânica.Portanto, a vontade do agente público, manifestada nessa qualidade, e a vontade GR�(VWDGR�VH�FRQIXQGHP��IRUPDP�XP�WRGR�~QLFR��H�HVVH�³SRGHU´�GDGR�j� pessoa física decorre de imputação legal. Mas quem cria o órgão? A autoridade superior? A lei? A criação dos órgãos públicos representa um processo de desconcentração da atividade administrativa e, em razão do princípio da legalidade, essa estruturação não pode ser realizada pelo 09555860467 Noções de Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 267 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita administrador, dependendo de previsão legal. A lei que cria o órgão público também estabelece a sua estrutura organizacional, fixa competências e impõe limites às pessoas físicas. 1RV�WHUPRV�GR�DUW������9,��³D´��GD�&RQVWLWXLomR�)HGHUDO� Ou seja, a estruturação e as atribuições dos órgãos poderão ser disciplinadas por meio de decreto do Chefe do Executivo, desde que não haja aumento de despesas nem sua criação ou extinção. Assim, a autoridade não pode criar ou extinguir um órgão. O decreto do chefe do Poder Executivo, a partir da Emenda Constitucional no 32, de 2001, na lição de José Levi Mello do Amaral Júnior, é o ³único instrumento normativo apto a versar sobre atribuições e estruturação intestinas dos Ministérios e órgãos da administração pública ("intestinas" pois, em razão do princípio da legalidade, não pode haver, in casu, influxo restritivo sobre direitos de particulares). Portanto, as atribuições e a estruturação intestinas dos Ministérios e órgãos da administração pública não mais tocam à lei, devendo ser veiculadas em decreto autônomo ± vale repetir, espécie normativa primária ± desde que não implique aumento de despesa ou criação RX�H[WLQomR�GH�yUJmRV�S~EOLFRV´. Assim, o Presidente da República pode, por exemplo, reestruturar um Ministério e outros órgãos da Administração, desde que não haja a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 09555860467 Noções de Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 267 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita aumento de despesa, mas não pode criar ou extinguir um órgão público. Quem faz isso, cria ou extingue órgão na letra fria da Constituição, é a lei. É o Poder Legislativo quem edita a lei que cria ou extingue um órgão. A única participação que o chefe do Poder Executivo (Presidente, Governador ou Prefeito) tem numa lei que cria ou extingue órgãos do Poder Executivo é enviar o projeto à Câmara ou à Assembléia Legislativa. Nesses casos, só o chefe do Poder Executivo tem a iniciativa GH�HQFDPLQKDU�R�SURMHWR�GH�OHL��FRQIRUPH�R�DUW����������,,��³H´��GD�&)�� CUIDADO: Não confunda descentralização e desconcentração administrativa com descentralização do Estado federativo (descentralização política). As duas primeiras são as que vimos acima, decorrem da subdivisão de atribuições que ocorre na Administração Pública. Já a descentralização do Estado federativo (= descentralização política) é a divisão do Estado em entidades políticas. É o que ocorre no Brasil: a República (Brasil) se dividiu em vários estados federados (RJ, SP, MG, GO, BA etc.). 2.3.1. Classificação dos órgãos Vamos às classificações mais importantes dos órgãos públicos, abordadas por Carvalho Filho: e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, observado o disposto no art. 84, VI (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 09555860467 Noções de Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 267 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita x Quanto à pessoa federativa: Conforme a estrutura em que estejam integrados, existe uma divisão dos órgãos em Federal, Estaduais, distritais e Municipais. x Quanto à situação estrutural: Nessa classificação diferencia-se aqueles que possuem direção e os subordinados: ¾ Diretivos: Possuem comando e direção; ¾ Subordinados: Aqueles que estão incubidos de exercer as fnções rotineiras de execução. x Quanto à composição: Podem os órgãos serem compostos por um só agente ou por vários, conforme a dispõe Carvalho Filho: ¾ Singulares: Compostos de um só agente, exp.: Chefe do Executivo; ¾ Coletivos: Integrados por vários agentes: (a) Órgãos de representação Unitária: ³$�UHSUHVHQWDomR� YROLWLYD� GR� órgão é representada pela manifestação volitiva do Direitor RX�&RRUGHQDGRU´� (b) Órgãos de representação Plúrima: ³$� H[WHULRUL]DomR� GD� YRQWDGe do órgão, se tratando de expressar ato inerente à função institucional como um todo, emana da unicidade ou da maioria da vontade dos agentes D�FRPS}HP��JHUDOPHQWH�YRWDomR�´� Além dessas classificações, Marinela destaca outros critérios de classificação, todos bem aceitos na doutrina. Adotando-se como critério a sua posição estatal, os órgãos públicos podem ser: 1) Independentes: originados na Constituição e representativos de cada um dos Poderes do Estado (Executivo, Legislativo e 09555860467 Noções de Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 267 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita Judiciário), colocados no ápice da pirâmide governamental, sem subordinação hierárquica ou funcional, apenas se sujeitando ao controle de um Poder sobre o outro. Suas atribuições são exercidas por agentes políticos. Exs: Corporações Legislativas, Chefias do Executivo, Tribunais Judiciários e Juízes Singulares. 2) Autônomos: localizados na cúpula da Administração, imediatamente abaixo dos órgãos independentes e diretamente subordinados a seus chefes. Possuem ampla autonomia administrativa, técnica e financeira, caracterizando-se como órgãos diretivos, com funções de planejamento, supervisão, coordenação e controle das atividades que constituem sua área de competência. Exs: Ministérios, Secretarias Estaduais e Municipais, Consultoria-Geral da República, Procuradoria Geral de Justiça, etc. 3) Superiores: detêm poder de direção, controle, decisão e comando dos assuntos de sua competência específica, mas sempre sujeitos à subordinação e ao controle hierárquico de uma chefia mais alta. Nâo gozam de autonomia administrativa e financeira. Exs: Gabinetes, Secretarias-Gerais, Procuradorias Administrativas e Judiciais, Coordenadorias, Departamentos e Divisões. 4) Subalternos: todos aqueles que se acham hierarquizados a órgãos mais elevados, com reduzido poder decisório e predominância de atribuições de execução. Exs: seções e serviços (seção de expediente, de pessoal, de material , de portaria, zeladoria). Conforme a sua esfera de atuação, são divididos em: 1) Centrais: exercem atribuições em todo o território nacional, estadual ou municipal. Exs: Ministérios e Secretarias. 09555860467 Noções de Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 267 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 2) Locais: atuam sobre uma parte do território. Exs: Delegacias Regionais da Receita, Delegacias de Polícia, etc. Podem ser diferenciados de acordo com a sua estrutura, tendo como critério a possibilidade de ter ou não outros órgãos agregados, órgãos a ele vinculados, funcionando como desdobramentos. 1) Simples (ou unitários): constituídos por um só centro de competência, não tendo outros órgãos agregados à sua estrutura para realizar desconcentradamente a sua função principal. Ex: seção administrativa. 2) Compostos: reúnem outros órgãos vinculados à sua estrutura, menores e com função principal idêntica, gerando uma desconcentração com funções auxiliares diversificadas, exercendo atividade-meio. Exs: hospitais e postos frente à Secretaria de Saúde; escolas frente à Secretaria de Educação. Não confunda os órgãos quanto à estrutura, simples ou compostos, com os órgãos quanto à atuação funcional. No primeiro caso, o elemento determinante é a presença de órgãos agregados enquanto a segunda classificação diz respeito à composição interna do órgao, no que se refere aos agentes que o compõem, dividindo-se, nesse caso, em: 1) Singulares: possuem um só titular, atuando e decidindo por um único agente, que é o seu chefe e representante. Ex: Presidência da República, Governadoria, Prefeitura e Diretoria de uma escola. 2) Colegiados: atuam e decidem pela expressão de vontade de seus membros e de conformidade com a respectiva regência 09555860467 Noções de Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 267 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita legal, estatutária ou regimental. Sâo compostos por duas ou mais pessoas. Exs: Conselhos, Tribunais, Assembléias Legislativas, Congresso Nacional, etc. Por fim, os órgãos também podem ser classificados conforme as funções que exercem: 1) Ativos: responsáveis por funções primordiais, apresentando condutas comissivas e expressando decisões estatais para o cumprimento dos fins da pessoa jurídica. Podem ser subdivididos em: a) Órgãos de direção superior: decidem, ordenam, dirigem e planejam, formando e manifestando a vontade originária do Estado e assumindo responsabilidade jurídica e política das decisões. b) Órgãos de execução: sujeitos à subordinação hierárquica; são subalternos, competindo-lhes a manifestação secundária de vontade do Estado. 2) Consultivos: assumem atividade de aconselhamento e elucidação; participam da ação estatal para auxiliar e preparar sua manifestação de vontade, dando auxílio técnico ou jurídico específico e especializado, como por exemplo na emissão de pareceres. 3) De controle: exercem controle e fiscalização de órgãos ou agentes. Assim, temos as seguintes classificações: José dos Santos Carvalho Filho: x Quanto à pessoa federativa: Federal, Estaduais, distritais e Municipais. x Quanto à situação estrutural: Diretivos ou Subordinados 09555860467 Noções de Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 267 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita x Quanto à composição: Singulares ou Coletivos (de representação unitária ou representação plúrima). Fernanda Marinela x Quanto à posição estatal: Independentes (Poderes do Estado), autônomos (órgãos de cúpula), superiores* (poder de direção nos assuntos de sua competência, mas sujeitos à uma hierarquia e controle superiores) ou subalternos (hierarquia inferior). Coloquei * nos superiores, pois o nome parece mas não é. Ele é superior, mas dentro de sua competência específica. Contudo, ele é subordinado a órgãos maiores do que ele. x Quanto à esfera de atuação: centrais (em todo território) ou locais (em parte do território). x Quanto à sua estrutura: Simples (ou unitários - um só centro de competência) ou compostos (composto de outros órgãos vinculados à sua estrutura). x Quanto à atuação funcional: Singulares (um só titular) ou colegiados (decisão pela vontade de seus membros). x Quanto às funções que exercem: Ativos (funções primordiais, subdivididos em órgãos de direção superior e órgãos de execução), consultivos (aconselhamento) e de controle. Não deixe de ler esse resuminho antes da prova, pois ultimamente as bancas vêm cobrando muito a classificação dos órgãos!09555860467 Noções de Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 267 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 1) (VUNESP ± 2013 ± TJ-SP ± Advogado) Em relação à desconcentração da atividade administrativa, assinale a alternativa correta. a) É suficiente para assegurar a eficiência na gestão administrativa. b) Trata-se de execução de atividade pelo Estado de forma indireta e mediata c) Ocorre por meio da criação de entes da administração indireta d) Trata-se de forma de repartição interna da competência atribuída a ente estatal e) Somente ocorre na administração indireta, por meio de empresas públicas. Não se esqueçam!! Desconcentração Adm. Direta Descentralização Adm. Indireta Ai fica fácil né? Temos a letra D como resposta correta. Gabarito: D 2) (FUNCAB ± 2013 ± ANS - Atividade Téc. de Suporte ± Direito) Sobre Administração Pública Indireta, assinale a alternativa correta. a) As agências reguladoras são constituídas na forma de sociedade de economia mista. b) A Agência Nacional de Saúde é uma empresa pública. c) As autarquias tem personalidade jurídica de direito privado. d) É vedada a criação de autarquias em âmbito municipal. e) A criação das autarquias é manifestação do fenômeno da descentralização administrativa. 09555860467 Noções de Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 267 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita Letra (A) agências reguladoras pois são constituídas na forma de autarquia de regime especial, possuindo todas as características das autarquias, exceto que seus dirigentes são estáveis e os seus mandatos são fixos, alternativa errada. Letra (B) A Agência Nacional de Saúde é uma agência reguladora, criada pela Lei n. 9.961/200, regulamentada pelo Decreto n. 3.327/200, vinculada ao Ministério da Saúde, alternativa errada. Letra (C) As autarquias têm personalidade jurídica de direito público interno, alternativa errada. Letra (D) Errada, pois os municípios possuem autonomia para criar autarquias, todavia, deve observar o princípio da iniciativa. Letra (E) Por meio da descentralização, as competências administrativas são distribuídas a pessoas jurídicas autônomas, exemplo disso, é a criação da Autarquia. Alternativa correta. Gabarito ± Letra E. 3) (FUNCAB ± 2013 - PC-ES ± Médico Legista) São características da descentralização como organização administrativa: a) existência de competências divididas entre órgãos sem personalidade jurídica própria. b) formação de um conjunto de entidades denominado FRPXPHQWH�GH�³$GPLQLVWUDomR�3~EOLFD�,QGLUHWD´� c) responsabilidade direta dos órgãos despersonalizados na hipótese de causação de danos. d) conjugação de órgãos e entidades formadores da denominada ³$GPLQLVWUDomR�3~EOLFD�'LUHWD´� e) superioridade hierárquica do Estado sobre entes cr iados para divisão das atribuições administrativas. Na descentralização as competências administrativas são distribuídas a pessoas jurídicas autônomas, criadas pelo Estado para 09555860467 Noções de Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 267 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita tal finalidade, ou como a questão falou: conjunto de entidades GHQRPLQDGR�FRPXPHQWH�GH�³$GPLQLVWUDomR�3~EOLFD�,QGLUHWD´� Gabarito ± Letra B. 4) (FUNCAB ± 2013 - PC-ES - Perito em Telecomunicação) São características da desconcentração como organização administrativa: a) atribuições repartidas entre entidades autônomas criadas pelo Estado. b) formação de conjunto de entidades reconhecido pela expressão ³$GPLQLVWUDomR�3~EOLFD�,QGLUHWD´� c) a partição de competências entre órgãos por critérios territoriais, temáticos ou hierárquicos. d) responsabilidade direta das entidades criadas pelos prejuízos causados a particulares. e) o reconhecimento de núcleos de competência estatal com personalidade jurídica e direcionamento autônomos. A desconcentração pode ser classificada pelos critérios: x Territorial ou geográfica, delimitando as regiões onde cada órgão pode atuar. x Material ou temática: A divisão será de acordo com aa especialização de cada órgão por assunto; x Hierárquica ou funcional: a repartição das competências é feita em relação de subordinação. Gabarito ± Letra C. 09555860467 Noções de Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 267 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 5) (VUNESP -2013 ± TJ-SP ± Advogado) Os órgãos situados no alto da estrutura organizacional da Administração Pública, logo abaixo dos órgãos independentes, podem ser classificados como: a) autônomos. b) subalternos c) superiores d) subordinados. e) complexos. Vimos na aula algumas das classificações dos órgãos. Porém, exitem outras. A questão em comento cobra a classificação quanto à posição estatal. Vamos ver a ordem? Órgãos independentes Órgãos autônomos Órgãos Superiores Órgãos Subalternos Portanto, logo abaixo dos órgãos independentes teremos os órgãos autônomos. Gabarito: A 6) (VUNESP ± 2012 ± DPE-MS ± Defensor Público) Considerando a classificação dos órgãos públicos, pode-se afirmar que os órgãos autônomos são aqueles a) situados no alto da estrutura organizacional da Administração Pública, logo abaixo dos órgãos independentes e a estes subordinados; possuem ampla autonomia administrativa, financeira e técnica; exercem funções de direção, planejamento, supervisão e controle, observadas, no entanto, as diretrizes traçadas pelos órgãos independentes. b) que têm sua origem na Constituição, situando-se no ápice da pirâmide organizacional, sem subordinação hierárquica ou funcional; 09555860467 Noções de Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 267 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita representam os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, efetuando as ações políticas do governo. c) de direção, controle, decisão e comando, em assuntos da respectiva competência; não gozam de autonomia administrativa e financeira; possuem funções técnicas e de planejamento na área de suas correspondentes atribuições. d) com reduzido poder decisório e predominância de atribuições executivas, devendo cumprir decisões e executar serviços rotineiros, que atendem aos administrados; são dotados de um único centro de competências ou atribuições. Vimos na questão acima que os órgãos autônomos estão logo abaixo dos órgãos independentes e a estes estão subordinados. Além dessa característica, os órgãos autônomos possuem ampla autonomia administrativa,financeira e técnica; exercem funções de direção, planejamento, supervisão e controle, observadas, no entanto, as diretrizes traçadas pelos órgãos independentes. Gabarito: A 7) (FCC - 2013 - AL-RN - Analista Legislativo) Os órgãos públicos, quanto à posição estatal, classificam-se em independentes, autônomos, superiores e subalternos. Nessa categoria, o Senado Federal enquadra-se como órgão público a) autônomo. b) independente. c) superior. d) subalterno. e) autônomo e subalterno, concomitantemente. 09555860467 Noções de Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 267 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita Pessoal, os órgãos independentes são aqueles representativos de poderes que não se subordinam hierarquicamente a nenhum outro. Ex.: Chefia do Executivo, casas legislativas, etc. Portanto, o Senado Federal é um órgão independente. Os órgãos autônomos são os órgãos da cúpula administrativa, abaixo dos órgãos independentes e subordinados aos seus chefes diretamente. São exemplos: os Ministérios, a Defensoria Pública da União e as Secretarias Estaduais. Já os órgãos superiores são órgãos que detém o comando dos assuntos sob sua alçada, mas estão sempre sujeitos à subordinação a uma chefia mais alta, pois não detém autonomia financeira nem administrativa. São exemplos: os gabinetes, as secretarias-gerais, as inspetorias-gerais, os departamentos. Por fim, os órgãos subalternos são as escolas, portarias do governo, hospitais, orgãos que são comandados pelo governo. Gabarito: B 8) (FCC ± 2014 ± TRT 16ª Região (MA) ± Analista Judiciário ± Área Administrativa) Considere a seguinte assertiva: A Câmara dos Deputados classifica-se, quanto à posição estatal, como órgão independente. Isto porque, dentre outras características, não possui qualquer subordinação hierárquica ou funcional, estando sujeita apenas a controle constitucional. A assertiva em questão está: a) correta, pois trata-se de órgão independente e autônomo, expressões sinônimas quanto à classificação dos órgãos públicos. b) incorreta, pois não se trata de órgão independente e sim autônomo. 09555860467 Noções de Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 267 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita c) correta, pois trata-se de órgão independente, estando a fundamentação também correta. d) incorreta, pois embora seja órgão independente, ele está sujeito à subordinação hierárquica e funcional. e) incorreta, pois trata-se de órgão autônomo e sujeito à subordinação hierárquica e funcional. Letra (A). Independente e autônomo não são expressões sinônimas. Órgão independente é aquele originado na Constituição e representativo de cada um dos Poderes do Estado (Executivo, Legislativo e Judiciário), colocado no ápice da pirâmide governamental, sem subordinação hierárquica ou funcional, apenas se sujeitando ao controle de um Poder sobre o outro. Já órgão autônomo é aquele localizado na cúpula da Administração, imediatamente abaixo do órgãos independente e diretamente subordinado a seus chefes. Logo, está INCORRETA. Letra (B). A Câmara dos Deputados é um exemplo de órgão independente. Logo, está ERRADA. Letra (C). Está CORRETA, com base nos comentários feitos aos itens anteriores. Letra (D). Justamente por ser um órgão independente, não está sujeito à subordinação hierárquica ou funcional. Logo, está INCORRETA. Letra (E). A Câmara dos Deputados é um exemplo de órgão independente. Logo, está ERRADA. Gabarito: C 9) (FCC ± 2014 ± TRT 16ª Região (MA) ± Técnico Judiciário ± Administrativa) Luísa, candidata a uma vaga de concurso público, em seu exame oral, foi questionada pelos examinadores acerca da classificação dos órgãos públicos, especificamente quanto à posição estatal, devendo exemplificar os órgãos públicos superiores. Luísa 09555860467 Noções de Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 267 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita forneceu cinco exemplos de órgãos públicos superiores, equivocando-se acerca de um deles, qual seja, a) Divisões. b) Departamentos. c) Ministérios. d) Coordenadorias. e) Gabinetes. Primeiramente, cabe conceituar órgão superior como sendo aquele que detém poder de direção, controle, decisão e comando dos assuntos de sua competência específica, mas sempre sujeitos à subordinação e ao controle hierárquico de uma chefia mais alta, nâo gozando de autonomia administrativa e financeira. As Letras A, B, D e E trazem exemplos de órgãos superiores. Por isso, não devem ser marcadas, já que a questão pede o item que não é órgão superior. A Letra C traz um exemplo de órgão autônomo, que é aquele localizado na cúpula da Administração, imediatamente abaixo dos órgãos independentes e diretamente subordinados a seus chefes. Possui ampla autonomia administrativa, técnica e financeira, caracterizando-se como órgão diretivo, com funções de planejamento, supervisão, coordenação e controle das atividades que constituem sua área de competência. Portanto, é o item a ser marcado. Gabarito: C 10) (FUNCAB ± 2014 - PRODAM-AM - Analista Administrativo) Assinale a alternativa que contenha um ente da administração pública direta: a) Sociedade de Economia Mista. b) Secretaria do Estado. c) Empresa Pública. 09555860467 Noções de Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 267 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita d) Autarquia. e) Fundação Pública. A Administração Pública Direta ou Centralizada é o conjunto composto por todos os órgãos públicos integrantes da estrutura de cada entidade federativa. Assim além dos entes federativos (União, Estados, D.F. Territórios e Municípios), também pertencem a Administração Pública Direta os Ministérios, Secretarias, Delegacias, Tribunais, Casas legislativas, Prefeituras, Ministério Público, Defensorias, Tribunais de Contas e etc. Gabarito ± Letra B. 11) (FCC - 2012 - TJ-PE - Analista Judiciário)Em relação aos órgãos e agentes da Administração Pública é correto afirmar: a) a atuação dos órgãos não é imputada à pessoa jurídica que eles integram, mas tendo a prerrogativa de representá-la juridicamente por meio de seus agentes, desde que judiciais. b) a atividade dos órgãos públicos não se identifica e nem se confunde com a da pessoa jurídica, visto que há entre a entidade e seus órgãos relação de representação ou de mandato. c) os órgãos públicos são dotados de personalidade jurídica e vontade própria, que são atributos do corpo e não das partes porque estão ao lado da estrutura do Estado. d) como partes das entidades que integram os órgãos são meros instrumentos de ação dessas pessoas jurídicas, preordenados ao desempenho dasfunções que lhe forem atribuídas pelas normas de sua constituição e funcionamento. e) ainda que o agente ultrapasse a competência do órgão não surge a sua responsabilidade pessoal perante a entidade, posto não haver considerável distinção entre a atuação funcional e pessoal. 09555860467 Noções de Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 267 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita O órgão deve atuar em nome da pessoa jurídica de direito público a qual integra, dessa forma, a atuação do órgão, nesse sentido, é imputada à pessoa jurídica a cuja estrutura ele pertence (teoria do órgão e não teoria da representação ou teoria do mandato). Alternativa ³D´�H�³E´�HUUDGDV� Constatado que o órgão não tem personalidade jurídica, letra ³F´� errada. $� DOWHUQDWLYD� ³H´� HVWi� HUUDGD�� SRLV� VH� R� DJHQWH� XOWUDSDVVDU� D� competência do órgão ele responde perante a administração, que deverá reparar o particular de eventual prejuízo. Em regresso, a administração deve cobrar do agente público que atuou com abuso de poder ou, até mesmo, do particular que se passou como agente público. Nesta última hipótese, aplica-se a teoria da aparência para resguardar a vítima. O agente público poderá responder, até mesmo, disciplinarmente nessa hipótese. Gabarito: LHWUD�³G´��SRLV�UHIOHWH�D�DSOLFDomR�GD�WHRULD�GR�yUJmR�� 12) (FCC ± 2014 ± TCE/PI ± Auditor Fiscal de Controle Externo) A Administração pública pode desempenhar as atividades públicas de forma centralizada ou descentralizada. Na administração descentralizada, a) o Estado-Administração atua por meio de seus órgãos internos e agentes públicos, ligados, entre si, por vínculo hierárquico, prestando serviços públicos típicos. b) o Estado-Administração atua por meio de entidades ou pessoas jurídicas, que necessariamente têm natureza de direito privado. c) parte das atividades da Administração direta são atribuídas à Administração indireta, constituída por pessoas administrativas 09555860467 Noções de Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 267 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita autônomas e por isso destituídas de relação ou vínculo com a Administração direta. d) a atuação da Administração se dá por meio de pessoas jurídicas, com natureza de direito público ou de direito privado, que compõe a denominada Administração pública indireta. e) o Estado transfere a mera execução de suas atividades a outras entidades, nascendo o fenômeno da delegação. Letra (A). Trata-se do instituto da desconcentração e não da descentralização, que ocorre quando o ente político ± União, Estados, DF ou Municípios - desempenha algumas de suas funções por meio de outras pessoas jurídicas. Portanto, está ERRADA. Letra (B). A descentralização pode ser feita tanto em relação a pessoas jurídicas de direito privado como de direito público. Logo, está INCORRETA. Letra (C). Há sim vínculo entre entidade da Administração Indireta e a Administração Direta, consistindo no controle finalístico (poder de fiscalização), que não é uma relação de hierarquia. Portanto, está ERRADA. Letra (D). A descentralização ocorre quando o ente político ± União, Estados, DF ou Municípios - desempenha algumas de suas funções por meio de outras pessoas jurídicas, de direito público ou privado. Com isso, é composta a Administração Pública Indireta. Portanto, está CERTA. Letra (E). Se a atividade for transferida para outra pessoa jurídica da administração indireta, o Estado transfere a titularidade e a execução do serviço (fenômeno da outorga); se for transferida para pessoa jurídica de direito privado ou particular, transfere somente a execução (fenômeno da delegação, ex: concessionárias). Logo, está ERRADA. Gabarito: D 09555860467 Noções de Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 267 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 13) (FCC - 2012 - TST - Técnico Judiciário) Compõe a Administração pública direta da União a) o Departamento de Polícia Federal. b) o Banco Central do Brasil. c) a Agência Nacional de Aviação Civil. d) a Caixa Econômica Federal. e) a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. A Administração Direta é composta pelos órgãos que estão ligados diretamente ao poder central, seja federal estadual ou municipal, quais sejam: os próprios organismos dirigentes, seus ministérios e secretarias. Por isso a única alternativa correta é a letUD�³D´��SRLV�R�'3)� compõe a estrutura do poder central da União. Em contrapartida, a Administração Indireta, por sua vez, é composta por entidades que foram criadas com personalidade jurídica própria para realizar atividades de Governo que necessitam ser desenvolvidas de forma descentralizada, sendo elas as autarquias (Ex: BACEN), fundações, empresas públicas (Ex: CAIXA e ECT), sociedades de economia mista, as quais se somam as participações societárias em entidades privadas, e as agências reguladoras (Ex: ANAC). *DEDULWR��OHWUD�³D´� 14) (FCC ± 2014 ± Câmara Municipal de São Paulo/SP ± Procurador Legislativo) No que tange aos órgãos públicos, é correto afirmar: a) O Chefe do Poder Executivo pode, por decreto, promover a extinção de órgãos públicos, quando seus cargos estiverem vagos. 09555860467 Noções de Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 267 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita b) As Câmaras Municipais não são propriamente órgãos públicos, mas entes autárquicos, dado a autonomia que lhes é conferida pela Constituição. c) A teoria do mandato é a explicação adotada pela doutrina atual para explicar a expressão da vontade estatal pelos órgãos públicos e pelos agentes administrativos que os compõem. d) Somente se pode proceder à criação de um órgão público mediante lei de iniciativa da Chefia do Poder Executivo, sob pena de inconstitucionalidade por vício de iniciativa. e) Como regra, os órgãos públicos são destituídos de capacidade processual; porém, a doutrina e a jurisprudência nacionais vêm reconhecendo tal capacidade a órgãos de status constitucional, quando necessária à defesa de suas prerrogativas e competências institucionais. Letra (A). A criação ou extinção dos órgãos públicos dependem de lei (e não decreto) de iniciativa privativa do Chefe do 3RGHU�([HFXWLYR��DUW���������³H´��GD�&)���e�SRVVtYHO�GLVSRU�PHGLDQWH� decreto sobre: organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; e extinção de funções ou cargos públicos (e não de órgãos, como diz a questão), quando vagos (art. 84, inciso VI, da CF). Logo, está ERRADA. Letra (B). A Câmara Municipal é sim um órgão público. Portanto, está INCORRETA. Letra (C). A teoria do mandato entende que o agente público(pessoa física) age em nome e sob responsabilidade da pessoa jurídica de direito público porque recebe um mandato (=uma procuração), com poderes específicos para representação. Entretanto, essa teoria é descabida porque o Estado não tem vontade própria, não há como ele 09555860467 Noções de Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 267 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita outorgar um mandato. Assim, a doutrina atual adota a teoria do órgão ou da imputação, entendendo que a pessoa jurídica de direito público manifesta sua vontade por meio dos órgãos. Portanto, está INCORRETA. Letra (D). Excepcionalmente, a CF traz situações em que HVVD� LQLFLDWLYD�p� UHVHUYDGD�D�RXWUR�yUJmR� �H[��DUW������ ,,�� ³F´��GD�&)��� Assim, não é sempre de iniciativa do Chefe do Executivo. Logo, está ERRADA. Letra (E). Admite-se excepcionalmente órgão público em juízo em busca de prerrogativas funcionais, agindo como sujeito ativo. Essa situação especial normalmente é aceita para órgãos mais elevados na estrutura estatal, aqueles de patamar constitucional. Inclusive, a jurisprudência do STF reconhece a ocorrência de situações em que o Poder Legislativo necessite praticar em juízo, em nome próprio, uma série de atos processuais na defesa de sua autonomia e independência frente aos demais Poderes, nada impedindo que assim o faça por meio de um setor pertecente a sua estrutura administrativa, também responsável pela consultoria e assessoramento jurídico de seus demais órgãos (ADI 1.557/DF, STF- Tribunal Pleno, Rel.ª Min.ª Ellen Gracie, julgamento: 31.03.2004, DJ: 18.06.2004). Portanto, está CERTA. Gabarito: E 15) (FCC ± 2014 ± TRT 2ª Região ± Técnico Judiciário) A Administração pública de determinada esfera promoveu planejamento e reestruturação de sua organização, cujo resultado recomendou a criação de uma autarquia para desempenho de serviço público, uma empresa estatal para desempenho de atividade econômica e uma fundação para atrelar recursos e patrimônios fundiários necessários para ditar a política agrária. O movimento levado a efeito pelo ente 09555860467 Noções de Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 267 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita federado demonstra que a organização administrativa seguiu o modelo de a) descentralização, por meio da qual há distribuição de competências entre as pessoas jurídicas envolvidas, que detêm capacidade de autoadministração e não se subordinam por vínculo hierárquico com o Chefe do Executivo. b) desconcentração, utilizando pessoas jurídicas distintas para distribuição de competências. c) descentralização administrativa vertical, na qual se instaura hierarquia entre os entes das diversas pessoas políticas criadas. d) descentralização política, na qual se instaura vínculo hierárquico entre os diversos entes e pessoas jurídicas envolvidas, subordinados ao Chefe do Poder Executivo. e) desconcentração política, na qual se instaura vínculo hierárquico entre as diversas pessoas políticas e jurídicas envolvidas, não obstante esses entes guardem algum grau de autonomia. Essa é bem tranquila, não é mesmo? A criação de autarquias, empresas públicas e fundações é fruto da descentralização e não há subordinação e sim vinculação. Assim, facilmente encontramos na letra A o gabarito. Gabarito: A 2.4. Princípios Neste tópico é importante ter em mente que os princípios gerais da Administração são aplicáveis também no estudo da Administração direta e indireta. Contudo, há enfoques específicos desses princípios na estruturação da Administração direta e indireta e há princípios exclusivos no estudo desse ponto do direito administrativo. Vamos à análise. 09555860467 Noções de Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 267 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita x Princípio da legalidade: aqui, esse princípio tem a importante função de dizer que ³somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação´��UHGDomR�GR�DUW������;,;��GD� Constituição ± CF); Amigos, MUITA ATENÇÃO para esse dispositivo constitucional. Nas provas de concurso, os examinadores gostam de cobrá-lo. Se você realmente quer passar nesse concurso, não se esqueça do seguinte: (a) Vy� ³OHL� HVSHFtILFD´� FULD� DXWDUTXLD�� �E�� Vy� OHL� HVSHFtILFD� ³DXWRUL]D� D� LQVWLWXLomR´�GH�HPSUHVD�S~EOLFD��GH�VRFLHGDGH�GH�HFRQRPLD�PLVWD�H�GH� IXQGDomR�� �F�� D� ³OHL� FRPSOHPHQWDU´� GHILQH� DV� iUHDV� GH� DWXDomR� GDV� fundações. Você verá abaixo que a lei não cria empresa pública, sociedade de economia mista e fundação. O ato que cria essas entidades é o registro de seus atos constitutivos (contratos sociais, estatutos sociais etc.) na repartição competente (cartório, junta comercial etc.). Ainda sobre a autorização legislativa, se, por exemplo, o Banco do Brasil quiser criar uma empresa subsidiária (= o Banco do Brasil vai participar da composição societária dessa empresa, mas será outra pessoa jurídica vinculada ao BB) administradora de cartões de crédito, por exemplo, deverá haver uma lei específica autorizando a criação dessa empresa subsidiária. x Princípio da especialidade: a entidade da administração indireta possui uma competência específica. Não é possível, por exemplo, o INSS se encarregar de construir estradas. 09555860467 Noções de Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 39 de 267 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita São entidades com personalidade própria, patrimônio próprio, auto-administração e capacidade específica para executar determinado fim do Estado. x Princípio do controle ou tutela: a entidade da administração indireta é vinculada ao ente político que a instituiu. O INSS (autarquia), por exemplo, é vinculado ao Ministério da Previdência (órgão da União). É vinculação e não subordinação hierárquica. Isso quer dizer que não pode haver ingerência do órgão instituidor nos serviços da entidade, a menos que haja previsão legal ou caso esteja havendo descumprimento de suas atividades legais. No âmbito federal, o DL 200/67 chama o princípio do controle/tutela de supervisão ministerial. Veja o que diz o Decreto-lei 200/67 sobre o tema: Art. 19. Todo e qualquer órgão da Administração Federal, direta ou indireta, está sujeito à supervisão do Ministro de Estado competente, excetuados unicamente os órgãos mencionados no art. 32, que estão submetidos à supervisão direta do Presidente da República. Art. 20. O Ministro de Estado é responsável, perante o Presidente da República, pela supervisão dos órgãos da Administração Federal enquadrados em sua área de competência. Parágrafo único. A supervisão ministerialexercer-se-á através da orientação, coordenação e contrôle das atividades dos órgãos subordinados ou vinculados ao Ministério, nos têrmos desta lei. Além desses princípios, Marinela lembra que o Decreto-Lei nº 200/67, ao definir a organização da Administração Pública Federal, estabeleceu, em seus artigos 6º e seguintes, os princípios básicos, ditos fundamentais, norteadores dessa estrutura e das atividades desenvolvidas por ela, quais sejam: 1) Princípio do planejamento: introduz para a Administração o dever de elaborar planos e programas, visando promover o 09555860467 Noções de Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 40 de 267 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita desenvolvimento econômico-social do país, assegurando aos cidadãos o direito à prosperidade (art. 7º); 2) Princípio da coordenação: visa harmonizar as ações administrativas, mantendo-se nos limites do planejamento, objetivando evitar duplicidade de atuação, soluções divergentes e desperdício de recursos financeiros (arts. 8º e 9º); 3) Princípio da descentralização administrativa: consiste em atribuir à pessoa distinta daquela do Estado poderes suficientes para que, atuando por sua conta e risco, mas sob ordenamento e controle estatal, desempenhe atividade pública ou de utilidade pública (art. 10); 4) Princípio da delegação de competência: subentende a transmissão de poderes decisórios atribuídos originalmente à autoridade superior para a autoridade subordinada, caracterizando-se pelo caráter transitório e facultativo, processando-se segundo o ordenamento jurídico e mediante ato próprio (arts. 11 e 12); 5) Princípio do controle: exige o acompanhamento sistemático da execução dos planos e programas governamentais pelos órgãos e chefias competentes, balizando-se pela observância do ordenamento legal de regência (arts. 13 e 14). Baseia-se especialmente na relação de hierarquia presente na Administração Pública. 09555860467 Noções de Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 41 de 267 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita 16) (FCC - 2013 - AL-PB ± Procurador) É característica do regime jurídico das entidades da Administração Indireta: a) a existência de entidades de direito público, como as autarquias e empresas públicas, dotadas de prerrogativas semelhantes às dos entes políticos. b) a ausência de subordinação hierárquica entre as pessoas administrativas descentralizadas e os órgãos da Administração Direta responsáveis pela sua supervisão. c) a obrigatoriedade de contratação de pessoal das entidades descentralizadas por meio do regime celetista. d) que a existência legal das entidades descentralizadas decorra diretamente da promulgação de lei instituidora e) a obediência de todas as entidades descentralizadas à Lei Complementar no 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal). Acabamos de ver pessoal! Pelo princípio do controle ou da tutela, destacamos que a Administração Indireta é vinculada ao ente político que a instituiu. Não há relação de subordinação hierárquica entre a Administração indireta e os órgão surpevisores!! Gabarito da questão então é a letra b. 3. Entidades da Administração Indireta Agora a coisa começa a ficar animada, meu amigo. Vamos tratar de cada um dos entes descentralizados que compõem a Administração Indireta. A Administração Pública Indireta é formada por entidades que possuem personalidade jurídica própria e são responsáveis pela 09555860467 Noções de Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 42 de 267 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita execução de atividades administrativas que necessitam ser desenvolvidas de forma descentralizada. De acordo com o DL 200/1967, a Administração Indireta é composta das seguintes entidades: autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista. Para facilitar o estudo, vamos, primeiramente, nos deter a algumas características que são aplicáveis a todas as entidades da Administração Indireta, indistintamente: 1) Personalidade jurídica própria: podem ser sujeitos de direitos e obrigações, sendo, consequentemente, responsáveis pelos seus atos. 2) Patrimônio próprio (independentemente de sua origem). OBS: é claro que, quando de sua criação, a entidade responsável transfere parte de seu patrimônio que, daí em diante, passa a pertencer a esse novo ente e servirá para viabilizar a prestação de suas atividades, bem como para garantir o cumprimento de suas obrigações, apesar do regime especial a que se submetem esses bens. 3) Capacidade de autoadministração e receita própria: autonomia administrativa, técnica e financeira, cumpridas as previsões legais e protegido o interesse público. OBS: Não importa se a receita é decorrente da Administração Direta, mediante participação no orçamento, ou é resultado de suas próprias atividades, uma vez que, transferida para essa nova pessoa, ela terá liberdade de disposição, desde que obedecidas as regras postas pelo ordenamento jurídico. 4) Criação depende de previsão legal: Trata-se de lei ordinária que terá como finalidade específica criar autarquias ou autorizar a criação das demais pessoas jurídicas. Assim, a lei não poderá cuidar de vários assuntos e da criação dessas pessoas, além do que cada uma delas terá uma lei própria. No caso da fundação, apesar de autorizada sua criação por lei ordinária, a lei complementar deverá especificar as suas possíveis áreas de atuação, possíveis finalidades. 09555860467 Noções de Direito Administrativo p/ PCPA ʹ Investigador e escrivão. Teoria e exercícios comentados. Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 01 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 43 de 267 Twitter: @danielmqt Facebook: Daniel Mesquita Já vimos, pelo princípio da legalidade, que a lei cria as autarquias e autoriza a criação das demais pessoas jurídicas. Quando a lei cria (caso das autarquias), basta a edição da lei e a pessoa jurídica já estará pronta para existir. Já quando a lei autoriza a criação (caso das fundações submetidas ao regime privado, empresas públicas e sociedades de economia mista), a entidade só passará a existir juridicamente com o registro de seus atos constitutivos no órgão competente (Cartório de Registro das Pessoas Jurídicas, se tiver natureza civil, ou Junta Comercial, se tiver natureza comercial). Importante lembrar do caso das fundações públicas, que, segundo doutrina e jurisprudência majoritárias, podem se submeter ao regime público (considerada espécie de autarquia, autarquia fundacional, sendo criada por lei) ou ao regime privado (denominada fundação governamental, submetida ao mesmo regime das empresas públicas e sociedades de economia mista, sendo que a lei autoriza sua criação). Convém destacar que, se há dependência de lei para criar, por paralelismo de forma, para extinguir também se exige a previsão legal. 5) Não
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