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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE PATOS DE MINAS-UNIPAM ALUNA ISABELA MARIANA DE CASTRO CUNHA PRIMEIRO PERÍODO DIURNO APS 2 - INTRODUÇÃO AO DIREITO PATOS DE MINAS-MINAS GERAIS 2021 1) O que é hermenêutica? Hermenêutica é uma palavra com origem grega e significa a arte ou técnica de interpretar e explicar um texto ou discurso. Na mitologia grega, o deus Hermes, filho de Zeus, atuava como mensageiro bem como tradutor das mensagens vindas da esfera divina para a civilização humana, já que a linguagem dos deuses era ininteligível e não seria compreensível aos homens limitados. Nesse sentido, Hermenêutica Jurídica é o ramo da Teoria da Geral do Direito, destinado ao estudo e ao desenvolvimento dos métodos e princípios da atividade de interpretação dos enunciados normativos. Segundo Francisco Meton – “interpretar o direito é solucionar o caso concreto com o auxílio do texto legal, de modo a encontrar uma decisão juridicamente segura, socialmente aceitável e moralmente justa”. 2) Cite e explique todos os métodos e técnicas de interpretação do Direito. Os métodos de interpretação jurídica são: gramatical, sistemático, lógico, histórico, teológico-axiológico e sociológico. · Gramatical: Consiste numa leitura inicial do texto onde se busca captar seu conteúdo e observar sua linguagem. Não é possível extrair o sentido completo que a norma pode oferecer somente por esse método. · Sistemático: Considera o direito positivo um todo coerente, enquadrando o dispositivo ao sistema; ou seja, a norma não pode ser vista de forma isolada, pois o direito existe de forma ordenada. · Lógico: É considerada como textual-interna, tendo em vista que busca explicar a norma através do sentido intrínseco do texto sem o auxílio de elementos exteriores, busca obter a interpretação correta por meio do raciocínio dedutivo. · Histórico ou progressivo: parte do pressuposto de que o conhecimento do direito e das legislações anteriores são esclarecedores da lei do presente. Esse método interpretativo se divide em duas modalidades distintas. Uma delas é a qual o intérprete deve adaptar o texto legal às novas condições sociais inexistentes ao tempo de sua formação. A outra modalidade, por sua vez, é aquela pela qual o intérprete considera apenas aquelas mudanças de conteúdo que vão surgindo após sua elaboração; e, ainda, é aquela admissível quando o pensamento novo tenha já penetrado na legislação de alguma forma. Essa técnica de interpretação evidencia que o direito é dinâmico e mutável, pois reflete as mudanças sociais. · Teológico-axiológico: a interpretação teleológica concentra suas preocupações no fim a que a norma se dirige. Nesta, o intérprete deve levar em consideração valores como a exigência do bem comum, o ideal de justiça, a ética, a liberdade, a igualdade, entre outros. Um exemplo desta interpretação é o artigo 5º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro: Art. 5º Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum. · Sociológico: Conduz à investigação dos motivos e dos efeitos sociais da lei. Os objetivos pragmáticos do processo sociológico de interpretação são: conferir a aplicabilidade da norma às relações sociais que lhe deram origem; estender o sentido da norma a relações novas, inexistentes ao tempo de sua criação e verificar o alcance da norma, a fim de fazê-la corresponder às necessidades reais e atuais do meio social. Isso pode tornar o sentido da norma subjetivo, variando de acordo com a sua interpretação. As técnicas de interpretação jurídica são: Analogia, Costume, Princípios Gerais do Direito e Equidade. · Analogia: A analogia permite que o interprete ou o aplicador dos textos legais estender a algum caso não previsto aquilo que o legislador previu para outra situação semelhante, em igualdade de razões (pressupõe uma hipótese não prevista). É classificada em: Analogia Legal (ou Analogia legis), a aplicação de uma norma já existente e em Analogia Jurídica (ou Analogia juris) onde será utilizado um conjunto de normas para se extrair elementos que possibilitem a sua aplicabilidade ao caso concreto não previsto, mas similar. · Costume: Decorre da prática reiterada, uso continuado e a certeza de sua obrigatoriedade. Está localizado abaixo da Lei, pois o intérprete ou aplicador da norma jurídica só pode dele recorrer quando esgotar todas as potencialidades legais de preenchimento das lacunas. O costume, assim, é paradigma constituído por força do hábito; tradição o qual serve de modelo para os acontecimentos posteriores e a que o intérprete ou aplicador da norma jurídica, atendidas certas circunstâncias fáticas pode recorrer para solucionar um conflito. São as espécies de costumes: secundum legem, praeter legem e contra legem. · Princípios Gerais do Direito: São regras abstratas que estão na consciência e que orientam o entendimento de todo o sistema jurídico, em sua aplicação e para sua integração. Consoante Miguel Reale, os princípios gerais do direito “são enunciações normativas de valor genérico que condicionam e orientam a compreensão do ordenamento jurídico, quer para a sua aplicação e integração, quer para a elaboração de novas normas”. · Equidade (busca pelo justo): Desempenha a equidade o duplo papel de suprir as lacunas dos repositórios de normas, e auxilia a obter o sentido e alcance das disposições legais. É uma forma de integração que não consta no artigo 4º da LINDB, mas é utilizada pelos magistrados.
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