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A Pisciculturura no Brasil

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1
A Pisciculturura no Brasil
Por: Paloma Leandra Garcia Melo
1. Introdução
Alguns registros históricos apontam que a piscicultura é praticada há
muito tempo: os chineses já a cultivavam vários séculos antes de nossa era e
há cerca de 4 mil anos, os egípcios já criavam a tilápia-do-nilo (Oreochromis
niloticus).
A prática se difundiu pelo mundo a partir da pesca excessiva em mares
e rios, o que provocou uma sucessiva destruição da fauna. Foi então que, para
poder controlar melhor a pesca e seu consumo, passou-se a criar peixes em
represas, lagos e açudes e a se aprofundar mais em estudos sobre o assunto.
Surgiram em seguida os tanques para a criação de variadas espécies, e a
atividade foi aos poucos se profissionalizando, com técnicas e recursos
tecnológicos próprios, até tornar-se uma promissora indústria, voltada para a
comercialização em grande escala dos pescados.
Contando com 8.400 km de costa marítima e 5.500.000 ha de
reservatórios de água doce, o que corresponde a aproximadamente 12% do
reservatório do planeta, o Brasil apresenta boas condições para o
desenvolvimento da piscicultura. Tudo isso aliado ao clima favorável e o
crescente mercado interno criam um belo cenário para investimentos no setor.
Atualmente a piscicultura representa 33,5% da produção de pescado do Brasil.
O Ceará é o maior produtor aquícola do país, destacando-se as tilápias e o
camarão marinho, já o Rio Grande do Sul ocupa o primeiro lugar na produção
de peixes de água doce (Pensando Verde, 2014). 
Entre as espécies cultivadas no Brasil, a tilápia caiu no gosto popular e
recebeu o nome de saint peter. Ela representa 41% da piscicultura nacional
graças a sua fácil adaptação a vários ambientes. No primeiro ano do estudo, o
valor da produção da aquicultura foi de R$ 3,055 bilhões. A criação
de peixes representa 66,1% do total, seguida pela carcinicultura (cultivo de
camarão), com 25% (Revista Globo Rural, 2015). 
O mercado piscicultura é amplo e tem grande potencial de crescimento.
Somente entre 2005 e 2010 a produção nacional de pescados em cativeiro
aumentou 86,3%, chegando a 479 mil toneladas. Segundo a Organização das
Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), o Brasil tem condições
de produzir, de maneira sustentável, 20 milhões de toneladas por ano de
pescado.
Apesar do grande potencial para criação de peixes, um projeto de
piscicultura é necessário na parte da pesquisa, já que faltam muitas
2
informações para possibilitar a implantação de um processo de cultivo de
muitas espécies nativas. Neste trabalho alguins aspectos serão voltados a dois
tipos de peixes, a tilápia (Oreochromis sp) e do tambaqui (Colossoma
macropomum) devido ao grande número e variedades de espécies de peixes
existentes. 
2. Biologia dos Peixes
Os peixes são animais vertebrados, aquáticos, tipicamente ectotérmicos
que possuem o corpo fusiforme, os membros transformados em barbatanas ou
nadadeiras, porém ausentes em alguns grupos. Podem ser ostentadas
por raios ósseos ou cartilaginosos, guelras ou brânquias com que respiram
oxigênio dissolvido na água (embora os dipnoicos usem pulmões), na sua
grande maioria o corpo é coberto por escamas. 
Podem-se classificar os peixes em três grupos distintos. O primeiro
grupo é o dos peixes ósseos (osteíctes), abrangendo 22.000 espécies e
incluindo peixes muito conhecidos, como a sardinha, o atum e o bacalhau,
além das garoupas. O segundo grupo é o dos peixes cartilaginosos
(condrictes), composto por mais de 1.000 espécies e englobando peixes mais
perigosos, como as raias e os tubarões.
Há também um novo terceiro grupo classificatório que é o dos peixes
sem maxila, onde são incluídos, dentre as oitenta espécies, mixinas e também
lampreias. Ao observar essa classificação geral, percebe-se a grande
quantidade de espécies diferentes de peixes.
Os peixes são recursos importantes, principalmente como alimento, mas
também são capturados por pescadores recreativos, mantidos como animais
de estimação, criados por aquaristas, e expostos em aquários públicos. Os
peixes tiveram um papel importante na cultura através dos tempos, servindo
como divindades, símbolos religiosos, e como temas de arte, livros e filmes. 
Também é possível classificar os peixes de acordo com o
comportamento nas águas em que habitam. Isso vai determinar o papel dos
vários tipos de peixes nos ecossistemas. Podem-se apontar quatro
classificações, sendo a primeira os peixes pelágicos, que são os que vivem nos
cardumes e que nadam em mar aberto. O segundo grupo é o dos peixes
demersais, que estão associados aos substratos, tanto em fundo arenoso
quanto em rochoso.
Já o terceiro grupo é o dos batipelágicos, aqueles que nadam em
grandes profundidades e de modo livre. Por fim, têm-se os peixes
mesopelágicos, que são peixes que fazem migrações em sentido vertical todos
https://pt.wikipedia.org/wiki/Aqu%C3%A1rio_p%C3%BAblico
https://pt.wikipedia.org/wiki/Aquarismo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pesca_recreativa
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cartilagem
https://pt.wikipedia.org/wiki/Osso
https://pt.wikipedia.org/wiki/Raio_(zoologia)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Barbatana
https://pt.wikipedia.org/wiki/Barbatana
https://pt.wikipedia.org/wiki/Membro_(anatomia)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Fusiforme
https://pt.wikipedia.org/wiki/Corpo_(anatomia)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ectot%C3%A9rmico
https://pt.wikipedia.org/wiki/Animal_aqu%C3%A1tico
https://pt.wikipedia.org/wiki/Vertebrado
https://pt.wikipedia.org/wiki/Animalia
3
os dias, aproximando-se da superfície apenas à noite; durante o dia, eles
preferem as profundezas.
Com relação à temperatura, os peixes são pecilotérmicos. Isso significa
que a temperatura sofre variações de acordo com o ambiente em que ele está.
Entretanto, ela procura se manter próxima à temperatura do ambiente. Além
disso também podem ser classificados quanto ao hábito alimentar, como será
mostrado ao longo do trabalho. 
3. Principais espécies produzidas no Brasil
A aquicultura mundial é dominada pela produção de ciprinídeos com
várias espécies de carpas entre as primeiras posições do ranking de produção.
Logo em seguida, na 4ª posição, a tilápia do Nilo representa a espécie com
mais importância no mundo. No gráfico abaixo, pode-se observar a relação de
produção com os valores de mercado das espécies. Destaca-se o salmão do
atlântico que apesar de ocupar a 8ª posição no ranking de produção é a
espécie mais valorizada no ranking mundial, obtendo as maiores receitas
econômicas por quilo produzido (Aquicultura no Brasil, SEBRAE, 2015). 
Quanto a produção dos segmentos, a piscicultura produziu, em 2013,
392.493,00t representando 82% da produção nacional, enquanto a
carcinicultura produziu 64.669,00t, cerca de 13% da produção nacional. Já os
moluscos contribuíram com 19.360,00t representando 4% da produção
brasileira. Os répteis e anfíbios totalizaram 4.287,00t, 1% da produção. As
regiões Norte e Centro-Oeste produzem, separadamente, cerca de 22% do
4
volume nacional, o qual está fundamentado na piscicultura. A região Norte
contribuiu com 15% e a Sudeste com 11% na produção nacional da
aquicultura.
Desde o ano de 2007, as principais espécies de peixes cultivadas no
Brasil tiveram altas taxas de crescimento, principalmente as tilápias que de
2010 a 2011 alcançaram 65% de crescimento. Os peixes redondos também
seguiram com altas taxas. Enquanto isso, as carpas tiveram uma queda de
aproximadamente de 60% no mesmo período. A produção de tilápias no Brasil
apresenta um crescimento contínuo desde 1994, a uma taxa média anual de
70,4%. Entre os anos de 2003 a 2009, a produção de tilápias cresceu 105%,
passando de 64.857,5t para 132.957,8t.
5
4. Aspectos Reprodutivos dos Peixes
Do ponto devista da reprodução, por causa da variação na forma de
nascimento dos filhotes os peixes são classificados em: Ovíparos uma vez que
os filhotes se desenvolvem fora do corpo da mãe, dentro do ovo que contém os
nutrientes necessários. Mais de 90% dos peixes pertencem a essa categoria.
Vivíparos quando os filhotes se desenvolvem dentro do corpo da mãe
recebendo diretamente dela os nutrientes necessários e, ovovivíparos onde
ocorre uma combinação das duas formas, isto é, os filhotes se desenvolvem
dentro do ovo e dentro do corpo da mãe. Na hora do nascimento, os filhotes
saem do ovo.
Grande parte das espécies de peixes possui reprodução ovulípara (as
fêmeas não protegem os ovos) e fecundação externa. Nos peixes ocorre a
presença de machos e fêmeas, sendo muito comum o dimorfismo sexual
(desequilíbrio da quantidade de fêmeas e machos da mesma espécie). As
fêmeas costumam depositar os óvulos em locais de águas calmas ou, até
mesmo, constroem ninhos. A reprodução tem início, geralmente, quando o
macho deposita espermatozóides na água, possibilitando a fecundação dos
óvulos.
6
Após a eclosão dos ovos, aparecem os alevinos com aparência um
pouco parecida com os peixes adultos. Após esta fase, os peixes não
costumam dispensar atenção aos filhotes. Algumas espécies de peixes,
inclusive, podem se alimentar destes alevinos (da mesma espécie ou de
outras).
Os processos fisiológicos envolvidos na reprodução de peixes incluem a
diferenciação das gônadas, gametogênese, liberação de gametas fertilização e
eclosão dos ovos. Todos estes eventos da cascata reprodutiva são controlados
por inúmeros fatores endócrinos ao longo do eixo Hipotálamo-Hipófise-
Gônadas. Esses eventos também interagem com outras importantes funções
fisiológicas, como nutrição, crescimento (Izquierdo e col., 2001)
osmorregulação (Haffray e col., 1995; Le François e Blier, 2003) e respostas a
fatores de estresse (Schreck e col., 2001). 
Além disso, fatores abióticos podem interferir diretamente em todas as
fases do processo reprodutivo, agindo individualmente, como por exemplo, a
temperatura reduzida em fossas marinhas, ou combinados, como a mudança
em parâmetros da oxigenação da água em consequência da diminuição de
temperatura no mesmo ambiente (Cossins e Crawford, 2005). Os fatores
abióticos podem agir (ou agem) como desencadeadores da reprodução. Sendo
assim, é possível afirmar que certas mudanças ambientais podem delimitar o
período e o sucesso reprodutivo na maioria dos peixes (Vazzoler, 1996). 
Tecidos e órgãos específicos do sistema sensorial captam e traduzem
sinais sazonais em mensagens neuronais ou neurendócrinas transmitidas ao
hipotálamo (Korf, 2006). A influência humana nos sistemas naturais tem
aumentado continuamente, justificando a importância de investigar os aspectos
antrópicos que causam estresse em animais em seus sistemas naturais.
 No ambiente aquático, as ações antrópicas são muito evidentes,
levando os organismos muitas vezes a ficarem expostos a efeitos subletais que
provocam consequências imprevisíveis. A fisiologia da reprodução de peixes é
um vasto campo científico que aborda um conjunto de processos fisiológicos
essenciais para a reprodução, da fertilização do ovo ao comportamento sexual
e de desova. Estes processos são modulados diretamente por fatores
ambientais que podem direta ou indiretamente determinar o sucesso
reprodutivo de uma espécie (Ribeiro, 2012). 
Para que se obtenha uma elevação significativa na fertilização dos
ovócitos dos peixes e na produção de sêmen, se faz necessário alguns
métodos de intervenção do homem no modo natural de reprodução desses
animais. Esta importante intervenção, envolve várias técnicas de reprodução
artificial de peixes, o que garante altas taxas de fertilização e eclosão, como
consequência, auxilia na produção de ovos, larvas e alevinos de alta qualidade.
7
4.1 Aspectos reprodutivos da tilápia 
Originária do Nilo, famoso rio do Egito, a tilápia disseminou-se pelo
mundo. Entretanto, sua criação comercial alcançou o auge a partir dos anos
50. Atualmente, foram encontradas mais de 20 espécies de tilápias,
classificadas quanto ao comportamento reprodutivo. Dentre elas, temos a
Tilápia spp., cuja incubação dos ovos se dá em substratos; e a Tilápia do Nilo,
cuja incubação se dá na boca da fêmea.
A reprodução das tilápias ocorre dos três aos seis meses de idade
dependendo da espécie. Quanto à desova, esta poderá ocorrer mais de quatro
vezes por ano, se os peixes estiverem bem nutridos e saudáveis, vivendo em
um ambiente favorável à procriação. Como a tilápia apresenta cuidado
parental, ou seja, protege a prole (na boca), o índice de sobrevivência da
espécie é bastante elevado.
Por serem pecilotérmicos (sangue frio), a temperatura corporal dos
peixes (tilápias) varia conforma a temperatura da água. Por isso, controlar a
temperatura ambiente da água onde estão as tilápias é fator decisivo para o
seu pleno desenvolvimento. Além disso, as tilápias se desenvolvem melhor
dentro de uma determinada faixa de temperatura, já que se alimentam mais.
Essa faixa se encontra entre 26 e 30°C.
Na criação de tilápias, o pH ideal da água deverá ser neutro, ou seja,
deverá aproximar-se de 7,0. Caso contrário, se o pH estiver abaixo de 4,0 ou
acima de 11,0, o ambiente aquático será desfavorável para as tilápias,
podendo até ser fatal. Para medir o pH da água, os piscicultores utilizam um
aparelho chamado peagâmetro. Dessa forma, podem controlar melhor o
ambiente onde vivem os peixes.
 PRODUÇÃO DE SUPER-MACHOS: Para produzir os super-machos, o
primeiro passo é reverter alevinos normais com hormônios feminilizantes,
transformando os machos presentes em fêmeas (XY). Essas fêmeas (XY)
são cruzadas com machos normais (XY). Desse cruzamento, teoricamente,
¼ da população será de super machos (YY). Os super-machos (YY), ao
serem cruzados com fêmeas normais (XX) geram 100% de alevinos
machos. 
 PROCESSO DE SEXAGEM Por meio da observação da papila genital dos
alevinos de tilápia, é feita a seleção manual (sexagem). A diferenciação dos
sexos é a seguinte: a fêmea apresenta dois orifícios, um para saída da urina
(uretra) e outro para saída dos óvulos (oviducto); enquanto o macho
apresenta somente a uretra. Mesmo sendo uma técnica trabalhosa,
pessoas bem treinadas conseguem uma precisão de 95% na seleção dos
machos. Entretanto, como para a sexagem os peixes já são mais velhos, as
8
fêmeas levadas ao tanque (5%) desovarão mais cedo, aumentando o a
população do tanque. 
 PROCESSO DE HIBRIDAÇÃO No processo de hibridação, o macho da
Tilápia de Zanzibar (Oreochromis hornorum) cruza com a fêmea da Tilápia
do Nilo (Oreochromis niloticus), gerando 100% de alevinos machos.
Entretanto, os machos (XZ) não são estéreis, não podendo ser criados junto
às fêmeas, pois podem reproduzir-se e superpovoar os tanques. 
 VANTAGENS DA HIBRIDAÇÃO Não há necessidade de utilizar hormônios
na alimentação das pós-larvas e ocorre aumento do vigor hibrido sobre o
crescimento. Além disso, em algumas espécies de tilápia, ocorre maior
tolerância ao frio e à salinidade. 
 PROCESSO DE REVERSÃO SEXUAL No processo de reversão sexual,
são fornecidos hormônios masculinizantes às pós-larvas. Isso faz com que
as gônadas das fêmeas se transformem em tecido testicular, produzindo
indivíduos que se desenvolvem reprodutivamente como machos. Esse
método é prático e eficiente, pois gera em torno de 95 a 99% de machos.
Entretanto, os produtores de alevinos de tilápias para comercialização
deverão optar por fornecedores idôneos, primando pela padronização do
plantel.
 VANTAGENS DA REVERSÃO SEXUAL Os machos de tilápia apresentam
maior taxa de crescimento (em torno de 30% a mais). Sendo assim, o
processode reversão sexual em mais de 95% dos alevinos de tilápia para o
sexo masculino permite que os peixes atinjam o peso ideal em menor
espaço de tempo. E melhor, se as condições do ambiente e do manejo
forem satisfatórias, em apenas seis meses, a tilápia se encontrará no ponto
de comercialização. Além disso, em um mesmo tanque, se houver um
número considerável de machos e fêmeas, a capacidade de suporte dos
tanques será ultrapassada em pouco tempo.
4.2 Aspectos reprodutivos do tambaqui
O Tambaqui é um peixe de escamas, com corpo romboidal, alto,
achatado e serrilhado no peito. Apresenta uma dentição poderosa,
adaptada para quebrar as duras castanhas que fazem parte de sua
dieta. Em suas brânquias, podem ser observados espinhos longos e
finos. Possui nadadeira adiposa curta, com raios na extremidade, dentes
molariformes e rastros branquiais longos e numerosos. Sua coloração é
parda, na metade superior, e preta, na metade inferior do corpo, mas
pode variar para mais clara ou mais escura dependendo da cor da água.
Tem a carne bastante apreciada. Pode alcançar 90 cm de comprimento
e atingir 30 Kg.
O processo reprodutivo começa bem antes da liberação dos
gametas. Na verdade, ocorre logo após a última reprodução ou assim
que os reprodutores atingem a maturidade, entre 2 e 3 anos. Deste
9
modo, a preparação dos animais, de forma a permitir uma produção de
gametas de qualidade durante o período reprodutivo, estará diretamente
relacionada ao manejo, realizado ao longo do ano, à qualidade da dieta
recebida, à estocagem adequada dos reprodutores e ao efetivo cuidado
com a qualidade da água e bem-estar dos indivíduos.
O tambaqui, por ser uma espécie de grande porte, dificulta o manejo
dos reprodutores, tanto na captura quanto na indução hormonal. Quanto
maiores os reprodutores, maior será a mão de obra durante a captura,
tornando dispendioso o processo. Do mesmo modo, será mais difícil a
manipulação dos peixes em laboratório, e a quantidade de hormônios
para a indução deles será maior.
O período reprodutivo das espécies reofílicas ocorre historicamente
na primavera, em locais onde as estações são claramente definidas.
Porém, em regiões como o Centro-Oeste, Norte e Nordeste do Brasil, a
reprodução pode ocorrer mesmo em períodos de menor luminosidade,
como os meses de maio a agosto. O período pode estar relacionado,
especialmente, à percepção de quem maneja o plantel, que avalia se os
animais estão aptos para a reprodução.
Os peixes reofílicos, quando em cativeiro, necessitam de um
estímulo hormonal exógeno, uma vez que, em confinamento, não
ocorrem a maturação final do ovócito e a desova espontânea das
fêmeas nos tanques, ou a liberação de uma boa quantidade de sêmen.
A utilização do hormônio permite que o peixe continue o
desenvolvimento ovocitário até a liberação. Caso não ocorra a indução
hormonal em peixes maduros, estes ovócitos serão reabsorvidos em um
processo conhecido como regressão gonadal.
 Hipofisação O extrato de hipófise tem uma grande vantagem, sua
praticidade. Sua manipulação é relativamente simples, o que
reflete a larga utilização no País. É comercializado liofilizado, em
um frasco âmbar, livre de umidade. O mais utilizado é o extrato
de hipófise de carpa. 
Para obtenção dos gametas, inicialmente, calcula-se a quantidade
de extrato de hipófise a ser injetado com base no peso do animal. Para a
fêmea, adotamos a utilização de 5,5 mg de extrato de hipófise/kg do
peso vivo e, para os machos, 2,5 mg de extrato de hipófise/kg de peixe
vivo. Após a etapa de cálculo da quantidade de extrato de hipófise a ser
utilizada em cada um dos sexos, a hipófise liofilizada é pesada e
macerada em um graal, adicionando-se uma gota de vaselina ou glicerol
para melhorar a maceração, até transformar as hipófises em uma
massa. Feito isso, é hora de passar o estado sólido para um veículo que
10
seja capaz de conduzi-lo ao interior dos animais. Para isso, utiliza-se o
soro fisiológico de 0,7% a 0,9%, que dilui o macerado de extrato de
hipófise. Estima-se que, para cada 4 mg de extrato de hipófise, utiliza-se
1 ml de soro fisiológico. 
De acordo com o exemplo acima, uma fêmea necessita de 6,5 ml de
soro fisiológico e o macho, 1,75 ml. A solução hormonal é injetada sob a
nadadeira peitoral do animal, intramuscular ou intraperitoneal. Salienta-
se que a agulha deve ser conduzida da cabeça em direção à cauda,
para desviar do coração. Para a fêmea, 10% da dose total é aplicada
inicialmente e, após 12 horas, o restante. No exemplo, as fêmeas
recebem inicialmente 0,65 ml e 5,85 ml 12 horas depois. Nos machos, a
dose total deve ser aplicada no momento da segunda aplicação das
fêmeas. 
O tempo varia em função da temperatura da água e é chamado de
hora-grau (soma do total de horas a uma temperatura média da água).
Para o tambaqui, a média é de 215 horas-grau/temperatura média de
28,05 °C, podendo variar de 200 a 300 horas-grau segundo o manejo e
a qualidade dos reprodutores utilizados.
A solução hormonal é injetada sob a nadadeira peitoral do animal,
intramuscular ou intraperitoneal. Salienta-se que a agulha deve ser
conduzida da cabeça em direção à cauda, para desviar do coração. Para
a fêmea, 10% da dose total é aplicada inicialmente e, após 12 horas, o
restante. No exemplo, as fêmeas recebem inicialmente 0,65 ml e 5,85 ml
12 horas depois. Nos machos, a dose total deve ser aplicada no
momento da segunda aplicação das fêmeas. O tempo varia em função
da temperatura da água e é chamado de hora-grau (soma do total de
horas a uma temperatura média da água). Para o tambaqui, a média é
de 215 horas-grau/temperatura média de 28,05 °C, podendo variar de
200 a 300 horas-grau segundo o manejo e a qualidade dos reprodutores
utilizados. 
A partir da hora-grau estabelecida, após a segunda indução nas
fêmeas, deve ser verificado se elas estão aptas a liberar os óvulos
(desova) e se os machos estão aptos a liberar o esperma (espermiação).
O reprodutor é retirado do aquário cuidadosamente para evitar estresse
e perda de ovócitos. Se possível, é interessante anestesiar o animal. Em
seguida, o animal deve ser colocado em uma superfície macia, enrolado
em pano seco. É realizada a massagem abdominal, no sentido da
cabeça para cauda, observando fácil liberação de óvulos nas fêmeas ou
de uma boa quantidade de esperma nos machos.
11
Os óvulos são recolhidos em uma vasilha limpa e seca, para evitar a
hidratação dos ovócitos e consequente fechamento da micrópila (região
por onde o espermatozoide entra), reduzindo sensivelmente a taxa de
fertilização. O sêmen deve ser colocado sobre os ovócitos recolhidos
(Figura 9). O sêmen de tambaqui tem a concentração de 8,5 x 109
espermatozoides/ml, considerada alta. Para boa fecundação, a
quantidade de espermatozoides por ovócito é 90.000. Dessa forma, 1,0
ml de sêmen é capaz de fertilizar 95.000 óvulos. Cada grama de óvulos
de tambaqui contém cerca de 1.200 ovócitos; portanto, 1,0 ml de sêmen
de boa qualidade poderá fecundar 80 g de ovócitos.
A quantidade de sêmen para a fertilização dos ovócitos deve ser
bem medida. Uma alíquota diminuta poderia causar uma subfertilização
(quantidade insuficiente de espermatozoides para a massa de óvulos); já
uma alíquota exagerada poderia causar uma superfertilização
(polispermia). As duas situações provocam uma baixa taxa de
fertilização.
 Sistema de desova seminatural: Este é um processo de obtenção dos
gametas cada vez mais popularizado em razão de alguns motivos, dentre
os quais o bem-estar dos animais, a menor perda de reprodutores, a
manutenção da variabilidade genética na prole obtida, o manejo menos
trabalhoso e melhores taxas de fertilização e eclosão. 
Todavia, deve ser destacado que, nesse processo, os animais devem estar em
um fator de condição excelente, ou seja, bem alimentados e manejados
durante operíodo de preparação dos animais. O procedimento para a
reprodução seminatural é semelhante ao descrito anteriormente, até a segunda
indução hormonal. Após este passo, os animais devem ser conduzidos para
um tanque redondo, com um sistema de água que produza um fluxo corrente,
simulando uma correnteza. Este tanque redondo deve possuir uma cavidade
inferior côncava, com um ralo no meio para o escoamento dos ovos à medida
que machos e fêmeas, nadando juntos, liberem os gametas e propiciem a
fertilização. Os ovos de tambaqui, depois de fecundados, vão para o fundo do
tanque, daí a importância do fundo cônico com um ralo no centro. Outro fator
importante é a velocidade da água que entra para permitir a formação da
correnteza. Esta velocidade deve ser tal que produza uma corrente contra a
qual os animais nadem, sendo estimulados a liberar os gametas, mas não deve
ser muito forte para ocorrer choque mecânico entre os ovos. Deve-se ressaltar
que, independentemente do número de animais estocados no tanque de
reprodução seminatural, a proporção entre machos e fêmeas deve ser de 1:1.
Os ovos que são captados no ralo, localizado no fundo cônico do tanque
redondo, são conduzidos pela tubulação por gravidade para uma incubadora
abaixo da linha do tanque. Assim, ficam retidos e em seguida são levados para
as incubadoras definitivas, onde os embriões continuarão a se desenvolver. 
12
 Incubação dos ovos de tambaqui: Este é o processo final de toda a etapa
que começa com a preparação dos reprodutores. A incubação vai
depender essencialmente de uma boa qualidade da água (temperatura,
oxigênio, pH, dureza, alcalinidade, etc.) e da velocidade de seu fluxo.
Parâmetros como oxigênio, dureza e alcalinidade são bem semelhantes
para todas as espécies. O ideal é a utilização de água com cerca de 5 mg
a 7 mg de oxigênio dissolvido/litro, dureza e alcalinidade acima de 30
mg/L, pH entre 7 e 8 e temperatura entre 26 ºC e 29 ºC. 
Outro aspecto que deve ser considerado durante a incubação dos ovos de
tambaqui diz respeito à velocidade da água que abastece as incubadoras. O
choque mecânico entre os ovos ocorre em função de uma velocidade muito
alta da água que abastece as incubadoras. Por outro lado, uma velocidade
pequena fatalmente incorre na infestação da superfície externa do córion com
esporos de fungos, além da possibilidade de os embriões não estarem sendo
supridos com uma quantidade suficiente de oxigênio.
 Assim, durante a incubação, a velocidade divide-se em três partes: no
primeiro terço, de 1 a 2 L/minuto; no segundo terço, de 3 a 4 L/minuto; no terço
final, de 5 a 6 L/minuto. Taxa de fertilização de ovos de tambaqui Este é um
procedimento bastante corriqueiro e deve ser realizado de maneira bastante
rigorosa, pois essa estimativa trará uma boa noção da produção obtida. Assim,
deve ser realizada após seis horas de incubação. Uma alíquota ou pequena
porção deve ser retirada da incubadora com uma mangueira. Coloca-se uma
amostra em uma placa de Petri para contagem dos ovos viáveis. Essa
operação deve ser realizada pelo menos três vezes, com alíquotas diferentes.
Em média, contam-se 100 ovos de cada amostra, soma-se e tira-se uma média
dos ovos gorados ou vivos (Figura 12) para o cálculo da taxa de fecundação.
Do mesmo modo que a taxa de fertilização, a taxa de eclosão deve ser
estimada através de três alíquotas, contando-se 100 estruturas (ovos gorados
ou larvas pré-eclodidas) de cada uma. A taxa será o número médio de larvas
eclodidas dividido por três leituras. É muito importante que esta avaliação seja
feita um momento antes da eclosão das larvas. Neste momento, as larvas
estão em movimento a fim de sair do córion que ainda existe. Os ovos que
estão gorados estão esbranquiçados, sem vestígios de embriões. Devemos
lembrar que este cálculo não é preciso, pois mesmo após a eclosão um
percentual de até 5% (aceitável) de larvas tortas pode ser admitido e estas não
conseguirão crescer a ponto de virarem alevinos/juvenis.
5. Aspectos Nutricionais dos Peixes
Num sistema de produção intensivo as despesas com alimentação
representam cerca de 50 a 80% do custo de produção. Por isso, o produtor
deve conhecer os principais aspectos relacionados à nutrição e alimentação
13
dos peixes, para implementar um manejo nutricional e alimentar adequado e
que torne a atividade economicamente rentável. Os peixes consomem uma
grande variedade de alimentos e apresentam muitas formas de se alimentar. O
conhecimento do hábito alimentar de uma determinada espécie é importante
para desenvolver estudos das suas exigências nutricionais e alimentares, na
formulação e preparo de rações e manejo da alimentação.
 Espécies Carnívoros – São peixes que selecionam alimento animal vivo,
incluindo zooplâncton. Quando o alimento é constituído principalmente
por peixe é chamado de piscívoro ou ectiófago; quando os crustáceos,
carcinófago, quando por moluscos, malacófago, quando por
cefalópodos, teutófago, quando por insetos, insetívoro etc.
 Espécies Onívoras – São animais que ingerem todo tipo de alimento.
 Espécies herbívoros – São peixes que selecionam alimento vegetal vivo:
vegetais superiores, macro e microalgas bentônicas e fitoplâncton.
 Espécies Fitoplanctófagas – são animais que se alimentam
exclusivamente de fitoplâncton.
 Espécies Iliófagas – São peixes que ingerem substrato formado por lodo
ou areia, que por si só não representa um tipo de alimento.
 Espécies Detritívoros - São peixes que se alimentam de matéria
orgânica de origem animal em putrefação e/ou matéria vegetal em
fermentação.
5.1 Rações
Quando as rações são lançadas ao meio aquático, algumas perdem
nutrientes importantes, principalmente os compostos mais solúveis. Sendo
assim, o processamento adequado da ração é fundamental na alimentação das
tilápias. Além disso, uma boa ração balanceada deverá ser de fácil
metabolismo e boa conversão alimentar, ter boa flutuabilidade, apresentar uma
boa velocidade de imersão, além de considerável absorção e solubilidade
(deixar pouco resíduo na água).
14
 
6. Manejo
6.1 Sistemas de Manejo
 Extensivo - Pouca intervenção do homem, menor custo com ração,
maior alimento natural, baixa densidade.
 Semi – Extensivo – Intervenção do homem, uso de ração com alimento
natural, densidade maior que utilizado no sistema extensivo.
 Intensivo - cultivo totalmente controlado pelo homem, ração
balanceada, maior produtividade e maior capacidade de estocagem.
6.2 Instalações
 Barragens
 Tanque – Escavado
 Tanque – Rede
 Sistema de recirculação de água 
15
6.3 Fases de Cultivo
6.3.1 Larvas, pós-larvas e alevinos de Tambaqui e Tilápia 
Assim que nascem, as larvas dos peixes não possuem a boca aberta
nem o trato digestivo formado, dependendo exclusivamente da reserva de
nutrientes no saco vitelínico. Algumas horas ou alguns dias de vida e a boca da
larva se abre e esta pode iniciar a captura de alimentos externos. Neste
momento a larva passa a ser chamada de pós-larva.
Tanto a larva como a pós-larva em nada lembram o peixe adulto.
Geralmente não possuem as nadadeiras totalmente formadas e as brânquias
ainda estão em processo de formação. A respiração das larvas e pós-larvas é
cutânea (a troca de gases é efetuada por uma rede de capilares sangüíneos
distribuída imediatamente abaixo da pele, por quase toda a superfície do saco
vitelínico). Larvas e pós-larvas também apresentam pouca pigmentação.
As pós-larvas passam a ser chamadas de alevinos quando estas
apresentam características que já lembram os exemplares adultos, como a
presença de todas as nadadeiras, a respiração branquial e a forma do peixe
adulto. O peixe só deixa de ser alevino quando ele atinge maturação sexual.
Assim, tecnicamente poderíamos chamar de alevino um pacu com um anode
idade. No entanto, no dia a dia os termos alevino ou juvenil são mais utilizados
para designar os peixes quando estes ainda apresentam pequeno porte.
6.3.2 Fase de Recria e Engorda do Tambaqui
Na fase de recria os animais recebem alimentação com 34% de proteína, e
energia digestível 3.500 kcal/kg com fornecimento de 4 vezes ao dia. Durante 2
meses, com o consumo diária de 5% a 10% do peso vivo. Na engorda os
animais recebem alimentação com 28% de proteína, e energia de 3 mil kcal/kg,
com o fornecimento de 2 vezes ao dia com o intervalado de 10 horas. Os
animais permaneceram durante 10 meses, com o consumo diário de 1% a 5%
do peso vivo.
6.3.3 Fase de Recria e Engorda da Tilápia
16
A primeira etapa do cultivo popularmente chamada de “recria”
geralmente é realizada em bolsões, ou seja, tanques-rede com abertura de
malha menor (4 a 5 mm). Este bolsão geralmente é instalado dentro de uma
gaiola ou tanque-rede de engorda que protege o bolsão contra os predadores
como piranhas, pirambebas, traíras, etc. A malha de 5 mm é recomendada
para alevinos com tamanho superior a 2 cm ou 0,5 g. Nesta fase inicial, a
densidade de estocagem recomendada é de 750 a 1.250 alevinos/m3 podendo
permanecer nesta estrutura durante um período de 30 a 60 dias, quando os
peixes já devem atingir tamanho suficiente para serem transferidos para a
etapa seguinte. 
Na etapa de engorda a abertura da malha geralmente utilizada varia
entre 20 e 25 mm. A densidade de estocagem recomendada é de 150 a 250
peixes/m3, densidade está em que os peixes permanecem até o tamanho de
abate. Caso a fase de engorda seja realizada em duas etapas, na primeira
etapa podemos trabalhar com uma densidade em torno de 300 a 400
peixes/m3 para peixes iniciando com aproximadamente 30 a 50g e concluindo
com cerca de 200g, para posteriormente ser povoado na densidade final (150 a
250 peixes/m3). O tempo de cultivo para esta(s) etapa(s) é da ordem de 100 a
120 dias, considerando despesca de peixes com peso médio de 600 a 800 g.
6.3.4 Seleção e transferência dos peixes para a engorda
 Após a fase de recria, ocorre certa desigualdade quanto ao tamanho
dos juvenis, então é feita a classificação por tamanho dividindo em dois ou
mais lotes de modo a uniformidade do lote nos tanques-rede de engorda. Para
o processo de classificação devemos empregar equipamentos apropriados
para facilitar o manejo, como grades, gaiolas e mesas classificadoras. Durante
a transferência de peixes de um lugar para outro, é importante avaliar as
características da água (temperatura e pH) de origem e destino, pois estas,
caso haja diferença, devem ser homogeneizadas gradativamente antes da
transferência.
6.3.5 Despesca final
Antes de capturar os peixes, estes devem permanecer em jejum por pelo
menos 24 horas para eliminar o conteúdo do trato digestivo, o ideal seriam 48
horas.
Durante a despesca, seja ela parcial ou total, deve-se realizar a
contabilidade, ou seja, a anotação das pesagens, a contagem do número de
17
peixes, e o(s) preço(s) praticado(s) para que se possa calcular o resultado do
cultivo. Quando for difícil realizar uma contagem total, esta pode ser estimada
por amostragem dividindo o peso total despescado pelo peso médio de pelo
menos três amostragens pesadas e contadas durante toda a despesca (início,
meio e fim).
6. 4 Nomenclatura de acordo com o período de vida
- Tambaqui e Tilápia
 Ovos
 Larvas
 Pós-Larvas
 Alevino
 Juvenil 
7. Aspecto econômico
O peixe é uma excelente fonte de proteína animal e de outros nutrientes
essenciais, contribuindo para a segurança alimentar em numerosas regiões.
Em 2006, mais de 75 por cento da produção mundial de peixe foi consumida –
16.7 quilos por pessoa – e até 2030 este consumo deve aumentar para 20
quilos por ano. Os restantes 25 por cento são na sua maior parte processados
para farinha e óleo de peixe. Em 2006, a oferta global de peixe e produtos
marinhos bateu um novo recorde com 143.6 milhões de toneladas de produtos
da pesca, dos quais 51.7 milhões de toneladas provêm do sector da
aquacultura. Se a produção deve acompanhar o crescimento demográfico e
considerando que existe forte probabilidade que a pesca de captura se
estabilize, o aumento futuro terá de ser conseguido através do aquacultura. 
A pesca e a aquacultura, direta ou indiretamente, desempenham um
papel essencial no sustento de milhões de pessoas em todo o mundo – desde
os pequenos pescadores de águas interiores que pescam o peixe em lagos e
brejos até aos homens e mulheres que trabalham nas grandes fábricas de
processamento dos produtos pesqueiros. Considerando os agregados
familiares, não menos do que 520 milhões de pessoas pode depender do
sector, ou seja quase 8 por cento da população mundial (FAO,2011).
8. Conclusão
A piscicultura proporciona um elevado nível de qualidade do peixe para
consumo humano, isso se deve aos cuidados com alimentação, controle das
taxas de crescimento e das propriedades da água dos viveiros e tanques onde
os peixes são criados. A prática da piscicultura, possibilita também, a criação
de espécies que estão ameaçadas de extinção, contribuindo para a
preservação da diversidade da fauna, gerando renda ao pequeno e médio
produtor rural, usando um modelo de trabalho sustentável.
18
A prática intensiva é a que mais evolui nos países em desenvolvimento
atualmente, pois permite a livre e constante circulação da água, que mantém o
oxigênio necessário à criação, facilita a retirada e o manejo dos peixes, diminui
os custos com tratamentos de doenças e, além disso, a produtividade
alcançada é bastante superior às outras técnicas. Comparando os sistemas
intensivo e tradicional, a produtividade do primeiro chega a ser 100 vezes
maior, gerando 200 quilos de peixe por m³ contra apenas 2 quilos por m³ da
produção tradicional.
9. Referências
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piscicultor produção de tilápia em tanque -rede. SEBRAE. Dezembro. 2008.
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42.
KUBITZA, F. Larvicultura de peixes nativos. Panorama da AQUICULTURA,
V. 23, N. 77, maio/junho – 2003.
MELO, L.A.S.; IZEL, A.C.U.; RODRIGUES, F.M. Criação   de   tambaqui
(Colossoma macropomum) em viveiros de argila/ barragens no Estado do
Amazonas. Manaus: Embrapa-CPAA, 2001. 30p. (Documentos 18).
O   Cenário   da   Psicultura   no   Brasil; Disponível em:
http://www.pensamentoverde.com.br/meio-ambiente/o-cenario-da-piscicultura-
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RIBEIRO, C. S.; MOREIRA, R. G. Fatores  Ambientais   e   reprodução  de
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RODRIGUES, A. P. O. Nutrição e alimentação do tambaqui  (Colossoma
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145, 2014.
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Vazzoler, A.E.A.M (1996).Biologia  da Reprodução  de Peixes  Teleósteos:
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Veja   os   dados   da   psicultura   no   Brasil; Disponível em:
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