Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DALGALARRONDO, Paulo. Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais. Porto Alegre: Artmed, 3 ed. 2019. Resumo Capítulo 11 Introduções às funções psíquicas elementares Advertência: Limitações de uma psicopatologia das funções psíquicas Existe um perigo em compartimentalizar o ser ao estudar seu funcionamento psíquico. Não se deve separar a vida humana com todas suas particularidades e interação com o meio de suas funções psíquicas, uma vez que é essa interação que compõe as características de cada um. Entretanto, também é de grande utilidade essa separação a fins de estudo pois possibilita uma riqueza de detalhes a cerca do que é normal e do que é patológico. Contudo deve-se sempre ter em mente nesse estudo que não há uma “autonomia dos fenômenos, como se fossem objetos naturais”. A psicologia e a psicopatologia se aproximaram na construção de conhecimentos importantes sobre as funções psíquicas a partir de observações ao longo do tempo. Áreas como a memória e a consciência não são funções autônomas, por mais que em estudos pareçam ser, elas funcionam em conjunto com todas as outras funções. Quando uma delas não opera dentro da normalidade outras podem sofrer com essa alteração de função e “a pessoas na sua totalidade adoece”. O psicopatólogo Eugène Minkowski (1966) traz em seus questionamentos sobre os estudos dos transtornos mentais um projeto que prevê “abordar globalmente a pessoa que adoece”. Ele acredita que a psicopatologia deve sempre levar em consideração a interrelação de “dois seres humanos”, um que demonstrará os sinais e outro que analisará seus significados. Para Minkowski não se deve apenas descrever os sintomas psicopatológicos, deve-se abordar a pessoa em sua integralidade, como um ser humano cuja funcionalidade está ligada a diversas estruturas, e como dito inicialmente, quando uma não está em seu pleno funcionamento o ser adoece por inteiro. Desta forma não se deve compartimentalizar a psicopatologia entre estruturas básicas e estruturas totalizantes por se tornar um grande risco no entendimento humano e total do ser. Eugen Bleuler (1985) adverte que a observação nos leva a fragmentação dos saberes, com a ideia errônea de que a vidas funções psíquicas são como uma colcha de retalhos, entretanto isso não é real, essas funções só adquirem significados reais quando unidos a vida com a realidade psíquica.
Compartilhar