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DALGALARRONDO, Paulo. Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais. Porto Alegre: Artmed, 3 ed. 2019. Resumo Capítulo 13 A Atenção E SUAS ALTERAÇÕES Definições Básicas Cuvillier (1937) definiu a atenção como a direção que a consciência toma, “um estado de concentração de atividade mental sobre determinado objeto”. Ela está ligada com a união de diversos processos psicológicos que permite o sujeito selecionar, filtrar e organizar informações, sendo relacionada estritamente com a consciência. Os processos que envolvem o mecanismo de atenção são complexos e compostos por vários componentes que permitem níveis variados de atenção, tais como: a atenção voluntária e espontânea, a externa e a interna, a atenção focal e a dispersa, a tenacidade e a vigilância, a atenção flutuante. Neuropsicologia contemporânea da atenção Divisão da atenção em subtipos: 1. Capacidade e foco de atenção: refere-se a atenção concentrada, capacidade de focalizar um ponto de informação, exemplo: montar um quebra-cabeças; 2. Atenção seletiva: é a capacidade de selecionar apenas um estímulo diante de outras distrações, um processo de seletividade de informações relevantes ao sujeito, exemplo: ler um livro em um ônibus; 3. Atenção dividida: captação de atenção em dois ou mais estímulos simultâneos, exemplo: dirigir um carro enquanto ouve uma música; 4. Atenção alternada: refere-se a capacidade de mudar o foco atencional entre duas, ou mais, tarefas, exemplo: ler um livro e parar para atender uma ligação, depois retornar para a leitura; 5. Atenção sustentada: refere-se a capacidade de manter a atenção concentrada em uma atividade por um longo tempo, exemplo: assistir uma aula online durante duas horas conseguindo manter o raciocínio diante do que é ouvido; 6. Seleção de resposta e controle seletivo: refere-se ao ato de prestar atenção e planejar uma ação diante do foco atencional. Os lobos temporais processam as funções executivas que permitem o planejamento, execução e monitoramento de comportamentos com objetivos. A memória de trabalho consiste em manter informações ativas na mente por um período determinado de tempo. É controlada pela área frontoparietal. Psicopatologia da atenção 1. Hipoprosexia: diminuição global da atenção, perdendo a capacidade de concentração, rememoração de lembranças e dificuldade crescente em atividades psíquicas complexas; 2. Aprosexia: perda total de atenção; 3. Hiperprosexia: capacidade de focalizar um estimulo exagerado, levando a obstinação; 4. Distração: não é uma psicopatologia, mas denomina-se como uma capacidade de superconcentração ativa de atenção diante de outros focos, esquecendo-se de outras tarefas importantes, como o lugar que parou um carro; 5. Distraibilidade: é um estado patológico que refere-se a incapacidade de estabelecer o foco atencional em um ponto de tarefa produtiva, desvia-se com facilidade para outros pontos. Valor diagnóstico das alterações da atenção Distúrbios neuropsiquiátricos e neuropsicológicos: · Delirium: ocorrem devido a diminuição de consciência e atenção, está muito associada aos distúrbios de atenção. · Transtorno cognitivo leve: demora na realização de tarefas devido a diminuição da capacidade de atenção, comum em idosos. · Demências: alteração da atenção marcada por perturbações do paciente diante de estímulos variados. · Demência de Alzheimer: pacientes com este diagnóstico possuem dificuldade de realizar tarefas que necessitam de concentração e foco (atenção seletiva e dividida). · Demência frontotemporal: está associada as funções executivas da memória de trabalho e planejamento. Há uma diminuição considerável da atenção levando o paciente a se distrair facilmente além da irritação diante de muitos estímulos. · Demência com corpos de Lewy: assim como a anterior, está relacionado com as funções executivas e níveis de atenção, gerando alucinações visuais. Transtornos Mentais Os mais frequentes que afetam a atenção são os seguintes: · TDAH: dificuldade de direcionar e manter a atenção em estímulos, internos e externos, gerando dificuldade de controle e impulsividade, comum na infância e adolescência. · Transtorno de humor: dificuldade de concentração e atenção sustentada. · Quadros depressivos: hipoprexia, diminuição da capacidade de atenção. · TOC: atenção e vigilância excessiva e desregulada com prejuízos de atenção alternada. · Esquizofrenia: dificuldade em filtrar as informações, distração diante de estímulos visuais e auditivos.
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