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Vigilância em Saúde Ambiental (VSA) A VSA tem como objeto os fatores ambientais de risco à saúde da população, o que significa antecipar e prever o processo de adoecimento por meio de ações de: Inspeção Controle Monitoramento Intervenção Comunicação Nesse processo, a VSA articula-se com serviços e unidades de saúde da Rede de Atenção à Saúde do SUS (RAS-SUS) Vigilância epidemiológica Vigilância sanitária Vigilância em saúde do trabalhador Rede de laboratórios Unidades de atenção básica A VSA contempla várias áreas, como observa-se na figura a seguir: A VSA é um conjunto de ações que proporciona o conhecimento e detecção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes do meio ambiente que interferem na saúde humana A VSA tem como finalidade de identificar as medidas de prevenção e controle dos fatores de risco ambientais relacionados às doenças ou outros agravos à saúde da população. Vigilância em Saúde Sanitária Epidemiológica Ambiental Saúde do trabalhador Assim, essa vigilância acompanha a interação do indivíduo com o meio ambiente em que está inserido, com enfoque no espaço urbano e coletivo e as diversas formas de intervenção sobre este meio. Entende-se que essa relação da pessoa com o ambiente possa se dar de maneira harmônica e resultados positivos, ou de maneira nociva, resultando em doenças e agravos à saúde. Atribuição VSA Coordenar, avaliar, planejar, acompanhar, inspecionar e supervisionar ações de vigilância referentes a fatores de riscos ambientais relacionados a doenças e agravos à saúde. A vigilância desses fatores de risco é realizada por meio dos programas nacionais, estruturados e organizados nos âmbitos nacional, estadual e municipal Objetivos VSA Produzir, integrar, processar e interpretar informações, visando a disponibilizar ao SUS instrumentos para o planejamento e execução de ações relativas às atividades de promoção da saúde. Além de prevenção e controle de doenças relacionadas ao meio ambiente; Também deve estabelecer os principais parâmetros, atribuições, procedimentos e ações relacionadas à vigilância ambiental em saúde nas diversas instâncias de competência; Identificar os riscos referentes aos fatores ambientais condicionantes e determinantes das doenças e agravos à saúde; Promover a proteção da saúde humana relacionadas ao controle e recuperação do meio ambiente; Conhecer e estimular a interação entre saúde, meio ambiente e desenvolvimento Visando ao fortalecimento da participação da população na promoção da saúde e qualidade de vida. Atuação da VSA A VSA é realizada por meio dos programas nacionais, que são estruturados e organizados nos âmbitos nacional, estadual e municipal. A VSA será implementada a partir da Coordenação Geral de Vigilância Ambiental (CGVAM) e suas duas coordenações: A coordenação de riscos biológicos tem enfoque nos vetores, hospedeiros e reservatórios de doenças, sendo esse o enfoque do seu estudo. Já a coordenação de fatores de risco não biológicos, se relaciona com qualidade da água, ar, solo, desastres e contaminantes ambientais. É atuação da VSA como um todo: Contaminantes ambientais; Qualidade da água para consumo humano; Qualidade do ar; Qualidade do solo, incluindo os resíduos tóxicos e perigosos; Desastres naturais e acidentes com produtos perigosos Alterações no ambiente causam doenças e agravos, conforme observa-se no esquema a seguir: É papel da VSA controlar e prevenir essas doenças e agravos, sejam eles causados por fatores biológicos ou não biológicos. PORTARIA DE CONSOLIDAÇÃO no 5, DE 28 DE SETEMBRO DE 2017 É uma portaria ampla, trata da consolidação das normas sobre as ações e os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde. No seu ANEXO XX trata do controle e da vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade. Ficam definidos os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade. PORTARIA No 2.914, DE 12 DE DEZEMBRO DE 2011 Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (Vigiagua) Portaria de Consolidação PRC no 5/2017 MS Portaria no 2.914/2011MS Dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade. O vigiagua tem como objetivo desenvolver a vigilância da qualidade da água para consumo humano, de forma a garantir à população o acesso à água com qualidade compatível com o padrão estabelecido na legislação vigente. Atuando como parte integrante das ações de prevenção dos agravos transmitidos pela água e de promoção da saúde, previstas no SUS. A vigilância da qualidade da água de consumo humano tem como finalidade o mapeamento de áreas de risco em determinado território, utilizando a vigilância da qualidade da água consumida pela população O mapeamento é importante para avaliação da qualidade e quantidade de água consumida em determinadas áreas, Com vistas a assegurar a qualidade da água e evitar que as pessoas adoeçam pela presença de patógenos ou contaminantes presentes nas coleções hídricas. Estratégias e propósitos do Vigiágua: • Reduzir a morbimortalidade por doenças e agravos de transmissão hídrica, por meio de ações de vigilância sistemática da qualidade da água consumida pela população; • Orientar gestores das diversas formas de abastecimento de água quanto às medidas de manutenção e de controle da qualidade da água para consumo humano; • Avaliar e gerenciar o risco à saúde das condições sanitárias das diversas formas de abastecimento de água; • Monitorar sistematicamente a qualidade da água consumida pela população, nos termos da legislação vigente (Padrões de potabilidade); • Informar à população sobre a qualidade da água e os riscos à saúde; • Apoiar o desenvolvimento de ações de educação em saúde e mobilização social; Resumindo... Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) Lei no 12.305, de 02 de agosto de 2010. O principal objetivo da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) é a eliminação das formas de destinação e disposição final inadequada de resíduos sólidos e rejeitos. Resíduos Sólidos: material, substância, objeto ou bem descartado resultantes de atividades humanas em sociedade que possa ser reutilizado e/ou reciclado e tenha valor econômico. Rejeito: resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas as possibilidades de tratamento e recuperação por processos tecnológicos disponíveis e economicamente viáveis, não apresentem outra possibilidade que não a disposição final ambientalmente adequada. É um descarte que não existe nenhuma possibilidade de reaproveitamento ou reciclagem. OBJETIVOS DA PNRS • Proteção da saúde pública e da qualidade ambiental; • Não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos, bem como disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos; (Existe uma ORDEM DE PRIORIDADE na geração de resíduos, sendo o ideal a não geração deles. Porém, se forem gerados, devem ser reduzidos. Também deve-se buscar a reutilização e reciclagem. Por fim, os resíduos devem ser tratados na sua disposição final) • Estímulo à adoção de padrões sustentáveis de produção e consumo de bens e serviços; • Adoção, desenvolvimento e aprimoramento de tecnologias limpas como forma de minimizar impactos ambientais; • Articulação entre as diferentes esferas do poder público e setor empresarial, com vistas à cooperação técnica e financeira para a gestão integrada de resíduos sólidos; •Capacitação técnica continuada na área de resíduos sólidos; •Proteção da saúde pública e da qualidade ambiental; •Incentivo à indústria da reciclagem, tendo em vista fomentar o uso de matérias-primase insumos derivados de materiais recicláveis e reciclados; INSTRUMENTOS DO PNRS: 1- Planos de resíduos sólidos (RS) 2- Inventários e sistema declaratório anual de RS 3- Coleta Seletiva 4- Logística Reversa 5- Cooperativas e associações de catadores 6- Monitoramento e fiscalização ambiental, sanitária e agropecuária 7- Cooperação/Integração entre setor público e privado 8- Educação ambiental 9- Incentivos fiscais e financeiros 10- Fundo nacional do meio ambiente 11- Conselhos municipais de meio ambiente Os resíduos sólidos têm a seguinte classificação: Quanto à ORIGEM: domiciliares, de limpeza urbana, saneamento básico, resíduos de serviços de saúde, industriais... Quanto à PERICULOSIDADE: resíduos perigosos (inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade) e resíduos não perigosos. Quanto a COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Poluentes Orgânicos Persistentes (POPs) - São bioacumulativos (pesticidas, Policlorobifenilas - PCBs, dioxinas ) Quanto ao TIPO: ão , plástico, vidro, alumínio, metais... são recicláveis, ou recicláveis contaminados. PLANOS DE RESÍDUOS SÓLIDOS São Planos de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Esses planos são elaborados para um horizonte de atuação de 20 anos, porém existe uma revisão a cada 4 anos (União e Estados); São elaborados com participação e controle social; É necessário tem um conteúdo mínimo definido na Lei, incluindo nesse conteúdo: da situação com relação aos resíduos sólidos; futuros; PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS (PGRS) É um documento feito por empresas que identifica o tipo e a quantidade de resíduos sólidos gerados, e quais as práticas ambientalmente corretas adotadas pelas empresas para a segregação, coleta, armazenamento, transporte, reciclagem, destinação e disposição final Estão sujeitos à elaboração de PGRS os estabelecimentos que gerem: • Resíduos perigosos; • Resíduos dos serviços públicos de saneamento básico • Resíduos industriais • Resíduos de serviços de saúde • As empresas de construção civil RESPONSABILIDADES DOS GERADORES E DO PODER PÚBLICO É instituída a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, a ser implementada de forma individualizada e encadeada, abrangendo os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, os consumidores e os titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos. Todos são responsáveis pelos resíduos gerados, de forma solidária A responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos tem por OBJETIVO: entes econômicos e sociais e os processos de gestão empresarial com os de gestão ambiental, desenvolvendo estratégias sustentáveis; síduos sólidos, direcionando-os para a sua cadeia produtiva ou para outras cadeias produtivas; os, o desperdício de materiais, a poluição e os danos ambientais; sumos de menor agressividade ao meio ambiente e de maior sustentabilidade; Incentivar as boas práticas de responsabilidade socioambiental. LOGÍSTICA REVERSA: Trata-se do conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial Melhorar fisicamente a gestão de resíduos Aumentar Reciclagem/ Redução Transferir responsabilidade/custo dos municípios as empresas Alterna fluxos financeiros Operacionaliza “poluidor-pagador”; Aumentar a eficiência no uso dos recursos naturais Ampliar o uso de material reciclado substituindo recursos virgens; São obrigados a estruturar e implementar sistemas de logística reversa, mediante retorno dos produtos após o uso pelo consumidor, de forma independente os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de: Agrotóxicos Pilhas e baterias pneus; Óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens; Lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista; Produtos eletroeletrônicos e seus componentes. RESÍDUOS PERIGOSOS Resíduo perigoso é todo aquele que apresenta significativo risco à saúde pública ou à qualidade ambiental devido a certas características. Ele pode ser inflamável, corrosivo, reativo, tóxico, patogênico, cancerígeno, teratogênico. O funcionamento de empreendimento ou atividade que gere ou opere com resíduos perigosos somente podem ser autorizados ou licenciados pelas autoridades competentes se o responsável comprovar: ssários ao gerenciamento desses resíduos. INSTRUMENTOS ECONÔMICOS Previsão de incentivo mediante instrumentos econômicos, tais como: de resíduos sólidos no processo produtivo; res impactos à saúde humana e à qualidade ambiental em seu ciclo de vida; esquisas voltadas para tecnologias limpas aplicáveis aos resíduos sólidos; PROIBIÇÕES São proibidas as seguintes formas de destinação ou disposição final de resíduos sólidos ou rejeitos: Lançamento in natura a céu aberto, excetuados os resíduos de mineração; não licenciados para essa finalidade; São proibidas, nas áreas de disposição final de resíduos ou rejeitos, as seguintes atividades: o. onal de Resíduos Sólidos (PNRS): faz a cooperação entre poder público, setor empresarial e sociedade (faz de forma integrativa). reutilizável e reciclável, bem econômico e de valor social, gerador de trabalho e renda e promotor de cidadania. -pagador e protetor-recebedor (conceitos inseridos dentro da política nacional de resíduos sólidos) Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) A Resolução – RDC n° 222/2018 da ANVISA regulamenta os requisitos de Boas Práticas de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde A nova resolução se aplica aos geradores de resíduos de serviços de saúde (RSS) cujas atividades envolvam qualquer etapa do gerenciamento dos RSS, sejam eles públicos e privados, filantrópicos, civis ou militares, incluindo aqueles que exercem ações de ensino e pesquisa. Resumindo... Definição de RSS (Resíduos de Serviços de Saúde): São todos aqueles resultantes de atividades exercidas nos serviços relacionados com atendimento à saúde humana e animal, e que por suas características, necessitam de processos diferenciados em seu manejo, exigindo ou não tratamento prévio à sua disposição final. São geradores de RSS Todos os serviços cujas atividades estejam relacionadas com atenção à saúde humana ou animal Drogarias e farmácias PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE (PGRSS) É um conjunto de procedimentos que contempla a geração, segregação, acondicionamento, coleta, armazenamento, transporte, tratamento e destinação final desses resíduos. O gerenciamento dos RSS deve abranger todas as etapas de planejamento dos recursos físicos, dos recursos materiais e da capacitação dos recursos humanos envolvidos Todo serviço gerador deve dispor de um PGRSS Os estabelecimentos da área de saúde devem elaborar o plano devido aos riscos à saúde pública e ao meio ambiente No PGRSS, o gerador de RSS deve: plar os procedimentos locais definidos pelo processo de logística reversa para os diversos RSS Alguns pontos das etapas de manejo: Segregação, acondicionamento e identificação Os RSS devem ser segregados no momento de sua geração Devem ser respeitados os limites de peso de cada saco Proibido o esvaziamento ou reaproveitamento dos sacos Os sacos para acondicionamento de RSS do grupo A devem ser substituídos ao atingirem o limite de 2/3 Coleta e transporte interno O transporte interno dos RSS deve ser realizado atendendo a rota e a horários previamente definidos, em coletor identificado O coletor utilizado para transporte interno deve ser constituído de material liso, rígido, lavável, impermeável, provido de tampa articulada aopróprio corpo do equipamento, cantos e bordas arredondados. Armazenamento interno, temporário e externo No armazenamento temporário e externo de RSS é obrigatório manter os sacos acondicionados dentro de coletores com a tampa fechada. Ser provido de pisos e paredes revestidos de material resistente, lavável e impermeável; Estar identificado como "ABRIGO TEMPORÁRIO DE RESÍDUOS" Destinação Os RSS que não apresentam risco biológico, químico ou radiológico podem ser encaminhados para reciclagem, recuperação, reutilização, compostagem, aproveitamento energético ou logística reversa. CLASSIFICAÇÃO DOS RSS: C → substâncias radioativas; -cortantes. GRUPO A Subgrupo A1 -organismos pesquisa ou atenção à saúde de indivíduos ou animais, com suspeita ou certeza de contaminação biológica Devem ser submetidos a tratamento, utilizando processos que vierem a ser validados para a obtenção de redução ou eliminação da carga microbiana. Subgrupo A2 ra da unidade geradora, desde que ocorra nas dependências do serviço Subgrupo A3 licenciada pelo órgão ambiental competente. Subgrupo A4 pacientes que não contenham e nem sejam suspeitos de conter agentes classe de risco 4 cirurgia plástica líquidos corpóreos na forma livre. ecidos), incluindo a placenta, e outros resíduos provenientes de procedimentos cirúrgicos ou de estudos anatomopatológicos ou de confirmação diagnóstica. animais não submetidos a processos de experimentação com inoculação de microrganismos. Devem ser acondicionados em saco branco leitoso e encaminhados para a disposição final ambientalmente adequado Subgrupo A5 ra príons ou confirmados, e que tiveram contato com órgãos, tecidos e fluidos de alta infectividade para príons. Os RSS do Subgrupo A5 devem ser encaminhados para tratamento por incineração GRUPO B dores). O gerenciamento do Grupo B deve observar a periculosidade das substâncias presentes, decorrentes das características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade. GRUPO C Qualquer material que contenha radionuclídeo em quantidade superior aos níveis de dispensa especificados em norma da CNEN Enquadra-se rejeito radioativo: análise clínica Os rejeitos radioativos devem ser segregados de acordo com o radionuclídeo ou natureza da radiação, estado físico, concentração e taxa de exposição GRUPO D Resíduos que não apresentam risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares. Incluindo: odas e jardins Quando não encaminhados para reutilização, recuperação, reciclagem, compostagem, logística reversa ou aproveitamento energético, devem ser classificados como rejeitos. GRUPO E ear, agulhas, escalpes, ampolas de vidro, lâminas de bisturi, lancetas; tubos capilares; ponteiras de micropipetas; lâminas e lamínulas, utensílios de vidro quebrados no laboratório (pipetas, tubos de coleta sanguínea e placas de Petri) Os materiais perfurocortantes devem ser descartados em recipientes identificados, rígidos, providos com tampa, resistentes à punctura, ruptura e vazamento No plano de gerenciamento dos grupos de resíduos de serviços de saúde, há um tópico dedicado a segurança operacional. Segurança Ocupacional O serviço/a empresa deve garantir que os trabalhadores sejam avaliados periodicamente em relação à saúde ocupacional, mantendo registros desta avaliação O serviço deve manter um programa de educação continuada para os trabalhadores e todos os envolvidos nas atividades de gerenciamento de resíduos Resumindo... RSS: o que são, quais grupos o compõe Grupo A: são aqueles com presença de gentes biológicos e que podem apresentar risco de infecção. Grupo B: são aqueles que contêm substâncias químicas. Grupo C: são os rejeitos radioativos. Grupo D: são aqueles classificados como resíduos comuns, exemplos, material de escritórios, resíduo orgânico e etc. nsílios de vidros quebrados. destinação correta para o lixo. Contempla a geração, segregação, acondicionamento, coleta, armazenamento, transporte, tratamento e destinação final Vigilância em Saúde do Trabalhador Evelyn Cristine da Silva O conteúdo abordado está dividido em duas etapas: 1. Conceituação e competências 2. Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora Legislação de referência: Portaria nº 1.823/2012 – MS Introdução: Cerca de 45% da população mundial e cerca de 58% da população acima de 10 anos de idade faz parte da força de trabalho. O trabalho desta população sustenta a base econômica e material das sociedades que por outro lado são dependentes da sua capacidade de trabalho. Desta forma, a saúde do trabalhador e a saúde ocupacional são pré-requisitos cruciais para a produtividade e são de suma importância para o desenvolvimento socioeconômico e sustentável. De acordo com a OMS, os maiores desafios para a saúde do trabalhador atualmente e no futuro são os problemas de saúde ocupacional ligados com: Novas tecnologias de informação e automação, Novas substâncias químicas e energias físicas, Riscos de saúde associados a novas biotecnologias, Transferência de tecnologias perigosas, Envelhecimento da população trabalhadora, Problemas especiais dos grupos vulneráveis (doenças crônicas e deficientes físicos), dentro outros aspectos. Definição de Saúde do Trabalhador Segundo a Lei 8.080/90- Saúde do trabalhador no SUS: Conjunto de atividades que se destina, através das ações de Vigilância Epidemiológica e Sanitária, à promoção e proteção da saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos das condições de trabalho. Conceito Saúde do trabalhador: Campo do saber que visa compreender as relações entre o trabalho e o processo saúde/doença. Considera a saúde e a doença como processos dinâmicos, estreitamente articulados com os modos de desenvolvimento produtivo, ou seja, a saúde e a doença acontecem de forma integrada e estão associadas ao trabalho executado pelo homem. Parte do princípio de que a forma de inserção do homem nos espaços de trabalho contribui para formas específicas de adoecer. O fundamento de suas ações em saúde do trabalhador é a articulação multiprofissional, interdisciplinar e intersetorial. A atenção integral à saúde do trabalhador estará articulada a varias esferas (federal estadual e municipal) por meio da vigilância epidemiológica, vigilância sanitária, promoção e proteção de saúde, assistência disponibilizada pelo SUS e vigilância ambiental. Integração Articulação Transdiciplinaridade Interdisciplinaridade Ampliar o olhar para além do processo laboral e considerar os reflexos do trabalho e das condições de vida dos indivíduos e de suas famílias Resolutividade Responsabilização Acolhimento Integralidade Conceito e Competências: Lei nº 8.080, de 19/9/90 – Lei Orgânica da Saúde, Art. 6º Estão incluídas ainda no campo de atuação do Sistema Único de Saúde (SUS): Inciso I - a execução de ações: a) de vigilância sanitária; b) de vigilância epidemiológica; c) de saúde do trabalhador; d) de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica. Segundo a Lei 8.080/90- Saúde do trabalhador no SUS: Conjunto de atividades que se destina, através das ações de vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e proteção da saúde dos trabalhadores, assim como visa à recuperação e reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho. *dica da palestrante: conceitos são importantes, pois em muitas provas são cobrados de forma íntegra. Política Nacional de Saúde do Trabalhador PORTARIA Nº 1.823, DE 23 DE AGOSTO DE 2012, institui a PolíticaNacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora. Sintetizando: A portaria promove ações de promoção, vigilância, diagnóstico, tratamento, recuperação e reabilitação da saúde - Relembrando a história natural da doença, a saúde do trabalhador vai atuar em várias esferas, como, por exemplo, na atenção primária com a promoção da saúde, na prevenção secundária com o diagnóstico precoce, na prevenção terciária, além de atuar na recuperação do trabalhador-; Promoção da saúde e de ambientes e processos de trabalho saudáveis; Garantia da integralidade na atenção à saúde do trabalhador; Fortalecimento e ampliação da articulação intersetorial; Controle social e apoio a pesquisas. Estrutura da PORTARIA nº 1.823/2012: Finalidade Princípios e diretrizes Objetivos Estratégias Responsabilidades Avaliação e monitoramento Financiamento Anexo - I - Elementos informativos da Política FINALIDADE: Definir os princípios, as diretrizes e as estratégias a serem observados nas três esferas de gestão do SUS – federal, estadual e municipal, para o desenvolvimento das ações de atenção integral à Saúde do Trabalhador, com ênfase na vigilância, visando a promoção e a proteção da saúde dos trabalhadores e redução da morbimortalidade decorrente dos modelos de desenvolvimento e dos processos produtivos. É importante lembrar que a atenção à saúde do trabalhador deve ser INTEGRAL, observando as condições de trabalho e renda, apoio familiar/suporte social, percepções sobre saúde-doença, suas crenças/espiritualidade, condições física e orgânica, desejos e expectativas, saberes e cultura. Observar todos estes aspectos para a formulação de uma atenção integral à saúde do trabalhador. PRINCÍPIOS E DIRETRIZES: I - universalidade; II - integralidade; III - participação da comunidade, dos trabalhadores e do controle social; IV - descentralização; V - hierarquização; VI - equidade; VII - precaução. OBJETIVOS: Fortalecer a Vigilância em Saúde do Trabalhador e a integração com os demais componentes da Vigilância em Saúde (ambiental, sanitária, epidemiológica e saúde dos trabalhadores); Promover a saúde e ambientes e processos de trabalho saudáveis; Garantir a integralidade na atenção à saúde do trabalhador; Ampliar o entendimento de que a Saúde do Trabalhador deve ser concebida como uma ação transversal, devendo a relação saúde-trabalho ser identificada em todos os pontos e instâncias da rede de atenção; Incorporar a categoria trabalho como determinante do processo saúde-doença dos indivíduos e da coletividade; Assegurar que a identificação da situação do trabalho dos usuários seja considerada nas ações e serviços de saúde do SUS; Assegurar a qualidade da atenção à saúde do trabalhador usuário do SUS. ESTRATÉGIAS: Integração da Vigilância em Saúde do Trabalhador junto aos demais componentes da Vigilância em Saúde e com a Atenção Primária em Saúde; Análise do perfil produtivo e da situação de saúde dos trabalhadores; Estruturação da Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (RENAST) no contexto da Rede de Atenção à Saúde: O RENAST tem como objetivo disseminar ações de saúde do trabalhador, articuladas às demais redes do Sistema Único de Saúde, SUS. Fortalecimento e ampliação da articulação intersetorial; Estímulo à participação da comunidade, dos trabalhadores e do controle social; Desenvolvimento e capacitação de recursos humanos; Apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas. RESPONSABILIDADES: São responsabilidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Município: I - garantir a transparência, a integralidade e a equidade no acesso às ações e aos serviços de saúde do trabalhador; II - orientar e ordenar os fluxos das ações e dos serviços de saúde do trabalhador; III - monitorar o acesso às ações e aos serviços de saúde do trabalhador; IV - assegurar a oferta regional das ações e dos serviços de saúde do trabalhador; V - estabelecer e garantir a articulação sistemática entre os diversos setores responsáveis pelas políticas públicas; VI - desenvolver estratégias para identificar situações que resultem em risco ou produção de agravos à saúde. Gestores do SUS: À direção nacional do SUS À direção estadual do SUS Aos gestores municipais de saúde Das Atribuições dos CEREST e das Equipes Técnicas *dica da palestrante: leitura minuciosa desta parte da portaria. AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO: As metas e os indicadores devem estar contidos nos instrumentos de gestão definidos pelo sistema de planejamento do SUS: a avaliação se dá através de- I - Planos de Saúde; II - Programações Anuais de Saúde; III - Relatórios Anuais de Gestão. O planejamento estratégico deve contemplar ações, metas e indicadores de promoção, vigilância e atenção em saúde do trabalhador, nos moldes de uma atuação permanentemente articulada e sistêmica. FINANCIAMENTO: Além dos recursos dos fundos nacionais, estaduais e municipais de saúde, fica facultado aos gestores de saúde utilizar outras fontes de financiamento, como: I - ressarcimento ao SUS, pelos planos de saúde privados, dos valores gastos nos serviços prestados aos seus segurados; II - repasse de recursos advindos de contribuições para a seguridade social; III - criação de fundos especiais; IV - parcerias com organismos nacionais e internacionais para financiamento de projetos especiais. Contato: evelyn.cristine@unesp.br Vigilância de Zoonoses Definição de zoonoses: A definição clássica de zoonoses: doenças que são transmitidas de animais para humanos, ou de humanos para os animais. Há duas definições da OMS: • Doenças e infecções em que possa existir relação homem-animal e vice-versa, seja diretamente ou através do meio ambiente incluindo portadores, reservatórios e vetores (OMS, 1965) • Doenças ou infecções naturalmente transmissíveis entre animais vertebrados e seres humanos (OMS, 2016) As zoonoses são enfermidades compartilhadas pelo homem e pelos animais. Essa é uma definição em amplo sentido, prevendo a interação do homem com os animais e a relação destes com o meio ambiente O termo Zoonoses introduzido pelo médico alemão patologista Rudolph Virchow (1821– 1905), incluía todas as doenças infecciosas sob o conceito de “Medicina Comparada” Mais de 200 zoonoses são conhecidas, causando morbidade e mortalidade principalmente em grupos demográficos vulneráveis (crianças, idosos e trabalhadores ligados às áreas da saúde pública e veterinária e trabalhadores do campo). Fatores de risco relacionada as zoonoses: Aumento de demanda por alimentos (origem animal); Urbanização – animais de estimação; Globalização (transportes) – vetores e reservatórios; Condições socioeconômicas (educação, sanitarismo, comportamento, cultural); Atividades econômicas de maior exposição a riscos; Muito comum em países tropicais (possuem fauna diversificada e condições climáticas que favorecem os patógenos) Fatores que favorecem o surgimento de zoonoses: • Alterações climáticas • Extinção da fauna • Desmatamento • Aumento da exploração dos recursos naturais Interferências no ambiente levam a maior exposição do homem a patógenos que ficariam restritos na natureza (como no caso da Hantavirose, onde os roedores se deslocaram para centros urbanos após alterações em seu meio). O ciclo natural é o ENZOÓTICO, que ocorre entre os animais. O ambiente modificado leva ao ciclo EPIZOÓTICO, como exemplo nos ambientes de produção, com muitos animais diferentes convivendo de forma muito próxima. Já no centro urbano ocorre o ciclo EPIDÊMICO, com a interface entre humanos e animais. IMPORTÂNCIA DAS ZOONOSES Segundo a Organização Mundial de Saúde Animal: • 60% dos patógenos humanos são zoonóticos • 75% das doenças humanas emergentes do último século são de origem animal• 80%dos patógenos possíveis de utilização em bioterrorismo são de origem animal OIE, 2011 Os animais desempenham um papel vital na manutenção de agentes infecciosos na natureza Mas foi nas últimas décadas depois que surgiram doenças na interface animal-humana com importante repercussão em saúde pública e na economia. Eventos importantes: • Encefalopatia Espongiforme Bovina (BSE ou “Vaca louca”); • Ebola; • Influenza Aviária • SARS-CoV-2 SARS – CoV - 2 Como muitos dos primeiros casos de COVID-19 foram associados ao mercado Huanan em Wuhan é possível que uma fonte animal estivesse presente neste local. Dada a semelhança do SARS-CoV-2 com os coronavírus do tipo SARS-CoV de morcego, é provável que os morcegos sirvam como hospedeiros reservatórios Como esse vírus passou das populações animais para o homem ainda não foi determinado Pesquisas adicionais são necessárias para entender a patogenicidade do vírus, especialmente em animais de companhia, modos de transmissão, período de incubação, período contagioso e potencial zoonótico. Referências interessantes sobre SARS CoV 2: • Konda et al. Potential Zoonotic Origins of SARS-CoV-2 and Insights for Preventing Future Pandemics Through One Health Approach. https://doi.org/10.7759/cureus.8932 • Zhou, P. et al. Nature A pneumonia outbreak associated with a new coronavirus of probable bat origin. https://doi.org/10.1038/s41586-020- 2012-7 (2020). • Wu, F. et al. Nature A new coronavirus associated with human respiratory disease in China. https://doi.org/10.1038/s41586-020-2008- 3 (2020). • Andersen, KG et al. The proximal origin of SARS-CoV-2. https://doi.org/10.1038/s41591- 020-0820-9 (2020). CLASSIFICAÇÃO DAS ZOONOSES CLASSIFICAÇÃO DAS ZOONOSES SEGUNDO O SENTIDO DA TRANSMISSÃO: • ANTROPOZOONOSES: https://doi.org/10.1038/s41586-020- https://doi.org/10.1038/s41586-020-2008- Agentes de doenças que são perpetuados pela transmissão entre animais porém que podem eventualmente acometer seres humanos, ou seja, o agente se mantém entre os animais, podendo ser transmitido ao homem. Ex.: Raiva, Leptospirose (ratazana tem sua urina contaminada com leptospira, podendo dessa forma acometer o ser humano que entre em contato com essa urina), Leishmaniose ZOOANTROPONOSES: Agentes de doenças que são perpetuados pela transmissão entre seres humanos porém que podem eventualmente acometer animais. É a doença que passa do homem para os animais O agente se mantém na espécie humana podendo ser transmitido para os animais Ex.: Tuberculose (Mycobacterium tuberculosis) ANFIXENOSES: Agentes de doenças que se transmitem com igual intensidade entre animais, entre os seres humanos e também entre seres humanos e animais. É a doença que passa tanto do homem para os animais quanto dos animais para o homem (tanto humanos como animais são reservatórios) Pode ocorrer naturalmente em humanos e animais Ex.: Salmonelose CLASSIFICAÇÃO DAS ZOONOSES SEGUNDO OS CICLOS DE MANUTENÇÃO DO AGENTE ETIOLÓGICO: • ZOONOSE DIRETA: O agente não se altera ao passar de um hospedeiro para o outro Contato, veiculação ou vetor mecânico Antroponoses: ser humano é o único reservatório, suscetível e hospedeiro. São exemplos as DST's, o sarampo, febre tifóide e coqueluche. Antropozoonoses: entre animais Zooantroponoses: entre humanos Anfixenoses: ambos Transmissão de um hospedeiro vertebrado infectado a um hospedeiro vertebrado susceptível Ex.: Leptospirose, Raiva, Brucelose, Ebola. • CICLOZOONOSE: Quando o agente sofre alterações morfológicas e precisa passar por mais de um hospedeiro para completar o ciclo Participação de mais de uma espécie de hospedeiro vertebrado na cadeia de transmissão Ex.: Hidatiose (cão – ovino, home é hospedeiro acidental) Há uma subclassificação dentro das ciclozoonoses: 1) Euzoonoses: Ciclozoonose onde o homem é um dos hospedeiros obrigatórios do agente Participação de um vertebrado e o ser humano na cadeia de transmissão Ex.: Teníase-cisticercose 2) Parazoonoses: Ciclozoonose onde o homem é um hospedeiro acidental A ausência do ser humano não impede o fechamento do ciclo Ex.: Hidatiose (cão – ovino, precisa de 2 hospedeiros vertebrados) • METAZOONOSES: Hospedeiro invertebrado é essencial para ciclo biológico do agente Quando o agente passa parte do seu desenvolvimento em um invertebrado e parte em um vertebrado Ex.: Febre maculosa (carrapato), Febre Amerela (mosquito), leishmaniose (mosquito palha) • SAPROZOONOSES: Hospedeiro vertebrado e um elemento não pertencente ao reino animal (solo, matéria orgânica, água) Quando o agente precisa desenvolver parte do seu ciclo no ambiente Ex.: Larva migrans visceral (Toxocara canis), toxoplasmose VIGILÂNCIA, MONITORAMENTO E PREVENÇÃO DE ZOONOSES Referência Técnica: Manual de vigilância, prevenção e controle de zoonoses: normas técnicas e operacionais (2016). Vigilância de Zoonoses prega que para qualquer grupo de zoonoses deve-se desenvolver Ações – Atividades - Estratégias de vigilância - Prevenção e controle de zoonoses; buscando atuar e intervir, direta ou indiretamente, sobre as populações de animais alvo, de modo a refletir em benefício direto à saúde da população humana. Essa vigilância de zoonoses deve ser precedidas por estudos epidemiológicos, que contem com: • Levantamento do contexto de impacto na saúde pública • Avaliação da magnitude do problema a ser solucionado • Transcendência • Potencial de disseminação da zoonose • Gravidade da zoonose • Severidade da zoonose • Vulnerabilidade da população exposta Considerando a população exposta, a espécie animal envolvida, a área afetada (alvo), em tempo determinado. A vigilância de zoonoses deve desenvolver e executar ações, atividades e estratégias dependendo do contexto epidemiológico, também de prevenção, em seu território de atuação. Está relacionada com a vigilância epidemiológica/Sanitária/Ambiental do município. Deve-se ter como dados: • Quais as características ambientais? • Quais animais presentes? • Quais zoonoses notificadas? • Ciclo epidemiológico? • Presença de vetores • Hospedeiros? Reservatórios? A vigilância de zoonoses atua de forma diferenciada, possuindo ações especificas para grupos específicos de zoonoses. Subdividem-se em três grupos, sendo: • Zoonoses monitoradas por programas nacionais de vigilância e controle do Ministério da Saúde (MS). (Leptospirose, Hantavirose, Doença de Chagas, Febre Amarela, Febre Maculosa) • Zoonoses de relevância regional ou local. (Toxoplasmose, esporotricose) • Zoonoses emergentes ou reemergentes. (Doenças exóticas ou aquelas reapareceram) Existem duas formas de vigilância a serem realizadas nesses grupos: Ativa e Passiva. • VIGILÂNCIA ATIVA • Para zoonoses monitoradas por programas nacionais de vigilância e controle do Ministério da Saúde: As ações caracterizam-se por serem executadas de forma permanente a fim de subsidiar os programas de controle existentes (já há manuais, normas técnicas, leis ou normativas existentes e estabelecidos). Para o desenvolvimento e a execução das ações de vigilância ativa, devem-se seguir as normas técnicas vigentes dos programas nacionais de vigilância e controle do Ministério da Saúde. • Para zoonoses de relevância regional ou local; zoonoses emergentes e reemergentes: A vigilância ocorre por meio do desenvolvimento e execução sistemática de medidas que visem: Identificar, oportuna e precocemente, a introdução ou a reintrodução de uma zoonose, a fim de que a área de vigilância de zoonoses local possa intervir com ações de controle. Ocorre a busca de casos no município. Pode-se fazer dinâmica de porta a porta para notificação de zoonose em surto. A Vigilância Ativa, como um todo, faz: a) Articulação com a área de vigilância epidemiológicaRealiza a atualização quanto à ocorrência de casos humanos no território de atuação ou em áreas circunvizinhas (interface entre municípios próximos). b) Monitoramento constante e sistemático das populações de animais do território de atuação. c) Estruturação da rotina de identificação de informações sobre a incidência e a prevalência de zoonose na área alvo. d) Articulação sistemática com serviços e instituições públicas e privadas Atuar junto com instituições que trabalham com animais ou amostras biológicas de animais, em locais como consultórios, clínicas e hospitais veterinários, pet shops, órgãos ambientais, órgãos da agricultura, laboratórios e universidades. De modo que se identifique oportuna e precocemente a introdução de uma zoonose em uma determinada área ou seu risco iminente. e) Desenvolvimento de inquéritos epidemiológicos que envolvam determinadas populações de animais. • VIGILÂNCIA PASSIVA Caracteriza-se por viabilizar meios para a identificação oportuna e precoce de uma situação de risco real (iminente) relacionada a zoonoses ou de ocorrência de zoonoses na área em questão. É baseada na notificação de doenças pelo profissional de saúde. Cada nível de saúde envia informação de forma rotineira e periódica sobre os eventos sujeitos à vigilância A vigilância passiva tem a vantagem de ser fácil, de baixo custo e é mais sustentável no tempo (após notificação e confirmação, há a vigilância passiva). Existe a disponibilidade de avaliação de um animal de relevância para a saúde pública por meio da Unidade de Vigilância de Zoonoses (UVZ) que pode realizar essa avaliação (ex: analisar animal que mordeu um ser humano, ou seja, após agravo (mordedura) há a vigilância do animal) Deve existir um canal de comunicação com a população para informações sobre animais de relevância para a saúde pública para que a população notifique a área de vigilância de zoonoses, quando diante de um animal suspeito de zoonose de relevância para a saúde pública. A vigilância passiva deve fazer uma integração e articulação com serviços e instituições públicos e privados PREVENÇÃO DE ZOONOSES As ações de prevenção de zoonoses caracterizam-se por serem executadas de forma temporária ou permanente, dependendo do contexto epidemiológico, atuando por meio de ações, atividades e estratégias de educação em saúde, manejo ambiental e vacinação animal Deve-se considerar o contexto epidemiológico das zoonoses na área em questão, para definir as ações de prevenção que serão estratégicas e prioritárias • Educação em saúde: Devem-se desenvolver atividades de educação em saúde na comunidade como um todo, visando à prevenção de zoonoses. É necessário priorizar as localidades mais vulneráveis, atuando em escolas e outros locais em que se possa atingir o público-alvo, de forma intensa e mais abrangente Pode-se utilizar de meios de comunicação, como rádio, TV, correspondência e internet. • Manejo ambiental: Realizado somente quando possível e necessário (diferenciando-se das ações de correção do ambiente, sendo esta uma atribuição legal dos órgãos de Meio Ambiente) Para controlar ou, quando viável, eliminar vetores e roedores. Deve-se incentivar, orientar e educar a população na realização do manejo ambiental, realizando-as, quando necessário. • Vacinação animal: Deve-se realizar campanhas de vacinação antirrábica de cães e gatos, de acordo com o preconizado para cada região (não é obrigatório). Atua-se conforme o contexto epidemiológico da raiva na área, local CONTROLE DE ZOONOSES Uma vez constatada a situação real de risco de transmissão de zoonose (risco iminente) ou a introdução de zoonose de relevância para a saúde pública no território local, deve-se iniciar: • Ações de desenvolvimento e execução do controle da doença • Medidas aplicadas direta e indiretamente sobre a população animal alvo • Interromper o ciclo de transmissão da(s) zoonose(s) alvo. As ações, as atividades e as estratégias de controle de zoonoses subdividem-se em três tipos: Controle do risco iminente de transmissão de zoonose; Controle da zoonose incidente e Controle da zoonose prevalente • Controle do risco iminente de transmissão de zoonose: Quando constatada a situação real de risco (risco iminente) de transmissão de zoonose em uma determinada área, relacionado a uma população animal alvo, deve-se: Proceder às medidas de controle cabíveis Manutenção das medidas de vigilância Intensificação das medidas de prevenção Esse controle se caracteriza pelo desenvolvimento de ações, atividades e estratégias que visem a redução ou da eliminação do risco iminente de transmissão da zoonose para a população humana. Ex: Após diagnóstico laboratorial de raiva em morcegos, fazer campanha de vacinação contra raiva em cães e gatos. • Controle da zoonose incidente: Uma vez instalado o ciclo de transmissão de determinada zoonose em certa área, em que uma população animal esteja relacionada Deve-se proceder às medidas de controle para a redução ou a eliminação, do número de casos humanos da doença Intervindo de forma efetiva na interrupção do ciclo de transmissão. Controle da zoonose incidente Ex: após caso de febre amarela, fazer controle vetorial na área urbana, inserir estratégia de vacinação (Campanhas de Intensificação, Vacinação por equipes móveis, Vacinação de bloqueio), monitorar a sanidade de primatas. • Controle da zoonose prevalente: Diante de uma zoonose prevalente na área-alvo, em que uma população animal esteja relacionada à transmissão dela, devem-se: Manter as medidas de vigilância, ativa e passiva, e de prevenção Proceder às medidas de controle para a redução ou eliminação do número de casos humanos da doença, intervindo de forma efetiva na interrupção do ciclo de transmissão. Se a zoonose reincidir com frequência na área-alvo, é necessário rever as medidas adotadas, na tentativa de alcançar sua eliminação. MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO Após e durante a aplicação das medidas de controle da zoonose alvo, deve-se monitorar e avaliar sua efetividade. Dependendo do resultado da avaliação, é preciso continuar com as medidas de controle, até o alcance do objetivo (reduzir ou eliminar, quando possível, a doença ou o risco iminente). As medidas de vigilância são permanentes.
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