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Módulo 6 - Vigilância em Saúde - Parte 1

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Vigilância em Saúde 
Carolina de Alvarenga Cruz 
Conteúdo Abordado está dividido em seis etapas: 
1. Panorama geral da Vigilância em Saúde 
2. Conceituação 
3. Portaria 1.378/2013 
4. Portaria 2.436/2017 
5. Vigilância Sanitária 
6. Vigilância Epidemiológica 
 
Panorama geral da Vigilância em Saúde 
A instituição do SUS se deu por meio da Constituição Federal de 1988, a 
qual definiu que a saúde é um direito de todos e dever do Estado, garantido 
mediante as políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de 
doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário à saúde. Então, 
através da Lei 8.080/1990 ocorreu a instituição do SUS. 
O SUS tem como objetivo preconizar a promoção, prevenção e 
recuperação da saúde, sendo isso feito por meio de duas vertentes: a 
Vigilância em Saúde e a Atenção Básica / Primária à Saúde. 
A Vigilância em Saúde é sustentada por quatro pilares, sendo eles: 
vigilância sanitária, vigilância epidemiológica, saúde do trabalhador e vigilância 
ambiental. 
A Atenção Básica / Primária à Saúde, por sua vez, será conhecida como 
a "porta de entrada" dos usuários nos sistemas de saúde. Ou seja, é o 
atendimento inicial. Seu objetivo é orientar sobre a prevenção de doenças, 
solucionar os possíveis casos de agravos e direcionar os mais graves para 
níveis de atendimento superiores em complexidade. A atenção básica funciona, 
portanto, como um filtro capaz de organizar o fluxo dos serviços nas redes de 
saúde, dos mais simples aos mais complexos. Isso pode ser feito por meio da 
estratégia da Saúde da Família (eSF) e pelos Núcleos Ampliados de Saúde da 
Família e Atenção Básica (Nasf-AB). 
A atenção básica ou atenção primária em saúde é conhecida como a 
"porta de entrada" dos usuários nos sistemas de saúde. Ou seja, é o 
atendimento inicial. Seu objetivo é orientar sobre a prevenção de doenças, 
solucionar os possíveis casos de agravos e direcionar os mais graves para 
níveis de atendimento superiores em complexidade. A atenção básica funciona, 
portanto, como um filtro capaz de organizar o fluxo dos serviços nas redes de 
saúde, dos mais simples aos mais complexos. 
Se pode, portanto, perceber que a Atenção Básica depende da Vigilância 
em Saúde, assim como a Vigilância em Saúde depende da Atenção Básica. 
Um exemplo dessa dependência seria o fato de que a Vigilância em Saúde 
consegue fornecer informações importantes a serem utilizadas na Atenção 
Básica. 
 
Conceituação 
Mas como se pode conceituar o que é Vigilância em Saúde? 
 Vigilância em Saúde é a observação e análise permanente da 
situação de saúde da população, articulando-se em um conjunto de 
ações destinadas a controlar determinantes, riscos e danos à saúde 
de populações que vivem em determinados territórios, garantindo a 
integralidade da atenção, o que inclui tanto a abordagem individual 
como coletiva dos problemas de saúde. 
O que é saúde de acordo com a OMS? 
 Um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas 
como a ausência de doença ou enfermidade. 
O que é território, segundo o SUS? 
 Território não deve ser considerado só como um espaço geográfico, mas 
também social e político, e esse território se encontra em permanente 
transformação, nele vivem grupos sociais definidos, em que se integram 
e interagem as condições de trabalho, de renda, de habitação, de 
educação, o meio ambiente, a cultura e as concepções acerca da saúde 
e da doença. É o espaço vivo e dinâmico, onde as pessoas estudam, 
trabalham, estabelecem relações e redes sociais, mantêm estilos de 
vida, hábitos, crenças e sua cultura. 
Mas o que é a Integralidade da atenção? 
 A integralidade enquanto princípio do Sistema Único de Saúde busca 
garantir ao indivíduo uma assistência à saúde que transcenda a prática 
curativa, contemplando o indivíduo em todos os níveis de atenção e 
considerando o sujeito inserido em um contexto social, familiar e cultural. 
Quando se fala em Vigilância em Saúde, qual seria, então, a definição de 
vigiar? 
 No setor saúde este termo é utilizado para definir o ato de observar 
sistematicamente, registrar fenômenos, problemas, situações, 
comportamento de indicadores, entre outros, e intervir sobre eles; 
 Para se realizar a vigilância, é de extrema importância realizar a 
observação, o diagnóstico da situação e o registro/notificação do que 
está acontecendo, pois assim é possível propor soluções e intervir. 
A vigilância será resultado da observação contínua juntamente com a 
coleta sistemática de dados. Isso será feito por meio de um conjunto de 
atividades voltadas para a identificação, análise, monitorização, controle e 
prevenção dos fatores de risco à saúde de uma comunidade. 
Podemos definir “risco” como a probabilidade de um evento acontecer, 
seja ele uma ameaça (ruim) ou uma oportunidade (bom). Sendo assim, pode-
se dizer que os fatores de risco serão os componentes críticos dos 
acontecimentos, fatos ou coisas que colocam, ou possam vir a colocar em risco 
a saúde dos indivíduos da coletividade. 
É extremamente importante que haja comunicação na Vigilância em 
Saúde. A comunicação deve se estabelecer entre todas as vigilâncias que 
compõe a Vigilância em Saúde (a vigilância sanitária, epidemiológica e 
ambiental) porque só dessa forma será possível fazer as articulações entre 
intervenções e assim conseguir sucesso na ação. Lembre-se: Uma vigilância 
depende da outra. 
Além da vigilância sanitária, vigilância epidemiológica e vigilância 
ambiental, a saúde do trabalhador também é um componente importante da 
Vigilância em Saúde do SUS. 
Há uma organização institucional na qual a Vigilância em Saúde está 
contida. Pensando de forma hierárquica, do maior para o menor, teríamos: 
I. Organização Mundial de Saúde (OMS); 
II. ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária); 
III. Secretarias de Saúde (Estaduais e Municipais); 
IV. Vigilâncias (Epidemiológica, Sanitária, Ambiental, Saúde do 
Trabalhador); 
V. CCZ (Centro de Controle de Zoonoses ou Unidades de Vigilância de 
Zoonoses - UVZs) 
Dentro dessa hierarquia, cabe as CCZs se reportarem as Vigilâncias, as 
Vigilâncias se reportarem as Secretarias de Saúde, as Secretarias de Saúde 
para a ANVISA e a ANVISA para a OMS. 
Como na Vigilância em Saúde a informação é fundamental para que sejam 
preconizadas ações para resolução ou minimização de um determinado 
problema ou risco, há, então, a necessidade de profissionais considerados 
fundamentais nesse processo. Quando se fala de Vigilância em Saúde, é 
necessário que haja uma multidisciplinariedade de profissões e 
interdisciplinariedade entre as mesmas. Isso se deve ao fato de que não existe 
um único tipo de profissional que consegue suprir todas as demandas. 
Levando em conta as áreas temáticas e seus profissionais, podemos assim 
elencar: 
 Saúde mental 
– Psicologia, terapia ocupacional, enfermagem, serviço social; 
 Atenção Básica/ saúde da família 
– Enfermagem, odontologia, farmácia, fisioterapia, fonoaudiologia, 
terapia ocupacional, serviço social, educação física, nutrição, 
psicologia, medicina veterinária; 
 Saúde coletiva 
– Enfermagem, odontologia, fisioterapia, serviço social, educação 
física, nutrição, terapia ocupacional, fonoaudiologia, farmácia, 
medicina veterinária; 
 Apoio diagnóstico e terapêutico 
– Biomedicina, farmácia, biologia; 
 Saúde animal 
– Medicina Veterinária, biologia, farmácia, biomedicina; 
 
Portaria 1.378/2013 
Agora será abordado um pouco da legislação que envolve a Vigilância 
em Saúde, começando com a Portaria 1.378 de 9 de julho de 2013, que tem 
como objetivo regulamentar as responsabilidades e definir diretrizes para 
execução e financiamento das ações de Vigilância em Saúde pela União, 
Estados, Distrito Federal e Municípios, relativos ao Sistema Nacional de 
Vigilância em Saúde e Sistema Nacional de Vigilância Sanitária. Essa Portaria 
irá complementara Lei 8.080/90. 
Está presente no Capítulo I dos Princípios Gerais da Portaria 
1.378/2013, a definição de Vigilância em Saúde. Ela é definida pelo Art. 2º 
como sendo um processo contínuo e sistemático de coleta, consolidação, 
análise, disseminação de dados sobre eventos relacionados à saúde e de 
planejamento e a implementação de medidas de saúde pública para a proteção 
da saúde da população, a prevenção e controle de riscos, agravos e doenças, 
bem como para a promoção da saúde. 
Por sua vez, o Art. 3º, presente no Capítulo I dos Princípios Gerais da 
mesma Portaria, dispõe que: as ações de Vigilância em Saúde são 
coordenadas com as demais ações e serviços desenvolvidos e ofertados no 
Sistema Único de Saúde (SUS) para garantir a integralidade da atenção à 
saúde da população. 
É importante lembrar que a integralidade da atenção à saúde busca 
transcender à prática curativa, não se preocupando apenas com a cura, mas 
principalmente com a prevenção. 
No Art. 4º, são descritas que as ações de Vigilância em Saúde abrangem 
toda a população brasileira e envolvem práticas e processos de trabalho 
voltados para: 
I. A vigilância da situação de saúde da população, com a produção de 
análises que subsidiem o planejamento, estabelecimento de 
prioridades e estratégias, monitoramento e avaliação das ações de 
saúde pública; 
II. A detecção oportuna e adoção de medidas adequadas para a 
resposta às emergências de saúde pública; 
III. A vigilância, prevenção e controle das doenças transmissíveis; 
IV. A vigilância das doenças crônicas não transmissíveis, dos acidentes 
e violências; 
V. A vigilância de populações expostas a riscos ambientais em saúde; 
VI. A vigilância da saúde do trabalhador; 
VII. Vigilância sanitária dos riscos decorrentes da produção e do uso de 
produtos, serviços e tecnologias de interesse a saúde; 
VIII. Outras ações de vigilância que, de maneira rotineira e sistemática, 
podem ser desenvolvidas em serviços de saúde públicos e privados 
nos vários níveis de atenção, laboratórios, ambientes de estudo e 
trabalho e na própria comunidade. 
Fazendo um breve resumo do Capítulo I de Princípios gerais da Portaria 
1.378/2013, constata-se que a Vigilância em Saúde está relacionada com 
vigilância, prevenção e controle de doenças transmissíveis; com a vigilância de 
doenças crônicas e não transmissíveis; com saúde ambiental, análise de 
situação de saúde da população brasileira e com a saúde do trabalhador. 
 Com relação ao capítulo II das Competências da Portaria 1.378/2013, 
tem-se o Art. 5º, o qual dispõem que compete ao Ministério da Saúde a gestão 
das ações de vigilância em saúde no âmbito da União, cabendo: 
I - à Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS/MS) a coordenação do 
Sistema Nacional de Vigilância em Saúde; 
II - à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) a coordenação 
do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária; 
 Em relação ao Distrito Federal, o Art. 12º da Seção IV da Portaria 
1.378/2013 dispõe que a coordenação dos Sistemas Nacionais de Vigilância 
em Saúde e Vigilância Sanitária pelo Distrito Federal compreenderá, 
simultaneamente, as competências relativas a Estados e Municípios. 
 Simplificando o descrito acima, conclui-se que o Distrito Federal pode 
se comportar como Estado ou Município e por isso obedece às atribuições 
reservadas aos dois. 
 De acordo com o Art. 13., da Seção I do Bloco Financeiro de 
Vigilância em Saúde e da Transferência de Recursos, que, por sua vez, 
compõe o Capítulo III da mesma Portaria, tem-se que: os recursos federais 
transferidos para Estados, Distrito Federal e Municípios para financiamento das 
ações de Vigilância em Saúde estão organizados no Bloco Financeiro de 
Vigilância em Saúde. Sendo constituídos por: 
I - Componente de Vigilância em Saúde; 
II - Componente da Vigilância Sanitária 
 Fazendo, então, uma sucinta revisão do que foi abordado sobre a 
Portaria 1.378 de 9 de julho de 2013, pode-se dizer que ela: regulamenta as 
responsabilidades e define diretrizes para execução e financiamento das ações 
de Vigilância em Saúde pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, 
relativos ao Sistema Nacional de Vigilância em Saúde e Sistema Nacional de 
Vigilância Sanitária. 
 
Portaria 2.436/2017 
A Portaria 2.436/2017 está relacionada à nova Política Nacional de Atenção 
Básica (PNAB), pois ela revisa as diretrizes para a organização da Atenção 
Básica, na Rede de Atenção à Saúde (RAS), considerando todas as leis do 
SUS. 
Então a Política Nacional de Atenção Básica estará relacionada com serviços 
basais à família nos territórios definidos e o controle social, que será realizado 
obrigatoriamente por uma equipe especializada. Essa equipe será formada por 
agentes comunitários da atenção básica e agentes sanitários, que estarão em 
contato direto com a comunidade em questão, podendo avaliar suas 
necessidades. 
A Atenção Básica apresenta grande importância, uma vez que essa é a porta 
de entrada dos usuários no Sistema da Saúde. Por sua vez, a Saúde da 
Família é uma estratégia prioritária para expansão e consolidação da Atenção 
Básica. 
As outras estratégias da Atenção Básica são também aceitas, desde que 
seguindo as mesmas normas. 
Logo, a Vigilância em Saúde juntamente com a Atenção Básica tem como 
objetivo levar resultados que atendam às necessidades de saúde da população 
e processos de trabalho que considerem os determinantes, os riscos e danos à 
saúde, na perspectiva da intra e intersetorialidade. 
A operacionalização da PNAB irá funcionar seguindo certos princípios, sendo a 
Atenção Básica o primeiro ponto de atenção e a porta de entrada preferencial 
do sistema. A Atenção Básica também será responsável por: ordenar os fluxos 
e contrafluxos de pessoas , produtos e informações em todos os pontos de 
atenção à saúde, além de considerar a pessoa em sua singularidade e 
inserção sociocultural , gerando , assim, uma atenção integral. 
Dessa forma, a Atenção Básica irá incorporar as ações de Vigilância em 
Saúde, porque por meio da Vigilância em Saúde, é que se vai conseguir um 
processo contínuo e sistemático de coleta de dados da saúde, consolidação 
dos mesmos dados e sua posterior análise e disseminação. Logo, é através da 
Vigilância em Saúde que se vai obter informações à respeito do território 
/comunidade para que ocorra o planejamento e a implementação de ações 
públicas para a proteção da saúde, bem como para a promoção à saúde. Todo 
esse processo é progressivo e singular, uma vez que considera e inclui as 
especificidades locorregionais, considera a existência de populações 
específicas, itinerantes e dispersas e, assim, realiza a política de promoção da 
equidade em saúde. 
Todo esse processo será feito por meio do desenvolvimento de ações 
educativas por parte das equipes que atuam na Atenção Básica, o que, mais 
uma vez, evidencia a necessidade de equipes multidisciplinares uma vez que 
os territórios são diferentes e precisam de intervenções/ações educativas 
diferentes. 
É por meio dessas ações educativas que se vai conseguir interferir no processo 
de saúde-doença da população, no desenvolvimento de autonomia (individual e 
coletiva) e na busca por qualidade de vida e promoção do autocuidado. E é por 
meio dessas equipes multidisciplinares que haverá o desenvolvimento de 
ações intersetoriais, em interlocução com escolas, associações de moradores, 
equipamentos de segurança, entre outros representantes da sociedade. A 
partir disso ocorrerá à implementação de diretrizes de qualificação dos modelos 
de atenção e gestão. 
Também será realizado o planejamento local de saúde com a participação da 
comunidade, assim como o monitoramento e a avaliação das ações na sua 
equipe, unidade e município para que haja uma readequação do processo de 
trabalho e do planejamento frente às necessidades, realidade, dificuldades e 
possibilidades analisadas. Através disso é possívelimplantar estratégias de 
Segurança do Paciente na Atenção Básica. 
O apoio às estratégias de fortalecimento da gestão local e do controle social 
será feito por meio dos conselhos locais de saúde de sua área de abrangência 
e pelo incentivo da participação dos trabalhadores e da comunidade nas 
reuniões dos conselhos locais e municipal. 
É essencial que a Educação Permanente em Saúde se desenvolva em 
espaços institucionalizados para a educação, sendo parte do cotidiano das 
equipes as reuniões, fóruns territoriais, entre outros. E essas deverão 
contemplar a qualificação de todos da equipe multiprofissional, bem como os 
gestores. 
A Educação permanente em Saúde deve ser feita em linguagem acessível e se 
utilizar de técnicas adequadas de argumentação, por esse motivo é necessário 
a qualificação da equipe e o envolvimento de diversas frentes (como a gestão, 
ensino, controle social e atenção à saúde). 
Recapitulando a Portaria 2.436/2017: 
 Essa Portaria irá prova a Política Nacional de Atenção Básica, 
estabelecendo a revisão de diretrizes para a organização da Atenção 
Básica, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) com vistas à 
revisão da regulamentação de implantação e operacionalização 
vigentes, no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS, 
estabelecendo-se as diretrizes para a organização do componente 
Atenção Básica, na Rede de Atenção à Saúde - RAS. 
 
Vigilância Sanitária 
Agora serão abordadas, mais especificamente cada Vigilância, sendo a 
primeira delas a Vigilância Sanitária. 
Mas primeiramente, é necessário saber o que é vigilância. A vigilância pode ser 
definida como um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir 
riscos à saúde. Logo, a Vigilância Sanitária irá intervir nos problemas sanitários 
decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da 
prestação de serviços. 
A Vigilância Sanitária irá abranger o controle de bens de consumo (de maneira 
direta ou indireta) em todas as etapas (da produção ao consumo), o controle da 
prestação de serviços (diretos ou indiretos à saúde) e eventos relacionados à 
saúde. 
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) foi criada pela Lei 9.782 / 
99, que cria normas, regulamentos e dá suporte à Vigilância Sanitária no 
âmbito estadual e municipal. Essa Lei também define o novo Sistema Nacional 
de Vigilância Sanitária (SNVS). 
A Vigilância Sanitária na esfera Federal estará relacionada com a ANVISA e o 
Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde – INCQS - vinculado 
administrativamente à fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) e, tecnicamente, à 
ANVISA. 
No âmbito Estadual há 27 órgãos de vigilância sanitária, divididos em 
departamentos, serviços, agências das Secretarias Estaduais de Saúde, que 
irão ter o suporte de um laboratório central (LACEN) em cada Unidade da 
Federação, com grandes diferenças de capacidade analítica e em sua maioria, 
atendendo também à demanda por exames clínicos. 
Na esfera Municipal teremos os Serviços de Vigilância Sanitária (VISA) dos 
municípios, que variam muito em termos de estrutura, recursos e capacidade 
operativa. 
Ao município é dada a competência para a execução de todas as ações de 
Vigilância Sanitária, assegurado nas leis federais e estaduais. Nesse caso, as 
VISAs dos municípios estão subordinadas às leis estaduais, que por sua vez 
estão subordinadas às leis federais. À esse processo será dado o nome de 
municipalização das ações de VISA. Por meio dessa municipalização é 
possível direcionar as ações para certos municípios, além de facilitar a 
fiscalização. 
Quando se aborda a Vigilância em Saúde (que inclui a Vigilância Sanitária) e 
Atenção Básica, é fundamental a atuação de equipes multiprofissionais da 
saúde. 
Uma das áreas de atuação da Vigilância Sanitária é a área de bens de 
consumo, podendo-se considerar como bens de consumo: alimentos, 
medicamentos, produtos correlatos à saúde (como kits de laboratório, 
equipamentos médico-odontológicos-laboratoriais, descartáveis, cosméticos, 
saneantes domissanitários, entre outros). Tendo em vista isso, se for apenas 
levar em conta os bens de consumo, já se pode concluir a magnitude da 
abrangência da Vigilância Sanitária e de suas ações e esse é um dos motivos 
pelo qual se endossa, também, a necessidade de vários profissionais de várias 
profissões. 
Quais seriam então alguns possíveis serviços de interesse à saúde e, 
consequentemente, Vigilância Sanitária? 
 Consultórios e clínicas (médicas, odontológicas e veterinárias), 
laboratórios de análises clínicas, diagnóstico por imagem, farmácias, 
mercados, pet shops, canis e zoológicos. 
Por meio da ANVISA, o governo irá adotar normas ou leis sanitárias, que 
irão levar à fiscalização de sua aplicação. As normas federais vão estar 
pautando as normas de nível estadual e de esfera municipal e irão 
regulamentar a produção, uso e circulação de produtos que apresentam algum 
tipo de risco para a saúde das pessoas. Quais seriam os possíveis riscos 
controlados pela VISA? 
 Ambientais; 
 sociais ; 
 Ocupacionais; 
 Institucionais; 
 Iatrogênicos. 
Entre os riscos ambientais pode-se citar riscos envolvendo: a água, a rede 
de esgoto, ao lixo (doméstico, industrial, hospitalar), ao controle de vetores 
(como mosquitos, barbeiros, outros animais), a poluição do ar, do solo e de 
recursos hídricos, ao transporte de produtos perigosos e a contaminação de 
plantas ou alimentos por agrotóxicos ou defensivos agrícolas. 
Em relação aos riscos sociais, pode-se citar riscos relacionados ao: transporte, 
alimentos, substâncias psicoativas, violências, grupos vulneráveis e por 
necessidades básicas insatisfeitas. 
De riscos ocupacionais, pode-se abordar aqueles que são relacionados ao: 
processo de produção, substâncias manipuladas, intensidade, carga horária, 
ritmo e ambiente de trabalho. A avaliação e solução desses riscos será feita 
pela Vigilância Sanitária juntamente com a Vigilância em Saúde do Trabalhador 
(ou seja, é necessário a comunicação entre os pilares que compõem a 
Vigilância em Saúde). 
Os riscos iatrogênicos, por sua vez, são aqueles relacionados à: uso de 
medicamentos (incluído os veterinários), infecção hospitalar, vigilância de 
sangue e hemoderivados, radiações ionizantes, tecnologias médico-sanitárias, 
procedimentos e serviços de saúde. 
Outro risco controlado pela VISA é o Risco Institucional, que é relacionado à: 
creches, escolas, restaurantes, clubes, pet shops, clínicas veterinárias, hotéis, 
motéis, portos, aeroportos, fronteiras, estações ferroviárias e rodoviárias, 
salões de beleza, presídios e saunas. 
Podemos concluir que o campo de atuação da vigilância sanitária é amplo e 
quase inesgotável, intervindo em todos os aspectos que possam dizer respeito 
à saúde dos cidadãos. 
A Vigilância Sanitária é a única vigilância que pode exercer o poder de polícia, 
pois a Vigilância Sanitária é a polícia sanitária, logo, a mesma pode multar e 
até mesmo prender. Isso se deve ao fato dessa Vigilância ser de interesse 
social, então, se o poder público flagra alguém desrespeitando as regras da 
Vigilância Sanitária, pode puni-lo por não cumprir as normas determinadas, em 
nome da proteção à saúde da população. 
Quando há irregularidades sanitárias, o estabelecimento é orientado e autuado 
(tendo então 10 dias para se regularizar), podendo ser interditado ( que 
inclusive pode ser feita na primeira inspeção em caso de risco grave ou 
iminente à saúde pública), pode ter produtos e equipamentos apreendidos e/ou 
ser multado . 
Auto de infração: documento com caráter de punição (constatada alguma 
infração à determinada legislação). Sanando as irregularidades, o 
estabelecimento poderá ser reaberto. 
Mesmo a VISA tendo esse poder de punir e a abrangência tão grande das 
ações, hoje em dia é bem menos frequente a visão de que a VISA é somente 
um órgão para regular, vigiar e punir. Atualmente a VISAestá priorizando a 
visão de ser um órgão para regular, vigiar, educar, advertir e orientar, punindo 
apenas em último caso. As ações educativas são feitas através de 
fiscalizações, reuniões e seminários. 
É importante lembrar que, nem sempre, o produtor conhece as normas de 
higiene para a proteção da saúde da população. É função da Vigilância 
Sanitária difundir estas informações para melhorar o nível de educação 
sanitária de produtores e de consumidores. E sendo uma vez a população 
educada, começa a ocorrer a vigilância voluntária, pois cada cidadão pode ser 
um vigilante voluntário da transformação das condições de saúde 
Reflexão proposta pela palestrante: 
 Como seria a saúde e a qualidade de vida das pessoas sem as ações 
da Vigilância Sanitária? 
 Quem garantiria a qualidade da água e do alimento que consumimos? 
 O que aconteceria se não houvesse o controle de doenças e epidemias? 
 
Vigilância Epidemiológica 
A Vigilância Epidemiológica vai ser composta um conjunto de atividades 
que proporcionam conhecimento (através do reunir informações), detecção de 
problemas e que irão gerar informações para prevenção de um problema 
específico. 
Logo, a Vigilância Epidemiológica irá prever mudanças nos fatores 
determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva com a 
finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das 
doenças ou agravos. 
Sendo as funções da Vigilância Epidemiológica: 
 Coleta de dados; 
 Processamento dos dados coletados; 
 Análise e interpretação dos dados processados; 
 Recomendação das ações de prevenção e controle indicadas; 
 Avaliação da eficácia e efetividade das medidas adotadas; 
 Divulgação de informações pertinentes. 
Um exemplo de onde essas funções da Vigilância Epidemiológica 
podem ser aplicadas seria com relação à doença COVID-19. 
A coleta de dados deve sempre ser de forma contínua, com o objetivo de 
reunir informações pertinentes. 
A Vigilância Epidemiológica apresenta certos tipos de dados de 
interesse principais, sendo eles: dados de morbidade, que serão os dados mais 
utilizados nessa vigilância e que correspondem à distribuição de casos 
segundo a condição de portadores de infecções ou patologias específicas, 
como também de sequelas relacionadas a determinados agravos; e dados de 
mortalidade, que serão indicadores da gravidade do fenômeno vigiado e que, 
em caso de doenças de alta letalidade, serão mais importantes que os dados 
de morbidade, por serem mais confiáveis. 
Então, a partir da coleta de dados, análise, descrição e interpretação de 
dados é que será feita a orientação para a tomada de decisão e o 
direcionamento das ações de prevenção e controle de eventos de importância 
em saúde pública. 
Quando se fala do objetivo da Vigilância Epidemiológica, pode-se dizer 
que o seu foco é fornecer orientação técnica permanente para os responsáveis 
pela decisão e execução de ações de controle de doenças e agravos. Sendo 
assim, a Vigilância Epidemiológica é um importante instrumento para o 
planejamento, a organização e a operacionalização dos serviços de saúde. 
Além dos dados de morbidade e mortalidade, há outros dados que são 
usados em Vigilância Epidemiológica, sendo eles os dados demográficos, 
socioeconômicos e ambientais. É de fundamental importância para que se 
consigam esses dados, que haja as notificações de surtos e epidemias (sem 
um boa notificação não há dados de qualidade e com isso a informação que se 
tem pode ser falha). Por esse motivo é fundamental entender o que é 
notificação. 
Pode-se definir notificação como a comunicação da ocorrência de 
determinada doença ou agravo à saúde, feita à autoridade sanitária por 
profissionais de saúde ou qualquer cidadão, para fins de adoção de medidas 
de intervenção pertinentes. Diz-se que esse tipo de notificação é feita por meio 
de uma vigilância passiva, e é a partir dessa notificação que será possível, 
então, a coleta de dados. 
Dentro da Vigilância Epidemiológica existem doenças que são de 
notificação compulsória, essas doenças estão contidas na Lista Nacional de 
Notificação Compulsória, que é um registro que unifica e obriga a existência 
das notificações, visando o rápido controle de eventos. 
A notificação deverá ser feita a partir da ocorrência de suspeita ou 
confirmação de eventos de saúde pública, doenças e agravos listados e/ou a 
notificação de surto. Essa comunicação à autoridade de saúde deve ser 
obrigatória e realizada por profissionais de saúde. 
É facultado a estados e municípios incluir como doença de notificação 
obrigatória outros problemas de saúde importantes em sua região, porém os 
estados e municípios jamais podem considerar que uma doença já presente 
Lista Nacional de Notificação Compulsória não precise ser obrigatoriamente 
notificada. 
A Portaria Nº 264, de 17 de Fevereiro de 2020 altera a Portaria de 
Consolidação nº 4/GM/MS, de 28 de setembro de 2017. Para incluir doença de 
Chagas crônica na Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças, 
agravos e eventos de saúde pública nos serviços de saúde públicos e privados 
em todo o território nacional. 
A Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças, agravos e 
eventos de saúde pública contém um total de 48 doenças e agravos, sendo 
alguns deles: acidente de trabalho com exposição de material biológico, 
acidente de trabalho grave, fatal ou em crianças e adolescentes, acidente por 
animal peçonhento, acidente por animal potencialmente transmissor de Raiva, 
Botulismo, Cólera, Coqueluche e Dengue (casos e óbitos). 
É importante notar que na lista não existem apenas doenças que seriam 
de notificação obrigatória, mas também agravos e eventos que gerem 
repercussão na saúde pública e que devem ser obrigatoriamente notificados. 
A notificação deve ser feita pelos profissionais da saúde em Sistemas de 
Informações em Saúde, sendo eles: 
 Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN); 
 Sistema de Informação de Mortalidade (SIM); 
 Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC); 
 Sistema de Informação Hospitalares (SIH); 
 Sistema de Informação Ambulatoriais (SIA); 
 
A falta de notificação de alguns casos que são de notificação obrigatória 
tende a trazer prejuízos para a análise de dados a respeito da doença em 
questão. 
É importante ressaltar que esses dados coletados são públicos e 
passíveis de acesso por qualquer cidadão, quando o mesmo acessa os 
sistemas descritos acima. 
Fazendo uma abordagem um pouco mais aprofundada do SINAN, pode-
se afirmar que ele atua como principal instrumento de coleta de dados das 
doenças de notificação compulsória (a partir das secretarias estaduais e 
municipais), sendo responsável pelo registro e processamento dos dados sobre 
agravos de notificação em todo o território nacional, fornecendo informações 
para análise. 
Ao descrever o fluxo de formulários e de informações do SINAN, é 
possível observar que a coleta de dados será feita nas Unidades de Saúde, 
hospitais e a partir de outras fontes; esses dados serão repassados à 
Secretaria Municipal de Saúde; que irá repassá-los para a Regional de Saúde; 
que, por sua vez, os repassará a Secretaria do Estado de Saúde e então esses 
dados irão ser repassados para a CENEPI, FUNASA e Ministério da Saúde. 
 A notificação apresenta algumas variáveis, como por exemplo, ser 
realizada por mês ou ano, por estado ou município; Além de apresentar 
variáveis com relação ao paciente (de acordo com sexo, escolaridade, raça, 
área residencial, estado e município de residência) e com relação ao agravo 
(com data dos primeiros sintomas, município, estado e país da infecção). A 
existência de todas essas variáveis permite com que se crie um perfil de 
determinada doença ou agravo. 
A partir da notificação será feita a investigação epidemiológica de casos 
e epidemias, sendo essa uma atividade obrigatória da Vigilância 
Epidemiológica.Ou seja, a Vigilância Epidemiológica também desenvolve 
trabalho de campo, que ocorre a partir dos casos notificados (clinicamente 
declarados ou suspeitos) e seus contatos. 
A investigação epidemiológica de casos e epidemias tem como objetivo 
identificar: a fonte e modo de transmissão, os grupos expostos ao maior risco e 
os fatores determinantes do agravo. Além disso, também confirmam o 
diagnóstico e determinam as principais características epidemiológicas. A 
realização dessas ações são importantes, uma vez que elas vão permitir com 
que seja possível agir de acordo com as características do agravo ou 
enfermidade. 
 Como procedimentos da investigação epidemiológica de casos e 
epidemias, podemos citar: 
 Consolidação e análise das informações já disponíveis; 
 Conclusões preliminares a partir dessas informações; 
 Apresentação das conclusões preliminares e formulação de 
hipóteses; 
 Identificação de informações específicas necessárias à 
comprovação da(s) hipótese(s); 
 Obtenção das informações necessárias para testar a(s) 
hipótese(s) formulada(s); 
 E retorno ao 1º procedimento, caso necessário. 
Ao investigar a ocorrência de surtos e epidemias, tem-se como objetivo 
identificar formas de interromper a transmissão e prevenir a ocorrência de 
novos casos. 
Com os objetivos esclarecidos, podemos, então, dividir a investigação 
epidemiológica de casos e epidemias em várias etapas, sendo elas: 
 Etapa 1 (confirmação do diagnóstico da doença); 
 Etapa 2 (confirmação da existência de surto/epidemia); 
 Etapa 3 (caracterização da epidemia); 
 Etapa 4 (formulação de hipóteses preliminares); 
 Etapa 5 (análises Parciais); 
 Etapa 6 (busca ativa de casos); 
 Etapa 7 (busca de dados adicionais); 
 Etapa 8 (processamento e análise final); 
 Etapa 9 (recomendações de medidas de controle); 
 Etapa 10 (relatório final); 
 Etapa 11 (divulgação); 
A Investigação Epidemiológica É essencial para a Vigilância 
Epidemiológica, pois ela tem como propósito final orientar medidas de controle 
para impedir a ocorrência de novos casos. 
Questões essenciais a serem respondidas pela Investigação 
Epidemiológica para o controle da doença, as quais você pode encontrar na 
tabela abaixo: 
 
 
 
Dessa forma, a Investigação Epidemiológica vai fornecer dados sobre o 
estado vacinal, idade, residências de casos e contatos que podem contribuir 
para a compreensão do processo de geração da doença e dos fatores de risco. 
A Investigação Epidemiológica também determina os elos na cadeia de 
transmissão da doença, visando executar medidas que possibilitem interrompê-
la. 
Os componentes dessa Investigação são: coleta de dados dos casos, 
busca de pistas, busca ativa de casos, processamento e análises parciais 
desses dados e encerramento de casos. 
A Vigilância irá apresentar terminologias relacionadas aos casos, sendo 
algumas dessas terminologias: suspeitos, confirmados e descartados. Casos 
suspeitos seriam casos onde o indivíduo irá apresentar sintomas sugestivos da 
enfermidade; casos confirmados são os casos que, além de sintomas 
sugestivos, apresentaram confirmação laboratorial da enfermidade; e casos 
suspeitos são aqueles que não atendem aos requisitos necessários para a 
confirmação. 
Segue-se, então, alguns exemplos de possíveis casos de atuação da 
Vigilância: Dengue , Febre Amarela, Leishmaniose, Leptospirose, Raiva (ciclo 
urbano), Tuberculose humana, Influenza (gripe), Sarampo, Rubéola, 
Poliomielite, COVID-19, entre outros. 
Lembre-se, não há boa vigilância sem: 
 Notificação; 
 Bons sistemas de informação (dados devem ser bem armazenados e 
consolidados); 
 Boa rede de laboratórios. 
A epidemiologia apresenta alguns conceitos básicos importantes de 
serem abordados quando se trata de Vigilância Epidemiológica. Sendo eles: 
 Epidemiologia ou Epizootiologia: estudo do comportamento das 
doenças em uma determinada população. 
 Endemia ou Enzootia: presença constante e esperada de uma 
doença ou agente infeccioso numa população de uma determinada 
região. 
 Epidemia ou Epizootia: a ocorrência, em um determinado período de 
tempo, de casos de uma doença na população de uma região, com 
intensidade nitidamente superior à frequência esperada. 
 Pandemia ou Panzootia: uma epidemia de grandes proporções, 
atingindo número elevado de hospedeiros em uma vasta área 
geográfica que pode abranger vários países ou mesmo continentes. 
 Surto: ocorrência de dois ou mais casos de uma doença 
relacionados epidemiologicamente. Epidemia de proporções 
reduzidas, atingido apenas um pequeno grupo da comunidade. 
 Prevalência: número de casos clínicos ou de portadores existentes 
em um determinado momento em uma comunidade, dando uma ideia 
estática da ocorrência do fenômeno. 
 Incidência: número de casos novos de uma doença, constatados 
dentro de uma determinada população durante um período de tempo 
especificado, dando uma ideia da dinâmica de sua propagação. 
 Morbidade: quantidade de enfermos em uma população. 
 Mortalidade: quantidade de mortos em uma população, num dado 
intervalo do tempo, neste território. 
 Letalidade: número de doentes que morrem de uma determinada 
enfermidade. 
 Prevenção ou Profilaxia: conjunto de medidas que visam prevenir ou 
atenuar as doenças, suas complicações e consequências. 
A partir do momento que se há a prevenção, consegue-se controlar a 
enfermidade e dependendo da dinâmica da enfermidade e do agente pode-se 
conseguir a erradicação. 
O principal objetivo da Vigilância em Saúde é a prevenção, uma vez que os 
gastos com prevenção tendem a ser menor (se comparados aos gastos com 
tratamento), além de evitar que o indivíduo adquira o agravo e possa então 
sofrer com consequências. 
Contato: carol_a_cruz@yahoo.com.br 
 
mailto:carol_a_cruz@yahoo.com.br

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