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Aula 07 - Profs Carlos
Roberto e Márcio
Damasceno	
Discursiva p/ PC-RN (Agente e Escrivão)
Pós-Edital - Sem Correção
Autores:
Carlos Roberto, Marcio
Damasceno, Rafaela Freitas
Aula 07 - Profs Carlos Roberto e
Márcio Damasceno	
1 de Janeiro de 2021
01209290405 - DANIELE
 
 
 
 
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Sumário 
Introdução ................................................................................................................................................. 3 
Padrões de resposta da segunda rodada ................................................................................................... 4 
Tema 17 ................................................................................................................................................ 4 
Proposta de solução .............................................................................................................................. 4 
Tema 18 ................................................................................................................................................ 5 
Proposta de solução .............................................................................................................................. 6 
Tema 19................................................................................................................................................. 7 
Proposta de solução .............................................................................................................................. 8 
Tema 20 ............................................................................................................................................... 9 
Proposta de solução .............................................................................................................................. 9 
Tema 21 ............................................................................................................................................... 11 
Proposta de solução ............................................................................................................................. 11 
Tema 22 .............................................................................................................................................. 12 
Proposta de solução ............................................................................................................................. 13 
Tema 23 ............................................................................................................................................... 14 
Proposta de solução ............................................................................................................................. 14 
Tema 24 .............................................................................................................................................. 15 
Proposta de solução ............................................................................................................................. 16 
Tema 25 .............................................................................................................................................. 17 
Proposta de solução ............................................................................................................................. 18 
Tema 26 .............................................................................................................................................. 19 
Proposta de solução ............................................................................................................................ 20 
Carlos Roberto, Marcio Damasceno, Rafaela Freitas
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Tema 27 ............................................................................................................................................... 21 
Proposta de solução ............................................................................................................................ 22 
Tema 28 .............................................................................................................................................. 23 
Proposta de solução ............................................................................................................................ 24 
Tema 29 .............................................................................................................................................. 25 
Proposta de solução ............................................................................................................................. 25 
Tema 30 .............................................................................................................................................. 26 
Proposta de solução ............................................................................................................................. 27 
Tema 31 .............................................................................................................................................. 28 
Proposta de solução ............................................................................................................................ 28 
Tema 32 .............................................................................................................................................. 29 
Proposta de solução ............................................................................................................................. 30 
Tema 33 ............................................................................................................................................... 31 
Proposta de solução ............................................................................................................................. 32 
Tema 34 ............................................................................................................................................... 33 
Proposta de solução ............................................................................................................................. 33 
Tema 35 ............................................................................................................................................... 34 
Proposta de solução ............................................................................................................................. 35 
Terceira rodada de temas ........................................................................................................................ 36 
Tema 36............................................................................................................................................... 36 
Tema 37 ............................................................................................................................................... 37 
Tema 38 ............................................................................................................................................... 37 
Tema 39............................................................................................................................................... 38 
Tema 40 .............................................................................................................................................. 38 
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Tema 41 ...............................................................................................................................................
39 
Tema 42 .............................................................................................................................................. 39 
Tema 43 .............................................................................................................................................. 40 
Tema 44 ............................................................................................................................................. 40 
Tema 45 .............................................................................................................................................. 41 
Tema 46 .............................................................................................................................................. 41 
Tema 47 ............................................................................................................................................... 41 
Tema 48 ............................................................................................................................................. 42 
Tema 49 .............................................................................................................................................. 43 
Tema 50 .............................................................................................................................................. 43 
Prática .................................................................................................................................................... 44 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
Olá, meus nobres alunos. Bem-vindos à nossa terceira e última rodada de temas. 
Esperamos que, ao longo dessa preparação, você possa ter colhido importantes ensinamentos, produzido 
muitos textos manuscritos e, sobretudo, possa ter sentido a sua evolução a cada rodada de temas. Nessa 
reta final, recomendo ultimar os estudos e focar nas revisões, pois considero que, ao aliar o conhecimento 
teórico às técnicas exploradas no nosso curso, você terá todas as ferramentas para fazer uma excelente 
prova discursiva. 
Na medida do possível, postarei uma rodada extra de temas, incluindo alguns tópicos faltantes. 
Aos alunos que optarem por fazer nosso curso com correção, se assim desejarem, encaminhem o seu texto, 
por meio da área do aluno, de forma manuscrita digitalizada, conforme detalhado na Aula 00 do curso. Para 
a sua redação, utilize o padrão inserido no final da aula, especificando o(s) texto(s) escolhido(s) no local 
apropriado. Você pode nos encaminhar um arquivo único (em pdf) ou colar as imagens digitalizadas dentro 
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de um documento em Word. As questões discursivas serão devolvidas exclusivamente ao aluno, por meio 
da área destinada ao curso no site do Estratégia Concursos. 
Por fim, desejo a vocês uma jornada coroada de êxito em todos os sentidos. Grande abraço! 
Instagram: profmarciodamasceno 
Prof. Marcio 
 
PADRÕES DE RESPOSTA DA SEGUNDA RODADA 
Tema 17 
CEBRASPE (CESPE) -ABIN - Oficial Técnico de Inteligência/Área 2/2018 
Considerando o regramento estabelecido pela Constituição Federal de 1988 para a defesa do Estado e das 
instituições democráticas, discorra a respeito do estado de defesa. 
Em seu texto, descreva: 
1. o conceito do instituto e as hipóteses que justificam a sua decretação; 
2. os direitos fundamentais que podem sofrer restrição durante a sua vigência; 
3. os tipos de controle e o momento em que podem ser exercidos. 
Resposta em até 30 linhas. 
 
Proposta de solução 
O estado de defesa, assim como o estado de sítio, representa o que a doutrina denomina 
de "sistema constitucional de crises". Tais institutos constitucionais qualificam-se como 
regimes jurídicos para situações de crise grave e expressam mecanismos de autopreservação da 
Constituição. Nesse contexto, define-se o estado de defesa como conjunto de medidas de 
caráter temporário com o objetivo de manter ou restabelecer, dentro de uma área determinada 
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e delimitada, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade 
institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza. [Tópico 1] 
Outrossim, os direitos fundamentais que podem sofrer restrição durante a sua vigência 
compreendem o direito de reunião; o sigilo de correspondência; o sigilo de comunicação 
telegráfica e telefônica e o direito à liberdade, visto que se autoriza a prisão por crime contra 
o Estado, determinada pelo executor da medida, flexibilizando-se a regra que viabiliza a 
prisão somente em flagrante delito ou por ordem da autoridade judicial. [Tópico 2] 
Além disso, pode-se falar em controle político exercido pelo Congresso Nacional e 
em controle judicial. O controle político compreende: aprovação ou rejeição do decreto que 
instituiu o estado de defesa (controle imediato); acompanhamento e fiscalização da execução 
das medidas por comissão de cinco parlamentares (controle concomitante); análise e 
aprovação do relatório apresentado pelo presidente da República, após cessado o estado de 
defesa (controle sucessivo). Por fim, em sede de controle judicial, há o exame da legalidade 
das prisões e das medidas executadas durante o estado de defesa (controle concomitante) e a 
possibilidade de responsabilização de agentes e executores pela prática de atos ilícitos. [Tópico 
3] 
 
Tema 18 
Discorra sobre: 
a) princípio da insignificância; 
b) princípio da intervenção mínima; 
c) princípio da fragmentariedade; 
d) princípio da ofensividade ou da lesividade. 
Resposta em até 30 linhas. 
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==123c5f==
 
 
 
 
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Proposta de solução 
Inicialmente, esclareça-se que o princípio da insignificância não tem previsão legal no 
direito brasileiro. Trata-se de um vetor interpretativo do tipo penal que tem por objetivo 
restringir a qualificação de condutas que consistam em ínfima lesão ao bem jurídico tutelado, 
afastando a tipicidade penal, examinada na perspectiva de seu caráter material. Assim, 
ainda que determinada conduta se adeque perfeitamente ao tipo penal formalmente definido, 
é necessário analisar se essa conduta causou uma ofensa relevante ao bem jurídico tutelado. 
Caso seja ínfima a lesão, exclui-se a tipicidade material, consoante a aplicação do princípio 
da insignificância. [Tópico 1] 
Outrossim, o princípio da intervenção mínima possui como característica a 
subsidiariedade do direito penal em relação aos demais ramos do direito. Preconiza que o 
direito penal só deve ser aplicado quando houver extrema necessidade, mantendo-se como 
instrumento subsidiário (“ultima ratio”) e fragmentário no extenso campo de proteção de bens 
jurídicos. Nesse sentido, a intervenção do direito penal só estaria autorizada quando as 
barreiras dispostas nos demais ramos do direito fossem ineficazes, atuando como verdadeiro 
último recurso para a proteção do bem jurídico tutelado, sendo que, na hipótese de existir um 
recurso mais brando com condições de solução do conflito, descartada estaria a aplicação do 
direito penal, visto ser mais drástico. [Tópico 2] 
Além desses, o princípio da fragmentariedade baseia-se no fato de que somente as 
condutas mais graves e mais perigosas, intentadas contra bens jurídicos relevantes, necessitam 
da tutela do direito
penal, ou seja, nem todas as lesões a bens jurídicos justificam a proteção e 
punição pelo direito penal. Estabelece, pois, que nem todos os ilícitos configuram infrações 
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penais, mas somente os que atentarem contra valores fundamentais para a manutenção do 
progresso do ser humano e da sociedade. [Tópico 3] 
Por fim, de acordo com o princípio da ofensividade ou lesividade, para haver uma 
infração penal, exige-se que do fato praticado ocorra lesão ou, ao menos, perigo de lesão ao 
bem jurídico protegido pela norma penal. Dirige-se ao legislador de forma a impedir a 
criminalização de condutas tidas como inofensivas ou que não tragam ao menos perigo real a 
bens jurídicos relevantes, bem como ao aplicador do direito penal, que, no caso concreto, deve 
verificar se foi inofensiva ao bem jurídico. [Tópico 4] 
 
Tema 19 
VUNESP - Escrivão de Polícia (PC BA)/2018 - Adaptada 
Mévio, de 24 anos, separado, pai de Caio e Tícia, gêmeos de 3 anos de idade, no fim de semana destinado a 
ficar com os filhos, é convidado para uma festa de casamento. Não encontrando ninguém para ficar com as 
crianças e decidido a não perder a festa, Mévio aguarda os filhos dormirem e sai. Mévio fechou a porta do 
quarto das crianças, bem como todas as janelas do imóvel, a fim de abafar bem o barulho, para que os 
vizinhos não ouvissem o choro dos filhos, caso acordassem. Mévio permaneceu longe dos filhos por cerca 
de 5 horas. Quando retornou, já na madrugada, logo que abriu a porta de casa, ouviu o choro de um dos 
filhos. Chegando no quarto, contudo, notou que a menina, Tícia, estava imóvel, virada de bruços. Ao 
desvirar a criança, percebeu que ela já apresentava sinais arroxeados. Desesperado, o pai chama o socorro. 
A criança é levada ainda com vida para o hospital, mas não sobrevive. A criança morreu por asfixia, causada 
por espasmo do choro. Instaurado inquérito policial, Mévio negou que tivesse deixado os filhos sozinhos. 
No entanto, as imagens das câmeras de segurança do prédio, solicitadas pela Autoridade Policial, 
mostraram que Mévio saiu na noite dos fatos, permanecendo por pelo menos 5 horas longe dos filhos. 
Considerando o fato típico, seus elementos e a ilustração hipotética, responda: 
a) Diferencie os crimes omissivos próprios dos impróprios. 
b) O resultado morte de Tícia pode ser imputado a Mévio? Fundamente a resposta. 
c) Com relação ao bebê Caio, que nada sofreu, o pai praticou algum crime? Fundamente a resposta. 
Resposta em até 30 linhas. 
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Proposta de solução 
Inicialmente, distingam-se os crimes omissivos próprios dos impróprios. Nos 
primeiros, a conduta está descrita no próprio tipo penal e, para sua configuração, basta a sua 
desobediência, sendo dispensável o resultado naturalístico. Qualquer pessoa pode praticar o 
crime omissivo próprio, basta o descumprimento da norma legal. Um exemplo característico 
é o crime de omissão de socorro, previsto no Código Penal (CP). Por sua vez, os crimes 
omissivos impróprios são aqueles em que o tipo penal descreve uma conduta positiva, uma ação, 
mas a omissão do agente, que descumpre o seu dever jurídico de agir, acarreta a produção do 
resultado naturalístico e sua consequente responsabilização penal. Portanto, são crimes 
próprios, cometidos por aqueles que possuem o dever jurídico de agir; e materiais, pois requerem 
a produção de um resultado naturalístico. [Tópico 1] 
Em referência à situação, o resultado morte de Tícia pode ser imputado a Mévio, 
ainda que ele não tenha praticado nenhuma conduta ativa que levasse à morte da filha, visto 
que a omissão também pode ser causa do resultado. Configurou-se o crime de abandono de 
incapaz que consiste, de acordo com o CP, em abandonar pessoa que está sob seu cuidado, 
guarda, vigilância ou autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos 
resultantes do abandono. Assim, no caso, haja vista a existência de uma relação jurídica 
(pai e filhos) que implica num dever específico de guarda; a incapacidade dos filhos de três 
anos e a ocorrência do núcleo do tipo “abandonar”, gerando um perigo concreto aos filhos, a 
conduta de Mévio subsume-se ao delito mencionado. Dessa forma, em relação a Tícia, 
Mévio cometeu o crime de abandono de incapaz qualificado pelo resultado morte, majorado 
pela sua condição de ascendente. [Tópico 2] 
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Por fim, em relação a Caio, o pai também praticou o crime de abandono de incapaz, 
mas na sua forma simples e também majorado pela sua condição de ascendente. Apesar de 
Caio nada ter sofrido, o crime se consuma no momento do abandono, desde que resulte perigo 
concreto. [Tópico 3] 
 
Tema 20 
Autoral -Prof. Renan Araújo 
José encontra Paulo na festa de formatura de uma amiga em comum. Todavia, José é inimigo de longa data 
de Paulo e, estando já completamente embriagado, por ter exagerado no consumo de álcool, resolve 
colocar na bebida de Paulo uma determinada substância tóxica, a fim de ceifar a vida deste. Paulo, sem 
saber do ocorrido, ingere a bebida e começa a passar mal, ficando descontrolado, absolutamente fora de si. 
Durante o socorro prestado pelos paramédicos, Paulo profere xingamentos graves contra os referidos 
servidores públicos. 
Posteriormente, José e Paulo são processados criminalmente. O primeiro por tentativa de homicídio e o 
segundo por desacato. No decorrer do processo, fica comprovado que José era portador de doença mental 
e, no momento do fato, era parcialmente incapaz de entender o caráter ilícito do fato e de determinar-se 
de acordo com este entendimento. Fica comprovado, também, que Paulo não tinha discernimento algum 
quando desacatou os funcionários, em razão da ingestão da substância colocada por José. 
Neste caso, exclusivamente sob o prisma da imputabilidade penal, responda: 
a) Quais os critérios para a aferição da inimputabilidade penal? Quais foram adotados pelo CP? 
b) José é inimputável? Qual a consequência jurídica para o agente? 
c) Paulo é inimputável? Quais as consequências penais cabíveis? 
Resposta em até 30 linhas. 
Proposta de solução 
Inicialmente, esclareça-se sobre a existência de três critérios para a aferição da 
imputabilidade do agente. O primeiro deles é o critério biológico. Por este, basta a existência 
de uma doença mental ou determinada idade para que o agente seja considerado inimputável. 
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O segundo critério é o psicológico, por meio do qual só se pode aferir a imputabilidade na 
análise do caso concreto. Diferentemente do critério biológico, que é rígido, o critério 
psicológico é flexível, pois concede ao juiz o poder de avaliar, caso a caso, a imputabilidade do 
agente. 
Ainda, como terceiro critério, há que se mencionar o critério biopsicológico, o qual 
consiste numa mescla das características dos dois primeiros. A inimputabilidade decorrente 
da adoção deste critério deve provir da conjugação de dois fatores: deve haver uma situação 
prévia que gere a presunção de inimputabilidade (critério biológico, legal, objetivo), mas o juiz
deve analisar no caso concreto se o agente era ou não capaz de entender o caráter ilícito da 
conduta ou de se comportar conforme o direito (critério psicológico). Segundo entendimento 
doutrinário, o critério adotado pelo Código Penal (CP) brasileiro, como regra, é o 
biopsicológico. Excepcionalmente, foi adotado o sistema biológico no que se refere aos menores 
de 18 anos. [Tópico 1] 
No caso em tela, José é considerado semi-imputável, e não inimputável. Isso, porque 
ficou comprovado que José era portador de doença mental e, no momento do fato, era 
parcialmente incapaz de entender o caráter ilícito do fato e de determinar-se de acordo com 
este entendimento. A embriaguez completa, neste caso, não tem relevância, eis que se trata 
de embriaguez voluntária. No caso, a consequência jurídica é a condenação, porém com 
redução de pena, de um a dois terços, ou a substituição da pena por medida de segurança. A 
decisão pela aplicação da pena reduzida ou da medida de segurança fica a cargo do juiz, 
considerando o que é mais adequado à finalidade da sanção penal. [Tópico 2] 
Finalmente, Paulo, por sua vez, é considerado inimputável, porque, no momento do 
fato, não possuía qualquer discernimento, em razão de embriaguez acidental (decorrente de 
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caso fortuito ou força maior). Como essa embriagues é completa, fica, pois, excluída a 
culpabilidade e o agente é isento de pena. [Tópico 3] 
 
Tema 21 
Erasmo, agente público lotado no Fórum Trabalhista de Porto Real/RJ, é o responsável pela manutenção da 
segurança do átrio do estabelecimento, sendo a ele juridicamente possibilitada a tomada de decisões que 
garantam a integridade física dos demais funcionários e que preservem o patrimônio público presente no 
local. 
Em determinado dia, adentrou no prédio um cidadão segurando um porrete em suas mãos. Trata-se de 
Alexandre, empresário insatisfeito com sua derrota obtida em ação trabalhista que o condenou a pagar 
verbas indenizatórias valorosas a um ex-empregado de seu estabelecimento comercial. Alexandre 
direciona-se até o balcão da Vara Trabalhista e começa a ameaçar os servidores que ali trabalham, bem 
como anuncia que destruirá toda a estrutura daquela repartição. Quando Alexandre movimenta-se no 
sentido de atingir um dos computadores da Vara Trabalhista com o porrete, Erasmo rapidamente intervém 
e o surpreende por trás, atingindo Alexandre, com uma pancada na cabeça, com seu cassetete. Alexandre 
imediatamente desmaia e é levado ao hospital e, horas depois, recebe alta hospitalar. 
Acerca da ação de Erasmo, introduza e fundamente qual instituto jurídico penal foi utilizado por ele para 
justificar sua ação de lesão corporal e excluí-lo de crime, relacionando a legislação aplicável com o fato 
enunciado. 
Resposta em até 20 linhas. 
Proposta de solução 
No caso, Erasmo é agente público do setor de segurança e, por isso, tem o dever de 
ofício de praticar atos que conservem a integridade física dos demais servidores e preservem o 
patrimônio público ali constituído. Tais funções estão estabelecidas em regramento próprio, 
em normas jurídicas que amparam sua conduta tendente a proteger o local. Assim, quando 
norma jurídica determina que o agente pratique certo ato, não há crime, ainda que tal ato 
possa causar ofensa a bem-jurídico penal tutelado pela lei. Assim o é porque o Código 
Penal exclui a ilicitude de atos envolvidos em "estrito cumprimento do dever legal", instituto 
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que torna a conduta praticada excluída de antijuridicidade e, portanto, o agente não comete 
crime. 
Dessa forma, se o agente atua no cumprimento de dever legal, seu comportamento não 
é antijurídico. O dever que ele cumpre pode ser imposto por qualquer norma legal e não apenas 
por leis de natureza penal. Frise-se ser indispensável que o agente obedeça, rigorosamente, 
aos limites do dever, que, se ultrapassados, configurarão abuso de direito ou excesso de poder, e 
não exclusão da ilicitude. No caso, não se vislumbra qualquer tipo de abuso, visto que a 
atuação de Erasmo ocorre nos limites legais e sob o ponto de vista, inclusive, da 
proporcionalidade. 
Logo, quando Erasmo praticou, em tese, lesão corporal contra Alexandre, agiu 
amparado na referida causa excludente de ilicitude, pois a legislação aplicável à sua função 
permitia e exigia que ele tomasse decisões voltadas para a manutenção da ordem na repartição 
pública onde estava lotado. 
 
Tema 22 
Toda conduta dolosa ou culposa pressupõe uma finalidade. A diferença entre elas reside no fato de que, em 
se tratando de conduta dolosa, como regra, existe uma finalidade ilícita, ao passo que, tratando-se de 
conduta culposa, a finalidade é quase sempre lícita. Nesse caso, os meios escolhidos e empregados pelo 
agente para atingir a finalidade lícita é que são inadequados ou mal utilizados. 
Rogério Greco. Curso de direito penal – parte geral. p. 196 (com adaptações). 
 
Considerando que o fragmento de texto acima tem caráter unicamente motivador, redija um texto 
dissertativo acerca dos crimes culposos. Seu texto deve conter, necessariamente, 
 os elementos do crime culposo e a descrição de pelo menos dois desses elementos; 
 os conceitos de culpa inconsciente, culpa consciente e dolo eventual e suas diferenças; 
 os conceitos de culpa imprópria e tentativa. 
Resposta em até 30 linhas. 
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Proposta de solução 
Os elementos do crime culposo são conduta humana voluntária; violação ou inobservância 
de um dever de cuidado objetivo; resultado naturalístico involuntário; nexo entre conduta e 
resultado; previsibilidade; tipicidade. A conduta humana voluntária é a ação ou a omissão 
dirigida ou orientada pelo desejo cujo resultado é involuntário e o nexo de causalidade é a relação de 
causa e efeito entre a conduta e o resultado naturalístico. [Tópico 1] 
Numa das classificações da culpa, há a distinção da culpa consciente e da inconsciente. A 
primeira ocorre nas situações em que, embora o agente preveja o resultado, espera que este não ocorra 
e não o aceita como possível. A culpa consciente existe quando o sujeito prevê o resultado da 
conduta, entretanto, em razão de sua habilidade ou experiência, acredita que não ocorrerão efeitos 
lesivos. 
Já a culpa inconsciente ocorre nas situações em que o agente não prevê o resultado de sua 
conduta, embora este seja previsível, refere-se ao clássico crime culposo, em que o agente não prevê 
o resultado devido ao fato de ter sido negligente, imprudente ou imperito. 
Frise-se que nenhuma das espécies de culpa acima mencionadas confunde-se com o dolo 
eventual, circunstância em que o agente prevê o resultado, mas não se importa com os possíveis 
efeitos lesivos. Nesse caso, o agente conhece a possibilidade do resultado, mas assume o risco de 
produzi-lo, de forma indiferente em relação ao bem jurídico tutelado. [Tópico 2] 
Finalmente, há outra classificação que leva em consideração a intenção de produzir o 
resultado naturalístico. A culpa imprópria se verifica quando o sujeito prevê e deseja o resultado, 
mas atua em erro inescusável. Ocorre na hipótese de uma descriminante putativa em que o agente, 
em virtude de erro evitável pelas circunstâncias, dá causa dolosamente a um resultado, mas responde 
como se tivesse praticado
um crime culposo. Mencione-se que, apesar de, em regra, os crimes 
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culposos não serem punidos na modalidade tentada, é possível admiti-la nos casos em que há a 
culpa imprópria, diante do seu caráter híbrido (dolo tratado como culpa). [Tópico 3] 
 
Tema 23 
Elabore um texto dissertativo que aborde a tentativa no Direito Penal. Mencione, necessariamente, os 
seguintes aspectos: 
a) O conceito e, entre as teorias que visam a fundamentar a punibilidade da tentativa, a adotada como regra 
pelo Código Penal. 
b) Tentativa perfeita e imperfeita. 
c) Critério para diminuição de pena. 
d) Quatro espécies de crimes que não admitem tentativa. Justifique. 
Resposta em até 30 linhas. 
Proposta de solução 
Um crime é dito como tentado quando, iniciada a execução, não se consuma por 
circunstâncias alheias à vontade do agente. São elementos da tentativa: o início da execução 
do crime; a presença dos elementos subjetivos do tipo doloso (dolo de consumação) e a não 
consumação do crime por circunstâncias alheias à vontade do agente. Entre as teorias que 
visam a fundamentar a punibilidade da tentativa, a adotada, em regra, pelo Código Penal 
(CP) é a teoria objetiva, segundo a qual a punibilidade da tentativa se relaciona ao perigo 
proporcionado ao bem jurídico. Assim, deve-se considerar tanto o desvalor da conduta 
quanto do resultado e, por isso, deve haver uma redução de pena quando o agente não conseguir 
consumar a infração penal, haja vista o fato de o bem jurídico não ter sido atingido 
integralmente. [Tópico 1] 
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Entre variadas classificações da tentativa, destaca-se a que leva em consideração o 
caminho percorrido durante a fase de execução. Nesse sentido, tem-se: a tentativa imperfeita, 
na qual o agente é interrompido durante a fase executória do crime sem que tenha esgotado 
todos os atos que queria ou podia, e a tentativa perfeita, aquela em que o agente esgota todos os 
meios disponíveis para atingir o resultado, mas não ocorre a consumação por circunstâncias 
alheias à sua vontade. [Tópico 2] 
Em consonância com a teoria objetiva da punibilidade da tentativa, a pena a ser 
aplicada para o crime tentado corresponde à do crime consumado, diminuída de um a dois 
terços. O “quantum” dessa diminuição é inversamente proporcional à aproximação do 
resultado representado: quanto maior o “iter criminis” percorrido pelo agente, menor será a 
fração da causa de diminuição. [Tópico 3] 
Por fim, alguns crimes, pela sua natureza, não admitem tentativa. Os crimes culposos 
(exceto a omissão imprópria) não admitem tentativa, pois neles o agente não busca alcançar 
o resultado, de forma que não se pode tentar aquilo que não se quer. As contravenções também 
não admitem tentativa, pois, embora no plano fático seja possível, há expressa vedação na 
Lei de Contravenções penais. Também não se aplica aos crimes preterdolosos, pois neles 
o resultado mais grave não é desejado, encaixando-se na justificativa apresentada aos crimes 
culposos. A tentativa também não é cabível para os crimes unissubsistentes: aqueles que se 
realizam com um único ato, suficiente para alcançar a consumação, tornando impossível a 
divisão do “iter criminis”. [Tópico 4] 
 
Tema 24 
IADES - Perito Criminal (PC DF)/Ciências Biológicas/2016 
Leia, com atenção, o texto a seguir. 
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Frequentemente a ação delituosa é produto da concorrência de várias condutas praticadas por sujeitos 
distintos. As razões que podem levar o indivíduo a consociar-se para a realização de uma empresa 
criminosa podem ser as mais variadas: assegurar o êxito do empreendimento delituoso, garantir a 
impunidade, possibilitar o proveito coletivo do resultado do crime ou simplesmente satisfazer outros 
interesses pessoais. No cometimento de uma infração penal, essa reunião de pessoas dá origem ao 
chamado concursus deliquentium. 
 BITENCOURT, Cézar Roberto. Tratado de Direito Penal: parte geral 1. 
15. ed. São Paulo: Saraiva, 2010, com adaptações. 
Considerando que o texto apresentado tem caráter meramente motivador, redija um texto dissertativo e 
(ou) descritivo com o tema “o concurso de pessoas na dogmática jurídico-penal brasileira”. Aborde, 
necessariamente, os seguintes tópicos: 
a) a teoria adotada pelo Código Penal Brasileiro e suas repercussões pragmáticas; 
b) os requisitos do concurso de pessoas; 
c) a figura dos coautores e partícipes; 
d) a comunicabilidade e a incomunicabilidade das condições de caráter pessoal. 
Resposta em até 30 linhas. 
Proposta de solução 
Inicialmente, esclareça-se que o concurso de pessoas ocorre quando duas ou mais pessoas 
concorrem para a prática de uma mesma infração penal. Ao dispor que quem, de qualquer 
modo, concorrer para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua 
culpabilidade, o Código Penal Brasileiro (CPB) adota, em regra, a teoria monista 
ou monística para distinguir o crime cometido pelas pessoas que participaram do crime. Ao 
adotar essa teoria, algumas repercussões pragmáticas são relevantes, pois coautor e partícipe 
estarão, via de regra, sendo processados e julgados nas penas cominadas ao mesmo tipo penal 
decorrente do fato praticado. Frise-se que, embora ambos respondam pelo mesmo tipo penal, 
o juiz individualizará as penas em concreto de acordo com a maior ou menor relevância das 
pessoas envolvidas na atividade criminosa, ou seja, de acordo com a sua culpabilidade. Em 
razão da possível diferenciação na pena de cada infrator, parte da doutrina entende que o 
CPB adotou uma espécie de teoria monista mitigada. [Tópico 1] 
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Outrossim, como requisitos para o concurso de pessoas, citam-se: a pluralidade de agentes 
culpáveis; a relevância causal das condutas para a produção do resultado; o vínculo ou liame 
subjetivo; a unidade de infração penal para todos os agentes e a existência de fato punível. 
[Tópico 2] 
Em virtude de o CP não ter diferenciado as figuras dos coautores e partícipes, as 
definições ficaram por conta da doutrina. A doutrina majoritária considera que o CPB 
adota a teoria objetivo-formal, segundo a qual o autor é quem pratica a ação nuclear típica 
descrita pelo preceito primário da norma incriminadora e o partícipe é quem concorre de 
qualquer forma para o crime, sem, no entanto, praticar o núcleo do tipo. [Tópico 3] 
 Por fim, esclareça-se que uma circunstância incomunicável é aquela que não se 
transmite aos demais coautores e partícipes, visto que se refere exclusivamente a certo indivíduo. 
Segundo o CPB, não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, 
salvo quando elementares do crime. Trata-se de disposição a partir da qual se extraem as 
seguintes conclusões. Em primeiro, as circunstâncias e as condições de caráter pessoal não se 
comunicam. Contudo, se essas circunstâncias ou condições forem de caráter real, elas se 
comunicam, desde que os demais agentes tenham conhecimento a seu respeito. Finalmente, 
as elementares sempre se comunicam, sejam elas de caráter real ou pessoal. Nesse caso, 
também,
desde que sejam do conhecimento dos demais agentes. [Tópico 4] 
 
Tema 25 
"Desde que o desígnio criminoso aparece no foro íntimo da pessoa, como um produto da imaginação, até que se 
opere a consumação do delito, existe um processo, parte do qual não se exterioriza, necessariamente, de 
maneira a ser observado por algum espectador, excluído o próprio autor. A este processo dá-se o nome de iter 
criminis ou caminho do crime, que significa o conjunto de etapas que se sucedem, cronologicamente, no 
desenvolvimento do deleito." 
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ZAFFARONI, Eugenio Raúl; PIERANGELI, José Henrique. Da tentativa, p.13. 
Com base no que acima foi exposto, elabore um texto dissertativo sobre o iter criminis ou caminho do crime. 
Mencione, necessariamente, os seguintes aspectos: 
a) As etapas do iter criminis e no que cada uma delas consiste; 
b) Conceito, diferença, natureza jurídica, efeitos e requisitos da desistência voluntária e do arrependimento 
eficaz; 
c) Conceito, natureza jurídica e efeitos do arrependimento posterior. 
Resposta em até 30 linhas. 
Proposta de solução 
O “iter criminis” [tema] é o termo utilizado para definir, no Direito Penal 
[assunto], o caminho percorrido na prática do delito, desde o início da ideia do agente em 
praticar o crime até sua consumação. Tal caminho possui quatro etapas de realização: 
cogitação, preparação, execução e consumação. [Tópico 1] - [Introdução roteiro] 
A cogitação é a intenção de praticar o delito. Consiste na representação mental do 
crime na cabeça do agente, é a fase inicial, na qual o agente idealiza como será a conduta 
criminosa. Na preparação, inicia-se a adoção de algumas providências para a realização do 
crime, tais como a seleção dos meios e a escolha do local para a prática delituosa, sem, contudo, 
iniciar a execução do crime propriamente dita. Os atos executórios, por sua vez, são aqueles 
por meio dos quais o agente, efetivamente, dá início à conduta delituosa através de um ato 
capaz de provocar o resultado. Finalmente, a consumação é a etapa em que se reúnem todos 
os elementos da definição legal do crime, causando a ofensa jurídica prevista na norma penal. 
[Tópico 1] 
A desistência voluntária configura-se quando o agente, por ato voluntário, interrompe 
os atos executórios. De forma diversa, no arrependimento eficaz, o agente já praticou todos 
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os atos executórios suficientes para a consumação do crime, mas, após isso, arrepende-se do 
ato e adota providências que impedem a produção do resultado. Assim, a desistência 
voluntária aplica-se até o fim dos atos executórios, enquanto o arrependimento eficaz é cabível 
somente a partir desse ponto, mas antes que o crime se consuma. Embora haja controvérsia 
doutrinária, prevalece o entendimento de que têm natureza jurídica de causa de exclusão da 
tipicidade, embora subsista a responsabilidade pelos atos até então praticados. São requisitos 
de ambos os institutos: que já se tenha iniciada a execução, a voluntariedade (ausência de 
coação física ou moral) e a eficácia, de modo que o resultado do crime seja evitado. [Tópico 
2] 
Por fim, o arrependimento posterior ocorre quando, nos crimes cometidos sem violência 
ou grave ameaça à pessoa, o agente, voluntariamente e até o recebimento da denúncia ou 
queixa, restitui a coisa ou repara o dano provocado pela sua conduta. Possui natureza jurídica 
de causa obrigatória de diminuição de pena, cujo “quantum” da redução variará de 1/3 a 
2/3, a depender da celeridade com que ocorreu o arrependimento e a voluntariedade desse 
ato. [Tópico 3] 
 
Tema 26 
Cespe/Cebraspe – Escrivão de Polícia Civil do Distrito Federal - 2013 
Maurício, estudante com vinte e três anos de idade, sem antecedentes criminais, encontrava-se na fila de 
um supermercado aguardando sua vez para pagar pelo produto escolhido. Ainda na fila, Maurício foi 
abordado por Renato, segurança do estabelecimento, que pediu para revistá-lo, pois o havia visto 
colocando algumas peças de roupa dentro da mochila. De fato, Maurício havia pegado as roupas, que foram 
avaliadas em R$ 115,00. O agente admitiu que havia se apoderado das peças de roupa para seu uso pessoal 
e que não tinha a intenção de pagar por elas. Renato solicitou, então, a presença da polícia militar, que, ao 
analisar o caso, deu voz de prisão em flagrante a Maurício, conduzindo-o à delegacia de polícia mais 
próxima, para a lavratura do respectivo auto de prisão. 
 
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Com base na situação hipotética apresentada acima, redija, de forma fundamentada, um texto dissertativo, 
que atenda, necessariamente, ao que se pede a seguir. 
a) Discorra sobre o furto privilegiado e sobre o furto de bagatela, apresentando as diferenças entre ambas 
as figuras e apontando em qual modalidade se enquadraria a conduta de Maurício. 
b) Responda se Maurício consumou o furto, esclarecendo se as circunstâncias do caso autorizam a 
lavratura do flagrante por furto na modalidade tentada. 
c) Esclareça se a devolução da coisa furtada é admitida como causa de exclusão da tipicidade do crime 
de furto. 
Resposta em até 30 linhas. 
Proposta de solução 
O furto privilegiado é aquele cuja conduta é praticada por réu primário e a coisa furtada 
é de pequeno valor. Nesse caso, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, 
diminui-la de um a dois terços ou aplicar somente a pena de multa. A jurisprudência 
entende como objeto de pequeno valor aquele que não ultrapassa um salário mínimo vigente 
ao tempo do crime. Noutro giro, o princípio da insignificância, ou princípio da bagatela, 
atua na tipicidade material, afastando-a. Não há um parâmetro objetivo para o 
reconhecimento do princípio da insignificância, contudo, no âmbito do Superior Tribunal 
de Justiça, reconhece-se que a lesão jurídica resultante do crime de furto não pode ser 
considerada insignificante quando o valor dos bens subtraídos perfaz mais de 10% do salário 
mínimo vigente à época dos fatos. 
Nota-se, pois, flagrante diferença entre esses institutos. No furto privilegiado, há o 
fato típico. Já no caso do princípio da insignificância, há a descaracterização do fato típico, 
inexistindo crime. [Tópico 1] 
Nesse sentido, no caso em tela, a conduta de Maurício enquadra-se como furto 
privilegiado, uma vez que a coisa furtada é considerada como de pequeno valor, mas não se 
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enquadra como de valor ínfimo, visto que ultrapassa 10% do salário mínimo vigente à época 
dos fatos. [Tópico 1 - continuação] 
O fato de um estabelecimento comercial ser guarnecido por seguranças não impede, de 
maneira absoluta, o cometimento de crimes no seu interior, o que afasta a tese de crime 
impossível. Na situação apresentada, ocorre o caso de inidoneidade relativa do meio, visto 
que há a possibilidade de o crime se consumar, sendo possível, em virtude de tal fato, a 
lavratura do auto de prisão em flagrante por furto na modalidade tentada, haja vista que, 
conforme mencionado, o furto se consuma. [Tópico 2] 
Finalmente, não há, no crime
de furto, a previsão de que a devolução da coisa exclua a 
tipicidade. No entanto, a devolução da “res furtiva” por parte do agente, se ocorrida até o 
recebimento da denúncia, poderá ensejar o arrependimento posterior, reduzindo a pena de um 
a dois terços. [Tópico 3] 
 
Tema 27 
Cespe/Cebraspe - PC-BA - 2013 - Adaptado 
Silas, Juca e Celso, armados com pistola 380 e revólver de calibre 38, abordaram Célia na saída de um 
shopping center na cidade de Salvador – BA e, mediante grave ameaça, obrigaram-na a ingressar no próprio 
veículo, juntamente com os três. Dentro do veículo, os agentes constrangeram a vítima a lhes entregar 
cartões bancários e as respectivas senhas. Pretendendo utilizar os referidos cartões em compras e em 
saques em caixas eletrônicos, os autores do delito restringiram a liberdade de Célia como forma de 
assegurar o sucesso da empreitada delituosa. Silas assumiu a direção do veículo e rumou para a saída do 
estacionamento. Policiais civis da delegacia do bairro que lanchavam em estabelecimento comercial 
próximo ao estacionamento do shopping center presenciaram a ação dos agentes dentro do veículo e 
imediatamente empreenderam perseguição aos criminosos. Ao perceber que estava sendo seguido, Silas 
dirigiu o veículo em direção à cidade de Feira de Santana – BA. Ao entrar no perímetro urbano da cidade, 
Silas, que dirigia em alta velocidade, perdeu o controle do veículo, que se chocou contra um muro. Os 
agentes prenderam em flagrante Silas e Juca, tendo Celso sido levado para hospital mais próximo em estado 
grave. Nada foi subtraído da vítima, que foi libertada pelos policiais. 
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Em face dessa situação hipotética, indique, com base no Código Penal e no Código de Processo Penal: 
a) O(s) crime(s) perpetrado(s) por Silas, Juca e Celso. 
b) O local em que ocorreu a consumação do(s) crimes(s). 
c) A quem e em que localidade deverão ser apresentados os presos. 
d) Explique do que se trata a notitia criminis e qual a espécie aplicável ao caso em tela. 
e) O juízo competente para conhecer, processar e julgar a(s) infração(ões) cometidas. 
Resposta em até 30 linhas. 
Proposta de solução 
O crime perpetrado por Silas, Juca e Celso é a extorsão, qualificada pela restrição da 
liberdade da vítima como condição necessária para a obtenção da vantagem econômica, 
vulgarmente conhecida como “sequestro relâmpago”. No caso, são aplicáveis, ainda, duas 
causas de aumento de pena, tendo em vista que o referido crime foi cometido por duas ou mais 
pessoas e com o emprego de arma. No caso de Silas, responderá, ainda, em concurso, pelo 
crime de lesão corporal culposa na condução de veículo automotor, previsto no Código de 
Trânsito Brasileiro. [Tópico 1] 
Outrossim, a extorsão é crime formal e instantâneo, consuma-se no momento em que 
a vítima, depois de sofrer violência ou grave ameaça, realiza o comportamento desejado pelos 
criminosos, sendo dispensável a obtenção de vantagem econômica. Nesse sentido, no caso 
em tela, o crime consumou-se no momento em que os autores obrigam a vítima a entrar no 
veículo e a constrangem a lhes entregar os cartões bancários e as respectivas senhas, fato que 
se desenvolve na cidade de Salvador/BA. [Tópico 2] 
Os presos em flagrante delito deverão ser apresentados à autoridade policial na localidade 
de Feira de Santana/BA, local em que ocorreu a prisão. Outrossim, não havendo 
autoridade policial no lugar em que se tenha efetuado a prisão, o preso será logo apresentado 
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àquela do lugar mais próximo. Complementarmente, resta mencionar que, se o réu, sendo 
perseguido, passar ao território de outro município ou comarca, o executor poderá efetuar-lhe 
a prisão no lugar onde o alcançar, independentemente da expedição de precatória ou quaisquer 
outras providências da autoridade competente. [Tópico 3] 
Além disso, “notitia criminis” é o conhecimento, espontâneo ou provocado, por parte 
da autoridade policial, acerca de um fato aparentemente criminoso. No caso em tela, ocorre 
a “notitia criminis” de cognição coercitiva, tendo em vista que a autoridade policial tomou 
conhecimento do fato delituoso por meio da apresentação do indivíduo preso em flagrante. 
[Tópico 4] 
Por fim, de acordo com o que prevê o art. 70 do Código de Processo Penal, em 
regra, a competência territorial é fixada com base no local da consumação do delito. Assim, 
no caso, o juízo competente para conhecer, processar e julgar as infrações cometidas é o de 
Salvador/BA. 
 
Tema 28 
Pedro Pedreira, brasileiro, solteiro, sem ocupação definida, com 25 anos de idade, reincidente, foi 
denunciado pelo Ministério Público como incurso nas sanções do art. 155, caput do Código Penal, por haver 
subtraído, para proveito próprio, um par de tênis, avaliado em R$ 90,00, após adentrar na residência da 
vítima Pedro dos Santos. Uma vez preso em flagrante, restou apreendido o bem objeto da subtração e 
restituído ao proprietário. 
Devidamente concluída a instrução judicial, em sede de alegações finais escritas, o representante do 
Ministério Público postula a condenação do agente nos moldes da denúncia. A defesa, por sua vez, 
manifesta-se pelo reconhecimento da incidência do princípio da insignificância na hipótese vertente e 
consequente decreto de absolvição do denunciado. 
 Diante do caso exposto: 
a. Conceitue o princípio da insignificância. 
b. Enuncie as condições objetivas necessárias ao reconhecimento do referido princípio. 
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c. Analise a tese defensiva à luz da jurisprudência do STF e STJ. 
Resposta em até 30 linhas. 
Proposta de solução 
O princípio da insignificância, também chamado de infração bagatelar própria, não 
tem previsão legal no direito brasileiro. Relaciona-se aos princípios da fragmentariedade e 
da subsidiariedade, os quais preconizam que o Direito Penal apenas deve ser utilizado 
contra ofensas intoleráveis a determinados bens jurídicos e nos casos em que os demais ramos 
do direito não se mostrem suficientes para proteger tais bens. Assim, o Direito Penal não 
deve se preocupar com bagatelas, mas sim com infrações penais que ofendem com gravidade o 
bem jurídico tutelado pelo tipo penal. Constitui causa supralegal de exclusão da tipicidade 
material, mediante uma interpretação restritiva do tipo penal. Assim, se o fato for 
penalmente insignificante, quer dizer que não lesou nem causou perigo de lesão ao bem jurídico 
protegido e, por isso, o fato é considerado atípico. 
Os requisitos objetivos, consolidados na jurisprudência do Supremo Tribunal 
Federal são os seguintes: mínima ofensividade da conduta; nenhuma periculosidade social 
da ação; reduzido grau de reprovabilidade do comportamento e inexpressividade da lesão 
jurídica provocada. 
Outrossim, mencione-se que a aplicação do princípio da insignificância aos reincidentes 
é tema cuja jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Superior 
Tribunal de Justiça (STJ) não é consolidada. Em regra, o STF e o STJ negam 
a aplicação do princípio da insignificância caso o réu seja reincidente. Essa abordagem se 
respalda no entendimento de que o princípio da bagatela não foi concebido para resguardar e 
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legitimar constantes condutas desvirtuadas, mas para impedir que desvios de condutas ínfimas, 
isoladas, sejam sancionadas. 
Contudo, recentemente, tanto o STJ quanto o STF têm apresentado 
entendimento diverso, passando a defender que a reincidência não impede, por si só, que o juiz 
da causa reconheça a insignificância penal da conduta. Deve, pois, o juiz analisar o caso 
concreto e considerar as suas circunstâncias (exemplos: número de reincidências e especial 
reprovabilidade decorrente de qualificadoras). Assim, a reincidência, atualmente, não é 
motivo que, “a priori”, obste a aplicação do princípio da insignificância, o que torna viável a 
tese defensiva apresentada. 
 
Tema 29 
Considere a seguinte situação hipotética. Teobaldo, servidor público, solicita vantagem indevida para deixar 
de praticar ato de ofício, o qual prejudicaria o particular de nome Fernando. 
Fernando, cedendo à investida do referido servidor público, entrega a Teobaldo R$ 7.000,00, que, após o 
recebimento da quantia, deixa de praticar o ato, na forma combinada com o particular. 
Com base nessa situação, responda aos seguintes questionamentos: 
a) Houve crime cometido por Teobaldo? E por Fernando? 
b) Ao caso, aplica-se o princípio da insignificância? Justifique. 
c) Mantidas todas as circunstâncias da situação, caso Teobaldo tivesse recebido o dinheiro para praticar 
ato legal, qual a tipificação da sua conduta? 
Resposta em até 20 linhas. 
Proposta de solução 
Em virtude do recebimento da quantia para a prática de ato de ofício, o crime cometido 
por Teobaldo foi o de corrupção passiva, do qual as condutas típicas são: solicitar ou receber 
vantagem indevida e aceitar promessa de vantagem para futuro recebimento, cuja iniciativa 
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também é do corruptor. No caso em tela, a conduta típica praticada por Teobaldo foi a de 
receber vantagem indevida, comprovada pela percepção de quantia equivalente a R$ 
7.000,00. Além disso, pelo fato de Teobaldo ter praticado o fato na forma 
combinada, incidirá majorante da pena, na razão de 1/3, conforme expressa determinação 
do Código Penal. Já no que se refere a Fernando, não se configura a ocorrência de 
qualquer crime. O fato de ceder a investida do servidor não configura o crime de corrupção 
ativa, tendo em vista que o ato de “dar” ou “entregar” não pertence aos núcleos configuradores 
desse tipo penal. [Tópico 1] 
No que se refere à possibilidade da aplicação do princípio da insignificância, prevalece, 
no âmbito do Superior Tribunal de Justiça, a tese pela sua impossibilidade quando se tratar 
do cometimento de crimes contra a administração pública. Assim, no caso, como a 
corrupção passiva é crime contra a administração, esse princípio não será aplicado. [Tópico 
2] 
Por fim, o fato de Teobaldo ter recebido o dinheiro para praticar ato legal não elide a 
configuração do referido crime. Doutrinariamente, essa modalidade é conhecida como 
corrupção passiva imprópria, configurada pela prática de ato regular, lícito, ou decorrente do 
seu dever legal, mas motivado por uma das condutas típicas do referido crime. [Tópico 3] 
 
Tema 30 
VUNESP - Investigador de Polícia (PC BA)/2018 
Determinada autoridade policial de uma Comarca da Bahia, que preside investigação policial envolvendo 
crime de tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, em razão dos elementos colhidos, representou à 
autoridade judiciária competente pela prisão preventiva de seu principal integrante, Pedro. Em razão do 
acolhimento dos argumentos apresentados pela autoridade policial, o Juiz de Direito determinou a prisão 
preventiva de Pedro, ordenando a expedição do mandado de prisão e demais formalidades administrativas. 
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Sendo assim, a autoridade policial determinou a André, investigador de polícia do Estado da Bahia, que 
desse cumprimento ao mandado de prisão expedido. 
André, ao dar cumprimento ao mandado de prisão preventiva de Pedro, foi surpreendido com uso de 
violência física e agressões por parte de Pedro. Este desferiu socos e chutes contra André. Nesse contexto, 
Pedro tirou uma arma de dentro de sua jaqueta e atirou contra André, atingindo seu ombro esquerdo. 
Todavia, ao final de toda confusão, André, mesmo ferido, acabou revidando também com uso de arma de 
fogo, com intuito de fazer cessar a agressão perpetrada por Pedro, atingindo-o com um tiro fatal. A partir 
da situação hipotética, responda: 
a) André cometeu crime? Fundamente. 
b) Por qual delito responde Pedro? Fundamente. 
Resposta em até 20 linhas. 
Proposta de solução 
No caso em tela, verifica-se que o policial André não cometeu nenhum crime, visto 
que acobertado pela excludente de ilicitude da legítima defesa. Isso se justifica pelo fato de 
estarem presentes todos os requisitos necessários para que a legítima defesa se configure, a saber: 
agressão injusta e atual, expondo a perigo de lesão um bem jurídico tutelado pelo ordenamento 
jurídico; emprego dos meios necessários de forma moderada e proporcional, na medida para 
fazer cessar a agressão injusta; e em proteção de direito próprio, no caso, a vida do policial. 
Assim, tendo André sido vítima de um ataque de arma de fogo, é justificável que, na defesa 
da sua vida, tenha revidado na mesma intensidade da violência sofrida. [Tópico 1] 
Por outro lado, no que se refere a Pedro, observa-se o cometimento do crime de 
resistência, em concurso com a tentativa de homicídio qualificado. Segundo o Código Penal 
(CP), o crime de resistência consiste na oposição à execução de ato legal, mediante violência 
ou ameaça a funcionário competente para executá-lo. É o que ocorre no caso, visto que Pedro 
se opôs, mediante violência, ao cumprimento de mandado de prisão preventiva 
operacionalizado por um policial. Outrossim, ainda de acordo com o CP, as penas do 
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crime de resistência são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à violência, o que justifica 
o concurso material obrigatório entre a resistência e o homicídio. Como o resultado morte 
não se consumou por circunstâncias alheias ao agente, trata-se de tentativa de homicídio, que 
é qualificado pela situação de a vítima ser servidor integrante das carreiras da área da 
segurança pública, definidas na Constituição Federal de 1988. [Tópico 2] 
 
Tema 31 
INCAB - Perito (PC AC)/2015 
O policial civil Carlos Sperto, após exaustiva investigação, logra prender em flagrante delito, o indivíduo 
Pedro Custódio, conhecido pela alcunha de "Motoboy ", quando este vendia a pessoa não identificada por 
ter se evadido, certa quantidade da droga conhecida como crack, substância sabidamente nociva à saúde. 
No momento da abordagem policial, foi encontrada na mochila portada por "Motoboy" a quantidade de 72 
(setenta e duas) pedras de crack e 103 (cento e três) papelotes de cloridrato de cocaína. Instigado por seu 
cunhado David Silva, presente no momento da ação, o policial Carlos obriga "Motoboy" a pagar a quantia 
de R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais), para não conduzi-lo até a delegacia policial da área, sendo certo 
que o preso concordou com o valor estipulado, entretanto, alegou
que somente poderia efetuar o 
pagamento em questão de dois dias depois, quando iria dispor do dinheiro, e assim ficou acertado. Neste 
interregno, o fato chegou ao conhecimento da Corregedoria de Polícia, tendo a autoridade instaurado o 
regular inquérito policial e representado pela prisão temporária, que foi decretada pelo juiz de direito 
competente. De posse do mandado de prisão, agentes da Corregedoria de Polícia se postaram de forma 
estratégica no local e obstaram o pagamento a ser realizado. Analisando o fato descrito sob a ótica do 
Direito Penal, tipifique as condutas de Carlos Sperto e Pedro Custódio, o "Motoboy", de forma justificada, 
em texto discursivo. 
Responda em até 20 linhas. 
Proposta de solução 
O policial civil Carlos Sperto, funcionário público, encontrando-se no exercício da 
função, com sua conduta, praticou o crime contra a Administração Pública tipificado 
como concussão. Segundo o Código Penal, o referido crime consiste em exigir, para si ou 
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para outrem, direta ou indiretamente, vantagem indevida em razão da função que ocupa. 
Observe-se que o fato de a vantagem exigida não ter sido recebida não descaracteriza a conduta 
criminosa, uma vez que o crime de concussão é formal. Não exige, pois, a ocorrência de 
resultado naturalístico, conformando-se com a simples exigência da vantagem indevida de 
caráter econômico ou patrimonial, independentemente do seu recebimento (da vantagem), 
que se constitui, nesse caso, em exaurimento. [Tópico 1] 
Por fim, Pedro Custódio, o “Motoboy”, por sua vez, comete o delito de tráfico ilícito 
de drogas, cominado na Lei 11.343/2006, por ter sido flagrado no momento em que 
vendia droga a pessoa não identificada, além de ter em seu poder grande quantidade de crack 
e de cocaína. Frise-se que, no caso, Pedro Custódio não comete o delito de corrupção ativa, 
uma vez que a conduta típica do referido crime consiste no oferecimento ou na promessa de 
vantagem de forma espontânea, o que não ocorreu no caso concreto. [Tópico 2] 
 
Tema 32 
Cespe/Cebraspe – Polícia Federal – Escrivão – 2013 
Juca, brasileiro, maior, capaz, após viagem ao Uruguai, ingressou no território nacional trazendo em sua 
bagagem dezesseis equipamentos de informática de origem estrangeira, especificamente placas e 
processadores para microcomputadores, desacompanhados da documentação legal, sem pagamento de 
tributos devidos e sem autorização da autoridade competente para ingresso dos bens no país. Juca 
pretendia montar máquinas caça-níqueis. 
Ao desembarcar no aeroporto internacional de Brasília, Juca foi abordado por agentes da Receita Federal e 
da Polícia Federal, em operação conjunta, e, após diligências preliminares, com apreensão dos 
equipamentos e autuação na esfera administrativa/fiscal, foi imediatamente conduzido e apresentado à 
Delegacia da Polícia Federal para a consecução dos procedimentos legais, juntamente com toda 
documentação e objetos referentes ao caso. Os bens foram avaliados pela autoridade fiscal em R$ 
40.000,00, cujos impostos devidos equivaleriam ao montante de R$ 18.000,00. 
Na Delegacia da Polícia Federal, Juca declarou que os bens apreendidos seriam de propriedade de terceiros 
e receberia a quantia de R$ 500,00 apenas pelo transporte e entrega. Por ser pessoa sem recursos 
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financeiros, solicitou ao delegado assistência jurídica da Defensoria Pública, tendo o defensor plantonista 
prontamente comparecido ao local. Este, ao tomar conhecimento da situação, informou ao delegado a 
impossibilidade de se efetivar, por ora, qualquer procedimento contra Juca, tampouco a autuação do 
indivíduo, em face da ausência de conclusão do procedimento administrativo fiscal, devendo ser ordenada 
a liberação imediata do acusado. Caso o delegado assim não proceda, a autoridade policial e o escrivão 
podem ser responsabilizados criminalmente, ante a advertência apresentada, em especial, o escrivão, por 
cumprir ordem manifestamente ilegal. 
Considerando a situação hipotética acima apresentada, redija um texto dissertativo, respondendo, 
necessariamente e de maneira justificada, aos questionamentos a seguir. Em seu texto, dispense fatos 
novos. 
a) O simples ingresso, em território nacional, dos bens descritos na situação hipotética constitui crime? 
Em caso afirmativo, qual(is) seria(m) a(s) infração(ões) penal(is) cabível(is)? 
b) Admite-se a lavratura do auto de prisão em flagrante? Há necessidade de instauração de inquérito 
policial? 
c) O escrivão poderá ser responsabilizado caso cumpra determinação da autoridade policial para realizar 
a lavratura dos documentos pertinentes ao caso? 
Resposta em até 30 linhas. 
Proposta de solução 
No caso em tela, Juca cometeu o crime de contrabando, uma vez que ingressou no país 
com mercadoria proibida, qual seja: equipamentos para montagem de máquinas caça-níqueis, 
sem autorização da autoridade competente. Outrossim, de forma geral, é inaplicável o 
princípio da insignificância nos casos de crime contra a administração pública, gênero em 
que se situa o crime de contrabando. Esse posicionamento é, inclusive, endossado pela 
jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça – STJ, que, de forma específica, 
entendeu pela inaplicabilidade do princípio da insignificância aos crimes de contrabando de 
máquinas caça-níqueis ou de outros materiais relacionados com a exploração de jogos de azar. 
Nesse sentido, no caso em apreço, torna-se irrelevante a discussão do valor do débito 
tributário para fins da exclusão da tipicidade material do referido crime. [Tópico 1] 
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Ademais, Juca, ao desembarcar no aeroporto internacional de Brasília, é 
surpreendido pelos agentes federais no momento em que cometia o crime, oportunizando a 
situação de flagrante delito próprio, previsto no Código de Processo Penal. Nessa 
circunstância, deverá ser lavrado o auto de prisão em flagrante, considerado como peça 
inaugural do Inquérito Policial (IP), procedimento destinado a identificar fontes de 
prova e colher elementos de informação quanto à autoria e à materialidade da infração penal, 
a fim de permitir que o titular da ação possa ingressar em juízo. Dessa forma, haja vista o 
esclarecimento dos fatos para embasar o oferecimento da denúncia, há necessidade de 
instauração do IP. [Tópico 2] 
Finalmente, caso o escrivão cumpra determinação da autoridade policial para realizar 
a lavratura dos documentos pertinentes ao caso, não caberá sua responsabilização, visto que 
atuará em cumprimento da ordem manifestamente legal, emanada por autoridade competente 
para tal. Assim, o escrivão não só pode, mas deve empreender as medidas emanadas da 
autoridade, as quais são compatíveis às competências do cargo que ocupa. [Tópico 3] 
 
Tema 33 
João, escrivão de uma delegacia de polícia, apropriou-se da quantia de R$ 253,00 que havia sido apreendida 
em poder do indiciado no inquérito policial e estava sob a sua guarda para ser entregue à vítima. Instaurado 
outro inquérito policial para apurar a sua responsabilidade criminal, ressarciu a vítima, antes do recebimento 
da denúncia. Nesse caso, segundo jurisprudência dos Tribunais Superiores: 
a) Qual o crime cometido por João? 
b) O princípio da insignificância pode ser aplicado para
justificar a atipicidade da conduta de João? 
c) O ressarcimento espontâneo excluiu o crime em questão? Responda fundamentadamente. 
Responda em até 30 linhas. 
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Proposta de solução 
João, funcionário público para fins penais, ao apropriar-se de quantia que estava em sua 
guarda em razão do cargo, comete o crime de peculato apropriação. Trata-se de delito contra 
a Administração Pública, cujo tipo penal é aderente à conduta de João, qual seja, 
apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público 
ou particular, de que tem a posse em razão do cargo. [Tópico 1] 
A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ) possui entendimento 
sumulado de que o princípio da insignificância é inaplicável aos crimes contra a 
Administração Pública, não servindo, portanto, para justificar a atipicidade da conduta 
de João. Segundo o STJ, os crimes contra a Administração Pública têm como objetivo 
resguardar não apenas o aspecto patrimonial, mas, principalmente, a moral administrativa. 
Logo, mesmo que o valor do prejuízo seja insignificante, deverá haver a sanção penal 
considerando que houve uma afronta à moralidade administrativa, que é insuscetível de 
valoração econômica. [Tópico 2] 
 Finalmente, por falta de previsão legal e jurisprudencial, o ressarcimento espontâneo 
não excluiu o crime em questão. Contudo, caso a reparação do dano ou a restituição da coisa 
seja efetuado antes do recebimento da denúncia, obedecido os demais requisitos presentes no 
Código Penal, configurar-se-á o arrependimento posterior, implicando na redução da pena 
de um a dois terços. Além disso, se a reparação ocorrer depois do recebimento da denúncia, 
mas até o julgamento, incidirá a atenuante genérica, aplicável na segunda fase da dosimetria 
da pena. [Tópico 3] 
 
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Tema 34 
Autoral - Prof. Renan Araújo -Adaptado 
Ricardo é servidor público. Insatisfeito com o rendimento de seu computador próprio, Ricardo resolve 
subtrair um computador pertencente a um particular, mas que se encontrava acautelado no Órgão público 
em que labora, fruto de uma apreensão realizada meses antes. 
Como Ricardo não tinha acesso livre ao local em que estava o computador, aguardou o anoitecer e dirigiu-
se até a sede do referido Órgão, juntamente com Lucas, seu primo, a quem solicitou ajuda para a 
empreitada criminosa. Lucas conhecia a condição pessoal de Ricardo. 
Enquanto Lucas espera no carro, Ricardo se dirige à recepção do Órgão, oportunidade na qual se identifica 
e informa que esqueceu um pen-drive em sua sala, e tem o acesso liberado pelo vigilante. Uma vez dentro 
do prédio, Ricardo efetivamente subtrai o computador e o coloca na mochila, saindo pela porta da frente e 
indo embora juntamente com Lucas. 
Uma semana depois, com medo de ser pego e perder o computador, Ricardo procura Júlio, seu irmão, e 
pede a ele para ficar com o computador por um tempo, até a “poeira baixar”. Júlio, irmão muito bondoso, 
aceita a proposta. 
Três dias depois, Ricardo retorna e pega o computador com Júlio. Arrependido, Ricardo devolve o bem à 
repartição, sem que ninguém perceba. 
Diante dos fatos narrados, responda de maneira fundamentada: 
a) Qual a responsabilidade penal de Ricardo, Lucas e Júlio? Há concurso de agentes na hipótese? 
b) Pela restituição da coisa, é cabível a extinção da punibilidade ou algum mecanismo de redução da pena? 
c) Aplica-se alguma causa pessoal de isenção de pena em relação a Júlio? 
Resposta em até 30 linhas. 
Proposta de solução 
No caso em tela, Ricardo, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade 
de funcionário público, subtrai bem móvel, um computador particular, sob a guarda da 
Administração. A referida conduta amolda-se ao delito de peculato-furto, previsto no art. 
312, §1º, do Código Penal (CP). Lucas, por sua vez, na medida em que concorreu 
dolosamente para a subtração, também praticou o referido delito, agindo em concurso de 
pessoas com Ricardo. O fato de Lucas não ser funcionário público é irrelevante, pois tal 
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circunstância, por ser uma elementar do delito, comunica-se entre os agentes da empreitada 
criminosa, na forma do art. 30 do CP. [Tópico 1] 
Por sua vez, Júlio responderá pelo delito de favorecimento real, nos termos do art. 
349 do CP, pois prestou auxílio destinado a tornar seguro o proveito do crime, não sendo 
caso de coautoria ou de receptação. Júlio não responde como partícipe do delito de peculato-
furto pois sua contribuição é posterior à consumação do delito, não tendo havido combinação 
ou ajuste prévio, motivo pelo qual não é possível falar em concurso de pessoas. [Tópico 1] 
Ademais, não é cabível, a aplicação de causa de extinção da punibilidade pela restituição 
da coisa, eis que restrita ao peculato culposo, nos termos do art. 312, §3º do CP. No 
que se refere à redução da pena, cabe, ao caso, a aplicação da figura do arrependimento 
posterior, visto ser crime cometido sem violência ou grave ameaça à pessoa e ter sido reparado 
o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário 
do agente. Em decorrência disso, a pena será reduzida de um a dois terços, benefício estendido 
aos coautores e partícipes, de acordo com a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça. 
[Tópico 2] 
Por fim, Júlio não faz jus à causa de isenção de pena prevista no art. 348, §2º 
do CP, pois tal só se aplica ao favorecimento pessoal, não sendo cabível para as hipóteses 
de favorecimento real. [Tópico 3] 
 
Tema 35 
Autoral - Prof. Renan Araújo 
Após uma acalorada discussão em um bar, Tiago e Pedro chamaram Ricardo de “safado” e “imundo”, com 
a intenção de ofender a vítima, fazendo-a se sentir mal em razão das ofensas. 
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Ricardo ajuizou queixa-crime em face dos réus, mas, já no curso da ação penal, Ricardo decidiu perdoar 
Tiago, pois passara a ter com ele relação de amizade. Assim, Ricardo ofereceu judicialmente o perdão a 
Tiago. Todavia, em relação a Pedro, Ricardo manteve sua posição, não abrindo mão do direito de prosseguir 
com a queixa. 
Considerando o que fora exposto, redija um texto dissertativo, abordando, necessariamente, os seguintes 
pontos: 
a) o crime praticado pelos réus; 
b) a natureza da ação penal ajuizada; 
c) a existência, ou não, de algum argumento jurídico em favor de Pedro, com vistas à extinção do processo; 
d) a natureza do benefício concedido por Ricardo a Tiago. 
Resposta entre 15 e 20 linhas. 
Proposta de solução 
No caso, os agentes praticaram o delito de injúria, nos termos do art. 140 do Código 
Penal, eis que ofenderam a honra subjetiva da vítima por meio de ofensas que tinham como 
objetivo fazê-la se sentir diminuída, inferiorizada. [Tópico 1] 
Na situação, foi ajuizada ação penal de iniciativa privada, eis que é a natureza da ação 
penal cabível para o crime de injúria, sendo a espécie de ação penal em que a titularidade 
pertence à vítima. Nesse tipo de ação, a peça acusatória é denominada de queixa-crime. 
[Tópico

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