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MEDICINA PEDRA BRANCA SEMIOLOGIA I Jéssica Klein Flach Semiologia Médica I 1 JeKF Sugestão de Anamnese (Prof. Sbissa) Anamnese: entrevista com o paciente que tem como objetivo colher informações acerca do mesmo, estabelecer com ele uma relação de confiança e apoio e fornecer informações e orientações. Tipos de perguntas ao paciente: Abertas: sem restrição, paciente livre para se expressar. Focadas: abertas, mas com assunto específico. Fechadas: questões diretas de interesse específico. Perguntas do tipo indutiva não devem feitas. Exemplos de perguntas indutivas: "O senhor já teve...?"; “O senhor costuma...?". Melhor complementar a pergunta como: “O senhor já teve...ou não?". Desta forma não se induz o paciente, dá-se uma escolha. Também evitar perguntas compostas, complexas, geralmente o paciente deixa de responder uma ou mais delas. Identificação Nome – prontuário médico, perícia médica. Idade – grupos etários com doenças específicas. Sexo – diferenças fisiológicas óbvias; doenças órgãos sexuais; doenças endócrinas; hemofilia (apenas sexo masculino). Cor (Raça): Branca – Leucodermos Parda – Faiodermos Preta – Melanodermos (anemia falciforme apenas nestes) Estado civil Profissão – saúde ocupacional, condições socioeconômicas. Condições culturais – grau escolaridade, nível cultural, religião (testemunhas de Jeová – transfusão de sangue). Naturalidade Residência – movimentos migratórios e epidemiologia das doenças infecciosas e parasitárias. Queixa Principal O que o paciente refere, motivo que o levou ao médico. Breve, usando as palavras do paciente, se necessário. Utiliza-se “SIC:” para expor o que o paciente falou, nas suas próprias palavras. História da Doença Atual (HDA) Histórias complicadas são trabalhosas para todos: 1) Determinar o sintoma-guia; 2) Época de seu início, modo de evolução, frequência, intensidade, condições, características (“tipo da dor”) tratamentos efetuados e resultados; 3) Usando o sintoma-guia como centro do doente. As informações devem ser "digeridas", interpretadas com o conhecimento médico. Omissões iniciais - faltam conhecimentos sobre as doenças. Sintomas e sinais apresentados Sintomas - sentidos pelo paciente. Exemplos: dor, náuseas. Sinais - reconhecidos pela inspeção, palpação, percussão, ausculta ou pelos exames complementares. Exemplos: cianose, palidez, dispneia, tosse, são sensações subjetivas e objetivas. Sinal Patognomônico - sintoma típico. Sintoma atípico, pouco característico. Semiologia Médica I 2 JeKF − Conhecimentos básicos sobre os sinais e os sintomas. − Compreensão da fisiopatológica. − Criar hipóteses e possibilidades. − Sintomas podem ser “orgânicos”: dor coronária na isquemia miocárdica, dispneia na congestão pulmonar. − Sintomas podem ser “psíquicos”: tosse nervosa, dispneia suspirosa na ansiedade. − Para o paciente não há esta distinção, sente da mesma forma, ambos são reais. Esquema básico para análise do sintoma Época em que o sintoma surgiu. Episodicamente: início do primeiro episódio. Modo de início do sintoma: súbito ou gradativo. Fatores ou situações que o desencadearam ou o acompanharam em seu início. Duração do sintoma. Características: localização, qualidade, intensidade. Relações com as funções orgânicas. Evolução: cronológica, modificações ocorridas, tratamentos efetuados. Relação com os demais sintomas. Características do sintoma atualmente. Interrogatório Sobre os Diversos Aparelhos e Sistemas (ISDAS) Perguntas feitas relacionadas a cada sistema especificamente, relevantes ao raciocínio médico, sem induzir o paciente. Quando encontramos algum sintoma relatado pelo paciente, deve-se buscar mais informações sobre o mesmo. Sintomas Gerais: febre, sudorese, calafrios, aumento de peso, perda de peso, astenia (sensação de fraqueza, mal estar), palidez, icterícia, cianose, mialgia, lipotimia (desmaio), síncope (perda de consciência, força muscular, sudorese, palidez), convulsões, etc. Olhos − Acuidade visual. − Fatores emocionais e exageros: “perda da visão”. − Não percebe um grave defeito visual. − Diminuição foi progressiva ou súbita. − Há perda da visão (amaurose). − Um ou em ambos os olhos. − Súbita ou gradual. Diplopia: Visão dupla, constante ou intermitente, posições do olhar ou a determinadas distâncias. Pode ser mono ou binocular. Escotomas: Área de cegueira parcial dentro do campo visual. Uni ou bilaterais. Antecedendo enxaqueca - escotomas cintilantes. Ouvidos − Diminuição da acuidade auditiva. − Disacusia: perda da capacidade auditiva: moderada (hipoacusia), acentuada (surdez). − Autofonia, algiacusia - sensação dolorosa. − Zumbidos ou acufenos: Ruídos como “campainha, cachoeira, apito, chiado”. Causas óticas: tampão de cerume, corpo estranho, etc. Neuroma do acústico - zumbido "persistente". Nariz − Obstrução nasal. − Enfermidades das fossas nasais - rinites, alergia respiratória, pólipos, vegetações adenoides, neoplasias, hipertrofia de cornetos etc. − Obstrução nasal - respiração bucal. Semiologia Médica I 3 JeKF Coriza, rinorreia, espirros, cacosmia - sentir mau cheiro, parosmia - interpretação errônea olfatória - afecção neurológica, neurite gripal, aura na epilepsia, epistaxe ou hemorragia nasal. Garganta Dor à deglutição (odinofagia). Laringites, amigdalites agudas ou crônicas, disfonia, tosse, halitose. Tórax Pneumotórax Colabamento do pulmão. Dor espontânea, súbita, aguda, e intensa. “Em punhalada” com dispneia. Dor relacionada as mudanças de posição nas patologias da coluna: Processos inflamatórios superficiais Lesões traumáticas Distensão muscular Neoplasias ósseas Espondiloanrose cervical e torácica Hérnia de disco Compressões radiculares Neuralgia herpética Dorsalgia Tosse e expectoração Tosse - mecanismo de alerta ou de defesa. Ocasional ou frequente. Tosse intensa – síncope, perda de consciência pelo “efeito vagal”, pela tosse o paciente excita o n. vago. Expectoração Crianças podem deglutir a expectoração. Características: volume, a cor, o odor, transparência e consistência do material eliminado. "Toalete brônquica” em pacientes com abcesso de pulmão. Vômica: eliminação brusca, abundante de catarro (“Vômito pelo pulmão”). Abscesso pulmonar, empiema. Hemoptise Eliminação de sangue pela boca, passando através da glote, proveniente da traqueia, brônquios ou pulmões. Hematêmese Sangue vermelho vivo ou em de borra de café, com ou sem restos alimentares, de odor ácido, e não é arejado. Causas: úlcera péptica, esofagite, varizes esofagianas. Dispneia Consciência da dificuldade de respirar. − Subjetiva: percebida pelo doente. − Objetiva: ao exame clínico. Pode acontecer aos grandes, médios e pequenos esforços ou ainda em repouso. Ortopneia: com o paciente deitado. Cornagem: é a dificuldade inspiratória por redução do calibre das vias respiratórias superiores, de laringe, ruído (estridor) e tiragem. Tiragem: é o aumento da retração que os espações intercostais. Palpitações Percepção dos batimentos cardíacos. "Disparos", "batimentos fortes", "falhas", "arrancos", "paradas", "tremor no coração", "o coração deixa de bater", "o coração pula". Semiologia Médica I 4 JeKF Abdome Alterações de apetite, sialirreia (excesso de saliva), disfagia (dificuldade de deglutir por processos inflamatórios, neoplásticos ou paralíticos), odinofagia (ao deglutir dói), regurgitação, pirose (azia). Dor abdominal Leve, moderada ou intensa / Contínua, cíclica ou periódica / Rítmica ou periódica / Fatores desencadeantes ou agravantes / Funções orgânicas. Em queimação (esofagite, úlcera péptica) Em cólica (intestinal, menstrual, nefrética) “Surda” (lombar) Contínua (pancreatite aguda) Abdominal em queimor (urente) Diarreia, constipação, disenteria, hematêmese,melena (fezes com sangue), enterorragia (evacuação com sangue), aumento do volume abdominal. Pélvis Sistema genital feminino Leucorreia, prurido, dismenorreia, amenorreia. Sistema genital masculino Impotência, dor testicular, alterações no volume do escroto. Sintomas Relacionados com o Sistema Hemolinfopoiético Linfonodos (“ínguas”) Sufusões hemorrágicas (presença de manchas sob a pele, devido a sangramentos. Sistema Nervoso Insônia, sonolência, paralisias, paresias, parestesias (hemi, tetra). História Mórbida Pregressa Doenças que o paciente teve anteriormente. Importante para o raciocínio clínico. Doenças da infância Doenças da puberdade Doenças da vida adulta Doenças venéreas Operações Acidentes e traumatismos Choques emocionais e motivos de intranquilidade História Mórbida Familiar Doenças de familiares. Registrar a origem das informações e o valor das mesmas. História Fisiológica e Social do Paciente Condições de nascimento e desenvolvimento (parto, acidentes, início marcha, aparecimento puberdade, etc). Alimentação (quantitativa, qualitativa). Exame físico e estado de nutrição. − Alimentação adequada em função da idade, sexo, trabalho desempenhado, alimentação habitual, o tipo e a quantidade dos alimentos. Semiologia Médica I 5 JeKF − Situação socioeconômica − Estrutura familiar − Grau de sociabilidade: divertimento e atividades sociais − Condições de habitação − Hábitos de higiene − Sono − Ocupação − Tabagista: n° cigarros por dia − Sexualidade − Etilismo: n° de doses, tipo de bebida − Uso de drogas Anamnese Psiquiátrica Exame do estado mental do paciente. Repercussões da doença sobre o estado psicológico, o humor. Anamnese Raciocinada Diagnóstico pela Anamnese. Hipóteses diagnósticas. Ao examinar seu paciente: 1. Trate-o com todo o respeito. 2. Tenha em mente o que está procurando. 3. Preste atenção a uma coisa de cada vez! 4. Saiba diferenciar o normal do anormal. 5. Explique ao paciente seus achados. 6. Sistematize o exame, organize-se e anote. Consumo máximo diário de álcool / etanol ETANOL 30 ml 15 ml - homens - mulheres 720 ml 240 ml 60 ml - cerveja - vinho - bebidas destiladas Semiologia Médica I 6 JeKF Sinais e Sintomas Gerais (Prof. Angela Bueno Becker) Sinais e Sintomas são a linguagem das doenças. Oportunidades Desafios Possibilidades Sintoma Sensação SUBJETIVA Descrito pelo paciente Não perceptível pelo médico Exemplos: dor, formigamento, má-digestão. Sinais Manifestação OBJETIVA Identificadas pelo examinador através da: − Inspeção − Palpação − Percussão − Ausculta Exemplos: icterícia, cianose, ascite, nistagmo, palidez. Sinal Patognomônico: é o sinal que demonstra, de maneira quase absoluta, a existência de determinada doença. Frente um sintoma, o que perguntar? Início: data, modo, tempo de duração. Principais características: localização, qualidade, intensidade, relação com a função do órgão. Evolução: comportamento, mudanças no padrão, influência do tratamento. Relação dos sintomas entre si. Características do sintoma no momento atual. Os 7 atributos de um Sintoma 1 LOCALIZAÇÃO “Onde é? Vai para algum lugar?” 2 QUALIDADE “Como é? Com que se parece? 3 QUANTIDADE E INTENSIDADE “É leve ou forte?” 4 TEMPO “Quando começou? Quanto durou? Com que frequência apresenta?” 5 CIRCUNSTÂNCIA “Quando aparece?” 6 FATORES ALÍVIO E AGRAVO “Tem alguma coisa que melhore / piore?” 7 MANIFESTAÇÕES ASSOCIADAS “Junto com esse sintoma o senhor sente alguma outra coisa?” DOR “Dor é uma experiência sensorial e emocional desagradável, associada a uma lesão tecidual já existente ou potencial, ou relatada como se uma lesão existisse.” Dor é sempre um sintoma, nunca desprezar a dor de um paciente! Classificação: Superficial Pele e mucosas. Causada por: trauma, calor, frio, cáusticos, inflamação. Semiologia Médica I 7 JeKF Profunda Músculos, tendões, articulações, fáscias. Menos precisa. Visceral Origina-se nas vísceras. Qualidade da dor varia com a víscera. Pode ser ocasionada por: distensão, tração, inflamação, isquemia, espasmo. Referida É a projeção na superfície corporal de uma dor visceral (dor no braço na angina cardíaca). Irradiada É sentida à distância do estímulo de origem. É o resultado da estimulação direta de um nervo ou raiz nervosa acometida (lombociatalgia). Características Semiológicas da Dor o Localização o Irradiação o Qualidade o Intensidade o Duração o Evolução o Relação funções org. o Fatores desencadeantes o Fatores alívio ou agravo o Sintomas relacionados Tipos de dor (exemplos): − Queimação − Pontada − Pulsátil − Cólica − Em aperto − Surda − Constritiva − Provocada − Dor no Membro Fantasma nício ipo ntensidade ocalização rradiação uração lívio/Piora intomas Associados Semiologia Médica I 8 JeKF IMPORTANTE PERFIL DA DOR EM RELAÇÃO COM A FONTE DE ESTÍMULO INPUT Localização Intensidade Aspectos Temporais Descrição Aspectos Fisiológicos Associados Comportamento SOMÁTICA SUPERFICIAL Superfície: bem localizada Basicamente relacionada com a intensidade do estímulo Correlaciona-se com o tempo do estímulo e extensão da pós-descarga Em termos de lesões superficiais familiares; principalmente determinada por dimensões de intensidade espaço-temporal Intensificada pelo contato, aliviada por estímulo moderado em áreas adjacentes Preservação da área envolvida; aplicação de calor, frio, agentes calmantes, revulsão. SOMÁTICA PROFUNDA Segmentária; profunda; mal localizada; irradia-se; propaga-se para a superfície Basicamente relacionada com a intensidade do estímulo Correlaciona-se com o tempo do estímulo e extensão da pós-descarga Vaga, dolorida, aguda, penetrante, torturante, principalmente determinada por dimensões de intensidade espaço-temporal Intensificada por movimento, compressão, pulsação (artéria); aliviada pela inatividade Evitar movimentação, pressão; movimentos canhestros devidos a espasmo protetor VISCERAL Segmentária; profunda; mal localizada; irradia-se; propaga-se para a superfície Basicamente relacionada com a intensidade do estímulo Correlaciona-se com o tempo do estímulo e extensão da pós-descarga Compressora, espasmódica, dolorida, esmagadora, espremedora, em punhalada, urente; determinada principalmente por dimensões de intensidade espaço-temporal Intensificada por atividade motora ou por compressão da víscera interessada, relaciona-se com ritmos secretores ou motores da víscera interessada Comportamento do método das tentativas para amainar a dor baseado em concomitantes fisiológicos, experiência prévia, fatores psíquicos NEUROGÊNICA Dentro da distribuição neural; na superfície ou profunda; irradia-se Resposta excessiva ao estímulo Sem correlação com o estímulo Indescritível; diferente de qualquer dor ocorrendo naturalmente; combinação inusitada de sensações dolorosas Provocada por qualquer estímulo periférico na zona interessada; a deflagração indica paroxismos “espontâneos” Proteção vigilante de região ofendida – preocupação PSICOGÊNICA De acordo com a imagem corpórea ou apropriada à fantasia; na superfície ou profunda; bem ou mal localizada; pode irradiar-se Variável; Relaciona-se com a necessidade psíquica de sofrer, intensidade da culpa, agressão e depressão; incompatível com a gravidade do processo orgânico concomitante Variável; correlaciona-se com noções individuais de agressão, sofrimento ou doença Imagens psíquicas vividas; relaciona-se com noção de sofrimento, de punição, tortura, variável, inconstante, elaborada; dimensões de intensidade espaço-temporal vagas ou sem relação com processos orgânicos Correlação inconstante ou inexistente comprocessos fisiológicos Ênfase no sofrimento; discrepância entre o aspecto e a intensidade da dor alegada pelo paciente; perturbadora; substrato de violência ou agressão; atitudes sadistas ou masoquistas; culpa. Importância da dor nas relações passadas ou atuais; proeminência de dor na família; dor considerada como punição; reação à perda Semiologia Médica I 9 JeKF FEBRE Elevação da temperatura corporal acima da variação normal circadiana coo resultado na mudança do centro regulador localizado no hipotálamo. Normal haver uma variação da temperatura normal ao longo do dia, nas primeiras horas do dia, no ciclo circadiano, nossa temperatura está mais baixa. Como avaliar a febre? Febre Hipertermia Paciente: sensação de frio ou calor. Alteração da temperatura corporal acima da normalidade. Faixa de normalidade Axilar 35,5 a 37 °C Bucal 36 a 37,4 °C Retal 36 a 37,5 °C − Perguntar se media temperatura cm termômetro e valor. − Apresentou sensação de febre, frio e calafrio, tremores ou calor e sudorese? − Perguntar sobre viagens recentes, condições fisiológicas e sócias de vida, contato com pessoas doentes, medicamentos, contato com animais. Calafrio tremulante é típico da bacteremia. Aumento temperatura: sensação de frio, arrepio, tremores. Descenso temperatura: calor, sudorese. Semiologia da Febre o Início (rapidez com que começou) o Intensidade − Leve ou febrícula: 37°C a 37,5°C − Moderada: 37,6°C a 38,5°C − Elevada: acima 38,5°C Depende do Agente Agressor X Capacidade de Reação do Paciente Pacientes debilitados ou idosos podem não fazer febre. o Duração o Modo de Evolução o Período o Término Padrões da Febre Febre: alteração do hipotálamo. Hipertermia: elevação da temperatura corporal acima do set point hipotalâmico, devido a falha na dissipação de calor. - Exercício, calor, altas temperaturas, medicações. Semiologia Médica I 10 JeKF Causas de Febre − Infecções (principal) − Neoplasias − Inflamação − Doenças imunológicas − Necrose − Desidratação grave − Hemorragias Sinais e Sintomas Associados: Síndrome Febril − Astenia − Inapetência − Náuseas − Vômitos − Cefaleia − Taquicardia − Taquipneia − Oligúria − Mialgia − Tremores − Calafrios − Sudorese − Delírio − Confusão Mental* − Convulsões* Sudorese Eliminação abundante de suor. Relacionada com exercícios, calor, pós febre, dor, hipoglicemia, insuf. cardíaca, ansiedade... Calafrios Sensação passageira de frio com ereção dos pelos e arrepiamento da pele. “Arrepio de frio”. Causas: febre de início súbito, reação transfusional, infecções... ALTERAÇÕES DO PESO Aumento de Peso Quantos quilos em quanto tempo? Peso: Água Gordura Massa Muscular Emagrecimento Perdeu peso porque quis ou foi involuntário? Não Intencional / Involuntária: mais de 10% em 6 meses ou 5% em 1 mês. Como está o apetite? Condições associadas (dietas x doenças) PRURIDO Sensação desagradável na pele que provoca o desejo de coçar. Características Semiológicas Localização Duração Intensidade Horário Fatores desencadeantes Fatores de agravo Fatores de alívio Sintomas relacionados Confusão nos idosos Convulsão nas crianças Semiologia Médica I 11 JeKF Astenia x Fadiga x Dispneia ASTENIA Sensação de fraqueza Mal estar indefinido Melhora com repouso Causas: miastenia gravis, febre, neoplasias... FADIGA Sensação de cansaço Realizar esforços habituais Causas: anemia, IC, DPOC, hepatopatia... DISPNEIA Sensação de falta de ar/folego Causas: IC desc, DPOC desc, pneumonias... Cuidado: muitas vezes o paciente descreve como cansaço. “Em que momento o senhor sente falta de ar?”: “Quando eu subo um morro” = esforços acima do habitual = dispneia aos grandes esforços “Quando eu caminho” = atividades habituais antes realizadas sem dificuldade = dispneia aos moderados esforços “Quando coloco a roupa” = atividades rotineiras da vida = dispneia aos pequenos esforços “Ah doutor, até mesmo para falar” = dispneia aos mínimos esforços “Nos últimos dias, até mesmo parado eu fico com falta de ar” = dispneia ao repouso Causas Relacionadas à: − Atmosfera; − Obstrutivas; − Parenquimatosas; − Toracopulmonares; − Diagragnática; − Pleurais; − Cardíacas. TOSSE Semiologia Médica I 12 JeKF Características Semiológicas Frequência, Intensidade, Tonalidade, Relação com o decúbito, Período em que predomina, Presença ou não de expectoração, Característica da secreção: volume, cor, odor, transparência, consistência. Causas Sinusites, faringites, asma brônquica, pneumonias, câncer de pulmão, embolia pulmonar, insuficiência cardíaca, corpo estranho, tumores mediastino, tensão nervosa, medicamentos, etc Diagnosticando a Tosse Tosse seca, que piora ao se alimentar e ao deitar-se: Doença Refluxo Gastro Esofágico Tosse produtiva, há 5 dias, com secreção amarelo esverdeada, pegajosa e densa, abundante, acompanhada de febre, sudorese e inapetência: Pneumonia Tosse seca, ou com discreta expectoração hemoptoica, associada a dispneia e taquicardia, em paciente com fratura de fêmur: Tromboembolismo Pulmonar Tosse produtiva, com secreção esbranquiçada, há 2 anos, mucoide, matinal, em paciente tabagista: Bronquite crônica Tosse produtiva, há 2 meses, com expectoração hemoptoica, associada a febre vespertina, sudorese noturna e emagrecimento: Tuberculose Semiologia Médica I 13 JeKF CIANOSE Central: Causada por níveis baixos de oxigênio do sangue arterial: hipoxemia. No EF: lábios, mucosa oral e língua. − Pode haver também cianose de extremidades. Causas: doença pulmonar avançada, cardiopatias congênitas, hemoglobnopatias. Atenção: sinal de gravidade. Quantificar com oxímetro ou gasometreia arterial. Periférica: Fluxo sanguíneo diminuído. Extração tissular maior eu o aporte por vasoconstricção periférica. Resposta fisiológica a ansiedade ou frio. Fenômeno de Reynauld: vasoespasmo arterial. Palidez – cianose – hiperemia. No EF: cianose de unhas, dedos, mãos, pés. − Pode haver cianose de lábio no frio. EDEMA Excesso de líquido acumulado no espaço intersticial ou no interior das próprias células. Peso corporal pode aumentar 10% do total sem que apareçam sinais evidentes de edema. Fisiopatologia Equilíbrio: 1. Pressão Hidrostática 2. Pressão Oncótica 3. Permeabilidade Membrana Capitar Desequilíbrio = Edema 1. Diminuição Pressão Osmótica das Proteínas 2. Aumento da Pressão Hidrostática 3. Aumento da Permeabilidade Capilar 4. Retenção de Sódio 5. Obstrução dos Vasos Linfáticos Semiologia – Anamnese Características semiológicas: localização, duração e evolução. Localização: Localizado: limitado a um segmento corporal. Ex: MID, face... Generalizado: 2 membros ou difuso. Ex: MMII, anasarca. Mais frequente: MMII (gravidade), Em pacientes acamados, buscar edema na região pré-sacra. Intensidade: Polpa digital do polegar ou indicador faz compressão firme e sustentada de encontro a uma estrutura rígida subjacente. Se há depressão = fóvea ou cacifo. Gradua em cruzes 1 a 4, de acordo com experiência. Pode avaliar retenção hídrica também pelo peso diário ou medindo o perímetro da região edemaciada. Consistência: Resistência ao comprimir a região edemaciada. Edema mole = retenção hídrica é mais recente, e o tecido celular subcutâneo está infiltrado de água. Semiologia Médica I 14 JeKF Edema duro = proliferação fibroblástica que ocorre nos edemas de longa duração ou que se acompanharam de inflamação de repetição. Ex linfedema. Elasticidade: Elástico: fóvea retorna rapidamente a sua situação normal. Ex: edema inflamatório. Inelástico: fóvea persiste por mais tempo. Causas Síndrome nefrítica, Sd. nefrótica, IC, cirrose, hepatitecrônica, desnutrição proteica, edema alérgico, gravidez, toxemiai gravídica, obesidade, hipotireoidismo, medicamentos - corticóides, AINES, antagonistas cálcio. Edema Renal Sd nefrítica, nefrótica ou pielonefrite. Caracterizado por edema generalizado, principalmente facial (subpalpebral), pior de manhã. Mole, indolor, pele normal. Sd Nefrótica: edema intenso. Hiperaldosteronismo secundário e hipoproteinemia. Sd Nefrítica e pielonefrite: edema discreto. Aumento da permeabilidade capilar, retenção de água e sódio. Edema Cardíaco Características: generalizado, principalmente MMII, final tarde, após permanecer em pé ao longo do dia. Acamados - edema região pré-sacra. Varia intensidade + a 4+, mole, inelástico (cacifo), indolor, pele lisa e brilhante. Fisiopatologia: Aumento pressão hidrostática venosa, retenção água e sódio, por aumento aldosterona. Edema é um mecanismo de defesa do coração! Edema Hepático Cirrose Hepática: generalizado, discreto. Predomina nos MMII associado a ascite. Mole inelástico e indolor. Fisiopatologia: hiperaldosteronismo secundário, retenção sódio e água e hipoalbumonemia. Edema Carencial Edema da Desnutrição Proteica: − Edema carêncial ou discrásico: mole, inelástico, indolor, discreto. Edema Alérgico Aumento da permeabilidade capilar. Edema mole e elástico, em geral na face, súbito, pele lisa e brilhante. Edema Medicamentoso Retenção de sódio. Edema Localizado Varizes: MMII, em geral unilateral, piora posição pé, inicialmente mole cronicamente vai se tornando duro, inelástico. Pele vai alterando cor, castanha ou escura, mais espessa e grosseira. TVP: mole, intenso, pele pálida ou cianótica (flegmasia alba dolens e flegmasia alba cerulea) Flebite: inflamação aumenta permeabilidade capilar. Intensidade leve a mediana, elástico, doloroso, pele lisa, brilhante, quente, vermelha. Linfedema: localizado, duro, inelástico, indolor, alterações textura e espessura pele grossa e áspera. Elefantíase. Semiologia Médica I 15 JeKF Vocabulário Semiológico Significado Ageusia Deficiência ou ausência do sentido do gosto. Alodinia Dor provocada por um estímulo não doloroso. Anorexia Falta do apetite ou do desejo de ingerir alimentos. Falta de apetite; fastio; inapetência. Artralgia Dor em uma articulação. Artrite Inflamação de articulação, caracterizada por dor ou aumento de temperatura. Bradipneia Frequência respiratória considerada baixa. Cacosmia Ação de sentir odores desagradáveis por motivações fisiológicas ou por uma falsa percepção sensorial. Cãibra Contração muscular espasmódica, involuntária e dolorosa de um ou mais músculos. Calafrio Tremor com sensação de frio. Cefaleia Dores de cabeça. Cianose Coloração azulada da pele e mucosas. Pode significar uma falta de oxigenação normal dos tecidos. Consumpção Emagrecimento progressivo em decorrência de alguma doença. Cornagem Respiração ruidosa, audível a certa distância. Diaforese Transpiração ou perspiração profusa. Disestesia Distúrbio da sensibilidade superficial tátil. Disfagia Dificuldade de deglutir. Disfonia Alteração da produção normal da voz. Dismenorreia Dor associada a menstruação. Dispneia Paroxística Noturna Dificuldade de respiração após deitar-se para dormir. Dispepsia “Indigestão” – desconforto na parte superior do abdome durante ou logo após uma refeição. Dispneia Falta de ar. Disúria Dificuldade de urinar. Edema Acúmulo anormal de líquido nos espaços intercelulares dos tecidos ou em diferentes cavidades corporais (peritônio, pleura, articulações, etc.). Enterorragia Hemorragia intestinal com eliminação de sangue vivo pelo ânus. Epistaxis Sangramento da mucosa nasal. Eructação Liberação ruidosa de ar contido no esôfago e estômago. Semiologia Médica I 16 JeKF Escotomas cintilantes Manchas brilhantes, moveis, no campo visual. Esplenomegalia Aumento do tamanho do baço. Esteatorreia Quantidade anormal de gordura nas fezes. Esternutações Espirro. Estridor Ruído agudo, estrondo. Flatulência Gás expelido do intestino pelo ânus. Halitose Mau hálito. Hematêmese Hemorragia de origem estomacal. Hematúria Fluxo de sangue pelas vias urinarias. Hemoptise Hemorragia da mucosa do pulmão com expectoração de sangue. Hepatomegalia Aumento do volume do fígado. Hipoacusia Diminuição da audição. Icterícia Doença caracterizada por amarelidão na pele e na esclerótica. Incontinência Emissão involuntária de urinas, matérias fecais, etc. Lipotímia Pré-síncope. Parcial perda de consciência. Mastalgia Dor nas glândulas mamárias. Melena Fluxo intestinal negro, expelido pelo ânus. Menorreia Corrimento sanguíneo periódico das mulheres, menstruação. Nistagmo Movimento espasmódico das pálpebras. Noctúria Necessidade de se levantar a noite para esvaziar a bexiga. Obnubilação Obscurecimento das sensações ou do pensamento. Obstipação Prisão de ventre. Odinofagia Deglutição dolorosa. Ortopneia Dificuldade de respirar deitado. Otorragia Hemorragia pelo ouvido. Otorreia Fluxo (purulento ou não) pelo canal auditivo. Palpitação Movimento interior, involuntário e trêmulo de algumas partes do corpo. Parestesia Perturbação da sensibilidade tátil. Semiologia Médica I 17 JeKF Pirose “Azia” – dor ou ardor no estomago. Platipneia Dispneia em pé. Polaciúria Emissão frequente de urina. Polidipsia Sede excessiva. Poliúria Emissão excessiva de urina. Priapismo Ereção dolorosa e persistente, sem desejo sexual. Prurido Sensação na pele que provoca vontade de coçar. Rinorragia Hemorragia nasal. Rinorreia Evacuação de mucosidades límpidas pelo nariz, sem inflamação. Sialorreia Secreção excessiva de saliva. Sibilância Sonoridade aguda e/ou chiada produzida pelas vias respiratórias. Síncope Suspensão súbita e momentânea da ação do coração ou interrupção da respiração, das sensações e dos movimentos voluntários. Singulto Soluço. Taquisfigmia Batimentos cardíacos tomados na artéria radial acelerados. Tinnitus Ruído no cérebro, zumbido. Tiragem Dificuldade respiratória, retração dos músculos intercostais. Trepopneia Dispneia em decúbito lateral. Vômica Cavidade anatômica que contém pus. Xeroderma Mutação genética que provoca hipersensibilidade excessiva aos raios ultravioleta. Xeroftalmia Oftalmia seca. Xerostomia Boca seca. Semiologia Médica I 18 JeKF Relação Médico Paciente (Prof. Sbissa) Capítulo I – Princípios Fundamentais I - O alvo de toda a atenção é a saúde do ser humano, em benefício da qual deverá agir com o máximo de zelo e o melhor da sua capacidade profissional. V - O médico deve aprimorar continuamente seus conhecimentos e usar o melhor do progresso científico em benefício do paciente. IX - A medicina não pode, em nenhuma circunstância ou forma ser exercida como comércio. A doença modifica o comportamento; As máscaras das atitudes sociais; Acentuam-se características: − Dos inseguros, − Dos pessimistas, − Dos agressivos. A doença origina comportamentos típicos, pacientes “típicos”. O Paciente Paciente Ansioso O medo da doença, do sofrimento, da morte. O pânico na família. Repercussão física: intranquilidade, movimentos frequentes, voz modificada, boca seca, mãos frias, sudorese nas mãos, axilas, generalizada, respiração profunda, bocejos. Medico deve ter: segurança, tranquilidade, sem pressa, contornando os fatos. Deve dar tempo para o relaxamento do paciente. Paciente Falador Fala com muitos detalhes, fatos desnecessários, divagações, sugere diagnósticos. Médico deve conduzir interrogatório, sem inibir, ter paciência. Paciente Hipocondríaco Mania de doença, sugere os diagnósticos, conhece medicamentos, exames, notícias. Médico deve ouvir com paciência, não contradizer com veemência, cuidar para não induzir “outras doenças”. Paciente com Retardo Pouca inteligência, dificuldadeem compreender. Médico deve fazer perguntas simples, palavras comuns, explicar com detalhes o que deseja saber. Paciente Deprimido Olhos sem brilho, relata despertar cedo, pouca vontade em agir, menor capacidade de trabalho. Aparenta desinteresse pela doença, pelos acontecimentos, isolamento, cabeça baixa, tristeza, choro fácil. Interrogatório lento, distante. Estado depressivo e depressão orgânica. Médico deve ter atenção, otimismo, interesse, segurança. Síndrome Bipolar = depressãoeuforia Doente Pusilânime (covarde) Tem medo de doença, do médico – síndrome do jaleco branco. Tem medo de fazer os exames. Tem medo dos resultados dos exames. Tem medo de tomar a medicação. Tem medo de ler a bula. Médico deve esclarecer, amparar, apoiar. Semiologia Médica I 19 JeKF Paciente Hostil Hostilidade pela doença, com médico e Medicina. Pacientes crônicos, incuráveis. Pacientes vítimas de erros médicos. Etilistas, uso de drogas, censurados pela família, sociedade, amigos. Pacientes que consultam por determinação do emprego, familiares. “Fila” dos atendimentos. Medico produz hostilidade: quando apressado, dá pouca atenção, aparenta desprezo. Deve manter a calma e nunca ser também hostil. Paciente Surdo-mudo Familiar como “interprete” Gestos Paciente Adolescente Infância: 0 a 10 anos Adolescência: 10 aos 19 anos DIREITO A ACOMPANHANTE DURANTE INTERNAÇÃO LEI 8069/90 – ECA ARTIGO 12: Os estabelecimentos de atendimento à saúde deverão proporcionar condições para a permanência em tempo integral de um dos pais ou responsáveis, nos casos de internação de criança ou adolescente. Paciente Idoso Apresenta pessimismo, manias. Em geral deseja atenção e respeito. Prescrição ou Receita Médica A prescrição médica é uma ordem escrita, um ato de escolha. Tipos de Receitas: Excessiva Subprescrição Incorreta Racional Necessária para: 1) Definir um problema do paciente; 2) Especificar objetivo terapêutico; 3) Verificar se é adequado para o paciente; 4) Iniciar o tratamento; 5) Fornecer informações, instruções e recomendações; 6) Monitorar (interromper?) o tratamento. Objetivos da prescrição: Curto e longo prazo. Ex: tratamento do diabete. Curto prazo: diminuir a glicemia. Longo prazo: prevenir lesões em órgãos alvos. Escolha de um medicamento I. Definir diagnóstico II. Especificar objetivo terapêutico III. Levantamento de grupos eficazes de medicamentos IV. Escolha de um grupo eficaz Semiologia Médica I 20 JeKF − Segurança − Aplicabilidade − Custo do tratamento V. Escolha de um medicamento − Escolha de uma substância ativa − Escolha de uma forma farmacêutica − Escolha de uma posologia − Escolha de duração-padrão tratamento Semiologia Médica I 21 JeKF Exame Físico Geral (Prof. Angela) Instrumentos e Aparelhos Balança e haste milimetrada de estatura Fita métrica Abaixador de língua Lanterna Martelo de reflexos Estetoscópio Esfigmomanômetro Termômetro clínico Lupa Agulha e algodão Diapasão O exame clínico do paciente tem início antes mesmo que haja um contato verbal. O bom médico começa suas observações à primeira vista do paciente. Inspeção Palpação Percussão Ausculta “O exame clínico deve começar pelas coisas mais importantes e facilmente reconhecíveis. Verificar as semelhanças e as diferenças com o estado de saúde. Observar tudo que se pode ver, ouvir, tocar, sentir, tudo que se pode reconhecer pelos nossos meios de conhecimento.” Hipócrates 370 a.C. É necessário ter referência para se saber o que é normal para se poder reconhecer alterações no exame clínico. “No exame físico é necessário saber inspecionar e ver, palpar e tocar, auscultar e ouvir.” Celso Celeno Porto Inspeção “Comete-se mais erros por não olhar do que por não saber” o Panorâmica x localizada o Iluminação: natural ou luz branca o Exposição da área a ser inspecionada o Anatomia topográfica o Inspeção frontal x tangencial o Desnudar somente a região a ser examinada o Uma região de cada vez o Utilizar biombos em locais coletivos o Respeito ao paciente o Pudor O que observar: Fáceis – expressão transmitida pelo paciente Estado geral Alterações de coloração da pele: − Icterícia − Cianose − Palidez Vasos sanguíneos Semiologia Médica I 22 JeKF Marcha, postura e movimentos Atitudes anormais Assimetrias e tumorações Manchas na pele Tremores Sudorese Edema Palpação o Mãos limpas e aquecidas o Unhas curtas e limpas Tipos de Palpação 1. Mão espalmada – toda a palma 2. Mão espalmada – polpas digitais 3. Mãos superpostas 4. Pinçamento 5. Dorso dos dedos 6. Digitopressão 7. Puntipressão 8. Vitropressão 9. Fricção com algodão 10. Pesquisa de flutuação 11. Palpação bimanual Percussão o Percussão direta o Percussão dígito-digital Só o dedo médio que toca firmemente o paciente, só a digital do dedo médio da outra mão, que não toca o paciente, faz a percussão. Toque firme, 2 ou 3 batidas, o punho que dá o movimento de martelo. o Percussão com borda das mãos o Piparote Sons: Maciço: algo sólido (fígado) Timpânico: som oco, com ar abaixo (intestino) Som claro pulmonar Submaciço (áreas de transição) Ausculta René Theophile Hyacinthe Laennec discípulo mais importante de Corvisart, foi o inventor do estetoscópio e o primeiro a criar um sistema completo para o diagnóstico das afecções pulmonares e cardíacas. Até então a técnica de ausculta era encostar o ouvido no tórax do paciente. Estetoscópio – Modo de usar − Pode ser por cima da roupa? Nunca. Porque a roupa pode alterar o som. − Instruções ao paciente − Ambiente silencioso − Posição adequada do paciente − Escolha do receptor ∙ Campânula: baixa frequência ∙ Diafragma: normalmente utilizado Maciço Timpânico Submaciço Som claro pulmonar Semiologia Médica I 23 JeKF Preparando o Ambiente Iluminação Temperatura Lençol ou papel limpo Conferir instrumentos, canetas, receituários... Higienizar os instrumentos Lavar as mãos Exame Físico Geral Sinais Vitais − PA − Frequência cardíaca – tipos de pulso − Frequência respiratória – tipos de respiração − Temperatura Peso IMC Circunferência Abdominal Sinais Vitais Pulso Respiração Temperatura Pressão Arterial Pulso Palpável como onda de fase rápida ascendente e descendente mais lenta. Amplitude que permite palpação fácil e ritmo regular. Compressão suave, com duas a três polpas digitais. Pulso arterial depende: Contrações VE Volume sanguíneo circulante Frequência e ritmo da contração cardíaca Onda de pressão transmitida através do sistema arterial Distensibilidade da Aorta e ramos Resistencia vascular periférica arterial Para contar a frequência cardíaca o ideal é contar pela ausculta, por verificar diretamente a contractilidade cardíaca. Com uma arritmia, não terá quase nada de sangue ejetado, por exemplo. Local de Palpação de pulsos Carotídeo Braquial Radial Femural Poplíteo Pedioso e Tibial posterior Aórtico Tipos de Pulso Pulso Normal Semiologia Médica I 24 JeKF Amplitude Diminuída Indica redução do volume sistólico de ejeção do VE. 1. Pulso parvus ∙ Pulso pequeno e de forma normal ∙ Indica que as pressões sistólicas e diastólicas estão mais próximas do normal, ou seja, que se aproximam da pressão arterial média. ∙ Sinal de vasoconstrição e indica volume /minuto baixo. ∙ Ex. frio ou ansiedade, infarto do miocárdio, hipertensão arterial, estenose aórtica, estenose mitral, hipertensão pulmonar. 2. Pulso pequeno e célere ∙ Pequena amplitude ∙ Onda abrupta de percussão seguida de rápido colapso. ∙ Ex. insuficiência mitral. 3. Pulso anácroto ∙ É característico de estenose aórtica moderada ou grave. ∙ Ascensão lentae descenso mais lento, fazendo pulso em platô. ∙ Pulsus parvus et tardus 4. Pulso decapitado ∙ É o pulso filiforme ou impalpável, que ocorre no choque ou na artéria femural de alguns casos de coarctação da aorta. Amplitude Aumentada 1. Pulso célere ou em martelo d’água ∙ A grande quantidade de sangue ejetada rápida e poderosamente no sistema arterial vazio, durante a sístole precoce, dá origem a uma súbita onda de percussão seguida de rápido colapso, característica do pulso célere. ∙ É um pulso de amplitude aumentada e forma característica: súbita e vertical onda de percussão, cúspide apiculada e colapso rápido. ∙ Ex. Insuficiência Aórtica Frequência do Pulso Normal: 60-100/min Aumentada: taquisfigmia Diminuída: bradisfigmia Ritmo do Pulso Normal: intervalo de tempo semelhante entre pulsos. Pulso paradoxal: pericardite constritiva Déficit de pulso: Frequência de pulso < Frequência cardíaca Extra-sístoles, Fibrilação arterial Semiologia Médica I 25 JeKF Pressão Arterial Sons KOROTKOFF 150 colabou a artéria Começou a diminuir a pressão até 120 onde o sangue voltou a passar - identificou a pressão sistólica. Continuou diminuindo a pressão até 80 - pressão diastólica. O fluxo volta a ser laminar e se deixa de escutar a pressão. Aferição Obter circunferência e selecionas o manguito adequado; Envolver o braço com o manguito 2cm acima da fossa cubital sem deixar folga; Centralizar o manguito; Estimar a pressão sistólica pelo método palpatório. Pulso radial; Reaparecimento do pulso corresponde à pressão sistólica; Palpa-se a artéria braquial, coloca estetoscópio sem compressão excessiva; Inflar rapidamente até ultrapassar 20mmHg o valor estimado da PAS pelo método palpatório; Desinflar lentamente (2mmHg/seg); Determinar pressão sistólica no primeiro som (fase I de Korotkoff); Aumentar ligeiramente a velocidade de deflação; Determinar Pressão diastólica no desaparecimento dos sons (fase V de Korotkoff); Auscultar 20 mmHg abaixo do último som; Desinflar rapidamente; Se os batimentos persistirem até nível zero, determinar PD no abafamento dos sons (fase IV de Korotkoff) e anotar valores sistólica/diastólica/zero); Esperar 1 minuto para novas medidas; Informar valores ao paciente; Anotar valores exatos, sem arredondamentos, o braço e a posição medida; Hiato auscultatório. Atenção principal em pacientes idosos hipertensos, com arteriosclerose ou estenose aórtica severa. Semiologia Médica I 26 JeKF Hipotensão Postural Verificar PA deitado, sentado e em pé. Causas: hipovolemia, desidratação, senilidade. Após aferir deitado, colocar o paciente em pé. Se houver: Queda >=20mmHg na PAS e/ou Queda >= 10mmHg na PAD Respiração Inspeção Dinâmica: o Frequência o Ritmo o Tipo Frequência Varia conforme a idade, atividade física e emocional. Valores normais Adulto: 16 a 20 incursões/minuto Taquipneia Bradipneia Apneia Dispneia Ortopneia Ritmos Cheyne – Stokes Biot Kussmaul Cheyne-Stokes − Aumento e diminuição amplitude seguida de apneia − RN normais, ICC grave, AVC, TCE, intoxicações por morfina ou barbitúricos. − Regulada pela concentração de O2 e CO2 atuando nos centros respiratórios bulbares. Kussmaul − Causa mais comum: acidose diabética. − Quatro fases: 1º. Inspirações ruidosas rápidas e diminuição de amplitude. 2º. Apneia em inspiração. 3º. Expirações ruidosas. 4º. Apneia em expiração. Semiologia Médica I 27 JeKF Biot − Duas fases: 1º. Apneia. 2º. Inspirações e expirações anárquicas. − Indica grave comprometimento cerebral. Temperatura Termômetro Clínico Mercúrio Digital Infravermelho Locais de Aferição Axila Boca Reto Valores normais Axilar: 35,5 – 37°C Bucal: 36 – 37,4°C Retal: 36 – 37,5°C Dados Antropométricos Peso Estatura Índice de massa corporal (IMC = Peso / Altura²) 19 – 25 normal 25 – 30 obesidade grau I 30 – 40 obesidade grau II > 40 obesidade grau III Circunferência Abdominal: Homens: até 94cm Mulheres: até 80cm Sequência Exame Físico “O médico experiente não toca de imediato o paciente; senta-se ao lado deste, mira-o com atenção e, se o doente está com medo, acalma-o com palavras gentis antes de proceder o exame físico”. Cornelius Celsus (53 a.C. – 7 d.C.) 1. Sinais vitais 2. Peso 3. Estatura 4. IMC 5. Circunf. Abdominal 6. Exame Geral 7. Cabeça 8. Pescoço 9. Tórax 10. Abdome 11. Membros 12. Osteomuscular 13. Neurológico Normal: Temperatura axilar: 35,5°C a 37°C Temperatura bucal: 36 a 37,4°C Temperatura retal: 36 a 37,5°C Febre: Febre leve ou febrícula: 37°C a 37,5°C Febre moderada: 37,5°C a 38,5°C Febre elevada: acima de 38,5°C Semiologia Médica I 28 JeKF Exame Físico Geral • Impressão Geral • Nível de consciência • Estado de hidratação • Estado de nutrição • Fácies • Atitude e decúbito preferido • Mucosas • Pele e anexos • Linfonodos • Edema Bom estado Geral Regular estado Geral Mal estado Geral Fácies Em semiologia, a palavra fácies, expressa o aspecto geral do rosto do paciente, onde se espelham sinais sugestivos de determinadas doenças ou situações clínicas. “O corpo vai bem ou mal segundo anunciam os olhos” Hipócrates Basedowiana ∙ Olhos saliente (exoftalmia) e brilhantes ∙ Rosto magro ∙ Bócio ∙ Causa: Hipertireoidismo Cushingoide – de “Lua cheia” ∙ Rosto arredondado ∙ Atenuação dos traços faciais ∙ Bochechas vermelhas ∙ Acne ∙ Hirsutismo ∙ Causa: Sd. Cushing (excesso de cortisol) Leonina ∙ Pele espessada ∙ Muitos lepromas ∙ Supercílio: madarose ∙ Nariz espesso e proeminentes ∙ Nódulos em bochechas e mento ∙ Causa: Hanseníase Hipocrática ∙ Olhos fundos, parados e inexpressivos ∙ Nariz e lábios finos ∙ Batimento asas do nariz ∙ Sudorese, palidez cutânea ∙ Ausência de gordura facial ∙ Causa: Doenças estágio terminal Semiologia Médica I 29 JeKF Acromegálica ∙ Saliência dos arcos supraorbitários ∙ Proeminência mandibular ∙ Aumento nariz, lábio, orelhas ∙ Causa: Acromegalia Mixedematosa ∙ Rosto arredondado ∙ Nariz e lábios grossos ∙ Pele seca, espessada ∙ Pálpebras infiltradas ∙ Madarose ∙ Cabelos secos e sem brilho ∙ Fisionomia de desânimo ∙ Causa: Hipotireoidismo, mixedema Esclerodérmica ∙ Pele esticada, fina ∙ Dificuldade de fechar a boca e os olhos Biotipo Semiologia Médica I 30 JeKF Estado de Hidratação Desidratação Avaliar: − Turgor cutâneo diminuído − Olhos sem brilho, encovados − Ressecamento de pele e mucosas − Sede excessiva − Diurese concentrada − Taquicardia − Hipotensão ortostática − Alteração de consciência se perda >40% Evolução desidratação: • <10% PCT: história clínica • 10-20%: sintoma ou sinal desidratação • 20-30%: sinais ou sintomas evidentes • 30-40%: Hipotensão postural • >40% alteração perfusão tecidual (rim, cérebro...) Estado de Nutrição − História clínica − Índice de massa corpórea − Mucosas − Pregas cutâneas − Pele e anexos − Edemas − Trofismo muscular Atitude e Decúbito preferido • Atitude ortopneica • Atitude genupeitoral ou “Prece Maometana”: Pericardite • Atitude de cócoras: Cardiopatia Hipóxica • Atitude parkinsoniana • Decúbito lateral Semiologia Médica I 31 JeKF • Opistótono • Decúbito dorsal com flexão das coxas sobre abdome: Postura de Irritação peritoneal Postura: Posição adotada pelo paciente em busca de alívio para algum desconforto. Pele/Mucosas Coloração: − Palidez − Vermelhidão − Cianose − Icterícia Inspeção Pele e Mucosas • Hidratação • Integridade • Espessura • Elasticidade/Mobilidade • Turgor Cianose Periférica Cianose Central IcteríciaEdema − Localização − Características − Sinais flogísticos Semiologia Médica I 32 JeKF Edema Inflamatório Edema não inflamatório Exame da Cabeça • Crânio • Face • Olhos • Nariz • Orelhas • Boca Crânio Inspeção e Palpação − Tamanho e forma − Couro cabeludo − Cabelos − Face − Lesões − Equimoses Face Inspeção e Palpação − Simetria - A perda da simetria pode ser observada nas paralisias faciais, na presença de tumorações (abscesso dentário, edema alérgico, anomalia congênita, tumores, aumento das glândulas salivares, etc). − Fácies - são traços específicos que certas doenças expressam na face. − Movimentos – involuntários X voluntários Olhos • Estruturas externas − Pálpebras, cílios, sobrancelhas • Estruturas do olho propriamente dito − Conjuntiva, esclera, córnea, íris, pupila, globos • Movimentos oculares • Fundo do olho • Acuidade visual • Palpação: dor e consistência Pupila: Orifício circular situado centralmente à íris. As pupilas normais são redondas ou levemente ovóide e do mesmo tamanho (de 2 a 4 mm). A igualdade do diâmetro da pupila denomina-se isocoria e a desigualdade anisocoria. Midríase = diâmetro aumentado Miose = diâmetro diminuído Semiologia Médica I 33 JeKF Nariz e Seios da Face Palpar seios frontais, maxilares, etmoidais Alterações: − dor à digitopressão − secreções Cavidade Oral • Lábio • Cavidade bucal - para avaliá-la é necessário retirar próteses, usar abaixador de língua e fonte de luz. Utiliza-se a inspeção e quando necessário da palpação. • Bochechas e gengivas • Língua e dentes Pescoço • Inspeção − Deformidades, assimetrias − Pulsos venosos e arteriais • Palpação − Vasos − Linfonodos − Tireoide • Ausculta Insuficiência cardíaca descompensada Pele, forma e volume Mobilidade: amplitude de 180º, movimentos de flexão, extensão, rotação e lateralidade. Observar a contratura, resistência e dor. A alteração mais comum é o torcicolo (dor e dificuldade na movimentação) e a rigidez de nuca(meningite). Traquéia - teve mostrar-se no centro do pescoço, na linha média. Linfonodos– geralmente impalpáveis. Avaliar: localização, consistência, mobilidade, alterações da pele (presença de sinais flogísticos e fistulização), sensibilidade, tamanho ou volume. Tireóide: aula à parte. Carótidas: palpação e ausculta Linfonodos • Cadeias superficiais • Occipital • Auriculares posteriores • Parotidianos (pré e infra-auriculares) • Submandibulares • Submentonianos • Cervicais • Supraclaviculares • Inguinais Avaliação: − Paciente sentado − Palpação polpa digital Semiologia Médica I 34 JeKF − Buscar identificar os linfonodos − Observar características: tamanho, consistência, mobilidade. − Normal: <1cm, fibroelástico, móvel. − Causas possíveis: doenças neoplásicas (pétreo, aumentado, imóvel), infecções, inflamações, traumas. − Classificar uma linfonodomegalia: localizada, generalizada. Tórax INSPEÇÃO / PERCUSSÃO / PALPAÇÃO / AUSCULTA Estruturas do tórax • Mamas • Pulmões • Coração • Mediastino • Caixa torácica: Pele, TCSC, linfonodos, músculos, vasos, cartilagens e ossos. Exame Cardiológico • Inspeção e palpação do ictus • Ausculta: 5 focos − Mitral 5°espaço /linha hemiclavicular esquerda, abaixo mamilo − Aórtico: 2°e /direita − Pulmonar: 2°e /esquerda − Tricúspide: base processo xifoide − Aórtico acessório: 3°e /linha justa-esternal, abaixo foco pulmonar Ausculta cardíaca normal: Ritmo Cardíaco Regular, 2 Tempos, Bulhas Normofonéticas, Sem Sopros (RCR, 2T, BNF, S/S) Avaliação Pulmonar Semiologia Médica I 35 JeKF Palpação Tórax Avaliação de expansibilidade pulmonar Percussão Pulmonar Ausculta Pulmonar Ausculta Pulmonar Normal: Murmúrio Vesicular Presente Bilateral, Sem Ruídos Adventícios (MV+bil, S/RA) Semiologia Médica I 36 JeKF Abdome Estática • Paciente posições ortostática e decúbito dorsal. • Tipos de abdome • Abaulamentos, retrações, cicatrizes • Pele e anexos • Turgência venosa Dinâmica • Hérnias (importância da expiração e expiração forçada) • Respiração • Movimentos peristálticos • Pulsações (aorta x dilatação aneurismática) Semiologia Médica I 37 JeKF Tipos de Abdome: Globoso: predomínio nítido do diâmetro ântero-posterior sobre o transversal. Ex: Gravidez avançada, ascite, obesidade, obstrução intestinal, tumores policísticos do ovário. Batráquio: predomínio do diâmetro transversal sobre o ântero-posterior. Ex: ascite em fase de regressão. Abdome em avental: encontrado em pessoas obesas, é conseqüência do acúmulo de tecido gorduroso na parede abdominal; cai como um avental sobre as coxas do paciente. Abdome escavado: percebe-se que a parede abdominal está retraída. Ocorre em pessoas muito emagrecidas. Ausculta – antes da percussão, pois ela pode interferir na ausculta: − Ambiente tranquilo − Permanência por 2 minutos Recomenda-se executar a ausculta antes da palpação para evitar aumento involuntário do peristaltismo. Ausculta Abdominal Normal: Ruídos Hidroaéreos presentes, timpânico, hepatimetria 9cm. Percussão: − Timpanismo − Maciez − Sinal de Jobert: A presença de timpanismo na região da linha hemiclavicular direita onde normalmente se encontra macicez hepática, caracteriza pneumoperitônio. − Macicez móvel Hepática Traube Espaço semilunar do sexto ao décimo primeiro espaços intercostais, tendo como limites: gradeado costal, baço, pâncreas, cólon, rim e estômago. Deve ser timpânico, maciço numa esplenomegalia. http://3.bp.blogspot.com/-ZuyUCdnS_ys/TVih_fii_YI/AAAAAAAAABA/UV9xyp4d7Q4/s1600/caquexia.jpg Semiologia Médica I 38 JeKF Palpação: − Superficial − Profunda: duas mãos, a procura de massas, vísceras Técnica de Lemos-Torres Precursão para identificar o fígado Começa a palpação de baixo para cima, acompanhando a respiração do paciente. Quando o paciente expira a mão afunda. Quando o paciente inspira, o fígado abaixa e a mão vai para cima e superficial para tentar palpar a borda do fígado. A borda inferior do fígado fica palpável a cerca de 4cm abaixo do rebordo costal direito, durante a inspiração. Técnica de Mathieu Palpação com a mão em concha buscando a borda do fígado. − Palpação de pontos dolorosos: Há áreas na parede abdominal cuja compressão, ao despertar sensação dolorosa, pode indicar comprometimento do órgão ali projetado. o Ponto gástrico (xifoidiano e epigástrico) o Ponto biliar ou cístico o Ponto apendicular (McBurney) Ponto Cístico: situa-se no ângulo formado pela reborda costal direita e borda externa do músculo reto abdominal. Ao comprimir o local pede-se ao paciente que inspire profundamente. Nisto o diafragma abaixará o fígado, fazendo com que a vesícula biliar alcance a extremidade do dedo que está comprimindo a área (em caso de colecistite tal manobra desperta dor inesperada = sinal de Murphy). Ponto Apendicular (Mcburney): situa-se geralmente na extremidade dos dois terços da linha que une a espinha ilíaca ântero-superior direita ao umbigo. Quando suspeita de apendicite aguda, este ponto deve ser comprimido se estiver inflamado, despertará dor aguda e intensa (dor que ocorre com a descompressão - sinal Blumberg - peritonite localizada). Resistência Normal: É a de músculo descontraído. Ao se deparar com uma musculatura contraída, saber diferenciar uma contração voluntária de uma involuntária. Voluntária: solicite ao paciente para respirar profundamente, flexionar as pernas, desviar sua atenção para outros assuntos. Involuntária: defesa da parede abdominal. Traduz uma inflamação peritoneal e pode ser localizada ou generalizada. Sinal de Giordano: dor a punho percussão. Semiologia Médica I 39 JeKF Membros Semiologia Médica I 40 JeKFSemiologia Oesteomuscular (Prof. Daniel) Doenças osteomusculares/tecido conjuntivo; 65% a 80% da pop mundial apresenta lombalgia em algum momento da vida. Articulações Em geral unem dois ou mais ossos; Podem fazê-lo de várias formas dependendo do grau de movimentação apresentado. Tipos de Articulações: Sinovial: 1. Esferoide 2. Condilar 3. Selar 4. Dobradiça 5. Pivo − Plana Em geral as mais comprometidas. Sintomas articulares/Músculo-esqueléticos − Dor − Edema − Calor − Hiperemia − Fraqueza, paresia, caibras − Deformidade − Limitação de movimento − Rigidez − Crepitação/Estalo Dor Articular Início: − Súbito ou insidioso? Ex. trauma, artrite, osteo-artrose. − Agudo ou Crônico? Frequência Períodos do dia Local − Apontar Local − Simetria ou Assimetria Intensidade da dor Fatores de alívio ou agravo Sintomas associados: Sinais flogísticos Ralação com o movimento (e com um movimento em particular) Semiologia Médica I 41 JeKF Relação com enfermidade/trauma recente Irradiação Caráter migratório Distribuição da dor articular (exs.) a. Acrômio-clavicular b. Escapulo-umeral c. Quadril d. Joelho Dor Óssea Qualidade profunda e incômoda Dor focal: fratura, tumor, infecção Dor Difusa: − Doença óssea metabólica − Osteoporose − Doença de Paget − Osteomalácia Dor Muscular Mais comum que óssea/articular − Profunda/mal localizada − Bem localizada em casos específicos; − Diagnóstico diferencial é com a dor articular. Causas: − Contratura; − Distensão − Rotura. Fraqueza Diferente de fadiga. Fraqueza é a falta de força. Localização da fraqueza: − Proximal: Miopatia Dificuldade para pentear cabelo, levantar objetos. − Distal: Neuropatia: Dificuldade para girar maçaneta ou abotoar camisa. Paresia Hemiparesia – alteração neurológica Global – doença psíquica Cãibras Geralmente não patológicas, mas pode ser sintoma de algo mais grave. Deformidade Adquirida ou congênita Determinar − Inicio; − Associação com trauma. Limitações de Movimento Alteração de cartilagem; Retração cicatricial de cápsula Semiologia Médica I 42 JeKF Contraturas musculares Rigidez (bloqueio) Sintoma comum Articulação fica bloqueada: − Material ectópico entre as superfícies articulares. − Associado com lesão das cartilagens Períodos do dia − Rigidez matinal Artrite reumatoide – superior a 1h Osteoartrose – inferior a 1h Edema Está associado com a dor? É flutuante? Creptação/estalo Ruído ou sensação de atrito que pode ser audível ou palpada. Movimentos Articulares Semiologia Médica I 43 JeKF Exame Físico Inspeção Marcha; Alterações cutâneas/anexos; Edema; Deformidades. Geral: Fácies; Frente; Costas; Ambos os lados; Atentar para: Atitudes; Postura; Capacidade de movimentação e marcha; Simetria corpórea; Angulações anormais; Encurtamento em membros. Marcha − Sequencia dinâmica de eventos ∙ Permitem deslocamento em posição bípede − Atividade complexa: ∙ Ações reflexas; ∙ Ações voluntárias; ∙ Alternando o apoio e o balanço do MI. Ex. pé caído, marcha atáxica, marcha parkinsoniana (passos lentos, corpo fletido para frente). Deformidades Articulares Valgo: desvio da linha média. Varo: desvio em direção a linha média. Subluxação: perda parcial do contato das superfícies articulares; Luxação: perda completa do contato articular. Palpação Temperatura Nodulações Natureza do edema Sensibilidade/dor Creptação Mobilidade − Ativa − Passiva Força muscular – quadros neurológicos. Ex. nódulos subcutâneos – critério maior (Jones) para diagnóstico de Febre reumática. Movimento Articular Amplitude e movimentação articular: − Em graus − Ponto zero – posição anatômica Mobilidade de uma articulação: − Movimento ativo – incorpora na avaliação da força muscular − Movimentos passivos – estuda a excursão articular. Semiologia Médica I 44 JeKF Ausculta Ausculta cardíaca: − Sopros Sistolicos Regurgitativo: Sopro holossistólico mitral:IMi − B3/Ritmo de Galope Semiologia Segmentar Coluna Vertebral Divide-se em segmentos: Cervical Torácico Lombar Sacral Inspeção Nível de cristas ilíacas; Linha imaginária: tuberosidade occipital posterior a linha interglutea. Avaliar: − Dorsalmente − Lateralmente − Flexão (para frente) – Manobra de Adams − Extensão (para trás) − Flexão lateral do pescoço − Rotação (estabilizando o quadril do paciente). Coluna Cervical Ao lado do paciente: Flexão (queixo no tórax); Extensão Na frente: Flexão lateral Rotação Observe se algum movimento desencadeia dor local ou nos MMSS. Repetir os movimentos aplicando pressão sobre o vértex do crânio. Coluna Torácica Sentar paciente com braços dobrados sobre o tórax e girar para ambos os lados; Palpar processos espinhosos à procura de pontos dolorosos e deformidades. Teste de Lasègue Deitado e relaxado, primeiro do lado assintomático Com mão apoiando o calcanhar, eleva-se o membro inferior Além de 40° não específica (há movimentação da pelve). Positivo: neurite presente – reproduz dor no paciente, dor na região lombar ou glútea irradiando-se para membro inferior no território do n. ciático, podendo ainda ter parestesia. Teste de Bragard Dorsoflexão passiva do pé agravando a dor; Pode ser muito dolorosa e deve ser interrompida assim que a dor se tornar típica. Ombro Inspeção: − Deformidade − Assimetria − Atrofia Semiologia Médica I 45 JeKF Palpação: − Dor − Sinais flogísticos Movimento articular: − Abdução e adução − Rotação externa e interna − Flexão Teste da Apreensão − Luxação anterior recidivante do ombro: ∙ Abdução passiva e rotação externa, o paciente pressente que seu ombro luxará. ∙ Paciente opõe a resistência ao movimento e assume expressão facial apreensiva. Cotovelo Teste de Cozen – para Epicondite Lateral (tenista): Fixar o antebraço em pronação Paciente fecha e estende o punho Forçar o punho estendido para flexão contra resistência Positivo se provocar dor no epicôndilo lateral Teste para Epcondilite Medial (golfista): Paciente sentado, estende o cotovelo e supina a mão Flexionar o punho contra resistência Positivo de for provocar dor no epicôndilo medial. Quadril É uma articulação esferoidal que permite a flexão, extensão, abdução, adução, rotação interna e externa. Comece o exame com paciente em pé – observe a integridade de cada articulação e se há evidência de encurtamento de um membro. Teste de Thomas Usado para se verificar se há contratura em flexão do quadril; Patologias intra-articulares ou na vizinhança do quadril; Resposta reflexa antálgica no quadril que fica em semiflexão – não é percebida porque é compensada pela inclinação da pelve Quando há contratura em flexão, o quadril não estende completamente e o ângulo formado entre a face posterior da coxa e o plano da mesa de exame corresponde à contratura em flexão existente. Teste de Trendelemburg Verifica se há insuficiência do músculo glúteo médio: Mantém a pelve nivelada durante a marcha; Se ele está insuficiente, a pelve cai para o lado contrário ao do apoio. As insuficiências do glúteo médio são frequentes: Doenças do próprio musculo Distúrbio na inervação (sequela de poliomielite, miopatias, lesões de raízes nervosas) Encurtamento da distância entre a origem e inserção do musculo (músculo frouxo) – luxação congênita do quadril e sequelas de fratura. -O quadril testado é o que está mantendo o peso corporal; -Positivo do lado esquerdo; -Quando o paciente apoia o MI esquerdo a pelve cai para o lado oposto e o tronco inclina-se excessivamente. Semiologia Médica I 46 JeKF Teste de Galeazzi Verifica diferença de comprimento nos MMII Decúbito dorsal: MMII fletidos Pés juntos apoiados na superfície de contato Se houver diferença de comprimento dos membros os topos dos joelhos ficam em alturas diferentes. Causas: Encurtamento real do membro Encurtamento funcional, como acontece na luxação congênita do quadril. Joelhos Teste de Lachman (da gaveta) Avaliar ligamento cruzado anterior O examinador puxa para frente segurando na parede proximal da panturrilha O teste é positivo se houver movimento anterior excessivo da tíbia em relação ao fêmur Teste de McMurray Variação para verificar lesão de menisco. Rotação externa – dor lateral Rotação interna – dor medial Teste do Rechaço/Sinal da Tecla Avaliam edema articular no joelho Sinal da tecla: Compressão da patela com “click” – Sinal positivo Teste do Rechaço: − Com uma mão, circundar e colocar pressão para baixo em cima da face superior da patela. Com a outra, empurrar a patela de encontro com o fêmur com os dedos. − Se houver edema, a patela se elevará – sinal positivo. Cisto de Baker Acúmulo de líquido na bolsa sinovial. Pé Podagra – artrite no primeiro dedo sinal de gota (excesso de ácido úrico provoca deposição de urato). Mãos Deformidades dos quirodáctilos Dedo em Boteira: Lesão do tendão extensor médio em sua inserção na base da falange média. Incapacidade de extensão da IFP com sua flexão. Dedo em pescoço de Cisne: Deformidade em extensão da IFP com flexão do IFD Artrite reumatoide – lesão dos elementos contensores do aparelho extensor. Dedo em Martelo: Há flexão da IFD A causa mais comum: trauma/força em flexão da IFD com o dedo estendido. Semiologia Médica I 47 JeKF Nódulos em IFP e IFD – AO Artrose de mão Desvio Ulnar – AR Artrite reumatoide Inervação das mãos: N Radial: A paralisia completa do n. radial: “Mão caída” – trauma Teste do n. radial: Extensão do punho e dedos opondo-se à resistência Paralisia ou fraqueza dos extensores nas lesões Déficit sensitivo na área cutânea do nervo. N Ulnar: Teste do n. ulnar: Abdução ativa do 5° dedo, opondo-se à resistência. Paralisia ou fraqueza do músculo nas lesões Déficit sensitivo na área cutânea do nervo. N Mediano Teste do n. mediano: Testar a parte motora Força pinça com polegar e indicador, pelas extremidades dos dedos, formando um “O” Se houver lesão a pinça só com as polpas digitais. Déficit sensitivo na área cutânea do nervo. Semiologia Médica I 48 JeKF Síndrome do Túnel do Carpo: Anteriormente: Ligamento transverso profundo do carpo Assoalho e parede: Ossos do carpo Neste canal (pequeno): 8 tendões Nervo mediano Na síndrome do túnel do carpo: compressão do nervo mediano neste nível. Teste de Phalen Flexão do punho, forçando uma mão contra a outra, pela face dorsal. Positivo: dor e/ou formigamento na área do mediano. Teste de Tinel Percute-se com o indicador o sulco de flexão do punho. Positivo: choque e/ou formigamento, compressão do n. mediano. Semiologia Médica I 49 JeKF Semiologia Neurológica (Prof. Angela) Quais sintomas traduzem manifestações neurológicas? Sincope; Dificuldade d marcha; Tremor; Alterações pupilares; Alteração fala; Memória; Reflexos; Cefaleia; Alteração de consciência, etc. Como diferenciá-los de doenças não neurológicas? Como fazer um exame físico neurológico breve? Como saber se uma CEFALÉIA é por tensão muscular ou se é uma meningite? Como saber se uma TONTURA é consequência de uma labirintopatia ou se é por uma isquemia cerebelar? Como saber se este déficit de MEMÓRIA é normal da idade ou se o meu paciente está com demência? Através da Semiologia Neurológica é possível chegar a um: Diagnóstico Sindrômico Diagnóstico Topográfico Diagnóstico Etiológico Neuroanatomia e Neurofisiologia Divisão funcional do encéfalo Os nervos cranianos NERVO AXÔNIO FUNÇÕES NERVO AXÔNIO FUNÇÕES I Olfatório Sensorial especial Olfato VII Facial Somático motor Sensorial especial Movimento da expressão facial Gustação dos 2/3 anteriores da língua II Óptico Sensorial especial Visão VIII Vestíbulo-coclear Sensorial especial Audição e equilíbrio III Oculomotor Somático motor Visceral motor Movimento dos olhos e pálpebras Controle parassimpático do tamanho da pupila IX Glossofaríngeo Somático motor Visceral motor Sensorial especial Sensorial visceral Movimento dos músculos da orofaringe Controle parassimpático das glândulas salivares Gustação 1/3 posterior da língua Detecção de alterações na PA na aorta IV Troclear Somático motor Movimento ocular X Vago Visceral motor Sensorial visceral Somático motor Controle parassimpático visceral Nocissepção visceral Movimento dos músculos da orofaringe V Trigêmeo Somático sensorial Somático motor Tato facial Movimento dos músculos mastigatórios XI Acessório Somático motor Movimento dos músculos da garganta e pescoço VI Abducente Somático motor Movimento ocular XII Hipoglosso Somático motor Movimento da língua Semiologia Médica I 50 JeKF Anamnese Neurológica Caracterizando o Sintoma – INÍCIO Modo de início e evolução cronológica Agudo (minutos, horas) – ex: Doença vascular ou infecciosa. Subagudo (dias) – ex: Doença inflamatória ou tóxica (medicamentos, ambiental). Crônico: − Evolução gradual e progressiva: ∙ Simétrica – ex: doença degenerativa. ∙ Assimétrica – ex: doença neoplásica. Anamnese – INÍCIO Progressivo: sintomas graduais – tumores cerebrais, doenças neurodegenerativas. Progressivo em escada: demência vascular. Em surtos: com períodos de melhora e piora, porém sem retorno ao basal – Esclerose múltipla. Acessos paroxísticos, de curta duração, com intervalos longos de normalidade, e que se repetem periodicamente – Epilepsia, enxaqueca. Relação causa-efeito – traumatismo cranioencefálico, TRM (traumatismo raquimedular). ISDAS Estar atento aos sintomas relatados e a possíveis etiologias neurológicas: − Causas de perda da consciência: epilepsia, síncope, sd Adams Strokes (síncope seguida de convulsão e liberação esfíncter por arritmia cardíaca). − Causas de cefaleia: enxaqueca, aneurisma intracraniano, tumor cerebral, hipertensão intracraniana. − Causas de convulsão: epilepsia, intoxicação exógena (etilismo), hipoglicemia. − Causas de ambliopia/amaurose: tumor cerebral, esclerose em placas, neurite óptica. Semiologia Médica I 51 JeKF − Causas de diplopia: lesão nervos oculomotores com consequente paralisia ou paresia de músculos extrínsecos do olho. − Causas de hipoacusia, anacusia, zumbido: pensar em doenças do ouvido, tumor do ângulo ponto-cerebelar. − Causas de vertigem: labirintopatia, insuficiência vascular cerebral do sistema vertebrobasilar, tumor do ângulo ponto-cerebelar. − Causas de náusea e vômitos: enxaqueca, labirintopatia, tumor cerebral, meningite, hipertensão intracraniana. − Causas de disfagia, disfonia: lesão bulbar ou dos nervos resposáveis pela deglutição e fonação. − Causas de dor, parestesia: lesões do sistema nervoso periférico (raízes, plexos e nervos). − Causas de paralisia ou paresia: lesões das vias motoras, centrais ou periféricas. − Causa de distúrbio esfincteriano: lesões medulares. HMP História Mórbida Pregressa − Pré-Natal, Parto, Desenvolvimento NPM − Doenças sistêmicas ∙ Infância / DM / HAS, dislipidemias ∙ Rins (policistose x aneurisma congênito) ∙ Intestino (pólipos x glioblastoma multiforme) ∙ HIV / AIDS, sífilis ∙ Neoplasias ∙ Medicamentos em uso ∙ Vacinações (polio, sarampo) ∙ Meningite, trauma, cirurgias, convulsões, etc HMF História Mórbida Familiar − Doenças musculares − Doenças degenerativas (Alzheimer, Parkinson, etc) − Doenças cardiovasculares − Enxaqueca − Epilepsia− Neoplasias − Consanguinidade HFS Condições e Hábitos de Vida − Álcool − Tabaco − Drogas Ocupação laboral Hábitos alimentares: − Carências alimentares Observações: Faixa etária: − Infecções na infância − Desmilinização no jovem − Doenças vasculares nos idosos Esclarecer sintomas: "tonteira", "vista escura"... Contar o que sente Anamnese complementar com acompanhantes Sinais ou Sintomas Neurológicos Distúrbios de humor, linguagem. Distúrbios de memória e alterações de consciência. Semiologia Médica I 52 JeKF Lipotimia, síncope. Cefaleia, dor facial. Sintomas visuais. Fraqueza. Alterações ou perdas sensoriais. Tonturas. Convulsões. Tremores e movimentos involuntários. Distúrbios de Humor − Queixas vagas − Múltiplas queixas − Dar oportunidade para o paciente Screening Depressão: S: 83% e 92% para escore maior ou igual a 3 Distúrbios de Comunicação Disfonia − Alterações no timbre e intensidade da voz − Voz rouca ou bitonal − Cordas vocais: lesão do nervo vago Disartria − Distúrbios de articulação da palavra falada − VII, IX, X e XII pares Dislalia − Troca ou supressão de fonemas − Fisiológica até 4 anos − “Cebolinha” / “papato” = sapato Disritmolalia − Taquilalia = aumento da velocidade da fala − Tartamudez (“gagueira”): SNC / psicogênica / hereditária Dislexia − Dificuldade de interpretação na leitura das palavras − Supressão inconsciente de letras ao ler Disgrafia − Distúrbio de escrita − Supressão inconsciente de letras ao escrever Afasia “Distúrbio adquirido da expressão e da compreensão dos símbolos verbais, orais e gráficos, com incapacidade para utilizar os códigos da linguagem.” Livro Exame Neurológico SBN pag. 184 Motora afasia de Broca Sensorial afasia de Wernicke Global Broca + Wernicke Condução lê e fala mas não repete SENSITIVA WERNICKE TEMPORAL GLOBAL W + B MOTORA BROCA FRONTAL CONDUÇÃO FASCICÚLO ARQUEADO Semiologia Médica I 53 JeKF Agnosia − Incapacidade de reconhecer objetos ou sons − Tátil: lesão do córtex parietal − Visual: lesão occiptal Apraxia “Dificuldade de executar gestos voluntários aprendidos na ausência de alteração na motricidade e na coordenação motora.” Exame Neurológico SBN Construtiva desenhar ou copiar desenhos Ideomotora gestos com significado simbólico. Bater continência... Ideatória relação próprio corpo. Usar pente. Lesão parietal Distúrbios de Memória e Consciência Delirium − Rebaixamento leve do nível de consciência. − Alterações da atenção, da orientação, sensopercepção e psicomotricidade. o Desorientação temporo-espacial, o Dificuldade para concentrar-se, o Alucinações principalmente visuais. o Agitação psico-motora Demência Alucinação: percepção alterada, não há nada estimulando. Ilusão: estimulo mal interpretado Memória − Atenção − Registro − Armazenamento − Consolidação − Evocação – resgate da informação No jovem: ∙ Déficit de atenção, distúrbios do sono, depressão No idoso: ∙ Relacionado à idade ∙ Sd Demencial: Doença de Alzheimer Demência vascular Hipotireoidismo, deficiência de Vit B12 Estado de consciência: − Estado de alerta. − Capacidade de reconhecer a si próprio e o meio e interagir com este. Semiologia Médica I 54 JeKF Lipotímia e Síncope Lipotímia: sensação de desmaio, sem perda da consciência; desfalecimento; pré-síncope. Síncope: Desmaio com perda completa da consciência e recuperação posterior. Dor Neurítica – alteração nervosa: Mono ou polineuropatia – um feixe nervoso ou de múltiplos: − Queimação ou descarga elétrica Neuralgias (trigêmio, glossofaríneo): − Dor paroxística, lancinante, alfinetada, agulhada Radicular: Irritação raízes sensitivas raquidianas Lasegue positivo Central: Ardência, prurido, picada Alodínea: estimulo que não deveria causar dor, desencadeia uma dor intensa. Dor Facial Etiologias: Odontólógica, ATM Sinusal (seios da face), septo nasal Oftalmológica Neuralgia do trigêmeo Cefaleia Enxaqueca: • Dor latejante, pulsátil; • Localizada unilateralmente; • Foto/fonofobia; • Alterações visuais, escotomas; • Náusea, vômito. • Com ou sem áurea (sintomas que “avisam” sua chegada). Semiologia Médica I 55 JeKF Sinusite: • Pressão; • Sensibilidade nos seios da face pela palpação; Tensional: • Frontal, occipital. Sintomas Visuais Amaurose − Perda total da visão Ambliopia − Diminuição da acuidade visual Diplopia − Visão dupla − Paralisia dos mm. Extraorbiculares (III, IV e VI) Hemianopsia: Alteração da força muscular Fraqueza muscular − Localização, lateralidade, tempo, início, evolução. − Proximal: pentear cabelo, levantar-se. − Distal: abrir tampas, tesoura. − Comprometimento atividades, fatores alívio e agravo. Fraqueza proxima bilateral: miopatia Fraqueza distal bilateral: polineuropatia Fraqueza que piora com repetição e melhora com repouso: Miastenia Gravis Etiologias: ∙ Acidente Vascular Encefálico ∙ Tumores SNC ∙ Doenças do SN Periférico ∙ Doenças Musculares uni X bilateral definitiva X transitória súbita X gradual Semiologia Médica I 56 JeKF Paralisia Facial Paralisia: diminuição ou ausência de movimento. Paresia: diminuição da força. Plegia: ausência da força muscular. Alterações ou perdas sensoriais Parestesia − Traduzem irritação de nervos periféricos sensitivos ou de raízes posteriores. − Comumente associadas à dor. − Sensação de formigamento, queimação, picada, adormecimento. Etiologia: ∙ Diabetes ∙ Alcóolica ∙ Deficiência vitamínica ∙ Ciatalgia ∙ Tumores Tontura Vertigem − É a perda da percepção cinestésica (do movimento) da relação entre o indivíduo e o espaço circundante. − Vertigem objetiva x subjetiva: ∙ Objetiva: rotação do próprio corpo. ∙ Subjetiva: deslocamento de objetos do ambiente. ∙ Causa mais frequente: alt. Sist. vestibular Tremores e Movimentos Involuntários Semiologia Médica I 57 JeKF Exame Físico Neurológico 1. Fácies e Funções Superiores 2. Pares Cranianos 3. Motricidade e Movimentos Anormais 4. Sensibilidade 5. Reflexos 6. Coordenação/Equilíbrio/Marcha 7. Sinais Meníngeos Fácies Atitude e comportamento geral Parkinson: − Inexpressividade, olhar fixo, − Diminuição mímica facial. − Boca entreaberta, salivação abundante. Miastenia gravis: − Ptose palpebral bilateral, − Déficit muscular ocular − Com estrabismo, − Hiperextensão cabeça. Funções Superiores Atenção, estado emocional, iniciativa, julgamento, crítica, associação de ideias, orientação, memória, comunicação verbal. Estado da consciência: Alerta – sonolência (letargia) – estupor (torpor) – coma MMSE (MiniMental) Orientação: − Avalia memória recente, atenção, orientação temporo-espacial. − Testa integridade e interconexão das áreas corticais. Memória: − Retenção de dados o Testa atenção e memória imediata − Cálculo: o Avalia capacidade de cálculo, o Atenção, o Memória imediata e operacional − Memória: o Avalia memória recente. Semiologia Médica I 58 JeKF Linguagem: − Nomeação: Agnosia visual (lesão occiptal) − Repetição: Testa integridade áreas de Wernicke e Broca (afasias) e fascículo arqueado − Ordem oral: Praxia − Leitura da ordem escrita: Avalia integridade áreas de Wernicke e Broca − Escrita: Avalia área Broca − Desenho: Avalia orientação viso-espacial, programação motora, praxia construtiva. Avalia HC direito (parietal D). Pontuação do MMSE: Analfabetos: 14 a 16 Até 4 anos: 18 a 21 Primeiro grau completo: 21 Segundo grau completo: 22 a 23 Superior
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