Buscar

Acareação e Reconhecimento

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Continue navegando


Prévia do material em texto

- Do reconhecimento de pessoas e coisas (art. 226 a 228, CPP);
Avena, Norberto Cláudio Pâncaro Processo penal: esquematizado / Norberto Avena. – 7.ª ed. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2015. 
Lopes Junior, Aury Direito processual penal / Aury Lopes Junior. – 17. ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2020.
- Da Acareação (art. 229 a 230, CPP);ãp
Avena, Norberto Cláudio Pâncaro Processo penal: esquematizado / Norberto Avena. – 7.ª ed. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2015. 
Nucci, Guilherme de Souza Manual de processo penal e execução penal / Guilherme de Souza Nucci. – 13. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 2016.
DO RECONHECIMENTO DE PESSOAS E COISAS
	O conceito e a natureza jurídica do reconhecimento de pessoas e coisas é o meio de prova no qual alguém identifica uma pessoa ou coisa que lhe é mostrada com pessoa ou coisa que já havia visto, ou que já conhecia, em ato processual praticado, perante a autoridade policial ou judiciária, segundo o procedimento previsto em lei.
	O procedimento pelo qual se estabelece o reconhecimento está descrito no artigo 226 do Código de Processo Penal: 
“Art. 226. Quando houver necessidade de fazer-se o reconhecimento de pessoa, proceder-se-á pela seguinte forma:
I - a pessoa que tiver de fazer o reconhecimento será convidada a descrever a pessoa que deva ser reconhecida;
Il - a pessoa, cujo reconhecimento se pretender, será colocada, se possível, ao lado de outras que com ela tiverem qualquer semelhança, convidando-se quem tiver de fazer o reconhecimento a apontá-la;
III - se houver razão para recear que a pessoa chamada para o reconhecimento, por efeito de intimidação ou outra influência, não diga a verdade em face da pessoa que deve ser reconhecida, a autoridade providenciará para que esta não veja aquela;
IV - do ato de reconhecimento lavrar-se-á auto pormenorizado, subscrito pela autoridade, pela pessoa chamada para proceder ao reconhecimento e por duas testemunhas presenciais.”
Pode ocorrer tanto na fase pré-processual como também processual.
Mas, se feito reconhecimento com as devidas cautelas legais (inclusive respeitando o direito do réu de não participar), deverá o juiz (ou autoridade policial, se for o caso) providenciar que o imputado seja colocado ao lado de outras pessoas fisicamente semelhantes. Nesse ponto, deve-se atentar para dois aspectos:
a) Número de pessoas: o Código é omisso nessa questão, mas recomenda-se que o número não seja inferior a 5 (cinco), ou seja, quatro pessoas mais o imputado, para maior credibilidade do ato e redução da margem de erro;
b) Semelhanças físicas: questão crucial nesse ato é criar um cenário cujo nível de indução seja o menor possível, daí por que deverá o juiz atentar para a formação de uma roda de reconhecimento com pessoas de características físicas similares (estatura, porte físico, cor de cabelo e pele etc.). A questão da vestimenta também deverá ser observada pelo juiz, para que não existam contrastes absurdos entre os participantes
Tais cuidados, constituem condição de credibilidade do instrumento probatório, refletindo na qualidade da tutela jurisdicional prestada e na própria confiabilidade do sistema judiciário.
Quanto ao reconhecimento de coisas em geral faz-se o reconhecimento de armas e demais objetos utilizados na prática do crime, adequando-se às formalidades do art. 226 do CPP.
	O Reconhecimento por meio de videoconferência encontrando-se presa a pessoa que procederá ao reconhecimento ou aquela que deva ser reconhecida, e ocorrendo qualquer das situações previstas no art. 185, § 2.°, I a IV, do CPP, autoriza o § 8.° do mesmo dispositivo a que se proceda à diligência por meio de videoconferência ou outro sistema de transmissão de sons e imagens em tempo real.
ACAREAÇÃO
A acareação Nucci conceitua como: “o ato processual, presidido pelo juiz, que coloca frente a frente depoente, confrontando-o e comparando declarações contraditórias ou divergentes no processo, visando à busca da verdade real”. 
Encontra-se no ordenamento jurídico nos art. 226 a 228 do Código de Processo Penal.
O fundamento da acareação está no constrangimento. Busca-se, por meio de (re)perguntas acerca de pontos conflitantes, que a pessoa que prestou falso depoimento dele se retrate em face da presença de outra que narrou o fato de modo diverso.
Para que a acareação seja feita, devem concorrer os seguintes pressupostos:
a) existência prévia de declarações, ou seja, que as pessoas que venham a participar da acareação tenham sido interrogadas antes;
b) que entre as declarações exista divergência;
c) que o fato ou circunstância que se pretende esclarecer seja relevante para o processo.
Quem pode presidir o ato pode ser tanto o Juiz como o Delegado de Polícia, sendo formalizado pôr termo ou auto de acareação, no qual constarão as perguntas formuladas e as respectivas respostas.
A acareação poderá ser realizada tanto na fase do inquérito policial como na fase do processo judicial propriamente dito. Na fase do inquérito poderá ser ordenada pela autoridade policial por intermédio de sua própria iniciativa ou provocada via requisição do juiz ou do Ministério Público. Nada impede, evidentemente, que o Delegado de Polícia venha a realizá-la a partir de requerimento de eventuais interessados.
PROCEDIMENTO
Art. 229, parágrafo único, CPP
Art. 230 (carta precatória)
Art. 222, § 3º (videoconferência)
ADMISSÃO DA ACAREAÇÃO
a) Entre réus: respeitado o direito ao silêncio e a possibilidade que tem de não se auto-acusar;
b) Entre réu e testemunha: respeitado o direito ao silêncio e o princípio contra a auto-acusação; 
c) Entre testemunhas: nesta hipótese, é de se destacar: 
i. a possibilidade de retratação de uma delas, que estiver mentindo, eliminado a tipicidade do delito anteriormente cometido (art. 342, § 2º, CPP);
ii. seria extremamente conveniente que feita a acareação entre testemunhas, o juiz explica-se com detalhes as duas alternativas referidas (retratação e proteção contra a auto-incriminação).
d) Entre vítima e acusado: hipótese pouco remota de sucesso, pois são partes antagônicas no processo e com relação ao fato delituoso, ambos prestando esclarecimentos sem o compromisso de dizer a verdade; 
e) Entre vítima e testemunha: alternativa que envolve a ausência do dever de dizer a verdade, e do lado do ofendido com a possibilidade de testemunha se retratar ou proteger-se contra a auto- incriminação; 
f) Entre vítimas: situação que envolve duas partes sem o compromisso de narrar a verdade, logo de difícil proveito. 
g) Requerimento das partes ou procedimento de ofício: qualquer das partes pode requerer a acareação e também determinada de ofício pelo juiz; 
h) Procedimento do magistrado na condução da acareação: juiz coloca frente a frente (acusação e defesa) destacando ponto por ponto as contradições existentes, obtendo de ambos os esclarecimentos necessários, através de reperguntas.
ACAREAÇÃO À DISTÂNCIA
O art. 230 do CPP prevê a possibilidade de realizar a acareação por meio de carta precatória quando as pessoas a serem acareadas encontrarem-se em localidades distintas.
Conforme disposição do artigo 230 duas possibilidades podem ocorrer envolvendo contradições entre os depoimentos de pessoas que não estejam próximas:
a) Pessoa presente encontra-se na comarca onde tramita o feito e a ausente em outra. Nesse caso, a autoridade procederá à oitiva da que se encontra na esfera de sua jurisdição, a qual será questionada sobre os pontos divergentes. Resolvidas as contradições, desnecessário que se proceda à tomada de declarações da pessoa ausente.
b) A autoridade inquire a pessoa presente, persistindo as contradições entre os depoimentos. Nessa hipótese, será expedida precatória para oitiva da pessoa ausente, dando-se a ela conhecimento dos pontos conflitantes, para que os esclareça.