Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO E ÉTICA EMPRESARIAL Professora Me. Mirian Aparecida Micarelli Struett Professor Me. Ricardo Azenha Loureiro Albuquerque GRADUAÇÃO Unicesumar C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; STRUETT, Mirian Aparecida Micarelli; ALBUQUERQUE, Ricardo Azenha Loureiro. Conceitos da Administração e Ética Empresarial. Mirian Apa- recida Micarelli Struett; Ricardo Azenha Loureiro Albuquerque. Maringá-Pr.: UniCesumar, 2014. Reimpresso em 2019. 208 p. “Graduação - EaD”. 1. Ética. 2. Administração. 3. Tomada de decisão. 4. EaD. I. Título. ISBN 978-85-8084-709-3 CDD - 22 ed. 658.152 CIP - NBR 12899 - AACR/2 Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828 Impresso por: Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi NEAD - Núcleo de Educação a Distância Diretoria Executiva Chrystiano Minco� James Prestes Tiago Stachon Diretoria de Graduação e Pós-graduação Kátia Coelho Diretoria de Permanência Leonardo Spaine Diretoria de Design Educacional Débora Leite Head de Produção de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza Filho Head de Curadoria e Inovação Tania Cristiane Yoshie Fukushima Gerência de Produção de Conteúdo Diogo Ribeiro Garcia Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey Gerência de Processos Acadêmicos Taessa Penha Shiraishi Vieira Gerência de Curadoria Carolina Abdalla Normann de Freitas Supervisão de Produção de Conteúdo Nádila Toledo Coordenador de Conteúdo Patrícia Rodrigues da Silva Designer Educacional Fernando Henrique Mendes Rossana Costa Giani Projeto Gráfico Jaime de Marchi Junior José Jhonny Coelho Arte Capa Arthur Cantareli Silva Ilustração Capa Bruno Pardinho Editoração Reginaldo Yoshida Qualidade Textual Hellyery Agda Jaquelina Kutsunugi Keren Pardini Maria Fernanda Canova Vasconcelos Ilustração Robson Yuiti Saito Em um mundo global e dinâmico, nós trabalhamos com princípios éticos e profissionalismo, não so- mente para oferecer uma educação de qualidade, mas, acima de tudo, para gerar uma conversão in- tegral das pessoas ao conhecimento. Baseamo-nos em 4 pilares: intelectual, profissional, emocional e espiritual. Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos de graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de 100 mil estudantes espalhados em todo o Brasil: nos quatro campi presenciais (Maringá, Curitiba, Ponta Grossa e Londrina) e em mais de 300 polos EAD no país, com dezenas de cursos de graduação e pós-graduação. Produzimos e revisamos 500 livros e distribuímos mais de 500 mil exemplares por ano. Somos reconhecidos pelo MEC como uma instituição de excelência, com IGC 4 em 7 anos consecutivos. Estamos entre os 10 maiores grupos educacionais do Brasil. A rapidez do mundo moderno exige dos educa- dores soluções inteligentes para as necessidades de todos. Para continuar relevante, a instituição de educação precisa ter pelo menos três virtudes: inovação, coragem e compromisso com a quali- dade. Por isso, desenvolvemos, para os cursos de Engenharia, metodologias ativas, as quais visam reunir o melhor do ensino presencial e a distância. Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária. Vamos juntos! Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está iniciando um processo de transformação, pois quando investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou profissional, nos transformamos e, consequentemente, transformamos também a sociedade na qual estamos inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportu- nidades e/ou estabelecendo mudanças capazes de alcançar um nível de desenvolvimento compatível com os desafios que surgem no mundo contemporâneo. O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens se educam juntos, na transformação do mundo”. Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica e encontram-se integrados à proposta pedagógica, con- tribuindo no processo educacional, complementando sua formação profissional, desenvolvendo competên- cias e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal objetivo “provocar uma aproximação entre você e o conteúdo”, desta forma possibilita o desenvolvimento da autonomia em busca dos conhecimentos necessá- rios para a sua formação pessoal e profissional. Portanto, nossa distância nesse processo de cresci- mento e construção do conhecimento deve ser apenas geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. Ou seja, acesse regularmente o Studeo, que é o seu Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe das dis- cussões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe de professores e tutores que se encontra disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranqui- lidade e segurança sua trajetória acadêmica. Professor Me. Ricardo Azenha Loureiro Albuquerque Graduado em Administração de Empresas pela UEM e mestrado em Engen- haria de Produção pela UFSC. Pós-graduado em dinâmica dos grupos pela Sociedade Brasileira da Dinâmica dos grupos. Foi avaliador do Ministério da Educação no período de 2002 a 2006, professor do departamento de ad- ministração da Universidade Estadual de Maringá nos anos de 2006 e 2007. Atualmente Coordenador adjunto de curso e professor do Departamento de Administração da Unicesumar. A U TO RE S Professora Me. Mirian Aparecida Micarelli Struett Possui graduação em Administração pela Universidade Estadual de Maringá e mestrado em Administração Em Gestão De Negócios pela Universidade Estadual de Londrina. Atualmente é pesquisadora da Universidade Federal de Minas Gerais e atua profissionalmente na Assessoria Técnica e Científica do Hospital Universitário Regional de Maringá, subunidade da Universidade Estadual de Maringá. É professora titular e autora de cursos da Graduação e Pós-Graduação em EAD na Unicesumar - Centro de Ensino Superior de Maringá e da Pós-Graduação no Instituto Superior de Educação do Paraná. Tem experiência na área de Administração Pública e Privada, atuando principalmente nos seguintes temas: gestão hospitalar, empreendedorismo, contabilidade gerencial, sustentabilidade e responsabilidade social, administração pública e privada, desenvolvimento sustentável. Caro(a) acadêmico(a), é com muita satisfação que apresentamos a você o livro que fará parte da disciplina Conceitos da Administração e Ética Empresarial. O professor Ricardo e eu, ambos apaixonados por Administração, selecionamos as melhores referências em Administração para que esta disciplina venha a somar ainda mais conhecimento ao que você notadamente já possui. Sou a professora Mirian, minha formação é em Administração, tanto na graduação quanto no Mestrado, na área de Gestão de Negócios, e estou finalizando o trabalho de conclusão de curso na pós-graduação em Tecnologias da Educação a Distância. Sou fun- cionária pública, docente desta Instituição desde 2009 e pesquisadora nas áreas de ges- tão e, por isso, acredito poder contribuir para a discussão sobre esse importante tema. O professor Ricardo também, assim como eu, possui formação em Administração, Mes- trado em Engenharia de Produção e pós-graduação em Dinâmica dos Grupos e Docên- cia do Ensino Superior. Tem experiência na área da Administração com ênfase em Ges- tão de Negócios. Atualmente é Assessor da Coordenação dosCursos de Administração e Gestão e docente nesta Instituição. O objetivo principal desta importante disciplina é oportunizar a você as principais Te- orias e Conceitos da Administração e Ética Empresarial, apresentando sua evolução e aplicabilidade em seu campo de atuação. Desta forma, o livro foi organizado pensando em você, prezado(a) estudante, e, para tanto, será necessário também muito empenho da sua parte para que a concretização desse trabalho tenha bons frutos. Por isso, no decorrer de suas leituras, procure interagir com os textos, fazer anotações, responder às atividades de autoestudo, anotar suas dúvidas, ver as indicações de leitura e realizar novas pesquisas sobre os assuntos tratados, pois não foi nosso intento esgotar todo o assunto neste livro. Na primeira unidade deste livro, será abordado o tema “Visão Geral da Administração”, em seguida, você acompanhará os passos do Mestre Ricardo nas unidades II, III e IV com os temas “Perspectiva Clássica e Humanística da Administração”, “Perspectiva Moderna da Administração” e “Perspectiva Contemporânea da Administração”. Por fim, voltamos a nos encontrar novamente para uma importante discussão, na última unidade deste livro, sobre a “Ética Empresarial”. Uma vez norteado seu caminho, discorremos sobre as etapas que você trilhará! A leitura da primeira unidade é o ponto de partida no seara do conhecimento em Ad- ministração. Servirá para familiarizá-lo(a) com alguns conceitos básicos relacionados ao tema, que possibilitará a você, caro(a) acadêmico(a), compreender as teorias mais im- portantes da Administração de forma evolutiva e contextualizada historicamente nas próximas unidades deste livro. Desta forma, prezado(a) estudante, na Unidade I você desenvolverá um claro entendi- mento sobre os conceitos fundamentais relacionados a esta área, desde o motivo pelo qual devemos estudar Administração, seu significado e a importância da organização neste contexto, além de conceitos relacionados às atividades organizacionais e seus processos administrativos. APRESENTAÇÃO CONCEITOS DA ADMINISTRAÇÃO E ÉTICA EMPRESARIAL Para isto destacaremos, sob a perspectiva funcional, o planejamento, a organização, a execução e o controle, e o papel dos administradores nos níveis organizacionais. Assim você obterá um real entendimento sobre o nosso papel enquanto adminis- tradores ou gerentes compreendendo também a distinção entre a eficiência e a efi- cácia organizacional, bem como quais são as competências, habilidades e papéis administrativos necessários para enfrentar os grandes desafios propostos nesta área. Na Unidade II, você estudará a evolução das Teorias da Administração. Compreen- der a evolução histórica da administração e o contexto social em que as principais teorias começaram a surgir possibilitará a você entender que não há necessidade de “reinventar a roda”. A administração é científica, e suas teorias estão disponíveis dentro de um contexto histórico e cronológico. Neste contexto, esta unidade será o start para as demais unidades que também compreendem as teorias da Administração. Esperamos que você compreenda quais foram essas mudanças, por que ocorreram e quais foram os impactos para a hu- manidade, e que motivos levaram os cientistas da Administração a formular novas teorias interrelacionando-as com as antecessoras no intuito de aperfeiçoar cada vez mais a gestão administrativa. As teorias iniciam-se a partir da Administração Científica de Taylor, na época da Re- volução Industrial, com sua ênfase nas tarefas, seguida das teorias Administrativas de Fayol, da Burocracia de Weber, com a ênfase na estrutura, das Teorias de Tran- sição, com outros diversos autores importantes, e do estudo referente às Escolas das Relações Humanas e Comportamentalistas e, por fim, encerra-se esta unidade com a Teoria Estruturalista a qual procurou inovar contradizendo todas as teorias anteriores. A Unidade III também agregará a você mais conhecimento sobre novas teorias sur- gidas sob os aspectos modernos, dando continuidade para a resolução das ques- tões administrativas, ou seja, a busca da eficiência e da eficácia nos processos or- ganizacionais. Para tanto, você compreenderá a importância da Teoria de Sistemas no contexto organizacional, seguida da Teoria Contingencial e da Teoria do Desen- volvimento Organizacional. Serão abordadas também a Administração Estratégica e a Administração Participativa, tão importantes para o ambiente atual das orga- nizações. Esta unidade é muito importante e servirá para somar ainda mais ao seu conhecimento já adquirido, porém, agora de forma mais abrangente e holística. A Unidade IV, nossa penúltima unidade, proporcionará a você teorias sob os as- pectos contemporâneos. Como você irá perceber, nesta unidade, as teorias aqui tratadas são relativamente novas e a sua maioria já é praticada nas organizações atualmente. Nesta caminhada até aqui, você deve ter percebido que os estudos científicos tiveram início há pouco mais de 100 anos, e considerando então este espaço de tempo anterior aos estudos científicos de como organizar empresas, pes- soas e processos, é possível perceber claramente que as teorias administrativas vêm evoluindo consideravelmente junto com a humanidade. APRESENTAÇÃO Um dos pontos a serem estudados será a Administração da Qualidade e o modelo japonês de administrar, contrapondo com a cultura americana. Outro ponto muito importante a ser discutido é a administração na era digital dada a necessidade de perceber as mudanças socioeconômicas que estão ocorrendo cada vez mais rápido, e como preparar a empresa para esta nova realidade. Por fim, serão apresentadas al- gumas ferramentas essenciais para o dia a dia organizacional, como: Benchmarking, Reengenharia, Learning Organization e processos de Tomada de Decisão. Tratado na Unidade V de maneira especial, pois o tema poderia ser apenas um tó- pico em qualquer outro livro escrito da Administração, um paradigma vigente de fundamental importância para o sucesso organizacional que trata exclusivamente sobre o que é e como deve ser a relação ética entre a organização e a sociedade. Nesta unidade, você compreenderá que a ética representada pelos costumes e moral estabelecidos por relações humanas fundamentais e valores culturalmente diferentes no meio ambiente organizacional é um dos maiores desafios dos admi- nistradores na condução dos negócios. Para que você compreenda, alguns sinais e sugestões de procederes éticos e não éticos serão evidenciados ao longo desta unidade, bem como devem os gestores organizacionais e os colaboradores atuarem em algumas áreas específicas organi- zacionais. Desta forma, caro(a) aluno(a), acreditamos que você estará apto(a) a fazer as melhores escolhas para uma administração empresarial ética. Como pôde perceber por esta apresentação, prezado(a) estudante, há um longo ca- minho para o seu processo de aprendizado! Por isso, “mãos no livro”, comece a folhe- á-lo, instigue sua curiosidade, explore-o atentamente! De agora em diante é com você! Lembrando que “A persistência é o menor caminho do êxito” (Charles Chaplin). Portanto, desejamos a você uma ótima leitura com excelentes intervalos de reflexão! Professora Me. Mirian Aparecida Micarelli Struett Professor Me. Ricardo Azenha Loureiro Albuquerque APRESENTAÇÃO SUMÁRIO UNIDADE I VISÃO GERAL DA ADMINISTRAÇÃO 17 Introdução 18 Por que estudar Administração 22 Conceitos de Administração 25 Entendendo o que são Organizações 27 As Organizações e seus Ambientes 32 Funções da Administração 42 Eficiência e Eficácia Organizacional 43 Os Níveis da Administração 45 Competências, Habilidades e Papéis do Administrador 52 Considerações Finais UNIDADE II PERSPECTIVA CLÁSSICA E HUMANÍSTICA DA ADMINISTRAÇÃO 57 Introdução 58 Evolução Histórica da Administração 61 A Teoria da Administração Científica 65 A Teoria Administrativa 68 A Teoria da Burocracia 71 As Teorias de TransiçãoSUMÁRIO 73 A Escola das Relações Humanas: A Experiência de Hawthorme 74 A Experiência de Hawthorme 82 A Escola Comportamentalista 85 A Teoria Estruturalista 87 Considerações Finais UNIDADE III PERSPECTIVA MODERNA DA ADMINISTRAÇÃO 93 Introdução 94 A Teoria dos Sistemas 99 A Teoria Contingencial 102 O Desenvolvimento Organizacional 108 Cultura e Clima Organizacional 111 Administração por Objetivos (APO) 113 Administração Estratégica 115 Administração Participativa 118 Considerações Finais SUMÁRIO UNIDADE IV PERSPECTIVA CONTEMPORÂNEA DA ADMINISTRAÇÃO 123 Introdução 124 Administração da Qualidade 130 Gestão da Qualidade Total 132 A ISO 9000 133 Modelo Japonês de Administração 135 Reengenharia e Benchmarking 139 Benchmarking 140 Tomada de Decisão 143 Learning Organization 144 Administração na Era Digital 145 Administração no Terceiro Setor 149 Considerações Finais SUMÁRIO UNIDADE V ÉTICA EMPRESARIAL 155 Introdução 156 Ética nas Organizações: Princípios Fundamentais 160 Criação de Sistemas de Valores: A Ética empresarial 170 O Desenvolvimento Moral das Pessoas e Organizações 173 Ética e Capital Humano 176 Códigos de Ética 187 Desafios Éticos na Atualidade e a Ética Corporativa 196 Considerações Finais 199 CONCLUSÃO 203 REFERÊNCIAS U N ID A D E I Professora Me. Mirian Aparecida Micarelli Struett VISÃO GERAL DA ADMINISTRAÇÃO Objetivos de Aprendizagem ■ Esclarecer o motivo pelo qual devemos estudar Administração. ■ Definir os principais conceitos de Administração. ■ Entender o que são organizações e como elas se relacionam em seus ambientes apresentando sua relevância para a sociedade. ■ Analisar as principais funções da Administração de acordo com o processo administrativo. ■ Compreender as distinções entre eficiência e eficácia organizacional. ■ Relacionar os níveis da Administração e as funções da administração. ■ Compreender as competências, habilidades e papéis do Administrador no contexto organizacional. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ Por que estudar Administração ■ Conceitos de Administração ■ Entendendo o que são Organizações ■ As organizações e seus ambientes ■ Funções da Administração ■ Eficiência e Eficácia Organizacional ■ Os níveis da Administração ■ Competências, Habilidades e Papéis do Administrador INTRODUÇÃO Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a). Nesta unidade, você compreenderá que a administração é uma das áreas mais excitantes e imprescindíveis, frente a um ambiente altamente competitivo, em que todas as organizações, sem exceção, precisam garantir a sua sustentabilidade. Por isto, em face às diversas mudan- ças ambientais e organizacionais ocorridas de maneira muito rápida nas últimas décadas, é relevante desenvolver um claro entendimento sobre os conceitos fun- damentais relacionados a esta área. Desta maneira, cabe destacar, num primeiro momento, o motivo pelo qual devemos estudar Administração. Iniciaremos com a análise do significado da Administração e a importância da Organização, bem como dos conceitos rela- cionados às atividades organizacionais e seus processos administrativos. Para isto destacaremos, sob a perspectiva funcional, o planejamento, a organização, a execução e o controle. Por fim, interpretaremos o papel dos administradores nos níveis organizacionais, nos quais o desempenho é preponderante no contexto globalizado, visando a atender a demanda por qualidade advinda de consumi- dores que estão cada vez mais exigentes. Nesta perspectiva, e na busca de um real entendimento sobre o nosso papel enquanto administradores ou gerentes, torna-se necessário que compreenda- mos alguns conceitos importantes como a distinção entre a eficiência e a eficácia organizacional, bem como quais são as competências, habilidades e papéis admi- nistrativos necessários para enfrentar os grandes desafios propostos nesta área. A leitura desta primeira unidade é o ponto de partida no seara do conheci- mento em Administração. Servirá para familiarizá-lo(a) com alguns conceitos básicos relacionados e servirá de subsídio para que você possa compreender as teorias mais importantes da Administração de forma evolutiva e contextualizada historicamente. Desejamos uma boa leitura e bons estudos! Introdução Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 17 VISÃO GERAL DA ADMINISTRAÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E18 POR QUE ESTUDAR ADMINISTRAÇÃO O que sei sobre Administração? Para Henri Fayol (apud MAXIMIANO, 2004, p. 103), um dos personagens mais importantes da História da Administração, principal responsável pela sistema- tização da função Administrativa, “todos deveriam estudar Administração”. Mas por que estudar Administração? Simplesmente porque é uma ati- vidade comum a todos os empreendimentos humanos, ou seja, na família, no governo, nos negócios, individualmente e em todas as nossas atividades coti- dianas, de maneira que o que estiver relacionado a um objetivo a ser atingido, este exige algum grau de planejamento, organização, coordenação e controle. De acordo com Maximiano (2004), a administração é importante em qual- quer escala de utilização de recursos para realizar objetivos – individual, familiar, grupal, organizacional ou social –, ou seja, a administração não está relacionada apenas aos setores produtivos de bens e serviços, ela está presente em todas as áreas de nossa vida. Por que estudar Administração Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 19 Como afirma Kwasnicka (2006, p. 19), “até mesmo um núcleo familiar requer certo grau de administração”. Desta forma, são muitas as razões pelas quais pre- cisamos compreender a Administração e, principalmente, quando se inicia um negócio, um projeto de vida, e quando há a união com outras pessoas ou com outras organizações. Por isto, antes mesmo de compreendermos o conceito da palavra em si, é neces- sário buscar uma razão para estudar a administração, e uma das razões parte do pressuposto de que buscamos caminhos e formas diferentes para o alcance de objetivos. Porém, como aponta Maximiano (2004, p. 26), “é preciso ir além da interpretação da palavra para compreender o papel que a administração desem- penha para as organizações e a sociedade”. Neste sentido, caro(a) aluno(a), você conhecerá ao longo desta disciplina for- mas de administrar numa perspectiva científica, propiciando um conhecimento embasado em renomados autores, de maneira que as suas tomadas de decisões e as suas escolhas diante da complexidade de atividades administrativas ao longo de sua jornada organizacional seja mais assertiva. De acordo com Maximiano (2004) e Kwasnicka (2006), quanto maior o nível de complexidade das atividades, maior a necessidade de aplicar os conhecimentos da ciência administrativa. Para Kwasnicka (2006, p. 19), “admi- nistrar é um processo integrativo da atividade organizacional que permeia nossa vida diária”. VISÃO GERAL DA ADMINISTRAÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E20 Que caminho seguir? Administradores usam teorias administrativas para a tomada de boas decisões no seu cotidiano, e uma teoria administrativa explica e prediz o comportamento das organizações e de seus membros. Para Silva (2008, p. 4), “uma teoria é um conjunto de conceitos e ideias que explica e prediz fenômenos sociais e físicos”. Como salienta Kwasnicka (2006, p. 19): Embora pesquisadores e profissionais mais experientes tenham produ- zido um corpo de conhecimento bastante expressivo no campo da Ad- ministração, um entendimento mais consistente da artede administrar ainda é limitado. Assim, um refinamento das teorias, técnicas e práticas administrativas poderá ser útil para a maioria dos tipos de organização. Estudando esse crescente corpo de conhecimento, poderemos enten- der como a Administração contribui também para a evolução do as- pecto social. Por que estudar Administração Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 21 É importante frisar que os conceitos aqui apresentados têm base introdutória com o objetivo de permitir a você, prezado(a) estudante, tomar conhecimento dos vários temas que envolvem o campo da ciência administrativa. Segundo Maximiano (2004), as teorias são explicadas por diferentes termos, e neste livro estes serão usados alternativamente, portanto, é necessário conhecê-los – Tabela 1 a seguir. TERMOS CONCEITOS Teorias São explicações, interpretações ou proposições sobre a reali-dade, por exemplo, a Teoria da Administração. Enfoque É também chamado de Pensamento, Abordagem ou Pers- pectiva, onde se estuda o aspecto particular das organiza- ções ou do Processo Administrativo, por exemplo, o Enfoque Comportamental. Escola É uma linha de pensamento ou conjunto de autores que usaram o mesmo enfoque, escolheram o mesmo aspecto específico para analisar, ou adotaram o mesmo raciocínio. Modelo de Gestão (ou Administração) É um conjunto de doutrinas e técnicas do Processo Admi- nistrativo, muitas vezes, está associado a uma base cultural, exemplo, o modelo japonês de Administração. Modelo de Organização É um conjunto de características que definem organizações e a forma como são organizadas. Por exemplo, Modelo Buro- crático de Organização. Doutrina (ou Preceito) É um princípio de conduta que contém valores, implícitos ou explícitos. As doutrinas, em geral, recomendam como agir, orientando os julgamentos e as decisões dos adminis- tradores. Por exemplo, o movimento da qualidade tem uma doutrina de satisfação do cliente. Técnicas São soluções para problemas. Por exemplo, os organogra- mas, metodologias de planejamento, estudos de tempos e movimentos e sistemas de controle. Tabela 1: Termos da Administração Fonte: adaptada de Maximiano (2004) VISÃO GERAL DA ADMINISTRAÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E22 Nesta unidade, além dos conceitos já citados, nos próximos tópicos serão apresen- tados apenas alguns conceitos básicos sobre administração e suas inter-relações, dando uma ênfase especial ao Processo Administrativo, às Organizações e seus ambientes e aos Papéis dos Administradores nos níveis da Administração. CONCEITOS DE ADMINISTRAÇÃO Existem muitos conceitos e livros sobre Administração, porém a maioria dos auto- res compartilha, em consenso, a ideia básica sobre o conceito de Administração, ideia esta relacionada com o alcance de objetivos por meio dos recursos dispo- níveis, ou seja, objetivos, decisões e recursos são palavras-chave na definição de Administração. Conceitos de Administração Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 23 Mas afinal, o que é Administração? Para Chiavenato (1997, p. 9), a palavra Administração vem do latim ad (dire- ção, tendência para) e minister (subordinação ou obediência), e significa aquele que realiza uma função abaixo do comando de outrem, isto é, aquele que presta um serviço a outro. No entanto, a palavra ao longo do tempo sofreu grandes transformações e atualmente é definida como “o processo de planejar, organi- zar, dirigir e controlar o uso de recursos a fim de alcançar objetivos”. Para Silva (2008, p. 6), Administração é: “um conjunto de atividades dirigidas à utilização eficiente e eficaz dos recursos, no sentido de alcançar um ou mais objetivos ou metas organizacionais”. Corroborando com o autor supracitado de maneira sintetizada, Maximiano (2004, p. 26) diz que significa “o processo de tomar e colocar em prática deci- sões sobre objetivos e utilização de recursos”. Entretanto, Kwasnicka (2006, p. 20) salienta que o termo Administração pressupõe que ele seja visto como “um pro- cesso integrativo fundamental, buscando a obtenção de resultados específicos”. A Figura 1 reforça e relaciona alguns elementos do conceito de Administração com as atividades Administrativas. Atividades Administrativas Recursos Materiais Recursos Financeiros Recursos Informacionais Recursos Humanos Alcance de Metas Utilização e�ciente e e�caz dos recursos Figura 1: Caracterização das atividades administrativas Fonte: adaptada de Van Fleet e Peterson (1994 apud SILVA 2008, p. 7). VISÃO GERAL DA ADMINISTRAÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E24 Existe a necessidade de administrar as diversas variáveis, sejam elas os recur- sos materiais e humanos, a tecnologia, as restrições ambientais, entre outras variáveis que compõem o ambiente interno e externo às organizações. Desta forma, é preciso buscar o entendimento do modo de administrar e a interação entre os principais recursos representados por pessoas, informação e conhe- cimento, espaço, tempo, dinheiro e instalações para se atingir objetivos, pois é fundamental para a tomada de decisão, seja ela individual, pessoal ou orga- nizacional, ou seja, o processo para a tomada de decisões a fim de obter os resultados esperados. Conforme apresentado na Figura 2 de maneira resumida, as decisões envol- vem planejamento, execução e controle. De acordo com o autor, o planejamento visa a definir objetivos e recursos, já a organização visa à disposição de recursos em uma estrutura e a execução visa à realização dos planos. Por fim, o controle visa à verificação dos resultados. Estas funções administrativas serão discutidas e aprofundadas mais adiante. A Figura 2 representa este processo: RECURSOS Pessoas Informação e Conhecimento Espaço, Tempo, Dinheiro e Instalações DECISÕES Planejamento, Execução, Direção e Controle OBJETIVOS Resultados esperados Figura 2: Processo Administrativo Fonte: adaptada de Maximiano (2004, p. 26). E, embora, o processo administrativo seja importante em qualquer contexto de utilização de recursos, a razão principal para estudá-lo é o seu impacto sobre o desempenho das organizações. Para isto, neste primeiro momento, importa entender melhor o que são e representam estas organizações na sociedade. Entendendo o que são Organizações Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 25 ENTENDENDO O QUE SÃO ORGANIZAÇÕES Há uma grande diversidade de teorias e conceitos sobre a tipologia das organi- zações. Entender a teoria organizacional e seus objetivos é fator primordial para uma boa administração. De acordo com Kwasnicka (2006, p. 20): A teoria das organizações amplia de forma considerável a tipologia das organizações: as de transformação – fábricas; as de serviços – hospi- tais, bancos etc: as assistenciais – Igrejas e ONGs. Há objetivos úni- cos, múltiplos, coletivos, pessoais. Há organizações temporais e outras permanentes, sem perder de vista a classificação por tamanho e poder econômico, intensa em tecnologia, em capital humano etc. Para Silva (2008), a teoria da Administração e a teoria da Organização são con- ceitos proximamente relacionados, ou seja, um Administrador deve entender os trabalhos de uma organização para ser eficaz em seus papéis administrativos. Desta forma, o modo de pensar sobre as organizações é baseado em padrões e regularidades no projeto organizacional e no comportamento. De acordo com Maximiano (2004, p. 28), “o principal motivo para a existên- cia das organizações, é o fato de que certos objetivos só podem ser alcançados por meio da ação coordenada de gruposde pessoas”. Da mesma forma, Silva (2008, p. 40) define uma organização como “duas ou mais pessoas trabalhando juntas cooperativamente dentro de limites identificáveis, para alcançar um obje- tivo ou meta comum”. VISÃO GERAL DA ADMINISTRAÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E26 Robbins (2005, p. 31) conceitua uma organização como “um arranjo siste- mático de duas ou mais pessoas que cumprem papéis formais e compartilham propósito comum”. Exemplificando: a faculdade que você estuda, o supermer- cado, o McDonald’s são organizações porque possuem características comuns, como um propósito distinto, são compostas por pessoas e por desenvolverem- -se em uma estrutura sistemática. De acordo com os conceitos apresentados, e nas palavras de Silva (2008), está implícito que: ■ As organizações são compostas por pessoas, o que envolve uma comple- xidade nos relacionamentos sociais e na variabilidade ou diversidade de seres humanos. ■ Quando pessoas trabalham juntas, é necessário dividir o trabalho e pro- curar pessoas com habilidades ou conhecimento, envolvendo ações de coordenação e de controle de forma imperativa. ■ As organizações devem ter limites, delimitações, ou seja, os limites se referem ao que as pessoas devem ou podem fazer na organização, já a deli- mitação da organização é determinada por aquelas pessoas oficialmente membro das organizações, mas pode também ser estabelecida por pes- soal contratado, trabalhadores temporários e consultores, neste sentido, outro fator importante é determinar quais atividades devem ser experi- mentadas e quais devem ser deixadas para outras organizações externas (make or buy – decisão de fazer ou comprar). ■ As organizações são arranjos com propósitos e procuram alcançar obje- tivos, existindo para perseguir esses objetivos e metas permanentes. As organizações são mais eficientes do que indivíduos agindo independentemente. Primeiro pelo poder de barganha no mercado, a partir da alocação eficiente de recursos e da negociação dos preços, e segundo por que alocam recursos com base em uma hierarquia, ou seja, baseado em regras e relação de autoridade. Ambos, mercado e hierarquia sugerem redução de incerteza e custos para as organizações (ROBBINS, 2005). As organizações enfrentam grandes desafios para alcançar as suas metas, e os administradores do futuro enfrentarão muitos dos problemas que as gera- ções anteriores já enfrentaram, por exemplo: flutuações cíclicas na economia das As Organizações e seus Ambientes Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 27 nações, aceleração da taxa de obsolescência dos produtos e processos e o aumento da preocupação com as mudanças organizacionais. (KWASNICKA, 2006). AS ORGANIZAÇÕES E SEUS AMBIENTES Como as organizações estão inseridas em um ambiente que pode ser o bairro de uma cidade, de um estado, uma nação ou o mundo, o conceito de organização inclui o termo sistemas. Apesar das diferenças entre as organizações, elas estão relacionadas às atividades e métodos de operação das várias formas de organi- zação de negócios e também entre organizações do mesmo tipo, por exemplo, se comparado a tamanho e escala de atividades (SILVA, 2008). Na unidade III, será apresentada a Teoria Geral dos Sistemas, aqui, neste tópico, sinteticamente, explicaremos o conceito de organizações como sistemas abertos. Silva (2008, pp. 44-45) assim exemplifica: As organizações como sistemas abertos, os quais tomam entradas do ambiente (saídas de outros sistemas) e, por meio de uma série de ativi- dades, transformam ou convertem estas entradas em saídas (entradas em outros sistemas) para alcançar algum objetivo. Todas as organiza- ções precisam de objetivos claros, os quais vão determinar a natureza das entradas, a série de atividades para alcançar as saídas e a realização de metas organizacionais. O feedback sobre o desempenho do sistema e os efeitos das operações sobre o ambiente são medidos em termos de consecução dos objetivos e intenções. Conforme apresentado por Silva (2008), qualquer que seja o tipo ou classificação da organização, a transformação e a conversão de entradas e saídas é um aspecto comum a todas as organizações. Desta forma, dentro da organização (sistema) como um todo, cada uma das diferentes atividades pode ser vista também como um subsistema separado, com seus próprios processos de entradas e saídas rela- cionados e interagindo com outros subsistemas, ou seja, os subsistemas podem ser determinados pelas organizações, tais como setores de produção, de manu- tenção, de administração, de marketing, uma tarefa, como planejar etc. VISÃO GERAL DA ADMINISTRAÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E28 Apesar de todo o corpo de conhecimento ser peculiar ao estudo da Administração, como aponta Kwasnicka (2006, p. 20), “é preciso ter a clareza que um estudo sistemático do tema auxilia no reconhecimento das habilidades essenciais a todas as organizações”. No decorrer dos anos, certos conceitos têm sido desenvolvidos [...] asso- ciados com conceitos derivados de outros campos da ciência [...], assim é um campo técnico evolutivo e mutante. O tratamento em áreas de especialização, como marketing, finanças, produção, recursos humanos, foi um avanço no enten- dimento e tratamento do complexo organizacional. AMBIENTE Feedback · Matérias- -primas · Informações · Recursos �nanceiros · Recursos humanos · Recursos tecnológicos Processo de transformação (subsistemas inter-relacionados, exemplo: ENTRADA SAÍDA e Produtos Serviços Figura 3: Organizações como sistemas abertos Fonte: adaptada de Silva (2008, p. 44) Atualmente, as exigências com as organizações são mais requeridas, exigindo que atendam de forma rápida, com qualidade e responsabilidade às multiface- tadas necessidades do mercado, o que exige um posicionamento diferente da função de Marketing, por exemplo, exigindo um relacionamento mais estreito com o consumidor. O ambiente organizacional de trabalho é bastante volátil, e os administra- dores precisam buscar soluções de maneira mais ágil e eficiente, o que envolve habilidades para enfrentar as forças dentro e fora da organização. Estas forças, como salienta Silva (2008, p. 49), “são originadas no ambiente geral, no ambiente das tarefas e no ambiente interno das organizações”. O Ambiente Geral das Organizações está relacionado aos fatores externos a uma organização, e representam restrições. Chamado também de macroambiente, As Organizações e seus Ambientes Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 29 pode ser visto como constituinte de forças indiretas do ambiente externo, por- que pode influenciar o clima no qual a organização deve atuar. Essas forças são representadas pelo ambiente tecnológico, pelo ambiente econômico, pelo ambiente político/legal, pelo ambiente sociocultural e pelo ambiente interna- cional (SILVA, 2008). ■ Tecnológico: forças desenvolvidas no ambiente externo impactando e influenciando o uso do conhecimento e das técnicas organizacio- nais, de forma que a organização tenha que se manter à frente dos mais recentes desenvolvimentos e incorporar os avanços para se man- ter competitiva. ■ Econômico: mudanças, como taxas de inflação, desemprego, crescimento do produto interno, taxas de juros, entre outras, causam tanto oportu- nidades como problemas aos administradores, ou seja, quando está em crescimento oferece oportunidades, porém, quando a economia se retrai (como em recessões) a demanda despenca, o desemprego cresce e os lucros encolhem. As organizações devem monitorar de modo a minimi- zar as fraquezas e capitalizar as oportunidades. ■ Políticos/legais: diversas leis e autoridadescaracterizam as forças polí- ticas, legais e regulatórias que exercem de maneira indireta, mas forte, influência na organização, agindo como restritoras e afetando a organi- zação na forma como pagam os salários, as taxas, e podem influenciar inclusive em responsabilidades junto aos consumidores. Também provo- cam um aumento nos níveis de qualidade dos produtos e serviços para o mercado, no mundo todo. ■ Socioculturais: são mudanças que afetam as ações de uma organização e a demanda por seus produtos ou serviços. Atualmente está em evidência a responsabilidade socioambiental, em função de uma conscientização pela melhor qualidade de vida das pessoas. ■ Internacionais: são forças indiretas que advêm de fornecedores estran- geiros, que envolvem competitividade, oportunidades e ameaças para as organizações. O Ambiente das Tarefas é constituído pelos seguintes elementos: clientes, com- petidores, fornecedores, reguladores e parceiros estratégicos (SILVA, 2008). VISÃO GERAL DA ADMINISTRAÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E30 ■ Clientes: é representado pelas pessoas que compram produtos ou serviços de uma organização e diferem em diversas características, como educa- ção, idade, renda, estilo de vida etc. De todas as forças diretas, os clientes são, talvez, as mais vitais para as organizações. A pesquisa de clientes é uma forma para detectar as mudanças de preferências dos consumido- res. Porém pode ser bastante onerosa para os resultados organizacionais. ■ Competidores: são representados por organizações concorrentes. Existem dois tipos: os intratipos (ou diretos – produtos ou serviços similares) e os intertipos (ou indiretos – podem desviar o interesse do consumidor). ■ Fornecedores: são organizações que provêm os recursos (financeiros, energia, equipamentos, matéria-prima), por exemplo, os quais represen- tam as nossas entradas no sistema organizacional. Estes recursos podem afetar significativamente a qualidade, o custo, o prazo de entrega de qual- quer produto ou serviço, sendo a organização compradora vulnerável a diversos problemas potenciais de fornecimento. ■ Reguladores: são elementos do ambiente das tarefas que têm o poder de controlar, legislar ou influenciar as políticas e práticas das organizações. Sendo compostos por agências reguladoras (órgãos governamentais, cria- dos para um determinado fim ou para proteger as organizações umas das outras) e grupos de interesse (uniões dos próprios membros, na tentativa de proteger seu negócio). ■ Parceiros Estratégicos: representado por duas ou mais organizações que trabalham juntas sob a forma de joint ventures ou outras parcerias para facilitarem venda, distribuição ou divulgação de produtos ou serviços das organizações em parceria. O Ambiente Interno – Organizacional: os elementos do ambiente interno da organização são representados pelos proprietários, empregados, administrado- res e ambiente físico (SILVA, 2008). ■ Proprietários: pessoas com direitos legais de propriedade do negócio. É representado por um único indivíduo, parceiros, investidores individu- ais que compram ações de uma ou mais organizações. As Organizações e seus Ambientes Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 31 ■ Empregados: os recursos humanos compõem o principal recurso interno de uma organização, e representam um grande desafio para os adminis- tradores devido a uma pluralidade de fatores como raça, etnia, gênero, idade, cultura, entre outros. ■ Administradores: corpo governante eleito pelos acionistas ou escolhido pelo proprietário, encarregado geral da empresa ou de empresas, que visa a garantir o desempenho de funções administrativas e resultados estabelecidos. ■ Ambiente Físico: representam as instalações das organizações e o traba- lho que as mesmas executam. Pode envolver diversas configurações que oferecem vantagens e desvantagens. De maneira bastante ampla, para Silva (2008) e Kwasnicka (2006), os principais desafios organizacionais estão representados pelas seguintes condições: ■ A administração das organizações num ambiente global, o que envolve implicações importantes, que podem apresentar-se na forma de insta- bilidades econômicas e políticas, ameaças e oportunidades. Importante ressaltar que nem todas as organizações são afetadas igualmente pelos mesmos fatores, pois existem outros fatores que podem afetar positiva- mente ou negativamente as organizações. ■ O projeto e estruturação ou reestruturação das atividades organizacio- nais, de maneira que as organizações devem adequar-se ou readequar-se no modo como são organizadas. ■ A melhoria da qualidade, da competitividade e o empowerment (des- centralização/delegação de poderes), de forma que a qualidade e o empowerment são ferramentas organizacionais importantes para aten- der às exigências do mercado e garantir a competitividade. ■ O aumento da complexidade, da velocidade e da reação às mudanças ambientais, de forma que, dada a velocidade como estão ocorrendo essas mudanças, principalmente relacionadas à informação e ao avanço tecno- lógico, exige que as organizações se estruturem de modo a maximizar as habilidades para usar tais informações. Vale salientar que velocidade e responsabilidade requerem mais do que computadores rápidos, exigem sistemas computacionais que possam acelerar o fluxo de informações. VISÃO GERAL DA ADMINISTRAÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E32 ■ A administração ética e moral das organizações são imprescindíveis quando o assunto são decisões com responsabilidade social, principal- mente porque envolvem aspectos morais e valores que governam os comportamentos humanos. Dada a importância do tema, este terá uma ênfase especial na unidade V de nosso livro. FUNÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO De acordo com diversos autores da Administração, para responder à neces- sidade do aprendizado em Administração, exigiu-se uma Teoria Geral da Administração que pudesse ser ensinada. Henri Fayol buscou responder a esta necessidade criando a sua própria teoria, a qual começa por dividir a empresa em atividades e funções distintas. Na unidade II, na Abordagem Clássica da Administração, aprofundaremos os conceitos teóricos sobre este importante personagem. Neste primeiro momento, como já descrevemos anteriormente, apresentare- mos um panorama geral desta teoria com os conceitos básicos sobre o Processo Administrativo. A Tabela 2 representa resumidamente este processo. PROCESSO SIGNIFICADO Planejamento Decisões sobre objetivos e recursos necessários para realizá-los. Organização Decisões sobre a divisão de autoridade, responsabilidades e recursos para realizar objetivos. Execução Decisões de execução de planos. Direção, coordenação e autogestão são estratégias de execução. Controle Decisões de assegurar a realização dos objetivos. Tabela 2: Processo Administrativo Fonte: Maximiano (2004, p. 105) Funções da Administração Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 33 A seguir, detalharemos cada processo, conceituando e fazendo as inter-relações necessárias à compreensão de cada etapa do Processo Administrativo, iniciando pela etapa do Planejamento e, em seguida, dando sequência às demais etapas. PLANEJAMENTO Dentro do Processo Administrativo, a ação Planejar é a ferramenta mais utili- zada pelas pessoas e organizações para administrar suas relações com o futuro, denominadas Decisões de Planejamento. Pode ser definida de várias maneiras, segundo Maximiano (2004, p. 105): Planejar é definir objetivos ou resultados a serem alcançados. É definir meios para possibilitar a realização de resultados. É interferir na reali- dade, para passar de uma situaçãoconhecida a uma situação desejada, dentro de um intervalo definido de tempo. É tomar no presente deci- sões que afetam o futuro, para reduzir sua incerteza. Como se pode perceber, é um processo que corrobora com o que já discutimos antes sobre os conceitos de Administração, ou seja, planejar é uma dimensão do processo de tomar decisões que envolve uma preparação, que vai resultar em um plano. Este plano é definido pelos resultados deste planejamento. Conforme apresentado no tópico “Organização como sistemas abertos”, podemos denomi- nar o Ato de Planejar como um “subsistema” dentro do contexto organizacional. E, como salienta Robbins (2005, p. 33), a função de planejamento: Abrange a definição de metas de uma organização, o estabelecimento de uma estratégia global para alcançar essas metas e o desenvolvimento de uma hierarquia completa de planos para integrar e coordenar ativi- dades. Da mesma forma, num processo sistêmico, este processo compreende três elemen- tos principais: obtenção ou identificação dos dados de entrada, o processamento dos dados representado aqui pelo processo de planejamento e a saída dos dados, representado pela elaboração do plano. VISÃO GERAL DA ADMINISTRAÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E34 A Figura 4 representa o processo de planejamento: DADOS DE ENTRADA • Informações • Modelos e Técnicas de Planejamento • Ameaças e Oportunidades • Projeções • Decisões que afetam o futuro • Etc. • Análise e Interpretação dos dados de Entrada • Criação e Análise de Alternativas • Decisões PROCESSO DE PLANEJAMENTO • Objetivos • Recursos • Meios de Controle ELABORAÇÃO DE PLANOS Figura 4: Processo de planejamento Fonte: Maximiano (2004, p. 107) Conforme explicitado na Figura 4, os dados de entrada representam as informa- ções sobre o ambiente externo e os sistemas internos da organização e podem mostrar as ameaças e oportunidades, já o processo consiste em fazer análises e tomar decisões, transformando esses dados de entrada por meio das habilidades gerenciais, com o propósito da preparação de um plano. O plano em essên- cia contém a combinação de três componentes importantes, como os objetivos (resultados desejados ou metas), os recursos (meio da realização dos objetivos) e os meios de controle. De acordo com Maximiano (2004), os planos podem ser classificados em três níveis principais: planos estratégicos, planos funcionais e planos operacionais. ■ O plano estratégico abrange toda a organização, definindo sua relação com o ambiente e nele são estabelecidos a missão, os produtos e servi- ços a serem oferecidos, os clientes e mercados a serem atendidos e outros objetivos. ■ O plano funcional traduz os planos estratégicos em ações especializadas, como marketing, operações, recursos humanos e finanças. ■ Já os planos operacionais definem as atividades e recursos que possi- bilitam a realização de objetivos estratégicos ou funcionais. Neles são descritos orçamentos e cronogramas, por exemplo. O planejamento estratégico envolve a visão (imagem que se tem da organização no futuro), a missão e negócio (propósitos ou a razão de existir da organização), Funções da Administração Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 35 a análise do ambiente, que compreende a análise do ambiente interno (represen- tada pelas forças e fraquezas em relação a clientes, mercado, produtos e serviços, bem como as vantagens competitivas em relação ao mercado) e do ambiente externo (representada pelas oportunidades e ameaças em relação à concorrência, mercado, mudanças tecnológicas, entre outros), os objetivos ou metas estra- tégicas (envolve a formulação de estratégias), a implementação da estratégia (execução) e o acompanhamento por meio do feedback e controle de cada etapa (MAXIMIANO, 2004; ROBBINS, 2005; KAWASNICKA, 2006; SILVA, 2008). VISÃO E MISSÃO A N Á L I S E A M B I E N T A L Oportunidades e Ameaças EXTERNA Forças e Fraquezas INTERNA OBJETIVOS OU METAS ESTRATÉGICAS FEEDBACK OU CONTROLEIMPLEMENTAÇÃO FEEDBACK OU CONTROLE Planejamento Estratégico Figura 5: Planejamento Estratégico Fonte: elaborada pela autora ORGANIZAÇÃO De acordo com Maximiano (2004, p. 111), “Organizar é o processo de dispor qualquer conjunto de recursos em uma estrutura que facilite a realização dos objetivos”. Já o processo de organizar: VISÃO GERAL DA ADMINISTRAÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E36 Tem como resultado o ordenamento das partes de um todo, ou a divi- são de um todo em partes ordenadas, segundo algum critério ou prin- cípio de classificação. Organização é um atributo de qualquer conjunto estruturado ou ordenado segundo algum critério. O processo de or- ganizar aplica-se a qualquer coleção ou conjunto de recursos (MAXI- MIANO, 2004, p. 111). Segundo Robbins (2005, p. 33), os gerentes são responsáveis pela concepção da estrutura organizacional. Esta função é chamada organização e abrange a deter- minação das tarefas que serão realizadas, quem irá executá-las, como agrupá-las, quem se reportará a quem e quem tomará as decisões. Ainda, de acordo com Maximiano (2004, p. 111), “o processo de organiza- ção é também um processo decisório [Figura 6] e seu resultado é uma estrutura organizacional [Figura 7]”. A Figura 6 representa o processo de organização: • Planos • Recursos • Modelos e Técnicas de Organização • Condicionantes da Estrutura (recursos humanos� ambiente� estratégia� tecnologia) • Análise e Interpretação dos dados de Entrada • Criação e Análise de Alternativas • Escolha da estrutura organizacional PROCESSO DE ORGANIZAÇÃO • Divisão do trabalho • Autoridade e Hierarquia •Sistema de comunicação ESTRUTURA ORGANIZACIONALDADOS DE ENTRADA Figura 6: Processo de organização Fonte: Maximiano (2004, p. 112) A estrutura organizacional define a autoridade e as responsabilidades das pes- soas como indivíduos e como integrantes de grupos, e pode ser representada por um organograma, contendo as informações como divisão de trabalho, autori- dade, hierarquia e comunicação (MAXIMIANO, 2004). Funções da Administração Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 37 C A D E I A D E C O M A N D O A U T O R I D A D E Unidades de trabalho (cargos e departamentos) Divisão horizontal de trabalho LINHAS DE COMUNICAÇÃO Finanças Marketing Produção Diretoria Figura 7: Organograma e seu significado Fonte: adaptada de Maximiano (2004, p. 113) De acordo com Maximiano (2004), em resumo, as decisões mais importantes identificam as responsabilidades pela execução das tarefas e definição do sis- tema de autoridade: 1. A divisão do trabalho é o processo por meio do qual uma tarefa é divi- dida em tarefas menores, a responsabilidade pela execução das tarefas é atribuída a pessoas, sendo o conjunto de tarefas atribuídas a uma pes- soa chamado de cargo. 2. Um departamento é agregado de cargos e tem responsabilidade em relação a uma função da organização (produção, vendas, administração financeira). A forma de dividir as tarefas depende de princípios chama- dos critérios de departamentalização. O critério mais simples é o que se baseia no critério funcional e pode evoluir para outros mais complexos, como os diversos tipos de organização de projeto (departamentos tem- porários), territorial (critério geográfico, onde cada unidade corresponde a um território), por produto (produto ou serviço), por cliente (clientes com necessidades distintas, lojas, departamentos) ou de projetos (ativi- dades temporárias, eventos, aeroportos, rodovias etc.). VISÃO GERAL DA ADMINISTRAÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A DE38 3. A autoridade é um direito legal que os chefes ou gerentes têm de influen- ciar o comportamento de seus subordinados, podendo ser de linha (chefes têm o direito de emitir ordens e esperar a obediência ou ade- são das pessoas), de assessoria (baseada no desempenho de atividades de aconselhamento) ou funcional (é o poder para determinar o que os outros devem fazer e independe das relações). EXECUÇÃO O processo de execução consiste em realizar atividades planejadas. Depende do tipo de organização, objetivos, atividades que realiza, competência das pes- soas, disponibilidade de recursos, entre outros fatores, envolvendo um plano explícito ou implícito. Elaborar planos, organizar equipe, realizar tarefa ope- racional, ministrar uma aula, escrever um livro, preparar um trabalho escolar fazem parte das atividades de execução. Baseia-se também no processo de pla- nejamento e de organização que são seus dados de entrada e muitas vezes se sobrepõem, de forma que os planos evoluem à medida que a execução avança (MAXIMIANO, 2004). Segundo Robbins (2005, p. 33), em todas as organizações, é tarefa geren- cial dirigi-las e coordená-las. Esta função é chamada também de Direção ou Liderança. Desta forma, “quando os gerentes motivam os funcionários, diri- gem as atividades dos outros, selecionam o canal de comunicação mais eficaz ou solucionam conflitos entre seus membros, estão envolvidos na liderança”. Ainda, de acordo com Maximiano (2004), há várias maneiras de fazer com que uma atividade seja executada: pessoalmente, junto com um grupo, em con- junto com outro indivíduo, delegando a outra pessoa ou grupo para que faça a atividade, enquanto você controla o desempenho e o fornecimento do produto ou serviço. Dirigir é apenas uma estratégia para fazer as atividades acontecerem, e a direção pode ser complementada por funções como autogestão, coordena- ção e liderança. Funções da Administração Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 39 A Figura 8 representa o processo de execução: PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO • Aquisição e mobilização de recursos • Realização de atividades PROCESSO DE EXECUÇÃO • Atividades realizadas • Fornecimento de produtos, serviços e ideias RESULTADOS Figura 8: Processo de execução Fonte: Maximiano (2004, p. 121) CONTROLE Segundo Robbins (2005, p. 33), “a função final, desempenhada pelos gerentes, é o controle”, ou seja, depois que as metas são fixadas, os planos formulados, os arranjos estruturais definidos e as pessoas contratadas, treinadas e motivadas, alguma coisa ainda pode não tomar a direção correta. Desta forma, para garan- tir que as coisas caminhem como devem, a administração precisa monitorar o desempenho da organização. O desempenho real deve ser comparado às metas previamente fixadas, de forma que os gerentes possam trazer a organização novamente para o seu curso. Esse processo de monitorar, comparar e corrigir se constitui na função controle. Para Maximiano (2004, p. 123), “o processo de controle é o complemento dos processos de planejamento e execução”. Ele está ligado à consecução de obje- tivos, para isto, seu processo deve informar quais objetivos devem ser atingidos, apresentar seu desempenho em comparação com esses objetivos e o que deve ser feito para assegurar a realização desses objetivos. Controlar, em essência, é um processo de tomar decisões e tem por finalidade manter um sistema na direção desse objetivo, com base em informações contínuas sobre as atividades do pró- prio sistema e sobre o objetivo (padrão de controle). VISÃO GERAL DA ADMINISTRAÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E40 A Figura 9 representa o processo de Controle: Comparação de resultados com objetivos e Decisão PROCESSO DE CONTROLE Informações sobre objetivos e resultados DADOS DE ENTRADA DE CONTROLE AÇÃO CORRETIVA OU DE REFORÇO Padrões de controle PROCESSO DE PLANEJAMENTO Objetivos RESULTADOS PROCESSO DE EXECUÇÃO Figura 9: Processo de controle Fonte: adaptada de Maximiano (2004) Desta forma, é preciso saber o que precisa ser controlado e conhecer os padrões de controle. Por exemplo, atender um cliente em menos de cinco minutos. O padrão de controle é o minuto. É importante frisar que o controle depende de muitas informações sobre as atividades que estão sendo executadas e seus resul- tados, por isto, é preciso conhecer o andamento das atividades. Por exemplo, inspeção visual das atividades, cartões de ponto e sistema eletrônicos. Como afirma Maximiano (2004), a etapa seguinte consiste em comparar a ação para corrigir ou reforçar a atividade ou desempenho. Neste sentido, podem ser indicadas três situações: desempenho real igual ao esperado, abaixo do esperado ou acima do esperado. Ao final, é preciso que a informação produ- zida permita tomar decisões sobre novos objetivos e novos padrões de controle: 1. Controle estratégico: tem como finalidade acompanhar e avaliar o desempenho da organização na realização de sua missão e acompa- nhar os fatores externos que influenciam a organização. A partir do controle estratégico, produzem-se também as informações de análise Funções da Administração Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 41 interna (pontos fortes e fracos) e externa (ameaças e oportunidades). Desta forma, a alta administração define a sua relação desejada com o ambiente, ou desempenho desejado dentro de um ambiente definido. 2. Controles Administrativos: têm como foco a área funcional, por exem- plo, marketing e finanças, e produzem informações especializadas que possibilitam a tomada de decisão para cada área. A organização tam- bém pode fazer o benchmarking (comparar seu desempenho com o de outras organizações). 3. Controle Operacional: tem como foco as atividades e o consumo de recursos em qualquer área funcional, sendo os cronogramas e orçamen- tos suas principais ferramentas de planejamento e controle operacional. De maneira geral, as funções administrativas têm as seguintes características, apresentadas no Quadro 1. 1. Planejamento • Estabelecer objetivos e missão • Examinar as alternativas • Determinar as necessidades de recursos • Criar estratégias para alcance dos objetivos 3. Direção • Conduzir e motivar os empregados na realização das metas organizacionais • Estabelecer comunicação com os trabalhadores • Apresentar solução dos conflitos • Gerenciar mudanças 2. Organização • Desenhar cargos e tarefas específicas • Criar a estrutura organizacional • Definir posições de staff • Coordenar as atividades de trabalho • Estabelecer políticas e procedimentos • Definir a alocação dos recursos 4. Controle • Medir o desempenho • Estabelecer comparação do desempenho com padrões • Tomar as ações necessárias para melhoria do desempenho Quadro 1: Funções e Características Administrativas Fonte: adaptado de Silva (2008, p. 10) VISÃO GERAL DA ADMINISTRAÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E42 EFICIÊNCIA E EFICÁCIA ORGANIZACIONAL Todas as ações administrativas destinam a alcançar um objetivo, atingir uma meta ou resultado. Essas atividades estão relacionadas com a eficiência (a ação) e o que se pretende alcançar é a eficácia (o resultado). Como aponta Silva (2008, p. 17), “a eficiência é a medida da utilização dos recursos quando se faz alguma coisa; refere-se à relação entre as ‘entradas’ e ‘saídas’ num processo” e, quanto mais saídas são obtidas com essas entradas, maior o grau de eficiência encon- trada. Já a eficácia está relacionada ao alcance dos objetivos e relacionada com a realização das atividades que provoquem o alcance dessas metas. “E�ciência é operar de modo que os recursos sejam mais adequadamente utilizados”(SILVA, 2008 p. 17). “E�cácia signi�ca fazer as coisas certas do modo certo no tempo certo” (SILVA, 2008 p. 18). Figura 10: Inter-relação entre eficiência e eficácia Fonte: adaptada de Silva (2008) Porém, conforme afirma o autor Silva (2008, p. 18), “não basta ser eficiente; é preciso ser eficaz. Só se é eficaz, todavia, sendo eficiente, isto é, os resultados só serão alcançados se trabalhar para isto”. O Quadro 2 representa algumas dife- renciações entre eficiência e eficácia. EFICIÊNCIA EFICÁCIA • Ênfase nos meios • Ênfase nos resultados • Realização das tarefas • Alcance dos objetivos • Resolução de problemas • Acerto na solução proposta • Treinamento de funcionários • Trabalho realizado corretamente Quadro 2: Elementos diferenciais entre eficiência e eficácia Fonte: adaptado de Silva (2008, p.18) As grandes fábricas e a preocupação com a eficiência atraíram a atenção de pessoas que lançaram as bases da ciência econômica e das teorias da administração. Adam Smith foi uma dessas pessoas que mostraram grande interesse por questões de natureza administrativa. Sua análise de fabricação de alfinetes, com a qual faz a apologia da divisão do trabalho, é uma contri- buição clássica para o entendimento das características, vantagens e pro- blemas criados pela Revolução Industrial. Ele observou que, na fabricação de alfinetes, a produtividade do trabalhador individual havia aumentado 240 vezes. No entanto, o trabalhador era ignorante e embotado. Em seu livro Elements of political economy, James Mill aponta a necessidade de reduzir ao mínimo o número de tarefas de cada trabalhador, a fim de aumentar a velocidade e a eficiência. Mill também se antecipou aos problemas que se- riam atacados por Taylor, ao sugerir que tempos e movimentos deveriam ser analisados e sistematizados para produzir a combinação mais eficiente. Fonte: Maximiano (2004, p. 94). Os Níveis da Administração Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 43 OS NÍVEIS DA ADMINISTRAÇÃO Até a década de 70, era comum empresas com mais de 10 escalões gerenciais (diretores, vice, assessores, gerentes, vice-gerentes, gerente de departamento, gerente de seção, supervisores, mestre, líderes de turma etc.). O processo admi- nistrativo e a comunicação eram extremamente fragmentados nessas estruturas. Nos anos seguintes, e com maior velocidade na década de 80, ganhou força o processo de downsizing, que provocou a diminuição das hierarquias, reduzindo a três ou quatro níveis efetivos, e dos anos 90 em diante, tornaram-se comuns pirâmides achatadas com três níveis: alta administração, gerência intermediá- ria e supervisão de primeira linha (MAXIMIANO, 2004). Os administradores realizam o mesmo conjunto de funções, e essas são rea- lizadas nos três níveis na organização: no topo (alta administração), no nível intermediário (gerência intermediária) e na área operacional (supervisão de primeira linha). No topo, os administradores são classificados como da alta admi- nistração, no nível médio e intermediário são classificados como sendo gerentes VISÃO GERAL DA ADMINISTRAÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E44 de média complexidade e no nível operacional são classificados como sendo per- tencentes da administração operacional, por exemplo, as supervisões e chefias. Todos esses níveis são considerados administrativos ou gerenciais por estarem diretamente ligados às suas atividades outras pessoas das quais dependem para consecução das atividades (SILVA, 2008; MAXIMIANO, 2004). De acordo com Silva (2008): ■ A alta administração encontra-se no topo da pirâmide e é representada pela alta direção ou diretoria (presidente e diretorias) responsável por dire- cionar, desenvolver políticas, estratégias e estabelecimento de metas que são repassadas aos níveis hierárquicos. Representa a organização perante a comunidade, o governo e outras organizações. ■ A média administração está no nível médio da pirâmide organizacio- nal, é conhecida como gerência de departamento ou gerência de setor. Estes planejam, organizam, dirigem e controlam outras atividades de uma unidade ou subunidade coordenando as atividades de outros gerentes, de primeiro nível, e outras pessoas não gerentes, como por exemplo recep- cionistas e assistentes administrativos. ■ A administração operacional compreende o primeiro nível e é direta- mente responsável pela produção de bens e serviços. Constituída por gerentes de venda e chefes de seção, este nível representa a ligação entre produção ou operações de cada departamento e a maior parte do tempo gasto pela administração operacional é com a supervisão de pessoas na execução das tarefas. Além desses três níveis, tem o pessoal não administrativo, representado pelos trabalhadores da linha de frente que não têm posição gerencial. Estes se reportam aos gerentes operacionais e são responsáveis pela execução das tarefas básicas decorrentes da divisão de trabalho. De acordo com Silva (2008), outra maneira de classificar os níveis admi- nistrativos é: a. Estratégico, que também corresponde à alta Administração, determinando objetivos a serem atingidos a longo prazo e a direção para a organização como um todo. Competências, Habilidades e Papéis do Administrador Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 45 b. Tático, correspondendo à média administração ou também chamado de gerência intermediária, como aponta Maximiano (2004), coordenando e decidindo que produtos ou serviços serão produzidos no médio prazo. c. Operacional, que corresponde à supervisão, ou também chamado de supervisão de primeira linha, de acordo com Maximiano (2004), coor- denando a execução das tarefas de todo o pessoal operacional. A Figura 11 representa esses níveis e suas classificações. NÍVEIS DA ADMINISTRAÇÃO Estratégico Tático Operacional Alta Administração (Diretoria) Média Administração (Gerência) Administração operacional (Supervisão) Pessoal não administrativo (pessoal de operações) Estabelecimento de objetivos, política e estratégias organizacionais. Implementação das tarefas administrativas, coordenação e solução de con�itos. Direção e supervisão do trabalho do pessoal operacional, nos processos de produção. Uso das habilidades técnicas para a realização das várias tarefas e atividades da organização. Figura 11: Níveis da Administração Fonte: elaborada pela autora com base em Maximiano (2004) e Silva (2008) COMPETÊNCIAS, HABILIDADES E PAPÉIS DO ADMINISTRADOR Historicamente e resumidamente, a Administração era vista como: a) um con- junto de funções; b) uma série de papéis; e, c) a aplicação de certas habilidades específicas. Todas essas abordagens focavam o comportamento do adminis- trador, mas cada uma definia este comportamento de uma maneira diferente. Deveria estar claro que nenhuma dessas abordagens é independente das outras duas, mas está se tornando bastante visível que as funções, papéis e habilidades requeridas pelos administradores estão mudando (SILVA, 2008). Papéis são os conjuntos de expectativas de comportamentos de um indiví- duo, em situações específicas (SILVA, 2008, p.15). VISÃO GERAL DA ADMINISTRAÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E46 Uma das habilidades específicas e requeridas para o mundo moderno é que o Administrador tome a decisão certa no momento certo. O que muitas vezes é crucial para a continuidade dos negócios. Herbert Simon (apud MAXIMIANO, 2006, p. 53), na década de 60, afir- mou que “administrar é sinônimo de tomar decisões, e toda ação gerencial tem natureza decisória”, e não é possível apreender toda a complexidade do mundo quando o assunto é a decisão a ser tomada, e desta forma, compartilhacom March o conceito de Racionalidade Limitada, que exprime essa incapacidade e propõe o modelo de homem administrativo, como sendo aquele que “procura tomar as decisões satisfatórias atendendo aos requisitos mínimos desejados” (MAXIMIANO, 2004, p. 54). Desta forma, de acordo com Simon (apud MAXIMIANO, 2006), cada fase de um processo decisório envolve: a) intelecção ou prospecção (análise de um problema ou situação que requer solução); b) concepção (criação de alternativas de solução para um problema ou situação); e, c) decisão (julgamento e escolha de uma alternativa). Ainda distingue dois tipos de decisões: as programadas (hábito e rotinas) e as não programadas (que dispõem de soluções automáticas). Como afirma Robbins (2006, p. 32), “pessoas que estudam e escrevem sobre administração há muito discutem sobre o melhor modo de qualificar o cargo do gerente”. O desempenho de qualquer papel gerencial, independente do nível organizacional, depende dessas habilidades. Representam as “COMPETÊNCIAS que determinam o grau de SUCESSO ou EFICÁCIA do gerente no cargo da organização” (MAXIMIANO, 2004, p. 65). Competências, Habilidades e Papéis do Administrador Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 47 E O QUE REPRESENTAM ESSAS HABILIDADES? De acordo com Katz (apud MAXIMIANO, 2004), existem três habilidades geren- ciais importantes: a técnica, a humana e a conceitual. Cada uma delas é descrita a seguir: Habilidade Técnica: está relacionada com a atividade específica do gerente e compreende conhecimentos, métodos e equipamentos necessários para a rea- lização das tarefas que fazem parte de sua especialidade ou de sua habilidade técnica. Exemplo: um diretor comercial deve conhecer os produtos e suas apli- cações, o preço de venda, os clientes, e saber técnicas de venda. Habilidade Humana: abrange a compreensão das pessoas e suas necessida- des e atitudes. O gerente deve ter a capacidade de entender, liderar e trabalhar com pessoas. Habilidade Conceitual: envolve a capacidade de compreender e lidar com a complexidade organizacional e usar o intelecto para formular estratégias. O gerente deve ter criatividade, saber planejar, ter raciocínio abstrato e entendi- mento do contexto geral. Conforme se sobe na hierarquia, segundo Katz (apud MAXIMIANO, 2004), a importância da habilidade técnica diminui e a habilidade conceitual torna-se necessária. Para um gerente de supervisão de primeira linha, o seu trabalho está diretamente ligado ao operacional e, neste caso, o conhecimento técnico é muito mais importante do que o de um executivo de alta administração. A Figura 12 representa os três tipos de habilidades gerenciais e sua relação com a posição na hierarquia. VISÃO GERAL DA ADMINISTRAÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E48 Presidente⁄ Diretor NÍVEL DO GERENTE NA ORGANIZAÇÃO TEMPO Gerente de primeira linha Funções Gerenciais Funções Técnicas 0% 100% Figura 12: Habilidades Gerenciais e Posição Hierárquica Fonte: elaborada pela autora com base em Maximiano (2004), Robbins (2005) e Silva (2005) Para Mintzberg (apud MAXIMIANO, 2004), é preciso ir além da transmissão de conhecimentos e oferecer oportunidades para o desenvolvimento e apri- moramento das habilidades gerenciais. Mintzberg identifica maior número de habilidades que Katz e as associa aos papéis gerenciais que criou (o Quadro 3 apresenta os papéis gerenciais) e propõe oito habilidades a partir de três catego- rias de papéis gerenciais: 1. Relacionamento com colegas: capacidade de estabelecer e manter rela- ções formais e informais (negociação, comunicação formal e informal, rede de contatos, política de compreensão e sobrevivência dentro da estru- tura de poder), especialmente do mesmo nível hierárquico, para atender aos seus objetivos ou servir a interesses recíprocos. 2. Liderança: essas habilidades são necessárias para a realização das tare- fas que envolvam a equipe de subordinados do gerente. 3. Resolução de conflitos: habilidade interpessoal de arbitrar conflitos entre pessoas e capacidade de tomar decisões para resolver distúrbios. Essa habilidade exige tolerância às tensões. Competências, Habilidades e Papéis do Administrador Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 49 4. Processamentos de informações: relacionados a aprender a construir redes informais e desenvolver habilidades de comunicação. 5. Tomar decisões em condições de ambiguidade: representam as situações imprevistas que necessitam de um diagnóstico e exigem a capacidade de decidir. O gerente, em muitas situações, lida com inúmeros problemas e precisa tomar as decisões certas em curtos períodos. Ambiguidade é o que acontece quando se tem poucas informações para lidar com essas situações. 6. Alocação de recursos: em algumas situações os recursos são limitados e os gerentes devem decidir quais atividades alocar, considerando essa limitação de acordo com as prioridades. 7. Empreendedor: envolvem a busca de problemas e oportunidades e a implementação controlada de mudanças organizacionais. 8. Introspecção: relacionam-se com a capacidade de reflexão e autoanálise, de forma que o gerente seja capaz de entender seu cargo e seu impacto sobre a organização, aprendendo com a própria experiência. De acordo com Robbins (2005), o termo papéis gerenciais diz respeito a catego- rias específicas de comportamento gerencial e os dez papéis podem ser agrupados em torno de três temas: relações interpessoais, transferência de informações e tomada de decisões. Maximiano (2004) agrupou os 10 papéis gerenciais em três famílias: papéis interpessoais, papéis de informação e papéis de decisão – Quadro 3, no qual daremos ênfase nos papéis: INTERPESSOAIS: abrangem as relações interpessoais dentro e fora da orga- nização representadas pelo(a): 1. Figura de Proa: o gerente age como um símbolo e representante da orga- nização, ou seja, age como relações públicas. 2. Líder: presente na maioria das atividades interpessoais nas quais há alguma forma de influência, por exemplo, com os funcionários e clientes. 3. Ligação: envolve a teia de relacionamentos e manutenção delas, reali- zando intercâmbio de recursos e informações que permitem ao gerente trabalhar. VISÃO GERAL DA ADMINISTRAÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E50 INFORMAÇÃO: está relacionada com a obtenção e transmissão de informa- ções dentro e fora das organizações e é representada pelo: 4. Monitor: o gerente recebe ou procura obter informações que lhe per- mitem entender o que se passa na sua organização e no meio ambiente. 5. Disseminador: dissemina as informações externas para dentro da orga- nização. 6. Porta-voz: inverso do papel do disseminador, transmite a informação interna para o meio ambiente da organização. DECISÃO: envolve a resolução de problemas e tomada de decisões relaciona- das a novos empreendimentos, distúrbios, alocação de recursos e negociações com representantes de organização e é representada pelo: 7. Enterpreneur: empreendedor, o gerente atua como iniciador e planeja- dor de mudanças controladas e desejadas que incluem melhoramentos na organização, identificação e aproveitamento de oportunidades de negó- cios, entre outras iniciativas. 8. Controlador de distúrbios: em situações parcialmente fora do controle, o gerente atua como controlador dos eventos imprevistos, das crises e conflitos. 9. Administrador de recursos: coração do sistema, este papel é inerente à autoridade formal e está presente em qualquer decisão que o gerente tome, e compreende três elementos essenciais, como a) administrar o próprio tempo; b) programar o trabalho alheio; e c) autorizar as deci- sões tomadas por
Compartilhar