Buscar

Homem condenado a ser livre - 2º anos

Prévia do material em texto

O SER HUMANO 
ESTÁ CONDENADO 
A SER LIVRE 
2º ANOS 
FILOSOFIA 
Professora: Valdenise Morais 
 
JEAN-PAUL SARTRE (1905 —1980) 
• Foi um filósofo, escritor e dramaturgo francês 
contemporâneo. Autor de dezenas de livros, a 
sua obra mais importante é o clássico 
da filosofia contemporânea O ser e o nada. 
Sartre foi fortemente influenciado pelo 
pensamento dos filósofos alemães 
contemporâneos Friedrich Nietzsche e Martin 
Heidegger, além da influência em sua obra da 
fenomenologia do filósofo e matemático alemão 
Edmund Husserl. Sartre é considerado um dos 
maiores pensadores da filosofia existencialista. 
 
SOMOS OS 
RESPONSÁVEIS POR 
NOSSA EXISTÊNCIA 
• Se o homem primeiro existe e depois se faz por suas ações, ele é um projeto - 
é aquele que se lança no futuro, nas suas possibilidades de realização. O que 
isso quer dizer? Eu não escolho nascer no Brasil ou nos EUA, pobre ou rico, 
branco ou preto, saudável ou doente: sou "jogado" no mundo. Existo. Mas o 
que eu faço de minha vida, o significado que dou à minha existência, é parte 
da liberdade da qual não posso me furtar. Posso ser escritor, poeta ou 
músico. No entanto, se sou bancário, esta é minha escolha, é parte do projeto 
que eliminou todas as outras possibilidades (escritor, poeta, músico) e 
concretizou uma única (bancário). E, além disso, tenho total responsabilidade 
por aquilo que sou. 
 https://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/existencialismo-o-homem-esta-condenado-a-ser-livre.htm 
 
O HOMEM 
É CONDENADO A 
SER LIVRE 
• Sartre afirmou que o existencialismo é uma filosofia dura e criticada, uma 
vez que a maioria das pessoas não aceita as consequências de suas ações, 
preferindo culpar os outros (Deus, o destino ou as pessoas). 
• Tal é a ideia da frase “O inferno são os outros” desse filósofo, pois, para o 
homem consciente da sua liberdade, os outros estão sempre lhe convocando 
a assumir a responsabilidade de suas ações. 
• O homem que assume sua responsabilidade deixa de ser escravo dos outros. 
É por isso que, no existencialismo, o homem é “condenado a ser livre”. 
Condenado, pois nasce contra sua vontade, e livre, pois é responsável por 
tudo o que faz. 
 
 
LIBERDADE 
• Culpar os outros é o discurso do 
escravo. O indivíduo que não assume 
as consequências de seus atos sempre 
irá ver nos outros os responsáveis pelo 
seu sofrimento. 
• Por outro lado, ter consciência das 
consequências de suas ações, é o 
discurso do homem livre. Liberdade é, 
na verdade, a consciência da 
responsabilidade no momento da 
escolha. Essa consciência deveria ser o 
elemento norteador de nossa ética. 
 
 
LIBERDADE 
• Um dos conceitos fundamentais da filosofia existencialista sartriana é o de 
liberdade, uma vez que, para o filósofo, o homem está condenado a ser livre e 
toda a sua existência decorre desta condição. Assim, frente a uma decisão, o 
homem percebe o seu total desamparo, já que não há nada que possa salvá-
lo da tarefa de escolher; em suma, nada pode salvá-lo de si mesmo – 
diria Jean-Paul Sartre. 
• Desse modo, o ser humano, fundamentando-se na sua estrita liberdade, vê-se 
a todo instante compelido a se inventar, posto que são suas escolhas que 
constroem a sua essência. Diante desta condição, cabe somente a ele 
estabelecer, através de suas ações concretas, os critérios que servirão de 
norte para as suas decisões, explica Sartre. 
 
 
ANGÚSTIA 
ÉTICA 
• Frente a esta falta de fundamentos prontos, o homem angustia-se diante da 
responsabilidade de escolher, visto que a escolha é ao mesmo tempo 
afirmação do valor daquilo que se escolhe, trazendo consigo, assim, o peso da 
responsabilidade. Desse modo, ao escolher algo e, consequentemente, 
afirmar o seu valor, estamos ao mesmo tempo comunicando a todos o 
caráter benéfico daquela escolha, já que não há ninguém que possa escolher 
o mal para si. Desse ponto de vista, nos tornamos responsáveis não só por 
nós, mas por toda a humanidade. 
“Escolher ser isto ou aquilo é afirmar ao mesmo tempo o valor do que 
escolhemos, porque nunca podemos escolher o mal, o que escolhemos é 
sempre o bem, e nada pode ser bom para nós sem que o seja para todos”. 
SARTRE 
 
 
ESCOLHA 
• Quando Jean-Paul Sartre diz que “nada 
pode ser bom para nós sem que o seja 
para todos”, ele quer dizer, precisamente, 
que ao escolhermos algo, estamos 
optando por uma alternativa que, dentro 
das condições de existência nas quais 
estamos inseridos, seria a melhor opção 
e, por ser a melhor, todos também 
poderiam optar pela mesma. Assim, ao 
escolher algo, o homem cria um modelo 
de homem que outros podem seguir; daí 
a sua responsabilidade diante da 
humanidade. 
 
 
ESCOLHA 
• O existencialismo de Sartre, ao contrário das 
filosofias contemplativas, caracteriza-se por 
ser uma doutrina de ação, colocando sempre 
o compromisso como fator indispensável 
para a existência humana, uma vez que, sem 
compromisso, não há projeto de ser e, sem 
projeto de ser, o homem torna-se incapaz de 
conferir qualquer sentido à existência. Se a 
intencionalidade é a característica 
fundamental da consciência, ser livre é 
engajar-se, comprometer-se e, enfim, 
responsabilizar-se. 
 
 
RESPONSABILIDADE 
• Não há nada que possa eximir o homem da sua condição de ser livre e, 
consequentemente, da sua condição de responsabilidade diante de seus atos. 
Barreiras psicológicas, históricas ou socioeconômicas não são capazes de 
ofuscar a liberdade a qual Sartre se refere, pois estas nada mais são do que as 
condições de existência que possibilitam escolher por A ou B; sem tais 
condições, a escolha seria impossível; mais do que isso: toda a existência seria 
impossível. 
• Toda condição é, por sua natureza, uma limitação; contudo, é também o que 
possibilita a existência de algo. Logo, para que a liberdade exista, é necessário 
que existam as condições que possibilitem a sua existência, isto é, que 
possibilitem o ato da escolher, mas que também, por outro lado e ao mesmo 
tempo, limitem as possibilidades dessa escolha. 
 
 
O SER 
• O homem é livre porque não é 
si mesmo, mas a presença a si. 
O ser que é o que é não 
poderia ser livre. A liberdade é 
precisamente o nada que 
tendo sido no âmago do 
homem e obriga a realidade 
humana a fazer-se em vez de 
ser. 
 
 
O SER 
• Diante dessa constante tarefa de fazer-se, do desamparo, da falta de 
fundamentos prontos e da responsabilidade que carrega diante de si e da 
humanidade, a liberdade traz ao sujeito a angústia existencial, a qual emerge 
no momento da decisão. Angustia-se, pois não é capaz de alterar as 
condições de existência que se lhe apresentam, tendo de escolher, por vezes, 
entre o ruim e o pior e tendo de arcar com as consequências dessa escolha; 
mais que isso, também não é capaz de não realizar essa escolha; e por fim, 
tem a incontornável tarefa de buscar, em sua subjetividade imanente, ou 
seja, na sua pura liberdade, os princípios que regerão sua escolha; isto é, 
terá de estar diante de seu próprio nada; eis o princípio da angústia. 
 
SER AUTÊNTICO 
• Se convirmos que o homem é uma liberdade 
em situação, conceberemos facilmente que esta 
liberdade possa definir-se como autêntica ou 
inautêntica, segundo a escolha que se faça de si 
mesma na situação em que surge. A 
autenticidade, é evidente por si, consiste em 
tomar uma consciência lúcida e verídica da 
situação, em assumir as responsabilidades e os 
riscos que tal situação comporta, em reivindicá-
la no orgulho ou na humilhação, às vezes no 
horror e no ódio. 
(SARTRE) 
 
SER AUTÊNTICO 
• Começamos a nos tornar autênticos quando percebemos que não precisamos 
levar a vida como uma regra já definida e que não temos de ser o que os 
outros esperam de nós. 
• Compreender isso nos possibilita rever a vida que levamos e ir em busca de 
novas possibilidades, experimentando e criando novos modos de ser. 
Autenticidade é nos perceber mais profundamente, reavaliando o que 
desejamos e o que não desejamos. Ser autêntico implicaem gerar atrito com 
quem espera que sejamos de um modo específico, implica também em 
reconhecer nossas limitações e dificuldades, para ir além delas. 
https://www.ex-isto.com/2018/05/autenticidade.html 
 
MÁ FÉ 
• A má fé de Sartre difere um pouco do que chamamos de má-fé no senso 
comum. A má fé que conhecemos diz respeito à mentira contada a outras 
pessoas, de forma proposital, a fim de se obter uma recompensa. Já no 
conceito de Sartre, a má-fé refere-se a uma mentira que contamos para nós 
mesmos, mas que, no fundo, sabemos ser mentira, e que também tem uma 
recompensa: nos aliviar da angústia da liberdade. 
“Não pode se dar o mesmo no caso da má-fé, se esta, como dissemos, é 
mentir a si mesmo. Por certo, para quem pratica a má-fé, trata-se de 
mascarar uma verdade desagradável ou apresentar como verdade um erro 
agradável. A má-fé tem na aparência, portanto, a estrutura da mentira. Só 
que – e isso muda tudo – na má-fé, eu mesmo escondo a verdade de mim 
mesmo”. (Trecho do livro ‘O ser e o nada’). 
© obvious: http://obviousmag.org/algo_pensa_em_mim/2016/a-ma-fe-de-sartre-e-porque-tudo-e-escolha-nossa.html#ixzz6x3ehptYo 
Follow us: @obvious on Twitter | obviousmagazine on Facebook 
 
MÁ FÉ 
“Ah, mas eu tenho trauma, porque fui rejeitada no passado. Toda vez que me 
aproximo de alguém legal, lembro-me das dores que senti e fujo. Não é 
minha culpa!” Eis mais uma conduta típica da má-fé de Sartre. Você pode 
optar por não arriscar outro relacionamento, por medo de sofrer novamente 
– mesmo sabendo que esse é um risco, não uma sentença; não é porque um 
relacionamento foi ruim, que todos serão. Se essa for sua opção, é escolha 
SUA. Não é mera consequência de sua história. Você pode escolher arriscar 
de novo. Ou não. Você é livre. Mas é responsável em 100% por suas 
escolhas. A culpa não é do ex-namorado que lhe magoou. Não existe uma 
marca em você que seja permanente e que justifique qualquer atitude sua 
daqui para frente. Cabe a você escolher o que fazer com esse rumo que suas 
escolhas levaram você a tomar até agora.

Continue navegando