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Artigo: Dilemas Éticos nos Campos da Violência Autor: Theophilos Rifiotis Fichamento Textual RIFIOTIS, Theophilos. Dilemas Éticos nos Campos da Violência. Comunicação & Educação, São Paulo, (13): 26 a 32, set./dez. 1998. Procura-se refletir sobre qual a importância que os dilemas socioculturais possuem sobre a designação do complexo conjunto de fenômenos que compõem a violência. “Interessa-nos particularmente caracterizar a percepção que os sujeitos sociais têm da violência e sua relação com a construção de uma sociedade democrática” (RIFIOTIS, 1988). Se mostra necessário frisar que a violência está em constante ampliação de seu significado, não necessariamente correspondendo a um aumento da violência como ato. De acordo com Luís Eduardo Soares (1955), a violência é uma palavra-valise, pois “[...] através dela se processa uma homogeneização de diversos fenômenos, induzindo a uma simplificação quanto às suas possíveis causas.” (RIFIOTIS, 1988). É possível entender que a violência abrange diversas áreas, inclusive: esporte, trânsito e ruas. Além disso, a violência pode ser ambiental, institucional, física, contra crianças, psicológica, entre outras. “Esta série, cuja regra de formação ainda nos é invisível, pode englobar as relações de força, as tensões, as hierarquias, as desigualdades sociais e as situações de conflito em geral.” (RIFIOTIS, 1988). É necessário entender e discutir sobre a violência, ao invés de negá-la e considerá-la somente como resquício do passado. Assim, é possível conhecer melhor a sociedade, além de contribuir para o molde da violência. O texto traz um curta-metragem baseado no refrão da música “Acorda amor!” de Chico Buarque para reflexão sobre a violência e seus dilemas éticos. O curta-metragem trata de um rico empresário sendo assaltado, sendo que o empresário consegue dominar o assaltante, porém o assaltante fala ao empresário que irá se vingar dele e de sua família após sair da prisão. Com essa afirmação, o empresário liga para um delegado conhecido, sendo que o delegado confirma as palavras do assaltante e aconselha o empresário a matar o assaltante. Ao fim, surge uma pergunta sobre qual seria a conduta de quem assiste o curta-metragem se estivesse na posição do empresário. Pode-se entender que o assaltante rompeu o equilíbrio existente na vida do empresário. Com isso, não é possível aceitar que, caso o empresário mate o assaltante, isso seja uma simples vingança. Deve-se entender que, para o empresário, “[...] este parece ser o único modo pelo qual ele prevê a reconquista do equilíbrio perdido” (RIFIOTIS, 1988). Com este exemplo, se torna necessário refletir sobre a complexidade dos dilemas éticos no campo da violência e aprende-se a compreender melhor as motivações dos atos de violência analisados. “Muitas vezes nos encontramos frente a dilemas e os comportamentos sociais parecem mostrar-se irredutivelmente ambíguos.” (RIFIOTIS, 1988). Por fim, entende-se como a violência abrange um significado amplo e como, por sua amplitude, torna-se necessário discutir sobre seus dilemas, suas “[...] bases culturais, atitudes e juízos que fundamentam a nossa percepção atual no campo da segurança e da justiça.” (RIFIOTIS, 1988). Fichamento Bibliográfico RIFIOTIS, Theophilos. Dilemas Éticos nos Campos da Violência. Comunicação & Educação, São Paulo, (13): 26 a 32, set./dez. 1998. ● Palavra-valise: palavra que resulta da combinação de outras palavras. (p. 1) Fichamento de Citação RIFIOTIS, Theophilos. Dilemas Éticos nos Campos da Violência. Comunicação & Educação, São Paulo, (13): 26 a 32, set./dez. 1998. “Interessa-nos particularmente caracterizar a percepção que os sujeitos sociais têm da violência e sua relação com a construção de uma sociedade democrática” (p. 26) “[...] através dela se processa uma homogeneização de diversos fenômenos, induzindo a uma simplificação quanto às suas possíveis causas.” (p. 26) “Esta série, cuja regra de formação ainda nos é invisível, pode englobar as relações de força, as tensões, as hierarquias, as desigualdades sociais e as situações de conflito em geral.” (p. 27) “[...] este parece ser o único modo pelo qual ele prevê a reconquista do equilíbrio perdido” (p. 29) “Muitas vezes nos encontramos frente a dilemas e os comportamentos sociais parecem mostrar-se irredutivelmente ambíguos.” (p. 31) “[...] bases culturais, atitudes e juízos que fundamentam a nossa percepção atual no campo da segurança e da justiça.” (p. 32)
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