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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - UFF INSTITUTO DE CIÊNCIA EXATAS - ICEX PAULO VITOR DA SILVA BRAGA RADIOATIVIDADE Volta Redonda - RJ 2021 1.O QUE É RADIOATIVIDADE ? A radioatividade é um processo na qual a emissão de partículas ou radiação eletromagnética de núcleos instáveis. Esses átomos são caracterizados por um desequilíbrio na estrutura nuclear entre o número de prótons e nêutrons. Ocorre a emissão de radioatividade, fazendo com que o átomo atinja uma configuração nuclear estável. Sem a presença de fatores externos, muitos nuclídeos são constantemente estáveis. Entretanto, alguns não são e sofrem decaimento radioativo. Tal processo é representado por uma equação nuclear na qual o número atômico (Z) e número de massa (A) de cada partícula são especificados. Um núcleo instável ele sofre desintegração e se seu núcleo “filho” também for instável, irá sofrer desintegração, assim sucessivamente, até que o núcleo formado fique estável, esse processo é conhecido como desintegração radioativa. Os três principais tipos de emissão radioativa são: partículas alfa, partículas beta e raios gama. A de partículas beta um elétron deixa o núcleo em alta velocidade. A origem desse elétron está no núcleo quando no nêutron (carga 0) é decompostos em: prótons (carga +), elétrons (carga -) e nêutrons (partículas sem massas e sem carga são difíceis de detectar). Os prótons permanecem no núcleo e os elétrons são ejetados. O número de massa (A) é definido como a soma do número de prótons e nêutrons; portanto, a emissão de partículas beta não altera a massa nuclídeo de desintegração mas o número de prótons no núcleo (número atômico Z), e o número de prótons que caracterizam um determinado elemento, quando um nuclídeo emite β, ele será transformado em outro nuclídeo elemento. A partícula alfa: É composta por 2 prótons e 2 nêutrons, portanto, tem a mesma estrutura de "núcleo de hélio". São altamente ionizantes, pois arrancam elétrons dos átomos e moléculas e não oferecem perigo para organismo humano. Quando um elemento emite partículas alfa, o número de massa e o número atômico diminuem (o primeiro de 4 unidades e o segundo de 2 unidades). Os raios gama (γ) não são partículas; eles são ondas eletromagnética, como os raios-x, são geralmente frequências mais altas e, logo, apresenta maior energia, e são ionizantes fortes. Essa radiação não provoca uma alteração nem no número atômico nem na massa atômica, geralmente, ela é acompanhada de outra emissão radioativa, pois ela representa uma energia perdida. O processo de emissão radioativa envolve reações químicas que ocorrem no núcleo do átomo, por isso são chamadas de reações nucleares, diferente das reações químicas que ocorrem apenas por transferência de elétrons. As reações nucleares liberam mais energia do que as reações químicas. 2. CINÉTICA DA DESINTEGRAÇÃO NUCLEAR Alguns isótopos radioativos são encontrados na natureza, embora sejam instáveis. Outros são instáveis, mas podem ser sintetizados em reações nucleares. Para entender essa distinção, precisamos saber que diferentes núcleos sofrem decaimento radioativo em taxas diferentes. Muitos radioisótopos podem decair completamente em poucos segundos, portanto, não podemos encontrá-los na natureza. O decaimento radioativo, nada mais é do que um processo cinético de primeira ordem. Ressaltando que um processo de primeira ordem possui uma meia-vida característica, na qual é o tempo necessário para metade de dada quantidade de uma substância reagir. Habitualmente, as velocidades de decaimentos são expressadas em condições de meias-vidas e cada isótopo tem sua própria meia-vida específica. Assim, sabendo que a desintegração nuclear é um processo cinético, pode-se determinar fórmulas através das fórmulas de cinética química de primeira ordem. Portanto, a velocidade da desintegração nuclear é proporcional ao número de núcleos instáveis presentes na amostra, podendo ser escrita dessa maneira: Velocidade de desintegração = k . N, onde k é a constante de decaimento e o N é o número de núcleos pais em uma dada amostra. A lei de velocidade de primeira ordem em Cinética química pode ser mudada para essa equação: ln Nt/No =-kt, onde t é o intervalo de tempo, o k é a constante de decaimento, No é inicial de núcleos no tempo 0 e o Nt é o número restante de núcleos após esse intervalo de tempo.É importante salientar, que tanto a massa de um isótopo radioativo específico quanto sua atividade são proporcionais ao números de núcleos radioativos. Nesse sentido, a razão da massa ou atividade em qualquer tempo em relação à massa ou a atividade no tempo igual a zero, pode ser substituída em Nt/No. 3. DATAÇÃO RADIOQUÍMICA Um dos usos da desintegração radioativa é determinar a idade dos radionuclídeos. Relíquias culturais antigas, fósseis, rochas, etc., como séries de desintegração para datar o urânio. Como a primeira fase da desintegração é a de meia-vida, e sua sequência é semelhante a reação química, o primeiro nível é o fator determinante da velocidade. Sob essas circunstâncias, o número de átomos de chumbo (o produto final estável) é basicamente igual ao número de átomos de chumbo e de urânio desintegrado. Ao determinar a idade das rochas e certas relíquias culturais, principalmente inorgânico, o número de átomos de urânio e chumbo é determinado por análise, a soma é igual ao número de átomos de urânio em t = 0, ou seja, quando a rocha se formou. Se a meia-vida do urânio-238 é conhecida, a idade das rochas podem ser calculadas através do número de átomos de urânio presentes em relação ao número de rochas original. Uma das mais utilizadas, é a datação com carbono-14, que permite que cientistas de diferentes áreas determinem a idade dos sedimentos, fósseis humanos ou vegetais. Portanto, é adequado para madeira, carbono, sedimentos orgânicos, conchas do mar ou qualquer material que absorva direta ou indiretamente compostos contendo carbono. O isótopo C-14 é um isótopo radioativo, formado na camada superior da atmosfera pelo bombardeio do N-14 (7N14) com nêutrons presentes na atmosfera. O isótopo 6C-14 reage com o oxigênio do ar para formar dióxido de carbono (C14O2), que permanece constante na atmosfera. Este C14O2 e C12O2 são absorvidos pelo mecanismo metabólico de animais e plantas juntos, e combinados com sua estrutura. Embora essas criaturas ainda estivessem vivas, a relação entre 6C14 e 6C-12 permanece inalterada, mas após sua morte, o número de C-14 começa a diminuir. A meia-vida do isótopo C-14 é 5730 anos. Quando o isótopo C-14 decai, ele se tornará 7N-14, emitindo partículas beta (β). Portanto, a medição da radioatividade causada pelo radiocarbono fornece a idade aproximada do organismo. Essa técnica tem limitações porque à medida que os elementos vão se deteriorando, quando a qualidade se torna muito pequena chegará um determinado momento que não será possível quantificar. Assim, pode ser usado para determinar a data de amostras de até cerca de 50.000 a 70.000 anos. 4. FISSÃO E FUSÃO NUCLEAR A fissão nuclear é o processo de proliferação nuclear massiva e está dividido em dois fragmentos de comparáveis números de massa. Núcleos de números grandes de massas podem sofrer fissão espontânea com uma probabilidade menor e sujeitos à fissão induzida artificialmente com uma probabilidade bem maior, onde os nêutrons que se movem lentamente são essenciais na fissão, pois esse procedimento ocorre porque esse processo absorve inicialmente os nêutrons pelos núcleos. O núcleo resultante maciço costuma ser instável assim sofrendo a fissão espontânea. Pode-se induzir a fissão nuclear e, pelo menos, estimular a fissão nuclear com energia menos de 4 a 6 MeV ou bombardeado com nêutrons, desde que um desses nêutrons capturado pelo núcleo e a soma de sua energia cinética e sua energia a combinação com o núcleo seja maior do que o limiar de energia da fissão. O número de fissões e a energia liberada sofrem rápido incrementos, podendo possuir uma explosão gigantesca, se não forem controlados. Essas reações que são multiplicadas são chamadasde reações de cadeia. Para que ocorra uma reação de fissão, uma amostra de material físsil deve ter uma certa massa mínima. Senão, os nêutrons escaparão da amostra antes de atingir outros núcleos e irão causar a fissão artificial. A quantidade mínima desse material suficiente para manter uma velocidade constante de reação em cadeia é chamada de massa crítica. Quando materiais de massa crítica estão presentes, cada fissão produz um nêutron em média e então produz efetivamente outra fissão, que continua a uma taxa constante e controlável. Se houver um material físsil excedendo a massa crítica, quase nenhum nêutron escapará. Portanto, a reação em cadeia se amplia no número de fissão, o que pode levar a uma explosão nuclear. A massa maior do que a massa crítica é chamada de massa supercrítica. Em um reator nuclear, quando o núcleo está sob força, apenas um nêutron é emitido A fissão é capturada por outro núcleo de fissão. Desta forma, a resposta é controlável. A fissão continua, mas a velocidade é menor que a da bomba. Reator de manutenção Controle ajustando a posição de absorção de nêutrons na haste de controle Insira entre os elementos de combustível nuclear do reator. Essas barras são geralmente Dois elementos feitos de cádmio ou boro são muito eficazes na absorção de nêutrons. Entretanto, o reator é usado apenas como fonte de calor para água fervente. Portanto, assim como as máquinas de energia tradicionais, o vapor move as turbinas que geram eletricidade para gerar eletricidade. A fusão nuclear é o processo de formação de um núcleo por colisão, e a junção posterior dos dois núcleos menores. O núcleo de colisão deve ter inicialmente, a energia cinética total que os aproxime, contra a força repulsiva coulombiana, que seja suficiente para fazer uma forte interação nuclear se tornar eficaz e o mais importante. À medida que a rejeição de coulombiana se torna cada vez mais importante quanto maior a carga do núcleo em colisão, a fusão nuclear pode ser os núcleos atômicos com um pequeno número de prótons são mais prováveis de causá-lo. A energia cinética mínima do núcleo de fusão pode ser estimada e a interação nuclear hipotética irá efetivamente uni-los quando eles forem fundidos mantenha contato. A fusão é uma fonte de energia alternativa encantadora porque tem isótopos mais leves e, como os produtos da fusão geralmente não são radioativos, é uma fonte de energia atraente. Mesmo assim, a fusão não é usada com vigor atualmente para gerar energia. O problema é que, para que os dois núcleos se fundem, temperaturas e pressões extremamente altas são necessárias para superar a repulsão eletrostática entre os núcleos. O processo de fusão vem acompanhado de uma liberação de energia porque as energias de ligação por núcleo dos núcleos iniciais são menores do que a energia de ligação por núcleo do núcleo final. De qualquer modo, assim como no caso da fissão, num reator nuclear, a reação de fusão em cadeia é controlada, o que não acontece numa bomba termonuclear (bomba H). Um reator de fusão nuclear é qualquer sistema físico que produz a fusão nuclear. Controle a reação de fusão em cadeia nuclear. Embora existam várias maneiras propostas e sendo implementadas para gerar energia por fusão, não há reator que funcione de forma satisfatória. 5. APLICAÇÕES DA RADIOATIVIDADE As aplicações da radioatividade estão presentes no nosso cotidiano, em diversas áreas de conhecimento, como por exemplo: na medicina, na agricultura, na química, na produção de energia, na física, dentre outros ramos. Nas técnicas analíticas os radioisótopos têm muitas aplicações em análises químicas. Uma das técnicas utilizadas é a análise por diluição de isótopo, que pode ser usada para determinar uma mistura difícil de separar completamente. Por exemplo, suponha que a pessoa queira determinar a quantidade de NaNO3 presente na solução. Inicialmente, é adicionada uma quantidade conhecida de NaNO3, que contém sódio radioativo 24 dissolvido em solução. Em seguida, a água é evaporada até que uma certa quantidade de NaNO3 cristalize na solução. Em seguida, meça a radioatividade do sólido, por exemplo, se for 3% da quantidade de NaNO3 radioativo adicionado, a proporção entre o cristal original e o cristal adicionado deve ser 97: 3. Mas isso também deve ser uma relação na solução, portanto, com base na quantidade de NaNO3 radioativo marcado, a quantidade de NaNO3 inicialmente presente pode ser determinada. Modificações estruturais: A radiação de alta energia pode causar mudanças estruturais importantes no corpo. Irradiar plástico de polietileno com raios β- uu γ dissocia alguns átomos de hidrogênio na cadeia de hidrocarbonetos. Esses átomos formam moléculas Hidrogênio, e cadeias adjacentes formando ligações cruzadas, onde o átomo H está presente. Essas ligações cruzadas aumentam a dureza e a durabilidade do plástico. Os radionuclídeos são usados em muitas aplicações médicas. Cobalto 60 é usado para tratar o câncer. Devido aos seguintes motivos, a radioterapia não é mais comumente usada O custo desse elemento é alto. Co-60 é um emissor beta e gama e a radiação são direcionadas ao tecido O mal o destrói. Ingerir pequenas quantidades de compostos de iodo-131 para pacientes com câncer de tireoide. O iodo radioativo se concentra na tireóide e a destrói o tecido glandular tem menos impacto nas outras partes do corpo. Tomografia: o princípio da tomografia envolve conectar um tubo de raios X ao filme. As radiografias são realizadas por um braço rígido girando em torno de um ponto específico, que está localizado em paralelo ao plano do filme. Portanto, durante a rotação do braço, ocorre a translação focalize (alvo) e filme ao mesmo tempo. Obtenha imagens de planos de corte contínuo. A operação elétrica trará o risco de acidentes e o grau de exposição à radiação é semelhante. Devido ao acúmulo, as tomografias não devem ser realizadas desnecessariamente dose de radiação. Traçadores radioativos: uma vez que a radioatividade pode ser detectada mesmo em níveis muito baixos, quantidades muito pequenas de materiais radioativos podem ser usadas como traçadores, permitindo o acompanhamento do desenvolvimento de diversos processos. Por exemplo, uma pequena quantidade de injeção pode diagnosticar certos tipos de doenças vasculares Cloreto de sódio 24 contendo cloreto de sódio no sangue. Este isótopo de sódio é emissor beta - e γ, e seu progresso nas artérias, capilares e veias, podem ser facilmente rastreados. Estudos com traçadores têm sido úteis na química em muitos processos. A velocidade de muitas reações de troca tem sido medida através do uso de traçadores. REFERÊNCIAS: BRADY, J. E,; RUSSEL, J. W.; HOLUM, J. R.; Química, a matéria e suas transformações, vol. 2, 3ª Ed., LTC, 2002. BROWN, T. L.; LEMAY JR., H. E.; BURSTEN, B. E.; BURDGE, J. R.; Química a ciência central; 9ª Ed. Pearson Prentice Hall do Brasil, 2008.
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