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17 Reações nucleares

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CapítuloCapítulo
Refletindo sobre os tópicosTópicos do capítulo
• Como podem ser vistos os ponteiros de relógio no escuro?
• Como funciona o contador Geiger para medir níveis de radiação?
• Quais são os efeitos fisiológicos da radiação absorvida pelas pessoas?
• Por que é importante, na Medicina, conhecer o tempo de desinte-
gração de um radioisótopo injetado em um paciente?
• Qual é o princípio de funcionamento das bombas atômicas e dos
reatores nucleares?
• Quais são as aplicações das reações nucleares na Medicina?
• Como se determina a idade de fósseis e múmias?
1 Recordando conceitos sobre a
estrutura atômica
2 A descoberta da radioatividade
3 Efeitos das emissões radioativas
4 A natureza das radiações e suas leis
5 A cinética das desintegrações
radioativas
6 As famílias radioativas naturais
7 Reações artificiais de transmutação
8 Os elementos transurânicos
9 A fissão nuclear
10 A fusão nuclear
11 Aplicações das reações nucleares
Leitura – O lixo nuclear
Reações nucleares19
O século XX iniciou-se com mais uma extraordinária descoberta da ciência: as
reações nucleares! O conhecimento e a utilização dessas reações tornou possível o
desenvolvimento dos reatores nucleares e das bombas atômicas. Ao final da Segunda
Guerra Mundial, os Estados Unidos lançaram duas bombas atômicas; uma em
Hiroshima e outra em Nagasaki, no Japão. Tragicamente, o mundo tomou
consciência da enorme quantidade de energia que essas reações liberam e, até
hoje, muita preocupação existe em relação a uma guerra nuclear global.
Por outro lado, depositam-se grandes esperanças na geração responsável de
energia elétrica a partir da energia liberada pelas reações nucleares, tendo em vista
o esgotamento das reservas mundiais de carvão e de petróleo.
Outra aplicação das reações nucleares é na conservação de alimentos por irradiação.
� Explosão da bomba
atômica em Hiroshima:
6 de agosto de 1945.
� Irradiador gama utilizado na
esterilização de alimentos.
� A energia nuclear tem sido utilizada em vários
países para gerar energia elétrica.
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• Fundamentos da Química
466
O diâmetro do núcleo é cerca de 10.000 a 100.000 vezes menor que o da eletrosfera. No interior
do núcleo, encontram-se os prótons e nêutrons. As cargas e massas relativas das três partículas funda-
mentais formadoras dos átomos são:
1 RECORDANDO CONCEITOS SOBRE
A ESTRUTURA ATÔMICA
Até agora tratamos de reações químicas, que afetam apenas os elétrons periféricos dos átomos.
Neste capítulo, vamos tratar das reações nucleares, que afetam os núcleos dos átomos. As reações
nucleares são mais difíceis de se realizarem e, quando ocorrem, liberam muito mais energia que as
reações químicas, como acontece nos reatores nucleares e nas bombas atômicas.
Vimos, entre as páginas 57 e 60, alguns conceitos fundamentais sobre estrutura atômica, que
devemos relembrar agora.
Cada átomo é formado por um núcleo e uma eletrosfera.
Eletrosfera
Núcleo
(A) Representação esquemática de um átomo com destaque para o núcleo e a eletrosfera. (B) Para efeito de comparação,
podemos imaginar o núcleo atômico como sendo uma bola no centro do estádio e a eletrosfera como o anel externo.
Partícula Carga elétrica relativa Massa relativa (aproximada)
Próton �1 1
Nêutron 0 1
Elétron �1
1
1.836
Outros conceitos importantes que devem ser relembrados são:
• Número atômico (Z ) é o número de prótons existente no núcleo do átomo.
• Número de massa (A) é a soma do número de prótons (Z) com o número de nêutrons (N).
A � Z � N
• Nuclídeo é cada espécie diferente de átomo, definido por um determinado número atômico (Z )
e um determinado número de massa (A). A notação usual de um átomo (nuclídeo) X é:
Z
AX
Número de massa
Número atômico
A B
R
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G
É
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Capítulo 19 • REAÇÕES NUCLEARES
467
Em 1896, Antoine Henri Becquerel (1852-1908) observou que o sulfato duplo de potássio e uranila,
K2(UO2)(SO4)2, conseguia impressionar chapas fotográficas envoltas em papel preto. Sem dúvida, algu-
ma emissão desconhecida estava saindo daquele sulfato, atravessando o papel e chegando até a chapa
fotográfica. Essas emissões foram chamadas inicialmente de raios de Becquerel e, posteriormente, de
emissões radioativas ou radioatividade.
Mais tarde, o casal Marie e Pierre Curie verificou que todos os sais de urânio apresentavam a
propriedade de impressionar chapas fotográficas. Concluiu-se, então, que o responsável pelas emis-
sões era o próprio urânio.
Extraindo e purificando o urânio, do minério pechblenda, U3O8, proveniente da antiga Tchecos-
lováquia, o casal Curie verificou que as impurezas eram mais radioativas que o próprio urânio. Dessas
impurezas, eles separaram, em 1898, um novo elemento químico, o polônio, 400 vezes mais radioa-
tivo que o urânio.
• Isótopos são átomos (nuclídeos) cujos núcleos têm o mesmo número de prótons (Z ) e diferen-
tes números de nêutrons (N ); consequentemente, eles terão número de massa (A) diferentes. Por
exemplo, os isótopos 168O, 
17
8O e 
18
8O:
Isótopos são átomos do mesmo
elemento químico.
• Isóbaros são átomos (nuclídeos) cujos núcleos têm o mesmo número de massa (A), embora
difiram pelo número de prótons (Z ) e de nêutrons (N ). Por exemplo, os isóbaros 41
0
8Ar, 
4
1
0
9K e 
4
2
0
0Ca:
Isóbaros são átomos de elementos
químicos diferentes.
• Isótonos são átomos (nuclídeos) cujos núcleos têm o mesmo número de nêutrons (N), diferin-
do nos números de prótons (Z) e, consequentemente, nos números de massa (A). Por exemplo,
os isótonos 73
8
3As, 
7
3
9
4Se e 
8
3
0
5Br:
Isótonos são átomos de elementos
químicos diferentes.
16
8O
17
8O
18
8O
Z 8 8 8
N 8 9 10
A 16 17 18
4
1
0
8Ar
4
1
0
9K
4
2
0
0Ca
Z 18 19 20
N 22 21 20
A 40 40 40
78
33As
79
34Se
80
35Br
Z 33 34 35
N 45 45 45
A 78 79 80
2 A DESCOBERTA DA RADIOATIVIDADE
Você pode observar
A descoberta da radioatividade foi um passo fundamental no esclarecimen-
to da estrutura atômica. Foi usando uma emissão radioativa que Rutherford
propôs, em 1911, o modelo atômico formado pelo núcleo e pela eletrosfera.
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• Fundamentos da Química
468
Novas separações e purificações, feitas por Marie Curie, levaram à descoberta do elemento quími-
co rádio, 900 vezes mais radioativo que o urânio. Sua forte radioatividade faz com que o metal rádio
apresente uma temperatura ligeiramente superior à do meio ambiente e uma luminosidade azulada
quando no escuro; além disso, o rádio torna fluorescente várias substâncias, como, por exemplo, ZnS,
BaS etc.
3
Pierre Curie e Marie Sklodowska Curie
Pierre Curie nasceu em Paris, em 1859, e aí faleceu em 1906, vítima de um
atropelamento. Foi pesquisador nas áreas de Cristalografia e de Magnetis-
mo. Em 1895, casou-se com Marie Sklodowska (nascida na Polônia, em 1867),
que se tornou conhecida como Madame Curie. Trabalhando num galpão
pobre e com poucos recursos, o casal Curie estudou a radioatividade dos sais
de urânio e conseguiu isolar, em 1898, um novo elemento químico, que foi
denominado polônio, em homenagem à terra natal de Marie Curie. Devido
a esses trabalhos, o casal Curie recebeu, juntamente com Becquerel, o Prê-
mio Nobel de Física de 1903. Após a morte de Pierre, Marie Curie conseguiu
isolar o elemento rádio, o que lhe valeu o Prêmio Nobel de Química de
1911. Marie Curie morreu na Suíça, em 1934, praticamente cega e com
anemia profunda, vitimada pela radioatividade acumulada em seu organis-
mo durante 34anos de pesquisa.
EFEITOS DAS EMISSÕES RADIOATIVAS
No início do século XX, logo após a descoberta da radioatividade, foram propagadas ideias sobre
os benefícios da radioatividade. Falava-se em curas milagrosas obtidas com água radioativa. Surgiram
cremes para rejuvenescer a pele, medicamentos indicados para a cura de inúmeras moléstias etc. Logo
se percebeu que esses produtos causavam mais males do que benefícios.
Vejamos agora os principais efeitos provocados pelas emissões radioativas.
a) Efeitos químicos
Por exemplo, a decomposição dos sais de prata, existentes nas chapas fotográficas.
b) Efeitos térmicos
Por exemplo, 1 g de rádio libera cerca de 577 J/hora.
c) Efeitos luminosos
Muitos elementos radioativos são fluorescentes ou provocam a fluorescência em outras substâncias;
esse fenômeno é aproveitado, por exemplo, para fazer com que números e ponteiros de relógio se
tornem visíveis no escuro.
d) Efeitos elétricos
As emissões radioativas ionizam o ar e também todos os gases, aumentando a condutividade elétri-
ca deles. Esse fato pode ser constatado com um eletroscópio, como indicado a seguir.
Ar
Folhas metálicas
carregadas
eletricamente
se repelem
Tempo
Folhas depois
de descarregadas
se aproximam
Material radioativo
Ar ionizado
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Capítulo 19 • REAÇÕES NUCLEARES
469
Gás argônio
a baixa pressão
(2 mmHg)
Janela de
metal fino
Radiações
Amplificador e
contador
Polo positivo (anodo)
Polo negativo (catodo)
(corpo do aparelho)
Fonte de alta
voltagem (1.000 V) e
corrente contínua
(A) Representação esquemática de um contador Geiger. (B) O contador Geiger é de extrema importância
para medir a radioatividade existente no ambiente e absorvida pelos seres vivos.
Observe no esquema acima que as emissões radioativas atravessam a janela metálica, ionizam o
gás argônio existente no interior do tubo e permitem uma descarga elétrica entre o fio central (anodo)
e o cilindro metálico (catodo). Essa descarga é amplificada por um sistema eletrônico semelhante ao de
um rádio comum, de modo que a pessoa ouça um ruído ou veja o deslocamento de um ponteiro, sobre
uma escala já graduada, em número de impulsos por segundo. O contador Geiger-Müller é muito
empregado na procura de minerais radioativos.
e) Efeitos fisiológicos
São muito variáveis, indo desde tonturas e ulcerações na pele até
a morte da pessoa. Tudo irá depender do tipo e da intensidade da
radiação absorvida pela pessoa.
Outro fato importante a se considerar é que, além dos danos
causados ao próprio indivíduo, as radiações podem causar efeitos
genéticos que irão determinar mutações nas gerações futuras.
Considerando todos esses motivos, é fácil compreender por que
os laboratórios e indústrias que usam materiais radioativos tomam
tantas medidas de segurança. Todo material radioativo (ou área ra-
dioativa) é indicado pelo símbolo ao lado, em geral de cor púrpura.
Procura-se sempre aumentar a distância entre a pessoa e o material radioativo, diminuir o tempo
de exposição e criar uma série de barreiras ou blindagens para bloquear as emissões radioativas. Essas
blindagens são grossas paredes de concreto, aço ou chumbo. Em certos casos, as pessoas, antes de
entrar em contato com material radioativo, vestem roupas ou escafandros especiais, que são imediata-
mente desvestidos e lavados quando a pessoa sai da área radioativa. Quando o material é fortemente
radioativo, ele é manipulado por garras mecânicas, às vezes sob as vistas de um circuito fechado de
televisão. De qualquer maneira, toda pessoa que trabalha em lugares radioativos deve prender à sua
roupa um dosímetro, que é uma pequena placa que contém uma substância que escurece sob a ação
das radiações, servindo assim como um sistema de alerta.
Uma aplicação importante da ionização dos gases pelas emissões radioativas são os chamados
contadores de radioatividade, aparelhos utilizados na contagem do número de emissões radioativas.
Atualmente, o mais comum é o contador Geiger-Müller, cujo esquema é apresentado a seguir.
Símbolo indicando material radioativo
ou área radioativa.
Dosímetros de cartão. O
dosímetro da esquerda não
foi exposto à radiação, já o
da direita foi exposto a uma
grande dose de radiação.
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• Fundamentos da Química
470
Quando submetemos as emissões radioativas naturais (por exemplo, do polônio ou do rádio) a um
campo elétrico ou magnético, notamos sua subdivisão em três tipos bem distintos. Esse fato pode ser
constatado com a aparelhagem esquematizada a seguir:
4 A NATUREZA DAS RADIAÇÕES E SUAS LEIS
Você pode observar
Como sempre acontece após a descoberta de um fenômeno, a ciência cuida
de estudá-lo, anotando como ele ocorre, quais são suas características, suas
variáveis etc.
Recipiente onde
foi feito o vácuo Diafragma
Placas eletrizadas
Material radioativo
Tela fluorescente ou
chapa fotográfica
β
γ
α
Bloco de chumbo
–
+
O material radioativo é colocado em um furo feito num bloco de chumbo. O chumbo detém as
emissões radioativas que, por sua natureza, saem em todas as direções. Desse modo, não só fica prote-
gida a pessoa que manipula o aparelho como também se obtém um feixe de radiações na direção do
furo.
Quando o feixe radioativo passa entre as duas placas fortemente eletrizadas, ele se subdivide em
três partes, como pode ser constatado por meio de uma tela fluorescente ou uma chapa fotográfica
colocada em sua trajetória:
• a emissão que sofre um pequeno desvio para o lado da placa negativa foi denominada emissão
α (alfa);
• a que sofre um desvio maior para o lado da placa positiva foi denominada emissão β (beta);
• a que não sofre desvio, emissão γ (gama).
Note que toda a experiência é realizada no vácuo, pois o ar poderia absorver parte das emissões.
4.1. As emissões α
Rutherford verificou que as emissões α são partícu-
las formadas por 2 prótons e 2 nêutrons, que são “atira-
dos”, em alta velocidade, para fora de um núcleo relati-
vamente grande e instável.
Sendo formadas por 2 prótons e 2 nêutrons, as par-
tículas α têm carga elétrica igual a �2 e massa igual a
4. A carga positiva explica por que elas são atraídas por
uma placa eletricamente negativa; a massa elevada (maior
inércia) explica por que o desvio é pequeno, na experiên-
cia acima (compare com o desvio de β).
Partícula α
Emissão de partícula α
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Capítulo 19 • REAÇÕES NUCLEARES
471
Comparando-se as três emissões radioativas, verifica-se que a emissão α é a de menor poder de
penetração nos corpos, mas é a que tem maior poder ionizante sobre o ar.
Com base na descoberta da emissão α, o cientista Frederick Soddy (1877-1956) formulou a 1a lei
da radioatividade ou lei de Soddy:
Quando um núcleo emite uma partícula α, seu número atômico diminui duas unida-
des e seu número de massa diminui quatro unidades.
Por exemplo: 29325U 42α � 29301Th
4.2. As emissões β
As emissões β são elétrons “atirados”, em altíssima velocidade, para fora de um núcleo instável.
Sendo partículas negativas, elas são atraídas pela placa positiva, na experiência descrita na página
anterior; a massa (inércia) extremamente pequena do elétron explica por que seu desvio é maior que o
das partículas α.
A velocidade, o poder de penetração e portanto os efeitos fisiológicos das partículas β são bem
mais acentuados que os das partículas α. Tendo carga elétrica menor, as partículas β são menos ionizantes
que as α.
A esta altura, você deve estar intrigado com o seguinte: se os núcleos sãoformados por prótons e
nêutrons, como pode um elétron sair do núcleo?
Na verdade, o elétron não existe no núcleo; ele se forma a partir de um nêutron (em núcleos
instáveis) de acordo com a “reação”:
Átomo-filhoÁtomo-pai
1a Veja que as equações nucleares obedecem a um
balanço dos números de massa e das cargas
elétricas nucleares. No último exemplo:
• soma dos números de massa (expoentes):
235 � 4 � 231;
• soma das cargas elétricas nucleares (índi-
ces): 92 � 2 � 90.
OBSERVAÇÕES
 2a Um fato interessante é notar que a partícula
α é igual ao núcleo do gás nobre hélio (por
isso, alguns autores chamam a partícula α
de “hélion”). Consequentemente, quando a
partícula α “captura” 2 elétrons do meio
ambiente, ela se transforma num átomo de
hélio.
Nêutron
n p
Próton
e
Elétron Neutrino
β
O próton permanece no núcleo; o elétron é
“atirado” para fora do núcleo como partícula β; o
neutrino também é “atirado” para fora do núcleo;
como o neutrino é eletricamente neutro e tem
massa desprezível, ele nem chega a ser percebido
na experiência da página anterior.
Pelo que foi exposto, torna-se evidente a 2a
lei da radioatividade ou lei de Soddy-Fajans-
-Russel:
Quando um núcleo emite uma partícula β, seu número atômico aumenta uma unida-
de e seu número de massa não se altera.
Neutrino
Partícula β
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• Fundamentos da Química
472
4.3. As emissões γ
As emissões γ não são partículas, mas sim ondas eletromagnéti-
cas semelhantes à luz, porém de comprimento de onda muitíssimo me-
nor (λ � 0,01 Å a 0,001 Å) e, portanto, de energia muito mais elevada
(superando inclusive os raios X).
Não possuindo massa nem carga elétrica, as emissões γ não sofrem
desvio ao atravessar um campo elétrico ou magnético, como vimos na
experiência da página 470.
Embora dependam do átomo emissor, as emissões γ têm sempre um
poder de penetração bem maior que as partículas α e β; normalmente,
uma emissão γ atravessa 20 cm no aço ou 5 cm no chumbo (quanto mais denso é o metal, mais ele detém
as radiações). Por esse motivo, as emissões γ representam o perigo máximo do ponto de vista fisiológico.
Por outro lado, o poder de ionização (que depende de carga elétrica) das emissões γ é menor que
o das α e β.
Evidentemente, uma emissão γ não altera nem o número atômico nem o número de massa do
elemento. Sendo assim, não se costuma escrever a emissão γ, nas equações nucleares, mas sua
notação usual é 0
0γ.
É evidente que a saída de um elétron (de massa desprezível) não irá afetar a massa do núcleo. No
entanto, tendo carga �1, a saída do elétron aumentará a carga positiva do núcleo uma unidade. Por
exemplo:
2
8
1
3
0Bi �1
0β � 28140Po
Isóbaros
Átomo-pai Átomo-filho
Confira também, neste último exemplo, o balanço dos números de massa e das cargas elétri-
cas nucleares:
• soma dos números de massa (expoentes): 210 � 0 � 210;
• soma das cargas elétricas nucleares (índices): 83 � �1 � 84.
OBSERVAÇÃO
Radiação Composição Velocidade Barreira
α 2 prótons e 2 elétrons 5% a 10% da velocidade da luz Papel, roupas, pele
β 1 elétron Até 90% da velocidade da luz Plástico, vidro, metais leves
γ Onda eletromagnética Igual à velocidade da luz Metais pesados, concreto
Fonte: Tabela extraída, adaptada e traduzida de http://www.physics.isu.edu/radinf/properties.htm
a) Nas emissões radioativas, podem ser notados efeitos , , , e .
b) As emissões α são formadas por 2 e 2 , tendo então carga elétrica igual a e
massa igual a unidades de massa atômica.
c) As emissões β são , tendo então carga elétrica e massa .
d) As emissões γ são ondas e, portanto, sem e sem elétrica.
REVISÃO
Concluindo: radioatividade é a propriedade que os núcleos atômicos instáveis pos-
suem de emitir partículas e radiações eletromagnéticas, para se transformarem em outros
núcleos mais estáveis. Esse fenômeno espontâneo é chamado de reação de desintegração
radioativa (ou reação de transmutação ou de decaimento).
Emissões γ
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Capítulo 19 • REAÇÕES NUCLEARES
473
EXERCÍCIO RESOLVIDO
EXERCÍCIO RESOLVIDO
EXERCÍCIO RESOLVIDO
1 Qual é o número de prótons e de nêutrons existentes em
cada um dos seguintes nuclídeos?
a) 209F b)
9
4
9
2Mo c)
11
4
5
7Ag d)
23
9
8
2U
2 Aponte quais são os isótopos, os isóbaros e os isótonos,
na seguinte sequência:
a) 21
7
3Al c)
2
1
9
6S e)
2
1
6
3Al g)
2
1
4
1Na
b) 147N d)
12
6C f)
14
6C h)
2
1
7
4Si
3 (UFU-MG) Em 6 de julho de 1945, no estado do Novo
México, nos Estados Unidos, foi detonada a primeira bom-
ba atômica. Ela continha cerca de 6 kg de plutônio e
explodiu com a força de 20.000 toneladas do explosivo
TNT (trinitro-tolueno). A energia nuclear, no entanto,
também é utilizada para fins mais nobres, como curar
doenças através de terapias de radiação.
Em relação à energia nuclear, indique a alternativa incor-
reta.
a) Raios α (alfa) possuem uma baixa penetração na ma-
téria, e os núcleos que emitem estas partículas per-
dem duas unidades de número atômico e quatro uni-
dades de massa.
b) Raios α (alfa) são formados por um fluxo de alta ener-
gia de núcleos de hélio, combinações de dois prótons
e dois nêutrons.
c) Raios γ (gama) são uma forma de radiação eletromag-
nética, que não possuem massa ou carga, sendo, por-
tanto, menos penetrantes que as partículas α (alfa) e
β (beta).
d) Partículas β (beta) são elétrons ejetados a altas veloci-
dades de um núcleo radioativo e possuem uma massa
muito menor que a massa de um átomo.
e) Partículas β (beta) são mais penetrantes que as partí-
culas α (alfa), e a perda de uma única dessas partícu-
las produz aumento de uma unidade no número atô-
mico do núcleo que a emitiu.
6 (Uepa) O ferro-59 é um isótopo radioativo, utilizado em
diagnósticos de anemia. A equação nuclear para o
decaimento do 59Fe, como um emissor beta, é:
a) 26
59Fe 2
5
4
5Cr � �1
0β
b) 52
9
6Fe
5
2
9
5Mn � �1
0β
c) 2
5
6
9Fe 62
0
5Mn � �1
0β
d) 52
9
6Fe 2
6
7
0Co � �1
0β
e) 2
5
6
9Fe 52
9
7Co � �
0
1β
7 (Unifor-CE) Assinale a alternativa que contém a partícula
que constitui a radiação emitida pelo radioisótopo I-131,
de acordo com a equação:
13
5
1
3I
13
5
1
4Xe � Partícula
a) α c) pósitron e) próton
b) β� d) nêutron
EXERCÍCIOS
4 O elemento 21484Po emite uma partícula α.
Quais são os números atômico (Z ) e de massa (A)
do novo elemento químico (X) formado?
Resolução
21
8
4
4Po
4
2α �
 A
ZX
Para determinar A e Z, basta montar as equações
algébricas representativas do balanço dos números
de massas e das cargas elétricas:
• balanço dos números de massa:
214 � 4 � A ⇒ A � 210
• balanço das cargas elétricas nucleares:
84 � 2 � Z ⇒ Z � 82
5 O elemento 218
4
2Pb emite uma partícula β.
Quais são os números atômico (Z ) e de massa (A)
do novo elemento químico (X) formado?
Resolução
2
8
1
2
4Pb �1
0β � AZX
Aplicando o mesmo raciocínio do exercício anterior,
temos:
• balanço dos números de massa:
214 � 0 � A ⇒ A � 214
• balanço das cargas elétricas nucleares:
82 � �1 � Z ⇒ Z � 83
8 Na transformação do 29
3
2
8U em 28
0
2
6Pb, quantas partí-
culas α e quantas β são emitidas por átomo de urâ-
nio inicial?
Resolução
23
9
8
2U x 2
4α � y �1
0β � 28
0
2
6Pb
Fazendo o balanço dos números de massa e das car-
gas elétricas nucleares, temos:
• balanço dos números de massa:
238 � 4x � 206 ⇒ x � 8 partículas α
• balanço das cargas elétricas nucleares:
Sendo x � 8, temos:
92 � 2x � (�1)y � 82
92 � 2 � 8 � y � 82 ⇒ y � 6 partículas β
9 (UCB-DF) Ao se desintegrar, o átomo de 28
2
6
2Rn se trans-
forma em 28
1
4
0Po. O número de partículas 2
4α e �1
0β emiti-
das no processo é, respectivamente:
a) 2 e 4 c) 3 e 2 e) 4 e 6
b) 2 e 6 d) 3 e 4
10 (PUC-PR) Supondo que um elemento Y, de massa atômica
238 e número atômico 92, emita, em sequência, 3 partí-
culasα e uma partícula β, qual a massa atômica e o núme-
ro atômico do elemento químico resultante do processo?
a) 238 e 92 c) 222 e 88 e) 226 e 87
b) 237 e 94 d) 222 e 86
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• Fundamentos da Química
474
11 (PUC-SP) Na sequência radioativa:
2
8
1
4
6A 28
1
2
2B 28
1
3
2C 28
1
4
2D 28
0
2
8E
temos, sucessivamente, emissões:
a) α, β, β, α d) γ, β, β, γ
b) β, α, α, β e) α, β, γ, α
c) α, γ, γ, α
12 (UFRJ) Para que o átomo 228
2
6Rn se desintegre espontanea-
mente e origine um átomo de carga nuclear 82(�), con-
tendo 124 nêutrons, os números de partículas α e β que
deverão ser transmitidas, respectivamente, são:
a) 2 e 2 c) 2 e 1 e) 4 e 2
b) 1 e 1 d) 4 e 4
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
13 (Cesgranrio-RJ) Um elemento radioativo X emite, sucessi-
vamente, uma partícula alfa (α) e duas partículas beta (β),
transformando-se no elemento Y. Os elementos X e Y são:
a) isótopos. c) isômeros. e) isotônicos.
b) isóbaros. d) isótonos.
14 (UFPE) A água contendo isótopos 2H é denominada “água
pesada”, porque a molécula 2H2
16O quando comparada
com a molécula 1H2
16O possui:
a) maior número de nêutrons.
b) maior número de prótons.
c) maior número de elétrons.
d) menor número de elétrons.
e) menor número de prótons.
5 A CINÉTICA DAS DESINTEGRAÇÕES
RADIOATIVAS
Sabemos que, dentre as crianças nascidas no dia de hoje, algumas terão vida mais curta, e outras,
vida mais longa. Com os núcleos radioativos acontece algo semelhante. Em um conjunto de átomos
radioativos, pode ocorrer de um átomo estar se desintegrando (deixando de existir) neste instante, um
segundo átomo se desintegrar daqui a 1 hora, um terceiro daqui a 3 meses, e assim por diante. O
urânio-238, por exemplo, desintegra-se tão lentamente que continua existindo — desde a formação da
Terra. Pelo contrário, há elementos produzidos artificialmente cuja radioatividade se esgota em questão
de minutos — ou, em alguns casos, em frações de segundo.
Conhecer a rapidez com que um elemento radioativo se desintegra é muito importante na prática.
Um primeiro exemplo que podemos mencionar é o da medicina nuclear: quando um radioisótopo é
injetado em uma pessoa para se fazer um exame clínico, é importante saber por quanto tempo haverá
radioatividade no organismo do paciente. Outro exemplo é o do armazenamento do lixo nuclear: nesse
caso, torna-se necessário saber por quanto tempo o lixo deve permanecer estocado. E muitos outros
exemplos poderiam ser citados.
A forma mais usual de medir a rapidez de uma desintegração é a dada pela seguinte definição:
Tempo de meia-vida t 1
2
( ) ou período de semidesintegração (P) é o tempo necessá-
rio para desintegrar a metade dos átomos radioativos existentes em uma dada amostra.
Vamos imaginar, por exemplo, que uma determinada amostra radioativa forneça os dados abaixo,
dando origem ao gráfico correspondente:
Tempo (min)
0 100
10 50
20 25
30 12,5
40 6,25
Quantidade de átomos
radioativos presentes
9 2
9 2
9 2
9 2
... ...
Número de átomos
12,5
25
50
100
10 20 30 40 Tempo (min)
6,25
t 1
2
t 1
2
t 1
2
t 1
2
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98
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Capítulo 19 • REAÇÕES NUCLEARES
475
EXERCÍCIOS
EXERCÍCIO RESOLVIDO
Neste exemplo, temos um tempo de meia-vida t 1
2
( )
de 10 minutos. A curva obtida é chamada de curva de
decaimento do elemento radioativo e traduz também a
velocidade de desintegração (ou atividade) do elemento.
A velocidade média de desintegração, por sua vez, pode ser
entendida como o “número de átomos que se desintegram
em uma unidade de tempo”. No SI, a unidade da velocidade
de desintegração é o becquerel (Bq), que indica o “núme-
ro de desintegração por segundo”. A tabela ao lado nos
mostra que o tempo de meia-vida varia bastante de um
radioisótopo para outro.
O tempo de meia-vida é uma característica de cada radioisótopo e independe da pressão, da
temperatura e do composto químico no qual o radioisótopo esteja presente ou que ele venha a formar
(lembre-se de que a radioatividade é uma propriedade dos núcleos dos átomos, e não de suas eletros-
feras, que são as responsáveis pelas propriedades químicas dos elementos).
Radioisótopo Tempo de meia-vida
22
8
0
6Rn 55,6 segundos
21
8
8
4Po 3,08 minutos
9
4
5
3Tc 20,0 horas
23
9
4
0Th 24,1 dias
9
3
0
8Sr 29,1 anos
14
6C 5.715 anos
10
4Be 1,52 milhão de anos
23
9
8
2U 4,46 bilhões de anos
a) Tempo de meia-vida (t 12) ou período de (P) é o necessário para desintegrar a dos
átomos radioativos existentes em uma amostra.
b) Uma curva de decaimento indica a de átomos radioativos em uma amostra, em função do
.
c) A velocidade de desintegração é o de átomos que se desintegram por unidade de . No SI, a
unidade é o , que indica o número de por .
REVISÃO
15 (Ceub-DF) Dispõe-se de 16,0 g de um isótopo radioa-
tivo cuja meia-vida é de 15 dias. Decorridos 60 dias, a
quantidade residual do mesmo será:
a) 0,5 g c) 2,0 g e) 16,0 g
b) 1,0 g d)8,0 g
1a resolução
Basta considerarmos a seguinte sequência:
16,0 g (início) 16,0 g 9 2 � 8,0 g
 8,0 g 9 2 � 4,0 g
 4,0 g 9 2 � 2,0 g
 2,0 g 9 2 �
� 1,0 g (final)
2a resolução
A sequência mostrada na 1a resolução pode ser trans-
formada numa fórmula matemática. Podemos dizer
que a massa final (mf) é igual à massa inicial (m0)
dividida por 2x, em que x é o “número de meias-
vidas do processo” m
m
xf = 2
0⎛
⎝⎜
⎞
⎠⎟
.
Neste problema, sabemos também que 60 dias foi o
tempo (t) decorrido na decomposição total e, como
a meia-vida (P) é de 15 dias, temos:
x t
P
x 60
15
 4� � �⇒
Isto é, foram decorridos 4 períodos de meia-vida no
processo total.
Portanto:
m mxf 4 2
 16,0
2
 16,0
16
� � �0 ⇒ mf � 1,0 g
Alternativa b
após 15 dias (P )
após 15 � 15 � 30 dias (2P)
após 30 � 15 � 45 dias (3P )
após 45 � 15 � 60 dias (4P )
16 (Unirio-RJ) O 201Tl é um isótopo radioativo usado na
forma de TlCl3 (cloreto de tálio), para diagnóstico do
funcionamento do coração. Sua meia-vida é de 73 h
(q 3 dias). Certo hospital possui 20 g desse isótopo. Sua
massa, em gramas, após 9 dias, será igual a:
a) 1,25 b) 2,5 c) 3,3 d) 5,0 e) 7,5
17 (Mackenzie-SP) Em 13 de setembro de 1987, em Goiânia,
ocorreu um dos maiores acidentes radiológicos do mun-
do, que expôs o ambiente a 19,26 g de césio-137, cuja
meia-vida é de 30 anos. O lixo contaminado está arma-
zenado em um depósito, em Abadia de Goiás, e deverá
permanecer isolado por 180 anos. Ao final desse perío-
do, a massa restante do césio-137 será de:
a) 0,30 g c) 0,10 g e) 3,21 g
b) 0,64 g d) 1,60 g
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98
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• Fundamentos da Química
476
23 (FGV-SP) O isótopo radioativo do hidrogênio, trítio (3H),
é muito utilizado em experimentos de marcação isotópica
na química orgânica e na bioquímica. Porém um dos pro-
blemas em utilizá-lo é que sua meia-vida é de 12,3 anos,
o que causa um tempo de espera longo para que se pos-
sa descartá-lo no lixo comum.
Qual será a taxa de trítio daqui a 98 anos em uma amos-
tra preparada hoje (100%)?
a) 0% c) 7,97% e) 0,78%
b) 12,55% d) 0,39%
24 (Mackenzie-SP) No diagnóstico de doenças de tireoide,
é usado o radioisótopo 135
1
3I, cuja meia-vida é de oito dias.
Após 48 dias, a fração da concentração inicial de iodo
que permanece é igual a:
a)
1
64 d)
1
48
b)
1
6
e)
1
56
c)
1
8
25 (Vunesp) O acidente do reator nuclear de Chernobyl, em
1986, lançou para a atmosfera grande quantidade de 93
0
8Sr
radioativo, cuja meia-vida é de 28 anos. Supondo ser esse
isótopo a única contaminação radioativa e sabendo que
o local poderá ser considerado seguro quando a quan-
18 (UFPI) Na indústria nuclear, os trabalhadores utilizam a
regra prática de que a radioatividade de qualquer amos-
tra se torna inofensiva após dez meias-vidas.Indique a
fração que permanecerá após esse período.
a) 0,098% c) 0,391% e) 3,13%
b) 0,195% d) 1,12%
Cálculo do valor da meia-vida
x t
P P
 2 16� �⇒ ⇒ P � 8 anos
Alternativa e
EXERCÍCIO RESOLVIDO
19 (FEI-SP) Vinte gramas de um isótopo radioativo de-
crescem para cinco gramas em dezesseis anos. A
meia-vida desse isótopo é:
a) 4 anos c) 32 anos e) 8 anos
b) 16 anos d)10 anos
1a resolução
Sejam P anos a meia-vida do isótopo considerado.
No esquema abaixo, temos:
20 g 20 g 9 2 � 10 g 10 g 9 2 � 5 g
Se 2P � 16 anos, temos: P � 8 anos
2a resolução
Usando as fórmulas já vistas na 2a resolução do exer-
cício 15, temos:
Cálculo do número de meias-vidas
m mx xf
0 
2
 5 20
2
� �⇒ ⇒ 2x � 4 ⇒ x � 2
2PP
16 anos
20 (Cefet-RJ) Quanto mais cedo o paciente usar altas doses
de radiação beta, maior será a possibilidade de atrasar ou
até mesmo de frear o avanço da esclerose múltipla, se-
gundo pesquisa publicada no New England Journal of
Medicine, em setembro de 2000. Sendo assim, podemos
imaginar o Bi-210 como uma possível alternativa para o
tratamento da esclerose múltipla. Se, após 1 hora, a radia-
ção do Bi-210 diminui para 12,5% do valor inicial, a sua
meia-vida é de:
a) 20 min c) 40 min e) 60 min
b) 30 min d) 50 min
21 (Fesp-SP) Uma amostra de 64 g de uma substância radioa-
tiva apresenta um período de semidesintegração de
20 h. O tempo necessário para a amostra ficar reduzida a
2 g será:
a) 64 h c) 36 h e) 72 h
b) 48 h d) 100 h
22 (PUC-PR) O período de semidesintegração do isótopo
1
2
1
4Na é de 15 h. Qual a quantidade inicial desse isótopo
se, após 105 h, resta 1,25 g do mesmo?
a) 1,25 g c) 50 g e) 160 g
b) 20 g d) 100 g
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
tidade de 93
0
8Sr se reduzir, por desintegração, a 
1
16
 da
quantidade inicialmente presente, o local poderá ser ha-
bitado novamente a partir do ano de:
a) 2014 d) 2986
b) 2098 e) 3000
c) 2266
26 (EPM-SP) O isótopo 1
3
5
2P é utilizado para localizar tumores
no cérebro e em estudos de formação de ossos e dentes.
Uma mesa de laboratório foi contaminada com 100 mg
desse isótopo, que possui meia-vida de 14,3 dias. O tem-
po mínimo, expresso em dias, para que a radioatividade
caia a 0,1% do seu valor original, é igual a:
a) 86 c) 129 e) 157
b) 114 d) 143
27 (Vunesp) O cobre 64 (6429Cu) é usado na forma de acetato
de cobre para investigar tumores no cérebro. Sabendo-
-se que a meia-vida desse radioisótopo é de 12,8 horas,
pergunta-se:
a) Qual a massa de cobre 64 restante, em miligramas,
após 2 dias e 16 horas, se sua massa inicial era de
32 mg?
b) Quando um átomo de cobre 64 sofrer decaimento,
emitindo duas partículas α, qual o número de prótons
e nêutrons no átomo formado?
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98
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Capítulo 19 • REAÇÕES NUCLEARES
477
AS FAMÍLIAS RADIOATIVAS NATURAIS
É muito comum um átomo A emitir uma radiação (α ou β), transformando-se num novo átomo B;
este, por sua vez, por uma nova desintegração, transforma-se num átomo C; e assim sucessivamente,
até a sequência chegar a um átomo X, estável, que não mais irá se alterar. A sequência A, B, C, … X é
chamada série (ou família) radioativa. O átomo inicial A é chamado elemento-pai (ou núcleo-pai); B,
C, … X são seus “descendentes” e denominam-se elementos-filhos (ou núcleos-filhos).
Série (ou família) radioativa natural é uma sequência, que ocorre espontaneamente
na natureza, na qual elementos radioativos se transformam uns nos outros, ao longo de
uma série de desintegrações, até chegar a um elemento químico estável.
Embora existam atualmente muitas séries ou famílias radioativas obtidas artificialmente, devemos
salientar que, na natureza, aparecem apenas três séries importantes:
É interessante notar que as três famílias terminam no chumbo, embora sob forma de isótopos
diferentes. Esses isótopos são estáveis e não sofrem mais desintegração radioativa. Por esse motivo,
costuma-se dizer que, na natureza, são radioativos apenas os elementos mais pesados que o chumbo
(de número atômico 82). Entretanto, isso não é totalmente correto; existem elementos leves que apre-
sentam isótopos radioativos, na natureza, em quantidades ínfimas.
6
Famílias (séries) radioativas naturais
Série ou família Inicia-se com Termina com
Urânio 29
3
2
8U 28
0
2
6Pb
Actínio 29
3
2
5U 28
0
2
7Pb
Tório 29
3
0
2Th 28
0
2
8Pb
A descoberta da radioatividade natural veio mostrar que certos átomos podiam se transformar em
outros. De início, os cientistas foram simples espectadores da transmutação radioativa natural. Logo
perceberam que não seria fácil transformar um elemento em outro; as pressões e as temperaturas que
provocavam as reações químicas se mostravam ineficazes para provocar as reações nucleares.
Em 1919, porém, Rutherford verificou que partículas α, emitidas pelo polônio, conseguiam pene-
trar no núcleo do nitrogênio, transformando-o em oxigênio, de acordo com a seguinte equação de
transmutação:
14
7N �
4
2α 178O � 11p
Pela primeira vez, a humanidade havia conseguido transformar, artificialmente, um elemento (o
nitrogênio) em outro (o oxigênio).
7 REAÇÕES ARTIFICIAIS DE TRANSMUTAÇÃO
Você pode observar
A história da ciência é caprichosa. Na Idade Média, os alquimistas deseja-
vam transformar elementos baratos em ouro. No século XIX, criou-se a ideia de
que os átomos seriam imutáveis. Já no século XX, conseguiu-se transformar
átomos de um elemento em outro. Enfim, para a ciência não existe verdade
eterna e imutável.
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• Fundamentos da Química
478
Assim, podemos dizer que:
Reação nuclear ou de transmutação é a que ocorre pelo choque de uma partícula (α,
β, nêutrons etc.) com um núcleo ou entre dois núcleos, com produção de um novo ele-
mento químico.
Atualmente, são conhecidos muitos tipos de reações nucleares de transmutação:
a) Reações provocadas por partículas α
2
1
7
3Al �
4
2α
3
1
0
4Si � 
1
1p ou
19
9F �
4
2α
2
1
2
1Na � 
1
0n
b) Reações provocadas por prótons
3
1
1
5P � 1
1p 31
1
6Si � 
1
0n ou 4
9Be � 11p
6
3Li �
4
2α
c) Reações provocadas por dêuterons (21d)
Dêuterons são partículas formadas por 1 próton e 1 nêutron e equivalem ao núcleo do deutério (21H).
2
1
3
1Na � 
2
1H
2
1
4
2Mg � 
1
0n ou 
7
3
5
3As �
 
1
2H 73
6
3As � 
1
1p
A reação da direita não é de transmutação, pois um isótopo de arsênio transforma-se em outro.
d) Reações provocadas por nêutrons
2
1
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3
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4Se � 
1
0n
8
3
3
4Se � 
0
0γ
Em Goiânia (Goiás), em setembro de 1987,
dois catadores de papéis encontraram uma
cápsula contendo césio-137, que fora usada
em tratamento de câncer e depois abandona-
da num hospital desativado, e a venderam a
um ferro-velho. Na cápsula, o césio-137 esta-
va envolto por cerca de 100 kg de chumbo,
que servia como blindagem protetora das ra-
diações. Os funcionários do ferro-velho des-
truíram a cápsula a marretadas, para vender o
chumbo, e começaram a brincar com o césio-
137, encantados com o brilho característico
que esse radioisótopo emite no escuro (inclu-
sive, porções do pó foram dadas de presente
a outras pessoas).
Centenas de pessoas foram contaminadas
(uma criança chegou a ingerir o material radioa-
tivo, ao comer um sanduíche com as mãos sujas
do pó) e os pacientes mais gravemente atingidos
foram submetidos a tratamentos especiais (alguns
sofreram exposições de 600 rad, o equivalente a
4.000 radiografias do pulmão), mas, apesar do
tratamento, quatro pessoas morreram no primei-
ro mês após o acidente. A Comissão Nacional de
Energia Nuclear (CNEN) levou vários meses para
conseguir descontaminar a região do acidente.
O acidente de Goiânia
Contêineres com lixo
radioativo em Abadia
de Goiás (Goiás), após
o acidente de 1987.
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Capítulo 19 • REAÇÕES NUCLEARES
479
8 OS ELEMENTOS TRANSURÂNICOS
Em nosso planeta, o elemento de número atômico mais elevado que pode ser encontrado é o
urânio (de número atômico 92). No entanto, com o auxílio de reações nucleares, podemos produzir
artificialmente elementos de números atômicos superiores a 92. São os denominados elementos
transurânicos.
Em 1940, os cientistas americanos Edwin Mattinson McMillan (1907-1991) e Glenn Theodore
Seaborg (1912-1999) produziram os dois primeiros elementos transurânicos: o netúnio (de número
atômico 93) e o plutônio (de número atômico 94), pela seqüência de reações:
2
9
3
2
8U � 10n
2
9
3
2
9U* � 00γ
2
9
3
2
9U* 29
3
3
9Np* � �1
0β
2
9
3
3
9Np* 29
3
4
9Pu � �1
0β
Estão assinalados com asterisco (*) os elementos radioativos.
O produto final 29
39
4Pu também é radioativo e tende a emitir uma partícula α. Sendo, porém, de
meia-vida muito longa (2.400 anos), ele pode ser considerado praticamente estável.
Atualmente consegue-se produzir até o elemento de número atômico 111, chamado roentgê-
nio (Rg).
24 min
2,4 dias
Existem elementos de número atômico inferior
ao do urânio (92), denominados elementos
cisurânicos, que também não existem na Ter-
OBSERVAÇÃO
ra, devendo ser obtidos artificialmente: o tec-
nécio (Z � 43), o promécio (Z � 61) e o astato
(Z � 85).
Glenn Theodore Seaborg
Nasceu em Michigan, Estados Unidos, em 1912, e faleceu na Califórnia, em 1999.
Em 1940, juntamente com Edwin Mattinson McMillan (1907-1991), Seaborg pro-
duziu o netúnio e o plutônio. A seguir, começou a trabalhar no primeiro reator
atômico norte-americano, que começou a funcionar em 1942. Voltando aos ele-
mentos transurânicos, Seaborg conseguiu produzir sete novos elementos; do ame-
rício (95) ao mendelévio (101). Por esses trabalhos, Seaborg recebeu, juntamente
com McMillan, o Prêmio Nobel de Química de 1951. Em 1961, foi nomeado dire-
tor da Comissão de Energia Atômica dos Estados Unidos.
Outro trabalho importante de Seaborg foi o de alterar o final da Tabela Periódica.
Antes dele, os elementos tório (90), protactínio (91) e urânio (92) eram colocados
no sétimo período, nas colunas 4B, 5B e 6B, respectivamente. Foi Seaborg quem
propôs colocar esses elementos na série dos actinídios. Em sua homenagem, em
1997, o elemento químico 106 foi denominado seabórgio.
a) Série (ou família) radioativa natural é uma , que ocorre na natureza, na qual elementos radioa-
tivos se transformam uns nos outros, ao longo de uma série de , até chegar a um elemento químico
.
b) Reação nuclear ou de é a que ocorre pelo de uma partícula (α, β, nêutrons etc.) com um
 ou entre dois , com produção de um novo elemento químico.
c) Elementos transurânicos são os que têm atômico superior ao do .
REVISÃO
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• Fundamentos da Química
480
EXERCÍCIOS
EXERCÍCIO RESOLVIDO
28 Complete a seguinte equação nuclear:
14
7N �
 
2
4α 179F � ..?...
Resolução
Vamos supor, no lugar da interrogação, a partícula
ou núcleo AZX. Efetuando o balanço dos números de
massa e das cargas elétricas nucleares, temos:
14 � 4 � 17 � A ⇒ A � 1
0
1X7 � 2 � 9 � Z ⇒ Z � zero
Portanto, X representa um nêutron, e a equação fica:
14
7N � 
4
2α 
17
9F � 
1
0n
massa 48, e de átomos de plutônio (Pu), de número de
massa 244. Com um choque efetivo entre os núcleos
de cada um dos átomos desses elementos, surgiu o novo
elemento químico. Sabendo que nesse choque foram
perdidos apenas três nêutrons, os números de prótons,
nêutrons e elétrons, respectivamente, de um átomo neu-
tro desse novo elemento são:
a) 114; 178; 114 d) 111; 175; 111
b) 114; 175; 114 e) 111; 292; 111
c) 114; 289; 114
31 (Uerj) Dois elementos recém-descobertos, X e Y, não apa-
recem ainda nas tabelas periódicas dos livros de Quími-
ca. O experimento que levou a essa descoberta consistiu
na aceleração de átomos de criptônio-86 contra uma
chapa metálica de chumbo-208. Nesse processo, formou-
-se o nuclídeo X e houve emissão de um nêutron. O nuclídeo
X sofreu decaimento natural por emissão alfa, produzin-
do o nuclídeo Y, que possui em seu núcleo 116 prótons.
Determine o nome da família a que pertence o nuclídeo
X e o número de massa do nuclídeo Y.
32 (Uece) A transmutação de elementos, principalmente a
transmutação do chumbo em ouro, foi um dos sonhos
dos alquimistas e uma das raízes da química moderna.
Das equações abaixo que representam transmutações,
assinale a única alternativa falsa:
a) 115B � α
13
7N � 2 
1
0n
b) 31
5
7Cl � 1
2D 31
6
8Ar � 
1
0n
c) 94
6
2Mo � 1
2D 94
7
3Tc � 
1
0n
d) 42
5
1Sc � β
4
1
2
9K � α
29 (PUC-RJ) Elementos transurânicos podem ser sintetizados
pelo bombardeamento de núcleos mais leves com partí-
culas pesadas. Em 1958, Miller e outros produziram o
isótopo 254No (nobélio) a partir do 238U. A reação que
ocorreu produziu, além do novo elemento (No), ainda
seis (6) nêutrons. Assinale com qual partícula o alvo (238U)
foi bombardeado.
a) 10B c) 12C e) 16O
b) 22Na d) 22Ne
30 (UFRGS-RS) Em recente experimento com um acelera-
dor de partículas, cientistas norte-americanos consegui-
ram sintetizar um novo elemento químico. Ele foi produ-
zido a partir de átomos de cálcio (Ca), de número de
9 A FISSÃO NUCLEAR
Em 1934, Enrico Fermi (1901-1954), bombardeando átomos de urânio com nêutrons, obteve um
material radioativo. A princípio, ele desconfiou da formação de elementos transurânicos.
Em 1938, Otto Hahn (1879-1968) e Fritz Strassmann (1902-1980), repetindo a mesma experiên-
cia, constataram a existência do bário entre os produtos obtidos. Estranho, pois o bário, tendo número
atômico 56, é um átomo muito menor que o urânio (de número atômico 92)!
No mesmo ano, Lise Meitner (1878-1968) e seu sobrinho Otto Frisch (1904-1979) explicaram o
fenômeno, admitindo a quebra ou desintegração do átomo de urânio-235:
Nêutron 3 nêutrons
235U92
236U (instável)92
93Kr36
140Ba56
Equacionando: 29
3
2
5U � 10n
1
5
4
6
2Ba � 93
1
6Kr � 3 
1
0n � 1,9 � 10
10 kJ.
Essa reação é chamada de fissão (quebra) nuclear. O fato mais importante a ser comentado é que a
quebra de um átomo de urânio-235 produz 3 nêutrons, que irão quebrar outros átomos de urânio vizi-
nhos, e assim sucessivamente, dando origem a uma reação em cadeia, que prossegue espontaneamente.
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Capítulo 19 • REAÇÕES NUCLEARES
481
Essa reação em cadeia libera uma quantidade enorme de energia e é o princípio de funcionamento
das bombas atômicas e dos reatores nucleares usados atualmente.
Sendo assim, define-se:
Fissão nuclear é a divisão do núcleo de um átomo em núcleos menores, com libera-
ção de grande quantidade de energia.
O primeiro reator ou pilha nuclear foi posto em funcionamento em 1942, por Fermi e seus colabo-
radores, na Universidade de Chicago. Esse reator usava como combustível o urânio natural, que contém
pouco material físsil (apenas 0,7% de urânio-235). Entretanto, seu funcionamento foi possível devido à
seguinte observação:
• o urânio-238 só absorve nêutrons rápidos (transformando-se em plutônio-239);
• pelo contrário, o urânio-235, para quebrar, deve absorver nêutrons lentos (chamados de nêu-
trons térmicos).
Na ocasião, usou-se a grafite como “moderador” da velocidade dos nêutrons:
Explodindo um átomo de urânio-235, na barra 1, ele lançará nêutrons em alta velocidade (16.000 km/s),
que saem da barra 1 e começam a caminhar em ziguezague dentro dos tijolos de grafite. Devido ao
choque com os átomos de carbono, os nêutrons perdem velocidade; a velocidade de 1,6 km/s é a
velocidade mais eficaz parao nêutron quebrar o próximo átomo de urânio-235, o que poderá ocorrer
numa outra barra de urânio (barra 2 da figura) ou na mesma barra inicial. Propositalmente, as barras de
urânio são finas; desse modo, é sempre mais provável os nêutrons escaparem da barra do que serem
capturados por átomos de urânio-238 dentro da própria barra.
A primeira usina nuclear destinada à produção de energia elétrica foi inaugurada nos Estados Uni-
dos em 1951.
Até hoje o funcionamento de um reator somente se torna possível de duas maneiras:
• retardando-se os nêutrons;
• ou usando-se um combustível mais
físsil: urânio enriquecido (isto é, em
que foi aumentada a concentração
do isótopo-235); plutônio-239; etc.
Na figura ao lado, vemos os componen-
tes essenciais de um reator nuclear simples:
• combustível — são as barras de urâ-
nio ou plutônio-239 metálico;
• moderador — diminui a velocida-
de dos nêutrons; pode ser grafite,
água comum, água pesada (D2O)
etc.;
• refletor — reflete os nêutrons para
o centro do reator (núcleo, coração
ou miolo do reator); desse modo se
evita o desperdício de nêutrons e se
diminui o perigo ao redor do reator;
um bom refletor é a grafite;
• sistema de controle — são barras
de cádmio ou de boro, que são
introduzidas, em maior ou menor
extensão, no núcleo do reator; es-
sas barras absorvem os nêutrons
em excesso, evitando que a reação
se acelere e que o reator venha a
se aquecer demasiadamente; des-
se modo, podemos fazer o reator
trabalhar mais depressa ou mais
devagar;
Barras de urânio
Tijolos de grafite
1 2
3 4
1 2
3 4
Barras de combustível
(urânio)
Barra de controle
Moderador de
água pesadaDetetor de nêutrons Parede da piscina
Refletor
de grafite
Esquema de um reator nuclear
Esquema do choque dos nêutrons com os átomos de carbono
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• Fundamentos da Química
482
• sistema de refrigeração — permite retirar a grande quantidade de calor produzida no reator
(que poderá ser utilizada, por exemplo, no acionamento de uma turbina); com essa finalidade
são usados: água comum, água pesada, gás carbônico, sódio fundido etc.;
• sistema de proteção — para evitar que os operadores do reator sejam atingidos por emissões perigo-
sas; com essa finalidade são usadas blindagens de aço e grossas paredes de concreto armado.
A primeira usina átomo-elétrica brasileira está situada na Praia de Itaorna, em Angra dos Reis, no
Rio de Janeiro. O reator Angra-I tem potência de 626 megawatts (MW) e produz energia para o sistema
elétrico Rio-São Paulo. É um reator do tipo água pressurizada.
Opera com urânio enriquecido (3% de 235U), que fica colocado
em 30.000 varetas metálicas. A fissão do urânio aquece a água
sob pressão (160 atm), que envolve as varetas metálicas (circuito
primário). Esse circuito, por sua vez, aquece a água do circuito
secundário, que irá movimentar as turbinas que acionam os gera-
dores elétricos.
O reator Angra-II entrou em funcionamento no início de 2001,
com um atraso de vários anos e um custo muito superior ao pre-
visto. Com a potência de 1.300 MW, esse reator pode abastecer
uma cidade de 1,5 milhão de habitantes. O governo brasileiro
tem a intenção de construir o reator Angra-III.
Usina de Angra dos Reis, no estado
do Rio de Janeiro.
Em Chernobyl, na Ucrânia, na noite de 26 de abril de
1986, um reator nuclear de uma usina elétrica teve suas rea-
ções aceleradas a tal ponto que o calor provocou o incêndio
da grafite (usada como moderador) e do próprio prédio do
reator. Imediatamente, a fumaça e a evaporação violenta da
água de refrigeração lançaram na atmosfera uma grande
quantidade de radioisótopos, que formaram uma nuvem ra-
dioativa. Dezenas de pessoas morreram no local na hora e,
num raio de 30 km, 135.000 pessoas foram evacuadas de
suas casas. A nuvem radioativa atravessou vários países da
Europa, num deslocamento que demorou semanas. Com a
lenta precipitação dos radioisótopos nesse trajeto, houve con-
taminação da agricultura, dos animais (e de seus subprodutos,
como leite, ovos etc.) e das pessoas.
O acidente de Chernobyl
A usina de Chernobyl, após o acidente de 1986.
10 A FUSÃO NUCLEAR
Fusão nuclear é a junção de núcleos atômicos produzindo um núcleo maior, com
liberação de uma quantidade enorme de energia.
De certa maneira, a fusão nuclear é o fenômeno inverso da fissão nuclear:
• a fissão quebra átomos grandes (U, Pu etc.), reduzindo-os a átomos menores;
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Capítulo 19 • REAÇÕES NUCLEARES
483
11 APLICAÇÕES DAS REAÇÕES NUCLEARES
A maior aplicação das reações nucleares é na produção da energia elétrica, pelas usinas nucleares.
Com essa finalidade, existiam no mundo, até o ano 2004, 440 reatores em atividade. A energia nuclear
é usada também na propulsão de porta-aviões e de submarinos.
Nas indústrias, os isótopos radioativos são usados em radiografias de tubulações metálicas, em
controle de qualidade da produção, no estudo de desgaste dos materiais, na descoberta de vazamentos
em oleodutos, na conservação de alimentos, na esterilização de materiais cirúrgicos etc.
Na Química, isótopos radioativos são inseridos em moléculas escolhidas, servindo então como
traçadores do caminho que essas moléculas seguirão através das reações químicas. Essa técnica permi-
te, por exemplo, estudar o mecanismo e a cinética das reações químicas.
Na Medicina, os isótopos radioativos podem ser usados no diagnóstico e no tratamento de
doenças. Como exemplos de radioisótopos utilizados em diagnóstico, temos: o iodo-131, para
mapeamento da tireoide; o mercúrio-197, para tumores cerebrais; o ferro-59, para estudo das células
vermelhas do sangue; o tálio-201, para diagnósticos cardíacos; etc. No tratamento de enfermidades,
destaca-se o uso da chamada bomba de cobalto, dispositivo em que o cobalto-60 é empregado para
destruir células cancerosas.
Cintilograma de tireoide. Um cintilograma desse tipo
pode detectar tumores, quantidades de hormônios
etc. Imagem colorizada artificialmente.
Paciente sendo preparado para uma aplicação radioativa com
bomba de cobalto.
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• a fusão aglomera átomos pequenos (hidrogênio, deutério, trítio etc.), produzindo átomos maio-
res. São exemplos de fusão nuclear:
2
1H �
2
1H
3
1H �
1 
1H 4 MeV/átomo ou 9,3 � 10
7 kcal/mol
2
1H �
2
1H
3
2He �
1
0n 3,3 MeV/átomo ou 7,6 � 10
7 kcal/mol
2
1H �
3
1H
4
2He �
1
0n 17,3 MeV/átomo ou 3,9 � 10
8 kcal/mol
Nessas reações, temos que:
• 11H é igual a 
1
1p, que é o hidrogênio ou próton;
• 21H é igual a 
2
1D, que é o deutério;
• 31H é igual a 
3
1T, que é o trítio.
Reações desse tipo ocorrem no Sol, nas outras estrelas e na explosão da bomba de hidrogênio.
Na agricultura, é comum inserir isótopos radioativos em fertilizantes, adubos etc., para estudar a
absorção desses produtos pelos vegetais. A radioatividade é também usada para destruir fungos, bacté-
rias, plantas invasoras e insetos que prejudicam os vegetais cultivados.
Em Geologia e Arqueologia, certos radioisótopos são úteis para determinar a idade de rochas,
fósseis etc. É o chamado processo de datação desses materiais. Por exemplo, estudando-se o decaimento
do urânio-238, chegou-se à conclusão de que as rochas trazidas da Lua, pelas missões Apolo, têm idade
aproximada de 4,5 a 5 bilhões de anos. Estudando o decaimento do carbono-14, determina-se a idade de
fósseis, vegetais e animais, a idade das múmias do Egito, a idade de pinturas pré-históricas etc.
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•Fundamentos da Química
484
Ruínas de Stonehenge (Inglaterra)
Tumba da primeira dinastia egípcia
Pinturas da caverna 
de Lascaux (França)
Tempo (anos)
Intensidade da radiação
5.000 10.000 15.000 20.000
Vênus de Willendorf
Pinturas rupestres de Altamira
a) Fissão nuclear é a de núcleos atômicos em núcleos , com liberação de muita .
b) A fissão nuclear é usada em e atômicas.
c) Fusão nuclear é a de núcleos atômicos para produzir núcleos , com liberação de muita .
d) Atualmente, o maior emprego da energia nuclear é na produção de energia . Outras aplicações são, por
exemplo, na , na , na e na .
REVISÃO
EXERCÍCIOS
33 (Uerj) O reator atômico instalado no município de Angra
dos Reis é do tipo PWR — reator de água pressurizada. O
seu princípio básico consiste em obter energia através do
fenômeno “fissão nuclear”, em que ocorre a ruptura de
núcleos pesados em outros mais leves, liberando grande
quantidade de energia. Esse fenômeno pode ser repre-
sentado pela seguinte equação nuclear:
1
0n �
2
9
3
2
5U 15
4
5
4Cs � T � 2 10n � Energia
Os números atômico e de massa do elemento T estão
respectivamente indicados na seguinte alternativa:
a) 27 e 91 c) 39 e 92
b) 37 e 90 d) 43 e 93
34 (Fuvest-SP) Na reação de fusão nuclear representada por
2
1H � 1
3H E � n
ocorre a liberação de um nêutron (n). A espécie E deve
ter:
a) 2 prótons e 2 nêutrons. d) 2 prótons e 3 elétrons.
b) 2 prótons e 3 nêutrons. e) 4 prótons e 3 elétrons.
c) 2 prótons e 5 nêutrons.
35 (Enem-MEC) O debate em torno do uso da energia nu-
clear para produção de eletricidade permanece atual. Em
um encontro internacional para a discussão desse tema,
foram colocados os seguintes argumentos:
I. Uma grande vantagem das usinas nucleares é o fato
de não contribuírem para o aumento do efeito estufa,
uma vez que o urânio, utilizado como “combustível”,
não é queimado mas sofre fissão.
II. Ainda que sejam raros os acidentes com usinas nuclea-
res, seus efeitos podem ser tão graves que essa alter-
nativa de geração de eletricidade não nos permite fi-
car tranquilos.
A respeito desses argumentos, pode-se afirmar que:
a) o primeiro é válido e o segundo não é, já que nunca
ocorreram acidentes com usinas nucleares.
b) o segundo é válido e o primeiro não é, pois de fato há
queima de combustível na geração nuclear de eletri-
cidade.
c) o segundo é válido e o primeiro é irrelevante, pois
nenhuma forma de gerar eletricidade produz gases
do efeito estufa.
d) ambos são válidos para se compararem vantagens e
riscos na opção por essa forma de geração de energia.
e) ambos são irrelevantes, pois a opção pela energia nu-
clear está se tornando uma necessidade inquestionável.
36 (UFSCar-SP) Em 1999, foi estudada a ossada do habitan-
te considerado mais antigo do Brasil, uma mulher que a
equipe responsável pela pesquisa convencionou chamar
Luzia.
A idade da ossada foi determinada como sendo igual a
11.500 anos. Suponha que, nessa determinação, foi em-
pregado o método de dosagem do isótopo radioativo
carbono-14, cujo tempo de meia-vida é 5.730 anos. Pode-
-se afirmar que a quantidade de carbono-14 encontrada
atualmente na ossada, comparada com a contida no cor-
po de Luzia por ocasião de sua morte, é aproximada-
mente igual a:
a) 100% do valor original. d) 10% do valor original.
b) 50% do valor original. e) 5% do valor original.
c) 25% do valor original.
37 (Fatec-SP) Em uma caverna foram encontrados restos de
um esqueleto humano, tendo-se determinado nos ossos
uma taxa de C-14 igual a 6,25% da taxa existente nos
organismos vivos e na atmosfera.
Sabendo-se que a meia-vida do C-14 é de 5.600 anos,
pode-se afirmar que a morte do indivíduo ocorreu há:
a) 22.400 anos. d) 5.600 anos.
b) 16.800 anos. e) 350 anos.
c) 11.200 anos.
LA
E
R
TE
Com esse tipo de datação podemos fazer gráficos da História e da Pré-História, conforme
esquematizado abaixo:
R
ep
ro
du
çã
o 
pr
oi
bi
da
. A
rt
.1
84
 d
o 
C
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ig
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P
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 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
Capítulo 19 • REAÇÕES NUCLEARES
485
38 (Unesp) Medidas de radioatividade de uma amostra de
tecido vegetal encontrado nas proximidades do Vale dos
Reis, no Egito, revelaram que o teor em carbono-14 (a
relação 14C/12C) era correspondente a 25% do valor en-
contrado para um vegetal vivo. Sabendo que a meia-vida
do carbono-14 é 5.730 anos, conclui-se que o tecido
fossilizado encontrado não pode ter pertencido a uma
planta que viveu durante o antigo império egípcio — há
cerca de 6.000 anos —, pois:
a) a meia-vida do carbono-14 é cerca de 1.000 anos
menor do que os 6.000 anos do império egípcio.
b) para que fosse alcançada esta relação 14C/12C no te-
cido vegetal, seriam necessários, apenas, cerca de
3.000 anos.
c) a relação 14C/12C de 25%, em comparação com a de
um tecido vegetal vivo, corresponde à passagem de,
aproximadamente, 1.500 anos.
d) ele pertenceu a um vegetal que morreu há cerca de
11.500 anos.
e) ele é relativamente recente, tendo pertencido a uma
planta que viveu há apenas 240 anos, aproximada-
mente.
LEITURA
Consideremos o caso dos reatores nuclea-
res, que usam urânio enriquecido como com-
bustível. Após três a cinco anos de funciona-
mento, esse combustível deve ser trocado, por-
que nele a quantidade de urânio-235 decresce
e formam-se o plutônio e vários outros produ-
tos de fissão, os quais atrapalham o funciona-
mento do reator. Na purificação do urânio, cha-
mada de reprocessamento, reaproveitam-se o
urânio-235 e o plutônio, que são combustíveis
nucleares; os demais produtos da fissão, que
formam uma mistura radioativa muito comple-
xa, de separação difícil e de pouca aplicação,
constituem o lixo nuclear.
O LIXO NUCLEAR
Ciclo do combustível
num reator nuclear
Enriquecimento
do urânio
Reator
Combustível exaurido
Reprocessamento
Lixo nuclear
Depósito de
lixo nuclear
C
o
m
b
us
tí
ve
l
re
ap
ro
ve
it
ad
o
é espontâneo, mas não pode ser acelerado)
ou cair a níveis tão baixos que a tornem inofen-
siva. Esse processo, contudo, pode levar deze-
nas ou centenas de anos!
O que fazer então? Normalmente o lixo
nuclear é vitrificado (preso num material vítreo
a alta temperatura) e colocado em recipientes
metálicos altamente resistentes, que são confi-
nados em blocos de concreto, de onde a radioa-
tividade não pode escapar. Até certo tempo
atrás, esses blocos eram jogados no mar; no
entanto, o receio de que a corrosão marinha
viesse a liberar o material radioativo fez com
que se optasse por depositar esses blocos em
poços de grande profundidade (nos Estados Uni-
dos, por exemplo, são usadas minas de sal aban-
donadas, com cerca de 500 m de profundida-
de) ou em túneis profundos.
Entrada do túnel de armazenamento de lixo nuclear
nas montanhas Yucca, Estados Unidos.
Além do lixo dos reatores nucleares, temos
uma grande quantidade de radioisótopos usa-
dos na medicina, na indústria, na agricultura
etc., que acabam produzindo um grande volu-
me de rejeitos radioativos.
Todo esse lixo nuclear deve ser armazena-
do, com a máxima segurança, até a radioativi-
dade se extinguir (lembre-se de que o processo
Consequentemente, podemos dizer que o
receio de acidentes nucleares e a dificuldade de
descarte do lixo nuclear são dois obstáculos im-
portantes a outras aplicações das reações nu-
cleares.
D
A
N
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O
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19
98
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• Fundamentos da Química
486
39 (PUC-Campinas-SP) Protestos de várias entidades ecoló-
gicas têm alertado sobre os danos ambientais causados
pelas experiências nucleares francesas no Atol de Mururoa.
Isótopos radioativos prejudiciais aos seres vivos, como o 90Sr,
formam o chamado “lixo nuclear” desses experimentos.
Quantos anos são necessários para que uma amostra de
90Sr, lançada no ar, se reduza a 25% da massa inicial?
(Dado: meia-vida do 90Sr � 28,5 anos)
a) 28,5 c) 85,5 e) 114
b) 57,0 d) 99,7
40 (Enem-MEC) Na música“Bye, bye, Brasil”, de Chico
Buarque de Holanda e Roberto Menescal, os versos
“puseram uma usina no mar
talvez fique ruim pra pescar”
poderiam estar se referindo à usina nuclear de Angra dos
Reis, no litoral do estado do Rio de Janeiro.
No caso de tratar-se dessa usina, em funcionamento nor-
mal, dificuldades para a pesca nas proximidades pode-
riam ser causadas:
a) pelo aquecimento das águas, utilizadas pela refrigera-
ção da usina, que alteraria a fauna marinha.
b) pela oxidação de equipamentos pesados e por deto-
nações, que espantariam os peixes.
c) pelos rejeitos radioativos lançados continuamente no
mar, que provocariam a morte dos peixes.
d) pela contaminação por metais pesados dos processos
de enriquecimento do urânio.
e) pelo vazamento de lixo atômico colocado em tonéis e
lançado ao mar nas vizinhanças da usina.
Questões sobre a leitura
DESAFIO
41 (Unesp) A energia atômica é uma das alternativas ao uso
do petróleo. O Brasil, além de possuir importantes reser-
vas de uraninita (UO2), domina a tecnologia do enrique-
cimento do urânio, necessária para aumentar o teor em
urânio-235, o que permite seu uso em reatores.
Dadas as massas atômicas, em unidades de massa atômica:
2
9
3
2
5U � 235,04; 10n � 1,01; 
1
5
4
6
2Ba � 141,92 e 93
2
6Kr � 91,92,
a constante de Avogadro, NA � 6 � 10
23 mol�1 e conside-
rando que a equação para uma das reações de fissão
possíveis para um átomo de 29
3
2
5U é
2
9
3
2
5U � 10n
1
5
4
6
2Ba � 93
2
6Kr � 2 
1
0n � 3 � 10
�11 J ,
é correto afirmar que:
a) a soma das massas dos reagentes é exatamente igual
à soma das massas dos produtos.
b) a diferença de massa entre reagentes e produtos
corresponde à energia consumida para que a reação
de fissão nuclear ocorra.
c) 235,04 g de 235U podem produzir uma energia igual a
1,8 � 1010 kJ.
d) 235,04 g de 235U podem produzir uma energia igual a
3 � 10�11 J.
e) a energia liberada pela reação corresponde à da liga-
ção química que se forma entre os átomos de 142Ba e
92Kr.
42 (UFRJ) Em sua 42a Assembleia Geral, realizada em 2003,
a União Internacional de Química Pura e Aplicada (IUPAC)
oficializou o nome darmstácio, com símbolo Ds, para o
elemento químico resultante da fusão nuclear de isótopos
de níquel de número de massa 62 com isótopos de chum-
bo de número de massa 208, havendo a liberação de
1 nêutron, conforme a reação nuclear a seguir.
6
2
2
8Ni �
 2
8
0
2
8Pb 11
A
0Ds �
1
0n
a) Determine a posição que o darmstácio ocupará na
Tabela Periódica e calcule seu número de massa (A).
b) Os átomos de darmstácio são extremamente instá-
veis e decaem até o nobélio através da emissão de
partículas α. Determine o número de partículas α
emitidas e os elementos gerados durante o proces-
so de decaimento radioativo do darmstácio até o
nobélio.
43 (Fuvest-SP) Utilizando um pulso de laser, dirigido contra
um anteparo de ouro, cientistas britânicos conseguiram
gerar radiação gama suficientemente energética para,
atuando sobre um certo número de núcleos de iodo-129,
transmutá-los em iodo-128, por liberação de nêutrons. A
partir de 38,7 g de iodo-129, cada pulso produziu cerca
de 3 milhões de núcleos de iodo-128. Para que todos os
núcleos de iodo-129 dessa amostra pudessem ser
transmutados, seriam necessários x pulsos, em que x é:
Dado: constante de Avogadro � 6,0 � 1023 mol�1.
* laser � fonte de luz intensa.
a) 1 � 103 c) 3 � 1012 e) 9 � 1018
b) 2 � 104 d) 6 � 1016
44 (Fuvest-SP) Um contraste radiológico, suspeito de causar
a morte de pelo menos 21 pessoas, tem como principal
impureza tóxica um sal que, no estômago, reage liberando
dióxido de carbono e um íon tóxico (Me2�). Me é um metal
que pertence ao grupo dos alcalino-terrosos, tais como
Ca, Ba e Ra, cujos números atômicos são, respectivamen-
te, 20, 56 e 88. Isótopos desse metal Me são produzidos
no bombardeio do urânio-235 com nêutrons lentos:
1
0n �
2
9
3
2
5U 142Me � 36Kr � 3 
1
0n
Assim sendo, a impureza tóxica deve ser:
a) cianeto de bário. d) carbonato de bário.
b) cianeto de cálcio. e) carbonato de cálcio.
c) carbonato de rádio.
45 (Uerj) Na datação de rochas pode-se empregar a técni-
ca do potássio-40. A conversão deste isótopo em
argônio-40, por captura de elétron, tem meia-vida de
1,28 � 109 anos e é representada pela seguinte equação:
4
1
0
9K � �1
0e 41
0
8Ar
a) Estime a idade, em anos, de uma amostra de rocha
cuja razão entre os números de isótopos de argônio-
40 e potássio-40 seja igual a 7. Assuma que todo o
argônio presente na rocha foi produzido a partir do
potássio-40.
b) Existe uma outra forma de decaimento do potássio-40,
que consiste na emissão de uma partícula beta. Escreva
a equação química que representa esta emissão.

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