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D Aspectos da normalidade: O útero é dividido em endométrio, miométrio e perimétrio. O endométrio tem uma espessura homogênea em cada fase do ciclo, com estroma, glândulas e três camadas (duas superficiais responsivas à atividade hormonal de estrógeno e progesterona e camada basal inalterada). Como o Útero é um órgão com luz, é possível o aparecimento de pólipos. O endométrio (corpo = mucosa) é capaz de fazer surgir células em diversos locais, ela é facilmente implantada em diversos locais (endometriose). D Fisiologia no período reprodutivo e pós menopausal: Nos pós menopausa há ausência dos hormônios e há atrofia e apenas porção basal do endométrio permanece com espessura afilada, sem descamação. Nas fases do ciclo menstrual, as camadas superficiais do endométrio se espessam e descamam ao longo de um mês aproximadamente. M Fase proliferativa: É estrogênica = atuação de estrógenos. M Fase de ovulação: Pico de LH. M Fase secretória: É progestacional = com redução estrogênica e ação progestacional (produção de muco). OBS: Metro = útero. Meno = menstruação. D Causas de sangramento uterino anormal: O sangramento anormal na ausência de lesão uterina é chamado de hemorragia uterina disfuncional decorrente de alterações hormonais. Figura 1 útero Figura 2 Causas por grupo etário OBS: Um sangramento fora do período menstrual indica alteração hormonal – ou a mulher está grávida ou ela possui alguma alteração endócrina. D Doenças relacionadas à gestação: M Abortos: Pode ser espontâneo ou provocado. Leva a endometrite aguda por infecção (Estreptococo e Estafilococo) e outras causas estão relacionadas a DST (clamídea por exemplo). M Gestação ectópica: A tubárea é a mais comum. M Neoplasias trofoblásticas: Que se iniciam na placenta – mola hidatiforme e coriocarcinoma. D Hemorragia uterina disfuncional: Mais frequente em mulheres no período reprodutivo. Está relacionada a ciclos anovulatórios, fase lútea inadequada e contraceptivos orais. Há incongruência entre os componentes glandular e estromal – glândulas em fase proliferativa e estroma em fase secretória. D Pólipo endometrial: É uma entidade separada – estroma monoclomal. Mostra-se como algo benigno. É uma possibilidade RARA de hiperplasia ou neoplasia glandular. Nesses casos, a importância clínica reside no diagnóstico de hiperplasia. D Hiperplasia e neoplasia endometrial intra-epitelial: M Aspectos clínicos e etiologia: Apresentam-se comumente no período menopausal, como sangramento anormal associado ao espessamento difuso ou multifocal do endométrio (exames de imagem e histeroscopia). Está relacionado a um estímulo estrogênico prolongado (aumenta a taxa de proliferação celular do epitélio e estroma). Ou ausência de oposição da progesterona. M Condições que promovem: peri-menipausa, ovário policístico, tumor de células da granulosa do ovário produtor de estrógeno, função cortical ovariana excessiva, terapia prolongada com estrógeno ou uso de Tamoxifeno (ação análoga ao estrógeno ao endométrio = hiperplasia), diabetes, hipertensão e obesidade (síndrome metabólica). M Patogênese: Inativação do gene supressor de tumor PTEN (deleção ou inativação). Na ausência do PTEN as células endometriais ficam mais sensíveis ao estímulo estrogênico (proliferação). M Classificação com base na atipia nuclear: J Simples: Baixo risco de progressão para adenocarcinoma. J Complexa: Risco variável, podendo chegar a próximo de 50% de progressão para adenocarcinoma. A hiperplasia endometrial é definida como um aumento no número de glândulas em relação ao estroma, sendo observadas glândulas aglomeradas, geralmente com formatos anormais. Quando percebo a presença de atipia celular, podemos concluir que a hiperplasia está evoluindo para um adenocarcinoma. D Adenocarcinoma do endométrio: M Generalidades: É um câncer do trato genital feminino muito frequente. O pico de incidência está em 55 e 65 anos. Está relacionado a uma hiperplasia endometrial atípica (devido a um estrógeno aumentado). Desbalanço hormonal é um fator associado – se houver mutação de genes. M Quadro clínico esperado: Metrorragia seguido de um corrimento ou aumento de volume na região do hipogástrio. M Morfologia: Tumores polipóides localizados ou tumores difusos envolvendo toda a superfície endometrial. Tem aparência de couve-flor e se projetam para o lúmen do corpo uterino. É comum invadir o miométrio por contiguidade e possuir metástases linfonodais regionais e hematogênica para pulmão, fígado e ossos. O tipo seroso envolve extensamente o peritônio e sugere uma via de disseminação tubária ou linfática. M Tipo histológico e patogênese: Os dois são malignos. J Tipo endometrióide (I): Não confundir com endometrial. Representa cerca de 80% das neoplasias epiteliais. Inativação do PTEN e hiperplasia (hiperestrogenismo). É o mais parecido com o útero de origem. Comum em obesas. J Tipo seroso papilífero: Representa 20% das neoplasias epiteliais. Associados a mutações no p53 e atrofia endometrial associada. Não se parece nada com o útero de origem. Comum em mulheres magras. D Doenças do miométrio: A doença mais comum é o leiomioma, que é uma neoplasia benigna. M Leiomioma: Variante benigna. Nódulos geralmente múltiplos do miométrio, branco-acinzentados, firmes, podem ser encapsulados. Não dá sintomas, mas Figura 4 Endometrioide Figura 5 Seroso papilífero Figura 3 Adenocarcinoma de endométrio quando dá, dá menometrorragia. Sua microscopia não mostra atipia e tem baixo índice mitótico. M Leiomiossarcomas: Variante maligna. Mais raro, com pico aos 40 e 60 anos. Possui disseminação hematogênica. Sua microscopia mostra uma necrose zonal, atipia, mais de 5 mitoses por 10 CGA e pleomorfismo celular. M Adenomiose: Localização de estroma e glândulas endometriais na intimidade do miométrio, geralmente hipofuncionantes. Causa infertilidade, dor pélvica e dismenorréia. D Doenças das tubas uterinas: M Endometriose: Glândulas endometriais e o estroma fora do útero. O tecido endometrial “ectópico” pode passar por ciclos de sangramento. Os locais mais comuns de endometriose estão dentro da cavidade abdominal (especialmente em tubas e ovários), mas ela é ocasionalmente encontrada em locais distantes pois as células do endométrio podem cair na corrente sanguínea e atingir pulmão, bexiga, dentre outros... Ela comumente resulta em dismenorreia, dor pélvica e infertilidade. Pode elevar o marcador CA-125. A endometriose pode ser percursora de carcinoma (endometrioide e de células claras fora do útero, por exemplo, no ovário). M Hidrossalpinge: dilatação da tuba, com conteúdo líquido, seroso, incolor a amarelado. Provável sequela de salpingite prévia. M Piossalpinge: Acúmulo de pus na tuba. Os agentes de salpingite são Chlamydia, gonococos e tuberculose. M Cistos seroros paratubáreos. M Prenhez ectópica tubárea: Causa frequente de abdome agudo em mulheres jovens. Figura 6 Leiomioma (1) e Leiomiossarcoma (2) Figura 7 Endometriose
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