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PLANEJAMENTO EM PPR 30.03.2021 Planejar: ato de projetar, estruturar e programar. É a eloboração mental da PPR sob bases científicas. Desenhar: É o ato de registrar graficamente o planejamento · É o procedimento de coleta de dados, precisos e abrangentes, visando informar o estado de saúde bucal dos pacientes ( avaliar higiene, mudanças anatômicas que dificultem, etc) · Através das informações obtidas, torna-se possível diagnosticas os problemas e elaborar o plano de tratamento, a fim de se obter um melhor prognóstico 3 etapas de planejamentos · Exame clínico · Exame radiográfico · Modelo de estudo EXAME CLÍNICO Visa analisas todas as estruturas componentes do sistema estomatognático no que diz respeito as suas características anatômicas e funcionais Estado de saúde geral · Avaliar seu estado geral · Observar suas atitudes · Hábitos de higiene oral · Idade · Nutrição · Sintomas nervosos · Hábitos tensionais (bruxismo) Exame de ATM e músculos mastigatórios · Observar e palpação de muscular e ATM · Mobilidade da mandíbula · Desvios de linha média durante movimento de abertura · Distância vertical entre bordas incisais dos dentes superiores e inferiores, em abertura máxima Exame intra-oral · Palpar músculos · Oclusão dos arcos · Higiene · Patologias em lábio, gengiva, língua, palato, assoalho de boca e faringe · Avaliar espaço inter-arcos Exame das arcadas dentárias · Suporte mucoso No exame da fibromucosa analisar a resiliência da fibromucosa e a forma dos rebordos residuais Resiliência da fibromucosa · É o poder de devolução de esforços que ela apresenta · É uma deformação da mucosa sob a pressão da prótese (como se fosse um colchão Forma de rebordos residuais (segundo Elbrecht) · Horizontal: rebordo reto · Descendente distal: pacientes que extraíram os dentes a muitos anos e houve uma perda óssea significante · Ascendente distal Suporte dentário O órgão dental para atuar como suporte de uma PPR deve ser avaliado sobre dois aspectos: Quantitativo e qualitativo Valor qualitativo · Forma da coroa · Integridade da coroa · Tamanho da coroa · Número e forma das raízes · Implantação alveolar · Dentes com mobilidade · Dentes inclinados · Dentes extruídos ( provavelmente fazer ajuste oclusal, que as vezes é tão grande, que fica com sensibilidade – então fazer endo prévia) · Dentes que não atingiram o plano oclusal Valor quantitativo Número de dentes suportes remanescentes Distribuição ao longo do arco: pontiforme ( apenas um dente, no máximo 2), linear (classe 4) ou em superfície ( PPR apoiará apenas sobre dentes dentes – PPR dente suportada) EXAME RADIOGRÁFICO Necessário para avaliar a qualidade dos dentes remanescentes e do osso alveolar · Observar forma, número e volume das raízes · Lesões apicais e periodontais · Qualidade e quantidade do osso alveolar · Espaço periodontal · Lâmina dura MODELOS DE ESTUDO 1. Moldagem (maiores detalhes possíveis) 2. Modelos em gesso 3. Montagem em articulador Finalidades do modelo de estudo: meio complementar do exame bucal · Visão dos detalhes anatômicos · Análise da oclusão · Determinar o grau de sobremordida · Localizar interferências para a futura colocação dos apoios · Análise topográfica da arcada dentária · Confecção de moldeiras individuais ( alguns casos: casos com algum extremo livre) Analisar · Periodonto · Oclusão · Dentes remanescentes · Proporção coroa/raiz: Integridade, forma, grau de inclinição Plano de tratamento: produto do planejamento e guia de preparo da boca · Modelo mapeado · Roteiro de trabalho PLANEJAMENTO EM PPR – PRINCÍPIOS DE DESENHO O desenho de uma PPR é o produto final de toda a teoria referente a este aparelho. Os requisitos que devemos alcançar são: suporte, estabilidade, retenção, função e estética Sequência do desenho 1. Escolha dos dentes de suporte: retentores diretos 2. Localização dos retentores indiretos 3. Escolha dos tipos de retentores diretos e indiretos 4. Desenho dos retentores 5. Desenho da sela 6. Desenho do conector maior 7. Desenho dos conectores menores Classe III de Kennedy ( espaços protéticos intercalares) São geralmente os que apresentam menor dificuldade para se esboçar o desenho. Para o planejamento, podemos separar em espaços protéticos curtos, médios e longos PRIMEIRO: Escolha dos dentes de suporte (retentores diretos) SEGUNDO: Determinação da localização dos retentores indiretos · Traçar uma linha imaginária sobre os apoios oclusais = eixo de rotação · Para anular o movimento rotacional, a retenção indireta deve estar o mais longe possível e perpendicular a linha de fulcro Se a perpendicular incidir sobre os dentes com qualidade de suporte inferior, deve-se escolher um dente próximo de melhor suporte, mesmo que desvie um pouco o ângulo de 90° TERCEIRO: Escolha dos tipos de retentores diretos e indiretos · Em molares ou pré-molares: grampos circunferenciais (simples ou de Ackers) · Em caninos, incisivos e pré-molares: Grampo por ação de ponta (TULIC) QUARTO: Desenho dos retentores Apoios oclusais · 1/3 e 1/4 Braço de retenção · Somente o terço da ponta ativa abaixo do equador protético · Traçado afilado em direção da ponta ativa · Comprimento somada ao braço de oposição seja igual ou maior que 180° Braço de oposição · Totalmente acima ou sobre a linha guia equatorial · Largura uniforme desde a origem até sua parte terminal arredondada · Mais largo que o braço de retenção Conector menor · Paralelo ao longo eixo do dente unindo a sela ao conector maior Sela · Dentro do espaço protético · Espaço protético curto – sela metálica (só dente) SEXTO: Desenho do conector maior · Faz a união dos componentes da estrutura metálica · Barra palatina posterior ou barra lingual (em U) CLASSE III – ESPAÇOS PROTÉTICOS MÉDIOS · Ausência de 3 ou 4 elementos dentro do mesmo segmento · Análise semelhante aos espaços protéticos curtos · Suporte exclusivamente dental · Aumento da sobrecarga sobre os dentes remanescentes, necessitando maior número de apoios PRIMEIRO: escolha dos dentes de suporte SEGUNDO: Localização dos retentores indiretos (formação do polígono) TERCEIRO: Tipos de retentores diretos e indiretos: grampos circunferenciais e de ação de ponta QUARTO: Desenho dos retentores QUINTO: Desenho da sela ( espaço protético médio – sela metálica-plástica (dente +gengiva) SEXTO: Desenho do conector maior (superior: barra palatina posterior (mais larga); deixar livre a rugosidade palatina; inferior: barra lingual) CLASSE III – ESPAÇOS PROTÉTICOS LONGOS · Ausência de 5 ou mais no mesmo segmento · Carga distribuída para os dentes de suporte e para a fibromucosa · Rebordo atua como retentor indireto ( necessária a correta moldagem funcional da área) PRIMEIRO: Escolha dos dentes de suporte SEGUNDO: Localização dos retentores indiretos TERCEIRO: Tipos de retentores diretos e indiretos: grampos circunferenciais e de ação de ponta QUARTO: Desenho dos retentores QUINTO: Desenho da sela · Espaço proético longo – sela plástica (extensa estrutura de gengiva artificial e dentes) SEXTO: Desenho do conector maior · Superior: barra palatina posterior (larga) – deixar a rugosidade palatina livre · Inferior: Barra lingual – para melhorar a distribuição de cargas, aumentar o número de retentores indiretos CLASSE IV DE KENNEDY – ESPAÇO PROTÉTICO ANTERIOR As soluções dependem do número de dentes ausentes e a forma do arco. Para o planejamento, podemos separar em espaços protéticos curtos, médios e longos CLASSE IV DE KENNEDY - ESPAÇO PROTÉTICO CURTO · Ausência de pelo menos 2 incisivos centrais · Prognóstico bem favorável: Braço de potência < Braço de resistência PRIMEIRO: Escolha dos dentes de suporte ( retentores diretos localizados nos CANINOS pois os laterais qualitativamente são piores) SEGUNDO: Localização dos retentores indiretos TERCEIRO: Tipos de retentores diretos e indiretos: grampos circunferenciais QUARTO: Desenho dos retentores QUINTO: Desenho da sela · Se houver grande perda óssea, coloca-se gengiva artificial, caso contrário, apenas os dentes tocando a fibromucosa SEXTO: Desenho do conector maior· Superior: barra palatina dupla – região anterior e posterior · Inferior: Barra lingual CLASSE IV DE KENNEDY - ESPAÇO PROTÉTICO MÉDIO Ausência de todos os incisivos Desenho basicamente o mesmo que o anterior: P < R Analisado pela forma do rebordo alveolar: Ogival, triangular, quadrangular Ogival · Formação de braço de alavanca tornando o prognóstico comprometedor · Retentores indiretos devem estar posicionados o mais posterior possíveis (distal dos molares) para compensar o braço de resistência Triangular · Apresenta mesmas características semelhantes ao ogival · Retentores indiretos devem estar posicionados o mais posterior possíveis (distal dos molares) para compensar o braço de resistência Quadrangular · Mais favorável · Braço de potência menor em relação aos anteriores · Retentores indiretos podem ser colocados mais para anterior desde que P < R CLASSE IV DE KENNEDY - ESPAÇO PROTÉTICO LONGO · A medida que mais dentes encontram-se ausentes, pior será o comportamento biomecânico da PPR · Com o aumento do braço de potência há diminuição do braço de resistência · Necessidade de mais dentes como suporte · Conector maior largo podendo cobrir todo o palato · Necessidade de adequada moldagem funcional CLASSE I – EDENTADO POSTERIOR BILATERAL Necessitam de suporte dentário e de suporte mucoso ao mesmo tempo Sela apoia-se sobre a fibromucosa – quanto maior a espessura da fibromucosa, maior será a compressibilidade sob carga mastigatória ( 1 a 3mm) Região favoráveis como suporte · Mandíbula: concavidade vestibular delimitada pela linha oblíqua externa e pela crista alveolar – Recebe favoravelmente as cargas verticais pois é suportada por osso basal · Maxila: Crista do rebordo alveolar residual e as vertentes vestibulares e palatinas – A área da abóboda palatina aceita bem as cargas pis é constituída de osso basal A quantidade de carga sobre a prótese depende: Número de dentes artificiais · Quanto maior o número de dentes, maior será o esforço recebido pelo dente de suporte e fibromucosa · Com maior número de dentes, maior o braço de alavanca formado, aumentando a força de levantamento Largura da superfície oclusal · A redução do tamanho da mesa oclusal reduz as forças verticais e horizontais diminuindo as forças que atuam sobre os dentes pilares e tecidos de suporte Harmonia ou falta de oclusão · Linha de oclusão determinada pela trajetórira oclusal dos dentes remanescentes · O profissional deve determinar o plano pclusal quando da perda de DV e o paciente faz uso de PT ou possui apenas os dentes anteriores · Não deve haver contato de dentes naturais ou artificiais no lado de balanceio Tipo de oclusão oposta · A maior ou menor incidência de cargas sobre a sela da PPR depende de como se encontra reabilitado o arco antagonista · Dentes naturais – Maior carga · Prótese total – Menor carga Procedimentos para diminuir os problemas de alavanca: · Extrair os dentes com problemas periodontais avançados · Sela deve recobrir o máximo possível de área basal · Reduzir o braço de alavanca no sentido M-D · Reduzir as faces oclusais no sentido V-L · Moldagem funcional CORRETA · Contenção de pelo menos dois dentes contíguos ao espaço protético CLASSE I – ARCADA INFERIOR – ESPAÇO CURTO Perda de 1 ou 2 elementos de cada lado Planejamento depende do tipo de oclusão que o arco antagonista apresenta Dentes naturais ( totalmente dentado até 1º molares) – sem necessidade de tratamento Confecção de PPF nos dentes suportes inferiores Confecção de PPF superior confeccionar uma férula CLASSE I - ARCADA INFERIOR – ESPAÇO MÉDIO · Ausência de 3 a 4 elementos de cada lado do arco · Aumento do braço de alavanca compromete o prognóstico · Rebordo residual: horizontal (mais favorável) , ascendente distal, descendente distal (mais desfavorável pois resultante das forças verticais serão para distal) · Antagonista: prótese total ou dentes naturais Antagonista: PT · Intensidade de cargas reduzidas · Necessidade de menor número de dentes suporte · Retenção direta: oposição por lingual com braço de grampo circunferencial com apoio mesial e retenção por vestibular com grampo de ação de ponta T ou I ( OU RPI sem uso de retenção indireta) Antagonista: Dentes naturais · Prognóstico mais desfavorável pelo aumento das cargas oclusais · Retenção a distância (caninos) · Ferulização de dois ou mais dentes contíguos ao espaço protético com grampos circunferenciais ou por ação de ponta ou ainda com PPF ARCADA INFERIOR – ESPAÇO LONGO · Ausência de 5 ou mais elementos de cada lado do arco · Mesmas considerações do caso anterior embora a presença do pré-molar no caso anterior favorece muito no suporte da prótese · Braço de alavanca é muito extenso e braço de resistência muito pequeno · Retenção indireta nos dentes anteriores · Rebordo atua como retentor indireto (moldagem funcional) Antagonista: PT · Retentores diretos: apoios mesiais pelo braço de grampo circunferencial e retenção vestibular com grampo por ação de ponta T ou I · Retentores indiretos: Grampo contínuo de Kennedy em contato com a superfície lingual dos incisivos Antagonista: Dentes naturais · Mesma situação que a anterior com a necessidade de colocação de apoios sobre todas as faces incisais mesiais e distais dos dentes remanescentes, com exceção das distais dos caninos Em todas as situações de espaços protéticos bilaterais a sela será plástica recobrindo amplamente a área basal dentro dos limites fisiológicos (moldagem funcional) CLASSE I – ARCADA SUPERIOR · As PPR de extremidade livre superiores possuem como vantagem sobre as inferiores o palato duro como suporte principal. Esta estrutura é constituída por uma fibromucosa geralmente mais forme que não se desloca facilmente e o tecido ósseo subjacente possui grande resistência ás cargas de pressão · A medida que o espaço protético aumenta, torna maior o braço de potência da alavanca, em detrimento do braço de resistência que se torna impotente. Com isso, há necessidade de maior área de assentamento da prótese na fibromucosa. A sela perfeitamente adaptada funcionará como meio de suporte e retenção indireta · A área correspondendo a rugosidade palatina deve ser preservada para evitar incômodos á língua do paciente como também não interferir na fonética e deglutição · A moldagem funcional deve ser feita antes da confecção da armação metálica para permitir perfeito assentamento do conector maior sobre a fibromucosa