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Prévia do material em texto

Brasília-DF. 
Gestão de RecuRsos MateRiais
Elaboração
Inara de Camargo Gomes
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
Sumário
APrESEntAção ................................................................................................................................. 5
orgAnizAção do CAdErno dE EStudoS E PESquiSA .................................................................... 6
introdução.................................................................................................................................... 8
unidAdE i
Introdução À AdmInIstrAção de recursos mAterIAIs ................................................................... 9
CAPítulo 1
conceItos e Introdução À AdmInIstrAção de recursos mAterIAIs ............................... 9
CAPítulo 2
AtrIbutos e etApAs dA clAssIfIcAção de mAterIAIs ........................................................... 21
CAPítulo 3
tIpos de clAssIfIcAção dos mAterIAIs .............................................................................. 24
unidAdE ii
Gestão de estoques ........................................................................................................................ 31
CAPítulo 1
conceIto de estoque ........................................................................................................ 31
CAPítulo 2
custos de estoque ............................................................................................................. 43
CAPítulo 3
métodos de prevIsão dA demAndA .................................................................................. 47
unidAdE iii
Gestão de comprAs ........................................................................................................................ 60
CAPítulo 1
função e formAs de comprAs ........................................................................................ 60
CAPítulo 2
estrAtéGIAs de obtenção de recursos mAterIAIs ............................................................ 66
CAPítulo 3
étIcA e neGocIAção com fornecedores ...................................................................... 72
unidAdE iV
ArmAzenAGem de mAterIAIs ............................................................................................................. 78
CAPítulo 1
crItérIos de ArmAzenAGem ............................................................................................... 78
CAPítulo 2
ArrAnjo físIco do AlmoxArIfAdo ................................................................................... 85
CAPítulo 3
crItérIos de locAlIzAção de mAterIAl ............................................................................. 88
rEfErênCiAS .................................................................................................................................. 97
5
Apresentação
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se 
entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. 
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela 
interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da 
Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade 
dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos 
específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém 
ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a 
evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo 
a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na 
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
6
organização do Caderno 
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em 
capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos 
básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam tornar 
sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta para 
aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares.
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos 
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes 
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor 
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita 
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante 
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As 
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Sugestão de estudo complementar
Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, 
discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a 
síntese/conclusão do assunto abordado.
7
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões 
sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o 
entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
Para (não) finalizar
Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem 
ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.
8
introdução
Antigamente a administração de materiais era única e exclusivamente focada na 
eficiência de se otimizar os recursos cabíveis dentro de uma empresa, era a área da 
administração que tinha como objetivo principal administrar os materiais que eram 
utilizados para seu funcionamento.
Atualmente este conceito deixou de ser algo simples, pois não abrange apenas os 
materiais utilizados no funcionamento da empresa passando a ser um Sistema Integrado, 
que fica responsável por suprir a área administrativa dos materiais necessários, 
equipamentos, funcionários, espaço físico entre outros, na quantidade necessária, no 
tempo certo, qualidade exigida e focada nas novas necessidades dos clientes.
A gestão de materiais abrange uma grande parcela de áreas de uma empresa como a 
área de compra, estoque, almoxarifado e vendas, portanto ela reduz o uso de recursos 
materiais na empresa gerando assim uma maior lucratividade. 
De acordo com Gonçalves (2007), a gestão de materiais pode ser dividida em três grupos 
principais que são a gestão de compras, gestão de estoques e gestão de distribuição. A 
partir de um gerenciamento e aplicabilidade eficaz destes três grupos pode-se gerar 
economia e um maior poder de concorrência para a empresa.
Neste contexto tentaremos conceituar de forma clara e sucinta todos os pontos 
importantes para se alcançar uma eficiente aplicabilidade de gestão de materiais dentro 
de uma empresa e assim proporcionar elucidação quanto a cada etapa que deve ser 
abordada para alcançar tal objetivo. 
objetivos
 » Apresentar os conceitos e principais áreas que a gestão de materiais 
abrange.
 » Detalhar todos os processos de compras, estoque e distribuição.
 » Promover a contextualização de gestão de materiais a fim de demonstrar 
o quão importante este método se faz dentro de uma empresa.
9
unidAdE i
introdução À 
AdminiStrAção dE 
rECurSoS mAtEriAiS
Nesta unidade daremos início aos conceitos mais utilizados dentro da administração 
de recursos materiais, expondo como é aplicada dentro de uma empresa e quais as 
diretrizes que a baseiam. Posteriormente de forma clara e sucinta abordaremos as 
etapas de classificação e atributos dos materiais a fim de ficarmos familiarizados edarmos sequência aos estudos.
CAPítulo 1
Conceitos e introdução à 
administração de recursos materiais
Recurso “é tudo aquilo que gera ou tem a capacidade de gerar riqueza, no sentido 
econômico do termo” (MARTINS; ALT, 2012, p. 18, grifo nosso).
Um item de estoque, por exemplo, a partir do momento que é inserido ao produto 
que está passando por processo de produção, se tornará um produto acabado, e 
consequentemente será vendido por um preço superior ao somatório de todos os custos 
incluídos durante sua fabricação. De forma análoga, um edifício onde está instalada 
uma empresa é considerado um recurso, visto que este é essencial ao seu funcionamento 
(MARTINS; ALT, 2012).
Segundo Fenili (2015) os recursos podem ser divididos em duas categorias:
 » Recuros tangíveis (corpóreos): são os bens físicos de uma 
organização, ou seja, podem ser tocados. Por exemplo: maquinários, 
material de limpeza, estoques etc.
10
UNIDADE I │ INtroDUção À ADmINIstrAção DE rEcUrsos mAtErIAIs
 » Recursos intangíveis (incorpóreos): são bens imateriais, não 
físicos, são propriedades da empresa que são difíceis de se ver e tocar, 
mas são perceptíveis. Por exemplo: patentes, logomarcas registradas, 
reputação no mercado, estratégia, capacidade de inovação etc.
Bens são recursos capazes de gerar riqueza, sendo considerados produtos e serviços. 
Pode ser, por exemplo, um bem móvel, como um automóvel que pode ser utilizado 
para gerar um recurso por meio da prestação de um serviço com valor econômico 
(MARTINS; ALT, 2012).
Em geral os recursos são classificados em cinco tipos: recursos físicos ou materiais, 
patrimoniais, financeiros, humanos e intelectuais ou tecnológicos.
Os RECURSOS FÍSICOS OU MATERIAIS são todos os bens físicos ou tangíveis 
utilizados em uma organização como material de consumo. Via de regra são de natureza 
não permanente. Geralmente, são constituídos pelos bens de estoque. Podem ser dados 
como exemplos, equipamentos, sobressalentes, acessórios, veículos e matérias-primas 
(FENILI, 2015).
Os RECURSOS PATRIMONIAIS são todos os bens físicos ou tangíveis de uma 
organização, de natureza permanente. São considerados recursos patrimoniais os 
imóveis (prédios, terrenos), instalações (centrais de ar condicionado), e materiais 
permanentes (equipamentos, máquinas, móveis, computadores, veículos da empresa) 
(FENILI, 2015).
Os RECURSOS FINANCEIROS, conhecidos como capital, sob a forma de numerário, 
são os recursos mais fáceis de serem reconhecidos. É o recurso disponível e utilizado 
para a obtenção de outros recursos (MARTINS; ALT, 2012).
Os RECURSOS HUMANOS são as pessoas que trabalham na empresa e que por meio de 
seu conhecimento geram novas ideias, que geram novos produtos, novas tecnologias, 
novos métodos de trabalho, e novos serviços que visam atender o cliente cada vez 
melhor (MARTIN; ALT, 2012).
Os RECURSOS INTELECTUAIS OU TECNOLÓGICOS são recursos intangíveis que 
podem ser agregados aos recursos tangíveis da empresa. Por exemplo, patentes, 
conhecimento, bases de dados e experiência (FENILI, 2015).
11
Introdução À AdmInIstrAção de recursos mAterIAIs │ unIdAde I
figura 1. tipos de recursos organizacionais. 
Recursos
Físicos ou 
materiais em 
sentido amplo
Recursos 
Materiais 
(sentido estrito)
Recursos 
Patrimoniais
Financeiros Humanos Capital Intelectual
fonte: fenili, 2015.
Atividades inerentes à gestão de recursos 
materiais
Segundo Fenili (2015), as atividades inerentes à gestão de materiais podem ser 
agrupadas em três nichos principais, dispostos de acordo com o esquema da figura 2.
Fenili (2015) destaca que a esses nichos pode ser acrescentado mais um, que é a gestão 
de recursos patrimoniais. Cada um dos nichos apresentados na figura 2 compreende 
atividades distintas que podem ser verificadas na Tabela 1.
figura 2. principais nichos da gestão de recursos materiais.
fonte: fenili, 2015.
12
UNIDADE I │ INtroDUção À ADmINIstrAção DE rEcUrsos mAtErIAIs
tabela 1. Atividades na gestão de recursos materiais.
ATIVIDADES NA GESTÃO DE MATERIAIS
NICHO Atividades Envolvidas
Gestão dos centros de distribuição Recebimento, armazenagem, distribuição, movimentação demateriais etc.
Gestão de estoques
Análise dos custos de estoque, previsão de consumo, operacionalização dos sistemas de reposição de 
estoque, inventários dos estoques, apuração de indicadores (giro e cobertura deestoques, entre outros) 
etc.
Gestão de compras
Identificação de fornecedores, pesquisa de preços, negociação como mercado, licitações, compras 
diretas (dispensa e inexigibilidade delicitação), acompanhamento de pedidos, liquidação etc.
Gestão de recursos
Patrimoniais
Tombamento, desfazimento (alienação), guarda e conservação,
inventário de bens patrimoniais, cálculo de depreciação etc.
fonte: fenili, 2015.
relação da área de gestão de materiais com 
as demais áreas na organização
Os processos realizados pela área de gestão de materiais perpassam diversas áreas na 
organização. Ou seja, a atuação da gestão de materiais afeta as mais diversas áreas 
dentro de uma empresa. Ao analisarmos as áreas que afetam, ou são afetadas pela 
administração de materiais, estamos analisando os stakeholders envolvidos no processo 
de gestão de materiais (FENILI, 2015).
“[...], os principais stakeholders relacionados à atuação da área de 
gestão de materiais são passíveis de serem assim esquematizados” 
(FENILI, 2015, p. 19), como pode ser visto na figura 3.
figura 3. principais stakeholders na gestão de materiais.
fonte: fenili, 2015.
13
Introdução À AdmInIstrAção de recursos mAterIAIs │ unIdAde I
De acordo com Fenili (2015), a relação entre tais setores e a gestão de materiais é assim 
discriminada:
 » Cúpula da organização → é quem determina as políticas de gestão 
de materiais da organização. Se os estoques devem ser aumentados ou 
diminuídos, quais aquisições devem ser feitas, quais contratações precisam 
ser realizadas, quais projetos relacionados à melhoria dos processos de 
gestão de materiais devem ser custeados, dentre as atividades inerentes 
à gestão de materiais quais devem ser terceirizadas. As respostas a esses 
questionamentos devem ser dadas pela cúpula da organização.
 » Área de recursos humanos → providencia o recurso humano necessário 
às tarefas de gestão de materiais. Verifica a necessidade de pessoal, 
realiza seleção e contratação de recursos humanos, elabora cronogramas 
de treinamento e capacitação de pessoal, entre outras tarefas pertinentes 
aos colaboradores da empresa.
 » Área de informática → providencia o ferramental de sistemas de 
tecnologia da informação e comunicação (TIC), essas ferramentas 
devem dar subsídios às tarefas inerentes à gestão de materiais. Desenvolve 
e emprega sistemas informatizados de bancos de dados determinados à 
condução das atividades de gestão de materiais.
 » Clientes internos → são a razão da existência e da estruturação 
da área de gestão de materiais. São eles que utilizam e definem a 
necessidade de materiais na organização.
 » Área orçamentária → provê os recursos necessários à aquisição de novos 
materiais. Além disso, compila os dados de planejamento com o objetivo 
de aportar recursos para exercícios financeiros futuros.
 » Área financeira → realiza pagamentos e controle de despesas inerentes à 
aquisição de materiais.
 » Instâncias jurídicas → em casos de licitações, são os responsáveis por 
emitir pareceres jurídicos, dispensas ou inexigibilidades, dando subsídios 
à decisão do ordenador de despesas, conforme preceito legal.
 » Auditoria interna → é uma atividade destinada a observar, indagar, 
questionar, checar e propor rotinas e atos administrativos gerados 
pela área de gestão de materiais. É um controle que objetiva avaliar a 
eficiência e eficácia de controles de administração de materiais dentro da 
14
UNIDADE I │ INtroDUção À ADmINIstrAção DE rEcUrsos mAtErIAIs
organização. Ao final da auditoria emite um relatório com recomendações 
de melhorias.
Administração de materiaisA administração de materiais é responsável pelo planejamento, implementação e 
controle de modo eficaz dos fluxos e estoques de bens, serviços e informações, desde a 
origem até o consumo, com o objetivo de atender às necessidades dos clientes.
Uma administração de materiais bem realizada é, sem dúvida, uma das premissas 
essenciais para a estabilidade econômica e financeira de uma organização 
(FRANCISCHINI; GURGEL, 2004).
De acordo com Francischini e Gurgel (2004, p.2) “Tratar adequadamente do 
abastecimento, do planejamento e do reaproveitamento de materiais contribui para a 
melhoria do resultado de qualquer organização.” 
A administração de materiais pode ser definida da seguinte forma: “Atividade que 
planeja, executa e controla, nas condições mais eficientes e econômicas, o fluxo de 
material, partindo das especificações dos artigos a comprar até a entrega do produto 
terminado ao cliente.” (FRANCISCHINI; GURGEL, 2004, p.5).
Basicamente, a ideia é que o fluxo de materiais que passa pela empresa deve ter 
um mesmo responsável, ou seja, um único administrador que trabalhe a gestão 
dos materiais desde a montante até a jusante, ou seja, desde a entrada até a saída, 
pois a “água” que passa por esses dois pontos é sempre a mesma (FRANCISCHINI; 
GURGEL, 2004).
Interligado a esse conceito, a necessidade de utilização de sistemas de computação cada 
vez mais modernos, passa a facilitar a integração e o comando único desse fluxo de 
materiais (FRANCISCHINI; GURGEL, 2004).
tarefas da administração de materiais
A administração de materiais inclui um número extenso de tarefas que podem ser 
visualizadas na Figura 4.
Conforme apresentado por Francischini e Gurgel (2004), a administração de materiais 
possui importantes tarefas. Principalmente a administração de compras, planejamento 
e controle da produção, distribuição e tráfego.
15
Introdução À AdmInIstrAção de recursos mAterIAIs │ unIdAde I
figura 4. Atividades da administração de materiais.
 
Controle de 
Produção 
 
Controle de 
Estoques 
 
Compras 
 
Distribuição 
 
Tráfego para 
fora 
 
Inspeção de 
saída 
Administração 
de 
Materiais 
 
Tráfego de 
fora 
 
Armazenagem 
externa 
 
Movimentação 
de materiais 
 
Armazenamento 
na fábrica 
 
Inspeção das 
entradas 
 
Recepção 
fonte: francischini e Gurgel, 2004.
Uma das principais tarefas da administração de materiais é atuar na economia da 
utilização de materiais. Essa economia é feita utilizando-se as técnicas relacionadas na 
figura 5.
figura 5. economia de materiais.
Simplificação do 
projeto do 
produto e 
padronização de 
seus 
componentes. 
Recebimento bem 
equipado e bem 
informado, para 
somente receber o 
material adequado 
à empresa. 
Abertura no 
tratamento com 
os fornecedores 
e uma 
negociação 
sistemática para 
aprimoramento 
do fornecimento. 
Utilização de 
técnicas como 
engenharia do 
valor, geração de 
alternativas e 
seleção da melhor 
alternativa. 
Utilização de 
novas tecnologias 
ainda não 
dominadas 
integralmente pela 
empresa. 
Parcimônia: não 
fornecer as 
atividades 
produtivas mais 
do que determina 
a utilização 
padrão de 
materiais. 
Atividades 
para 
economia 
de 
materiais 
Visão Abrangente 
de “Source 
Marketing”. 
Sistema 
Econômico de 
transporte. 
Atenção toda 
especial para 
detectar 
desperdícios 
mínimos, mas 
repetitivos. 
Compras 
eficientes, 
gerando 
abastecimento 
com qualidade, 
pontualidade, 
condições 
financeiras e 
preço baixo. 
Facilitar a reciclagem 
de todos os materiais 
de maneira seletiva e 
proveitosa. Recuperar 
todos os solventes 
utilizados no processo. 
Não permitir a 
deterioração dos 
materiais e 
combater sem 
tréguas o 
obsoletismo. 
Planejar a 
Reutilização de 
todas as 
embalagens de 
fornecimento e 
controlar perdas 
nas embalagens 
de produtos 
acabados. 
Decisões 
adequadas no 
que diz respeito a 
fabricar 
internamente ou 
comprar fora. 
fonte: francischini e Gurgel, 2004.
16
UNIDADE I │ INtroDUção À ADmINIstrAção DE rEcUrsos mAtErIAIs
A administração de materiais atua também com a implantação de uma política de 
redução de estoques, dessa forma a parte dos recursos que não urgem a necessidade 
de ficarem estocados podem ser revertidos em recursos financeiros e retornarem ao 
caixa da empresa. A figura 6 apresenta as diversas técnicas e áreas de atuação que 
podem ser utilizadas para se atingir um bom resultado de implantação dessa política 
(FRANCISCHINI; GURGEL, 2004).
figura 6. redução dos estoques.
Utilização de curvas 
ABC e técnicas de 
pesquisa 
operacional. 
 
Controlar a rotação 
e utilização de cada 
item do inventário. 
Rever todos os 
projetos dos 
produtos, para 
identificar a 
utilização 
desnecessária de 
materiais. 
Estabelecer sistema 
de custo padrão e 
comparar a 
utilização padrão, 
com a utilização real 
dos materiais. 
Desenvolver um 
planejamento 
estratégico, 
estabelecendo 
metas para os 
investimentos nos 
estoques. 
Negociar mudanças 
no sistema de 
produção para se 
eliminar os estoques 
em processo, 
adotando-se layout 
por produto. 
Adoção de técnicas 
de fabricação classe 
universal, como Just 
in time. 
Controlar a sucata 
técnica e a 
proveniente do 
desperdício. Vendê-
la sistematicamente 
casada com novos 
fornecimentos. 
Analisar, 
responsabilizar e 
dar destino aos 
materiais “slow e 
not moving”. 
Reduzir o tempo 
em que os 
caminhões ficam 
aguardando no 
pátio e no 
recebimento. 
Desburocratizar os 
serviços de compras 
para não parar a 
linha por falta de 
materiais. 
 
Não aceitar entrega 
fora do programado. 
Não realizar 
compras 
especulativas em 
nenhuma 
circunstância. 
Atender somente 
clientes diretamente 
da empresa e 
passar parte dos 
estoques para 
atacadistas que 
passarão a atender 
os clientes B e C. 
Negociar 
manutenção na 
empresa de 
estoques em 
consignação. 
Realização de 
inventário rotativo 
e de técnicas de 
pré-contagem dos 
materiais. 
Alteração da 
sistemática de 
previsão de 
vendas, utilizando 
técnicas 
atualizadas. 
Negociar 
manutenção do 
estoque no 
fornecedor e o 
abastecimento 
somente quando for 
necessário. 
 
Redução dos 
Investimentos 
em Estoques. 
fonte: francischini e Gurgel, 2004.
17
Introdução À AdmInIstrAção de recursos mAterIAIs │ unIdAde I
Centralização e descentralização
Segundo Francischini e Gurgel (2004), o setor de administração de materiais pode 
ser centralizado ou descentralizado em uma organização. A centralização apresenta 
algumas vantagens conforme a seguir:
 » administra com mais facilidade a escassez de fornecimento de 
determinados materiais;
 » acompanha melhor o mercado de matérias-primas e componentes;
 » reduz o preço dos itens adquiridos;
 » utiliza pessoal muito mais especializado e qualificado.
A tabela 2 relaciona os pontos a favor da descentralização e estabelece um balanço entre 
essas alternativas.
tabela 2. Alternativas da centralização e descentralização na administração de materiais.
AVALIAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO DE COMPRAS
Centralização Descentralização
Redução do custo dos materiais – maior volume e maior facilidade de 
negociação.
Melhor acerto da adequação das compras e dos equipamentos.
Garantia de abastecimento de materiais escassos – contratação 
desses materiais para a utilização em várias unidades de negócios da 
corporação.
Realização das compras urgentes, atendendo às necessidades da 
produção.
Economia na contratação de pessoal. Comunicação direta do usuário com o comprador.
Redução dos investimentos em estoques. Compras imprevisíveis e utilização de serviços locais de boa qualidade.
Estudo do mercado de suprimentos.
Compras em empresas locais para a manutenção do emprego na região 
e estabelecimento de uma boa política com as autoridades locais.
Simplificação e padronização. Evita a alta incidência de fretes.
Planejamento estratégico de aquisições.
Recuperação de maior porcentagem do ICMS, com compras no mesmo 
estado.
Melhor utilização dosistema de processamento de dados.
Acompanhamento cuidadoso das quantidades entregues e ajuste do 
suprimento estritamente às necessidades do dia.
Desenvolvimento do sistema de documentação dos produtos, segundo 
um padrão único.
Atendimento ágil às mudanças súbitas dos programas de produção, que 
resultam num comportamento das vendas não previsto.
Resultado: menor custo e menores investimentos nos estoques.
Resultado: elevação da motivação do pessoal e redução dos custos da 
burocracia.
fonte: francischini e Gurgel, 2004.
18
UNIDADE I │ INtroDUção À ADmINIstrAção DE rEcUrsos mAtErIAIs
Administração de patrimônio
Segundo Francischini e Gurgel (2004), é todo o ativo imobilizado advindo de natureza 
permanente que é utilizado para prestação de serviços ou para se produzir mercadorias. 
A fim de se classificar um ativo como imobilizado ou fixo devemos atentar para:
 » a sua natureza relativamente permanente; 
 » que o ativo não pode ser destinado à venda;
 » real utilização dentro da operaçãode negócio.
Convém destacar a realização de inventários físicos que devem sempre ser verificados, 
afinal bens estão em corrente desgaste seja este por utilização ou obsolência dentro de 
uma empresa, eles não tem vida ilimitada (FRANCISCHINI; GURGEL, 2004).
É importante salientar que nenhum bem tem vida ilimitada dentro de uma organização, 
ao decorrer do tempo todos sofrem desgaste, seja por meio de sua utilização ou 
obsolescência. Portanto a existência e a utilização contínua dos bens que estão no 
registro detalhado, devem ser verificadas periodicamente por intermédio de inventários 
físicos (FRANCISCHINI; GURGEL, 2004).
Auditoria do ativo imobilizado
Conforme Francischini e Gurgel (2004), uma auditoria deve ser iniciada levando-se em 
consideração a metodologia e política adotada pela empresa em questão, do controle e 
contabilização das despesas com manutenção e capitáveis e os procedimentos e medidas 
de controle contábeis internas com referência ao imobilizado.
A preparação ou obtenção de um sumário demonstrativo desde o início das atividades 
até o período a ser verificado das diversas classes de bens e suas contas de provisão 
demonstrando aquisições, retiradas e adições anuais (FRANCISCHINI; GURGEL, 
2004).
Durante a auditoria bem-sucedida devem-se levar em consideração os seguintes pontos 
que estão listados a seguir.
19
Introdução À AdmInIstrAção de recursos mAterIAIs │ unIdAde I
tabela 3. pontos relevantes para uma auditoria bem-sucedida. 
Adições Examinar documento de compra e selecionar dentre as adições do ano os 
bens acima de um limite pre estabelecido.
Baixas Obter uma lista de baixas totais e testar as mais significativas que ocorreram 
durante o período em exame.
Tranferências e imobilizações Verificar a transferência de bens da conta Obras em Andamento para as contas 
definitivas do ativo imobilizado.
Depreciação Verificar se a depreciação contabilizada no ano é razoável e proporcional ao 
ativo sujeito depreciação.
Contas de reparo e manutenção
Determinar se as adições estão sendo devidamente debitadas a despesas e 
as contas de manutenção e reparos devem passar por revisões em relação ao 
trabalho do imobilizado.
fonte: francischini e Gurgel, 2004.
Conforme Francischini e Gurgel (2004), auditoria do ativo imobilizado tem por objetivo 
estabelecer:
Princípios
Se a avaliação das contas do ativo imobilizado estão de acordo com os princípios contábeis 
geralmente aceitos e aplicados em relação aos principais itens que permanecem em 
serviço.
mutações
Se durante o período de exame são realizadas adições, se as mesmas são débitos 
apropriados ao ativo imobilizado e representam bens físicos instalados ou construídos 
e se itens significativos foram debitados na conta de despesas ao invés de serem 
imobilizados.
Valores
Se foram apropriadamente baixadas das contas os custos e provisões de depreciação de 
todas retiradas, ativos imobilizados que não estão em serviço e abandonos.
Base
Se houve o cálculo adequado em uma base aceitável para a depreciação debitada das 
contas de lucros e perdas durante o período em exame.
Previsões
Se os saldos de previsão de depreciação levando-se em consideração a vida útil dos bens 
e possível valor residual estão dentro de uma margem razoável.
20
UNIDADE I │ INtroDUção À ADmINIstrAção DE rEcUrsos mAtErIAIs
Ônus
Se a totalidade dos ônus significativos sobre os ativos imobilizados estão sendo 
reconsiderados nas demonstrações financeiras. 
Papel do administrador de recursos materiais
Com certeza o principal objetivo deste profissional é conseguir estabilizar um constante 
equilíbrio entre estoque e consumo. 
Para se alcançar este equilíbrio o fluxo de distribuição dos materiais não deve parar e 
manter-se constante, para tal cabe ao administrador de materiais:
Compras 
Ocorre aqui o cadastramento de possíveis fornecedores e após triagem é escolhido o 
que melhor atendam às necessidades da empresa.
Armazenamento
Cabe ao profissional prever a demanda dos produtos para que assim consiga estabelecer 
quanto deverá ser armazenado. Este armazenamento deve ser bem controlado, afinal 
excessos ou ausência de produtos trazem prejuízos. 
Controle de estoques 
Conforme a demanda estabelecida e prevista, o controle de estoque deve ser feito de 
acordo com o propósito da empresa, adequar os estoques ao que se almeja no mercado 
consumidor atualmente é um dos fatores chaves para sucesso. 
distribuição
Conforme as demandas de compra são estabelecidas, aqui a busca é pela eficiência de 
entregar ao cliente a quantidade certa no momento, atendendo um dos princípios do 
Just in Time.
21
CAPítulo 2
Atributos e etapas da classificação de 
materiais
Os materiais devem apresentar caráter único dentro da organização, estabelecendo 
uma forma de identificar os materiais que são utilizados nas empresas para que não 
ocorram erros nas utilizações dos materiais em locais indevidos (RAZZOLINI, 2012). 
“A classificação é o processo de aglutinação de materiais por 
características semelhantes” (VIANA, 2002, p. 51, grifo nosso).
Portanto, agrupar e alocar os materiais nada mais é do que estabelecer parâmetros 
de semelhança que melhor atendam às necessidades da empresa agrupando-os assim 
conforme estas necessidades e seguindo algumas características como por exemplo: 
peso, utilização, dimensões e formas (VIANA, 2002).
Com um sistema de classificação de materiais bem definido e executado, além de permitir 
a empresa estabelecer e identificar prioridades ao seu funcionamento proporciona ao 
gestor de materiais uma administração eficaz de seus estoques (VIANA, 2002).
Razzolini (2012) lembra que nem todo material necessita de identificação, levando em 
consideração que acarreta custos e tempo de trabalho para se realizar o processo. 
Portanto devem-se categorizar os materiais conforme Razzolini (2012), como materiais 
cadastrados permanentes (materiais que são utilizados rotineiramente) que podem ser 
subdivididos em estocáveis e não estocáveis em relação ao tempo que permanecem até 
o consumo. Dentro do estocável pode-se se subdividir ainda em controlados ou não 
controlados pela contabilidade. Já os materiais de cadastro transitório, materiais que 
são utilizados esporadicamente ou uma única vez pela empresa, conforme apresentado 
na figura a seguir.
figura 7. categorias de materiais.
Materiais 
cadastrados
Materiais 
não 
cadastrados
Materiais de 
cadastro 
permanente
Materiais de 
cadastro 
transitório
Estocáveis
Não 
estocáveis
fonte: Adaptado de razzolini, 2012.
22
UNIDADE I │ INtroDUção À ADmINIstrAção DE rEcUrsos mAtErIAIs
Conforme Viana (2002), um eficiente sistema de classificação deve apresentar atributos 
que o tornem aceitáveis. A fim de se obter um eficaz sistema de classificação, devem-se 
levar em consideração três atributos:
 » Abrangência: apresentar as características dos materiais de forma 
abrangente, levando-se em consideração aspectos financeiros, contábeis, 
físicos etc.» Flexibilidade: este aspecto permite interagir os inúmeros e tipos de 
classificação, resultando assim em uma melhor gestão de estoques.
 » Praticidade: deve ser simplificado e direto e com informações objetivas, 
sem apresentar procedimentos complexos ao gestor.
Conforme Fenili (2015), as etapas para se classificar um material são tão importantes 
quanto os atributos e devem ser entendidas e utilizadas da melhor forma, pois 
acarretam em um melhor controle de estoque, dos procedimentos de armazenagem e 
operacionalização dos almoxarifados, conforme figura abaixo.
figura 8. etapas de classificação de materiais.
Catalogação: listagem de todos os itens em estoque, proporcionando uma ideia 
geral do conjunto.
Simplificação: reduzir números de itens em estoque que são destinados a um 
mesmo fim. Opta-se pela inclusão de apenas um deles no catálogo de materiais. 
Especificação: descritivo detalhado do item possibilitando a sua individualização 
em uma linguagem familiar ao mercado. 
Normalização: estabelece normas técnicas para os itens ou para o emprego 
deles com segurança, ressaltando que nem todos materiais precisam de 
normalização.
Padronização: padronizar o tipo e emprego do item, facilitando assim o controle 
e diálogo com mercado.
Codificação: atribuir uma série seja ela de números ou letras aos itens, a fim de 
compilar informações e criar um código único para o item em questão, resultando 
em uma otimização dos controles de estoque, armazemanamento e almoxarifado.
fonte: Adaptado de fenili, 2015.
23
Introdução À AdmInIstrAção de recursos mAterIAIs │ unIdAde I
De acordo com Felini (2015, p.27, grifo autor), “o produto final da classificação 
de materiais, uma vez concluídas as etapas em tela, é um catálogo devidamente 
simplificado, especificado e codificado, apresentando, se for o caso, itens 
de material normalizados e padronizados.”
Observando, porém que as etapas de classificação de um material não serão utilizadas 
na totalidade dos casos. Como por exemplo, quando se adquire um material que já vem 
com padrão estabelecido pelo fabricante (FENILI, 2015).
24
CAPítulo 3
tipos de classificação dos materiais
Para Viana (2002), os principais tipos de classificação dos materiais são:
Por tipo de demanda
Adotado por muitas empresas é dividido em duas classes: os materiais não de estoque 
e os materiais de estoque.
 » Materiais não de estoque: materiais de uso contínuo, sua 
compra é feita de acordo com a necessidade do seu usuário por 
meio de uma solicitação direta. Geralmente são adquiridos para 
utilização imediata, podendo ficar em estoque temporário caso haja 
a necessidade (VIANA, 2002).
 » Materiais de estoque: materiais que são muito utilizados e sua falta 
podem acarretar perdas para empresa. Geralmente são adotadas regras 
de ressuprimento para que o material sempre esteja estoque tanto para 
o abastecimento diário como futuro. Eles podem ser divididos quanto a 
sua aplicação dentro da empresa, seu valor de consumo e quanto a sua 
importância operacional dentro da empresa. (VIANA, 2002).
Conforme Viana (2002), os materiais podem ser classificados quanto a sua aplicação 
como:
 » Matérias-primas: insumos e materiais básicos que fazem parte do 
processo produtivo.
 » Materiais de consumo geral: materiais que são consumidos, aplicados 
em diferentes setores da empresa.
 » Materiais produtivos: são materiais utilizados durante o processo 
produtivo ou auxiliando este processo.
 » Materiais improdutivos: materiais que não são incorporados ao 
produto no processo produtivo da empresa.
 » Materiais de manutenção: são materiais utilizados para manutenção 
cuja utilização é bem alta.
 » Produtos em fabricação: são materiais que estão em processo 
produtivo. Estão em andamento junto com o processo produtivo da 
25
Introdução À AdmInIstrAção de recursos mAterIAIs │ unIdAde I
empresa, não se encontrando em almoxarifados nem em estoque final, 
mas sim no processo produtivo.
 » Produtos acabados: materiais que já sofreram todos os devidos 
processos e se transformaram no produto final.
De acordo com Viana (2011), quanto ao valor do consumo, os materiais são classificados 
como podemos ver na figura a seguir.
figura 9. classificação dos materiais quanto ao valor de consumo.
 
fonte: Adaptado de viana, 2002.
Para alcançar o sucesso na gestão de estoque se faz necessário separar de forma clara o 
que é primordial do que é secundário quando pensamos em valores de consumo. A fim 
de realizar esta separação utilizamos uma ferramenta chamada curva ABC ou Princípio 
de Pareto. Este tem como função estabelecer a real importância do material em função 
de seu valor referido pelo consumo em um pré-estabelecido período de tempo. Contudo, 
a utilização da curva ABC é recomendada quando o material já está classificado quanto 
a sua real importância para o funcionamento da empresa. (VIANA, 2002).
Segundo Viana (2002), a classificação da importância operacional leva em consideração 
a necessidade de se adquirir o material, conforme a figura a seguir.
figura 10. classificação dos materiais quanto à importância operacional.
 
fonte: Adaptado de viana, 2002.
26
UNIDADE I │ INtroDUção À ADmINIstrAção DE rEcUrsos mAtErIAIs
materiais críticos
São materiais que são empregados para processos específicos, portanto não são muito 
usuais dentro de um processo, logo seu estoque é baseado no risco afinal não podemos 
prever a demanda que teremos do mesmo. A empresa tem que sempre buscar um 
mínimo estoque deste tipo de material. Alguns critérios podem ser utilizados para 
estabelecer se um material é crítico ou não, e eles encontram-se listados na tabela a 
seguir (VIANA, 2002).
tabela 4. critérios para classificação de materiais críticos.
Dificuldade de previsão: dificuldade de se prever a utilização do material.
Motivos econômicos: de valor elevado com elevado custo de armazenagem ou transporte.
Dificuldade de obtenção: importado; fornecedor único; escassez no mercado; estratégico, difícil fabricação ou obtenção.
Dificuldade de armazenagem ou transporte: materiais perecíveis, de alta periculosidade, elevado peso ou grandes dimensões.
Motivos de segurança: elevado custo do material ou principal material para a produção.
fonte: Adaptado de viana, 2002.
Para a identificação dos itens críticos deve ser levado em consideração se:
 » o material é imprescindível à empresa;
 » o material pode ser adquirido com facilidade;
 » há similares no mercado; 
 » o material ou similar podem ser encontrados com facilidade.
Perecibilidade
Esta classificação considera as propriedades físico-químicas do material em questão. 
Como exemplo remédios, produtos alimentícios etc.
Fenili (2015), em ampla visão afirma que diversas razões podem classificar um material 
como perecível, são eles:
 » Ação de animais. Ex.: ratos, insetos etc.Ação de atmosfera agressiva. Ex.: 
atmosfera com cloro, ácidos etc. 
 » Ação da gravidade. Ex.: eixos de grande comprimento. 
 » Ação higroscópica. Ex.: cal virgem. 
 » Ação da luz. Ex.: filmes fotográficos. 
 » Contaminação por água. Ex.: óleo para motores. 
27
Introdução À AdmInIstrAção de recursos mAterIAIs │ unIdAde I
 » Contaminação por partículas sólidas. Ex.: graxa. 
 » Instáveis. Ex.: peróxidos e óxidos. 
 » Limitação do tempo. Ex.: alimentos, remédios. 
 » Mudança de temperatura. Ex.: selantes e anéis de vedação.
 » Queda, colisão ou vibração. Ex.: cristais, vidros etc.
Deve-se prestar muita atenção quanto à data de validade destes produtos.
quanto à periculosidade
São os que de alguma forma oferecem risco à saúde seja durante o manuseio ou 
transporte. Ex.: materiais radioativos, sólidos e líquidos inflamáveis, explosivos etc.
Possibilidade de fazer ou comprar
Notificar a possibilidade da empresa de produzir o material e quais devem ser adquiridos 
no mercado. 
Conforme Fenili (2015, p.28), existem as seguintes categorias de classificação:
 » materiais a serem produzidos internamente;
 » materiais a serem adquiridos; 
 »materiais a serem recondicionados (recuperados) internamente;
 » materiais a serem produzidos ou adquiridos (depende de análise caso a 
caso pela organização).
A cúpula da empresa é que define sobre a produzir ou adquirir um material no mercado, 
levando em consideração os reais custos que vai ter e o tipo de e estrutura (FENILI, 
2015).
Existem duas estratégias que podem ser adotadas segundo Fenili (2015):
 » Verticalização: produzir ou propor tentar produzir internamente tudo o 
que conseguir. 
 » Horizontalização: comprar de fornecedores o maior número de materiais 
que fazem parte da produção do produto final. Este tipo de estratégia está 
28
UNIDADE I │ INtroDUção À ADmINIstrAção DE rEcUrsos mAtErIAIs
sendo muito adotado atualmente e continua sendo uma grande tendência 
(FENILI, 2015).
 » Identificação e Codificação: a identificação de um material permite um 
eficaz planejamento para compra de material, controle de estoques e 
armazenamentos corretos. 
Podemos identificar um material por meio de dois métodos distintos:
identificação descritiva
Por meio da descrição detalhada mostra todas as possíveis características do material 
que o tornem único. Uma nomenclatura padrão é adotada para cada item de material. 
A identificação pelo método descritivo adota os seguintes procedimentos ilustrados na 
figura abaixo e detalhados a seguir (FIGUEIREDO et al., 2001).
figura 11. método descritivo de identificação de materiais.
 
fonte: figueiredo et al., 2001.
descrição padrão
Utilizam-se dois níveis de nomeação caso haja necessidade, o nome básico que é o 
primeiro fator para se determinar a identificação de um material e o nome modificador 
que se trata de uma denominação posterior utilizada para diferenciar materiais com 
nomes básicos iguais. 
descrição técnica
São complementações da descrição padrão, referentes a particularidades de cada 
material, como dimensões, composição química, se são elétricos etc.
descrição auxiliar
Complementa a identificação do material, referentes a embalagens, refere-se à 
complementação da identificação do item do material podendo conter informações de 
aplicação, fornecimento, embalagem etc. 
29
Introdução À AdmInIstrAção de recursos mAterIAIs │ unIdAde I
identificação por referência
Utilizado quando não ocorre necessidade de detalhes para identificar um material, 
a utilização de uma referência ou um código fornecido pelo fornecedor para sua 
identificação já é o bastante para que se faça a distinção dos demais (FIGUEIREDO 
et al. 2001).
Codificação
Depois de realizadas as classificações dos materiais, são atribuídos códigos a eles. A 
criação de métodos simples visa facilitar o controle de compras e estoque, a comunicação 
interna e a padronização dos serviços e visa evitar duplicidade, seja ela de materiais 
iguais com códigos diferentes ou materiais diferentes com códigos iguais.
Conforme Fenili (2015) estes códigos são classificados em três categorias:
 » Alfabéticos, em que o material é identificado por um conjunto de letras. 
 » Alfanuméricos, nos quais se mesclam letras e números e o numérico, 
onde se utiliza números para identificação dos materiais.
 » Numéricos, nos quais os materiais são identificados por números. 
O sistema numérico ou decimal é atualmente o mais utilizado, devido à facilidade 
de se realizar uma ordenação em sequência dos materiais. Este método é conhecido 
como método decimal universal, já que dividem os materiais em grupos, subgrupos e 
acrescenta-se a eles um número de identificação. Na figura 12 a seguir o esquema de 
como são codificados os materiais utilizando o método decimal universal (FIGUEIREDO 
et al. 2001).
figura 12. esquema de como codificar material pelo método decimal universal. 
XXXXX 
 
 Grupo Dígito verificador 
 subgrupo 
 
 
 Número de identificação 
fonte: figueiredo et al., 2001.
Para se construir um eficiente sistema de codificação alguns requisitos devem ser 
considerados como listados na tabela a seguir (FENILI, 2015).
30
UNIDADE I │ INtroDUção À ADmINIstrAção DE rEcUrsos mAtErIAIs
tabela 5. requisitos para codificação de materiais.
Expansividade: ter capacidade para um aumento na lista de classificação, caso haja um crescimento da empresa por exemplo.
Simplicidade: ser de fácil uso e compreensão.
Versatilidade: ser possível adequar a quantas variações existirem.
Confiabilidade: assegurar a qualidade esperada.
Operacionalidade: sistema prático e robusto.
Padronização: formação de padrões a serem seguidos nas codificações.
Concisão: objetividade do sistema. 
fonte: Adaptado de fenili, 2015.
31
unidAdE iigEStão dE 
EStoquES
Nesta unidade estaremos conceituando o que é estoque, os principais tipos de estoque, 
vantagens e desvantagens de se criar estoque numa empresa, os custos que o estoque 
gera, algumas das principais fórmulas para poder calculá-lo e por fim conceituar e 
explicar o que é demanda e por meio de métodos como podemos prevê-la dentro de 
uma empresa.
CAPítulo 1
Conceito de estoque
Estoque é “como a acumulação de recursos materiais em um sistema de transformação” 
(SLACKET et al., 1997, p. 380, grifo nosso).
De acordo com Slack et al. (1997, p. 383):
Não importa o que está sendo armazenado como estoque, onde ele está 
posicionado na operação. Ele existirá porque existe uma diferença de 
ritmo ou de taxa entre fornecimento e demanda. Se o fornecimento de 
qualquer item ocorresse exatamente quando fosse demandado, o item 
nunca seria estocado.
Ballou (2007, p.67) amplia o conceito de estoque e define “estoque como matérias-primas, 
insumos, componentes, produtos em processo e produtos acabados que aparecem em 
numerosos pontos por todos os canais logísticos e de produção da empresa”.
Atualmente não podemos afirmar mais que estoque é apenas de matéria-prima ou de 
produto acabado, ele está relacionado com uma série de outras estruturas da cadeia.
De acordo com Martins et al. (2012, p. 165, grifo nosso) estoque é “como um recurso 
produtivo que no final da cadeia de suprimentos criará valor para o consumidor final”. 
32
UNIDADE II │ GEstão DE EstoqUEs
Ele tem como função principal de proteção ou minimização devido a falhas e 
necessidades dos processos ou quando não temos certeza do controle de processos 
dentro da empresa. Portanto, o estoque tem como função principal de estabelecer o 
fluxo de materiais dentro de uma empresa atenuando variações que ocorrerem durante 
os processos. (PROVIN; SELLITTO, 2011).
Viana (2011, p.108) afirma que “em qualquer empresa, os estoques representam 
componentes extremamente significativos, seja sob aspectos econômicos, financeiros 
ou operacionais críticos”.
Em um primeiro momento necessitamos estabelecer estratégias e pensar na necessidade 
real da empresa como demanda, foco estratégico, sazonalidade, serviço ao cliente e 
custo capital. 
Na tabela abaixo estão listadas algumas razões que devem ser levadas em consideração 
quando se planeja estoque dentro de uma empresa (DIAS, 2015):
tabela 6. razões para a necessidade de estoque ou não.
Preciso de estoque Não preciso de estoque
 » Quebras de maquinário. 
 » Problemas de planejamento. 
 » Dificuldade de previsão. 
 » Mudanças de mix. 
 » Melhorar serviço ao cliente. 
 » Variação de demanda. 
 » Fornecedores não confiáveis. 
 » Economia de escala/compras/transporte. 
 » Condições socioeconômicas. Incerteza de demanda futura. 
 » Necessidade de continuidade operacional.
 » Desconto por pedidos maiores 
 » Incerteza com fornecedores (fornecedor exclusivo, poucos 
fornecedores, greve fornecedores).
 » Alto investimento de capital. 
 » Podem deteriorar ou ficar obsoletos. 
 » Grande área que ocupam – espaço é custo!
fonte: Adaptado de fenili, 2015.
Dentro de uma empresa a velocidade com que são recebidos os materiais não é igual à 
velocidadecom que são utilizados então surge a necessidade de um estoque funcionar 
como amortecedor. Abaixo na figura 13 é exemplificado de forma clara e simples uma 
caixa d’ água de qualquer residência que mostra bem como funciona um estoque dentro 
de uma empresa.
33
Gestão De estoques │ uNIDADe II
figura 13. caixa d’ água.
fonte: martins e Alt, 2012.
O nível do estoque aumenta conforme a velocidade com que os materiais entram ou 
são recebidos é maior que a velocidade com que os materiais saem ou são expedidos 
(MARTINS; ALT, 2012).
Já o nível do estoque diminui conforme mais materiais saem ou são expedidos do que 
entram ou são recebidos (MARTINS; ALT, 2012).
O nível se mantém constante quando o número de material que entra ou é recebido é 
igual ao número de material que sai ou é expedido (MARTINS; ALT, 2012).
Ao considerarmos V(t) a velocidade de entrada (unidade recebida/unidade de tempo) e 
E o estoque, teremos a seguinte relação lógica (MARTINS; ALT, 2012).
V(t)×t >V(t)×t → E aumenta
V(t)×t <V(t)×t → E diminui
V(t)×t=V(t)×t → E não se altera
Atingir este nível de estoque constante é o que toda empresa almeja e busca.
Sistemas de controle de materiais
De acordo com Figueiredo et al. (2001), sejam por sua participação no processo de 
produção ou pela complexidade de se adquirir materiais ou custos, alguns materiais se 
diferem de outros utilizados dentro da empresa. Com isso, o controle de ambos deve se 
diferir, já que controle gera custo à empresa. Abaixo veremos os Sistemas Q e Sistemas 
34
UNIDADE II │ GEstão DE EstoqUEs
P de acordo com os custos vinculados, risco de faltar material ou sobrar material em 
função do seu consumo. Atualmente são muito utilizados dois tipos de sistema:
 » Sistema de requisição de tamanho fixo (Sistema Q): ocorre o 
pedido em período de tempo variável, neste sistema temos um rígido 
controle dos níveis de estoque. Esse sistema exige um controle rigoroso 
dos níveis de estoque e quando alcança um nível fixado anteriormente 
(ponto de pedido) automaticamente realiza uma requisição. Este sistema 
também é bem conhecido como sistema de duas gavetas, no qual se tem 
a separação do lote de material em duas partes, ou seja, ficam guardados 
em duas gavetas. Onde a primeira parte do lote é consumida até a data 
de encomenda e a segunda parte ou segunda gaveta é utilizada para 
suprir entre a data de encomenda de mais material e o seu recebimento 
(FIGUEIREDO et al. 2001).
 » Sistema de requisição de intervalo fixo (Sistema P): ocorre o 
pedido de material em período de tempo fixo. Neste sistema não ocorre 
a necessidade descontrolar os níveis de estoque, portanto o custo de 
controle deste é menor se comparado ao Sistema Q. Porém se ocorrerem 
alterações significativas de demanda ou atraso de entrega é normal que se 
tenha o risco de faltar material. A fim de conter esta possível complicação 
é muito comum encontrar estoques de seguranças altos para materiais 
que trabalham conforme sistema P (FIGUEIREDO et al., 2001).
Ponto de pedido
É o exato momento onde o estoque de certo material atinge um nível de reposição ou 
encomenda e solicita-se um novo lote que pode ser igual ao de encomenda, conforme 
Sistema Q. Podemos melhor observar seu funcionamento por meio da figura abaixo.
figura 14. curva dente de serra indicando o ponto de pedido.
fonte: figueiredo et al., 2001.
35
Gestão De estoques │ uNIDADe II
Sendo:
EM: Estoque máximo;
LE: Lote de encomenda; 
ES: Estoque de segurança; 
PP: Ponto de pedido;
TE: Tempo de espera entre a colocação do pedido e o recebimento do material.
Quando temos um atraso de entrega consequentemente temos uma variação no tempo 
de entrega, pois a taxa de consumo continua a mesma. Conforme podemos ver na figura 
seguinte. 
figura 15. curva dente de serra indicando atraso de entrega e variação no tempo de entrega.
fonte: figueiredo et al., 2001.
Onde: 
D: Demanda planejada = tgα;
TE: Tempo de espera;
TEN: Novo tempo de espera;
TPP: Tempo para preparação do pedido;
TPPN: Novo tempo de reparação do pedido.
Quando TEN > TE significa que o estoque de segurança terá um acréscimo de uma 
certa quantia Q = ES - E’s, e sobre a seguinte situação: TPPN < TPP. Quando temos um 
acréscimo no consumo o TE continua o mesmo. Conforme podemos ver na figura 16.
36
UNIDADE II │ GEstão DE EstoqUEs
figura 16. curva dente de serra indicando acréscimo de consumo. 
fonte: figueiredo et al., 2001.
Do: Demanda ocorrida: tgß 
Se Do > D, indica que estoque reserva terá um acréscimo de uma quantia Q = ES - E’S. 
No instante que a demanda começa a variar devemos prestar a atenção para preparação 
de um novo pedido. (TPPN < TPP).
No momento em que a demanda retorna ao seu normal temos um novo tempo para 
realizar o pedido (TPP) sendo este menor que o usual (TPPN2 < TPP).
No gráfico acima o triângulo retângulo com hachura, temos:
α =
PP - EStg = D
TE
Pr = ES + D × TE (unid)
O estoque é diretamente afetado por:
 » sazonalidade e variação de demanda (entre safras, custo alto);
 » diversidade ou variedades de produtos;
 » prazo de validade;
 » ciclo de produção;
 » estoque em trânsito.
tipos de estoque
De acordo com Martins e Alt (2012, p. 136) para efeito contábil os estoques são 
subdivididos em cinco categorias, abaixo listadas.
Estoques de materiais
São os materiais que serão utilizados no processo produtivo para serem transformados 
em produtos finais. Os materiais adquiridos pela empresa para serem utilizados 
37
Gestão De estoques │ uNIDADe II
na produção são ditos como estoque de materiais, sendo ele utilizado direta ou 
indiretamente para a produção do produto final. 
Estoques de produtos em processo
São itens que estão no processo produtivo, porém não são produtos acabados ainda, 
são os materiais que sofreram alguma modificação sem estarem finalizados.
Estoques de produtos acabados
São os produtos que já passaram por todo o processo de produção, logo são os produtos 
finais, que estão prontos para serem destinados aos consumidores finais. 
Estoque em trânsito
São materiais que já passaram de um processo para outro, porém não concluíram todo 
o processo e não atingiram seu destino final. 
Estoque em consignação
Materiais de propriedade de fornecedores até que sejam vendidos, caso não ocorra venda 
são devolvidos sem ônus. Podem ser materiais diretos que se acrescem ao produto final 
como copo do liquidificador e materiais indiretos os que não se acrescem ao produto 
final como, por exemplo, óleo de corte de máquinas.
Estoque de segurança
Este estoque é utilizado a fim de evitar que o material venha a faltar, o que acarretaria 
a interrupção da produção, utilizado também como segurança para casos como 
paralisação de produção por atrasos de entrega de material ou se acontecer um aumento 
do consumo durante a produção (FIGUEIREDO et al., 2001).
Cálculo do estoque de segurança
Este cálculo é realizado a fim de se evitar a falta de um material ou aumento de demanda, 
o que acarretaria em atrasos de produção e entrega e consequentemente custos a 
empresa. Na figura 17 abaixo temos duas opções para tal: na primeira aumentamos o 
pedido conforme previsão de demanda que veremos posteriormente e na segunda opção 
criamos um estoque de segurança a fim de evitar problemas com falta de produção e 
entrega.
38
UNIDADE II │ GEstão DE EstoqUEs
Porém, temos que ter cuidado com o aumento de estoque, pois pode gerar custos, tanto 
de materiais parados quanto de produtos finais os quais não serão em sua totalidade 
comercializados.
Portanto, para um correto dimensionamento do estoque de segurança devemos adotar 
o seguinte método de porcentagem de consumo: (FIGUEIREDO et al., 2001).
∞ =
PP - EStg = Cmed
TR
β =
PPtg = Cmax
TR
ES = (Cmax – Cmed) × TR
figura 17. duas opções de cálculo de estoque de segurança.
fonte: figueiredo et al., 2001.
função do estoque
O estoque se faz importante para atender uma série de finalidades.
 » Aprimora o serviço prestado ao cliente, eles sempre valorizam 
disponibilidadeimediata. 
 » Menores custos com compras e transporte: quanto maior a quantidade 
produzida melhor a negociação com preços de matérias-primas. 
E o transporte de um elevado número de produtos, reduz o frete e 
consequentemente diminui o impacto sobre o custo. Ao alcançar esta 
redução nos custos quer dizer que a empresa pode vender por um preço 
menor ou conseguir uma margem de lucro maior (DIAS, 2015).
 » Absorver o impacto na oscilação de demanda. Quase todos os setores de 
uma empresa sempre passam por alterações nas quantidades de produtos 
vendidos. Formado o estoque ocorre a possibilidade de diminuição 
39
Gestão De estoques │ uNIDADe II
dos efeitos do período quando não se consegue atender a demanda ou 
equipamentos e funcionários venham a faltar (DIAS, 2015).
gestão de estoques
“A função da administração de estoques é maximizar o efeito lubrificante no feedback 
de vendas e o ajuste do planejamento da produção” (DIAS, 2015, p. 19).
O estoque dentro de uma empresa significa perda se mal administrado ou lucro se bem 
administrado. Pensando nisso a gestão de estoques veio para atender esta necessidade 
das empresas e trazer consigo ferramentas que aliadas aos conceitos de estoque 
permitem ao gestor conseguir atender a demanda interna sem a necessidade de se 
manter estoques grandes e com isso na atualidade de um mercado competitivo colocar 
a empresa frente às demais. 
 A gestão de estoques funciona baseada em dois princípios o de máxima eficiência e 
o menor custo possível, atingindo assim um equilíbrio entre estoques e consumo que 
resulta em mínimos desperdícios (VIANA, 2011). 
Portanto a gestão de estoque trabalha para controlar o estoque de uma forma geral e ao 
mesmo tempo fornecer dados atuais dos materiais a qualquer momento se solicitado 
para que os setores que necessitam dos materiais possam planejar melhor suas 
necessidades.
Curva ABC
Conforme vimos anteriormente, para se ter sucesso na gestão de estoques a separação 
do que é primordial do secundário quando pensamos em valores de consumo é muito 
considerável e é por isso que esta ferramenta se faz tão importante quando o assunto é 
gestão de estoques (FIGUEIREDO et al., 2001).
qual a finalidade da classificação ABC
Ela diferencia estoques de materiais cruciais e de materiais menos importantes. Quando 
conseguimos fazer um controle preciso dos estoques em que podemos ver a qualquer 
instante e de forma rápida quais são os níveis dos materiais armazenados, conseguimos 
administrar os custos e controlar excessos. 
Para a empresa estocar uma quantidade reduzida de itens corre-se o risco de paralisar 
o processo produtivo por falta de material; por outro lado, para se evitar a falta do 
40
UNIDADE II │ GEstão DE EstoqUEs
material pode-se incorrer no erro de estocar além do necessário. Portanto precisamos 
tentar dimensionar a real demanda a fim de atender o processo em questão sem gerar 
prejuízos a empresa (FIGUEIREDO et al., 2001).
Classificação dos materiais conforme curva ABC
O monitoramento tem por finalidade determinar o momento exato do ponto de pedido 
através dos níveis de estoque. Este processo precisa ser eficaz e por isso se faz necessário 
uma estrutura de controle que realize um acompanhamento constante. 
Quando pensamos em programas de controle de identificação unitária onde há um 
rigoroso monitoramento dos itens com verificação computacional de entrada e saída é 
muito caro e só é aconselhável quando as quantidades sob controle forem de um custo tal 
onde apenas e tão somente a quantidade requerida puder ser economicamente estocada. 
Assim, devido ao alto custo dos materiais não permite quantidades superiores ao que 
foi solicitado, seja devido aos critérios de perecibilidade ou outra razão significativa 
qualquer. Contudo, os estoques de segurança não são geralmente aceitos, quando são 
admitidos utilizam-se níveis muito baixos (FIGUEIREDO et al., 2001).
materiais tipo C
Os materiais que são de fácil aquisição ou conforme visto anteriormente na Unidade I 
os materiais de baixo valor de consumo são classificados como C. Portanto, podemos 
justificar altos estoques de segurança para materiais classificados como C devido ao fato 
de não representar significativo montante de capital imobilizado em estoque. Para este 
tipo de material a empresa precisa somente de um controle periódico de estoque não 
necessitando de custosos sistemas de monitoramento. Mesmo que o item venha a faltar 
eventualmente sua reposição não é cara e sua obtenção é fácil e rápida (FIGUEIREDO 
et al., 2001).
Conforme a demanda do material e o tempo de entrega do material requerido é que se 
estabelece o período compatível para se realizar o controle periódico. Tem-se nesse caso, 
período fixo e quantidade variável. A quantidade a ser reposta é aquela suficiente para 
atingir o estoque máximo no momento de sua recepção, geralmente empresas que tem 
seus fornecedores credenciados, permitem a entrada deles em suas dependências em 
períodos específicos a fim de contabilizarem a reposição (FIGUEIREDO et al., 2001).
materiais tipo B
Já os materiais do tipo B são utilizados tanto no sistema Q quanto no P, sendo que o 
que definirá a utilização de um ou de outro sistema de controle é o grau de importância 
do material em questão.
41
Gestão De estoques │ uNIDADe II
Sempre se recomenda uma pesquisa dos custos e benefícios dos sistemas a fim de se 
definir qual a melhor opção para se adotar. Devem-se considerar os seguintes custos 
quando realizada esta pesquisa: custo de estoque de segurança, controle e relativo ao 
risco do material venha a faltar (FIGUEIREDO et al., 2001).
materiais tipo A
Estritamente necessários para atender as necessidades, porém em pequenos lotes 
sendo seu estoque de segurança quase zero (FIGUEIREDO et al., 2001).
manutenção de baixo nível de estoque
Os estoques são tidos também como gasto, portanto a sua diminuição ou eliminação 
sempre foi e é bem vista aos olhos das empresas. 
Este estoque mínimo é um dos quesitos que o Just in time coloca, onde se deve trabalhar 
para a eliminação de estoques até atingir um fluxo de uma única peça ou one piece flow, 
exemplificando em um lote de produção de 30.000 unidades precisam ser realizadas 
30.000 preparações. 
Esta é uma visão um pouco surreal quando voltamos a realidade, o que temos é a 
produção de lotes pequenos, criando assim uma grande necessidade de se minimizar 
os custos de preparação para abater nos custos totais.
Uma das medidas para a redução de inventários é o melhoramento da precisão quanto a 
qualidade e prazos, redução dos ciclos de produção, formar parcerias com fornecedores 
a fim de melhorar o preço e condições de pagamento.
Hoje existem inúmeras metodologias para auxiliar a empresa manter os inventários em 
um patamar ideal, dentre as quais podemos destacar:
 » Reduzir os prazos abastecimento pelos fornecedores. 
 » Aplicação do programa 5 s. 
 » Aumentar a produtividade de todos os setores. 
 » Eliminar de forma geral dentro da empresa todas as atividades que não 
incorporem ao produto final valores. 
42
UNIDADE II │ GEstão DE EstoqUEs
 » Estabelecer estoques mínimos de segurança, sempre os monitorando. 
 » Introduzir o gerenciamento por atividades, através de custos ABC. 
 » Saber balancear entre eficiência de fornecimento ao cliente e gerar lucros 
para a empresa.
manutenção de elevado nível de estoque
Uma das vantagens de se manter estoques altos é atender o cliente de imediato. 
Proporcionando ao setor de vendas que podem oferecer prazos de entrega curtos ou 
imediatos. (MARTINS; l 2012). 
Os responsáveis pelo elevado estoque dentro de uma empresa são: matéria-prima e 
material em processo que não são necessários ao equilíbrio da produção e produto final 
o qual não se pode vender ou está muito alto se comparado a demanda prevista ou a 
capacidade de produção (MARTINS; ALT, 2012).
A maioria das empresas não sabe que estão com estoque em excesso e quando descobrem 
não acham o que ocasionou tal fato.
Osmaiores responsáveis pelo aumento dos inventários segundo Martins e Alt (2012), 
são:
 » Área de marketing: busca sempre maiores números de venda. 
 » Área de suprimentos: obtém materiais com qualidade e preço conforme 
o que buscavam, permitem entrega antes dos prazos estabelecidos ou 
confirma pedidos não programados. 
 » Área gerência: pode causar aumento do inventário quando apenas 
consideram o custo do capital ou somente se atentam ao inventário no 
balanço anual, quando não propõem planos rápidos de ações efetivas 
para eliminar refugos e materiais obsoletos. 
43
CAPítulo 2
Custos de estoque
A princípio temos que nos atentar que num ambiente comercial nunca teremos somente 
uma regra. Devemos ter flexibilidade para lidar com custos, ainda mais custos com 
estoques onde o grande problema é quantificar os materiais de modo a ter o mínimo de 
gastos desnecessários possíveis.
Cabe ao gestor identificar a melhor opção que alcance um equilíbrio entre estoque 
e demanda levando-se em consideração que erros são muito comuns neste tipo de 
previsão, afinal custos com estoque envolvem, materiais, local de armazenamento, 
programas, pessoal e alguns outros encargos.
Um grande número de custos é gerado a empresa quando se tem a necessidade de 
manter estoques. Estes custos de se manter estoques podem ser divididos em três 
categorias distintas: custos diretamente proporcionais às quantidades estocadas; 
inversamente proporcionais à quantidade estocada e independente da quantidade 
estocada (MARTINS; ALT, 2012).
Os custos diretamente proporcionais à quantidade estocada ocorrem 
conforme a quantidade média que se encontra em estoque, por isso quanto mais alto 
o estoque maior será o capital investido. Exemplo de aplicação encontra-se na figura 
abaixo (RAZZOLINI, 2012, grifo nosso).
figura 18. quadro de exemplificação de custos diretamente proporcionais à quantidade estocada. 
Armazenamento: quanto maior estoque → maior a área necessária → maior custo com aluguel.
Manuseio: quanto maior estoque → maior número de pessoas e equipamentos → maior custo com mão de obra e 
equipamentos.
Perdas: quanto maior estoque → maiores chances de perdas → maior custo decorrente com perdas.
Obsolência: quanto maior estoque → maiores chances de materiais tornarem-se obsoletos → maiores custos com materiais 
que não foram utilizados.
Furtos e roubos: quanto maior estoque → maiores chances de materiais furtados e/ou roubados → maiores custos 
decorrentes.
fonte: razzolini, 2012.
Também conhecidos como custos de carregamento, englobam os custos de estocagem, 
manuseio do material, taxa de seguros, perdas e furtos, obsolescência e investimento e 
oportunidades (RAZZOLINI, 2012).
44
UNIDADE II │ GEstão DE EstoqUEs
Os custos de carregamento são subdivididos em duas categorias os custos de capital 
que correspondem ao capital investido e custos de armazenagem que são o somatório 
de todos os demais fatores de custos (RAZZOLINI, 2012).
Abaixo na figura 19, um resumo dos tipos de custo de estoque conforme Razzolini 
(2012).
figura 19. tipos de custos de estoque.
fonte: razzolini, 2012.
Custo de capital
Trata-se do custo da aplicação do dinheiro. Caso não houvesse o investimento em 
estoque qual seria o lucro se investisse em outra coisa. 
Custo de capital=Ida
Onde: I = taxa de juros correntes;
P = preço de compra do item em estoque quando fornecido por terceiros ou custo de 
fabricação quando produzido internamente.
Custo de carregamento de estoque
Cc=Ca+i×P
45
Gestão De estoques │ uNIDADe II
Onde: Ca = somatório de custo de armazenagem como manuseio e obsolência, 
seguros etc. 
Atenção: Aqui o tratamento de unidades do Cc pode ser tanto preço/unid x mês ou 
preço/unid x ano.
Custos inversamente proporcionais
São custos diretamente proporcionais à quantidade de estoque, quando estoque sobre 
ele reduz e quando estoque baixa ele aumenta (RAZZOLINI, 2012).
Ele envolve todos os custos referentes ao setor de compras para que se faça um pedido.
Se a compra for realizada apenas uma vez por ano dado um consumo D anual, o lote Q 
deverá ser d unidades e o estoque médio será Q/2, conforme tabela 7 exemplificada por 
Razzolini (2012), teremos:
tabela 7. estoque médio e tamanho do lote conforme número de vezes que compra é efetuada. 
Número de vezes que compra é efetuada Tamanho do lote Estoque médio
1 Q = D
=m
Q DE =
2 2
2 Q = D/2
=m
Q DE =
2 4
3 Q = D/3
=m
Q DE =
2 6
fonte: razzolini, 2012.
Para se calcular o número de ordens ou pedidos emitidos por unidade de tempo temos:
DN =
Q
Onde: D = consumo por unidade de tempo; 
Q = tamanho do lote de compra ou fabricação; 
Cp = custo de preparação.
C(inversamente proporcional) = n × Cp ou C(inversamente proporcional) = 
D
Q
 × Cp
46
UNIDADE II │ GEstão DE EstoqUEs
Custos independentes
Não se prendem ao estoque médio da empresa, na maioria é um valor fixo, medido por 
unidade monetária por tempo. Ex.: dólar/ano (RAZZOLINI, 2012).
O custo total (Ct) para se manter um estoque necessário nada mais é do que a soma dos 
três fatores de custos acima (RAZZOLINI, 2012).
Ct = Ca + (i × P) × 
Q
2
 + (Cp) × 
d
q
 + Ci + D × Pr2
Sendo Q/2 o estoque médio, onde Q é o tamanho do lote de compras.
47
CAPítulo 3
métodos de previsão da demanda
Por meio de métodos qualitativos ou quantitativos é possível se prever as futuras vendas, 
os chamados métodos de previsão de demanda permitem aos gestores da empresa 
determinar com maior precisão a aquisição de material de fornecedores ou a produção 
interna estabelecendo assim metas de faturamento para serem alcançadas.
Conseguir prever uma demanda afeta diretamente no planejamento e controle 
de todos os setores da empresa em principal da financeira, marketing e logística 
(BALLOU, 2007).
Conforme Fenili (2015), para que se possa repor o estoque de forma assertiva se faz 
necessário uma previsão exata do consumo dos materiais utilizados durante todo 
processo da empresa.
Atualmente quanto maior for a base de dados ajustada ao mercado, maior a viabilidade 
de se inserir o produto nele. Os métodos para se prever uma demanda conforme Lemos 
(2006) podem ser qualitativos ou quantitativos.
O método qualitativo é diretamente ligado a experiência do profissional para antever 
a probabilidade do resultado, ela está ligada diretamente ao feeling do profissional. 
Conforme Felini (2015) são duas as situações que podem ocorrer caso haja ocorrência 
de dados incorretos na previsão de consumo: 
 » Aumento nos custos de estoque: ao estocarmos materiais que não 
possuem demanda dentro da empresa, custos como aluguel de espaços 
físicos, obsolescência, seguro entre outros são custos relacionados a eles.
 » Custos por ausência de estoque: o estoque atual é inferior à demanda, 
ocasionando a falta do material quando ele se faz necessário dentro do 
processo. Podendo implicar na paralisação de produção por exemplo. O 
que pode gerar interrupção nas atividades de uma linha de produção, por 
exemplo.
Existem três formas que a demanda de determinado material se comporta em um 
período de tempo pré-estabelecido, também conhecido como evoluções da demanda. 
Abaixo na figura 20 melhor ilustrado estas três formas (FENILI, 2015).
48
UNIDADE II │ GEstão DE EstoqUEs
figura 20. tipos de evolução de demanda.
Tipo Características Representação
Evolução de Consumo Constante
Ao decorrer do tempo não acontece variação da 
demanda significativamente. Ex.: sabonete.
Evolução de Consumo Sazonal
Periódicas e significativamente não ocorre variações 
da demanda Ex.: sorvete no verão.
Evolução de Consumo de Tendência
Não ocorrem variações abruptas e não periódica 
da demanda. Ex.: disquetes, material que se tornou 
obsoleto.
fonte: fenili, 2015.
Principais cuidados com a previsão
Conforme Peinado e Graeml (2007) devem ser levados em consideração alguns fatores 
importantes para se conseguir realizar uma eficiente previsão de demanda.
 » As razões responsáveis pela demanda passada podem mudar. 
 » É indispensávelse conhecer o erro de previsão. 
 » Há a necessidade de se adequar o grau de agregação dos produtos. 
 » Há a necessidade de se adequar o horizonte de tempo da previsão. Ter 
cuidado para não alterar a previsão de demanda em metas de vendas ou 
de produção.
49
Gestão De estoques │ uNIDADe II
Classificação dos métodos de previsão de 
demanda
As informações qualitativas e as quantitativas são utilizadas para a previsão de demanda. 
São agrupadas de acordo com Fenili (2015), em três categorias:
 » Explicação: relaciona a demanda em períodos recentes com uma variável 
quantitativa de evolução conhecida. 
 » Predileção: onde a previsão é feita embasada em informações qualitativas 
como pesquisas de opinião.
 » Projeção: técnica quantitativa que utiliza processamento de dados de 
uma série histórica de consumo a fim de obter previsão para períodos 
subsequentes.
método qualitativo
Este modelo baseia-se em questões que demonstram um maior impedimento em se 
estimar opiniões e experiências, assim sua utilização é indicada para adquirir dados 
específicos que demonstram uma maior dificuldade em serem coletados (DIAS, 2015).
Conforme Dias (2015), erros podem acontecer na previsão de demanda quando 
são utilizados dados qualitativos e os mesmos devem sempre ser tratados como 
aproximações.
De acordo com Peinado e Graeml (2007), os modelos qualitativos mais usuais são:
 » Predição: por meio de cada profissional pode-se tentar prever a demanda, 
é um modelo bem individual e depende exclusivamente do feeling do 
profissional que está a frente deste processo. 
 » Opiniões de executivos: método muito utilizado quando ocorre ausência 
de dados históricos anteriores da demanda, geralmente são realizados 
a partir de opiniões dos próprios funcionários de alto nível na empresa, 
geralmente da área financeira, de produção ou comercial. É necessário 
atenção para não confundir meta de faturamento ou meta de vendas a ser 
alcançado com previsão de demanda. 
 » Método Delphi: procura minimizar a interferência de opiniões fortes, 
com mais poder hierárquico nas decisões que envolvem um grupo, a 
metodologia adotada pelo método consiste em: escolha de membros 
50
UNIDADE II │ GEstão DE EstoqUEs
que estão diretamente ligados à qualidade do resultado a ser obtido e 
expõe o assunto no caso a previsão de demanda; todas as opiniões são 
coletadas por intermédio de questionários sigilosos; todas as informações 
necessárias são passadas a um coordenador que executa uma tabulação 
dos dados e obtém um primeiro resultado tratado estatisticamente, por 
fim o resultado final é enviado aos membros que reavaliam sua opinião 
frente aos argumentos dos demais. O processo é refeito até que haja uma 
convergência desejada das opiniões.
método quantitativo
Baseado em dados quantitativos, proporciona uma exatidão maior em relação a previsão 
de demandas.
De acordo com Fenili (2015), o método quantitativo pode ser subdividido em dois 
outros métodos:
 » Causais: são realizados embasados em dados analisados estatisticamente 
de realizações passadas, relacionado às variáveis utilizadas. 
 » Temporais: analisa estatisticamente dados passados.
Felini (2015) pressupõe que existem cinco tipos de métodos quantitativos, que são:
Último período
Onde se faz a previsão do que será consumido será igual ao que foi consumido no 
período anterior. Exemplo: Consumo de janeiro foram 1.000 unidades de parafusos. 
Adota-se como previsão para fevereiro 1.000 unidades de parafusos (FENILI, 2015).
média aritmética ou média móvel
O resultado da média aritmética relativos ao consumo em períodos anteriores será a 
previsão de consumo do próximo período (FENILI, 2015).
média ponderada
O resultado da média ponderada do consumo de períodos anteriores será a nova 
previsão para próximo período. Os pesos maiores serão sempre atribuídos a períodos 
mais recentes (FENILI, 2015).
51
Gestão De estoques │ uNIDADe II
média móvel exponencialmente ponderada
Aplicado quando no período anterior houve diferença significativa entre o consumo 
efetivo e a previsão de consumo. Para empregar este método três dados são necessários: 
consumo real, previsão da demanda do último período e valor do coeficiente de ajuste 
(β). Este coeficiente varia entre 0 e 1 e é definido pelo gestor embasado em sua análise 
qualitativa do período anterior e no histórico de compras (FENILI, 2015).
mínimos quadrados
Através de uma regressão linear se obtém uma equação de reta que relaciona o período 
e demanda. Este método é um dos mais utilizados quando se pensa em previsão de 
demanda (FENILI, 2015).
reposição de estoques
Para entendermos o tempo que se leva para repor estoques antes vamos definir alguns 
conceitos básicos.
Tempo de reposição: período de tempo que se faz necessário para verificar que o 
estoque precisa de reposição até a entrada do material no almoxarifado da empresa. 
Abaixo podemos ver na figura 21 o esquema de reposição de um estoque.
figura 21. reposição de um estoque.
fonte: fenili, 2015.
52
UNIDADE II │ GEstão DE EstoqUEs
Cálculo tempo reposição
TR= 1+2+3
Onde 1: tempo de emissão pedido; 2: tempo de preparação do pedido; 3: tempo de 
transporte e recebimento.
Ponto de pedido: momento exato para mandar um pedido ao fornecedor, o estoque 
tange o ponto de pedido (PP)
PP = (C x TR) + ES
Onde PP: ponto de pedido; C: consumo normal de mercadoria; TR: tempo de reposição.
Lote Econômico de Compras (LEC): lote ideal considerando o que é utilizado por 
mês e o custo. O que tenho que comprar exatamente para atender a empresa sem que 
falte ou sobre.
22C x C= πLEC r
CA
Onde: C = quantidade consumida de produto; Cp: custo do pedido; CA: custo de 
armazenagem unitário anual.
Estoque máximo: trata-se da quantidade máxima que se tem em estoque de um 
material.
Emax=ES+LC
Onde: ES: estoque de segurança; LC= lote de compra
giro de estoque
Número de vezes, num determinado intervalo de tempo, que pode ser de um dia, uma 
semana ou um mês durante um período, no qual o estoque é renovado. 
valor consumido no intervalo de tempoGiro de estoque
valor de estoque médio do intervalo de tempo
=
tempo de cobertura
Período onde o estoque médio consegue quitar a demanda média, ou seja, é o tempo em 
que o produto final leva para sair do estoque.
número de dias do intervalo de tempoTempo de cobertura
giro de estoque
=
53
Gestão De estoques │ uNIDADe II
Sistema mrP
Originário da década de 1960, onde as siglas significam Material Requirements 
Planning (MRPI), este sistema possibilitava a empresa calcular sua produção e 
estoques, atualmente seus conceitos foram estendidos a outros setores da empresa 
denominados Manufacturing Resource Planning (MRPII), possibilitando assim 
realizar um plano global de planejamento e monitoramento de todos os recursos de 
uma empresa que realiza manufatura, como setor financeiro, setor de marketing e 
engenharia (GRAZIANI, 2013).
Para a utilização do MRP é fundamental a empresa já ter o Master Production Schedule 
(MPS), onde estão especificados as quantidades e o instante em que deve ocorrer a 
produção dos produtos finais, portanto ele analisa as reais necessidades frente à 
possibilidade de a empresa de atende-las. É em cima do MPS que o MRP determina o 
que será indispensável para produção.
Para uma precisa elaboração do MRP o conceito de Capacity Requeriment Plans (CRP) 
deve ser conhecido. Funciona da seguinte forma o MRP usa as previsões do MPS para 
produzir os pedidos de compra ou fabricação que são usados pelo CRP para determinar 
a mão de obra e cargas-máquinas (GRAZIANI, 2013).
Sistema mPS
O MPS é fundamental para que possamos aplicar de forma eficaz o MRP, ele ressalta 
fatores importantes como a previsão de demanda e também os pedidos realizados, os 
materiais à disposição, mão de obra e as metas a serem atingidas, de modo a definir 
antecipadamente a mais adequada estratégia para produção ou compra. Utilizar este 
sistema permite uma diminuição gradativa de problemas que estão

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