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2019 Curso Técnico de Administração Professora: Mayara Kelly Barbosa Oliveira Limoeiro do Norte - 2019 Seja bem-vindo, Esse material é direcionado aos estudantes do curso Técnico Em Administração. Aqui você verá diversos conceitos acerca da Gestão de Produção e Materiais e terá a oportunidade de entender melhor como eles são utilizados dentro das organizações, visto que com o aumento da globalização, a concorrência entre organizações aumentou bastante e essas buscam cada vez mais o aumento da produtividade e redução de custos, além de profissionais bem capacitados serem cada vez mais necessários. A Administração de Produção e Materiais é uma disciplina que possui grandes e relevantes pontos e é de fundamental importância seu estudo dentro do curso de Administração. O conteúdo está estruturado em 4 unidades e cada uma possui no final uma pequena atividade que irá auxiliar seu aprofundamento. Criado pela professora Mayara Kelly Barbosa Oliveira, graduada em Administração e especialista em Gestão da Qualidade. Possuindo fins educativos, com o objetivo de reunir informações acerca dos conteúdos aqui disponibilizados, através de pesquisas bibliográficas e conhecimento técnico na área. Bons estudos! Copyright © 2019. Todos os direitos desta edição reservados a Mayara Kelly Barbosa Oliveira. 2019 Sumário Unidade 1. A Administração de Materiais 4 1.1 Evolução e conceitos 4 1.2 Funções e objetivos da administração de materiais 7 1.3 Administração de compras 10 1.4 Fornecedores 12 1.5 Padrão e fornecimento conforme certificação de qualidade 14 Atividade de aprofundamento 15 Unidade 2. Gestão de Estoques 16 2.1 Fundamentos básicos 16 2.2 Classificação dos estoques 19 2.3 Inventário 22 2.4 Controle dos materiais de estoque 24 2.5 Sistemas de controle de estoque 25 Atividade de aprofundamento 30 Unidade 3. Conceitos e Estrutura da Administração da Produção 31 3.1 Sistemas de produção 34 3.2 Planejamento e controle da produção 37 3.3 Análise dos processos de produção 39 3.3.1 O processo de produção ou transformação 39 3.3.2 Cálculos da Produtividade 42 Atividade de aprofundamento 50 Unidade 4. Programas de Qualidade aplicados na produção 51 4.1 Metodologia de Análise e Soluções de Problemas 53 Referências 57 1. A ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS 1.1 Evolução e Conceitos Com o passar dos tempos as organizações criaram o entendimento e reconheceram a importância do gerenciamento de uma empresa, é muito importante que para o crescimento e sucesso empresarial uma empresa possua gerenciamento de todos as suas áreas, atualmente podemos entender a divisão como: humana, financeira e material. Todos entendidos como parte altamente importante para o bom andamento organizacional, vale ressaltar que a visão atual não trata humanos como recursos, apenas o financeiro e material. Entendendo que a parte material da empresa é altamente importante, a administração de materiais envolve diversos processos que vão além das atividades internas da empresa como: planejamento, compra, formação do estoque e o consumo de matérias primas necessárias a empresa. A administração de materiais começou há muito tempo ainda na época da caça, algumas tribos caçavam mais, outras plantavam mais e assim surgiu a necessidade da troca, o homem produzia bens e estocava-os. Quando lhe era conveniente ele estocava, tudo acontecendo com a ideia de sobrevivência. Mas, a parti desse período já começou a ser criado as ideias de comércio com o escambo. Com a época mercantilista a ideia de armazéns começou a ser forte, pois as pessoas possuíam mais bens do que consumiam e precisavam guardar e protegê-los. Com a chegada da Revolução Industrial esse senso ficou mais forte, as empresas pensavam muito em produzir e estocar, para vender. Mas a parti desse momento houve um choque maior, antes a estocagem era para sobrevivência, com o comercio era produzir bens e com a Era Industrial o foco era produção em massa para gerar lucro. Todo esse processo trouxe muito desenvolvimento para as cidades, as cidades estavam cada vez maiores, havia mais trabalho e as pessoas migravam mais dos campos para as cidades. “Com a Revolução Industrial, meados do século XVIII e se estendendo até o século XIX, houve uma maior concorrência de mercado e melhorou as operações de comercialização dos produtos, dando mais importância aos setores de compras e estoques. O referido período foi marcado por modificações profundas nos processos do sistema de fabricação e estocagem em grande escala. O trabalho, que antes era completamente artesanal foi em parte substituído pelas máquinas, conseguindo elevar a produção para um estágio tecnologicamente mais avançado e a administração passou a ver os estoques sob outro prisma. Alguns fatores contribuíram para impulsionar à Administração de Materiais, dentre eles a evolução fabril, o consumo, as exigências dos consumidores, o mercado concorrente e novas tecnologias, com isso, passou a ser vista como uma arte e uma ciência das mais importantes, para que as organizações pudessem alcançar seus objetivos. ” (CHIAVENATO- adaptado, 2003) “Com o surgimento da mecanização, da busca pela produção mais eficiente e a automação, o excedente da linha de produção se torna cada vez mais uma preocupação, e com isso, a Administração de Materiais, se torna uma ferramenta fundamental para que exista o equilíbrio dos estoques, para que não falte a matéria-prima, porém não haja excedentes. Pode-se dizer ainda que a administração de materiais tem o objetivo de harmonizar os interesses entre as necessidades de suprimentos e a otimização dos recursos financeiros e operacionais das empresas.” (Franceschini; Gurgel (2002) As guerras mundiais também tiveram seus impactos sobre a reflexão acerca de produtos e estoques, visto que foi uma época em que os recursos eram valiosos e precisavam ser bem gerenciados, pois a falta significava calamidade geral, foi uma época na qual foi buscado meios mais eficazes de armazenagem, visto a importância do apoio logístico; pois todos esses pontos eram vitais para sucesso dos confrontos armados. Com esse entendimento podemos definir Administração de Recurso Materiais como um conjunto de atividades desenvolvidas dentro de uma empresa destinadas a suprir as diversas unidades com os materiais necessários ao empenho normal de suas atribuições. (Carolina Teixeira) A administração de materiais busca cuidar dos recursos materiais da empresa, isso acontece respondendo pontos como: A guerra mostrou que apenas soldados não eram o suficiente. Por mais fortes e valentes que fossem seus soldados, não muito eles aguentariam sem munições, equipamentos, alimentos, combustível [...] Tudo isso no momento e lugares certos. O que deve ser comprado; Como deve ser comprado; Quando deve ser comprado; Onde deve ser comprado; De quem deve ser comprado; Por qual preço deve ser comprado; Em que quantidade deve ser comprada; Ela deve ser capaz de resolver conflitos internos, esses conflitos internos acontecem porque dentro de uma organização os diversos setores têm objetivos diferentes relacionados ao estoque. Por exemplo: o setor de atendimento quer atender a maior quantidade de clientes e por isso deseja sempre ter todos os produtos em estoque; por outro lado o setor financeiro deseja estoques baixos com menos vendas paradas. O departamento de estoques é quem gerencia essas divergências. 1.2 Funções e Objetivos Pontuando, podemos dizer que as funções da administração de materiais é: Compras: pode ser dividida em compras no mercadointerno e importações. Toda compra envolve fornecedores, contratos (licitações), tomada de preços, pedido de compra (prazos, condições de pagamento, etc.), transporte e controle no recebimento da mercadoria. Caso haja importações, os compradores deverão ter conhecimento das leis e guias de importação, bem como dos processos envolvendo órgão do governo federal mediador das importações. Transportes: envolve do fornecedor até o espaço físico de estocagem pode ser feita interna ou por terceiros. Caso for interna, envolve o processo de gerenciamento e distribuição das cargas. Se externa, envolve a contratação de transportadoras (rodoviárias, ferroviárias, aéreas ou marítimas). Armazenagem e conservação: envolvem todos os processos de recebimento das mercadorias, controle de qualidade e fechamento contra o pedido de compra, catalogação dos itens conforme codificação do estoque, armazenagem no local físico designado para os itens e contabilização dos itens. Manipulação e controle de estoques: envolvem todos os processos de requisição e devolução de itens, seja para fabricação, consumo ou revenda. Cada um destes processos é composto por subprocessos legais. Caso a retirada de itens seja para venda e entrega em um cliente, um processo de emissão de notas fiscais para circulação de mercadorias deve ser incluído para esta função. Os objetivos da Administração de Materiais são diversos, eles podem variar de acordo com o ramo de atuação e com a forma de gestão da empresa, como objetivos primários podemos observar: Preço Baixo: o objetivo mais óbvio e, certamente um dos mais importantes. Redução do preço de compra implica em aumento dos lucros, se mantido a mesma qualidade; Alto Giro de Estoques: implica em melhor utilização do capital, aumentando o retorno sobre os investimentos e reduzindo o valor do capital de giro; Baixo Custo de Aquisição e Posse: dependem da eficácia das áreas de Controle de Estoques, Armazenamento e Compras; Continuidade de Fornecimento: é resultado de uma análise criteriosa quando da escolha dos fornecedores. Os custos de produção, expedição e transporte são afetados diretamente por este item; Consistência de Qualidade: a área de materiais é responsável pela qualidade de materiais e serviços provenientes de fornecedores externos; Despesas com Pessoal: obtenção de melhores resultados com a mesma despesa ou, mesmo resultado com menor despesa - em ambos os casos o objetivo é obter maior lucro final. “Às vezes compensa investir mais em pessoal porque se pode alcançar com isto outros objetivos, propiciando maior benefício com relação aos custos”; Relações Favoráveis com Fornecedores: a posição de uma empresa no mundo dos negócios é em alto grau determinada pela maneira como negocia com seus fornecedores; Aperfeiçoamento de Pessoal: toda unidade deve estar interessada em aumentar a aptidão de seu pessoal; Bons Registros: são considerados como o objetivo primário, pois contribuem para o papel da Administração. Além desses objetivos e deles serem de suma importância, a gestão de materiais possui objetivos diversos, como secundários podemos ver: Relações recíprocas favoráveis (em especial com seus fornecedores); Materiais e produtos novos que possam agregar valor ao produto da organização; Economia em fabricar ou comprar através da união das equipes de fabricação e de materiais buscando meios mais eficientes; Padronização e simplificação das especificações dos itens; Melhoria dos produtos; Harmonia interdepartamental e melhor previsão de demanda para melhor ajustar as compras ao fluxo de estoque. Cada empresa deve definir a importância dos objetivos dentro de sua organização, a organização pode criar manuais com procedimentos e políticas para guiar seus funcionários, gerando assim uma boa atuação em um todo dos funcionários por estarem bem guiados. Pois os manuais e políticas facilitam também a supervisão, melhoram as relações e dão apoio no treinamento dos funcionários. 1.3 Administração de compras As compras são uma função da gestão de materiais responsável por suprir a necessidade de materiais ou serviços, também chamado de setor de suprimento, por ser quem supre as necessidades da organização. A administração de compras é uma área de grande relevância dentro das organizações, envolve capital envolvido, transporte, comercialização, prazos e produção. A negociação com fornecedores também ocorre no setor de compras, devendo ser feito no momento certo e quantidade certas. Tradicionalmente a função de compras é vista como uma função burocrática em vez de estratégica e é assim que são escolhidos seus funcionários. As próprias pessoas que ocupam funções no setor de suprimentos, muitas vezes, não estão a par da contribuição em potencial que poderiam dar. (Leenders e Blenkhorn, 1991) Na compra de insumos e matérias primas, é necessária a atuação direta do setor de compras, com o objetivo de minimizar os gastos nessas operações, mas não basta conseguir os menores preços, mas aliá-los a qualidade. As negociações devem ser justas e dignas para a empresa que busca, não causando prejuízos a outrem. Atividades típicas do setor de compras: Fazer estudo de mercado; Realizar análises de custos; Reduzir preço de compra; Cuidar das relações comerciais com os fornecedores; Selecionar mão de obra qualificada para vender os produtos; Decidir em que quantidade e em que época comprar; Encomendar as compras e garantir continuidade de fornecimento; Acompanhar o recebimento de insumos e matérias primas; Providenciar armazenamento; Manter os estoques mínimos no nível estabelecido. As atividades não são limitadas a somente essas, visto que variam de acordo com a realidade de cada organização. 1.4 Fontes de Fornecimento Os fornecedores são parte importante da empresa, entendemos por fornecedores todas as empresas que possuem interesse em suprir as necessidades de outra empresa em termos de produtos ou serviços (matéria prima, mão de obra, etc.). As fontes de fornecimento, ou seja, os fornecedores têm ligação direta com a área de compras, esse relacionamento deve ser mantido da melhor forma possível. Garantir um bom relacionamento entre comprador e fornecedor é garantir a eficiência das compras. Visto que o mercado está cada vez mais competitivo, as empresas precisam estar cada vez mais elevadas para concorrer no mercado, para que isso aconteça bons fornecedores são fundamentais, pois garantem materiais de qualidade, bons prazos de entrega e preços acessíveis. Os departamentos de compras analisam os fornecedores utilizando critérios de baixo custo e qualidade. O fornecimento à empresa pode ser caracterizado segundo três fontes: 1. Fonte única: fornecimento de exclusividade, acontece devido a caracterização do produto ou tipologia do produto. 2. Fonte múltipla: quando são utilizados mais do que um fornecedor, normalmente possuem melhores preços e serviços, deixando em aberto a negociação. 3. Fonte simples: caracteriza-se por um fornecimento a longo prazo, requer planejamento por parte de ambas as empresas. Reconhecer bons fornecedores é papel primordial, podemos analisa-los por seus atributos, como: Entrega pontual; Entrega de produtos de qualidade consistente; Preços justos; Possuir antecedentes de vendas estáveis; Possuir bons serviços; Atender e se adaptar as necessidades dos clientes; Cumprir acordos; Oferecer apoio técnico; Manter o comprador informado sobre o andamento da entrega. Os fornecedores também podem ser classificados em: Fornecedor Monopolista: fornecedores de produtos exclusivos. Normalmente seu volume de compras é que determina o grau de atendimentoe relacionamento, o vendedor não dá muita atenção. Fornecedor Especial: são os que ocasionalmente poderão prestar serviços, mão- de-obra ou fabricação de produtos, que requerem equipamentos especiais ou processos específicos, não encontrados nos fornecedores habituais. Com esse tipo de fornecedor é necessário possuir mínimo 3 em cadastro. Fornecedor Habitual: são os fornecedores tradicionais, que são sempre consultados em uma compra. Costumam prestar melhores atendimentos. 1.5 Padrão e fornecimento conforme certificação de qualidade Para garantir uma compra adequada, dentro dos padrões de qualidade, com suas especificações compatíveis. É fundamental que as compras sejam efetuadas com fornecedores certificados. A ISO 9001:2015 é a que certifica os fornecedores para realizar seus processos, produtos e serviços em conformidade, ao ponto que possibilite atender aos requisitos de seu cliente com qualidade. De acordo com as normas da ISO: De acordo com a ISO 9001, cabe à empresa controlar e garantir que os processos, produtos e serviços dos fornecedores externos também estejam conforme os requisitos. Se você não se atentar também a essa parte do processo, o consumidor pode sair insatisfeito e culpar sua empresa pelo mau atendimento. Tanto o fornecedor de serviços como o fornecedor de matéria-prima devem ser levados em consideração para evitar a insatisfação do cliente. Os provedores externos interferem diretamente nos resultados da empresa, na satisfação do cliente, na melhoria do desempenho e no desenvolvimento a longo prazo da organização. “A organização deve determinar e aplicar critérios para a avaliação, seleção, monitoramento de desempenho e reavaliação de provedores externos, baseados na sua capacidade de prover processos ou produtos e serviços de acordo com requisitos”. Atividade de Aprofundamento Nesse capítulo vimos que aconteceu uma evolução na história para que pudéssemos chegar ao modelo de compra e venda que possuímos hoje e vimos como o processo de compra é importante para as organizações. Com base nesses conhecimentos, marque V ou F. a) ( ) O sistema de compras de preço objetivo implica o conhecimento prévio do preço justo, o que proporciona uma verificação dupla no sistema de cotações. b) ( ) Compras é uma função paralela à administração de materiais que influencia o controle de estoques. c) ( ) Além de aquisição de materiais e serviços, o setor de compras engloba também atividades relacionadas à administração do fornecimento desses insumos. d) ( ) De modo geral, o processo de aquisição de materiais deve fundamentar-se em uma relação do tipo ganha-perde, na qual a empresa ganha descontos e o fornecedor perde lucratividade. 2. Gestão de Estoques 2.1 Fundamentos básicos A gestão de estoque visa garantir a máxima disponibilidade de um produto com o menor estoque possível. Para uma gestão de estoque eficiente, a empresa deve fazer um bom planejamento da demanda, monitorar cuidadosamente o inventário e garantir a qualidade do que está sendo armazenado. O termo estoque designa o conjunto dos itens materiais de propriedade da empresa que: São mantidos para venda futura; Encontra-se em processo de produção; ou São correntemente consumidos no processo de produção de produtos ou serviços a serem vendidos. Ativos considerados estoques: Mercadorias para comércio ou produtos acabados; Materiais para produção; Materiais em estoque não destinados à produção normal; Produtos em processo de fabricação ou elaboração; Custo das importações em andamento. Estoque é toda e qualquer porção armazenada de material, com valor econômico para a organização, que é reservada para emprego em momento futuro, quando se mostrar necessária às atividades organizacionais. A manutenção de estoques é onerosa às organizações. Os custos, são relativos a diversos fatores – roubos, furtos, aluguel de espaços físicos, seguros, entre outros –, podendo chegar a níveis altíssimos e insuportáveis. Tomando esse fato em consideração, o ideal seria não manter estoques, havendo o fornecimento dos materiais apenas quando fossem estritamente necessários. Isso, logicamente, implica uma grande agilidade na relação entre a organização e seus potenciais fornecedores. No contexto do serviço público, contudo, esta agilidade não é observada. As compras, no setor público, são processadas por meio de licitações, sendo usual que um único processo de aquisição chegue a demorar seis meses, ante os trâmites burocráticos (disfuncionais), bem como o rigor e a observância das formalidades inerentes aos ritos licitatórios. Dessa forma, a manutenção de estoques é uma realidade na prática administrativa do setor público brasileiro. Em termos de nomenclatura, quando a gestão de materiais envolve a concepção de que há a necessidade de se trabalhar com estoques (e não se opta pela busca do estoque nulo), falamos do sistema tradicional de abastecimento Mas, afinal, quais os motivos para o uso de estoques? As razões podem ser assim sintetizadas: • Estoques podem proteger as organizações de eventuais oscilações de demanda. • Estoques podem proteger as organizações de eventuais oscilações de mercado. • Estoques podem ser uma oportunidade de investimento. • Estoques podem proteger de atrasos. • Grandes estoques podem implicar economia de escala. As principais funções do estoque são: a) Garantir o abastecimento de materiais à empresa, amortecendo ou neutralizando os efeitos de: Falta ou ruptura de material; Demora ou atraso no fornecimento de materiais; Sazonalidade no suprimento; Riscos de dificuldade no fornecimento. b) Proporcionar economias de escala: Através da compra ou produção em lotes econômicos; Pela flexibilidade do processo produtivo; Pela rapidez e eficiência no atendimento às necessidades. Os estoques constituem um vínculo entre as etapas do processo de compra e venda. Em qualquer ponto do processo formado por essas etapas, os estoques desempenham um papel importante na flexibilidade operacional da empresa. Funcionam como amortecedores das entradas e saídas entre as duas etapas dos processos de comercialização e de produção, pois minimizam os erros de planejamento e as oscilações inesperadas de oferta e procura. 2.2 Classificação dos Estoques Classificação quanto à sua posição no processo: Estoques de Matérias-Primas (MP): Os estoques de MP constituem os insumos e materiais básicos que ingressam no processo produtivo da empresa. São os itens iniciais para a produção dos produtos/ serviços da empresa. Estoques de Materiais em Processamento ou em Vias: Os estoques de materiais em processamento - também denominados materiais em vias - são constituídos de materiais que estão sendo processados ao longo das diversas seções que compõem o processo produtivo da empresa. Não se encontram no almoxarifado por não serem mais MP iniciais - nem no depósito - por ainda não serem PA. Mais adiante serão transformadas em PA. Estoques de Materiais Semiacabados: Os estoques de materiais semiacabados referem-se aos materiais parcialmente acabados, cujo processamento está em algum estágio intermediário de acabamento e que se encontram também ao longo das diversas seções que compõem o processo produtivo. Diferem dos materiais em processamento pelo seu estágio mais avançado, pois se encontram quase acabados, faltando apenas mais algumas etapas do processo produtivo para se transformarem em materiais acabados ou em PA. Estoques de Materiais Acabados ou Componentes: Os estoques de materiais acabados - também denominados componentes – referem - se a peças isoladas oucomponentes já acabados e prontos para serem anexados ao produto. São, na realidade, partes prontas ou montadas que, quando juntadas, constituirão o PA. Estoques de Produtos Acabados (PA): Os Estoques de PA se referem aos produtos já prontos e acabados, cujo processamento foi completado inteiramente. Constituem o estágio final do processo produtivo e já passaram por todas as fases, como MP, materiais em processamento, materiais semiacabados, materiais acabados e PA. Classificação dos estoques quanto ao controle: Estoque Consignado: estoques em posse de clientes, distribuidores, agentes, etc, cuja propriedade continua sendo do fabricante por acordo entre eles; Estoque de Antecipação: estoque formado para nivelar as flutuações previsíveis na demanda, entrega ou produção de um item específico; Estoque de Contingência: estoque mantido para cobrir potenciais situações de falha extraordinária no sistema; Estoque de Proteção ou Hedge Inventory: é feito quando excepcionalmente está previsto um acontecimento que pode colocar em risco o abastecimento normal de estoque e gerar uma quebra na produção e/ou vendas. Normalmente são greves, problemas de novas legislações, período de negociação de nova tabela de preços, etc; Estoque de Segurança ou Safety Stock: quantidade mantida em estoque para suprir nas ocasiões em que a demanda é maior do que a esperada e/ou quando a oferta para repor estoque ou de matéria-prima para fabricá-la é menor do que a esperada e/ou quando o tempo para haver suprimento é maior que o esperado e/ou quando houver erros de controle de estoque que levam o sistema de controle a indicar mais material do que a existência efetiva; Estoque em Trânsito: tempo no qual as mercadorias permanecem nos veículos de transporte durante sua entrega; Estoque Inativo: itens que estão obsoletos ou que não tiveram saída nos últimos tempos. Este tempo pode variar, conforme determinação do próprio administrador do estoque; Estoque Máximo: Refere-se à quantidade determinada previamente para que ocorra o acionamento da parada de novos pedidos, por motivos de espaço ou financeiro; Estoque Médio: metade do lote médio de compra ou fabricação, adicionado ao estoque de segurança; Estoque Mínimo: quantidade determinada previamente para que ocorra o acionamento da solicitação do pedido de compra. Às vezes é confundido com "Estoque de Segurança". Também denominado "Ponto de Ressuprimento"; Estoque Pulmão: quantidade determinada previamente e de forma estratégica, que ainda não foi processada. Podem ser de matéria-prima ou de produtos semiacabados; Estoque Regulador: é normalmente utilizado em empresas com várias unidades/filiais, onde uma das unidades tem um estoque maior para suprir possíveis faltas em outras unidades; Estoque Sazonal: quantidade determinada previamente para se antecipar a uma demanda maior que é prevista de ocorrer no futuro, fazendo com que a produção ou consumo não sejam prejudicados e tenham uma regularidade. Estoque Virtual: quantidade contemplada no sistema por pedido já colocado e com data de chegada prevista, porem que ainda não se encontra fisicamente no estoque. 2.3 Inventário Inventário de estoque é uma listagem completa de todos os produtos armazenados no estoque de uma empresa. Esse inventário identifica, classifica e determina o valor de cada produto. O inventário de estoque serve para certificar que o seu de controle de estoque está de fato correto. Ou seja, se a sua empresa realmente possui o estoque que acredita possuir. Dessa forma, caso sua indústria tenha comprado produtos e materiais em excesso ou caso tenham ocorrido extravios e perdas do estoque, o inventário verifica as informações e permite que sua equipe haja de forma eficaz para solucionar o problema. [...] os inventários visam confrontar a realidade física dos estoques, em determinado momento, com os registros contábeis correspondentes nesse mesmo momento. Viana (2000, p. 381) Resumindo, podemos dizer que a Importância do Inventário de Estoque é: Melhoria na gestão de estoque; Melhoria no atendimento ao cliente; Melhoria na organização do estoque; Redução de perdas e desperdícios; Redução de custos; Auxilio para atender requisitos da legislação. Com o estoque regular, as indústrias conseguem atender melhor os pedidos dos seus clientes, evitando atrasos e problemas com o estoque. Além disso, o estoque fica mais organizado, reduzindo perdas e desperdícios, o que significa redução de custos. O inventário de estoque auxilia a sua indústria a entregar as informações fiscais para o governo, evitando diferenças entre informações. Os inventários podem ter as seguintes classificações: Inventário de estoque rotativo: Nessa modalidade o estoque tem seus itens contados em intervalos de períodos pré-definidos, como por exemplo: diário, semanal, mensal, bimestral etc. Cada empresa determina qual o melhor intervalo para sua realidade e aplica o inventário de estoque no período. Inventário de estoque periódico: Nessa modalidade de inventário de estoque, a empresa determina um período final para o inventário. O objetivo é atualizar o controle de estoque, corrigindo falhas e problemas, para assim gerar demonstrativos financeiros mais confiáveis e detalhados. Inventário de estoque permanente: Existe também o chamado inventário de estoque permanente, onde a empresa faz o controle de forma automatizada. Cada movimentação de entrada ou saída do estoque gera uma atualização no status do produto. Esse tipo de inventário de estoque não requer um período determinado, já que ocorre continuamente. 2.4 Controle dos Materiais de Estoque O objetivo do controle de estoque é também financeiro, pois a manutenção de estoques é cara e o gerenciamento do estoque deve permitir que o capital investido seja minimizado. Ao mesmo tempo, não é possível para uma empresa trabalhar sem estoque. Portanto, um bom controle de estoque começa primeiramente pelo planejamento. As principais funções do controle de materiais de estoque que são: Determinar "o que" deve permanecer em estoque. Determinar "quando" se devem reabastecer os estoques. Determinar "quanto" de estoque será necessário para um período predeterminado; Acionar o Departamento de Compras para executar aquisição de estoque; Receber, armazenar e atender os materiais estocados de acordo com as necessidades; Controlar os estoques em termos de quantidade e valor, e fornece informações sobre a posição do estoque; Manter inventários periódicos para avaliação das quantidades e estados dos materiais estocados; Identificar e retirar do estoque os itens obsoletos e danificados. “Controle de estoque é o procedimento adotado para registrar, fiscalizar e gerir a entrada e saída de mercadorias e produtos, seja numa indústria ou no comércio. O controle de estoque deve ser utilizado tanto para matéria prima, mercadorias produzidas e/ou mercadorias vendidas, deve ser usado um sistema para acompanhar a movimentação dos itens no estoque, sendo de saída ou entrada. " 2.5 Sistemas para Controle de Estoques Para o bom gerenciamento dos estoques os sistemas se fazem necessários para o controle, seja ele na logística, tomada de decisões ou registros. Um bom sistema pode automatizar boa parte dos processos e operações, Manufacturing Resource Planning - MRP e MRP II O MRP no português Planejamento dos Recursos de Manufatura é definido como um método para o efetivo planejamento de todos os recursos de manufatura de uma companhia industrial. Idealmente, ele contempla o planejamento operacional em unidades, o planejamento financeiro tem a capacidade de simulações para responderquestões de simulação. Planejamento de Necessidades de Materiais (MRP) e Planejamento de Recursos de Fabricação (MRP II) são predecessores do Planejamento de Recursos Empresariais (ERP), um sistema de integração de informações de negócios. O desenvolvimento destes métodos e ferramentas de coordenação e integração de fabricação tornou possíveis os sistemas ERP existentes hoje. Ambos, MRP e MRP II são ainda amplamente utilizados, independentemente e como módulos de sistemas ERP mais completos, mas a visão original de sistemas de informações integradas como nós conhecemos hoje começou com o desenvolvimento do MRP e MRP II nas empresas industriais. A visão do MRP e MRP II foi centralizar e integrar informações de negócio de uma maneira que facilitasse as decisões dos gerentes de linha de produção e melhorasse a eficiência da linha de produção como um todo. Nos anos 80 as empresas industriais desenvolveram sistemas para calcular as necessidades de recursos de um lote de produção baseado nas previsões de vendas. Para poder calcular as quantidades de materiais necessárias para fabricar produtos e programar a compra destes materiais de acordo com os tempos de máquina e trabalho necessários, os gerentes de produção perceberam que eles necessitariam utilizar computadores e tecnologia de software para manusear a informação. Originalmente os fabricantes industriais construíram aplicações específicas que eram executadas em computadores grandes. Planejamento de Necessidades de Materiais (MRP) foi uma iteração inicial da visão de sistemas de informações integradas. Os sistemas MRP auxiliaram os gerentes a determinar a quantidade e momento das compras de materiais. Sistemas de informação que poderiam auxiliar os gerentes com outras partes do processo de fabricação, o MRP II surgiu logo em seguida. Enquanto MRP tratavam principalmente com materiais, MRP II contemplava a integração de todos os aspectos do processo de fabricação, incluindo a relação entre materiais, finanças e recursos humanos. Warehouse Management System - WMS Sistema de Gerenciamento de Armazém, é parte importante na logística da empresa, fornecendo através dos dados informações relevantes para a direção do estoque, maximizando assim o espaço dos armazéns. Um WMS operacional significa que a empresa depende menos da experiência das pessoas, uma vez que o sistema tem inteligência para operar. Os sistemas WMS utilizam tecnologias de Auto ID Data Capture, como código de barras, dispositivos móveis, redes locais sem fio e possivelmente RFID para monitorar eficientemente o fluxo de produtos (Tompkins et al., 1998, p. 7). Uma vez que os dados tenham sido coletados, é feita uma sincronização com uma base de dados centralizada — tanto por processamento batch de todo um lote, como por transmissão em tempo real através de redes sem fio (Tompkins et al., 1998, p. 17). O banco de dados pode então ser usado para fornecer relatórios úteis sobre o status das mercadorias no armazém. Muitos sistemas WMS tem interface com sistemas do tipo Sistema Integrado de Gestão Empresarial (ERP), Planejamento de Recursos da Empresa (MRP) ou com outros tipos de softwares de gestão. Permitindo assim, uma forma de se receber automaticamente o inventário, processar pedidos e lidar com devoluções. Na implementação de um WMS devem ser considerados todos os custos, para além dos custos do equipamento e programas informáticos (Donath, 2002, p. 272). Radio Frequency Identification – RFID A tecnologia RFID tem sido usada nas cadeias de abastecimento, para automatizar as partes da cadeia de fornecimento dentro do controle de uma empresa. Empresas americanas tem sistema de reposição automática de produtos, quando estes chegam ao nível mínimo de estoque programado. Os produtos que saem do estoque da empresa são imediatamente informados ao fornecedor que repõem o estoque. Não há necessidade de burocracias e perda de tempo para reposição de estoques e nem há o perigo de um esquecimento. A negociação comercial é estabelecida e a reposição se torna automática. RFID tem sido usado em plantas de produção já há mais de uma década. É usado para rastrear peças e trabalhos em processo. Isto reduz o tempo de finalização do processo e ajuda também a reduzir a quantidade de peças com defeitos. Também é possível gerir a produção de diferentes versões do mesmo produto. Não é nenhuma surpresa que o rastreamento de ativos deve ser um dos usos mais comuns da tecnologia RFID. As empresas podem colocar tags RFID em ativos que podem ser perdidos ou roubados, ou então, que são subutilizados ou que apenas são apenas difíceis de localizar no momento em que são necessários. Empresas que possuem um grande volume de produtos armazenados estão utilizando tags RFID para a gestão destes ativos e também para localiza-los. Uma empresa de logística dos USA que armazena um grande número de produtos em contêineres utiliza RFID para localizar o contêiner que necessita e também para localizar o produto correto dentro do contêiner, no momento da necessidade. Alguns sistemas atuais utilizados para gerenciamento e controle de estoques: 1. Conta Azul Esse é um sistema online, ou seja, você pode acessá-lo de qualquer lugar, desde que haja conexão com internet. O Conta Azul conta com recursos de alimentação automática do estoque, inserindo compra de mercadoria, inventário e cadastro de produtos, de forma intuitiva, no sistema. É possível fazer um teste gratuito para conhecer melhor suas funcionalidades. 2. Easystore Um sistema intuitivo de usar e com uma interface não tão robusta. O Easystore integra o controle de estoque com o financeiro e possui recursos de cadastro de produtos, clientes e fornecedores. 3. Gran Money O Gran Money é um sistema de gestão empresarial que também tem a função de controle de estoque. O sistema é disponível para mobile, ou seja, você pode acessá-lo do seu smartphone. 4. GestãoClick Esse é um sistema completo para o controle de estoque da sua loja. Com o GestãoClick, é possível gerenciar produtos, pedidos, compras, movimentações, transferências, relatórios, cadastro de fornecedores e muito mais. 5. Lexos Lexos é um sistema de gerenciamento de estoques bem completo, reunindo vendas, compras e muito mais. Ele possui uma interface amigável e intuitiva de se usar. É possível até fazer impressão de etiquetas. Atividade de Aprofundamento Nesse capítulo estudamos a Gestão de Estoques, vimos porque é tão importante o estoque, que é necessário controlar e ferramentas que auxiliam no controle. Com base no capítulo estudado, assine F ou V para as seguintes afirmativas: a) ( ) As principais funções do estoque são: garantir o abastecimento de materiais à empresa, amortecendo ou neutralizando os efeitos de falta, demora, atraso ou até dificuldades com materiais e proporcionar economia. b) ( ) Os estoques podem ser classificados quanto à: sua posição no processo e quanto ao controle. Entender suas classificações não implica nas tomadas de decisões para gerenciamento. c) ( ) Inventário de estoque é mais uma burocracia administrativa, se baseia em registrar informações caso haja problemas fiscais. d) ( ) O objetivo do controle de estoque é somente financeiro, pois a manutenção de estoques é cara e o gerenciamento do estoque deve permitir que o capital investido seja minimizado. 3 Conceitos e Estrutura da Administração da Produção “Você andaria em um avião se soubesse que há um parafuso a menos do que deveria? Ficaria tranquilo se durante uma cirurgia o médico informasse que faltam equipamentos para o procedimento? ” Provavelmente a resposta é não, mas para que tudo isso não aconteça há profissionais que fazemo controle da produção. A administração da Produção é complexa e abrangente e sua abordagem é central, pois envolve todos os setores da organização, influenciando o desempenho e os resultados da empresa. Podemos conceituar produção: Assim conceituamos também Administração da Produção: Qualquer organização lida com a função de produção, pois toda organização produz bens e/ou serviços, dessa forma também em cada tipo de organização há alguém que lida com essa função, mas cada organização nomeia de forma diferente, por exemplo: “Conjunto de atividades que leva à transformação de um ou mais bens, em outro com maior utilidade ou maior valor agregado ao usuário. ” “Conjunto ordenado das atividades, decisões e responsabilidades das pessoas que a administram a transformação e entrega dos produtos e serviços resultantes das operações produtivas. ” Em um hospital, a função é exercida por um gerente administrativo que tem responsabilidade de gerenciar as operações e processos, assim como as compras e suprimentos de todos os recursos e insumos. Em uma distribuidora, a função pode ser exercida pelo funcionário que administra o estoque, que também gerencia o recebimento, armazenamento, distribuição interna, entrega de produtos, etc. Em uma empresa que fornece serviços pela internet, a função pode ser exercida pelo profissional que deve manter os equipamentos de softwares em bom estado de funcionamento controlando a sua manutenção e suprimento de insumos, assim como providenciar e administrar os processos de implantação de sites, compras, vendas, recebimentos e entregas de produtos. Cada empresa possui sua realidade e o profissional incubido recebe nomes diferentes, podemos perceber que a função da produção pode ser realizada por um ou mais cargos na organização. Mas é importante podermos identificar suas responsabilidades e atribuições. Para que a produção aconteça da melhor forma possível, seguimos princípios, esses princípios básicos chamamos de: input – transformação – output. Inputs (entradas): são os recursos de entrada a serem transformados, eles são tratados, transformados ou convertidos de alguma forma. Geralmente são chamados de matérias primas, podendo ser bens tangíveis (materiais) ou intangíveis (serviços). Os inputs podem ser transformados (a matéria prima bruta) ou de transformação (instrumentos utilizados no processo). Outputs (saídas): é o produto final, resultado do esforço da transformação dos inputs, destinados ao consumo ou como parte de outro processo como de bens intangíveis (serviços), entretanto, na maioria das vezes o output é considerado um pacote de produto, ou seja, um produto constituído de bens tangíveis e serviços. Em um ambiente muito competitivo, os competidores costumam agregar cada vez mais valor aos seus produtos. Transformação: essa etapa acontece entre o input e o output, são as operações que promovem a alteração da matéria prima, agregando valor a elas, o processo de transformação pode assumir características diferentes dependendo do segmento do negócio. 3.1 Sistemas de produção Segundo Moreira (1999), é o conjunto de atividades e operações inter-relacionadas, envolvidas na produção de bens industriais ou serviços. Os sistemas de produção são um conjunto de elementos pertencentes a produção de um bem ou serviço que juntos se transformam e chegam a um resultado final. Nos Sistemas de Produção também observamos sobre a importância dos processos e a manufatura de produtos e serviços, pois cada um possui suas características próprias. Chamamos de processo “ sequência contínua de fatos ou operações que apresentam certa unidade ou que se reproduzem com certa regularidade”. “É importante o entendimento que em uma produção até que se chegue ao produto final deve haver um processo, esse processo é o passo a passo, são as etapas necessárias para que o produto final possa ser entregue da melhor forma possível, possuindo finalidade e qualidade. ” NOTA DA AUTORA Os processos de produtos chamamos de processo de conversão, os processos de serviço chamamos de transferência. Além de nomes diferentes, eles possuem suas peculiaridades, por exemplo, em um processo de conversão podemos observar mudança de formato, de estrutura física, de composição e até química da matéria prima. Enquanto no processo de transferência, o que acontece é transferência de conhecimento, know how ou até mesmo uma tecnologia (no caso de organizações que oferecem sistemas). Para exemplificar melhor sobre processos, podemos observar a seguir um exemplo de sistema de produção de uma indústria têxtil, há um passo a passo necessário e isso é mapeado nas organizações para que haja o melhor aproveitamento de recursos (tempo, matéria prima, etc.) Como vimos anteriormente, todo sistema é composto de três etapas: inputs, transformação e outputs. Essas etapas devem acontecer com eficácia e eficiência, observando essas características como base de entendimento, vamos entender melhor como funciona a classificação dos sistemas de produção, há dois tipos de classificação, a chamada Classificação Tradicional e a Classificação Cruzada de Schroeder. De acordo com a Classificação Tradicional eles são divididos em três categorias: 1. Sistemas de produção contínua ou de fluxo em linha: apresentam sequência linear de fluxo e trabalham com produtos padronizados. Pode ser dividida em produção contínua e produção em massa. 2. Sistemas de produção intermitente: seu fluxo é intermitente, pode acontecer por lotes ou por encomenda. 3. Sistemas de produção de grandes projetos sem repetição: produto único, não há rigorosamente um fluxo do produto, existe uma sequência predeterminada de atividades que deve ser seguida, com pouca ou nenhuma repetitividade. A Classificação Cruzada de Schroeder considera duas dimensões: a dimensão tipo de fluxo de produto de maneira semelhante à classificação tradicional e a dimensão tipo de atendimento ao consumidor, onde existem duas classes: 1. Sistemas orientados para estoque: o produto é fabricado e estocado, antes da demanda efetiva do consumidor. Este tipo de sistema oferece atendimento rápido e a baixo custo, mas a flexibilidade de escolha do consumidor é reduzida; 2. Sistemas orientados para a encomenda: as operações são ligadas a um cliente em particular, discutindo-se preço e prazo de entrega. Dessa maneira Moreira apresenta um quadro de duas entradas, na horizontal os tipos de fluxo do produto e na vertical a orientação Com as classificações podemos ter um entendimento melhor sobre as etapas do sistema ou até mesmo no momento de escolher uma ferramenta teórica ou prática para o sistema de produção da organização, ao entendermos a própria classificação criamos percepções mais direcionadas a própria realidade. 3.2 Planejamento e controle da produção A atividade central da função produção é de administrar o dia a dia da produção de uma organização, isso significa planejamento, controle diário dos processos produtivos da empresa, chamamos essa atividade contínua de PCP - Planejamento e Controle da Produção. Falamos de planejamento quando formalizamos o que irá acontecer no futuro, tomando as medidas necessárias como previsão de estoques e riscos, por exemplo. Enquanto falamos de controle da produção quando lidamos com todas as variações daquilo que foi planejado, porém aconteceu de forma não prevista e se faz necessário tomadas de decisões que envolvem remanejo, redesenho, ajuste, etc. Os dois são de grande importância, principalmente quando entendemos que por mais que aconteça planejamento, riscos não previstos semprepodem acontecer, a habilidade de trabalhar neles faz a diferença e mantém o equilíbrio da organização. Quando falamos em PCP é importante entendermos pelo que ela é influenciada para que possa ser gerenciada, nesse caso por qual variável, o entendimento sobre ela e seus aspectos é que determinam como será administrada, a principal é a: demanda. As atividades de produção envolvem duas operações básicas: suprimento e demanda. Seja qual for a área de atuação da organização, a característica do negócio, a função produção deve sempre estar preparada para responder e adaptar com eficiência o suprimento de recursos e sua produção de forma sincronizada, focando sempre no objetivo que é atender a demanda. A demanda acontece por dois tipos de natureza: dependente ou independente. A demanda dependente acontece por fatores conhecidos e planejados, quando há uma situação de certeza (suprimento e demanda) por exemplo um caso de contrato determinado. Já a demanda independente acontece quando a demanda é imprevisível, causando uma situação de acaso para a produção, por exemplo podemos observar os supermercados, suas compras são variadas, correndo riscos de perder produtos perecíveis ou de deixar de vender certos produtos. Entender as situações de demanda são relevantes, pois assim iremos ter reações e respostas variadas, de acordo com o ambiente produtivo ou com a situação da demanda, para a tomada de decisões. Os insumos são comprados e transformados a parti do pedido do cliente, nesse caso há uma demanda dependente seguindo a linha comprar – fazer – entregar, nesse caso por mais longa que seja a produção o cliente irá esperar, é o caso de grandes projetos, como por exemplo obras de construção. Quando os insumos são produzidos contra o pedido do cliente, no caso, sem que haja o pedido, eles são mantidos em estoques e transformados de acordo com o pedido do cliente para que haja o mínimo de desperdício. Através da previsão o consumo dos clientes é previamente garantido, no processo comprar – fazer – entregar, a compra acontece primeiramente, a produção e entrega acontecem em um outro momento e de acordo com a demanda a curto prazo. É uma demanda independente e o prazo de produção é mais curto, um exemplo são as lanchonetes que compram seus produtos e armazenam e realizam a produção de acordo com a necessidade. 3.3 Análise dos processos de produção 3.3.1 O processo de produção ou transformação Quem nunca ouviu aquela velha frase de Lavoisier: “Na natureza, nada se perde, nada se cria, tudo se transforma. ” É uma frase antiga, mas regada de fundamentos, que devem ser levados adiantes, uma organização não está fora de seguir esse princípio. Isso porque para que funcione da melhor maneira possível tudo deve ser aproveitado, nada deve se perder, por isso tudo é pensado para que ocorra da melhor forma possível. Quando pensamos em produção, de bens ou serviços, é preciso levar em consideração todo o processo para que nada seja perdido. Nesse aspecto entram as atividades fundamentais, tudo aquilo que contribui para que a organização realize suas atividades e atinja suas metas. Já entendemos o que significa processo, agora com outras palavras, vamos ver outra definição de processo: “Processo, no setor produtivo, é qualquer atividade, simples ou complexa. É o conjunto de atividades, que tem como objetivo agregar valor a partir de alguns insumos e atingir determinado resultado. ” Como vimos anteriormente, agregar valor é parte fundamental da produção, significa aumentar o valor percebido para gerar resultados, melhorar as condições de venda para satisfazer o cliente. Para manter seus clientes satisfeitos as organizações devem se atentar para vários objetivos e pontos, entre eles podemos citar: Estou servindo meu cliente de forma adequada? Estou aproveitando minha produção: escalas, redução de custos? Meus níveis de qualidade estão elevados? Quais são os meus processos produtivos e como se organizam? Essas são apenas algumas das perguntas básicas que servem de base guia para a organização, sem elas a organização não estará seguindo a melhor direção. TIPOS DE PROCESSO DA ÁREA DE PRODUÇÃO: Observar os tipos e perfis de processos é altamente relevante no momento do planejamento da produção, é preciso entender e mapear seus perfis para gestão estratégica e melhor produtividade. Basicamente os processos podem ser focados de acordo com sua produção, dividimos ele em: grandes projetos, tarefas, lotes, repetitivo e contínuo. Esses aspectos dividem e caracterizam os tipos de processos da produção. Processo para Grandes Projetos: esse tipo de processo é para projetos de grande porte, nesse caso construções de obras, são caracterizados por grande variedade, cada projeto é único, tempo de produção longo, sequência de tarefas com pouca ou nenhuma repetitividade, alto custo e desafios de planejamento e controle. Processo por tarefas (Job Shop): é caracterizado por projetos mais simples, porém ainda possuem grandes complexidade, é caracterizado por equipamentos especializados e trabalhadores altamente especializados estão no mesmo local, permitindo maior utilização do equipamento, maior controlo sobre o trabalho e a formação. A gestão, o planeamento e o controlo de inventários são mais difíceis, mas existe mais flexibilidade, possuem alta variedade, baixa padronização, baixo volume, produção sob encomenda, orçamento por trabalho. Exemplos: obras mais simples, vestidos únicos, peças únicas, etc. Processo em Lotes: é caracterizado por uma configuração mista em que um só produto é fabricado. Por razões econômicas, é montado um lote (batch) em vez de um só item. Os lotes tendem a resultar em níveis mais elevados de inventário pois a produção não se baseia em requisitos reais. O fluxo em lote é um compromisso entre a produção em massa, na linha de montagem, e o artesanato ou trabalho manual. Exemplos: sorvetes, artigos de cozinha, alimentos enlatados, etc. Processo repetitivo: é caracterizado por produtos altamente padronizados, alto volume, mensurados em unidades, muitos trabalhadores pouco qualificados, métodos e equipamentos padronizados. Exemplos: atendimentos rápidos, produção de sapatos, estoquistas, etc. Processo Contínuo: é caracterizado por baixa variedade, alta padronização de insumos, processos e produtos; alto volume, forte investimento de bens e capital, alta eficiência e acentuada inflexibilidade, automação, etc. Exemplos: peças feitas em grande escala, tecidos, produção de peixes, etc. 3.3.2 Cálculos da Produtividade Capacidade de Produção O termo capacidade, mencionado isoladamente, está associado à ideia de competência, volume máximo ou quantidade máxima de “alguma coisa” que queremos analisar. Ex: A capacidade de determinado tambor é de 300 litros, um tambor menor poderá ter capacidade para armazenar 100 litros d’água, por exemplo. Um cinema pode ter capacidade para 400 lugares. A capacidade de uma sala de aula pode ser medida pela quantidade de alunos que ela comporta, 40 alunos, por exemplo. A capacidade de um ônibus é representada pela quantidade de passageiros, considerando ou não a possibilidade de transporte de passageiros em pé, além dos sentados. Um estacionamento pode ter capacidade para 200 automóveis. Um hotel tem capacidade de 100 apartamentos, e assim por diante. O termo capacidade pode considerar volume ou a quantidade máxima em condições fixas destes, mesmo medidas sendo tão importantes e necessária para gestores da produção, é necessário conhecer a capacidade de forma dinâmica. Para isto, deve ser adicionada à dimensão tempo a esta medida. Por Exemplo, o cinema tem capacidade para 400 lugares, como cada seção decinema dura cerca de duas horas, se for considerado o intervalo entre uma sessão E outra, verificar-se que o cinema pode “processar” 1.200 espectadores por dia de oito horas (realização de três sessões). A sala de aula pode “processar” até 80 alunos por dia, se for utilizada para aulas em dois turnos. As informações a respeito da capacidade são de fundamental importância. São informações imprescindíveis para todos os níveis da organização: estratégico, tático e operacional. São várias as definições de capacidade de produção. Mas todas elas apresentam, naturalmente, pontos em comum. O destaque a seguir apresenta Algumas destas definições adotadas por alguns autores de destaque: Moreira (1998) chama de capacidade a quantidade máxima de produtos e serviços que podem ser produzidos numa unidade produtiva, num dado intervalo de tempo. Stevenson (2001) considera que a capacidade se refere a um limite superior ou teto de carga que uma unidade operacional pode suportar. A unidade operacional pode ser uma fábrica, um departamento, uma loja ou um funcionário. Slack et al (2002) definem capacidade de produção como sendo o máximo nível de atividade de valor adicionado em determinado período de tempo que o processo pode realizar sob condições normais de operação. Gaither & Frasier (2001) se referem à definição de capacidade dada pelo Federal Reseve Board: “o maior nível de produção que uma empresa pode manter dentro da estrutura de uma programação de trabalho realista, levando em conta um período de inatividade normal e supondo uma disponibilidade suficiente de entradas para operar a maquinaria e o equipamento existente”. Ritzman & Krajewski (2004) se reportam à definição do Census Bureau: “capacidade é o maior nível de produção que uma empresa pode manter razoavelmente empregando horários de trabalho realistas dos funcionários e o equipamento atualmente instalado”. TIPOS DE CAPACIDADE: Como visto, a capacidade está associada à quantidade máxima de um produto (produto = bem + serviço) que se pode produzir em determinado tempo em uma unidade produtiva. Em que pese este conceito simples, devido a diversos fatores, a definição e medida de capacidade, em certos casos tornam-se complexos. O conceito de capacidade deve ser estratificado em outras definições mais específicas e de maior grau de utilidade para seu planejamento. A denominação utilizada para cada tipo de capacidade definida pode variar de autor para autor, ou de organização para organização. Porém, o significado do conteúdo, independentemente da terminologia, permanece comum. Capacidade Instalada É a capacidade máxima que uma unidade produtora pode produzir se trabalhar ininterruptamente, sem que seja considerada nenhuma perda. Em outras palavras, é a produção que poderia ser obtida em uma unidade fabril trabalhando 24 horas por dia, todos os dias da semana e todos os dias do mês, sem necessidade de parada, de manutenções, sem perdas por dificuldades de programação, falta de material ou outros motivos que são comuns em uma unidade produtiva. Trata-se de uma medida hipotética, uma vez que, na prática, é impossível uma empresa funcionar ininterruptamente. Porém, não deixa de ser uma medida importante para tomada de decisão de nível estratégico, com relação à necessidade ou não de ampliação da capacidade, uma vez que se trata de um valor de produção que nunca poderá ser ultrapassado sem ampliação das instalações. Exemplo: uma empresa do ramo alimentício tem capacidade de produzir, em um forno contínuo, duas toneladas de biscoitos por hora. Qual é a capacidade mensal instalada desta empresa? Resposta: capacidade instalada =30 dias x 24 horas x 2 toneladas por hora = 1.440 toneladas de biscoitos por mês. Neste caso, a unidade de medida da capacidade pode ser em tempo (horas de forno disponíveis) ou em quantidade (toneladas de biscoito produzidas). Capacidade Disponível ou de Projeto É a quantidade máxima que uma unidade produtiva pode produzir durante a jornada de trabalho disponível, sem levar em consideração qualquer tipo de perda. A capacidade disponível, via de regra, é considerada em função da jornada de trabalho que a empresa adota. Quando se opera próximo aos níveis máximos da capacidade disponível, a empresa corre sério risco de faturar mais, porém com menores resultados ou até prejuízo. Por que isto acontece? Porque os custos de produção aumentam. Não se trata apenas de custos de pagamento com horas-extras, adicional noturno e aumento do overhead, acumulam-se os custos da falta de produtividade e qualidade, em um fenômeno que é conhecido como “ deseconomia de escala”. Grau de disponibilidade: a capacidade instalada e a capacidade disponível permitem a formação de um índice, denominado grau de disponibilidade. Que indica, em forma percentual, quanto uma unidade produtiva está disponível, conforme a fórmula. Capacidade Efetiva ou Carga A capacidade efetiva representa a capacidade disponível subtraindo-se as perdas planejadas desta capacidade. A capacidade efetiva não pode exceder a capacidade disponível, isto seria o mesmo que programar uma carga de máquina por um tempo superior ao disponível. Perdas de capacidade planejadas: são aquelas perdas que se sabe de antemão que irão acontecer, por exemplo: 1. Necessidade de setups para alterações no mix de produtos; 2. Manutenções preventivas periódicas; 3. Tempos perdidos em trocas de turnos; 4. Amostragens da qualidade etc. Perdas de capacidade não planejadas: são perdas que não se consegue antever, como por exemplo: 1. Falta de matéria-prima; 2. Falta de energia elétrica; 3. Falta de funcionários; 4. Paradas para manutenção corretiva; 5. Investigações de problemas da qualidade etc. Grau de utilização: a capacidade disponível e a capacidade efetiva permitem a formação de um índice, denominado grau de utilização. Que representa, em forma percentual, quanto uma unidade produtiva está utilizando sua capacidade disponível, conforme a fórmula: Capacidade Realizada A capacidade realizada é obtida subtraindo-se as perdas não planejadas da capacidade efetiva, em outras palavras, é a capacidade que realmente aconteceu em determinado período. Índice de eficiência: A capacidade realizada, quando comparada à capacidade efetiva, fornece a porcentagem de eficiência da unidade produtora em realizar o trabalho programado, conforme a fórmula. Calcular a capacidade instalada, a capacidade disponível, a capacidade efetiva, a capacidade realizada, o grau de disponibilidade, o grau de utilização e o índice de eficiência do setor de tingimento da empresa de tecelagem na semana. 3.4 Manutenção dos equipamentos Você já pensou em como você cuida da manutenção dos seus objetos em casa? E os do seu trabalho? Com que frequência você faz a manutenção dos seus equipamentos? Observem agora quais são os tipos de manutenção existentes. Em seguida, pense de que modo aprender sobre como esses processos podem ajudar você na sua vida em geral. O objetivo da manutenção é manter máquinas, equipamentos e instalações em perfeito estado, para que não apresentem problemas, e com isso não interromper o fluxo de produção nem reduzir a eficiência total. Existem dois tipos de manutenção: preventiva e corretiva. Manutenção Preventiva Consiste numa programação de vistoria das instalações, de modo a prevenir possíveis falhas no funcionamento das máquinas. A manutenção preventiva não deve prejudicar o funcionamento da fábrica. Para isso, dependendo do caso, precisa ser agendada com bastante antecedência, para não gerar impacto na produção. Lembre-se: equipe parada é custo desnecessário! É perda de dinheiro! Por que fazer manutenção preventiva? Reduz interrupções do trabalhocausadas por defeitos nos equipamentos e máquinas. Aumenta a vida útil das máquinas e equipamentos. Reduz custos operacionais. Pode acontecer em momentos mais convenientes para o sistema produtivo. Desenvolve, nas pessoas, uma cultura de cuidado no manuseio das coisas. Evita contratempos inesperados. Permite garantir que as máquinas estarão funcionando em suas melhores condições de operação. Manutenção Corretiva Ocorre quando as máquinas dão problema. Por isso, é menos indicada, uma vez que está focada em verificar o funcionamento das máquinas só quando dão problemas. É arriscada, uma vez que não se pode prever quando vai acontecer um problema, e leva à interrupção no fluxo de produção. Atividade de aprofundamento Nesse capítulo estudamos gestão da Produção: conceitos, sistemas, planejamento e controle, análise dos processos de produção e cálculos de produtividade. Com base no capítulo estudado, assine F ou V para as seguintes afirmativas a respeito do capítulo estudado: a) ( ) Administração da Produção é um conjunto de atividades ordenadas, que agregam valor ao produto final e serviços resultates das operações produtivas. b) ( ) Somente algumas organizações lidam com a função produção, pois é uma atividade restrita a indústrias, fábricas e artesanato. c) ( ) O processo input - transformação - output é necessário para agregar valor ao produto/serviço. Quanto melhor funcione esse processo mais elevado o produto será e a demanda aumentará. d) ( ) A manutenção preventiva nem sempre pode ser realizada, pois é impossível adivinhar problemas e defeitos, assim, a mais corretiva é mais efetiva, pois se já aconteceu pode ser resolvido. e) ( ) Processo acontece em todas as organizações, há vários tipos de processos, é escolha do gestor de produção decidir qual a melhor para implantar na organização de acordo com suas vantagens. 4. Programas de Qualidade aplicados na produção Antes de vermos os nomes de alguns dos vários programas de Qualidade que se aplicam na produção, vamos entender um pouco sobre o que é qualidade. Diferente do que muitos acreditam, qualidade não quer dizer que algo é bom e muito menos que é ruim. O termo qualidade está ligado a padronização, isso mesmo. Então porque atribuímos esse termo a algo bom? Porque quando padronizamos processos para que algo aconteça, seja a fabricação de um produto ou mesmo um serviço, buscamos as melhores práticas de produtividade e agregamento de valor na entrega. Padronizar envolve estudo, registro, utilização e análise das melhores ferramentas. Essas ferramentas dão apoio e suporte na entrega de resultado, por isso a listaremos mais a seguir. Os métodos que mensuram o desempenho dos processos auxiliam na detecção de problemas e no desenvolvimento de soluções, são os programas e as ferramentas da qualidade. A utilização dos programas e ferramentas da qualidade é uma maneira de identificar onde estão os problemas, sua extensão e a forma de solucioná-los; podem ajudar na obtenção de sistemas que assegurem uma melhoria contínua da qualidade, por meio dos diagramas, gráficos, filosofias, instrumentos que auxiliam a manter a qualidade dos processos, identificando gargalos, falhas e também, antecipando e sanando possíveis problemas que possam ocorrer. A seguir veremos alguns programas e ferramentas da qualidade mais utilizadas: Programa, Ferramenta Descrição 5S Programa com finalidade de melhorar a qualidade de vida dos funcionários, baseando-se em padronização, organização e limpeza. Ciclo PDCA Abordagem de desenvolvimento, implementação e melhoramento da gestão da qualidade nas organizações, baseia-se em Planejar, Organizar, Dirigir e Controlar. TQM – Gestão da Qualidade Total Sistema para integrar o desenvolvimento da qualidade, manutenção e melhoria dos vários grupos da organização. Busca integrar os esforços dos colaboradores com as máquinas e informações. Kanban É um sistema capaz de controlar a produção, um mecanismo de produção puxada, é vista como um sistema da informação. 5W2H Responde questões como “Por que, o que, quem, quando, onde e como? ” São utilizados para identificar os relacionamentos entre as causas e descobrir as raízes dos problemas. ” Análise do Modo e do Efeito das Falhas Abordagem estruturada para identificar o caminho do produto ou processo, diminuir e eliminar ou reduzir riscos de falhas, assim como proteger os consumidores. Benchmarking Estratégia empresarial baseada em buscar as melhores práticas conduzido as empresas à maximização da performance empresarial. Brainstorming Utilizada na resolução de problemas e principalmente em reuniões, baseia-se em reunir o máximo de soluções sem criticá-las. CheckList Ferramenta para coletar, organizar e classificar informações e dados facilmente. Diagrama de Ishikawa Ferramenta esquematizada e que se assemelha a uma espinha de peixe, onde são listados as causas e sub causas dos problemas, também conhecido como diagrama de causa e efeito. Gráfico de Pareto Gráfico de barras que organiza os dados do maior para o menor direcionando a atenção para os itens mais importantes. Indica a frequência de cada causa ou falha ocorrida. Histograma Gráfico que mostra o número de vezes que um valor ocorre, ferramenta estatística em forma de gráfico de barras que apresenta a distribuição de um conjunto de dados. Seis Sigma Conjunto de práticas originalmente desenvolvidas pela Motorola para melhorar sistematicamente os processos ao eliminar defeitos, estratégia gerencial para promover mudanças nas organizações, fazendo com que se chegue a melhorias nos processos, produtos e serviços para a satisfação dos clientes. ServQual Mede a qualidade do serviço baseando-se nas expectativas do cliente em contraponto com a percepção que esse mesmo cliente tem em relação ao serviço que recebeu. A metodologia busca saber quais fatores o cliente considera mais importantes na prestação de um serviço. Dividido em duas etapas, o método consiste em 2 entrevistas que devem ser realizadas com vários clientes, focando em 22 perguntas preestabelecidas em cada uma. 4.1 MASP – Metodologia de Análise e Soluções de Problemas O MASP, que significa Método de Análise e Solução de Problemas, pode ser definido como uma metodologia estruturada e sistematizada para a resolução de problemas complexos em processos, produtos e serviços. Criado no Japão pela JUSE (Union of Japanese Scientists and Engineers), onde era conhecido como QC- Story, e trazido para o Brasil ainda na década de 1980, quando o mercado passava a exigir cada vez mais qualidade das empresas. Este método utiliza uma abordagem reativa, tomando ações corretivas e preventivas, além de descobrir e atacar os problemas dos processos pela raiz, priorizando- os e evitando a repetição destes por meio de padronização de procedimentos, com o objetivo de garantir resultados de excelência. Baseia-se nos seguintes passos: 1) Identificação do problema A primeira etapa consiste em identificar o problema com base em um histórico de acontecimentos, entendendo seus riscos, ganhos e perdas. É simples mas deve ser feita de maneira clara e criteriosa, pois é uma etapa muito importante para otimizar o tempo para resolução dos problemas. Esta etapa envolve também a escolha do problema a ser resolvido (a partir do histórico e análise de ganhos e perdas), a formação da equipe e delegação das responsabilidades de cada um, e por fim, a definição de metas de melhoria. 2) Observação A segunda etapa é a de observação. Consiste no levantamento das características do problema a partir da observação do local e de uma coleta de dados consistente. O problemadeve ser observado sob diversos pontos de vista, como pela maneira como os resultados variam, como variam conforme o local, conforme o indivíduo ou equipe, ou com qual periodicidade. 3) Análise Nesta etapa são levantadas as hipóteses para entender o problema. As causas que geram os problemas devem ser analisadas de maneira clara e baseadas em fatos, utilizando ferramentas, informações, fatos e análise de dados para uma conclusão objetiva. É uma das etapas mais importantes do processo, pois com as causas é possível aplicar os testes de consistência. 4) Plano de ação Descoberta e comprovada a causa ou as causas fundamentais, deve ser estabelecido um plano de ação para eliminá-las. Deve ser verificado se as ações estão surtindo efeito sobre elas, qual sua eficácia, quais metas serão atingidas e quais são os índices de controle. Ou seja, é o momento de definir e documentar a estratégia a ser seguida. 5) Ação A próxima etapa é o momento de colocar em prática o plano de ação. Iniciando com a comunicação do plano com os envolvidos, passando para execução e capacitação dos executores, e, o acompanhamento das ações para verificar se sua execução foi feita de forma correta e conforme o planejado. 6) Verificação de resultados Após a aplicação do plano de ação, é o momento de verificar quantitativa e qualitativamente a eficácia das ações e seu impacto nos resultados. Devem ser comparados o antes e o depois da aplicação do plano, listados os efeitos positivos e negativos, e caso os efeitos forem negativos, se a ação foi implementada conforme o planejado. 7) Padronização Caso as ações tomadas tenham sido eficazes e provocado resultados efetivos, elas podem se tornar novos métodos de trabalho. Nesse momento é importante padronizar e registrar as medidas, assim como evitar falhas e erros de continuarem. É necessário que o novo método seja perpetuado para todas as áreas com comunicação adequada, sendo assim também acompanhados devidamente por sistemas de medição. 8) Conclusão A etapa final do método MASP é a conclusão. Basicamente, o objetivo dessa etapa é rever todo o processo de solução de problemas e planejar os trabalhos futuros aplicando as lições aprendidas em novas oportunidades de melhoria contínua. REFERÊNCIAS Nunes, Rogério da Silva. Administração de materiais. – 2. Ed. – Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração/UFSC, 2013. SCHIAVONI, Marilene. Gestão de Materiais. Cuiabá – MT. Ed: UFMT, 2015. OLIVEIRA, Mateus. Gestão de Produção e Materiais. Centro Paula de Souza, 2014. CAROLINA, Teixeira. Administração de Recursos Materiais para Concursos. Editora Método, São Paulo, 2010. Revista LOGÍSTICA - Dicionário da IMAM On-line 2016. Portal Administração. Administração de materiais conceitos. 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