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Protocolo PSAL_Dismenorreia

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1 
Cuidado Farmacêutico no SUS – Capacitação em Serviço 
COMO USAR ESTE PROTOCOLO 
Este protocolo tem a finalidade de ser utilizado como material didático de apoio, no desenvolvimento de conhecimentos e 
habilidades para o manejo de condições de saúde sensíveis ao cuidado farmacêutico. Este material não tem o objetivo 
de substituir fontes mais completas de consulta, como guias de prática ou diretrizes clínicas, que devem ser conhecidas 
pelos profissionais. 
Os autores deste documento empenharam seus melhores esforços para assegurar que as informações apresentadas 
estejam em acordo com os padrões aceitos à época da publicação, e todos os dados foram atualizados pelos autores até 
a data de sua entrega. Entretanto, recomendamos enfaticamente que os leitores consultem sempre outras fontes 
fidedignas, de modo a se certificar de que essas informações estejam corretas e atualizadas. Recomendamos que este 
protocolo não seja utilizado como única fonte de consulta. 
Os autores procuraram citar adequadamente e dar o devido crédito a todos os detentores de direitos autorais de 
qualquer conteúdo citado neste documento, dispondo-se a possíveis correções posteriores caso, inadvertida e 
involuntariamente, a identificação de algum deles tenha sido omitida. 
 
APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA 
A dismenorreia, ou dor menstrual, é um dos problemas ginecológicos mais prevalentes em mulheres na idade 
reprodutiva. Aproximadamente 50% dessas mulheres são afetadas, sendo que, em 10%, apresenta-se com intensidade 
suficiente para interferir nas atividades diárias. 
Para fins clínicos, dismenorreia é dividida em duas grandes categorias: primária e secundária. Dismenorreia primária se 
refere à presença recorrente de dor em cólica na região inferior do abdômen durante a menstruação, na ausência de 
lesões orgânicas; a dismenorreia secundária tem o mesmo quadro clínico, mas ocorre em mulheres com desordens 
clínicas, tais como endometriose, adenomiose, ou miomatose uterina. A paciente com suspeita de dismenorreia 
secundária deve ser encaminhada a outro profissional ou serviços de saúde, para avaliação diagnóstica. 
Dismenorreia primária parece ser causada pelo excesso da produção de prostaglandinas no fluxo menstrual, o que pode 
causar contrações uterinas irregulares, hipercontratilidade, e aumentar o tônus muscular uterino resultando em dor. O 
excesso de prostaglandinas também pode causar náuseas, vômitos e diarreia, por estimular o trato gastrointestinal. O 
papel das prostaglandinas na patogênese da dismenorreia primária tem suporte no fato de que os antiinflamatórios não 
esteroidais (AINEs) frequentemente aliviam os sintomas. 
 
ACOLHIMENTO DA DEMANDA 
No acolhimento o primeiro passo é escutar e compreender a demanda do paciente. Acolher bem inclui um local 
adequado que garanta privacidade e comodidade. Nesse momento é ideal que o farmacêutico apresente o propósito da 
consulta a fim de compartilhar com o paciente o que está planejado para acontecer durante o atendimento. Na 
abordagem ao paciente com dismenorreia o farmacêutico deve sempre se mostrar acessível e solidário, com linguagem 
prática e de fácil compreensão, transmitindo ao paciente naturalidade e conforto quanto ao problema de saúde 
autolimitado. 
 
ANAMNESE FARMACÊUTICA E VERIFICAÇÃO DE PARÂMETROS 
No processo de anamnese, o farmacêutico deve coletar informações que auxiliem na identificação e diferenciação entre 
problemas de saúde autolimitados, que são passíveis de manejo pelo farmacêutico, e outras condições clínicas com 
maior gravidade, que necessitarão de encaminhamento a outro profissional ou serviço de saúde. 
Para a interpretação dos sintomas do paciente é importante caracterizar a sua queixa com relação ao tempo de início, 
frequência e duração, localização, característica, gravidade, ambiente, fatores que agravam ou que aliviam e sintomas 
 
2 
Cuidado Farmacêutico no SUS – Capacitação em Serviço 
associados e uso de medicamentos prévios. Além disso, nesse momento pode ser importante a avaliação física e a 
aferição de parâmetros objetivos, bioquímicos e/ou fisiológicos. 
A dismenorreia primária é mais comum em mulheres jovens, e a ocorrência dela diminui com o aumento da idade. A 
maioria das mulheres que apresentam essa condição não possuem fatores de risco, mas quando presentes podem ser: 
● Idade menor que 30 anos 
● IMC (índice de massa corporal) menor que 20kg/m
2
 
● Fumantes 
● Menarca antes dos 12 anos de idade 
● Ciclos menstruais longos 
● Fluxo menstrual irregular ou pesado 
● História de abuso sexual 
Já como fatores protetores estão a mulheres que tiveram filhos novas, também alta paridade, avanço da idade, uso de 
contraceptivos orais. 
 
Sinais e sintomas característicos da dismenorreia primária: 
● Primeiro episódio dentro de 6 a 12 meses após a menarca; 
● Dor com início um a dois dias antes ou no início do sangramento menstrual, com redução gradual nas próximas 
12 a 72 horas; 
● É recorrente, podem ocorrer na maioria ou em todos os ciclos menstruais; 
● Geralmente dor em cólica intensa e intermitente, mas pode também ser uma dor maçante e contínua; 
● Geralmente é restrita ao abdômen ou região suprapúbica; algumas mulheres também têm dor lombar e/ou nas 
coxas. 
● A intensidade da dor é de moderada a grave; 
● Pode estar acompanhada de náusea, diarreia, fadiga, cefaleia, mal-estar. 
 
A avaliação da intensidade da dor é feita ao se levar em conta sua repercussão na capacidade para o trabalho, por 
sintomas sistêmicos e pela necessidade de uso de analgésicos (Quadro 1). 
 
QUADRO 1 - Sistema de pontuação multidimensional verbal para avaliação da dismenorreia 
GRAU CAPACIDADE PARA O 
TRABALHO/OUTRA 
ATIVIDADE 
SINTOMA 
SISTÊMICO 
ANALGÉSICOS 
Grau 0. A menstruação não é 
dolorosa e as atividades de vida 
diárias não são afetadas. 
Não é afetada Nenhum Não necessários 
Grau 1. A menstruação é dolorosa, 
mas raramente afeta as atividades 
normais; analgésicos raramente 
são necessários; dor leve. 
Raramente afetada Nenhum Raramente 
necessários 
Grau 2. As atividades de vida 
diárias são afetadas; analgésicos 
são necessários e dão alívio, de 
modo que a falta ao trabalho ou à 
escola é incomum; dor moderada 
Moderadamente afetada Poucos Necessários 
Grau 3. As atividades de vida 
diárias estão nitidamente 
prejudicadas; efeito insuficiente de 
analgésicos; sintomas vegetativos 
Nitidamente prejudicada Aparente Efeito insuficiente 
 
3 
Cuidado Farmacêutico no SUS – Capacitação em Serviço 
(dor de cabeça, fadiga, vômito e 
diarreia); dor intensa (grave) 
FONTE: Adaptado de Andersch e Milsom (1982). 
 
Medicamentos que podem causar ou agravar dismenorreia
● Acetato de medroxiprogesterona + cipionato de 
estradiol; 
● Alentuzumabe 
● Antidepressivos tricíclicos (como clomipramina, 
doxepina, imipramina) 
● Antipsicóticos (como tiotexeno) 
● Atomoxetina; 
● Azatioprina 
● Betafolitropina 
● Bupropiona; 
● Carvedilol 
● Citalopram; 
● Desloratadina; 
● Doxiciclina; 
● Etonogestrel 
● Fexofenadina; 
● Fluoxetina; 
● Fluvoxamina; 
● Fosfomicina trometamol; 
● Lamotrigina; 
● Levonorgestrel; 
● Medroxiprogesterona 
● Misoprostol 
● Mometasona; 
● Enantato de noretisterona + valerato de estradiol; 
● Olanzapina; 
● Panciclovir; 
● Progesterona (supositório vaginal); 
● Sibutramina; 
● Terconazol; 
● Tinidazol 
● Tocoferol 
● Varfarina 
● Vigabatrina; 
● Ziprasidona 
 
SITUAÇÕES DE ALERTA PARA O ENCAMINHAMENTO 
No Quadro 2, estão apresentadas situações que requerem encaminhamento a outro profissional ou serviço de saúde. 
 
QUADRO 2 - Situações que requerem encaminhamento a outro profissional de saúde ou serviço de saúde. 
 
Sinais e sintomas de dismenorreia secundária: 
● Mulheres que não atingem o alívio adequado da 
dor após três meses de tratamento com AINEs ou 
contraceptivo hormonal; 
● Início da dismenorreia após 24 anos; 
● Sangramento uterino anormal (aumento excessivo 
da quantidade do fluxo menstrual e/ou 
sangramentoentre o intervalo da menstruação); 
● Dor unilateral; 
● Ausência de náusea, vômito, diarreia, lombalgia, 
tonturas ou cefaleia durante o período menstrual 
● Dor intestinal; 
● Dor durante a relação sexual; 
● Febre 
Dor periumbilical que irradia para o quadrante inferior 
direito (pode ser apendicite); 
Dor suprapúbica, associada à urgência urinária e/ou 
hematúria, independente da menstruação (pode ser 
infecção do trato urinário); 
Cefaleia vascular frequente ou intensa; 
Dor abdominal superior, de moderada a grave, de início 
súbito, constante (que não melhoram com o repouso ou 
mudança postural) associada a outros sinais/sintomas 
como náuseas, vômitos, sangramento ou secreção 
vaginal; 
Sangramento vaginal que persiste por mais de oito 
semanas pós-parto (pode ser complicações do parto); 
Manifestações que indiquem transtorno disfórico pré-
menstrual/síndrome de tensão pré-menstrual, mesmo se 
houver manifestação típica de dismenorreia primária; 
História prévia ou atual de reações adversas aos 
medicamentos utilizados no tratamento da dismenorreia; 
Dor abdominal aguda, não restrita ao período menstrual, 
no quadrante superior direito do abdome, ou epigástrica, 
que piore depois das refeições (pode ser colelitíase, 
úlcera péptica ou pancreatite); 
Manifestações graves de interações farmacológicas entre 
medicamento utilizado para o tratamento da dismenorreia 
e outros de uso contínuo; 
 
4 
Cuidado Farmacêutico no SUS – Capacitação em Serviço 
Dor abdominal associada a diarreia, náusea e vômito 
(pode ser gastroenterite); 
Alterações do sistema urinário como dor ao urinar, 
urgência miccional e/ou presença de sangue na urina; 
Dor de alta intensidade (grave), em que as atividades de 
vida diárias estão nitidamente prejudicadas; efeito 
insuficiente de analgésicos; sintomas vegetativos (dor de 
cabeça, fadiga, vômito e diarreia); 
Cólicas de intensidade moderada a grave, associadas à 
dor durante a defecação. 
FONTE: Adaptado de Guias de Prática Clínica para Farmacêuticos (2017-2018) 
 
PLANO DE CUIDADO 
A partir da análise das informações coletadas, o farmacêutico, excluindo os casos de encaminhamento identificados na 
anamnese farmacêutica, deve proceder à seleção de condutas e elaboração de seu plano de cuidado, de forma 
compartilhada com o paciente, a fim de atender suas necessidades e problemas de saúde. 
O plano de cuidado do paciente envolve a seleção de condutas para promover o alívio ou resolução da dor, 
proporcionando bem-estar, manutenção das atividades da vida diária e evitar a utilização desnecessária de 
medicamentos. O plano contém as ações pactuadas entre o paciente e o farmacêutico, embasadas nas melhores 
evidências disponíveis, e de forma coordenada com o restante da equipe de saúde envolvida no cuidado. 
O objetivo do tratamento é proporcionar o alívio adequado da dor, particularmente nos casos de dor leve a moderada. No 
mínimo, o alívio da dor deve ser o suficiente para permitir que a paciente desempenhe algumas, se não todas, as 
atividades da sua rotina diária. 
A abordagem terapêutica inicial inclui a discussão de intervenções não farmacológicas que possam ser úteis, tais como 
aplicação de calor na parte inferior do abdômen, exercícios e técnicas de relaxamento. Estas medidas são 
particularmente úteis no casos de dor leve. O tratamento farmacológico inclui AINEs, analgésicos, antiespasmódicos e/ou 
contraceptivo hormonal, dependendo das necessidades clínicas do paciente, e costumam ser efetivos nos casos de dor 
leve a moderada. 
 
Terapia não farmacológica 
● Aplicar calor local na parte inferior do abdômen durante 8 a 12 horas (monoterapia) ou de maneira intermitente, 
durante 20 minutos, em terapia associada. Pode-se utilizar toalhas aquecidas, adesivos ou bolsas térmicas; 
● Prática regular de exercícios físicos, principalmente nos dias que antecedem a menstruação; 
● Cessação tabágica com participação em programas para este fim; 
● Mudanças dietéticas com redução do consumo de alimentos ricos em gordura e aumento do consumo de frutas e 
vegetais; 
● Eletroestimulação transcutânea de nervos (TENS) de alta frequência com duração do pulso igual a 100 
microssegundos e tempo de aplicação de 30 minutos; a intensidade da corrente deve ser aumentada de acordo 
com a tolerância da paciente; 
● Acupuntura e acupressão que consiste em um tipo de massagem na qual a pressão dos dedos em locais 
específicos do corpo é usada para promover a cura e o alívio do cansaço. 
 
Terapia farmacológica 
A decisão do emprego da farmacoterapia pelo farmacêutico deve estar apoiada na Resolução do CFF nº 585, de 29 de 
agosto de 2013 e nº 586, de agosto de 2013, nos limites da Lista de Medicamentos Isentos de Prescrição (LMIP) e na 
apresentações disponíveis no mercado brasileiro, assim como as suas alterações. 
 
5 
Cuidado Farmacêutico no SUS – Capacitação em Serviço 
Os principais medicamentos isentos de prescrição para o tratamento da dismenorreia são: AINEs (ibuprofeno, 
cetoprofeno e naproxeno); analgésicos (paracetamol); antiespasmódicos (butilbrometo de escopolamina); associações 
de antiespasmódicos com analgésicos. 
AINEs são a primeira escolha para o tratamento farmacológico da dismenorreia em mulheres que não desejam 
engravidar. Devem ser iniciados no começo do período menstrual e mantidos até o segundo dia do ciclo ou durante o 
período em que a paciente usualmente tem cólicas. Pacientes com sintomas intensos podem iniciar 1 a 2 dias antes do 
início da menstruação. 
O paracetamol deve ser a primeira escolha para pacientes com condições clínicas como hipertensão, insuficiência 
cardíaca e insuficiência renal. 
O quadro 3 traz um resumo das informações sobre os principais medicamentos utilizados no tratamento da dismenorreia. 
QUADRO 3 - Informações sobre os medicamentos utilizados no tratamento da dismenorreia. 
Fármaco Posologia Considerações 
Naproxeno 
Dose inicial: 500 mg; manutenção: 250 
mg a cada 6 ou 8 horas, conforme 
necessário, ou 500 mg a cada 12 
horas. 
Dose máxima: 1.250 mg/dia (início) ou 
1.000 mg/dia (manutenção). 
Administração via oral em jejum ou 
com as refeições 
Deve ser usado pelo menor tempo 
possível. 
Contraindicado: pacientes com histórico de crise de asma, urticária 
ou outras reações alérgicas pelo uso de outros AINEs; antecedente ou 
história atual de úlcera ou sangramento gastrintestinal; ou pessoas 
com insuficiência cardíaca grave. 
Situações especiais: Risco C - deve ser evitado durante a gestação, 
principalmente no terceiro trimestre; não recomendado durante a 
amamentação. 
Situações especiais: Não recomendado durante a amamentação. 
Eventos adversos: Instruir as pacientes a comunicar 
sinais/sintomas de problemas gastrointestinais graves (ex.: 
melena, hematêmese, cólica intensa, náusea, pirose e/ou indigestão) 
ou reação cutânea (ex.: erupção cutânea, febre com ou sem calafrios, 
feridas, úlceras, pele espessa e escamosa, vermelhidão, hematomas 
incomuns) 
Ibuprofeno 
Comprimido ou cápsula gelatinosa: 
400 mg a cada 4 horas, conforme 
necessário; início mais cedo possível. 
Suspensão oral: 40 gotas a cada 4 
horas, conforme necessário; 
Dose máxima: 2.400 mg/dia. 
Tomar com o estômago cheio para 
evitar irritação gástrica. 
AINE isento de prescrição médica. 
Contraindicado: pacientes com alergia a outros AINEs; portadores da 
“tríade do ácido acetilsalicílico” (presença de crise de asma, 
inflamação do nariz e intolerância ao ácido acetilsalicílico); tratamento 
perioperatório na cirurgia de revascularização da artéria coronária 
(cirurgia da ponte de veia safena ou de artéria mamária para obstrução 
da coronária); insuficiência renal, hepática e cardíaca grave. 
Situações especiais: Não detectado no leite; entretanto, estudos são 
limitados; não recomendado o uso durante a lactação. 
Eventos adversos: Instruir as pacientes a comunicar 
sinais/sintomas de problemas gastrointestinais graves (ex.: 
melena, hematêmese,cólica intensa, náusea, pirose e/ou indigestão), 
reação cutânea (ex.: erupção bolhosa, eczema, urticária, coceira, 
exantema) ou de hepatotoxicidade (fadiga, letargia, icterícia, dor no 
quadrante superior direito do abdome e sintomas gripais). 
Cetoprofeno 
Cápsula: 50 mg a cada 6 ou 8 horas, 
conforme necessário; 
Solução oral: 25 a 50 gotas a cada 6 
ou 8 horas, conforme necessário; 
Dose máxima: 300 mg/dia. 
Tomar com o estômago cheio para 
evitar irritação gástrica. 
Contraindicado: pacientes com alergia a outros AINEs; histórico de 
doença cardíaca ou com sinais e sintomas de infarto do miocárdio ou 
acidente vascular encefálico, úlcera péptica/hemorrágica; insuficiência 
hepática, renal e cardíaca. 
Situações especiais: Não recomendado o uso durante a lactação. 
Evitar uso com bebidas alcoólicas. 
Eventos adversos: Instruir as pacientes a comunicar 
 
6 
Cuidado Farmacêutico no SUS – Capacitação em Serviço 
sinais/sintomas de problemas gastrointestinais graves (ex.: 
sangramento, ulceração ou perfuração, melena, hematêmese, cólica 
intensa, náusea, pirose e/ou indigestão. 
Paracetamol 
Comprimidos: 750 a 1.000 mg a cada 
4 a 6 horas, conforme necessário; 
Solução oral: 50 a 75 gotas a cada 4 a 
6 horas, conforme necessário; 
Dose máxima: 4.000 mg/dia. 
Tomar com um copo cheio de água, 
independente das refeições. 
Contraindicação: doença hepática ativa e grave; insuficiência 
hepática grave. 
Situações especiais: Compatível com a amamentação; pacientes 
etilistas têm maior risco de desenvolver lesão hepática. 
Eventos adversos são raras, mas podem envolver urticária, coceira e 
vermelhidão no corpo, e aumento de transaminases. 
Evitar bebidas alcoólicas. 
Butilbrometo de 
escopolamina 
Comprimido ou drágea: 10 a 20 mg a 
cada 6 ou 8 horas, conforme 
necessário; 
Solução oral: 20 a 40 gotas a cada 6 
ou 8 horas, conforme necessário; 
Dose máxima: 100 mg/dia. 
 
Contraindicação: taquiarritmias cardíacas; glaucoma de ângulo 
estreito; miastenia grave. 
Situações especiais: É distribuído no leite materno, é recomendado 
cautela no uso durante a amamentação. 
Eventos adversos: tontura, confusão, sonolência, visão borrada, 
dilatação das pupilas, boca seca, disfagia, aumento da frequência 
cardíaca, dificuldades de micção, obstipação, agitação. 
Dipirona 
ADULTOS 
500-1000 mg em intervalos de 6-8h 
 
Solução de 500 mg/mL, gotas: 
31 a 45 kg (12 anos): Dose única 10 a 
30 gotas; dose máxima diária 120 (4 
tomadas x 30 gotas) 
46 a 53 kg (13 a 14 anos): dose única 
15 a 35 gotas; dose máxima diária 140 
(4 tomadas x 35 gotas) 
Solução de 50 mg/mL. 
31 a 45kg (12 anos): Dose única 7,5 a 
15; dose máxima diária 60 (4 tomadas 
x 15mL) 
46 a 53kg (13 a 14 anos): Dose única 
8,75 a 17,5 Dose máxima diária 70 (4 
tomadas x 17,5mL) 
Contraindicado: com função da medula óssea prejudicada (ex. após 
tratamento citostático) ou doenças do sistema hematopoiético; que 
tenham desenvolvido broncoespasmo ou outras reações anafilactoides 
(isto é urticária, rinite, angioedema) com analgésicos tais como 
salicilatos, paracetamol, diclofenaco, ibuprofeno, indometacina, 
naproxeno. porfiria hepática aguda intermitente (risco de indução de 
crises de porfiria); deficiência congênita da glicose-6-fosfato-
desidrogenase (G6PD) (risco de hemólise) 
Situações especiais: Os metabólitos da dipirona são excretados no 
leite materno. A lactação deve ser evitada durante e por até 48 horas 
após a administração de dipirona. 
Eventos adversas: Cardiovasculares: hipotensão 
Dermatológicas: erupção cutânea, rash, urticária 
Gastrintestinais: náuseas, vômitos, irritação gastrointestinal, 
xerostomia 
Hematológicas: agranulocitose, anemia aplastica 
Neurológicas: sonolência, cansaço e dor de cabeça 
Distúrbios vasculares: Reações hipotensivas isoladas. 
Distúrbios renais e urinários: Em casos muito raros, especialmente em 
pacientes com histórico de doença nos rins, pode ocorrer piora súbita 
ou recente da função dos rins (insuficiência renal aguda), em alguns 
casos com diminuição da produção de urina, redução muito acentuada 
da produção de urina ou perda aumentada de proteínas através da 
urina. 
FONTE: CFF (2018). 
Contraceptivo hormonal é o tratamento de segunda linha em pacientes que não tem vida sexual ativa, mas que não 
respondem ou não toleram AINEs. Podem ser tratamento de primeira linha em pacientes sexualmente ativas, pois 
previne dismenorreia e gravidez. Contraceptivos hormonais não são isentos de prescrição médica, contudo, cabe ao 
farmacêutico o acompanhamento da farmacoterapia, a fim de realizar orientações quanto ao uso seguro dos 
medicamentos e avaliar a eficácia e segurança do tratamento. 
 
 
7 
Cuidado Farmacêutico no SUS – Capacitação em Serviço 
AVALIAÇÃO DE RESULTADOS 
Para avaliação dos resultados, o farmacêutico deve considerar os seguintes aspectos: 
● A meta terapêutica a ser alcançada é o alívio parcial ou total da dor; 
● Reavaliação dos sinais/sintomas da paciente, sendo importante a investigação daqueles considerados de alerta 
para encaminhamento, assim como monitoramento dos aspectos mais importantes; 
● Para avaliação dos resultados é importante avaliar o tempo de duração do sintoma, a evolução da dor e a 
resposta ao tratamento prescrito; 
● Antes de considerar falha no tratamento, avaliar a adesão ao tratamento proposto; 
● Identificação precoce de problemas relacionados à segurança. Pacientes que apresentam eventos adversos 
devem ser encaminhadas a outro profissional de saúde para uma possível suspensão do medicamento. 
 
DECISÃO TERAPÊUTICA 
 
 
 
 
8 
Cuidado Farmacêutico no SUS – Capacitação em Serviço 
 
REFERÊNCIAS 
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adolescents?search=dismenorreia&source=search_result&selectedTitle=3~150&usage_type=default&display_rank=3#H33859972> 
Acesso em 18/01/2018. 
BURNETT M, LEMYRE M. No. 345-Primary Dysmenorrhea Consensus Guideline. J Obstet Gynaecol Can. 2017 Jul;39(7):585-595 
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http://www.anvisa.gov.br/datavisa/fila_bula/frmVisualizarBula.asp?pNuTransacao=16814192017&pIdAnexo=8773878>. Acesso em 
18/01/2018. 
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HAREL Z. Dysmenorrhea in adolescents and young adults: an update on pharmacological treatments and management strategies. 
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Cuidado Farmacêutico no SUS – Capacitação em Serviço 
 
 
 
 
 
 
Realização: 
 
Organização 
Grupo de Trabalho sobre Saúde Pública 
Coordenação Geral 
Valmir de Santi 
Concepção Pedagógica 
Cassyano Januário Correr 
Thais Teles de Souza 
Walleri Christini Torelli Reis 
Coordenação Pedagógica 
Walleri Christini Torelli Reis 
Autores 
Alcindo de Souza Reis Junior 
Aline de Fátima Bonetti 
Bruna Aline de Queirós Bagatim 
Cínthia Caldas Rios Soares 
Fernanda Coelho Vilela 
Fernando Henrique Oliveira de Almeida 
Inajara Rotta 
Livia Amaral Alonso Lopes 
Natália Fracaro Lombardi 
Valmir de Santi 
Wallace Entringer Bottacin 
Walleri Christini Torelli Reis 
Revisão 
Cassyano Januário Correr 
Wellington Barros da Silva

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